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Metodologia de Ensino em Química - Unidade 2

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Metodologia de 
Ensino em Química
Química Geral e Inorgânica – As Bases do Ensino de Química
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Antônio Bartocci de Queiróz
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
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• Introdução
• A busca por esse conhecimento remete-nos 
à Antiguidade Clássica:
A compreensão dos assuntos relacionados à Química Geral e Inorgânica, que estudaremos 
nessa unidade, é fundamental.
Devem-se aplicar as teorias apresentadas na unidade anterior para cativar o aluno e fazer 
com que ele goste de Química.
É fundamental uma leitura completa da unidade, que consta de tópicos dos temas mais 
importantes relacionados a esse setor da Química, como modelos atômicos, funções 
inorgânicas e cálculo estequiométrico.
Realizando os exercícios, práticas e tarefas propostos, você estará mais apto para sua aula. 
A complementação dos assuntos abordados pode ser necessária e os livros serão indicados 
em cada ocasião.
Aproveite a oportunidade de incrementar ainda mais seus conhecimentos e mostre aos 
alunos que Química é fácil, é só regra de 3!!!!
 · Nessa unidade, iremos tratar de temas relativos à Química 
Geral e Inorgânica, bases da aprendizagem de Química.
 · Desenvolveremos atividades que visam facilitar o ensino 
desses ramos da Química, geralmente abordados no nono ano 
do ensino fundamental e na primeira série do ensino médio.
Química Geral e Inorgânica – As Bases do 
Ensino de Química
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Unidade: Química Geral e Inorgânica – As Bases do Ensino de Química
Contextualização
O surgimento da Química ocorreu, inicialmente, com os estudos do átomo e das ligações químicas.
Muitos dos conceitos que passamos aos alunos em minutos foram desenvolvidos por cientistas 
durante anos, décadas.
A Química Geral e Inorgânica é a base para a construção do conhecimento em Química e 
um bom começo para os estudos desta unidade. 
E um bom começo é sinal de um caminho bem mais tranquilo. 
Há séculos, os gregos criaram o conceito do átomo, mas agora ele é visível.
Assista ao vídeo A Boy And His Atom: The World’s Smallest Movie (Um menino e seu átomo: 
o menor filme do mundo):
• http://www.youtube.com/watch?v=oSCX78-8-q0 
Perceba que os gregos estavam praticamente certos, há mais de 2500 anos...
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Introdução
O conhecimento e a compreensão da Química estão diretamente relacionados com o 
desenvolvimento da sociedade humana. Seria impossível a sobrevivência do Homo sapiens se 
não houvesse adquirido o controle do fogo e, com o fogo, descoberto o carvão, daí as pinturas 
rupestres e a escrita. Nesse trajeto que dura mais de 500.000 anos, o poder sobre as reações 
químicas e seus efeitos fez nascer e desaparecer vilas, cidades, impérios, civilizações.
Desde o início, a humanidade sempre se preocupou com a natureza das coisas: por que 
tantos elementos neste mundo compartilham as mesmas características? Com o tempo, 
as pessoas concluíram que os elementos que compõe tudo ao nosso redor possuem uma 
origem comum. 
A busca por esse conhecimento remete-nos à Antiguidade Clássica:
No século VI a.C., os filósofos pré-socráticos de Mileto consideravam que havia um princípio 
único, chamado de arché, para a origem de todas as coisas. Tales afirmava que todas as coisas 
originavam-se da água e retornavam para ela no final de seu ciclo. Anaxímenes acreditava que 
esse princípio fundamental era o ar e Anaximandro que o mundo perpetuava-se nas suas inter-
relações. Portanto, mesmo milênios antes da comprovação da teoria atômica, já se acreditava 
na indestrutibilidade da matéria, que tudo existe em um ciclo ininterrupto. 
No séc. V a.C., Leucipo, também de Mileto, observando as transformações sofridas pelos 
objetos na natureza ao longo dos anos, dizia que tudo podia ser dividido em partes cada 
vez menores (Leucipo é o primeiro a conceber a ideia de divisibilidade da matéria). Leucipo 
acreditava que o universo era infinito, possuindo uma parte cheia e outra vazia (surge, aí, o 
conceito da porosidade da matéria). A parte cheia seria constituída por “elementos” girando em 
forma de redemoinho, formando e recriando todas as coisas. Demócrito, de Abdera, discípulo de 
Leucipo, aprimorou as ideias de seu mestre afirmando que: “Por definição há cor, por definição 
há doce, por definição há amargo, mas, na realidade, há átomos e espaço.” Demócrito pode ser 
considerado o “pai do átomo” e sua teoria baseia-se nos seguintes pontos:
• Toda a matéria é formada por átomos indestrutíveis, indivisíveis e invisíveis;
• A matéria é descontínua, há espaços vazios entre os átomos, os poros;
• Toda matéria é constituída por átomos e pela combinação entre eles.
No séc. IV a.C., Aristóteles e outros filósofos socráticos (Aristóteles foi discípulo direto de 
Platão) desenvolveram a Metafísica, ciência que se ocupa com realidades que estão além das 
realidades físicas. Aristóteles deu quatro definições básicas para a Metafísica: indaga causas e 
princípios; indaga o ser enquanto ser; investiga a substância; e a substância supra-sensível.
Influenciado pelo naturalista Empédocles, que afirmava que “sobrevive aquele que está 
melhor capacitado” (cerca de 2400 anos antes de Darwin), Aristóteles sistematizou a doutrina 
dos quatro elementos, que afirma: existem quatro poderes básicos, que formam dois pares de 
opostos (quente-frio, úmido-seco), uma coisa não pode ser quente e fria ao mesmo tempo, 
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Unidade: Química Geral e Inorgânica – As Bases do Ensino de Química
nem úmida e seca ao mesmo tempo, pois essas qualidades são opostas; mas podem existir as 
combinações de quente com úmido e seco e de frio com úmido e seco, o que forma quatro e 
somente quatro possibilidades: 
Aristóteles rejeitou o atomismo de Demócrito, condenando essa doutrina durante a antiguidade 
e a Idade Média. A Europa ocidental descobriu Aristóteles por meio dos árabes, traduzindo seus 
livros para o Latim. Assim, suas teorias começaram a ser aceitas com autoridade quase divina 
por milênios – inclusive as suas incorreções. Quando eclodiram revoluções científicas nos séculos 
XVI e XVII, iniciou-se a derrubada das teorias aristotélicas e Aristóteles passou a ser visto como 
um inimigo da ciência, quando na verdade foi um um dos maiores cientistas de todos os tempos 
que, mesmo errando, sempre permaneceu racional e lógico. Durante o início da era cristã e toda 
a Idade Média, a influência do pensamento aristotélico, aliada ao poder da Igreja Católica (que 
adotou a teoria de Aristóteles como verdade plena), levou a humanidade a uma obscuridade 
científica da qual poucos se salvaram. Dentre os empreendedores da ciência nessa época, 
destacam-se os alquimistas. 
Na Idade Média, eles não eram nem bruxos e nem cientistas, 
os alquimistas eram pesquisadores práticos que procuravam 
o enriquecimento e a cura de doenças, afinal a maior parte 
da sociedade humana estava marginalizada pelos poderes do 
clero e da nobreza.
Na tentativa de encontrar a Pedra Filosofal (que seria 
capaz de transformar qualquer metal em ouro), o Elixir da 
Vida Eterna ou da Juventude (para acabar com o sofrimento 
de aldeões e familiares) e a criação do Homúnculo (concepção 
da vida a partir de matéria inorgânica), muitos charlatões 
apareceram, mas vários alquimistas encontraram diversas 
substâncias importantes como o antimônio, o bismuto, o 
fósforo, o zinco e o arsênio, provando que a terra é uma Fonte: Thinkstock / Getty Imagem
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mistura de elementos e lançando os primórdios da Química e da Física. Foram também os 
alquimistas que, em contato com curandeiros e xamãs, incentivaram o desenvolvimento da 
Medicina e da Farmácia.
O Renascimento, movimento sócio-filosófico-cultural europeu, entre os séculos XIII e XVII, 
foi, de certa forma, a expressão de um movimento humanista nas Artes, Letras, Filosofia e 
Ciência. Uma onda de “lucidez” acometeu a Europa, causandoenorme transformação. Os 
renascentistas concretizaram ideais de humanismo, redefiniram as artes, buscaram a fidelidade à 
natureza. Nesse período, surgiram gênios como Leonardo da Vinci, Rafael Sânzio e Michelangelo.
Impulsionados pelos ideais renascentistas, ocorreram eventos fundamentais para a sociedade, 
como as Grandes Navegações, a descoberta da América, a Reforma Protestante – que causou 
a diminuição do poder da Igreja Católica. Além disso, há o desenvolvimento de técnicas como 
a imprensa. Essa gama de acontecimentos transforma toda a sociedade europeia, tornando a 
Itália o centro das atenções e fazendo as grandes potências como Portugal, França, Espanha e 
Alemanha espalharem sua arte e influência por diversas regiões do mundo. 
O Iluminismo tinha como ideal a extensão dos princípios do conhecimento a todos os 
campos do mundo humano. A maior parte dos iluministas associava o ideal de conhecimento 
ao melhoramento do estado e da sociedade. Os principais filósofos do Iluminismo foram: John 
Locke, o qual acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo por 
meio do empirismo; Voltaire, ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a 
intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau, defendia a ideia de um estado democrático que 
garantisse igualdade para todos; Montesquieu, que defendeu a divisão do poder político em 
Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot e Jean Le Rond d´Alembert, que organizaram 
uma enciclopédia que reuniu conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
Esses dois movimentos praticamente sepultam o obscurantismo da Idade Média e possibilitam 
o surgimento de novos conhecimentos científicos, dentre os quais podemos destacar:
• Isaac Newton: respeitado como nenhum outro cientista, sua obra marcou efetivamente uma 
revolução científica. Seus estudos foram chaves que abriram portas e mais portas para diversas 
áreas que hoje acessamos com mais facilidade do que séculos atrás. Dentre suas enormes 
contribuições para o conhecimento humano, citam-se a sistematização do conhecimento 
sobre a força gravitacional, a gravitação universal, teoremas matemáticos, conhecimentos 
sobre ótica, etc. 
• Robert Boyle e Edme Mariotte: estudaram os gases e estabeleceram a Primeira Lei 
dos Gases: P.V = constante. Boyle também descobriu o enxofre, isolou o hidrogênio e 
provou que o ar é uma mistura.
• Benjamin Franklin: jornalista, editor, autor, maçom, filantropo, abolicionista, 
funcionário público, cientista, diplomata e inventor norte americano, foi também um 
dos líderes da Revolução Americana, o primeiro vice-presidente do país e um dos 
autores da Carta de Independência dos EUA e da Constituição. É muito conhecido 
pelos seus muitos aforismos e pelas experiências com a eletricidade, que não era 
explicada pelos elementos de Aristóteles.
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Unidade: Química Geral e Inorgânica – As Bases do Ensino de Química
A Revolução Francesa é o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre 1789 e 
1799, alteraram o quadro político e social da França. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo 
e da Independência Americana. A Revolução é considerada como o acontecimento que deu 
início à Idade Contemporânea. Aboliu a servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios 
universais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, propostos por Jean-Jacques Rousseau
Essa revolução põe em evidência o pensamento francês, cujos maiores destaques, na 
Química, são:
• Antoine Laurent Lavoisier: foi o primeiro a observar que o oxigênio, em contato 
com uma substância inflamável, produz a queima, derrubando mais um dos pilares da 
“Teoria dos Quatro Elementos”, o fogo. Ao obter a água, reagindo hidrogênio e oxigênio, 
demonstrou que a água não era um elemento e, sim, uma substância, sepultando ainda 
mais a teoria aristotélica. Em 1773, colocou mercúrio dentro de um frasco fechado e, por 
pesagem, determinou sua massa. Depois, levou esse frasco a um forno de alta temperatura 
e, em seguida, pesou-o novamente. Não houve alteração de massa, apesar de o metal ter 
se combinado com o oxigênio do ar, formando um óxido. Repetiu a experiência muitas 
vezes, provocou outras reações, medindo sempre com balanças a massa das substâncias 
a serem testadas e a massa dos produtos obtidos. Concluiu que a massa das substâncias 
que entram numa reação química é sempre igual a das substâncias que resultam do 
processo. Nada se perde e nada se cria. Estava estabelecido o Princípio da Conservação 
da Massa, redescobrindo a indestrutibilidade da matéria, proposta pelos filósofos gregos 
dois mil anos antes. Lavoisier afirmava também que ocorria a conservação da carga 
elétrica. A carga total dos produtos deve ser igual a carga total dos reagentes. No final 
do século XVIII, Lavoisier concluía que a quantidade de calor necessária para decompor 
uma substância é igual àquela liberada durante sua formação; iniciava-se, dessa maneira, 
novo capítulo da físico-química, que estuda os calores de reação e fenômenos com eles 
relacionados. Estudou o oxigênio, o hidrogênio, o nitrogênio, os óxidos metálicos (aos 
quais chamava de “cal”) e a água, obtendo-a pela reação entre o oxigênio (“ar vital”) e o 
hidrogênio (“ar inflamável”).
Fonte: Thinkstock / Getty Images
• Joseph Louis Proust: foi um químico francês que publicou trabalhos sobre a urina, 
o ácido fosfórico e o alúmen. Em sua estada na Espanha, Proust estudou os minerais 
espanhóis. Em 1806, enunciou a lei das proporções definidas, uma das bases do atomismo 
químico, e que recebe seu nome.
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A Revolução Industrial começa na Inglaterra em meados do século XVIII. Caracteriza-se 
pela passagem da manufatura à indústria mecânica. A introdução de máquinas fabris multiplica 
o rendimento do trabalho e aumenta a produção global. A Inglaterra adianta sua industrialização 
em 50 anos em relação ao continente europeu e sai na frente na expansão colonial. Dentre suas 
consequências está o acúmulo de capital pela Inglaterra, diminuição de empregos devido a 
mecanização das indústrias, das propriedades agrícolas e das minas de carvão. Por conseguinte, 
pensadores e cientistas ingleses surgem em cena. Na Química, quem mais se destacou foi John 
Dalton, que fez um extenso trabalho sobre a teoria atômica, resgatando o conceito do átomo, 
proposto pelos filósofos gregos Leucipo e Demócrito há 2500 anos.
Essa breve história da Química demonstra que o conhecimento é construído parte a parte e 
que várias pessoas dedicaram suas vidas para contribuir com o avanço científico. Deve-se notar 
também que não há avanço científico sem uma revolução social por trás: a filosofia e a ciência 
sempre caminharam juntas para o desenvolvimento da sociedade humana.
No início do século XIX, com os estudos de Dalton, surge um novo ramo da Química: a 
Atomística. Abordaremos os seguintes conceitos sobre esse ramo:
Modelo de Dalton: “Bola de Bilhar” (1803)
Como vimos anteriormente, Dalton retoma o conceito atômico proposto pelos gregos antigos 
e baseia suas teorias nos seguintes pontos:
1. A matéria é constituída por pequenas partículas, esferas maciças e indivisíveis, denominadas 
de átomos, que possuem espaços vazios entre si (Leucipo e Demócrito);
2. Os átomos são indestrutíveis. Em reações químicas, os átomos mudam suas posições 
relativas, mas permanecem intactos (Lei da Conservação das Massas de Lavoisier);
3. As massas e outras propriedades dos átomos de um dado elemento são todas iguais. 
Acreditava que o que caracterizava cada diferente elemento era sua massa atômica. 
Portanto, é o primeiro a afirmar que o átomo tem massa;
4. As massas e outras propriedades dos átomos de elementos diferentes são diferentes;
5. Quando átomos de elementos diferentes combinam-se para formar compostos, são 
formadas partículas mais complexas (moléculas). Em um dado composto, no entanto, os 
átomos constituintes estão semprepresentes em quantidades da mesma razão numérica 
(Lei das Proporções Definidas de Proust);
6. Dalton simbolizava os átomos por “bolinhas”, para cada elemento diferente, uma 
“bolinha” diferente, o que é utilixzado até hoje para explicar a ocorrência das reações 
químicas e a conservação da massa.
Dividindo o Átomo: Crookes e Goldstein
Em 1850, William Crookes construiu o primeiro tubo de descarga de gases, observando 
a passagem de um “raio” que deixa o cátodo (eletrodo negativo da eletrólise) e se dirige para o 
ânodo (eletrodo positivo da eletrólise). Esses raios têm massa e são carregados negativamente 
e mais tarde seriam conhecidos como elétrons. Assista:
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Unidade: Química Geral e Inorgânica – As Bases do Ensino de Química
• http://br.youtube.com/watch?v=Xt7ZWEDZ_GI&feature=related
• http://br.youtube.com/watch?v=yX2T4k-WySA&feature=related
Em 1886, Eugen Goldstein coloca, no interior de uma ampola de descarga em gases 
rarefeitos, um cátodo perfurado. Do cátodo perfurado partem os elétrons ou raios catódicos, que 
se chocam com as moléculas do gás contido no interior do tubo. Com o choque, as moléculas 
do gás perdem um ou mais elétrons, originando íons positivos que, repelidos pelo ânodo, são 
atraídos pelo cátodo, atravessam os furos e colidem com as paredes do tubo de vidro, enquanto 
os elétrons são atraídos pelo ânodo e, ao colidirem com a parede de vidro do tubo, produzem 
fluorescência chamada de raios canais, que são, na realidade, prótons.
Modelo de Thomson: “Pudim de Passas” (1898)
J. J. Thomson utilizou os raios catódicos para propor um novo modelo atômico em que 
afirmava que o átomo era constituído por uma “massa gelatinosa positiva no interior da qual 
havia partículas negativas (os elétrons), tal qual passas em um pudim”. Ou seja, acreditava que 
as partículas positivas e negativas estavam distribuídas uniformemente no átomo.
Modelo de Rutherford: “Átomo Nuclear” (1911)
Em 1910, Ruterford, Geiger e Marsden lançaram um 
fluxo de partículas alfa (partículas radioativas positivas e 
com massa semelhante a um átomo de hélio), emitidas por 
uma pequena quantidade de polônio em várias folhas finas 
de diversos materiais como mica, papel e ouro. Observaram 
que, embora a grande maioria das partículas atravessasse 
a folha em linha reta, algumas foram desviadas e outras 
foram defletidas. Rutherford retoma uma ideia proposta 
por Nagaoka, físico japonês, em 1904, e propõe que o 
átomo seria constituído por um pequeno núcleo positivo 
rodeado por um grande volume (a eletrosfera), onde os 
elétrons estão distribuídos. 
 
 Explore
Observe o clipe:
http://br.youtube.com/watch?v=mmAvvx5m6ts&feature=related
 
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Modelo de Bohr: “Átomo Quântico” (1914)
Bohr explicava que os elétrons estariam dispostos na eletrosfera em camadas e possuem 
quantidades definidas de energia, podendo mudar de nível energético mediante o recebimento 
de energia. Ainda, propôs que o elétron não colide com o núcleo porque sua massa é desprezível 
e, por isso, a gravidade não atua no átomo. 
 
 Explore
Veja: 
http://www.yenka.com/freecontent/attachment.action?quick=sg&att=2038
Os principais tópicos do modelo atômico de Bohr são:
1. Os elétrons que circundam o núcleo atômico estão em órbitas que têm níveis de 
energia quantizados;
2. Os elétrons são ondas estacionárias;
3. As leis da mecânica clássica não valem quando o elétron salta de uma órbita a outra;
4. Quando ocorre o salto de um elétron entre órbitas, a diferença de energia é emitida (ou 
suprida) por um simples quantum de luz (também chamado de fóton), que tem energia 
exatamente igual a diferença de energia entre as órbitas em questão;
5. A liberação de energia quando um elétron excitado retorna ao nível de origem forma 
um espectro descontínuo.
A Dualidade e a Incerteza
Em 1923, Louis de Broglie propõe que o elétron comporta-se como uma partícula e como 
uma onda, existindo em dualidade, explicando que o comprimento de onda do elétron ou 
de qualquer outra partícula depende de sua massa m e de sua velocidade: v: λ= h/(m.v) ; 
lembrando que h é a constante de Planck (6,63.10–34 J). Como o elétron comporta-se como 
uma partícula e como uma onda, é impossível saber com certeza onde está um elétron em 
um determinado instante. Assim, Werner Heisenberg propôs o Princípio da Incerteza, um dos 
pilares da Mecânica Quântica. Max Born demonstrou, ainda na década de 1920, que o elétron 
comporta-se como se estivesse distribuído em uma nuvem eletrônica, surgindo regiões onde a 
densidade eletrônica é maior, isto é, áreas do átomo nas quais é maior a probabilidade de se 
encontrar um elétron. Essa probabilidade diminui à medida que aumenta a distância do núcleo.
Chadwick e a Descoberta do Nêutron – 1932
Até aproximadamente 1930, os cientistas tinham o conhecimento de que os átomos possuíam 
prótons e elétrons. Sabiam que o próton é bem maior que o elétron, mas não conseguiam 
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Unidade: Química Geral e Inorgânica – As Bases do Ensino de Química
explicar o motivo de átomos de um mesmo elemento químico possuírem massas diferentes. 
Essa questão ficou mais aparente quando o cientista F. W. Astan constatou que o gás neônio 
possuía dois tipos de átomos com massas atômicas diferentes. Ernest Rutherford elaborou uma 
hipótese sobre o núcleo do átomo: o núcleo conteria, além de prótons, outras partículas com 
peso semelhante ao dos prótons, mas sem carga elétrica. Segundo o palpite do neo-zelandês, 
essa partícula neutra seria híbrida, composta da associação íntima de um próton com um elétron. 
A radiação de uma beta aconteceria quando essa partícula neutra se rompesse em um próton e 
um elétron – e como o elétron não fica quieto dentro de um núcleo, seria cuspido para fora. O 
núcleo, nesse processo, teria sua carga aumentada de uma unidade e passaria a ser o núcleo de 
outro elemento. O físico britânico James Chadwick se empenhou na busca por essas partículas 
neutras até que, em 1932, com uma série de experiências, achou o que procurava. 
 
 Explore
Acesse os links para saber mais:
http://www.searadaciencia.ufc.br/donafifi/neutron/neutron4.htm 
http://br.youtube.com/watch?v=DTnCkcVOKSE&feature=related.
Partícula Massa (U) Carga Natureza
Próton Núcleo 1,0072765 +1 Dois quarks up e um quark down unidos pela força forte.
Nêutron Núcleo 1,0086649 Nula Dois quarks down e um quark up unidos pela força forte.
Elétron Eletrosfera 5,485799.10 – 4 (desprezível) – 1 Fundamental (lépton)
A relação entre essas partículas pode ser representada assim:
O conhecimento da natureza das partículas levou à construção de diversos conceitos químicos, 
como os de substância pura e de mistura:
Resumidamente:
15
Quanto ao número de substâncias (fórmulas)
Quanto ao número de elementos Quanto ao número de fases
E, daí, é um passo para o estudo dos processos de separação de misturas:
 
Com as leis ponderais de Lavoisier (conservação das massas) e de Proust (proporções 
definidas), chegam-se aos cálculos químicos, destacando-se os cálculos estequiométricos.
De um modo geral, os cálculos estequiométricos podem ser realizados observando-se os 
seguintes passos:
1. Escrever e balancear a equação da reação química;
2. Destacar, circulando, as substâncias citadas no enunciado;
3. Indicar a proporção entre essas substâncias: os coeficientes correspondem a 
Número de Mols (se todas as substâncias forem gasosas, os coeficientes também 
representam Volume).
4. Se for necessário, deve-se transformar o número de mols naquilo que o enunciado pede: 
massa (g, Kg, toneladas), número de moléculas, número de átomos, volume (L, se for gás):
 
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Unidade: Química Geral e Inorgânica – As Bases do Ensino de Química
A proporção já transformada é a primeira linha da regra de 3.
5. A segunda linha da regra de3 corresponde à pergunta do enunciado.
Esses são os assuntos mais relevantes da Química Geral e Inorgânica e correspondem a 
maioria das questões em vestibulares e concursos.
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Material Complementar
Vários assuntos da Química Geral e Inorgânica são transdisciplinares e, um dos principais, é 
o estudo da água.
A revista Nova Escola da Editora Abril é uma excelente fonte de materiais complementares e 
disponibiliza, em seu site, planos de aula gratuitos.
Um desses planos é o de “Propriedades Químicas da Água”, que pode ser encontrado em 
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/plano-de-aula-quimica-propriedades-quimicas-
agua-738113.shtml.
Leia com atenção o plano apresentado e realize as atividades propostas como num ensaio 
para sua aula.
Depois, explore esse site, que oferece diversos planos para aulas contextualizadas e 
transdisciplinares: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/?quimica.
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Unidade: Química Geral e Inorgânica – As Bases do Ensino de Química
Referências
BRADY, J. E., RUSSELL, J. W. e HOLUM, J. R. Química, a matéria e suas transformações. V. 1. 
3 ed. LTC. Rio de Janeiro. 2002.
BROWN, T. L. et alii. Química, a ciência central. 9 ed. Pearson. São Paulo. 2005.
Chassot, A. A ciência através dos tempos. Moderna.
http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/lavoisie.htm
http://www.sprace.org.br/eem/SaberMais/AventuraParticulas.html
Montanari, V. Viagem ao interior da matéria. Atual.
RUIZ, A. G. e GUERRERO, J. A. C. Química. Prentice Hall. São Paulo. 2002.
RUSSEL, J. B. Química Geral. V. 1. 2 ed. Makron Books. São Paulo. 1994.
Vanin, J. A. Alquimistas e químicos, o passado o presente e o futuro. Moderna.
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Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

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