diversos tipos de salvaguardas, para a manutenção de sua saúde e da saúde coletiva dos colaboradores, bem como a fim de evitar danos graves ao ambiente do entorno. Portanto, investimentos nos processos de prevenção são muito lucrativos, pois reduzem bastante as probabilidades de graves acidentes. Sendo assim, a disponibilização e o uso correto da salvaguarda nos ambientes das atividades humanas têm papel fundamental na redução da frequência e da severidade dos eventos de risco. Esses devem estar dentro das normas regulamentadoras, para realizarem de maneira efetiva a proteção para a qual estão designados. Os indivíduos envolvidos devem ser sensibilizados para o uso e, além disso, o uso correto, para a prevenção de riscos e de acidentes com consequências graves, inclusive para o entorno. Os coordenadores e gerentes das diversas linhas de atividades devem ter consciência também da importância em cobrar a utilização da salvaguarda pessoal e coletiva, sempre objetivando a mitigação de riscos, pensando na tolerância zero aos riscos em todos os ramos de atividades desenvolvidas em nosso planeta. TEMA 5 – RISCOS E AS QUESTÕES AMBIENTAIS Podemos dizer que quase todos os dias temos nos noticiários nacionais e internacionais assuntos tratando de impactos negativos ao meio ambiente, alguns deles resultantes de catástrofes naturais e outros da ação antrópica sobre os ecossistemas, sendo assim é essencial que cada vez mais empresários, políticos e a sociedade organizada tenham consciência dos impactos, principalmente negativos, que as diversas áreas das atividades humanas podem trazer para o meio ambiente e, consequentemente, como nós, seres humanos, estamos inseridos nele também, as consequências desses impactos para as diversas comunidades humanas. 14 Hoje não podemos aceitar atividades que não tenham sido pensadas e organizadas de forma a mitigar mudanças e riscos prováveis para o meio ambiente. Em séculos anteriores, podemos citar várias atividades e acidentes que levaram ao desenvolvimento de doenças, mortes, perda de habitats, perda de espécies e alterações ambientais que ainda tentamos mitigar na atualidade. Podemos citar vários casos, como toda a devastação ocorrida nas florestas europeias para o desenvolvimento industrial por meio da utilização de máquinas movidas a vapor, a pesca e a caça predatórias, os gases de efeito estufa, o uso de agroquímicos, pesticidas, organismos geneticamente modificados, uso de gases nocivos à camada de ozônio, extração de minérios, dentre muitas outras atividades humanas das quais ainda colhemos os impactos negativos para o meio ambiente e em consequência para a espécie humana. Diante desse cenário, o que é possível fazer, utilizando-se dos conhecimentos de identificação e gerenciamento de riscos a fim de evitar mais tragédias ambientais e humanitárias? Cabe aos vários setores da sociedade cobrar de todas as empresas e afins seus Planos de Prevenção de Riscos Ambientais, com a finalidade de fiscalizar de forma efetiva a implantação correta e integral dele, para que o meio ambiente e as comunidades no entorno dos empreendimentos não sofram graves catástrofes, as quais ainda estão presentes, fato que indica a negligência das autoridades com relação ao tema. O respeito a essas normas pode ser a diferença entre a vida ou a morte de um humano ou entre a manutenção ou degradação de um ecossistema importante para a manutenção de diversos serviços ecossistêmicos. Como podemos sensibilizar as pessoas envolvidas nesse processo para a importância de mitigação de riscos? Uma das formas mais utilizadas atualmente seria aquela que tenta dar conotação econômica aos bens oferecidos pelo meio ambiente, como o ICMS Ecológico, no qual cidades que preservam áreas verdes, como parques, reservas, APAS, recebem valores interessantes para dar continuidade a esse tipo de manutenção de ambientes. Também podemos dar destaque para as certificações da linha ISO nas quais as empresas recebem selos que valorizam o seu comprometimento com as questões ambientais, como na emissão zero de resíduos. 15 Sofremos ainda com erros do passado, assim não podemos deixar de comentar sobre as mudanças climáticas bem visíveis, com grandes alterações nos regimes climáticos de todas as regiões do mundo e como consequência alterando o ciclo biológico de diversas espécies. Precisamos de leis mais rígidas que rejam os comportamentos frente à criação de impactos e riscos pelas atividades humanas e uma forma de fiscalização mais eficiente, que cobre de maneira exaustiva a adequação das atividades para a manutenção da qualidade de vida em nosso planeta. É necessário que a mídia e os profissionais da educação estejam aliados a esse propósito de sensibilização, pois, se não mudarmos a nossa forma de produção e a maneira de consumo atual, não teremos mais recursos para o desenvolvimento dessas atividades, e nesse momento acreditamos que daí poderemos entender a real relação existente entre todos os componentes dos ecossistemas. FINALIZANDO Nesta aula não apenas tivemos a oportunidade de entender o que é risco e perigo, como identificar os riscos presentes em qualquer área de atividade humana, como utilizar meios para mitigá-los, mas também pudemos traçar um paralelo dos riscos de nossas atividades ao ambiente e à saúde do planeta. Vamos retomar a nossa situação problema? Nesse caso, que decisão você tomaria? Assumiria o projeto e aceitaria todas as decisões da chefia, mesmo sabendo dos riscos? Assumiria o projeto com o objetivo de modificá-lo e evitar os riscos iminentes para a comunidade do entorno? Ou desistiria do projeto para não ter problemas posteriores e, por via das dúvidas, “manchar” o seu currículo? REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. HALE, A. R.; GLENDON, A. I. Individual behaviour in the control of danger. Amsterdam: Elsevier, 1997. In: ALMEIDA, I. M. Construindo a culpa e 16 evitando a prevenção. Tese Doutorado (versão preliminar). São Paulo, USP, 2000. ISO/IEC 27001:2013, Information Security Management System. [Online]. Disponível em: <http://www.iso.org>. Acesso em: 1 set. 2016. NIST – National Institute of Standards and Technology. Guide for Conducting Risk Assessments - Information Security, Special Publication 800-30 Revision 1, September 2012. OLIVEIRA, J. C. Gestão de riscos no trabalho: uma proposta alternativa. Minas Gerais: Fundacentro/CEMG, 1999 TACHIZAWA, T.; DE ANDRADE, R. O. B.; CARVALHO, A. B. Gestão ambiental: enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002. 232 p.