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TCC IGOR_versão final CORRIGIDO

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URI-UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS 
MISSÕES 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA 
CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN 
CURSO DE MATEMÁTICA 
 
 
 
 
 
ÍGOR ANDRÉ SAGGIN 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE PANORÂMICA DAS QUESTÕES MATEMÁTICAS APLICADAS NO 
ENEM NO PERÍODO DE 2013 - 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FREDERICO WESTPHALEN - RS 
2018 
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ÍGOR ANDRÉ SAGGIN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE PANORÂMICA DAS QUESTÕES MATEMÁTICAS APLICADAS NO 
ENEM NO PERÍODO DE 2013 - 2017 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial à 
obtenção de grau de licenciando de 
Matemática Departamento de Ciências 
Exatas e da Terra da Universidade Regional 
Integrada do Alto Uruguai e das Missões - 
Campus de Frederico Westphalen. 
 
Orientadora: Profª. Me. Eliane Miotto 
Kamphorst 
 
 
 
 
 
 
 
FREDERICO WESTPHALEN - RS 
2018 
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ÍGOR ANDRÉ SAGGIN 
 
 
 
 
 
ANÁLISE PANORÂMICA DAS QUESTÕES MATEMÁTICAS APLICADAS NO 
ENEM NO PERÍODO DE 2013 - 2017 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial à 
obtenção de grau de licenciando em 
Matemática. Departamento de Ciências 
Exatas e da Terra da Universidade Regional 
Integrada do Alto Uruguai e das Missões - 
Campus de Frederico Westphalen. 
 
Frederico Westphalen, 02 de Julho de 2018. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
_____________________________ 
Profª.Me. Eliane Miotto Kamphorst 
URI/FW 
 
 
_____________________________ 
Profª.Dr. Carmo Henrique Kamphorst 
URI/FW 
 
 
 
_____________________________ 
Profª.Me. Sandra Edinara Baratto Viecelli 
URI/FW 
 
 
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Dedico este trabalho primeiramente а Deus, 
por ser essencial em minha vida, pois sem ele 
eu não teria forças para essa longa 
jornada, agradeço а meus professores, a minha 
família e em especial a meu filho Ígor André 
Saggin Filho. 
 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço à minha mãe Maristela que sempre esteve ao meu lado, incentivando, foi 
minha mãe e pai, durante minha vida, batalhando para proporcionar a melhor educação para 
mim e meu irmão Lucas. 
Jamile, obrigado por ser minha companheira e entender a minha dedicação. 
Para meus queridos mestres que se dedicaram a ensinar e compartilhar todo o seu 
conhecimento. 
Um agradecimento especial a professora Eliane que fez toda a diferença na orientação 
da minha monografia. 
Agradeço também aos meus colegas de trabalho, por ajudar nos estágios, a Deus e a 
todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse sonho. 
E com enorme carinho a Ígor Filho, por ser minha maior motivação. 
 
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“Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e 
moverei o mundo” 
- Arquimedes 
 
 
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RESUMO 
 
Atualmente as escolas estão sendo avaliadas a partir de provas em larga escala, dentre elas o 
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O mesmo criado em 1998, tendo por objetivo 
avaliar o desempenho do estudante no final da escolaridade básica. Além de constituir um 
indicador do desenvolvimento da educação básica, o desempenho dos estudantes no ENEM é 
o balizador para a adesão em vários programas voltados ao ingresso e a permanência no 
Ensino Superior, destacamos entre eles, o Programa Universidade para Todos (PROUNI), o 
Sistema de Seleção Unificada (SiSU), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), além do 
Programa Ciência sem Fronteiras. Em 2009, o Ministério de Educação e Cultura implantou 
uma reformulação no ENEM, mudando sua estrutura, dividindo em áreas de conhecimento. 
Juntamente foi apresentada uma Matriz de Referência Curricular para o Ensino Médio, 
baseado nas relações de competências e habilidades que os alunos devem adquirir dentro das 
áreas de conhecimento. Atualmente a prova do ENEM é composta por uma redação e cento e 
oitenta questões de múltipla escolha, sendo quarenta e cinco questões de cada uma das quatro 
áreas do conhecimento, sendo elas: Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências de 
Natureza e Matemática. Logo, a disciplina de Matemática, que diferentemente das outras 
disciplinas constitui também uma área do conhecimento e, consequentemente, consiste na 
disciplina com o maior número de questões na prova (quarenta e cinco). A análise de 
questões do ENEM justifica-se diante das possíveis contribuições para os docentes e discentes 
do Ensino Médio. Para os docentes com vistas na possibilidade de auxiliar na realização de 
seus planejamentos de modo a desenvolver habilidades e competências necessárias para a 
obtenção de bons desempenhos na prova do ENEM e, para os discentes, ante a possibilidade 
de instruí-los acerca de características das questões e conteúdos que necessitam estudar com 
mais afinco em seus estudos preparatórios. Assim sendo, realizou-se num primeiro momento 
uma investigação histórica sobre o surgimento do ENEM, apresentando sua evolução, 
mudanças, curiosidades e pontos críticos. Posteriormente, realizou-se a análise das questões 
matemáticas entre o ano de 2013 à 2017. Por fim, apresenta-se os dados obtidos com a 
pesquisa. 
 
Palavras - Chave: Exame Nacional do Ensino Médio. Matemática. Análise das Questões. 
7 
 
 SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................8 
2 HISTÓRIA DO ENEM........................................................................................................12 
3 OBJETIVOS E PROGRAMAS DE ADESÃO AO ENSINO SUPERIOR ATRAVÉS 
DO ENEM................................................................................................................................16 
3.1 Programa Universidade para Todos (PROUNI)............................................................17 
3.2 Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)...................................................................19 
3.3 Sistema de Seleção Unificada (Sisu)....................................................................................20 
3.4 O Programa Ciência sem Fronteiras...............................................................................20 
4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESTRUTURA DO ENEM, MATEMÁTICA DO ENEM 
E TEORIA DA RESPOSTA AO ITEM (TRI) .....................................................................22 
4.1 Estrutura do ENEM..........................................................................................................22 
4.2 A matemática do ENEM...................................................................................................24 
4.3 Teoria da Resposta ao Item (TRI)...................................................................................25 
5 METODOLOGIA DA PESQUISA.....................................................................................27 
5.1 Delineamento da pesquisa................................................................................................27 
5.2 Técnicas e definição da amostra......................................................................................27 
6 ANÁLISE DE DADOS.........................................................................................................29 
7 CONCLUSÃO......................................................................................................................39REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................40 
ANEXOS..................................................................................................................................44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Quando falamos do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), já pensamos no atual 
modelo e aplicação, muitos não imaginam quando e qual o motivo inicial de sua proposição. 
Sua criação ocorreu em 1998, com o objetivo inicial de avaliar a qualidade do Ensino Médio 
no Brasil. Vale lembrar, que anteriormente ao ENEM, existia o Sistema de Nacional de 
Avaliação da Educação Básica (SAEB), que foi implantado em 1990, também pelo Ministério 
da Educação (MEC), com o objetivo de avaliar a qualidade do Ensino Fundamental e Médio, 
além de contribuir para o replanejamento das políticas públicas implantadas nesse nível de 
ensino. A partir da reforma da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LBD) em 
1996, institui-se a avaliação de sistemas de ensino e, desta forma, o ENEM incide diretamente 
no nível médio, com o propósito de avaliar os concluintes do Ensino Médio e também a 
qualidade da Educação Básica no Brasil. 
Logo após a criação do ENEM, o INEP divulgou o Documento Básico que se 
descreveria como seria o funcionamento do exame e salientando a estruturação a partir de 
uma matriz por competências: 
 
Para estruturar o exame, concebeu-se uma matriz com a indicação de competências e 
habilidades associadas aos conteúdos do ensino fundamental e médio que são 
próprias ao sujeito na fase de desenvolvimento cognitivo, correspondente ao término 
da escolaridade básica. Tem como referência a LDB, os Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN), a Reforma do Ensino Médio, bem como os textos que sustentam 
sua organização curricular em Áreas de Conhecimento, e, ainda, as Matrizes 
Curriculares de Referência para o SAEB. (ENEM, 1998, p.2) 
 
Segundo Couto (2015), o ENEM em quase duas décadas de existência, já merece um 
destaque na história da educação brasileira, que está tão marcada por instabilidades 
administrativas e descontinuidades das políticas públicas. Este é um sucesso que deve suscitar 
reflexões e debates. 
A figura a seguir mostra o número de inscritos no ENEM, do ano de 1998 à 2017, 
segundo dados retirados do Site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira (Inep). 
 
 
 
9 
 
Figura 01: Gráfico do Número de Inscritos no ENEM 
FONTE: Elaborado pelo autor baseado em dados do INEP (2017) 
 
Atualmente a proposta oficial é que o ENEM seja a única forma de ingresso nas 
universidades públicas. Com isto, a cada ano mais alunos tem buscado no ENEM a 
oportunidade democrática de concorrer a uma vaga em uma universidade conceituada. Assim, 
o ENEM ganhou uma credibilidade entre as instituições de Ensino Superior e grande parcela 
destas, utilizam a nota total do ENEM ou uma porcentagem desta no processo seletivo. 
Diante dos avanços tecnológicos e o atual contexto socioeconômico, novas exigências e 
adequações estão sendo introduzidas no campo do ensino. Fazendo-se necessário que os 
docentes busquem constante aperfeiçoamento e estejam realmente comprometidos com a 
aprendizagem dos estudantes, independentemente, da área de conhecimento. 
Com uma análise panorâmica das questões do ENEM podemos redesenhar um novo 
paradigma de metodologia de estudo. Faz-se necessário que o professor utilize métodos e 
técnicas apropriadas, procurando despertar e manter a atenção do aluno e, busque usar 
estratégias que façam com que o discente obtenha sucesso no exame. 
Frente a isto, a realização desta pesquisa utilizou-se do método quantitativo, pois o 
estudo envolveu o cálculo dos percentuais correspondentes à frequência com que os diferentes 
conceitos matemáticos da educação básica se fazem presentes nas questões de Matemática das 
provas do ENEM, no período de 2013 a 2017. Todavia, também utilizou-se do método 
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qualitativo, visto que também procurou-se caracterizar tais questões, bem como, conhecer 
mais acerca da história e da legislação pertinente a esta avaliação que é aplicada em larga 
escala em todo território nacional. 
A pesquisa envolveu um estudo bibliográfico, através de leituras, fichamentos, de 
teóricos como: CATANI (2006), FINI (2005), LOURENÇO E PRADO (2012), FENNER et 
al. (2014). Além das provas do ENEM do período de 2013 a 2017, no que diz respeito aos 
conteúdos de matemática, foi realizado um levantamento de quais conteúdos matemáticos são 
cobrados com mais frequência no exame. 
Para a realização da análise de dados desta pesquisa utilizou-se a análise estatística, no 
que tange a quantidade de vezes que aparece determinado conteúdo matemático nas provas do 
ENEM do período estudado. Já a análise qualitativa envolveu um estudo da elaboração das 
questões, através da análise de conteúdos, fazendo uma relação de diversos autores sobre as 
temáticas encontradas no ENEM. 
Ressalta-se, que este trabalho foi desenvolvido com o intuito de analisar das questões de 
Matemática do ENEM, no período de 2013 a 2017, e observar características das questões, 
buscando identificar os conhecimentos mais frequentemente cobrados, nestas provas. Além de 
conhecer aspectos relacionados à história e a legislação do ENEM, bem como, de programas 
voltados ao Ensino Superior cuja adesão considere o desempenho dos estudantes nesta prova, 
e compreender como são elaboradas as provas do ENEM, em especial, as questões de 
Matemática. 
A composição desta monografia pode ser esclarecida da seguinte maneira: 
Na Introdução procurou-se estabelecer uma visão geral do que está sendo abordado no 
decorrer deste trabalho, apresentando os objetivos geral e específicos, além da metodologia 
aplicada na construção do trabalho. 
No Capítulo 2, nomeado como “História do ENEM”, buscar-se-á apresentar uma linha 
histórica, ressaltando-se objetivos, curiosidades, polêmicas, números e público alvo, em 
diferentes momentos do período, partindo de sua criação em 1998 até a última edição 2017. 
No Capítulo 3, intitulado “Objetivos e Programas de Adesão ao Ensino Superior 
Através do ENEM”, apresenta-se os programas do Governo Federal: 
 Programa Universidade Para Todos (PROUNI); 
 Fundo de Financiamento Estudantil (FIES); 
 Programa de Seleção Unificada (SISU); 
 Ciência sem Fronteiras; 
11 
 
Respaldasse o que é cada programa, forma de adesão, e seu vínculo com o Exame 
Nacional do Ensino Médio. 
No Capítulo 4, descrito como “Contextualização da Estrutura do ENEM, Matemática 
do ENEM e Teoria de Resposta ao Item(TRI)”, tem como objetivo apresentar, como é 
composta a prova do ENEM, divisão dos conteúdos, áreas de conhecimento exigidas e 
elaboração das questões do exame, busca também explicar a forma de correção das questões 
objetivas, baseado na Teoria de Resposta ao Item (TRI). 
No Capítulo 5, trata-se da metodologia do trabalho, o qual apresenta-se a forma com 
que o trabalho foi desenvolvido, bem como quais caminhos e métodos foram abordados para 
coleta e análise dos dados, durante o desenvolvimento do mesmo. 
No Capítulo 6, descrito por “Análise dos Dados”, apresenta os resultados do objetivoprimordial da pesquisa, ou seja, análise panorâmica das questões matemáticas aplicadas no 
ENEM no período de 2013 – 2017, com demonstrações de resultados através de gráfico e 
tabelas, além de exemplos das divisões dos conteúdos. 
No Capítulo 7, são apresentadas as considerações finais sobre a pesquisa. 
 
12 
 
2 HISTÓRIA DO ENEM 
 
O Exame Nacional do Ensino Médio foi criado 1998 e, inicialmente era utilizado para 
avaliar a qualidade da educação nacional. Na sua segunda edição, já passou a ser utilizado 
como modalidade de acesso ao ensino superior. Teve uma grande mudança estrutural 
em 2009, com aumento do número de questões e divisão dos conteúdos em áreas de 
conhecimento. Atualmente o exame contem 180 questões objetivas, mais uma redação, sendo 
a prova aplicada em dois dias. 
Com base em dados dos sites Terra, G1, Jornal o Estadão e O Globo, elencamos um 
resumo da história do ENEM entre 1998 ano de sua criação até 2016. São ressaltados 
objetivos, curiosidades, polêmicas, números e público alvo, em diferentes momentos do 
período. 
a) 1998 
Surge o ENEM, criado na gestão do Ministério da Educação, Paulo Renato Souza, no 
governo de Fernando Henrique Cardoso. O objetivo da prova, era uma avaliação anual do 
aprendizado dos alunos no Ensino Médio, auxiliando o governo na elaboração de políticas de 
melhoria na educação do País. Na primeira edição, o exame contou com um número de 
apenas 115,6 mil participantes, de um total de 157,2 mil inscritos, sendo estes alunos 
concluintes do Ensino Médio. 
b) 2001 
Na quarta edição, em 2001, o ENEM ganha espaço no País. Alcança a marca de 1,6 
milhão de inscritos e de 1,2 milhão de participantes. Este aumento de inscritos se dá pela 
isenção do pagamento da taxa de inscrição para os alunos de escolas públicas. Por solicitação 
dos estudantes, a prova teve cinco horas de duração, uma a mais que no ano 2000. 
c) 2004 
Neste ano ocorre a popularização definitiva do ENEM, já no governo de Luiz Inácio 
Lula da Silva, com a criação do Programa Universidade para Todos (PROUNI), que passou a 
conceder bolsas em instituições privadas de Ensino Superior de acordo com o desempenho 
dos estudantes no exame. 
De acordo com Catani et al. (2006), o PROUNI é comumente visto como mais uma 
política pública, particularmente por abrigar o preceito das cotas, mas destaca-se pelo fato de 
manter um sistema de ensino nos moldes privatizantes traçados durante os anos 1990. 
13 
 
Casagrande (2009, p.09) afirma que “o acesso possibilitado pela política do Programa 
Universidade para Todos possibilita estudantes sem condições financeiras ingressarem no 
ensino superior,” 
d) 2005 
No ano seguinte à criação do PROUNI, o ENEM alcançava a marca histórica de 3 
milhões de inscritos e 2,2 milhões de participantes. Alunos concluintes e já conclusos do 
Médio de escolas públicas prestaram o exame, com o objetivo de poder estudar em 
instituições privadas sem pagar a mensalidade. O número de participantes concluintes do ensino 
médio foi de 54,5%; o restante foi de alunos que se formaram em outros anos. 
 
O ENEM mesmo sendo parte integrante de um sistema de avaliação em larga escala 
não foi pensado, como indicador da preparação do indivíduo para cursar o ensino 
superior, pois não há nenhum indício a esse respeito em todas as Portarias e 
documentos oficiais relacionados ao exame. No entanto, a vinculação do ENEM ao 
PROUNI tornou esse fato viável, ao permitir a classificação e acesso ao Ensino 
Superior através da oferta de benefício pelo Governo Federal. Casagrande (2009, 
p.9) 
 
e) 2009 
O ano mais lembrado do ENEM, marcado pela mudança de caráter do exame, que 
passou a servir como uma espécie de "vestibular nacional", tornou-se um processo unificado 
de seleção para universidades públicas de todo o País, além do formato que passou de 63 
questões para um teste com 180 perguntas distribuídas em quatro cadernos de prova: Ciências 
Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática, além de uma redação. 
A prova ganhou outro peso na vida dos estudantes, deixou de ser apenas uma avaliação, 
assumiu dimensões gigantescas, tornou-se instrumento de seleção em instituições federais de 
ensino superior. 
O grande marco deste ano, foi o furto de um caderno de dentro da gráfica responsável 
pela impressão. Um grupo tentou vendê-lo para veículos de comunicação, chegando a pedir 
R$ 500 mil pelo material. Um dos jornais procurados denunciou a oferta ao Ministério da 
Educação (MEC), que decidiu cancelar a prova e adiá-la. O Ministério Público Federal (MPF) 
apontou um prejuízo de cerca de R$ 45 milhões para a reimpressão das provas, além dos 
danos causados aos mais de 4,1 milhões de estudantes inscritos. 
Em consequência, muitas universidades que haviam decidido utilizar as notas do ENEM 
em seus processos seletivos desistiram de levar o resultado em consideração após o atraso. A 
prova que estava agendada para outubro, passou para dezembro do mesmo ano. Com o 
14 
 
adiamento do exame, o número de abstenções no ENEM 2009 atingiu cerca de 40% dos 
inscritos, um recorde de ausência de estudantes desde sua criação. 
Para completar esta edição e piorar ainda mais a situação, o INEP divulgou o gabarito 
errado dos resultados em seu site. Professores que faziam a correção online após as provas 
verificaram o problema e recomendaram revisão do gabarito oficial. Segundo o INEP ocorreu 
um problema técnico e retirou o gabarito do ar, publicando posteriormente os dados corretos. 
A partir de 2009, o MEC passou a utilizar a nota do ENEM como alternativa para que adultos 
que não terminaram o ensino médio na idade certa conseguissem o certificado exigido para ingressar no 
ensino superior ou participar de concursos públicos e seleções de emprego que exijam esta formação 
mínima. 
f) 2010 
Apesar dos problemas na edição passada, em 2010 o ENEM conquistou a adesão 4,6 
milhões de inscritos. Neste ano, o governo federal criou o Sistema de Seleção Unificada 
(SiSU). Com esta ferramenta online os alunos fazem apenas uma inscrição e podem pleitear 
vagas em instituições públicas de todo o País, através das notas do exame. 
Neste ano houve um vazamento de dados pessoais de candidatos, informações como 
nome completo do aluno e número de inscrição, carteira de identidade, Cadastro de Pessoa 
Física (CPF), além do nome completo da mãe do candidato, puderam ser acessados 
livremente na internet. 
Além do vazamento de dados, um lote de 33 mil provas foi impresso com erro de 
ordenação que repetia questões e deixava outras de fora. Segundo a gráfica responsável, 
foram distribuídos 21 mil cadernos com erro para candidatos. 
g) 2011 
Na edição 2011 criou-se uma pressão sobre o ENEM. O Instituto Nacional de 
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e uma empresa especializada em 
gestão de risco foram chamados para acompanhar todo o processo de elaboração, produção e 
distribuição das provas. Mas toda esta cautela não suficiente. Dias antes do começo das 
provas, mais de 1 mil estudantes descobriram que o local da prova indicada no cartão de 
confirmação estava errado. A Cesgranrio, responsável pela aplicação dos testes, afirmou que 
houve erro na digitação dos cartões. 
h) 2013 
A prova do ENEM 2013, marcado pela Receita de miojo e hino do Palmeiras na 
redação. Segundo uma reportagem publicada pelo jornal O Globo (2013), um estudante 
recebeu 560 pontos (em uma escala de 0 a 1 mil) na redação do ENEM depois de ter inserido 
15 
 
um parágrafo inteiro com a receita para fazer macarrão instantâneo. Outro candidato também 
tirou uma nota razoável – de 500 pontos – mesmo escrevendo trechos do hino do Palmeiras 
no texto. Alémdisso, candidatos também tiraram a nota máxima mesmo com textos com erros 
de ortografia. 
 
i) 2014 à 2017 
As últimas edições do ENEM não apresentaram problemas de impressão, logística ou 
vazamentos de conteúdo, apenas erros em questões, como por exemplo em 2014, uma questão 
de história apresentava 3 alternativas corretas, e 2016 uma questão também de história, 
segundo especialistas não apresentava nenhuma alternativa correta. 
Por fim, em 2015 tema da redação do ENEM "A persistência da violência contra a mulher 
na sociedade brasileira" - gerou debates e polêmicas. Um grupo defende a importância do assunto 
proposto pelo Ministério da Educação (MEC), enquanto há aqueles que fazem críticas citando um 
suposto feminismo dos organizadores do ENEM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
3 OBJETIVOS E PROGRAMAS DE ADESÃO AO ENSINO SUPERIOR ATRAVÉS 
DO ENEM 
 
O ENEM tem por objetivo primordial a avaliação do desempenho escolar e acadêmico 
ao fim do Ensino Médio, com as informações obtidas a partir dos resultados do exame as 
mesmas são utilizadas para analisar a qualidade do Ensino Médio no País. Com base neste 
resultado ocorre a implementação de políticas públicas, criação de referência nacional para o 
aperfeiçoamento dos currículos do Ensino Médio, desenvolvimento de estudos e indicadores 
sobre a educação brasileira e estabelecimento de critérios de acesso do participante a 
programas governamentais. Além de ser um meio, para a constituição de parâmetros para a 
auto avaliação do participante, com vistas à continuidade de sua formação e à sua inserção no 
mercado de trabalho. 
O exame focaliza, mede as competências e habilidades básicas desenvolvidas, 
transformadas e fortalecidas com a mediação da escola. Para compreensão desse processo, é 
importante ressaltar o texto das Matrizes Curriculares de Referências do SAEB, de 1998, 
entendemos por 
[...] competências cognitivas as modalidades estruturais da inteligência – ações e 
operações que o sujeito utiliza para estabelecer relações com e entre os objetos, 
situações, fenômenos e pessoas que deseja conhecer. As habilidades instrumentais 
referem-se, especificamente, ao plano do ‘saber fazer’ e decorrem, diretamente do 
nível estrutural das competências já adquiridas e que se transformam em habilidades 
(p.9). 
 
Desta forma, e segundo consta do documento Enem 2002 – Relatório Pedagógico, 
 
O ENEM busca verificar como o conhecimento assim construído pode ser efetivado 
pelo participante por meio da demonstração de sua autonomia de julgamento e de 
ação, de atitudes, valores e procedimentos diante de situações-problema que se 
aproximem, o máximo possível, das condições reais de convívio social e de trabalho 
individual e coletivo (p. 17). 
 
 A análise dos resultados do desempenho dos participantes do ENEM, além de 
permitir a identificação de lacunas em seu aprendizado também, demostra as potencialidades 
que ele apresenta ao final da escolaridade básica. 
Ter uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio, é de suma importância, pois 
além de avaliar os conhecimentos obtidos até o término do Ensino Médio, também pode ser 
usado como parte do processo seletivo de mais de mil Instituições de Ensino Superior (IES) 
privadas. A nota é o principal critério de seleção para bolsas PROUNI (Programa 
Universidade para Todos). Em 2009, ela passou a ser a única forma de se candidatar a bolsas 
17 
 
em IES públicas pelo SiSU (Sistema de Seleção Unificada). Ainda em 2009, tornou-se a 
prova de conclusão do Ensino Médio para os estudantes maiores de 18 anos que cursam a 
Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2010, a nota tornou-se obrigatória para a solicitação 
do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES). 
Segundo FENNER et al. (2014), podemos elencar dentro da Constituição Federal de 
1988, as políticas públicas firmadas pelo Estado Democrático de Direito brasileiro com vistas 
ao acesso à educação de nível superior. 
 
No ano de 1999 surge o Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior 
(FIES), assim permitindo que uma considerável parcela da sociedade consiga 
financiar sua graduação, conforme consta em legislação vigente. Nesta esteira surge 
o Programa Universidade para Todos (PROUNI), no ano de 2004, concedendo 
bolsas parciais ou integrais a estudantes oriundos da rede pública de educação ou 
aos bolsistas integrais na rede particular que não possuem condições de custear sua 
graduação nos institutos privados de ensino superior. O Sistema de Seleção 
Unificada (SISU) foi desenvolvido pelo Ministério da Educação para selecionar os 
candidatos às vagas das instituições públicas de ensino superior que utilizarão a nota 
do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como única fase de seu processo 
seletivo (p.3). 
 
Com o ENEM também é possível conseguir uma bolsa no programa Ciência sem 
Fronteiras, que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e 
tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da 
mobilidade internacional. 
Sobre a utilização do ENEM no Ensino Superior o Ministério da Educação escreveu: 
“O exame apesar de permanecer com sua característica fundamental de avaliar competências 
e habilidades desenvolvidas ao longo da escolaridade básica, caminha para se tornar o 
processo nacional de seleção para ingresso no ensino superior (...)”. (BRASIL, 2009, p. 7) 
 
3.1 Programa Universidade para Todos (PROUNI) 
 
Segundo Moura (2014), o PROUNI foi instituído por meio da Medida Provisória 176 
de 13/09/04, regulamentado pelo decreto nº 5.245 de 15/10/04 e institucionalizado pela Lei n° 
11.096, de 13 de janeiro de 2005, criado pelo Governo Federal, é um programa do Ministério 
da Educação, que oferece bolsas de estudos em instituições de educação superior privadas, em 
cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros sem 
diploma de nível superior. 
 As instituições de ensino que participam do PROUNI ficam isentas de uma série de 
impostos e incentivos fiscais, dentre eles: o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, 
18 
 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Contribuição Social para Financiamento da 
Seguridade Social e Contribuição para o Programa de Integração Social. 
O programa oferece bolsas integrais ou parciais, as integrais são oferecidas para 
estudantes que possuam renda familiar per capita, de até um salário mínimo e meio, e a 
parcial que é de 50% para estudantes que possuam renda familiar de até três salários mínimos, 
também per capita. 
Somente alunos que se submeterem ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e 
obtiverem a nota superior a mínima exigida podem candidatar a bolsa do PROUNI. 
 
Originalmente, só poderia se candidatar ao ProUni o estudante que tivesse 
participado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no ano precedente e 
obtido a nota mínima de 45 pontos (média aritmética entre as provas de redação e 
conhecimentos gerais). Não seriam consideradas as notas obtidas nos ENEMs 
anteriores. (ÁNDRES, 2011, p.8) 
 
Por sua vez em 2009, o ENEM apresentou grande mudança, o Ministério de Educação 
e Cultura implantou uma reformulação, alterando a sua estrutura, dividindo-o em áreas de 
conhecimento, com 180 questões mais uma redação. 
Com base no Portal do Ministério da Educação e Cultura (2009), a nota mínima 
estabelecida pelo MEC para participação no processo seletivo do PROUNI é de 450 
(quatrocentos e cinquenta) pontos na média aritmética das notas obtidas nas provas do Enem. 
Esta nota é calculada somando-se todas as notas das cinco provas do Enem (Redação, 
Linguagens,Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências Humanas 
e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias) e dividindo por cinco. Para 
participar do processo seletivo do PROUNI a nota na redação do Enem tem que ser maior que 
zero. 
Os resultados do ENEM são usados como critério para a distribuição das bolsas de 
estudos, estas são distribuídas conforme as notas obtidas, estudantes que possuírem bolsa de 
50% poderão financiar o restante através do FIES, isso reflete uma medida do Governo de 
unificação do PROUNI e do Fies, com o intuito de possibilitar um maior acesso dos 
estudantes ao Ensino Superior. 
A política pública do Programa Universidade para Todos tem se mostrado desde a sua 
criação um instrumento de democratização do ensino, pois, possibilitou as pessoas de baixa 
renda, que até então não tinham qualquer tipo de perspectiva de acesso ao Ensino Superior, 
frequentar as instituições particulares usufruindo de bolsas de 50% ou 100%. Assim, fazendo 
que o Estado enfatize uma medida dos direitos fundamentais, que é o direito a educação, pois 
19 
 
é somente através da educação que é possível o crescimento em todos os sentidos, mas 
principalmente econômico e social. 
 
3.2 Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) 
 
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa destinado a financiar a 
graduação na educação superior de estudantes matriculados em cursos superiores em 
instituições particulares. Criado pelo Ministério da Educação, podem recorrer ao 
financiamento os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva 
nos processos conduzidos por ele. 
O FIES foi criado em 1999, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e sucedeu 
o antigo CREDUC (Programa de Crédito Educativo), também voltado ao financiamento de 
estudantes de baixa renda no Ensino Superior. Em 2003, com a chegada de Luiz Inácio Lula 
da Silva à Presidência, o FIES foi mantido, e passou a ser possível financiar 100% das 
mensalidades de um curso no Ensino Superior, antes, o máximo era de 70%. 
Em 2010, o programa foi expandido, ao diminuir as taxas de juros para os estudantes e 
facilitar os critérios de adesão. Apesar das mudanças ao longo dos anos, durante todo o 
período de existência, o programa manteve o mesmo objetivo: auxiliar pessoas de baixa renda 
que desejam cursar uma faculdade e não têm acesso a uma instituição pública. 
Barone e Aprile (2009) afirmam que 
 
Para preencher as vagas ofertadas pelas IES privadas, foi criado o Fundo de 
Financiamento do Ensino Superior (FIES), em 1999, pelo Governo Federal. O FIES 
foi concebido com o propósito de ser autossustentado, substituir o Programa de 
Crédito Educativo (PCE/CREDUC) e financiar o ensino superior de estudantes sem 
condições de arcar com os custos de sua formação, que estivessem regularmente 
matriculados em instituições privadas cadastradas no Programa e com avaliação 
positiva nos processos conduzidos pelo MEC.(p.47) 
 
Podem participar do programa candidatos que possuam renda familiar bruta mensal de até 
cinco salários mínimos por pessoa. Outra exigência do MEC para quem quer participar do FIES é 
ter feito o ENEM e obtido pelo menos 450 pontos na média das provas, sem ter zerado na redação. 
O candidato pode usar qualquer edição a partir de 2010. 
 
 
 
 
20 
 
3.3 Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 
 
O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é uma plataforma digital, criado em 2010, um 
ano após a reformulação do ENEM, o sistema é gerenciado pelo Ministério da Educação 
(MEC), no qual oferece vagas a candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino 
Médio (ENEM) em instituições públicas de Educação Superior. Podem se inscrever no Sisu 
os candidatos que fizeram o ENEM, no ano anterior e tenham obtido na redação nota que não 
seja zero. Algumas instituições adotam notas mínimas e/ou médias mínimas para inscrição em 
determinados cursos, o que faz com que a instituição mantenha sua política de seleção. 
Em seu texto, Santos (2011) diz: 
 
O Sistema de Seleção Unificada (SISU) é o recurso eletrônico criado pelo Ministério 
da Educação para gerenciar o processo seletivo das instituições que aderiram ao 
ENEM/2009. A partir dos dados dos candidatos no ENEM e das informações 
prestadas por cada instituição participante, este sistema processaria os resultados 
com as notas devidas e a classificação por curso. Além disso, o sistema permite que 
a instituição preserve qualquer forma de políticas afirmativas, bônus diferenciado 
para os candidatos e pesos para as provas. (p.5) 
 
A criação deste programa foi mais uma iniciativa do Governo Federal para satisfazer 
as políticas de acesso ao Ensino Superior, porém com o diferencial de um exame nacional 
para atender as instituições federais de Ensino Superior de todas as partes do país. 
 
3.4 O Programa Ciência sem Fronteiras 
 
O programa Ciência sem Fronteiras foi lançado oficialmente em 26 de julho de 2011, 
pelo ex-ministro da Educação, Aloísio Mercadante. O programa é uma política de governo 
para a formação de recursos humanos em universidades estrangeiras de alto nível, visando 
promover a internacionalização da ciência e tecnologia nacional, estimular pesquisas que 
gerem inovação, e, consequentemente, aumentar a competitividade das empresas brasileira. 
(BRASIL, 2011) 
O programa estimula a mobilidade para períodos de intercâmbio no exterior, de 
pesquisadores, cientistas, estudantes de graduação e de pós-graduação. O primordial objetivo 
é a mobilidade internacional de estudantes de graduação, pós-graduação, cursos técnicos, 
tecnólogos, de pessoal das empresas, docentes e pesquisadores. Além disso, visa criar 
oportunidades de cooperação entre grupos de pesquisa no Brasil e no exterior. 
21 
 
 O programa modalmente apoia a vinda de pesquisadores estrangeiros para o país 
como visitante, esse processo contribui para a internacionalização das universidades e de 
centros de pesquisa brasileiros, bem como para a maior visibilidade dessas instituições no 
exterior, estimulando o aumento da competitividade das empresas brasileiras e o crescimento 
da pesquisa aplicada, do desenvolvimento científico e tecnológico e da inovação no país. 
(AVEIRO,2014) 
O Ciência sem Fronteiras aderiu a utilização da nota do ENEM como indicador de 
mérito acadêmico atribuído aos candidatos da modalidade "Graduação Sanduíche" (parte da 
graduação no exterior) por sua consolidação como o principal parâmetro governamental de 
avaliação do desempenho dos estudantes brasileiros egressos do Ensino Médio, e sendo este 
progressivamente adotado pelas instituições de Ensino Superior no país como meio de 
aprovação ao nível superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESTRUTURA DO ENEM, MATEMÁTICA DO ENEM 
E TEORIA DA RESPOSTA AO ITEM (TRI) 
 
Neste capítulo, busca-se apresentar uma contextualização estrutural, como são 
elaboradas as provas do ENEM, focalizando no área da matemática e suas tecnologias, além 
de relatar como é feita a correção destas, baseando-se em informações apresentadas pelo 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, e documentos do 
Ministério da Educação. 
 
4.1 Estrutura do ENEM 
 
A estrutura conceitual de avaliação do ENEM vem se aprimorando desde sua primeira 
aplicação, criando uma articulação entre o conceito de educação básica e o de cidadania. O 
Exame Nacional do Ensino Médio tem por ênfase avaliar, sua prova apresenta conteúdos 
analiticamente mais ricos, voltados para o desenvolvimento do raciocínio e da capacidade de 
aprender a aprender. Inicialmente era formadopor uma única prova, multidisciplinar, com 
redação e 63 questões objetivas, baseadas em 21 habilidades, dentro de 5 competências. 
O Exame Nacional do Ensino Médio teve início em 1998 mas foi no ano de 2009 que 
ocorreu uma grande mudança. Em dezembro de 2008, técnicos do MEC e da Secretaria de 
Assuntos Estratégicos da Presidência da República apresentaram um estudo sobre 
reestruturação e expansão do Ensino Médio. O estudo previa expansão das matrículas, novo 
currículo e novo modelo pedagógico, com a intenção de ofertar uma educação “atrativa e de 
qualidade”. 
Conforme (BRASIL/ MEC, 2008): “o desafio é incluir mais de 50% dos jovens entre 
15 e 17 anos que não frequentavam o Ensino Médio.” Para colocar em prática esse plano 
seria preciso que o MEC passasse a ter maior influência sobre a definição dos currículos do 
Ensino Médio. Assim, o Ministério de Educação e Cultura implantou uma reformulação, 
alterando a sua estrutura, dividindo-o em áreas de conhecimento. Tal alteração na estrutura 
das provas, ficou conhecida popularmente como “Velho ENEM e Novo ENEM”. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
TABELA 01: A tabela a seguir apresenta, sinteticamente, as principais mudanças. 
 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O VELHO E O NOVO ENEM 
PRICIPAIS MUDANÇAS Até 2008 A partir de 2009 
FORMATO 63 questões de múltipla escolha + 
redação; 
180 questões de múltipla escolha + 
redação; 
DURAÇÃO 5 horas, em um único dia Atualmente o ENEM possui 
5h30mim no 1º dia e 5h no 2º dia. 
DISCIPLINAS COBRADAS Português, geografia, história, 
biologia, matemática, física e 
química, além da redação; 
Áreas do conhecimento: 
matemática, linguagens e códigos, 
ciências humanas e ciências da 
natureza, além da redação; 
CARACTERÍSTICAS DO 
EXAME 
Explorar as ligações 
interdisciplinares e o raciocínio 
lógico, avaliar a capacidade do 
aluno de resolver situações-
problema e interpretar textos e 
imagens; 
Interdisciplinaridade e 
contextualização, com ênfase nos 
conteúdos das áreas do 
conhecimento; 
DATAS Provas ocorriam em agosto, e a 
divulgação dos resultados era em 
novembro; 
Provas ocorrem em novembro, e a 
divulgação dos resultados em 
dezembro (testes) e janeiro 
(resultado final, com nota da 
redação); 
FONTE: Adaptado do ENEM Virtual 
 
O MEC buscou criar uma prova multidisciplinar, relacionando atualidades, fatos do 
cotidiano com os conteúdos trabalhados no Ensino Médio, de uma forma que não exija que o 
aluno decorre fórmulas, regras e conceitos. No lugar de questões divididas por disciplinas 
reestruturou a prova em 180 questões, separadas por áreas de conhecimento sendo elas: 
 Área: Ciências da Natureza e suas tecnologias (45 questões): História, Geografia, 
Filosofia e Sociologia; 
 Área: Ciências Humanas e suas tecnologias (45 questões): Química, Física e Biologia; 
 Área: Linguagens, Códigos e suas tecnologias (45 questões): Língua Portuguesa, 
Literatura, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Artes, Educação Física e Tecnologias da 
Informação; 
 Área: Matemática e suas tecnologias (45 questões): Matemática; 
A redação não apresentou mudanças, sendo escrito um texto em prosa, do tipo 
dissertativo-argumentativo, sobre um tema apresentado na prova, de ordem social, científica, 
cultural ou política. 
24 
 
O ENEM ocorre anualmente, geralmente no mês de novembro, em todo o Brasil e não é 
obrigatório. A Matemática e suas tecnologias costuma ser a área de conhecimento mais temida 
pelos alunos, composta com 45 questões de vários níveis de dificuldade. 
De acordo com o professor Eduardo Izidoro (2012), apud Lourenço e Prado (2012), a 
prova apresenta questões com vários níveis de dificuldade e as perguntas realmente 
complicadas são mais raras. A prova é “forrada” de gráficos, tabelas, esquemas e infográficos 
que devem ser interpretados com cuidado, porém, muito se engana quem acredita que se trata 
somente de uma prova de interpretação. Para ele, a análise dos dados apresentados é constante 
na prova, mas não é suficiente sem as aplicações de conhecimentos matemáticos específicos. 
No entanto, de acordo com Glenn Albert Jacques Van Amson (2002), apud Lourenço e 
Prado (2012), os conhecimentos específicos que a prova cobra são menos “cabeludos” do que 
se imagina. “Podemos dizer que 99% das perguntas englobam conteúdo do nono ano do 
Ensino Fundamental e primeiro ano do Ensino Médio”, afirma o professor. “Logaritmo já caiu 
na prova e exigiu que o candidato soubesse de cor suas propriedades, mas foi uma exceção” 
(VAN AMSON, 2002, apud Lourenço e Prado (2012). 
 
4.2 A matemática do ENEM 
 
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é realizado pelo Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC). A 
elaboração das questões são feitas por professores de várias universidades do país, sendo estas 
questões voltadas as quatro áreas do conhecimento (Ciências Humanas, Ciências da Natureza, 
Linguagens e Códigos e Matemática). Depois, essas perguntas são revisadas pelo INEP, para 
em seguida, comporem o pré-teste. 
Para o pré-teste das questões, o MEC realiza uma prova semelhante ao ENEM com 
alunos do Ensino Médio da rede pública, com 48 questões, diferentes entre si. Após, as 
questões entram para o Banco Nacional de Itens, que hoje tem mais de 10 mil questões. 
Conforme o resultado do pré-teste, as questões são classificadas em graus de 
dificuldade em uma escala numérica a partir de zero. Com a soma desses números, é montada 
uma régua, que tem uma média de mais ou menos 500 pontos, em que questões fáceis ficam 
abaixo de 500, médias em torno de 500 e, difíceis acima de 500 pontos. 
O site da Revista Abril apresenta a seguinte pergunta: 
COMO SE ATRIBUI A POSIÇÃO DA QUESTÃO NA RÉGUA? 
25 
 
Cada questão é submetida ao pré-teste de milhares de alunos. A tabulação de seus 
resultados quantifica três pontos essenciais de cada questão para garantir um exame de boa 
qualidade: 
a) Parâmetro de discriminação 
É a capacidade da questão de diferenciar os alunos em relação à dificuldade da 
questão. Alguns erram e outros acertam. Se o acerto e o erro são aleatórios, ou todos acertam, 
a questão não consegue dar informações sobre os alunos e tem de ser refeita. 
b) Parâmetro de dificuldade 
É o parâmetro que determina a posição da questão na régua. Para que seja possível 
distinguir um aluno de pouco conhecimento de outro mais bem preparado, o Enem precisa ter 
perguntas com níveis de dificuldade diferentes. 
c) Parâmetro de casualidade 
Mede qual é a probabilidade de a questão ser acertada por acaso. Esse parâmetro parte 
da ideia de que, quanto maior é a proficiência (conhecimento) do aluno, maior a probabilidade 
de acerto sem chute. Mas, se seu conhecimento é pequeno e a questão é difícil, o parâmetro 
indica alta probabilidade se o acerto ter sido por acaso. 
Segundo o Portal EBC (2016), não existe uma pontuação máxima e mínima fixada que 
o participante possa atingir no ENEM. Como os limites de escala variam conforme o nível de 
dificuldade das questões e o comportamento dos estudantes em cada pergunta, a pontuação 
sofre alterações a cada edição do exame. 
 As questões da área de matemática seguem a mesma base das demais, porém o 
desafio é de o aluno ser capaz de interpretar as informações, saber organizá-las, coordená-las 
adequadamente e projetar possibilidades, envolvendo o tom da novidade, de modo que os 
esquemas prévios já aprendidos não determinem totalmente a resolução do problema (Fini, 
2005). 
 
4.3 Teoria da Resposta ao Item (TRI) 
 
 O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) por sua vez utiliza o termo “Teoria da 
Respostaao Item (TRI)”, para a composição da nota dos participantes, o que gera certa 
curiosidade da população para saber mais a respeito dessa teoria. 
A TRI é matematicamente complexa, exigi a utilização de recursos computacionais 
específicos para a sua aplicação. De acordo com Andrade, D. F. e Tavares e Valle (2000), a 
Teoria da Resposta ao Item (TRI) é uma metodologia que sugere formas de representar a 
26 
 
relação entre a probabilidade de um indivíduo dar uma certa resposta a um item e seus traços 
latentes. Sendo uma poderosa ferramenta estatística que surgiu para suprir as necessidades 
decorrentes das limitações da Teoria Clássica da Medida (TCM) ou Teoria Clássica do Teste 
(TCT), teoria que tradicionalmente era, e ainda é, utilizada nas avaliações. 
No ENEM, com a utilização do TRI houve mudanças em relação ao TCM, a mais 
importante é a forma como a TRI trata o teste. Por exemplo, na TRI, os itens do teste são 
avaliados conjuntamente, enquanto que na TCM cada item equivale a uma pontuação 
independente de outro. A TRI consegue identificar aqueles candidatos que tentam a sorte, ou 
seja, “chutam”, penalizando a nota do mesmo, também ressalta aqueles que acertam as 
questões de forma mais coerente, ou seja, aqueles que acertam mais questões fáceis do que 
difíceis. 
Segundo o Portal do MEC (2010), com a TRI, o conjunto de modelos matemáticos 
usados no ENEM permite que os exames tenham o mesmo grau de dificuldade. Testadas antes 
da prova, as questões ganham um peso que varia de acordo com o desempenho dos estudantes 
nos pré-testes — quanto mais alunos acertam uma determinada pergunta, menor o peso que 
ela terá na prova porque o grau de dificuldade é supostamente menor. 
No Brasil, a TRI é usada desde 1995, inicialmente era utilizada nas provas do Sistema 
Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), este que foi substituído pelo ENEM. Em 
2009, passou a ser utilizada pelo ENEM com o objetivo de garantir a comparação das notas 
do exame daquele ano com os seguintes. 
A nota final é calculada de acordo com a Teoria da Resposta ao Item (TRI), considera 
o número de acertos e a dificuldade das questões. Sendo assim, dois alunos que acertaram a 
mesma quantidade de perguntas, não necessariamente tem a mesma pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
5 METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
Neste capítulo, será apresentado o objetivo desta pesquisa, bem como definido os 
procedimentos utilizados e seu delineamento metodológico, buscando responder o problema 
de pesquisa que define-se como: “Realizar uma análise das questões de Matemática do 
ENEM, no período de 2013 a 2017, no intuito de observar características das questões e 
identificar os conhecimentos mais frequentemente cobrados nestas provas.” 
 
5.1 Delineamento da pesquisa 
 
Para este trabalho realizou-se uma pesquisa descritiva, focando em um estudo mais 
detalhado, com levantamento, análise e interpretação de dados. Observando, tendo 
precauções, para não influenciar nos resultados obtidos. Pois, neste modelo de pesquisa as 
respostas se resumem a dados qualitativos e, principalmente, quantitativos. Para a coleta 
dessas informações, utiliza-se as provas do ENEM do período de 2013 a 2017, no que diz 
respeito aos conteúdos de matemática. 
Além disto, utilizou-se do recurso de pesquisa exploratória, tendo em vista que visou-se 
proporcionar maior familiaridade com o fato, a fim de torná-lo mais claro. A pesquisa 
envolveu um estudo bibliográfico, através de leituras, fichamentos, de teóricos como: 
CATANI (2006), FINI (2005), LOURENÇO E PRADO (2012), FENNER et al. (2014). 
 
5.2 Técnicas e definição da amostra 
 
O ENEM possui 20 edições, como amostra para levantamento de dados, utilizou-se as 
provas matemáticas de suas 5 últimas edições, sendo elas referentes aos anos de 2013, 2014, 
2015, 2016 e 2017. Foram analisados quais conteúdos matemáticos aparecem com mais 
frequência em suas provas. Baseando-se na resposta de cada questão. 
Os conteúdos matemáticos analisados foram os seguintes: 
 ÁLGEBRA 
 ANÁLISE COMBINATÓRIA 
 ARITMÉTICA 
 EQUACÕES ALGÉBRICAS 
 ESCALA, RAZÃO E PROPORÇÃO 
 ESTATÍSTICA 
 FUNÇÕES 
 GEOMETRIA ANÁLITICA 
28 
 
 GEOMETRIA ESPACIAL 
 GEOMETRIA PLANA 
 LOGARITMOS 
 LÓGICA 
 PORCENTAGEM 
 PROBABILIDADE 
 PROGRESSÃO ARITMÉTICA 
 PROGRESSÃO GEOMÉTRICA 
 TRIGONOMETRIA 
 
Ressaltasse que outros conteúdos matemáticos não foram elencados, pois, não 
apareceram dentro das questões matemáticas cobradas nestas edições do ENEM. Vale 
lembrar, que o exame apresenta no primeiro dia de provas, cadernos de 1 a 4 nas cores: 
amarelo, azul, branca e rosa. Já no segundo dia de aplicação teremos os cadernos de 5 a 8, 
com substituição da cor branca pela prova cinza, sendo que os outros cadernos manterão as 
mesmas cores do primeiro dia. 
Como a prova matemática ocorre no segundo dia de provas, já se descarta o caderno 
branco. Os cadernos utilizados para a amostra são o de cor amarelo referentes aos anos (2013, 
2014, 2015 e 2016) e o azul referente ao ano de 2017. Diferentes cadernos de provas não 
alteram os conteúdos das provas, apenas são utilizados para redistribuir a ordem aleatória das 
questões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
6 ANÁLISE DE DADOS 
 
Este levantamento mostra quais foram os temas mais cobrados nas provas de 
matemática do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), entre 2013 e 2017. Dos dados 
compilados, os assuntos que mais aparecem são escala, razões e proporções, e geometria 
(analítica, espacial e plana). No total, o conteúdo de geometria corresponde a 32,44% de todas 
as questões. A matriz dos conteúdos gira em torno dos conhecimentos citados no item 5.2. 
Veja abaixo a porcentagem de questões do ENEM relativas a cada um destes conteúdos: 
FIGURA 02: Gráfico da porcentagem de questões em relação aos conteúdos 
analisados entre os anos de 2013 à 2017. 
 
FONTE: Criado pelo autor. 
 
A seguir elencamos as quantidades de questões de cada conteúdo presente nas provas 
do ENEM (2013-2017), exemplificando-as com modelos de questões do Site Curso Objetivo 
Vestibulares, sendo todas disponíveis em: http://www.cursoobjetivo.br/vestibular/resolucao 
_comentada/enem.asp 
 
30 
 
1º lugar: geometria (32,44%) 
Das 225 questões de matemática nas últimas cinco edições do ENEM, 73 pediram sobre 
geometria, segundo o levantamento. Sendo: 
 Geometria Analítica, 16 questões, (7,11%) 
 Geometria Espacial, 24 questões, (10,67%) 
 Geometria Plana, 33 questões, (14,67%) 
Segue abaixo alguns exemplos de questões geométricas: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
2º lugar: escala, razão e proporção (14,67%) 
Das 225 questões de matemática nas últimas cinco edições do ENEM, 33 pediram 
sobre escala, razão e proporção, segundo o levantamento. 
Veja abaixo um exemplo de escala, razão e proporção: 
 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
3º lugar: aritmética e estatística (9,78%) cada 
Aritmética e estatística aparecem empatadas no levantamento. Ambas tiveram 22 
questões cobradas, dentro das 225 questões analisadas. 
Segue exemplos de questões aritméticas e estatísticas: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
 
4º lugar: probabilidade (8,44%) 
Probabilidade aparece com 19 questões pedidas. 
Exemplo de questão de probabilidade: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
33 
 
5º lugar: funções (8%) 
18 questões cobradas. Exemplo: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares34 
 
6º lugar: porcentagem (6,22%) 
Porcentagem aparece com 14 questões durante os cinco anos, ressaltasse que no 
último ano (2017) o exame não cobrou nenhuma questão especificadamente de porcentagem. 
Segue o exemplo: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
 
 
 
 
 
35 
 
7º lugar: equações algébricas (3,11%) 
Equações algébricas contam com 7 questões pedidas, sendo que apenas no primeiro 
ano analisado (2013) não foram cobrada no exame. Veja o exemplo: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
8º lugar: análise combinatória (2,22%) 
Análise combinatória, 5 questões pedidas dentro dos cinco anos, porém sendo 3 no 
ano de 2013 e 2 no ano de 2017. Exemplo: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
9º lugar: logaritmos e progressão aritmética (1,33%) 
Logaritmos e progressão aritmética, cada uma com 3 questões cobradas dentre as 225 
analisadas. Veja o exemplo: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
37 
 
10º lugar: lógica e trigonometria (0,89%) 
Lógica e trigonometria, ambas com duas questões cobradas, aparecem somente no ano 
de 2017. Exemplos: 
 
FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
11º lugar: álgebra e progressão geométrica (0,44%) 
Álgebra e progressão geométrica, possui apenas 1 questão cobrada no exame, cada. 
Sendo álgebra no ano de 2017, e progressão geométrica no ano de 2015. Segue as questões: 
 FONTE: Site Objetivo Vestibulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
7 CONCLUSÃO 
 
 
O desenvolvimento do presente estudo bibliográfico possibilitou obter dados mais 
consistentes sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), elencou fatos importantes na 
história do exame, etapas de elaboração e correção das provas, objetivos do exame com 
programas de adesão ao Ensino Superior. Além disso, também permitiu uma análise 
panorâmica das questões matemáticas do exame, entre os anos de 2013 à 2017, dividindo-as 
em conteúdos específicos dentro da área de conhecimento, Matemática e suas tecnologias. 
Ao fazer a análise verificou-se que as questões buscam criar uma articulação entre o 
conceito de educação e o de cidadania. Já as questões matemáticas possuem um embasamento 
teórico muito rico analiticamente, voltadas ao desenvolvimento do raciocino e a capacidade 
de aprender a aprender, exigem interpretação das mesmas. Porém somente entender as 
questões não basta é preciso ter domínio das propriedades matemáticas. 
Dentro da análise das 225 questões, quando as dividimos em conteúdos matemáticos, 
conseguimos mostrar a porcentagem que cada conteúdo foi cobrado, dentro dos últimos 5 
anos de exame. A Figura 02, nós traz um gráfico com a porcentagem de cada questão, 
mostrando o conteúdo de geometria com 32,44%, ou seja, 73 questões entre as 225. 
Para mais, também foi evidenciado a forma de correção das provas, através da Teoria 
de Resposta ao Item (TRI), ferrramenta esta que busca avaliar o aluno da melhor forma. Com 
esta forma de avaliação verificamos que alunos com mesmo número de acertos não precisam 
ter a mesma nota obrigatoriamente. 
Dados números e a importância do assunto, torna-se necessário por meio de discentes 
e docentes o desenvolvimento de formas de agilizar e aprofundar os seus estudos, focando em 
conteúdos mais frequentes, porém sem ignorar os demais conteúdos. Neste sentido, a 
utilização deste trabalho ajudará o aluno buscar o êxito no Exame Nacional do Ensino Médio. 
Fica claro ainda, a importância da compreensão conceitual dos objetivos matemáticos e não 
simplesmente a manipulação algébrica de algoritmos para resolver determinada aplicação, 
visto que através da apropriação do conceito o sujeito terá maior possibilidade de êxito para 
emprega-lo em diferentes contextos e/ou situações. 
 
 
40 
 
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43 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
ANEXO A – Tabela com a coleta de dados. 
 
FONTE: Criado pelo autor 
 
 
45 
 
ANEXO B – Quantidade e porcentagem de questões 
 
FONTE: Criado pelo autor 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
ANEXO C – Provas do ENEM.

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