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APOSTILA POLÍCIA RODOVIÁRIO FEDERAL APOSTILA 2 GPS

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Disciplinas: 
 
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA 
 
LEGISLAÇÃO RELATIVA AO DPRF
 
 
 
 
2 
NOÇÕES DE DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
01. CONCEITO 
Maria Sylvia Zanella: 
"Ramo do Direito Público que tem por objeto os 
órgãos e pessoas jurídicas administrativas que 
integram a Administração Pública, a atividade ju-
rídica não contenciosa que exerce e os bens de 
que se utiliza para a consecução de seus fins, de 
natureza pública". 
 
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA. 
 
Conceito Estado – segundo ensina a doutrina 
tradicional, o Estado é uma associação humana 
(povo), radicada em base espacial (território), 
que vive sob o comando de uma autoridade (po-
der), não sujeita a qualquer outra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Povo – corresponde a um conceito jurídico polí-
tico. (São os natos + naturalizados). 
 
 
3 
População (conceito numérico) número de pes-
soas existentes em determinado espaço territo-
rial em certo tempo. 
Cidadão – povo no exercício do direito político. 
 
Território corresponde a um conceito jurídico e, 
não meramente geográfico. Navios e aeronaves 
pertencentes ao Governo brasileiro, ou a seu ser-
viço são considerados território nacional onde 
quer que se encontrem. 
 
 
 
Organização – União; Estados; DF e Municípios – 
todos autônomos. Art 18 CF/88. 
 
Conceito de Governo – na verdade, o governo ora 
se identifica com os Poderes e órgãos supremos 
do Estado, ora se apresenta nas funções originá-
rias desses Poderes 
 
O governo atua mediante atos de soberania ou, 
pelo menos, de autonomia política na condução 
dos negócios públicos. É Poder político – tempo-
ral. 
 
 
 
 
 
Conceito de Administração Pública - é todo o 
aparelhamento do Estado preordenado à realiza-
ção de serviços visando a satisfação das neces-
sidades coletivas. Não pratica atos de governo, 
mas tão-somente atos de execução. (são os cha-
mados atos administrativos). 
 
Sentido Subjetivo e Objetivo 
a) Sentido Subjetivo (orgânico ou formal) – 
“Quem realiza”. 
- Entes que exercem a atividade administrativa 
(atividade jurídica não contenciosa) => compre-
ende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públi-
cos. 
b) Sentido Objetivo (material ou funcional) – “O 
que realiza”. 
– fomento; 
– polícia administrativa; 
– serviço público (prestação); 
– intervenção na atividade econômica. 
 
• Fontes 
– Lei – É a fonte primária. (sentido am-
plo Constituições, Leis ...) 
– Doutrina; Jurisprudência; Costumes. 
 
 
 
 
4 
“Art. 37 - A administração pública direta e indi-
reta de qualquer dos Poderes da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios obe-
decerá aos princípios de legalidade, impessoali-
dade, moralidade, publicidade e eficiência”. 
Sua principal característica é serem de obser-
vância obrigatória a União, Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios. São eles : 
 L EGALIDADE 
 I IMPESSOALIDADE 
 M ORALIDADE 
 P UBLICIDADE 
 E FICIÊNCIA 
 
PRINCÍPIOS PREVISTOS NA LEI DO PROCESSO 
ADMINISTRATIVO 
A Lei nº 9.784, de 29.01.1999, art. 2º, prevê que A 
Administração Pública obedecerá, dentre outros, 
aos princípios da : 
supremacia do interesse público sobre o inte-
resse particular 
indisponibilidade 
finalidade, 
motivação, 
razoabilidade e proporcionalidade, 
ampla defesa e contraditório, 
segurança jurídica, 
autotutela 
 
02. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRA-
TIVA 
 
A organização político-administrativa brasi-
leira compreende a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, todos autônomos nos 
termos da Constituição (CF/88, art. 18, caput). 
A administração Direta e Indireta de qualquer 
dos Poderes da União dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princí-
pios da legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência.....”.(CF/88, art. 37, ca-
put) Assim, em uma primeira classificação a 
Administração Pública compreende a : 
 Administração Federal; 
 Administração Estadual, 
 Administração do Distrito Federal; e 
 Administração Municipal. 
 Cada uma destas Administrações se sub-
divide em : Administração Direta e Administra-
ção Indireta. 
ÓRGÃOS PÚBLICOS 
• Para Hely Meirelles órgãos públicos “são 
centros de competência instituídos para 
o desempenho de funções estatais, atra-
vés de seus agentes, cuja atuação é im-
putada à pessoa jurídica a que perten-
cem”. Por isso mesmo, os órgãos não 
têm personalidade jurídica nem vontade 
própria, que são atributos do corpo e não 
das partes". 
Classificação dos órgãos públicos 
Hely Meirelles classifica os órgãos públicos 
quanto á posição estatal, ou seja, relativa-
mente á posição ocupada pelos mesmos na 
escala governamental ou administrativa, em 
: independentes, autônomos, superiores e 
subalternos. 
ÓRGÃOS INDEPENDENTES : são os originá-
rios da Constituição, colocados no ápice da 
pirâmide governamental, sem qualquer su-
bordinação hierárquica ou funcional, e só su-
jeitos aos controles constitucionais de um 
Poder pelo outro. São chamados de órgãos 
primários do Estado. Esses órgãos detêm e 
exercem as funções políticas, judiciais e 
quase-judiciais outorgadas diretamente pela 
Constituição, para serem desempenhadas 
diretamente pelos seus membros (agentes 
políticos, distintos de seus servidores, que 
são agentes administrativos). 
São exemplos : 
 
 
5 
• Casas legislativas - Congresso Nacional, 
Câmara dos Deputados, Senado Federal, 
Assembleias Legislativas, Câmaras de 
Vereadores. 
• Chefias do Executivos – Presidência da 
República, Governadorias, Prefeituras. 
• Tribunais de Contas – da União, dos Es-
tados, dos Municípios 
ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: são os localizados na 
cúpula da Administração, imediatamente abaixo 
dos órgãos independentes e diretamente subor-
dinados a seus chefes. Têm ampla autonomia 
administrativa, financeira e técnica, caracteri-
zando-se como órgãos diretivos com funções 
precípuas de planejamento, supervisão, coor-
denação e controle das atividades que consti-
tuem sua área de competência. São exemplos 
: 
 Ministérios, Secretarias Estaduais, Se-
cretarias Municipais. 
 Advocacia-Geral da União, Procuradorias 
dos Estados e Municípios. 
ÓRGÃOS SUPERIORES: não gozam de autono-
mia administrativa nem financeira, que são atri-
butos dos órgãos independentes e dos autôno-
mos a que pertencem. Sua liberdade funcional 
restringe-se ao planejamento e soluções técni-
cas, dentro de sua área de competência, com 
responsabilidade pela execução, geralmente a 
cargo de seus órgãos subalternos. 
São exemplos: 
 Gabinetes; 
 Procuradorias Administrtivas e Judiciais; 
 Coordenadorias; 
 Departamentos; 
 Divisões. 
ÓRGÃOS SUBALTERNOS: destinam-se á reali-
zação de serviços de rotina, tarefas de formali-
zação de atos administrativos, com reduzido po-
der decisório e predominância de atribuições 
de execução, a exemplo das atividades-meios e 
atendimento ao público 
São exemplos . 
 Portarias; 
 Seções de expediente 
 
 
 DescENTralização é a distribuição de 
competências entre Entidades de uma 
para outra pessoa, ou seja, pressupõe a 
existência de duas pessoas, entre as 
quais se repartem as competências. 
 DescOncentração é a distribuição de 
competências entre Órgãos dentro da 
mesma pessoa jurídica, para desconges-
tionar, desconcentrar, um volume grande 
de atribuições, e permitir o seu mais ade-
quado e racional desempenho. 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA 
UNIÃO: 
Administração Direta e Indireta: 
A Administração direta é composta pelos ór-
gãos integrantes da Presidência da Repú-
blica e pelos Ministérios. 
LEI Nº 10.683, DE 28 DE MAIO DE 2003 
Parágrafo único. São Ministros de Estado: 
 os titularesdos Ministérios, 
 o Chefe da Casa Civil da Presidência 
da República, 
 o Chefe do Gabinete de Segurança 
Institucional da Presidência da Repú-
blica, 
 o Chefe da Secretaria-Geral da Presi-
dência da República, 
 o Chefe da Secretaria de Relações 
Institucionais da Presidência da Re-
pública, 
 o Chefe da Secretaria de Comunica-
ção Social da Presidência da Repú-
blica, 
 o Chefe da Secretaria Especial de Po-
líticas de Promoção da Igualdade Ra-
cial, 
 o Advogado-Geral da União, 
 
 
 
 
6 
 o Ministro de Estado do Controle e da 
Transparência e 
 o Presidente do Banco Central do Bra-
sil. (Redação dada pela Medida Provisó-
ria nº 419, de 2008) 
 
Autarquias 
Definição do art. 5º, I, do DL 200/67: "o serviço autô-
nomo, criado por lei, com personalidade jurídica, pa-
trimônio e receita próprios, para executar atividades 
típicas de administração pública, que requeiram para 
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e 
financeira descentralizada". 
=> Só podem ser criadas por lei específica (art. 37, 
XIX, CF) . 
Ex: Bacen, INSS, CVM, USP, etc. 
 
Fundações Públicas 
 Fundações são pessoas de direito público de na-
tureza autárquica. Lei complementar deve definir sua 
área de atuação. 
Criação autorizada por lei (art 37, XIX, CF), com regis-
tro em órgão competente; 
 Regime de pessoal - Estatutário (L 8112/90) ou Ce-
letista (L 9962/01). 
 Exs.: ENAP; IBGE, FUNAI, IPEA (Inst de pesq. 
Econ. Aplicada). 
 
Empresas Públicas. 
 Capital – 100% público; 
 Assume forma societária admitida em direito; 
=> Justiça Federal é competente para julgar ações em 
que é parte empresa pública federal. 
=> Deve-se entender que a supremacia acionária es-
teja na órbita Federal . 
 Art. 173, § 1º - CF => Estabelece que lei criará um 
estatuto jurídico das SEM e EP. 
 Criação e Extinção: art. 37, XIX exige-se lei especí-
fica para a autorização de sua instituição. Logo só 
por lei podem ser extintas. 
 Exs.: ECT; CEF; EMBRAPA. 
Sociedade de Economia Mista. 
 capital 50% + 1 ação é pública; 
 forma societária, S/A 
 seus feitos são julgados na justiça estadual; 
 Criação e Extinção: art. 37, XIX exige-se lei especí-
fica para a autorização de sua instituição. Logo só 
por lei podem ser extintas. 
SEM => prestadoras de serviço público não estão su-
jeitas à falência (art. 242 da lei nº 6.404). 
 
 
As Diferenças entre EP x SEM 
a) EP => só recursos de pessoas jurídicas de direito 
público e entidades de administração indireta. 
 SEM => recursos públicos e privados (>50% + uma 
na esfera federal) 
b) EP => podem adotar qualquer forma societária. 
SEM => sociedade anônima. 
c) EP (federal) => feitos perante a Justiça Federal (art. 
109, CF) 
SEM => feitos perante a Justiça Estadual. 
 
Pontos comuns das Entidades 
a) patrimônio próprio; 
b) personalidade jurídica; 
c) lei de licitações; 
d) supervisão Ministerial; 
e) controle pelo TCU; 
f) Art. 37, II - concurso público para ingresso. 
 
AGENTES PÚBLICOS: espécies e classificação, po-
deres, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e fun-
ção pública. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Mpv/419.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Mpv/419.htm
 
 
7 
 
 
 
Poderes, deveres e prerrogativas dos Agentes 
Públicos. 
 
Subdivide-se em: 
 dever de eficiência; 
 dever de probidade (Lei 8429/92); 
 dever de prestar contas. 
 
Cargo – são lugares criados, por lei nos órgãos, para 
serem providos por gentes que exercerão as suas 
funções na forma legal, podendo ser temporário ou 
efetivo. O cargo é do órgão e o agente é investido no 
cargo. 
 
Função – é a atribuição ou conjunto de atribuições 
que a administração confere a cada categoria profis-
sional ou comete individualmente a determinados 
servidores para a execução de serviços eventuais. 
Diferencia-se, basicamente, do cargo em comissão 
pelo fato de não titularizar cargo público. 
 
Emprego Público. É o trabalho, o ofício, exercido por 
um servidor em caráter permanente, sob o regime da 
Consolidação das Leis do trabalho. 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
 Trata-se de um instrumento que a ordem jurídica 
coloca a disposição do poder público, que tem por 
finalidade tornar efetiva sua atuação. 
PODERES ADMINISTRATIVOS: 
 Poder Vinculado; 
 Poder discricionário; 
 Poder Hierárquico; 
 Poder Disciplinar; 
 Poder Regulamentar; 
 Poder de Polícia; 
 
 Uso e Abuso do Poder. 
 
Poder Vinculado: É aquela situação em que o agir do 
agente da administração pública está previsto em lei, 
ou seja, ele age pré-condicionado emitindo uma 
carga menor de valor. 
 
Poder Discricionário: o que prepondera é um juízo de 
valor em termos de oportunidade e conveniência, ou 
seja, a ordem jurídica coloca à disposição do agente 
a possibilidade de opção. 
 
Poder Hierárquico: é aquele que tem por finalidade 
ordenar os órgãos e cargos públicos em níveis ge-
rando a atribuição de fiscalizar, avocar, controlar, su-
pervisionar, etc. 
 
Poder disciplinar: tem por finalidade a punição ou 
não do servidor, art. 5º inciso LIV, LV CF/88. O exer-
cício do poder disciplinar pressupõe a existência de 
regular processo administrativo em que se assegure 
contraditório e a ampla defesa. 
 
Poder Regulamentar: ver art. 84 inciso IV CF/88. Art. 
49 inciso V, CF/88. Tem por finalidade explicitar o 
conteúdo da Lei, possibilitando a sua efetivação, ou 
seja, dar condições a que se exercite o direito pre-
visto na Lei. 
 
É de se notar que a CF/88, art. 84, inc VI; (acres-
centado pela EC n. 32/2000) possibilitou a edição 
de decretos autônomos 
 
 
 
 
 
8 
Poder de Polícia: “Considera-se poder de polícia a ati-
vidade da administração pública que, limitando o dis-
ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de in-
teresse público...” (Código Tributário Nacional, art. 78, 
primeira parte)” 
 
Características ou Atributos do Poder de Polícia: 
 Discricionariedade; 
 auto-executoriedade; e 
 coercibilidade . 
 
 
 
O abuso do poder ocorre quando a autoridade, 
embora competente para praticar o ato, ultrapassa os 
limites de suas atribuições ou se desvia das finalida-
des administrativas. 
O constituinte trouxe o mandado de segurança, 
cabível contra ato de qualquer autoridade (CF, art. 5º, 
LXIX, e Lei 1.533/51), e assegurou a toda pessoa o di-
reito de representação contra abusos de autoridades 
(art. 5º XXXIV, e a Lei 4.898/65 ). 
 
ATO ADMINISTRATIVO: 
 Conceito, 
 requisitos, 
 perfeição, 
 validade, 
 eficácia, 
 atributos, 
 extinção, 
 desfazimento e sanatória, 
 classificação, 
 espécies e exteriorização, 
 vinculação e discricionariedade. 
 
CONCEITO 
H.LM – “é toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, agindo 
nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e de-
clarar direitos, ou impor obrigações aos adminis-
trados ou a si própria”. 
 
Características do ato administrativo: 
a) declaração jurídica que produz efeitos 
jurídicos; 
b) provém do Estado ou de quem esteja investido 
em prerrogativas estatais; 
c) é exercido no uso de prerrogativas públicas, 
portanto, de autoridade, sob regência do Direito 
Público; 
d) providências jurídicas complementares da lei 
ou excepcionalmente da Constituição; 
e) sujeita-se a exame de legitimidade por órgão 
jurisdicional. 
 
Perfeição, Validade e Eficácia 
- perfeição - ato produzido em absoluta confor-
midade - situação do ato cujo ciclo de formação 
está concluído; 
- validade - observadas as exigências do sistema 
normativo; 
- eficácia - disponível para produzir efeitos pró-
prios, típicos (não depende de termo, condição). 
 
Elementos ou requisitos do Ato Administrativo 
- Competência (sujeito)- autor do ato; 
- Finalidade - bem jurídico a que o ato deve aten-
der 
- Forma - revestimento externo do ato; 
 
 
9 
- Motivo - situação objetiva que autoriza ou exige 
a prática do ato(de fato e de direito); 
- Objeto (conteúdo) - disposição jurídica expres-
sada pelo ato; 
 
Teorias dos Motivos Determinantes - enunciados os 
motivos pelo agente, estes aderem ao ato, devendo 
ser provado que ocorreram e que justificaram o ato. 
 
 
Atributos dos Atos Administrativos 
a) presunção de legitimidade; 
b) imperatividade; 
c) exigibilidade; 
d) executoriedade ou auto-executoriedade; 
e) tipicidade. 
 
Classificação dos Atos Administrativos 
 
QUANTO AO DESTINATÁRIO 
Atos Gerais  ato abstrato - alcança um número 
indeterminado de pessoas e situações. Ex.: regu-
lamento; edital de concurso público. 
Atos Individuais ato concreto - alcança um 
único caso. Ex.: exoneração de um servidor; 
QUANTO AO ALCANCE: 
Atos internos e externos 
QUANTO À PRERROGATIVA: 
Atos de gestão, de império e de expediente 
QUANTO AO REGRAMENTO: 
- Discricionários  há margem de liberdade para 
a Administração decidir. Ex.: porte de arma; 
- Vinculados - não há liberdade para a Adminis-
tração decidir. Ex.: aposentadoria, a pedido, por 
ter completado o tempo para aposentadoria 
 
Quanto aos efeitos: 
- constitutivos. A administração reconhece o di-
reito que não era comprovado. Ex.: tempo de ser-
viço sem carteira. 
- declaratórios. O direito já existe, a administra-
ção atesta, certidão de tempo de serviço com car-
teira. 
 
Quanto à composição da vontade produtora do ato: 
- ato simples - declaração jurídica de um órgão; 
- atos complexos - conjugação da vontade de 
dois ou mais órgãos. Ex.:Decreto do Executivo 
referendado pelo Ministro de Estado. 
- ato composto – declaração jurídica de um órgão 
formando um ato, porém sem eficácia que de-
pende da verificação por parte de outro para se 
tornar exeqüível. PGR - MSZD 
 
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO 
Normativos - são aqueles que contém um co-
mando geral do executivo visando a correta apli-
cação da lei. Ex.: Decretos; Regulamentos; Regi-
mentos e Resoluções. 
 
 
Atos Ordinatórios: são os que visam a 
disciplinar o funcionamento da Adminis-
tração e a conduta funcional de seus 
 
 
 
 
10 
agentes; emanam do poder hierárquico; 
só atuam no âmbito interno das reparti-
ções e só alcançam os servidores hierar-
quizados à chefia que os expediu; dentre 
os atos ordinatórios merecem exame: 
 
 
 
 
Atos Negociais: são todos aqueles que 
contêm uma declaração de vontade da 
Administração apta a concretizar deter-
minado negócio jurídico ou a deferir 
certa faculdade ao particular, nas condi-
ções impostas ou consentidas pelo Po-
der Público; enquadram-se os seguintes 
atos administrativos: 
 
 
 
 
 
 
Atos enunciativos: são todos aqueles em 
que a Administração se limita a certificar 
ou atestar um fato, ou emitir uma opinião 
sobre determinado assunto, sem se vin-
cular ao seu enunciado; dentre os mais 
comuns estão os seguintes: 
 
 
 
 
11 
 
 
Certidões (Administrativas): são cópias 
ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos 
ou fatos constantes no processo, livro ou 
documento que se encontre nas reparti-
ções públicas; o fornecimento de certi-
dões é obrigação constitucional de toda 
repartição pública, desde que requerida 
pelo interessado; devem ser expedidas 
no prazo improrrogável de 15 dias, con-
tados do registro do pedido. (Lei 9051/95) 
 
Atestados: são atos pelos quais a Adminis-
tração comprova um fato ou uma situação 
de que tenha conhecimento por seus órgãos 
competentes. 
 
Pareceres: são manifestações de órgão téc-
nicos sobre assuntos submetidos à sua 
consideração; tem caráter meramente opi-
nativo; 
 
Normativo: é aquele que, ao ser aprovado 
pela autoridade competente, é convertido 
em norma de procedimento interno; 
 
Técnico: é o que provém de órgão ou agente 
especializado na matéria, não podendo ser 
contrariado por leigo ou por superior hierár-
quico. 
 
Apostilas: são atos enunciativos ou declara-
tórios de uma situação anterior criada por 
lei. 
 
Atos Punitivos: são os que contêm uma san-
ção imposta pela Administração àqueles 
que infringem disposições legais, regula-
mentares ou ordinatórias dos bens e servi-
ços públicos; visam a punir e reprimir as in-
frações administrativas ou a conduta irregu-
lar dos servidores ou dos particulares pe-
rante a Administração. 
 
 
 
 
Extinção, desfazimento e sanatória. 
 
 
Extinção do ato eficaz 
 O ato eficaz é o que esta produ-
zindo os efeitos para os quais foi 
preordenado. Essa espécie de ato 
extingue-se: 
 pelo cumprimento de seus efeitos; 
 pelo desaparecimento do sujeito 
da relação jurídica; 
 pelo desaparecimento do objeto da 
relação jurídica; 
 pela retirada do ato; 
 e pela renúncia. 
 
Retirada 
 A edição de um ato administra-
tivo cujo objeto é a retirada de outro do or-
denamento jurídico impõe a esse ato a sua 
extinção. 
 
 
 
 
12 
A retirada pode dar-se: 
 por revogação, 
 por invalidação, 
 por cassação, 
 por caducidade, e 
 por contraposição. 
 
Extinção: As formas mais usuais de extin-
ção do ato administrativo são a revogação e 
anulação. 
A revogação - é a supressão de um ato 
administrativo legítimo e eficaz, realizada 
pela Administração. A revogação opera 
efeitos “ex nunc”, ou seja, não retroage. 
Vale de sua decretação em diante. 
Anulação – pode ser decretada pela pró-
pria Administração ou pelo judiciário. 
Sua fundamentação sempre será a ilega-
lidade do ato. Opera efeitos “ex tunc”, ou 
seja, retroage à data da produção do ato. 
 
 
Recusa 
 A recusa não se confunde com a re-
núncia. Na recusa, rejeita-se o que ainda 
não se possui; na renúncia, rejeita-se o 
que já se possui. 
 
Revogação da revogação e repristinação. 
 O ato de revogação pode ser revo-
gado? A resposta é não. O ato de revoga-
ção é um ato administrativo consumado, 
e como tal não existe mais. A ressalva é 
feita para o caso de no ato revogador 
constar a hipótese de restauração do ato 
revogado. 
 
 
Sanatória – a sanatória do ato adm. é o 
seu conserto e aproveitamento, ou seja, 
a superação de seus defeitos, para que 
se alcance sua validade, eficácia e exe-
qüibilidade. 
 
Convalidação – é o suprimento da invali-
dade de um ato com efeitos retroativos. 
- Há de haver interesse público; 
- Não prejudicar terceiros de boa-fé; 
É poder discricionário da Administração, 
art. 55, Lei Federal, 9.784/99 “regula o 
processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal”. 
- Somente os atos anuláveis podem ser 
convalidados. 
 
 
 
 
CONTRATO DE GESTÃO 
 
Com o objetivo de alcançar melhores re-
sultados na Administração Pública, cria-
ram-se novos instrumentos no âmbito do 
Direito Público, para conferir maior auto-
nomia aos entes administrativos ou esta-
belecer parcerias com entidades priva-
das sem fins lucrativos. Dentre tais medi-
das, sobressai o contrato de gestão. 
 
Com a Emenda Constitucional nº 19/98, o 
contrato de gestão passou para a alçada 
constitucional com previsão no art. 37, § 
8º: “a autonomia gerencial, orçamentária 
e financeira da administração direta e in-
direta poderá ser ampliada mediante con-
 
 
13 
trato, a ser firmado entre seus adminis-
tradores e o poder público, que tenha por 
objeto a fixação de metas de desempe-
nho para o órgão ou entidade, cabendo à 
lei dispor sobre: 
I – o prazo de duração do contrato; 
II – os controles e critérios de avaliação 
de desempenho, direitos, obrigações e 
responsabilidade dos dirigentes; 
III – a remuneração do pessoal”. 
 
 
Diante desse panorama, pode-se separar 
três situações distintas frente ao instituto 
contrato de gestão: 
- contrato entre o Poder Público e enti-
dades da Administração Indireta;- “contrato” entre órgãos; 
- contrato entre o Poder Público e “or-
ganizações sociais”. 
 
A organização social 
A organização social é uma qualificação, 
um título, que a Administração outorga a 
uma entidade privada, sem fins lucrati-
vos, para que ela possa receber determi-
nados benefícios do Poder Público (dota-
ções orçamentárias, isenções fiscais 
etc.), para a realização de seus fins, que 
devem ser necessariamente de interesse 
da comunidade. 
Foi a denominação que o legislador re-
solveu outorgar àquelas entidades, em 
substituição ao desmoralizado título de 
utilidade pública, concedido a entidades 
assistenciais que de beneficentes só ti-
nham o rótulo, por servirem a interesses 
particulares. 
Nos termos da Lei federal n. 9.637, de 
18.5.1998, o Poder Executivo poderá qua-
lificar como organizações sociais pes-
soas jurídicas de direito privado, sem 
fins lucrativos, cujas atividades sociais 
sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa ci-
entífica, ao desenvolvimento tecnoló-
gico, à proteção e preservação do meio 
ambiente, à cultura e à saúde, atendidos 
os requisitos previstos nesse mesmo di-
ploma. 
 
Quais são os requisitos básicos? 
 Não podem ter finalidade lucrativa e 
todo e qualquer legado ou doação rece-
bida deve ser incorporado ao seu patri-
mônio; de igual modo, os excedentes 
financeiros decorrentes de suas ativi-
dades; 
 Finalidade social em qualquer das 
áreas previstas na lei: ensino, saúde, 
cultura, ciência, tecnologia e meio am-
biente; 
 Possuir órgãos diretivos colegiados, 
com a participação de representantes 
do Poder Público e da comunidade; 
 publicidade de seus atos; 
 Submissão ao controle do Tribunal de 
Contas dos recursos oficiais recebidos 
(o que já existe); 
 Celebração de um contrato de gestão 
com o Poder Público, para a formação 
da parceria e a fixação das metas a se-
rem atingidas e o controle dos resulta-
dos. 
Os Estados e Municípios perante a Lei fe-
deral n. 9.637/98? 
Na verdade, os Estados e Municí-
pios, se quiserem se utilizar dessa nova 
forma de parceria na sua administração 
deverá aprovar suas próprias leis. Deve-
se lembrar que a matéria diz respeito à 
forma de prestação de serviços de com-
petência da respectiva entidade estatal. 
Por conseguinte, somente a entidade es-
tatal competente pode legislar sobre o 
tema. 
 A Lei n. 9.637/98 não é uma lei naci-
onal, cujas normas gerais seriam aplicá-
 
 
 
 
14 
veis aos Estados e Municípios, tanto as-
sim que ela não faz menção ao assunto, 
como ocorre, por exemplo, com a Lei Ge-
ral de Licitações e Contratos (Lei n. 
8.666/93, art. 1º, parágrafo único). 
 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS; conceito, classifica-
ção, regulamentação e controle; formas, 
meios e requisitos; delegação; concessão, 
permissão e autorização. 
 
Definição de HLM: “É todo aquele prestado 
pela Administração ou por seus delegados, sob 
normas e controles estatais, para satisfazer ne-
cessidades essenciais ou secundárias da coleti-
vidade ou simples conveniência do Estado”. 
Nessa definição, três elementos são essen-
ciais para configurar o serviço público, quais se-
jam: 
 o elemento subjetivo, 
 o formal e 
 o material. 
O elemento subjetivo caracteriza a compe-
tência do Estado para definir o termo serviço pú-
blico (artigo 175, da Constituição Federal). 
Quanto ao aspecto formal, verifica-se que o 
serviço público é regido pelo regime jurídico de 
direito público, podendo, quando a lei permitir, 
utilizar-se de instituto de direito privado. 
Por fim, o elemento material é aquele que 
considera o serviço público como uma atividade 
de interesse público, ou seja, tem por objetivo 
primordial o atendimento às necessidades públi-
cas. Serviços públicos – propriamente ditos, são 
os que a Administração presta diretamente à co-
munidade, por reconhecer sua essencialidade e 
necessidade para a sobrevivência do grupo so-
cial e do próprio Estado. 
 
Serviços de utilidade pública – são os que 
a Administração, reconhecendo a sua conveni-
ência (não essencialidade, nem necessidade) 
para os membros da coletividade, presta-os di-
retamente ou aquiesce em que sejam prestados 
por terceiros (concessionários, permissionários 
ou autorizatários), nas condições regulamenta-
das e sob seu controle, mas por conta e risco 
dos prestadores, mediante remuneração dos 
usuários. Ex.: serviços de transporte coletivo, 
energia elétrica, gás, telefone. 
Serviços próprios do Estado - são aque-
les que se relacionam intimamente com as atri-
buições do Poder Público (segurança, polícia, 
higiene e saúde pública) e para a execução dos 
quais a Administração usa da sua supremacia 
sob os administrados. Por esta razão só podem 
ser prestados por órgãos ou entidades da Admi-
nistração Pública, sem delegação a particulares. 
Serviços impróprios do Estado – são os 
que não afetam substancialmente as necessida-
des da comunidade, mas satisfazem interesses 
comuns de seus membros, e, por isso, a Admi-
nistração os presta remuneradamente por seus 
órgãos ou entidades descentralizadas (autar-
quias, empresas públicas, sociedades de eco-
nomia mista, fundações governamentais), ou 
delega sua prestação a concessionários, per-
missionários ou autorizatários. 
Serviços administrativos - são os que a 
Administração executa para atender a suas ne-
cessidades internas 
Serviços industriais - são os que produzem 
renda para quem os presta, mediante a remune-
ração da utilidade usada ou consumida, remu-
neração,esta, que, tecnicamente se denomina 
tarifa ou preço público, por ser sempre fixada 
pelo Poder Público. 
Serviço “uti universi” ou gerais – são 
aqueles que a administração presta sem ter usu-
ários determinados, para atender a coletividade 
no seu todo. Ex.: de polícia, iluminação pública, 
calçamento e outros. 
Serviço “uti singuli” ou individuais – são 
os que têm usuários determinados e utilização 
particular mensurável para cada destinatário. 
 
 
15 
Ex.: telefone, água e energia elétrica domicilia-
res. 
 
Requisitos do Serviço e Direitos do Usuá-
rio: 
 Cortesia – (um bom tratamento); 
 Continuidade – (não pode sofre solução 
de continuidade); 
 Eficiência – (bom resultado, sem desper-
diço, obter o máximo com o mínimo); 
 Segurança – (não se deve colocar em 
risco o usuário. Peças impróprias devem 
ser removidas o renovar o equipamento); 
 Atualidade – (utilização de equipamentos 
modernos, oferecer o que há de melhor, 
dentro das possibilidades da outorga); 
 Regularidade – (ser segundo padrões de 
qualidade e quantidade impostos pela ad-
ministração pública, tendo em vista o nú-
mero e as exigências dos usuários); 
 Modicidade – (taxas ou tarifas justas, pa-
gas pelos usuários para remunerar o 
prestador); 
 Mutabilidade do regime- pode alterar o re-
gime de prestação sem consultar os 
agentes e os usuários; e 
 Generalidade – (ser igual para todos – 
art. 37, CF – impessoalidade e igualdade). 
 
O controle do serviço público e sua devida 
regulamentação 
É o poder público quem tem a tarefa de 
controlar e regular os serviços públicos. 
Mesmo quando o Estado delega a terceiro a 
execução de determinada atividade, tem este 
o dever de regular e controlar o que irá ser 
exercido. 
Assim, qualquer irregularidade ou não 
cumprimento das condições impostas ge-
rará a imediata intervenção do Poder Pú-
blico. 
Da competência 
Em relação á competência para realiza-
ção do serviço público, esta se divide em 
competência: executiva e legislativa. 
 
 
 
 
Forma de prestação dos serviços públi-
cos - O serviço público pode ser realizado de 
forma centralizada, descentralizada, descon-
centrada, de execução direta ou indireta. 
A forma centralizada ocorre quando é de 
exclusiva responsabilidade do Poder Público 
a execução do serviço público, sendo que 
este o exerce com seus próprios órgãos. 
A descentralizaçãodo serviço se dá 
quando o Poder Público transfere a outrem a 
titularidade ou execução do serviço, sendo 
esta caracterizada com a outorga ou delega-
ção da execução á autarquias, entidades pa-
raestatais, empresas privadas ou particula-
res individualmente. 
A outorga é caracterizada pela transfe-
rência do serviço através de lei, enquanto a 
delegação configura a transferência medi-
ante contrato (concessão) ou ato unilateral 
(permissão ou autorização). 
O serviço desconcentrado é aquele onde 
a Administração Pública o executa de forma 
centralizada, no entanto, o distribui entre vá-
rios órgãos da mesma entidade, facilitando, 
dessa forma, sua obtenção pelos usuários. 
 
 
 
 
16 
A execução direta do serviço é aquela re-
alizada pelos meios da pessoa responsável 
por sua prestação. Há a realização pr quem 
tem o dever direto de fazê-lo. Já a execução 
indireta é realizada por terceiros. 
Há outorga quando o Estado cria uma en-
tidade (autarquia, fundação pública ou esta-
tais) e a ela transfere, por lei, determinado 
serviço público ou de utilidade pública. 
Há delegação quando o Estado transfere, 
por contrato (concessão) ou ato unilateral 
(permissão ou autorização), 
 
Convênios administrativos 
a) Conceitos 
 – “acordos firmados por entidades públi-
cas de qualquer espécie, ou entre estas e or-
ganizações particulares, para realização de 
objetivos de interesse comum dos partíci-
pes.” (Hely Lopes Meirelles). 
Consórcios – LEI Nº 11.107, DE 6 DE 
ABRIL DE 2005. 
Esta Lei dispõe sobre normas gerais para 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios contratarem consórcios públicos 
para a realização de objetivos de interesse 
comum e dá outras providências. 
Consórcios – LEI Nº 11.107, DE 6 DE 
ABRIL DE 2005. 
 § 1o O consórcio público constituirá as-
sociação pública ou pessoa jurídica de di-
reito privado. 
§ 2o A União somente participará de con-
sórcios públicos em que também façam 
parte todos os Estados em cujos territórios 
estejam situados os Municípios consorcia-
dos. 
Art. 5o O contrato de consórcio público 
será celebrado com a ratificação, mediante 
lei, do protocolo de intenções. 
Art. 6o O consórcio público adquirirá per-
sonalidade jurídica: 
 I – de direito público, no caso de 
constituir associação pública, mediante a vi-
gência das leis de ratificação do protocolo de 
intenções; 
 II – de direito privado, mediante o 
atendimento dos requisitos da legislação ci-
vil. 
Art. 6o 
 § 1o O consórcio público com perso-
nalidade jurídica de direito público integra a 
administração indireta de todos os entes da 
Federação consorciados. 
 § 2o No caso de se revestir de perso-
nalidade jurídica de direito privado, o con-
sórcio público observará as normas de di-
reito público no que concerne à realização de 
licitação, celebração de contratos, prestação 
de contas e admissão de pessoal, que será 
regido pela Consolidação das Leis do Traba-
lho - CLT. 
 Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da 
Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passam 
a vigorar com a seguinte redação: 
"Art.23. ......................................................... 
§ 8o No caso de consórcios públicos, apli-
car-se-á o dobro dos valores mencionados 
no caput deste artigo quando formado por 
até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, 
quando formado por maior número." (NR) 
"Art. 24. 
................................................................ 
XXVI – na celebração de contrato de pro-
grama com ente da Federação ou com enti-
dade de sua administração indireta, para a 
prestação de serviços públicos de forma as-
sociada nos termos do autorizado em con-
trato de consórcio público ou em convênio 
de cooperação. 
Parágrafo único. Os percentuais referi-
dos nos incisos I e II do caput deste artigo 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.107-2005?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.107-2005?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.107-2005?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.107-2005?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
 
 
17 
serão 20% (vinte por cento) para compras, 
obras e serviços contratados por consórcios 
públicos, sociedade de economia mista, em-
presa pública e por autarquia ou fundação 
qualificadas, na forma da lei, como Agências 
Executivas." (NR) 
 
 
CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚ-
BLICO 
Conceito e Noções Gerais 
O art. 175 da CF dispõe que “incumbe ao 
poder público, na forma da lei, diretamente 
ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de 
serviços públicos”. 
A concessão pode ser contratual ou legal. 
É contratual quando se concede a prestação 
de serviços públicos aos particulares. É legal 
quando a concessão é feita a entidades au-
tárquicas e paraestatais. 
 
Principais características da concessão de 
serviço público: 
a) exige licitação – art. 2o da Lei 8666/93 
e art. 175, caput; 
b) natureza jurídica contratual sujeito ao 
regime jurídico de Direito Público. Possibilita 
alteração unilateral do ajuste pela Adminis-
tração (são as cláusulas exorbitantes); 
c) é bilateral por enlaçar direitos e obriga-
ções recíprocas; 
d) delega-se apenas a execução do ser-
viço, de tal sorte que a titularidade continua 
a pertencer ao Poder Público, que regula-
menta e fiscaliza a forma como o particular 
executa o ajuste. O serviço é realizado em 
seu nome, por sua conta e risco, sendo re-
munerado por tarifas (pagas pelos usuários 
do serviço); 
e) o ajuste celebrado é intuitu personae 
ou “em razão da pessoa”, o que significa di-
zer que o particular não poderá transferir a 
responsabilidade pela execução do serviço a 
outrem, sem autorização expressa da Admi-
nistração Pública”. 
 
PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. 
 Segundo as lições de Celso Anto-
nio Bandeira de Mello, “é o ato unilateral e 
precário, intuito personae, através do qual o 
Poder Público transfere a alguém o desem-
penho de serviço de sua alçada, proporcio-
nando, à moda do que faz a concessão,a pos-
sibilidade de cobrança de tarifas dos usuá-
rios.” 
 
 
Principais características da permissão 
de serviço público: 
a) exige licitação – art. 175 CF/88 e art. 2o da 
Lei 8666/93. 
b) celebrado por meio de contrato de adesão 
que, apesar desse nome, permite a revogação e 
alteração unilateral do ajuste pela Administra-
ção; 
c) é unilateral, discricionário e precário: po-
dendo, dessa forma, ser alterado unilateral-
mente pela Administração Pública, inclusive re-
vogando-o por motivo de conveniência e opor-
tunidade, sem que o permissionário nada possa 
fazer; 
d) tal qual a concessão, delega-se apenas a 
execução do serviço, de tal sorte que a titulari-
dade continua a pertencer ao Poder Público, que 
regulamenta e fiscaliza a forma como o particu-
lar executa o ajuste; 
e) o ajuste celebrado é intuitu personae ou 
“em razão da pessoa”, idêntico à concessão. 
 
 
 
 
 
18 
Autorização de Serviço Público 
“A autorização de serviço público é ato uni-
lateral pelo qual a Administração, discricio-
nariamente, faculta o exercício de atividade 
material, tendo, como regra, caráter precário. 
 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Art. 37. A administração pública direta e indi-
reta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios obedecerá aos princípios: 
 l egalidade, 
 I mpessoalidade, 
 m oralidade, 
 p ublicidade, e 
 e ficiência e, também, ao seguinte: 
 
PODERESADMINISTRATIVOS: 
 Poder Vinculado; 
 Poder discricionário; 
 Poder Hierárquico; 
 Poder Disciplinar; 
 Poder Regulamentar; 
 Poder de Polícia; 
 Uso e Abuso do Poder. 
 Poder Hierárquico: é aquele que tem 
por finalidade ordenar os órgãos e 
cargos públicos em níveis gerando a 
atribuição de fiscalizar, avocar, con-
trolar, supervisionar, etc. 
 
 
O controle administrativo deriva do poder-
dever de autotutela que a Administração tem 
sobre seus próprios atos e agentes. 
Controle interno – é todo aquele realizado 
pela entidade ou órgão responsável pela ati-
vidade controlada, no âmbito da própria Ad-
ministração. 
Controle externo - é o que se realiza por ór-
gão estranho à Administração responsável 
pelo ato controlado, como p. ex.: a aprecia-
ção das contas do Executivo e do Judiciário 
pelo Legislativo; a auditoria do Tribunal de 
Contas sobre a efetivação de determinada 
despesa do Executivo; anulação de um ato 
do Executivo por determinação do Judiciá-
rio; a sustação de ato normativo do Execu-
tivo pelo Legislativo (CF, art. 49, V). 
 
 
 
19 
Meios de Controle Administrativo 
 
Os meios de controle administrativo, de um 
modo geral dividem-se em: 
 fiscalização hierárquica; 
 supervisão ministerial; e 
 recursos administrativos. 
 
 
Controle do Judiciário 
ART. 5º ............................................... 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do 
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
É o exercido privativamente pelos órgãos do 
Poder Judiciário sobre os atos administrati-
vos do Executivo, do Legislativo e do próprio 
Judiciário, quando realiza atividades admi-
nistrativas. 
Controle do Judiciário - É um controle a pos-
teriori, unicamente de legalidade, por restrito 
à verificação da conformidade do ato com a 
norma legal que o rege. 
Não pode o Judiciário pronunciar-se sobre 
conveniência e oportunidade ou eficiência 
do ato em exame, ou seja, sobre o mérito ad-
ministrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
Controle Legislativo 
 É o exercido pelos órgãos legisla-
tivos (Congresso Nacional, Assembléias Le-
gislativas e Câmaras de Vereadores) inclu-
sive suas comissões parlamentares sobre 
determinados atos do Executivo na dupla li-
nha da legalidade e da conveniência pública, 
pelo quê caracteriza-se como um controle 
eminentemente político, objetivando os su-
periores interesses do Estado e da comuni-
dade. 
 
 
21 
Controle Legislativo 
Segundo Caio Tácito “ o controle do Le-
gislativo sobre a Administração Pública, es-
pecialmente nos governos presidencialistas, 
é caracteristicamente de efeito indireto. 
Não pode o Congresso Nacional anular 
atos administrativos ilegais, nem exercer so-
bre as autoridades executivas poderes de hi-
erarquia ou de tutela”. 
Art. 49. É da competência exclusiva do 
Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre trata-
dos, acordos ou atos internacionais que 
acarretem encargos ou compromissos gra-
vosos ao patrimônio nacional; 
IV - aprovar o estado de defesa e a inter-
venção federal, autorizar o estado de sítio, 
ou suspender qualquer uma dessas medi-
das; 
V - sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder regula-
mentar ou dos limites de delegação legisla-
tiva; 
IX - julgar anualmente as contas presta-
das pelo Presidente da República e apreciar 
os relatórios sobre a execução dos planos de 
governo; 
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou 
por qualquer de suas Casas, os atos do Po-
der Executivo, incluídos os da administração 
indireta; 
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Se-
nado Federal, ou qualquer de suas Comis-
sões, poderão convocar Ministro de Estado 
ou quaisquer titulares de órgãos diretamente 
subordinados à Presidência da República 
para prestarem, pessoalmente, informações 
sobre assunto previamente determinado, im-
portando crime de responsabilidade a ausên-
cia sem justificação adequada. 
§ 1º Os Ministros de Estado poderão com-
parecer ao Senado Federal, à Câmara dos 
Deputados ou a qualquer de suas comis-
sões, por sua iniciativa e mediante entendi-
mentos com a Mesa respectiva, para expor 
assunto de relevância de seu Ministério. 
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados 
e do Senado Federal poderão encaminhar 
pedidos escritos de informação a Ministros 
de Estado ou a qualquer das pessoas referi-
das no caput deste artigo, importando em 
crime de responsabilidade a recusa, ou o não 
atendimento, no prazo de trinta dias, bem 
como a prestação de informações falsas. 
Art. 51. Compete privativamente à Câ-
mara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus mem-
bros, a instauração de processo contra o 
Presidente e o Vice-Presidente da República 
e os Ministros de Estado; 
II - proceder à tomada de contas do Presi-
dente da República, quando não apresenta-
das ao Congresso Nacional dentro de ses-
senta dias após a abertura da sessão legisla-
tiva; 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Ca-
sas terão comissões permanentes e tempo-
rárias, constituídas na forma e com as atri-
buições previstas no respectivo regimento 
ou no ato de que resultar sua criação. 
§ 2º Às comissões, em razão da matéria 
de sua competência, cabe: 
II - realizar audiências públicas com enti-
dades da sociedade civil; 
III - convocar Ministros de Estado para 
prestar informações sobre assuntos ineren-
tes a suas atribuições; 
IV - receber petições, reclamações, repre-
sentações ou queixas de qualquer pessoa 
contra atos ou omissões das autoridades ou 
entidades públicas; 
V - solicitar depoimento de qualquer au-
toridade ou cidadão; 
VI - apreciar programas de obras, planos 
nacionais, regionais e setoriais de desenvol-
vimento e sobre eles emitir parecer. 
 
 
 
 
22 
§ 3º As comissões parlamentares de in-
quérito, que terão poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais, além de 
outros previstos nos regimentos das respec-
tivas Casas, serão criadas pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal, em con-
junto ou separadamente, mediante requeri-
mento de um terço de seus membros, para a 
apuração de fato determinado e por prazo 
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, 
encaminhadas ao Ministério Público, para 
que promova a responsabilidade civil ou cri-
minal dos infratores. 
 
Da Fiscalização Contábil, Financeira e Or-
çamentária 
Art. 70. A fiscalização contábil, finan-
ceira, orçamentária, operacional e patrimo-
nial da União e das entidades da administra-
ção direta e indireta, quanto à legalidade, le-
gitimidade, economicidade, aplicação das 
subvenções e renúncia de receitas, será 
exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle 
interno de cada Poder. 
Parágrafo único. Prestará contas qual-
quer pessoa física ou jurídica, pública ou pri-
vada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie 
ou administre dinheiros, bens e valores pú-
blicos ou pelos quais a União responda, ou 
que, em nome desta, assuma obrigações de 
natureza pecuniária. 
Art. 71. O controle externo, a cargo do 
Congresso Nacional, será exercido com o 
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao 
qual compete: 
II - julgar as contas dos administradores 
e demais responsáveis por dinheiros, bens e 
valores públicos da administração direta e 
indireta, incluídas as fundações e socieda-
des instituídas e mantidas pelo poder pú-
blico federal, e as contas daqueles que de-
rem causa a perda, extravio ou outra irregu-
laridade de que resulte prejuízo ao erário pú-
blico; 
III - apreciar, para fins de registro, a le-
galidade dos atos de admissão de pessoal, a 
qualquer título, na administração direta e in-
direta, incluídDo Ministério Público 
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câ-
mara dos Deputados, do Senado Federal, de 
comissão técnica ou de inquérito, inspeções 
e auditorias de naturezacontábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial, nas 
unidades administrativas dos Poderes Legis-
lativo, Executivo e Judiciário, e demais enti-
dades referidas no inciso II; 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de 
ilegalidade de despesa ou irregularidade de 
contas, as sanções previstas em lei, que es-
tabelecerá, entre outras cominações, multa 
proporcional ao dano causado ao erário; 
IX - assinar prazo para que o órgão ou en-
tidade adote as providências necessárias ao 
exato cumprimento da lei, se verificada ilega-
lidade; 
X - sustar, se não atendido, a execução do 
ato impugnado, comunicando a decisão à Câ-
mara dos Deputados e ao Senado Federal; 
XI - representar ao Poder competente so-
bre irregularidades ou abusos apurados. 
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação 
será adotado diretamente pelo Congresso Na-
cional, que solicitará, de imediato, ao Poder 
Executivo as medidas cabíveis. 
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder 
Executivo, no prazo de noventa dias, não efe-
tivar as medidas previstas no parágrafo ante-
rior, o Tribunal decidirá a respeito. 
 
 
Do Ministério Público 
Art. 127. O Ministério Público é instituição 
permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe: 
 a defesa da ordem jurídica, 
 
 
23 
do regime democrático; e 
dos interesses sociais e individuais indispo-
níveis. 
Art. 129. São funções institucionais do Minis-
tério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal 
pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos poderes pú-
blicos e dos serviços de relevância pública 
aos direitos assegurados nesta Constitui-
ção, promovendo as medidas necessárias a 
sua garantia; 
III - promover o inquérito civil e a ação civil 
pública, para a proteção do patrimônio pú-
blico e social, do meio ambiente e de outros 
interesses difusos e coletivos; 
IV - promover a ação de inconstitucionali-
dade ou representação para fins de interven-
ção da União e dos Estados, nos casos pre-
vistos nesta Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e inte-
resses das populações indígenas; 
VI - expedir notificações nos procedimentos 
administrativos de sua competência, requisi-
tando informações e documentos para ins-
truí-los, na forma da lei complementar res-
pectiva; 
VII - exercer o controle externo da atividade 
policial, na forma da lei complementar men-
cionada no artigo anterior; 
VIII - requisitar diligências investigatórias e a 
instauração de inquérito policial, indicados 
os fundamentos jurídicos de suas manifesta-
ções processuais; 
IX - exercer outras funções que lhe forem 
conferidas, desde que compatíveis com sua 
finalidade, sendo-lhe vedada a representa-
ção judicial e a consultoria jurídica de entida-
des públicas. 
 
 
RESPONSABILIDADE 
CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO 
Esta responsabilidade se relaciona à repara-
ção de danos causados a terceiros em decor-
rência das atividades ou omissões do Es-
tado, como por exemplo : 
acidente de trânsito provocado por veículo 
oficial ou buracos em vias públicas. 
A doutrina atribui outros nomes a esta maté-
ria tais como : 
 responsabilidade extracontratual 
do Estado (Maria Sylvia Zanella di 
Pietro); 
 responsabilidade patrimonial extra-
contratual do Estado (Celso Antô-
nio); 
 responsabilidade civil do Estado 
(José dos Santos Carvalho Filho) 
Trata-se de responsabilidade objetiva ou 
sem culpa, com base na teoria do risco admi-
nistrativo. 
A Constituição da República Federativa do 
Brasil de 05/10/1988, no § 6º do art. 37 : 
“ As pessoas jurídicas de direito público e as 
de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
ros, assegurado o direito de regresso contra 
o responsável nos casos de dolo ou culpa” 
Ação regressiva – ação do Estado contra o 
agente causador do dano. Como a responsa-
bilidade do Estado é (objetiva), não precisa 
comprovar dolo ou culpa do agente causa-
dor do prejuízo experimentado pelo terceiro. 
Basta tão somente, que este terceiro, de-
monstre a relação de causa e efeito existente 
entre a ação do agente público e o prejuízo 
experimentado por ele. 
Assim o fazendo o Estado é obrigado a inde-
nizá-lo. Porém, caberá ação de regresso do 
Estado contra o agente; só que agora deverá 
existir dolo ou culpa do agente (subjetiva). 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
CAUSAS DE EXCLUSÃO TOTAL OU PAR-
CIAL DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
 
TEORIA DO RISCO INTEGRAL - ocorrência 
de força maior- expressa em fatos da natu-
reza, irresistíveis tais como : terremoto, 
chuva de granizo, tornado, queda de raio, 
inundação; 
 culpa exclusiva da vítima; 
 culpa de terceiros; 
 Culpa recíproca. 
 
 
 
 
03. BENS 
 
 
CONCEITO: 
Em sentido amplo, bem é aquilo que 
pode ser suscetível de se tornar objeto do 
direito. 
Em sentido restrito significam apenas 
as coisas que são objeto do direito, que for-
mam nosso patrimônio, a nossa riqueza, 
com valor econômico. 
DOMINIO PÚBLICO: 
Conceito: 
em sentido amplo é o poder de dominação 
ou de regulamentação que o Estado exerce so-
bre os bens de seu patrimônio (bens públicos) 
ou sobre os bens do patrimônio privado (bens 
particulares de interesse público) ou sobre as 
coisas inapropriáveis (rios, lagos, ar, natureza) 
individualmente, mas de fruição geral da coleti-
vidade. 
Dominus: domínio = dono = senhor 
Domínio Eminente: é geral, sobre todas 
as coisas de seu território (soberania nacio-
nal interna) 
Domínio Patrimonial: é sobre os bens 
pertencentes as entidades públicas (direito 
de propriedade) 
Jus utendi: usar 
Jus fruendi: fruir (colher frutos) 
Jus abutendi: abusar (dispor livre-
mente). 
Enquanto o domínio patrimonial se res-
tringe aos bens públicos, o domínio emi-
nente é geral, em todo território. 
BENS PÚBLICOS 
Conceito: 
em sentido amplo são todas as coisas 
corpóreas ou incorpóreas, móveis ou imó-
veis, semoventes, créditos, direito e ações 
que pertençam a qualquer título as entidades 
estatais, fundacionais, autárquicas e paraes-
tatais. 
 
 
25 
Código Civil 
Dos Bens Públicos 
Art. 98. São públicos os bens do domí-
nio nacional pertencentes às pessoas jurídi-
cas de direito público interno; todos os ou-
tros são particulares, seja qual for a pessoa 
a que pertencerem. 
Art. 99. São bens públicos: 
I -os de uso comum do povo, tais como 
rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifí-
cios ou terrenos destinados a serviço ou es-
tabelecimento da administração federal, es-
tadual, territorial ou municipal, inclusive os 
de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o pa-
trimônio das pessoas jurídicas de direito pú-
blico, como objeto de direito pessoal, ou 
real, de cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em 
contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito 
público a que se tenha dado estrutura de di-
reito privado. 
 
UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS 
 
Utilização dos bens públicos: se desti-
nam ao uso comum do povo ou a uso espe-
cial, o Estado interfere como poder adminis-
trador, disciplinando e policiando a conduta 
do público e dos usuários especiais; 
Uso Comum do Povo: é todo aquele que 
se reconhece à coletividade em geral sobre 
os bens públicos, sem discriminação de usu-
ários ou ordem especial para sua fruição; 
não exige qualquer qualificação ou consenti-
mento especial; os usuários são anônimos, 
indeterminados, e os bens utilizados o são 
por todos os membros da coletividade. 
Uso Especial: é todo aquele que, por um 
título individual, a Administração atribui a 
determinada pessoa para fruir de um bem 
público com exclusividade, nas condições 
convencionadas. 
As formas administrativas para o uso es-
pecial são:Autorização de uso: é o ato unilateral, 
discricionário e precário pelo qual a Admi-
nistração consente na prática de determi-
nada atividade individual incidente sobre um 
bem público. 
Permissão de uso: é o ato negocial, uni-
lateral, discricionário e precário através do 
qual é facultado ao particular a utilização in-
dividual de determinado bem público. 
Cessão de uso: é a transferência gra-
tuita da posse de um bem público de uma en-
tidade ou órgão para outro, a fim de que o 
cessionário o utilize nas condições estabele-
cidas no respectivo termo, por tempo certo 
ou indeterminado. 
Concessão de uso: é o contrato admi-
nistrativo pelo qual é atribuída a utilização 
exclusiva de um bem de seu domínio a parti-
cular, para que o explore segundo sua desti-
nação específica. 
Concessão de direito real de uso: é o 
contrato pelo qual é transferido o uso renu-
merado ou gratuito de terreno público a par-
ticular, como direito real resolúvel, para que 
dele se utilize em fins específicos de urbani-
zação, industrialização, edificação, cultivo 
ou qualquer outra exploração de interesse 
social. 
Enfiteuse ou aforamento: é o instituto 
civil que permite ao proprietário atribuir a ou-
trem o domínio útil de imóvel, pagando a pes-
soa que o adquire (enfiteuta) ao senhorio di-
reto uma pensão ou foro, anual, certo e inva-
riável. (CC, art. 678). 
 
Impenhorabilidade e não oneração dos 
Bens Públicos: os bens públicos são em re-
gra, imprescritíveis, impenhoráveis e não su-
jeitos a oneração. 
 
 
 
 
26 
Imprescritibilidade: decorre como con-
seqüência lógica de sua inaliebilidade origi-
nária; se os bens são inalienáveis, ninguém 
pode os adquirir enquanto guardarem essa 
condição. 
Impenhorabilidade: decorre de preceito 
constitucional que dispões sobre a forma 
pela qual serão executadas as sentenças ju-
diciárias contra a Fazenda Pública. 
Não oneração: a impossibilidade de 
oneração dos bens públicos é indiscutível di-
ante de sua inaliebilidade e impenhorabili-
dade. 
 
Aquisição de bens pela Administração: 
são feitas contratualmente, pelos instrumen-
tos comuns de Direito Privado, sob forma de 
compra, permuta, doação, dação em paga-
mento, ou se realizam compulsoriamente, 
por desapropriação ou adjudicação em exe-
cução de sentença, ou ainda, se efetivam por 
força de lei, na destinação de áreas públicas 
nos loteamentos e na concessão de domínio 
de terras devolutas; a aquisição onerosa de 
imóvel depende de autorização legal e avali-
ação prévia; deve constar de processo regu-
lar no qual se especifiquem as coisas a se-
rem adquiridas e sua destinação. 
 
 
ALIENAÇÃO 
Alienação é toda transferência de pro-
priedade, remunerada ou gratuita, sob a 
forma de venda, permuta, doação, dação em 
pagamento, investidura, legitimação de 
posse ou concessão de domínio. 
Em princípio, toda alienação de bem pú-
blico depende de lei autorizadora, de licita-
ção e de avaliação da coisa a ser alienada, 
mas casos há de dispensa dessas formalida-
des. 
DESAFETAÇÃO 
 é a passagem ou a transferência por lei, 
de bens da categoria dos indisponíveis para 
a categoria dos disponíveis, visando uma 
subseqüente alienação 
Art. 100. Os bens públicos de uso co-
mum do povo e os de uso especial são inali-
enáveis, enquanto conservarem a sua quali-
ficação, na forma que a lei determinar. 
Art. 101. Os bens públicos dominicais 
podem ser alienados, observadas as exigên-
cias da lei. 
Doação é o contrato pelo qual uma pes-
soa (doador), por liberalidade, transfere um 
bem do seu patrimônio para o de outra (do-
natário), que o aceita (CC, art. 1.165). 
A doação só se aperfeiçoa com a aceita-
ção do donatário, seja pura ou com encargo. 
Dação em pagamento é a entrega de um 
bem que não seja dinheiro para solver dívida 
anterior. 
A coisa dada em pagamento pode ser de 
qualquer espécie e natureza, desde que o 
credor consinta no recebimento em substi-
tuição da prestação que lhe era devida (CC, 
art. 995). 
Permuta, troca ou escambo é o contrato 
pelo qual as partes transferem e recebem um 
bem, uma da outra, bens, esses, que se subs-
tituem reciprocamente no patrimônio dos 
permutantes. 
Investidura é a incorporação de uma 
área pública, isoladamente inconstruível, ao 
terreno particular confinante que ficou afas-
tado do novo alinhamento em razão de alte-
ração do traçado urbano. 
Esse clássico conceito doutrinário me-
rece, atualmente, ampliação, no sentido de 
abranger qualquer área inaproveitável isola-
damente, remanescente ou resultante de 
obra pública (art. 15, § 2º, do Dec.-lei 
2.300/86) uma vez que esta pode afetar tam-
bém os terrenos rurais. 
 
 
27 
Os bens públicos são, em regra, impres-
critíveis, impenhoráveis e não sujeitos a one-
ração. Vejamos a razão de ser desses atribu-
tos, que tem fundamentos constitucionais e 
legais, além de encontrarem plena justifica-
ção na prática administrativa. 
Art. 100. Os bens públicos de uso co-
mum do povo e os de uso especial são inali-
enáveis, enquanto conservarem a sua quali-
ficação, na forma que a lei determinar. 
Art. 101. Os bens públicos dominicais 
podem ser alienados, observadas as exigên-
cias da lei. 
Art. 102. Os bens públicos não estão su-
jeitos a usucapião. 
STF Súmula nº 340 
 Desde a vigência do Código Civil, os 
bens dominicais, como os demais bens pú-
blicos, não podem ser adquiridos por usuca-
pião. 
A imprescritibilidade dos bens públicos de-
corre como conseqüência lógica de sua inalie-
nabilidade originária. E é fácil demonstrar a as-
sertiva: se os bens públicos são originariamente 
inalienáveis, segue-se que ninguém os pode ad-
quirir enquanto guardarem essa condição. A 
impenhorabilidade dos bens públicos de-
corre de preceito constitucional que dispõe 
sobre a forma pela qual serão executadas as 
sentenças judiciárias contra a Fazenda Pú-
blica, sem permitir a penhora de seus bens. 
Admite, entretanto, o seqüestro da 
quantia necessária à satisfação do débito, 
desde que ocorram certas condições proces-
suais (CF, art. 100). 
 
INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE E ATUA-
ÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
Os fundamentos da intervenção na pro-
priedade e atuação no domínio econômico 
repousam na necessidade de proteção do 
Estado aos interesses da comunidade; os in-
teresses coletivos representam o direito de 
maior número e, por isso mesmo, quando em 
conflito com os interesses individuais, estes 
cedem àqueles, em atenção ao direito da 
maioria, que é a base do regime democrático 
e do Direito Civil moderno. 
Propriedade e domínio econômico: A 
propriedade é um direito individual, mas con-
dicionado ao bem estar da comunidade; ad-
mite limitações ao seu uso e restrições ao 
seu conteúdo em benefício da comunidade. 
A CF garante a propriedade, mas per-
mite a desapropriação; e lhe atribui a função 
social; No domínio econômico a CF assegura 
a liberdade de iniciativa, mas, no interesse 
do desenvolvimento nacional e da justiça so-
cial, impondo regras. 
 
A intervenção na propriedade incide so-
bre os bens; 
A intervenção no domínio econômico in-
cide sobre a atividade lucrativa exercida pela 
empresa, como instrumento de iniciativa pri-
vada. 
Bem-estar social: é o bem comum, o 
bem do povo em geral; é o escopo da justiça 
social e só pode ser alcançado através do de-
senvolvimento nacional; para propiciar isso, 
o Poder Público pode intervir na propriedade 
privada e nas atividades econômicas, nos li-
mites da competência atribuídas a cada uma 
das entidades estatais, através de normas 
legais e atos administrativos adequados ao 
objeto da intervenção. 
Competência para a intervenção: a le-
gislação sobre direito de propriedade e inter-
venção no domínio econômico é privativa da 
União; 
aos Estados e Municípios só cabem as 
medidas de polícia administrativa, de condi-
cionamento do uso de propriedade ao bem-
estar sociale de ordenamento das atividade 
econômicas, nos limites das normas fede-
rais, a intervenção no domínio só pode ser 
feita por delegação do Governo Federal, que 
é o detentor de todo poder nesse setor. 
 
 
 
 
28 
 
I - Intervenção na Propriedade 
 
É todo ato do Poder Público que com-
pulsoriamente retira ou restringe direitos do-
miniais privados ou sujeita o uso de bens 
particulares a uma destinação de interesse 
público; pode ter fundamento na necessi-
dade ou utilidade pública, ou no interesse 
social (expresso em lei federal). 
Desapropriação: A doutrina dominante 
define a desapropriação como sendo, um 
procedimento pelo qual o Poder Público ou 
seus delegados, mediante prévia declaração 
de necessidade pública, utilidade pública ou 
interesse social, retira compulsoriamente a 
propriedade de alguém, mediante prévio e 
justo pagamento de indenização. 
 
Desapropriação: 
A Constituição Federal garante a pro-
priedade privada nos arts. 5º, caput, e 5º, 
XXII, e 170, III. 
 Reconhece, todavia, como uma ten-
dência irreversível do Estado moderno, a 
possibilidade da interferência do Poder Pú-
blico na mudança compulsória da destina-
ção de um bem, ajustando aos interesses so-
ciais, mediante a desapropriação, o confisco 
ou a requisição. 
 
Desapropriação: 
Procedimento: Art. 5º, XXIV, CF 
Competência para legislar sobre: Art. 
22, II, CF 
Por interesse social: Art. 184 e §§ 1º a 
5º, CF 
De glebas com culturas ilegais: Art. 
243, CF 
Consideram-se casos de necessidade 
pública; 
 I - a defesa do território nacionaL. 
II - a segurança pública. 
III - os socorros públicos, nos casos de 
calamidade. 
IV - a salubridade pública. 
 
Consideram-se casos de utilidade pú-
blica: 
I - a fundação de povoação e de estabe-
lecimentos de assistência, educação ou ins-
trução pública. 
II - a abertura, alargamento ou prolon-
gamento de ruas, praças, canais, estradas de 
ferro e, em geral, de quaisquer vias públicas. 
III - a construção de obras, ou estabele-
cimentos, destinados ao bem geral de uma 
localidade, sua decoração e higiene. 
IV - a exploração de minas". 
 
Desapropriação: 
 Na legislação ordinária, temos: 
 Decreto-Lei nº 3.365, de 21.6.1941, que 
dispõe sobre desapropriação por utilidade 
pública; 
Lei nº 4.132, de 10.9.1962, que define os 
casos de desapropriação por interesse so-
cial e dispõe sobre sua aplicação; 
Decreto-Lei nº 554, de 25.4.1969 (revo-
gado pela Lei Complementar nº 76 de 6 de ju-
lho de 1993), que dispõe sobre desapropria-
ção, por interesse social, de imóveis rurais, 
para fins de reforma agrária; 
Decreto-Lei nº 1.075, de 22.1.1970, que 
regula a imissão de posse. 
 
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf005.htm
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf005.htm
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf005.htm
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf170a181.htm
http://www.dji.com.br/decretos_leis/1941-003365-dup/dup__01a10.htm
http://www.dji.com.br/leis_ordinarias/1962-004132-dis/4132-62.html
http://www.dji.com.br/leis_complementares/1993-000076-pdirra/000076-93-pdirra.htm
http://www.dji.com.br/leis_complementares/1993-000076-pdirra/000076-93-pdirra.htm
http://www.dji.com.br/leis_complementares/1993-000076-pdirra/000076-93-pdirra.htm
http://www.dji.com.br/decretos_leis/1970-001075-ip/001075-70_ip.htm
 
 
29 
Desapropriação: 
 Inúmeras teorias procuram funda-
mentar e justificar o instituto da desapropri-
ação, sendo as principais: 
a) coletivista; 
b) do domínio eminente do Estado; 
c) do pacto social; 
d) da prevalência do interesse público 
sobre o privado, ou teoria da colisão de direi-
tos; 
e) da função social da propriedade; 
f) da alienação compulsória. A Consti-
tuição Federal trata de dois tipos de desapro-
priação, que os doutrinadores chamavam de 
ordinária e extraordinária. 
 
A desapropriação ordinária vem inserida no 
texto constitucional no capítulo "dos direitos 
e deveres individuais e coletivos", mais pre-
cisamente no artigo 5º, XXIV, que esclarece o 
seguinte: 
" desapropriação por necessidade ou uti-
lidade pública, ou por interesse social, me-
diante justa e prévia indenização em di-
nheiro, ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição.". 
 
A desapropriação ordinária poderá ser de-
clarada pela União, Estados-Membros 
como pelos Municípios, o que será feito 
mediante lei ordinária. Daí dizer-se que o 
instituto da desapropriação tem funda-
mento infraconstitucional . 
 
A desapropriação extraordinária vem 
tratada no artigo 184 da Constituição Fede-
ral, com o seguinte teor: 
"Compete à União desapropriar 
por interesse social, para fins de re-
forma agrária, o imóvel rural que não 
esteja cumprindo sua função social, 
mediante prévia e justa indenização 
em títulos da dívida agrária, com cláu-
sula de preservação do valor real, res-
gatáveis no prazo de até vinte anos, a 
partir do segundo ano de sua emis-
são, e cuja utilização será definida em 
lei .” 
 
Quanto à desapropriação extraordiná-
ria é aquela que somente à União competirá 
desapropriar por interesse social, para fins 
de reforma agrária, sendo declarado de inte-
resse social o imóvel rural que não esteja 
cumprindo a sua função social. 
 
Com relação à indenização, será prévia 
e justa, mas em títulos da dívida agrária, com 
cláusula de preservação do valor real, resga-
táveis no prazo de até vinte anos, a partir do 
segundo ano de emissão, nos termos do ar-
tigo 184 da Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
30 
Direito Penal 
 
CONCEITO: 
Todo o conjunto de normas jurídicas que têm por finali-
dade estabelecer as infrações de cunho penal e suas res-
pectivas sanções e reprimendas. O Direito Penal é um 
ramo do Direito Público (que diz respeito a função ou de-
ver do Estado). Há que se acrescentar que o Direito Pe-
nal é formado por uma descrição, em série, de condutas 
definidas em lei, com as respectivas intervenções do Es-
tado (na aplicação de sanções e eventuais benefícios), 
quando da ocorrência do fato delituoso, concreto ou ten-
tado. 
DIVISÃO DO CÓDIGO PENAL 
O Código Penal é divido em artigos, que vão do 1º ao 
361. Em sua Parte Geral (artigos 1º a 120), cuida de 
assuntos pertinentes a aplicabilidade, características, 
explicações e permissões contidas na lei penal. Sua se-
gunda parte, ou Parte Especial (artigos 121 a 361) 
trata dos crimes em si, descrevendo condutas e penas 
a serem aplicadas . 
Sujeito Ativo – Indivíduo ou agente que pratica um fato 
(isto é, uma ação ou omissão) tipificado como delituoso 
pela legislação vigente. 
Sujeito Passivo – Capacidade que o indivíduo ou agente 
tem de sofrer as sanções penais incidentes sobre sua 
conduta delituosa. 
Direito Penal Subjetivo – Poder de “Império” (ou dever) 
do Estado de punir os indivíduos por ele tutelados, dentro 
dos basilares do Direito Penal Objetivo. 
Direito Penal Objetivo – Todas as normas existentes e 
de pronta aplicabilidade sobre o fato concreto ou tentado. 
Direito Penal Comum – Aplicação do direito pelos ór-
gãos jurisdicionais do Estado, ou seja, aplicação do Di-
reito Penal dentro da atuação da Justiça comum exis-
tente nos Estados da Federação. 
Direito Penal Especial - Previsão legal de competência 
para atuação das justiças especializadas na aplicação da 
lei penal. Exemplo: Direito Penal Eleitoral e Direito Penal 
Militar. 
Direito Penal Substantivo - É a materialidade da norma, 
ou seja, é a norma em sua apresentação formal (exem-
plo: livro que contém o Código Penal). 
Direito Penal Adjetivo – É a instrumentalidade do Direito 
Penal, isto é, o direito processual e suas nuances. 
FONTES DO DIREITO PENAL 
Conceito: 
As fontes são os marcos de origem e manifestação do 
Direito Penal. São o órgão ou a forma de sua exterioriza-
ção. Por exemplo: compete privativamente a União, le-
gislar sobre: direito civil, comercial, penal,processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do tra-
balho (...). Outro exemplo: a simples existência de lei, 
costumes, jurisprudências, princípios e/ou doutrinas. 
Divisão das Fontes de Direito Penal 
Fontes materiais – Ente estatal responsável pela pro-
dução e pela exteriorização do Direito. 
Fontes Formais – Forma e modo de exteriorização do 
Direito 
Fontes Formais Imediatas – As leis penais existentes. 
Conforme o princípio da legalidade, não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal (art. 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal de 
88, e art. 1º do Código Penal Brasileiro). 
Fontes Formais Mediatas – Na omissão da lei, podem 
ser aplicados os princípios gerais de Direito, os costumes 
a jurisprudência e a doutrina, os quais são fontes formais 
mediatas. Esses princípios estão autorizados por lei (Art. 
4º da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro)). 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL 
Princípio da Reserva Legal ou da Legalidade – Sem 
legislação específica não há crime. É uma forma de limi-
tação do poder punitivo do Estado (Art. 5º, inciso XXXIX 
da CF/88 e Art. 1º do Código Penal Brasileiro). 
Princípio da Intervenção – Limita o poder de atuação 
do ente estatal. O direito punitivo só será aplicado em ob-
servância ao princípio da reserva legal, com o fim social 
de impedir o legislador de se exceder na construção do 
Direito Penal aplicável. 
Princípio da Irretroatividade da Lei Penal – A lei penal 
só pode retroagir para beneficiar. Com isso, fica afastada 
a possibilidade de uma lei nova (mais rígida) prejudicar 
fatos pretéritos. A retroação só pode acontecer se a lei 
nova for mais benigna ao agente do delito (Art. 5º, XL da 
CF/88). 
 
 
31 
Princípio da Insignificância – Aferida a irrelevância de 
uma conduta delituosa, ou sua insignificância (por exem-
plo a apropriação de bagatelas), deve ser excluída sua 
tipicidade penal. 
Princípio da Ofensividade – Aplicado na elaboração 
das leis, cuida de prevenir um ataque ou perigo concreto 
sobre um bem tutelado pelo Estado. Esse princípio pro-
tege o interesse social tutelado pelo Estado de um perigo 
de lesão (ou ofensa). 
Princípio da proporcionalidade – Cabe ao Estado dar 
a seus cidadãos um mínimo de proporcionalidade entre 
a garantia de seus direitos. Segundo esse princípio, o sis-
tema penal se firma na sua capacidade de fazer frente 
aos delitos existentes em um meio social que absorva 
sua eficácia. 
Princípio da Alteridade – Não ofendido nenhum bem 
jurídico por ato meramente subjetivo, não existe crime. 
Como exemplo, a auto-agressão contida no suicídio. 
Princípio do “in dubio pro reo” - Na dúvida, o réu deve 
ser absolvido, pois no direito penal a culpa tem que ser 
comprovada, não cabendo suposição de prática de ato 
delituoso. 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL (Artigos 1º a 12 do 
CPB) 
Vigência e Revogação da Lei Penal (Lei Penal no 
Tempo – Artigo 2º) – A lei penal começa a vigorar na 
data expressa em seu bojo. Em caso de omissão, ela co-
meça a vigorar quarenta e cinco dias após sua publica-
ção, no País, e em três meses no exterior (Vacância da 
Lei). A revogação da Lei Penal se opera com a edição de 
nova lei, e sua revogação pode se efetivar total (ab-roga-
ção) ou parcialmente (derrogação). A lei penal pode ser 
temporária (com prazo fixado de vigência), ou excepcio-
nal (criada para ser aplicada em evento emergencial ou 
furtivo). 
Tempo e Lugar do Crime (Artigo 6º)– Segundo a Teoria 
da Atividade, o crime sempre é cometido no momento da 
ação ou omissão, com a respectiva aplicação da lei vi-
gente. A lei penal brasileira utiliza dessa teoria, em con-
junto com a teoria do resultado (segundo a qual o crime 
é considerado cometido quando da produção do resul-
tado) e com a teoria da ubiqüidade (segundo a qual con-
sidera-se o crime cometido, tanto no momento da ação 
ou omissão, quanto na produção do resultado). 
Lei Penal no Espaço - Segundo o princípio da territoria-
lidade, a lei penal pátria deve ser aplicada dentro do ter-
ritório nacional, respeitando-se os tratados e convenções 
estrangeiras, quando existentes. São considerados como 
parte do território nacional as aeronaves e embarcações 
públicas, além das aeronaves e embarcações privadas. 
A Lei Penal Brasileira será sempre aplicada em embar-
cações e aeronaves estrangeiras que estiverem de pas-
sagem pelo território nacional. Já o princípio da extrater-
ritorialidade prevê a aplicação da Lei Penal Brasileira a 
fatos criminosos praticados no estrangeiro, desde que 
cometidos contra o representante do governo brasileiro, 
ou contra as instituições que compõem a União, os Esta-
dos e os Municípios. Aplica-se também a Lei Penal Bra-
sileira nos atos praticados por, ou contra, brasileiros no 
exterior, sem prejuízo das previsões contidas no artigo 7º 
do CPB. 
Território Nacional – Todo espaço em que o Estado 
exerce sua soberania, ou seja, 12 milhas a contar da faixa 
costeira, incluído o espaço aéreo correspondente. 
Extradição – São atos de entrega e custódia de agentes 
delituosos por países que cooperam entre si na preven-
ção internacional do crime. As extradições podem ser ati-
vas (feitas pelo país requerente) e passivas (feitas pelo 
país cedente). 
Deportação e Expulsão – retirada obrigatória dos naci-
onais do estrangeiro, ou de estrangeiros do território na-
cional, por imposição administrativa vinculada à lei penal 
vigente. 
Sentença Prolatada no Exterior (cumprimento da 
pena) - Uma vez sentenciado no exterior, o nacional tem 
direito à atenuação da pena imposta em território nacio-
nal pela a pratica de mesmo crime. Em caso de aplicação 
de pena mais severa que a brasileira, o nacional fica 
isento de cumprimento de pena no nosso território. 
FATO TÍPICO 
Conceito de Crime – Crime é uma ação típica, antijurí-
dica, culpável e punível. Os crimes podem ser praticados 
por ação (crimes comissivos) ou por omissão (crimes 
omissivos). 
Fato Típico – São os elementos do crime, ou seja: a ação 
(dolosa ou culposa), o resultado, a causalidade e a tipici-
dade. 
Tipo - Descrição contida na lei de um determinado fato 
delituoso, para efetiva aferição da ocorrência de crime. 
Conduta – Ato consciente ou comportamental prati-
cado pelo ser humano, estando assim excluídos os 
animais e os fatos naturais. 
 
 
 
 
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Crimes Omissivos e Comissivos (Formas de con-
duta) – Dividem-se em crimes omissivos próprios ou pu-
ros, e comissivos por omissão. Os crimes omissivos pró-
prios podem ser imputados a qualquer pessoa. São cri-
mes ligados à conduta omitida, independentemente do 
resultado, tendo como objeto apenas a omissão. Já nos 
crimes comissivos por omissão, a simples prática da 
omissão causa um resultado delituoso, que é punível se 
o agente tinha como obrigação vigiar ou proteger alguém. 
É a materialização de um crime por meio de uma omis-
são. Esses crimes podem ser praticados por dolo e culpa. 
Dolo – Intenção declarada e manifestada na vontade 
consciente do agente para praticar uma ação, cujo fato 
é tido como crime pela legislação aplicável. O dolo se 
concretiza também na certeza e na consciência do re-
sultado. 
Espécies de Dolo – O dolo se divide em dolo indireto ou 
indeterminado e dolo direto. 
Dolo Indireto ou indeterminado - Nesse caso, está pre-
sente a vontade parcial do agente, o qual assume o risco 
do resultado, sem direcionar sua vontade para um objeto 
específico. O dolo Indireto pode ser dividido em alterna-
tivo ou eventual. 
Dolo Alternativo – A ação praticada pode fornecer mais 
de um resultado (lesionar ou matar). 
Dolo Eventual - O resultado existe dentro das leis de 
probabilidade, e, mesmo que o agente não queira, por 
sua vontade, a efetividade do resultado, assume o risco 
eventual de sua ação. 
Preterdolo – Existência de dolo e culpa; encontrando-
se o dolo na prática

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