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Texto de Apoio 01 - O Desafio da Leitura(1)

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1 
 
O DESAFIO DA LEITURA 
 
(Isabel Soler) 
 
Não basta ir às aulas para garantir pleno êxito nos estudos. É preciso ler e 
principalmente, ler bem. Quem não sabe ler não saberá resumir, não saberá tomar 
apontamentos e, finalmente, não saberá estudar. Ler bem é o ponto fundamental 
para os que quiserem ampliar e desenvolver as orientações e aberturas das aulas. É 
muito importante participar das aulas; elas não circunscrevem, não limitam; ao 
contrário, abrem horizontes para as grandes caminhadas do aluno que leva a sério 
seus estudos e quer atingir resultados plenos de seus cursos. Aliás, quase todas as 
cadeiras desenvolvem programas de pesquisa bibliográfica para que o aluno 
desenvolva temas e reconstrua ativamente o que outros já construíram. Para 
elaborar trabalhos de pesquisa, é necessário ir às fontes, aos autores, aos livros; é 
preciso ler, ler muito e, principalmente, ler bem. 
 
Durante as primeiras aulas de qualquer disciplina, os mestres apresentam criteriosa 
bibliografia; alguns livros são básicos, ou de leitura obrigatória, para quem quer 
colher todo fruto das aulas; outros são mais especializados ou se concentram em 
algum item do programa, e pode, entre os tratados gerais de consulta obrigatória, 
ser indicado um, como livro de texto. A indicação do livro de texto tem vantagens e 
inconvenientes cuja a análise ultrapassaria os limites que este compêndio impõe. 
Diremos, apenas, que o aluno não pode ater-se exclusivamente a ele. “Timeo 
Hominem Unius Libri”, diziam os antigos. Devemos temer o homem de um livro só. É 
necessário abeberar-se de outras fontes mais amplas mais especializadas sobre 
cada tema ou sobre cada pormenor dos programas. 
 
Se não é possível pensar em fazer um bom curso sem descobrir ou fazer aparecer 
espaços de tempo para o estudo extra-aula e se é necessário programar 
criteriosamente a utilização desse tempo, não seria igualmente impossível pensar 
em fazer um bom curso sem ter à mão boas fontes de leitura? É possível que se 
pretenda fazer um curso universitário sem frequentar bibliotecas ou sem adquirir, ao 
menos, os livros básicos para cada programa? 
 
2 
 
A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada 
vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de 
comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com 
formas e ângulos diferentes sob os quais o mesmo problema pode ser considerado. 
Quem lê constrói sua própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo 
que não se atingiu. E, ao terminar um curso superior, deveríamos não só estar 
capacitados a repetir o que foi aprendido na faculdade, como também estar 
habilitados a desenvolver, através de pesquisas, temas nunca abordados em aulas. 
Deveríamos ser uma pequena fonte, não um pequeno depósito de conhecimentos, 
ou mero encanamento por onde as coisas apenas passam. 
 
É preciso ler, ler muito, ler bem. É preciso sentir atração pelo saber, e encontrar 
onde buscá-lo. É necessário iniciar este trabalho com determinação e perseverar 
nele; o crescimento cultural tem crises como o crescimento físico; quem não sente 
apetite não deve deixar de alimentar-se; comprometeria sua saúde. Também na 
leitura trabalhada devemos ser perseverantes; só esta perseverança garantirá 
aquela espécie de saltos de integração de dados, que se vão acumulando e 
associando como frutos da leitura continuada. 
 
REFERÊNCIA 
 
SOLÉ, Isabel. O desafio da leitura. In: Estratégias de leitura. Tradução Claúdia 
Schiling. 6. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998, p.21-37.

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