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História da Química

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
HISTÓRIA DA QUÍMICA 
William Argolo Saliba 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado 
ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para 
chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função 
específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
QUÍMICA NA PRÉ-HISTÓRIA .................................................................. 5 
1.1 QUÍMICA NA PRÉ- HISTÓRIA .................................................................................. 5 
1.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 8 
FIXANDO O CONTÉUDO................................................................................................9 
 
HISTÓRIA ANTIGA DA QUÍMICA .......................................................... 13 
2.1 HISTÓRIA ANTIGA DA QUÍMICA........................................................................... 13 
2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 21 
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................. 22 
 
A QUÍMICA NO RENASCIMENTO .......................................................... 26 
3.1 A QUÍMICA NO RENASCIMENTO.......................................................................... 26 
3.1.1 Lavoisier e as bases da Química moderna ...................................................... 35 
3.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 37 
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................. 39 
 
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA QUÍMICA ...................................... 43 
4.1 HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA QUÍMICA ...................................................... 43 
4.1.1 Modelos atômicos e comportamento dos gases .............................................. 43 
4.1.2 Construção da Tabela Periódica ...................................................................... 47 
4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: ................................................................................... 52 
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................. 54 
 
O CONHECIMENTO DA DIVISIBILIDADE DO ÁTOMO ......................... 58 
5.1 O CONHECIMENTO DA DIVISIBILIDADE DO ÁTOMO ........................................ 58 
5.1.1 A descoberta das partículas que constituem os átomos e da radioatividade ... 62 
5.1.2 Modelos atômicos provenientes da física quântica .......................................... 69 
5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 77 
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................. 79 
HISTÓRIA DA QUÍMICA NO BRASIL ..................................................... 84 
6.1 HISTÓRIA DA QUÍMICA NO BRASIL..................................................................... 84 
6.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 88 
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................. 89 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ...................................... 92 
REFERÊNCIAS ................................................................................... 93 
 
 
 
 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
Na unidade 1, vamos visualizar os primeiros contatos do homem 
com os fenômenos químicos e a importância da metalurgia nos 
diferentes períodos históricos. 
 
Na unidade 2, será apresentada o desenvolvimento das ideias 
científicas sobre a constituição, origem e as transformações da 
matéria, do pensamento filosófico à alquimia na Idade Média. 
 
 
Já na unidade 3, iremos passar pelo progresso da Física, 
considerada como a primeira ciência moderna, para entendermos o 
desenvolvimento da química. Também iremos estudar como o 
pensamento cartesiano influenciou o desenvolvimento científico. 
 
Na unidade 4, serão relatados os primeiros modelos atômicos que 
consideravam o átomo indivisível. Também serão apresentadas as 
diversas propostas para a construção da tabela periódica até o 
modelo criado por Mendeleev. 
 
 
 
Na quinta unidade, serão apresentados os modelos que abordam 
sobre a natureza elétrica da matéria e sobre a existência de 
subpartículas que constituem o átomo. Vamos estudar também 
como a física quântica revolucionou os conhecimentos científicos 
sobre o microcosmo. 
 
Por fim, na unidade 6, será abordado um pouco sobre a história da 
química no Brasil, além das contribuições de profissionais brasileiros 
na área da química. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
QUÍMICA NA PRÉ-HISTÓRIA 
 
 
 
 
 QUÍMICA NA PRÉ- HISTÓRIA 
A ciência Química estuda as transformações da matéria. Os primeiros 
instrumentos que o homem tinha disponível para satisfazer às necessidades básicas 
para sua sobrevivência eram fabricados com galhos de árvores, ossos, pedras brutas 
e lapidadas, dentro outros materiais retirados da natureza. O conhecimento químico 
ainda não estava envolvido nessa primeira etapa da história. É complexo detectar 
quando a humanidade realizou a primeira transformação da matéria com 
conhecimento químico. Provavelmente, uma das primeiras reações químicas, não 
intencional, realizadas pelo ser humano esteja relacionada ao uso do fogo. O domínio 
deste fenômeno foi um dos primeiros conhecimentos ligados às reações químicas 
adquirido pela humanidade. O controle da combustão (queima dos materiais) era uma 
tarefa muito perigosa e difícil, além disso, a formação de chamas estava associada a 
fenômenos sobrenaturais realizados pelas divindades. O domínio do fogo contribuiu 
para a melhoria da qualidade de vida do homem primitivo, pois as reações de 
combustão permitiram a transformação de areia em vidro, cozimento dos alimentos, 
produção de utensílios cerâmicos, manipulação de metais, dentre outros benefícios 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
A produção de utensílios metálicos iniciou com a moldagem dos metais, 
principalmente o ouro e o cobre, através da técnica do martelamento. Esta era 
possível de ser empregada em materiais relativamente moles. Alguns utensílios 
primitivos de ferro foram produzidos utilizando-se ferro puro proveniente de meteoritos 
que atingiram a superfície da Terra. O desenvolvimento de métodos de metalurgia 
permitiu que o homem substituísse instrumentos rudimentares por ferramentas mais 
eficientes (OLIVEIRA et al., 2013). 
As operações metalúrgicas surgiram a partir do momento que o homem 
observou a fusão de rochas causada pelo calor liberado dos carvões em processo de 
combustão. Essa mudança de estado físico permitiu a obtenção de metais como o 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
chumbo e o cobre proveniente de óxidos e sulfetos metálicos. No decorrer da história, 
o homem observou que a combinação de vários minerais no processo de fusão 
produzia materiais com propriedades melhores do que os produtos fabricados com 
metais puros. A partir daí, começou-se a utilizar nos processos de fabricação de 
utensílios metálicos, as ligas metálicas. Como exemplo tem-se a produção do bronze, 
um material resistente e moldável, proveniente da combinação entre o cobre e o 
estanho (RODRIGUES, 2016). 
As técnicas de metalurgia foram de grande relevância para o desenvolvimentoda civilização que já foi usual dividir a História em períodos relacionados com a 
utilização de metais pelo homem, conforme representado na figura 1. 
 
Figura 1: Periodização da História segundo o modelo europeu. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Segundo Oliveira et. al., (2013), a Idade dos Metais era dividida em três 
períodos: 
 
 Idade do Cobre (6000 AC a 3000 AC) onde se utilizava o ouro, a prata e as 
ligas provenientes desses metais, além do chumbo e cobre nas técnicas 
metalúrgicas. Neste período desenvolveram-se as técnicas de fundição. 
História
Pré-história
Período Paleolítico (Idade 
da Pedra Lascada)
Período Neolítico (Idade da 
Pedra Polida)
História Idade dos Metais (Ferro, Cobre e Bronze)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 Idade do Bronze (3000 A.C. a 1200 A.C.) na qual se isolou o estanho 
proveniente de minérios e prepararam-se os diferentes tipos de bronze na 
produção de utensílios. 
 Idade do Ferro (1200 A.C. até o início da era Cristã) onde se iniciou a produção 
do aço e a cunhagem de moedas. 
 
Atualmente, devido à imprecisão das informações no período anterior ao 
surgimento da escrita que eram obtidas através de pinturas primitivas e de objetos 
antigos e pelo fato dos conhecimentos referentes aos metais não terem surgido 
simultaneamente entre os diferentes povos da época, essa divisão histórica não é 
mais utilizada (OLIVEIRA et. al., 2013). 
O mercúrio é considerado um elemento metálico muito conhecido pelas 
civilizações antigas como os chineses e os hindus. Alguns relatos sobre essa 
substância foram encontrados em tumbas egípcias datadas de 1500 a.C. Esse 
elemento químico foi julgado como místico, devido a sua superfície espelhada, seu 
estado físico líquido a temperatura ambiente e a sua toxicidade letal (OLIVEIRA et. 
al., 2013). 
Desde os tempos mais remotos, os elementos não metálicos mais conhecidos 
pelos povos antigos eram o carbono e o enxofre. Os homens primitivos conheciam o 
carbono na forma de fuligem e carvão. Também há registros de citações do carbono 
nos textos do antigo testamento em suas formas mais valiosas: diamante e betume 
(Petróleo). Já o enxofre foi citado pelo autor romano Plínio nos documentos feitos por 
ele referentes às antigas minas silicianas. Durante o transcorrer da história o enxofre 
foi utilizado para fins terapêuticos e fabricação de pólvora (OLIVEIRA et. al., 2013). 
Embora os povos antigos soubessem das propriedades dos elementos 
químicos, não os conheciam como tais, pois isso permanecia além de sua 
compreensão. Foram os filósofos gregos que introduziram o conhecimento de 
elementos. 
Se recuarmos na história para verificarmos as origens do conhecimento da 
química, vamos encontrar nas mais diferentes civilizações, um vasto número de 
tecnologias químicas relacionadas com a produção de alimentos; com os processos 
de metalurgia, com a produção de corantes; com a fabricação de cerâmica, com as 
técnicas de mumificação; dentre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nessa unidade, apresentamos os primeiros contatos do homem com os 
fenômenos químicos, além de abordar sobre a importância do domínio das técnicas 
de metalurgia no desenvolvimento tecnológico das civilizações no transcorre da 
história. Na próxima unidade iremos verificar como a filosofia grega e a alquimia 
contribuíram na evolução do conhecimento da química. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nota-se que o conhecimento de metalurgia contribuiu para o desenvolvimento de 
diversas civilizações no transcorrer da história. Como o domínio da manipulação de 
metais favorecia o desenvolvimento tecnológico dos diferentes povos? 
O artigo “A Evolução dos Materiais. Parte1: da Pré-história ao Início da Era Moderna”, 
traz uma abordagem aprofundada sobre a História da metalurgia, disponível para 
download no link: https://bit.ly/2ZGf62C 
Segundo Oliveira (2013), a Idade dos Metais era dividida em três períodos: 
 
 Idade do Cobre (6000 AC a 3000 AC) onde se utilizava o ouro, a prata e as ligas 
provenientes desses metais, além do chumbo e cobre nas técnicas metalúrgicas. 
Neste período desenvolveram-se as técnicas de fundição. 
• Idade do Bronze (3000 AC a 1200 AC) na qual se isolou o estanho proveniente de 
minérios e prepararam-se os diferentes tipos de bronze na produção de utensílios. 
• Idade do Ferro (1200 AC até o início da era Cristã) onde se iniciou a produção do aço 
e a cunhagem de moedas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
FIXANDO O CONTÉUDO 
 
1. Qual foi o primeiro metal a ser fundido pelos seres humanos no período conhecido 
como Idade dos Metais? 
 
a) Cobre. 
b) Ferro. 
c) Mercúrio. 
d) Paládio. 
e) Estanho. 
 
2. Os metais, explorados desde a Idade do Bronze, são muito utilizados até hoje, por 
exemplo, na aeronáutica, na eletrônica, na comunicação, na construção civil e na 
indústria automobilística. Sobre os metais, pode-se afirmar que são: 
 
a) bons condutores de calor e de eletricidade, assim como os não-metais. 
b) materiais que se quebram com facilidade, característica semelhante aos cristais. 
c) materiais que apresentam baixo ponto de fusão, tornando-se sólidos na 
temperatura ambiente. 
d) encontrados facilmente na forma pura ou metálica, sendo misturados a outros 
metais, formando o mineral. 
e) maleáveis, transformando-se em lâminas, por exemplo, quando golpeados ou 
submetidos a rolo compressor. 
 
3. [UFPB] A historiografia costuma chamar as sociedades que se desenvolveram 
antes da invenção da escrita como “pré-históricas”. Os homens dessas sociedades 
paulatinamente superaram suas deficiências físicas e de raciocínio, bem como de 
adaptação ao ambiente, onde passaram a criar condições materiais para 
sobreviver. Sobre esse longo período em que viveram essas sociedades, afirma-
se: 
 
I. O paleolítico é caracterizado como o período da pedra lascada, em que a luta pela 
sobrevivência tinha por base a caça, a pesca e a coleta. Os homens eram nômades, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
viviam em bandos e habitavam as cavernas. 
II. A principal conquista do neolítico foi o domínio do fogo, que possibilitou ao homem 
defender-se de animais, preparar alimentos, proteger-se do frio e sedentarizar-se, 
organizando-se em tribos e vivendo em aldeias agrícolas autossuficientes. 
III. Duas características marcaram a Idade dos Metais: a revolução urbana e o uso de 
instrumentos de metal na fabricação de utensílios e armas. Esse período se 
distingue pela harmonia entre os povos. 
 
Considerando as afirmativas, está(ão) correta(s): 
a) apenas I. 
b) apenas II. 
c) apenas III. 
d) apenas I e II. 
e) todas as alternativas estão corretas. 
 
4. Qual período os seres humanos aprenderam as técnicas de fundição, podendo, 
portanto, produzir seus instrumentos de cobre, prata, ouro, bronze e ferro? 
a) Idade Antiga. 
b) Idade da Pedra Lascada. 
c) Idade da Pedra Polida. 
d) Idade do Metais. 
e) Idade Média. 
 
5. Uma fornalha de 300 mil anos descoberta em uma caverna paleolítica de Israel 
levou os cientistas a concluir que esta se trata da mais antiga descoberta que 
aponta para o controle do fogo por parte do homem. O uso do fogo é um dos fatores 
que contribuíram para a evolução de nossos ancestrais pré-históricos. Apesar de o 
fogo ser usado pelo homem há cerca de 1 milhão de anos, a aprendizagem sobre 
como acendê-lo e controlá-lo para uso doméstico só aconteceu muito depois. 
Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/fornalha-de-300-mil-anos-e-mais-antiga-
descoberta-sobre-controle-do-fogo,c7841a013a985410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html. 
Acesso em: 20 jun. 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Assinale a alternativa que explica, corretamente, por que o uso do fogo é considerado 
um dos fatores que contribuíram para o desenvolvimento dos homens pré-
históricos. 
 
a) O controle do fogo e a descobertada pólvora possibilitaram o desenvolvimento de 
armas de precisão e longo alcance utilizadas nas guerras entre grupos humanos 
rivais. 
b) O fogo era utilizado como arma de caça e fonte de calor, além de permitir o 
cozimento dos alimentos e, posteriormente, a fundição de metais. 
c) Durante o período da pré-história, o fogo foi utilizado como energia para impulsionar 
os motores de máquinas simples, principalmente de uso agrícola. 
d) Para produzir e controlar o fogo, os grupos pré-históricos foram obrigados a se 
estabelecer em áreas próximas às fogueiras, deixando o nomadismo e iniciando o 
processo de sedentarização. 
e) A descoberta do fogo permitiu o desenvolvimento de atividades culturais, como o 
Teatro, que eram realizadas em volta da fogueira e desenvolveram-se rapidamente 
no período pré-histórico. 
 
6. Aproximadamente 12 mil anos atrás, a última era glacial chegava ao fim. Nesse 
período, os grupos humanos da região do chamado “Crescente Fértil” já haviam 
aperfeiçoado o uso de ossos, madeira e marfim para fabricar agulhas com furos, 
arpões, lanças, pontas e garfos e, usando pedras polidas, começaram a fabricar 
enxadas, foices, pilões e machados, inaugurando um período que chamamos de 
Neolítico. Esse período é caracterizado principalmente pela: 
 
a) descoberta do fogo e pela invenção da escrita. 
b) descoberta da fundição dos metais e pelo surgimento das primeiras cidades. 
c) invenção da agricultura e pela sedentarização dos primeiros grupos humanos. 
d) invenção da roda e pela mecanização da produção agrícola. 
e) invenção dos números e pelo surgimento do capitalismo. 
 
7. (UFTPR-2008). Tradicionalmente, podemos definir a pré-história como o período 
anterior ao aparecimento da escrita. Portanto, esse período é anterior há 4000 a.C., 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
pois foi por volta desta época que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. 
Com base nesse entendimento, qual a alternativa que apresenta características 
das atividades do homem na fase paleolítica? 
 
a) Os homens aprenderam a polir a pedra. A partir de então, conseguiram produzir 
instrumentos (lâminas de corte, machados, serras com dentes de pedra mais 
eficientes e mais bem-acabados. 
b) Os homens descobriram uma forma nova de obter alimentos: a agricultura, que os 
obrigou a conservar e cozinhar os cereais. 
c) Semeando a terra, criando gado, produzindo o próprio alimento, os homens não 
tinham mais por que mudar constantemente de lugar e tornaram-se sedentários. 
d) Os homens conheciam uma economia comercial e já praticavam os juros. 
e) Os homens ainda não produziam seus alimentos, não plantavam e nem criavam 
animais. Em verdade, eles coletavam frutos, grãos e raízes, pescavam e caçavam 
animais. 
 
8. (ETEs-2007) Na Pré-História, o homem já criava animais, cultivava o solo e 
dispunha de objetos de metais, tais como lanças, ferramentas e machados. 
(Adaptado de: acessado em: fev. 2007.) Com base nessas informações, foram 
formuladas algumas hipóteses. Escolha, na relação a seguir, as hipóteses 
compatíveis com aquela época. 
 
I. Houve domesticação e cultivo de plantas. 
II. Ocorreu melhoria na alimentação e na qualidade de vida das pessoas. 
III. Os alimentos eram transportados por navios. 
IV. A vida nômade teve início. 
 
É correto o que se afirma apenas em 
a) I e II. 
b) II e III. 
c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) II, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
HISTÓRIA ANTIGA DA QUÍMICA 
 
 
 
 HISTÓRIA ANTIGA DA QUÍMICA 
Na idade antiga, os filósofos Leucipo e Demócrito (séc. V a.C.) buscavam 
solucionar um grande problema filosófico que consistia em um princípio que 
explicasse a ordem, a origem e as transformações do mundo, além da constituição da 
matéria. Os pensadores da Antiguidade procuravam respostas para explicar as 
relações entre o macrocosmo e o microcosmo, entre o uno e o diverso formulando 
questões filosóficas que até hoje nos fazem refletir. O paradoxo de Parmênides (séc. 
V a.C.) é um exemplo dessas questões. O filósofo resumiu suas indagações da 
seguinte maneira: se o que é real é eterno, e acreditamos que o mundo físico é real, 
por que o mundo físico sofre mudanças? Na tentativa de buscar respostas a essas 
perguntas, os filósofos insuflaram diversas explicações. O atomismo foi uma delas. 
Essa corrente filosófica baseava-se na ideia de que o mundo físico seria constituído 
por partículas microscópicas que possuíam diferentes formas, tamanhos e arranjos 
denominados átomos. A corrente filosófica atomista acreditava que as alterações no 
mundo eram apenas aparentes, pois os átomos que eram considerados a real 
essência das coisas, conservavam-se imutáveis e indestrutíveis, além de não 
poderem ser criados. Outra resposta às diversas questões filosóficas foi dada pela 
teoria dos quatro elementos de autoria do pensador Empédocles e que posteriormente 
foi requintada por Aristóteles (STRATHERN, 2002). 
O pensador Empédocles, morador de uma colônia grega na Sicília (Séc.V a.C.), 
influenciado pelo matemático Pitágoras, propôs a teoria dos quatro elementos: fogo, 
água, terra e ar. Além dessa contribuição de grande relevância para a ciência, 
Empédocles foi criador de teorias extraordinárias onde afirmava que nada do mundo 
era criado ou destruído, e que as coisas são feitas a partir da combinação dos quatro 
elementos. A ideia destes mostrou considerável discernimento do lado prático da 
química por parte desse pensador, visto que a terra representa o estado físico sólido, 
o ar representa um gás, a água representa um líquido e o fogo, energia (STRATHERN, 
2002). 
UNIDADE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
Aristóteles é considerado o primogênito dos gênios universais. Ele trouxe 
contribuições capitais em quase todas as áreas da ciência, exceto a matemática. Esse 
pensador era extremamente curioso e tinha uma biblioteca inigualável. Nunca antes 
foi acumulado tanto material filosófico e científico por um cidadão privado. Embora 
Aristóteles seja considerado uma das “grandes mentes” na história da ciência, suas 
ideias estavam “contaminadas” pelo pensamento platônico. Ele via as coisas como 
dotadas de qualidades, conforme preconizado pelas ideias platônicas, e não de 
propriedades concretas. Esse filósofo propôs uma teoria baseada na existência de 
cinco elementos primordiais ordenados em dois diferentes planos, o mundo 
supralunar e o mundo sublunar conforme representado na figura 2 (STRATHERN, 
2002). 
 
Figura 2: Visão filosófica dos cinco elementos proposta por Aristóteles. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
 Segundo Aristóteles, o mundo supralunar era perfeito e incorruptível, 
constituído apenas de um elemento: o éter. Já o mundo sublunar, seria formado pelos 
quatro elementos transmutáveis entre si: fogo, ar, água e terra compostos pela 
substância primordial, hylé combinada com as quatro qualidades fundamentais – 
quente, seco, úmido e frio. As combinações destas quatro qualidades em duplas 
dariam origem a seis pares distintos, sendo dois deles antagônicos – quente/frio, 
seco/úmido - pois um corpo não pode ser simultaneamente quente e frio, ou seco e 
úmido (STRATHERN, 2002). Estas ideias estão representadas na Figura 3. 
Mundos
supralunar Éter
Sublunar
Fogo
Água
Ar
Terra
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Figura 3: Os quatro elementos clássicos e as combinações das qualidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://bit.ly/2VQE26y 
 
A caracterização dos quatro elementos está representada no quadro 1. De 
acordo com essa interpretação as transformações da matéria são causadas pelas 
mudanças de suas qualidades e formas. Como exemplo, o fogo seria transformado 
no elemento terra, alterando-se a qualidade quente por frio. 
 
Quadro 1: Elementos formados a partir da combinação das qualidades. 
Elemento Qualidades 
Fogo Quente + Seco 
Terra Frio + Seco 
Água Frio + Úmido 
ArQuente + Úmido 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Comumente, afirma-se que a alquímica surgiu na cidade de Alexandria, maior 
centro de conhecimento da antiguidade, instituída na foz do Nilo em 331 a.C. por 
Alexandre o Grande, que a considerava capital dos territórios conquistados do Egito 
(STRATHERN, 2002). 
Foi nessa cidade que o conhecimento grego teve contato com um saber antigo 
conhecido como arte egípcia, ou khemeia (a raiz da palavra química). As origens 
dessa arte perdem-se no tempo. Segundo o livro de Enoc, apócrifo do antigo 
testamento, o conhecimento místico e secreto da Khemeia foi ensinado a várias 
mulheres pelos anjos decaídos que tinham como objetivo conduzir as moças a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
satisfazerem suas vontades (STRATHERN, 2002). 
Inicialmente, arte egípcia baseava-se nos processos químicos utilizados na 
conservação de corpos chamados embalsamento. Segundo os egípcios, tal 
procedimento era necessário para preservar o cadáver na sua peregrinação até o 
mundo dos mortos (STRATHERN, 2002). 
Novos processos químicos desenvolvidos pelos egípcios foram associados à 
khemeia como a metalurgia. Associou-se sete elementos metálicos conhecidos como 
ouro, prata, cobre, ferro, estanho, chumbo e mercúrio a essa arte de conhecimento 
místico. A civilização egípcia percebeu que, como os sete elementos, havia também 
sete planetas: o Sol, a Lua, Vênus, Marte, Saturno, Júpiter e Mercúrio, que se 
movimentavam em relação às estrelas fixas (STRATHERN, 2002). 
Posteriormente, associaram-se os astros aos elementos químicos conforme 
representado no quadro 2. 
 
Quadro 2: Relação entre os setes elementos e os sete planetas ou estrelas errantes segundo a 
khemaia 
Elemento Planeta 
Chumbo Saturno 
Cobre Vênus 
Estanho Júpiter 
Ferro Marte 
Mercúrio Mercúrio 
Ouro Sol 
Prata Lua 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Ao conectar a Khemeia com a astrologia, os magos e feiticeiros presumiram 
que tinham desvendado os segredos do universo. Além disso, essa relação 
possibilitou aos alquimistas desenvolverem um método que mantivessem protegido 
os segredos da arte egípcia, pois em vez de registrarem que o Bronze era proveniente 
da combinação entre dois metais, referiam-se que essa liga metálica era originária da 
conjunção entre Vênus (cobre) e Júpiter (estanho) (STRATHERN, 2002). 
A alquimia nasceu da combinação da Khemeia com a filosofia grega. Embora 
os gregos tenham conseguindo separar a ciência da religião, essas duas se uniram 
novamente na alquimia. Os sete elementos da khemeia foram substituídos pelos 
quatro elementos propostos pelo filósofo grego Aristóteles: água, fogo, terra e ar 
(STRATHERN, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
A incorporação dos quatro elementos na Khemeia permitiu aos alquimistas 
concluírem que esses não são imutáveis, pois as qualidades quente, frio, seco e 
molhado podem ser alteradas dando origem a novas combinações, portanto gerando 
a transmutação dos elementos. Tal conclusão levou os alquimistas a deduzirem que 
haveria um conhecimento secreto nos textos antigos que mostraria a técnica que 
transformaria metais menos nobres em ouro (STRATHERN, 2002). 
A prática da alquimia não foi monopolizada pela obsessão de transmutar metais 
inferiores em ouro. Devido a uma interpretação equivocada dos procedimentos 
científicos descritos pelo grande alquimista Zósimo de Panópolis, onde ele relatava o 
“tratamento dos metais doentes” transformando esses em ouro, levaram os 
alquimistas a tratarem enfermidades humanas. A partir daí foram lançadas as bases 
da ciência química e por consequência a fundação da farmácia científica e da química 
medicinal (STRATHERN, 2002). 
A alquimia progrediu da busca incessante de transformar metais menos nobres 
em ouro (avidez) para a cura de enfermidades mortais (medicina), e logo em seguida 
para o tratamento de males espirituais (salvação). Esse trio composto pela avidez, 
medicina e salvação seria uma parte integrante da alquimia ao longo de todo o seu 
desenvolvimento, além de desempenhar um papel importante na alquimia de 
Alexandria e de diversas outras partes do planeta. As práticas alquímicas 
reconhecíveis estavam bem consolidadas nas Américas do Sul e Central, na China e 
na Índia durante o século I d.C. Enquanto no ocidente a alquimia permaneceu focada 
em fazer ouro, na China ela concentrou-se na medicina e na salvação, ou seja, no 
“elixir da vida” que prometia a imortalidade (STRATHERN, 2002). 
Os árabes ficaram maravilhados com uma substância denominada “fogo grego” 
composta por óleo cru destilado, após os cascos de navios das suas frotas serem 
incendiados por esse produto inflamável, utilizado pelos europeus para interromper o 
avanço do Islã na Europa. Essa arma letal despertou o interesse do povo árabe pela 
sabedoria grega e por outras informações do conhecimento antigo da khemeia na 
Síria e Mesopotâmia que eles passaram a chamar de Al-chemia (STRATHERN, 
2002). 
Os povos árabes desenvolveram conhecimentos totalmente originais para a 
compreensão do mundo. Nesse aspecto, destaca-se a alquimia árabe, fruto da 
relação entre a filosofia, o misticismo e os saberes manipulativos que objetivavam a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
compreensão e o domínio dos fenômenos naturais, incluindo as transformações 
físicas e químicas da matéria. Destaca-se na Alquimia árabe, o responsável pela teoria 
do “enxofre e mercúrio” chamado Jabir ibn Hayyan (séc. IX d.C.). De acordo com esse 
alquimista, todos os metais seriam compostos pelos princípios enxofre que é a 
essência masculina responsável pela “combustibilidade” da matéria e mercúrio que é 
a essência feminina, responsável pela “metalicidade” da matéria, combinados em 
diferentes proporções. Hayyan acreditava que seria possível a transformação de um 
metal em outro mais nobre, através de procedimentos de separação e purificação, 
modificando a proporção desses dois princípios (STRATHERN, 2002). 
O conhecimento da alquimia árabe chegou até a Europa através das relações 
comerciais e das migrações dos povos árabes, durante a Idade Média. Pensadores 
ligados ao clero, como Alberto Magno (1193-1280) e Roger Bacon (1214-1292), foram 
responsáveis pela adequação e redefinição desses saberes aos dogmas cristãos. 
Uma nova filosofia natural foi criada, sendo constituída pelas técnicas de manipulação 
da matéria e pelos conhecimentos abstratos dos alquimistas árabes e dos filósofos 
clássicos, sob o ponto de vista cristão (STRATHERN, 2002). 
A constituição da Química como ciência teve contribuição das técnicas 
alquímicas e do acúmulo de informações adquiridos pelos alquimistas. Várias vidrarias 
utilizadas em laboratórios de química, várias técnicas de destilação e vários 
equipamentos como fornos e fornalhas foram criados pelos alquimistas. 
A Iatroquímica (a palavra grega iatro significa médico), atualmente chamada de 
química medicinal, tem como foco a preparação de medicamentos e a explicação das 
doenças. Essa ciência teve como grande divulgador o iatroquímico Philipus Aureolus 
Theophrastus von Hohenheim, autodenominado Paracelso. Este cientista nasceu na 
aldeia suíça de Einsiedeln no final de 1493. Na infância, ele sofreu de raquitismo e 
constantemente estava doente. Sua mãe foi uma serva e seu pai ilegítimo. Esse 
histórico de vida cheio de privações físicas e sociais contribuiu para a formação da 
personalidade complexa e contraditória de Paracelso. Fala-se que, em virtude de uma 
doença, esse cientista foi castrado desenvolvendo traços femininos durante seu 
crescimento (STRATHERN, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Figura 4: Paracelso, considerado o pai da Iatroquímica. 
 
Fonte: OLIVEIRA et al, (2013) 
 
Paracelso perdeu a mãe quando criança e teve que mudar com o pai para 
Villach, na Áustria. Nesta cidade, seu pai ensinava alquimia teórica e prática em uma 
faculdade local. Nos horáriosvagos, os dois praticavam técnicas de transmutação. A 
teoria da metalurgia alquímica naquela época estabelecia que os metais eram 
“refinados” no solo, transformando-se gradualmente das formas mais grosseiras em 
prata e por fim, em ouro. A transmutação alquímica nada mais era do que a tentativa 
de acelerar esse processo (STRATHERN, 2002). 
 
Figura 5: Processo de transmutação dos metais menos nobre até o ouro pregada pela alquimia 
metalúrgica. 
Fonte: Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Paracelso tanto fez para desenvolver as ideias referentes à Iatroquímica que 
se apossou dela. O objetivo dessa ciência era estabelecer a química como a base da 
prática médica. Paracelso declarou de maneira objetiva que a alquimia estava 
perdendo seu tempo em tentativa transmutar metais em ouro, pois as ideias 
Metais 
Nobres Prata Ouro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
alquímicas deveriam ser postas para atender a medicina produzindo remédios para 
moléstias e doenças, transformando-a em ciência (STRATHERN, 2002). 
Apesar de suas incursões superficiais pela alquimia, Paracelso foi, sem dúvida, 
um químico em ascensão que acreditava que o corpo era um grande laboratório e que 
a vida era na realidade tratava-se de uma série de processos químicos. Quando o ser 
humano adoecia, houve um desequilíbrio químico no corpo que podia ser corrigido 
com a administração de substâncias químicas para contrabalancear ou iniciar uma 
reação química (STRATHERN, 2002). 
Embora Paracelso aceitasse a teoria dos quatro elementos de Aristóteles, ele 
se embasava no desenvolvimento árabe dos três princípios representado na Figura 6. 
 
Figura 6: Três princípios estabelecidos 
Fonte: Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Ele descrevia esses princípios utilizando como exemplo a queima de um 
pedaço de madeira. A fumaça representava a volatilidade (o princípio do mercúrio), 
as chamas geradoras de calor representavam a combustão (enxofre) e a cinza 
proveniente da queima representava a solidez (sal). Embora esses três princípios não 
fossem a matéria ou os quatro elementos ensinados na filosofia grega, eles 
explicavam como a matéria operava. Considerando que tudo era constituído pelos três 
elementos enxofre, mercúrio e sal – acreditava-se que as doenças eram ocasionadas 
pela escassez de um desses elementos (STRATHERN, 2002). 
• Representa a combustãoEnxofre
• Representa Volatilidade das SubstânciasMercúrio
• Solidez das substânciasSal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nessa unidade, abordamos sobre a visão aristotélica referente a constituição 
da matéria, utilizando como base a existência dos quatros elementos fundamentais. 
Posteriormente foi a apresentado um histórico da evolução da alquimia desde a 
antiguidade até a idade média, além das contribuições dessa arte para a química 
moderna. Na próxima unidade iremos vislumbrar as contribuições de diversos 
cientistas renascentistas no desenvolvimento da química moderna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O filósofo Parmênides (séc. V a.C.) resumiu suas indagações da seguinte maneira: se o 
que é real é eterno, e acreditamos que o mundo físico é real, porque o mundo físico sofre 
mudanças? Na tentativa de buscar respostas a essas perguntas, os filósofos propuseram 
diversas explicações como o atomismo. Quais eram as ideias apresentadas por essa 
corrente filosófica para explicar o paradoxo de Parmênides? 
O livro “O sonho de Mendeleiev. A verdadeira história da química. ” Relata de maneira 
mais completa e detalhada sobre a evolução da alquimia e da iatroquímica. Você pode 
acessar o livro no acervo eletrônico da biblioteca da Faculdade Única. 
Disponível em: https://bit.ly/38wUgXn 
A alquimia progrediu da busca incessante de transformar metais menos nobres em ouro 
(avidez) para a cura de enfermidades mortais (medicina), e logo em seguida para o 
tratamento de males espirituais (salvação). Esse trio composto pela avidez, medicina e 
salvação seria uma parte integrante da alquimia ao longo de todo o seu desenvolvimento, 
além de desempenhar um papel importante na alquimia de Alexandria e de diversas 
outras partes do planeta. As práticas alquímicas reconhecíveis estavam bem 
consolidadas nas Américas do Sul e Central, na China e na Índia durante o século I d.C. 
Enquanto no ocidente a alquimia permaneceu focada em fazer ouro, na China ela 
concentrou-se na medicina e na salvação, ou seja, no “elixir da vida” que prometia a 
imortalidade (STRATHERN, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
 
1. Toda a matéria é formada por átomos. Parece fácil hoje em dia dizer isso, mas 
durante dois mil anos, os homens acreditaram que a matéria era formada apenas 
pela combinação de quatro elementos: água, terra, fogo e ar, além de 4 qualidades. 
Apesar disso, o nome “átomo” surge na Grécia Antiga, proposta inicialmente pelo 
filósofo. 
 
a) Empedócles. 
b) Lavosier. 
c) Leucipo. 
d) Lavosier 
e) Dalton 
 
2. A palavra alquimia, AL-Khemy, vem do árabe e quer dizer “a química”. Esta ciência 
começou a se desenvolver por volta do século III a. C. e obteve grande êxito na 
metalurgia, na produção de papiros e na aparelhagem de laboratório. A partir das 
obscuras etimologias e através de uma leitura intrincada, enigmática e carregada 
de símbolos dos escritos alquimistas, pode-se ter claramente que uma das 
finalidades da alquimia era transformar os metais chamados inferiores 
(principalmente o mercúrio e o chumbo) em ouro e prata, metais tidos como 
superiores.(http://www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_25/alquimia.html, 
adaptado.) Para obter átomos de ouro a partir de átomos de metais inferiores, seria 
necessário que os alquimistas fossem capazes de 
 
a) realizar a transmutação nuclear, na qual os núcleos de mercúrio e chumbo são 
aquecidos e posteriormente fundidos. 
b) mudar a distribuição dos elétrons, em níveis e subníveis da eletrosfera, dos átomos 
dos elementos mercúrio e chumbo. 
c) aplicar técnicas analíticas de separação de misturas metálicas, tais como a 
cromatografia e a destilação fracionada. 
d) promover reações químicas entre soluções de metais inferiores, submetidas a 
temperaturas elevadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
e) alterar o número de prótons de átomos de mercúrio e chumbo, pois este número é 
diferente do número de prótons de átomos do ouro. 
 
3. A alquimia ‒ mistura de arte, ciência e magia precursora da química ‒ elencou como 
objetivos a busca do elixir da longa vida e da pedra filosofal que permitiria a 
transformação de metais comuns em ouro. Inobstante o insucesso de suas 
pesquisas naquele campo restrito, a alquimia deixou um grande legado para a 
ciência química. Assinale a opção que corresponde a contribuições efetivas da 
alquimia. 
 
a) O conceito de átomo e muitas informações que embasaram a teoria atômica 
moderna. 
b) A descoberta de muitas substâncias, a invenção de equipamentos e os trabalhos 
na área de metalurgia. 
c) Subsídios que conduziram as pesquisas sobre a transmutação dos metais. 
d) Contribuições para o estabelecimento das leis das combinações químicas. 
e) A descoberta de elementos radioativos como o Polônio. 
 
4. A Iatroquímica (a palavra grega iatro significa médico), atualmente chamada de 
química medicinal, tem como foco a preparação de medicamentos e a explicação 
das doenças (OLIVEIRA et al, 2013). Qual dos cientistas a seguir acreditava que 
tudo era constituído pelos três elementos enxofre, mercúrio e sal e que as doenças 
eram ocasionadas pela escassez de um desses elementos? 
 
a) Aristóteles. 
b) Demócrito. 
c) Ptolomeu. 
d) Paracelso. 
e) René Descartes. 
 
5. O pensador Empédocles, morador de uma colônia grega na Sicília (Séc.V a.C.), 
influenciado pelo matemático Pitágoras, propôs a teoria dos quatro elementos: 
fogo, água, terra e ar. Um professor de história da química fez as seguintes24 
 
 
afirmações em relação a teoria proposta por Empédocles: 
 
I. Os átomos que eram considerados a real essência das coisas, conservavam-se 
imutáveis e indestrutíveis, além de não poderem ser criados; 
II. Todas as coisas na natureza são feitas a partir da combinação dos quatro 
elementos: fogo, água, terra e ar; 
III. Segundo a teoria dos quatro elementos proposta por Empédocles, o mundo 
supralunar era perfeito e incorruptível, constituído apenas de um elemento: o éter; 
IV. Todos os metais seriam compostos pelos princípios enxofre que é a essência 
masculina responsável pela “combustibilidade” da matéria e mercúrio que é a 
essência feminina, responsável pela “metalicidade” da matéria, combinados em 
diferentes proporções. 
 
Qual(is) afirmação(ões) está(ão) correta(s). 
a) I e III. 
b) II e IV. 
c) II e III. 
d) Apenas II. 
e) Todas estão corretas. 
 
6. Aristóteles via as coisas como dotadas de qualidades, conforme preconizado pelas 
ideias platônicas, e não de propriedades concretas. Esse filósofo propôs uma teoria 
baseada na existência de cinco elementos primordiais ordenados em dois 
diferentes planos, o mundo supralunar e o mundo sublunar. Segundo essa teoria 
Aristotélica: 
 
a) o mundo supralunar era perfeito e incorruptível, constituído apenas de um 
elemento: o éter. 
b) cinco elementos metálicos conhecidos como ouro, prata, cobre, ferro e estanho 
estão relacionados a cinco planetas: o Sol, a Lua, Vênus, Marte e Saturno, que se 
movimentavam em relação às estrelas fixas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
c) o mundo sublunar, seria formado pelos quatro elementos intransmutáveis entre si: 
fogo, ar, água e ferro compostos pela substância primordial, hylé combinada com 
as quatro qualidades fundamentais – quente, seco, úmido e frio. 
d) quando uma substância é aquecida, ela perde o flogisto. Como exemplo tem-se o 
processo de calcinação dos metais nos quais estes são aquecidos em presença de 
oxigênio obtendo-se o “Cal” que seria o material sem o flogisto. 
e) Quando um pedaço de madeira é queimado a fumaça representava a volatilidade 
(o princípio do mercúrio), as chamas geradoras de calor representavam a 
combustão (enxofre) e a cinza proveniente da queima representava a solidez (sal). 
 
7. Empédocles afirmava que nada do mundo era criado ou destruído, e que as coisas 
são feitas a partir da combinação dos quatro elementos(fogo, água, terra e ar). 
Segundo esse filósofo o fogo representava 
a) um sólido. 
b) um gás. 
c) um líquido. 
d) energia. 
e) um plasma. 
 
8. Durante séculos, filósofos e alquimistas acreditaram que a matéria era constituída 
de quatro elementos fundamentais: terra, água, ar e fogo. Hoje, contudo, 
reconhecemos a existência de muito mais do que quatro elementos e alcançamos 
uma compreensão mais aprofundada sobre o que, de fato, são água, ar, terra e 
fogo. 
Sobre esse assunto, são feitas as seguintes afirmativas: 
I. A água é uma substância simples. 
II. O ar é uma solução. 
III. A terra é uma mistura heterogênea. 
IV.O fogo é uma reação redox endotérmica. 
São corretas somente as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) II e III. 
e) II e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
A QUÍMICA NO RENASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 A QUÍMICA NO RENASCIMENTO 
No século 16, a alquimia ainda influenciava bastante os conhecimentos da 
Química. Nessa época, a matemática foi a ciência com maior desenvolvimento, pois 
os conhecimentos de álgebra e a geometria eram aplicados nas construções e 
navegações. Já a física não teve grande evolução nesse período, com exceção da 
mecânica e óptica. No entanto para entendermos o desenvolvimento da química, 
precisamos passar pelo progresso da Física, pois esta é considerada como a primeira 
ciência moderna. 
Além da colaboração dos físicos para o desenvolvimento científico, 
passaremos pelas contribuições de dois grandes filósofos: Bacon (1561-1626) e René 
Descartes (1596-1650). 
Bacon (Figura 7) introduziu o método científico para substituir a filosofia natural. 
Ele sugeriu que, para se conhecer a natureza, é preciso seguir os seguintes passos 
(OLIVEIRA et al., 2013).: 
 
 Observar os fatos; 
 Coletar os dados; 
 Classificá-los; 
 Encontrar as causas. 
 
 
 
 
 
UNIDADE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Figura 7: Francis Bacon 
Fonte: Molina (2018) 
 
Descartes (Figura 8) propôs em suas obras um sistema completo, onde 
pretendia substituir a escolástica, eliminando todas as conclusões baseadas em 
qualidades e formas substanciais em favor de um mecanismo que explicasse os 
fenômenos universais através de apenas três conceitos: extensão, figura e movimento 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 8: René Descartes 
 
Fonte: OLIVEIRA et al, (2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
A partir das contribuições desses dois filósofos, os fenômenos naturais 
deixaram de ser simplesmente observados e passaram a ser estudados focando-se 
nas relações de causa e efeito (OLIVEIRA et al., 2013). 
A Física foi formalizada como ciência moderna a partir dos estudos de 
cosmologia e astronomia. No século XVI, o astrônomo grego Claudio Ptolomeu (90-
168), apoiado pela Igreja Católica baseava suas observações no modelo geocêntrico 
(FIG.9), onde a Terra era o centro do universo finito e tinha ao seu redor o sol e os 
planetas até então conhecidos girando em esperas perfeitas e imutáveis. Esse 
modelo, embora servisse de embasamento para os estudos de astronomia, era 
limitado, pois não explicava, por exemplo, o movimento retrógrado dos planetas. 
Visando conciliar esta observação com o modelo de órbitas circulares, Ptolomeu 
propôs um modelo (Figura 10) onde cada planeta se moveria ao longo de um pequeno 
círculo (Epiciclo), cujo centro se move em torno de um ciclo maior ao redor da Terra 
(Deferente). Graças a essa conciliação, as ideias de Ptolomeu continuaram a serem 
utilizadas, sem grandes mudanças, ao longo de 1300 anos (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 9: Modelo Geocêntrico 
 
Fonte: Pereira (2011, online) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
Figura 10: Modelo Geocêntrico elaborado pelo astrônomo grego Ptolomeu 
 
Fonte: Toda Matéria (S/D) 
 
O modelo Heliocêntrico (Figura 11) foi proposto pelo astrônomo Copérnico, que 
utilizando materiais rudimentares, sugeriu que o Sol era o centro do universo finito, 
com a Terra e os planetas girando ao seu redor, conservando a ideia aristotélica de 
esferas fixas (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 11: Modelo Heliocêntrico elaborado pelo astrônomo Copérnico. 
 
Fonte: Secretária de Educação do Paraná (online) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
A ideia de que o universo era infinito foi proposta por um monge italiano que 
abandonou a ordem dos dominicanos, chamado Giordano Bruno (Figura 12). Este foi 
preso submetido a julgamento e queimado vivo por defender suas ideias até o fim 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 12: Monge italiano, Giordano Bruno. 
 
Fonte: Anatalino (2011, online) 
 
Foi o astrônomo dinamarquês Kepler (Figura 13) que, após observar a orbita 
de Marte por vários anos, propôs que sua órbita era elíptica, e não circular como 
sugerido pelos gregos e pelo próprio Copérnico. As leis de Kepler utilizadas na 
astrofísica para estudar o movimento dos planetas foram propostas por esse cientista 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Figura 13: Astrônomo dinamarquês Kepler. 
 
Fonte: Superinteressante (2013, online) 
 
A física a passou a ser reconhecida como ciência moderna a partir da utilização 
da matemática para descrever os fenômenos naturais feitas pelo físico italiano Galileu 
Galilei (Figura 14). Após aprimorar o telescópio, ele realizou observações 
astronômicas que permitiram verificar o movimento da Terra e reafirmar a teoria 
heliocêntrica. Esse cientista também estudou os movimentos de queda livre que o 
levaram a concluir quetodos os corpos caem com aceleração constante, uma vez que 
a gravidade em todos os corpos, à mesma altura, é igual (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 14: Astrofísico italiano Galileu Galilei 
 
Fonte: OLIVEIRA et al, (2013) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
A Química foi reconhecida como ciência moderna no século XVIII, graças às 
contribuições de diversos cientistas que foram se desvinculando da alquimia e 
passaram a realizar a experimentação controlada e a utilizar o raciocínio indutivo. Um 
dos químicos que auxiliou de maneira significativa para esse reconhecimento da 
química foi Lavoisier. A seguir iremos abordar sobre os trabalhos de alguns cientistas 
que contribuíram no desenvolvimento da química nos séculos XVII e XVIII. 
Em 1661, o químico inglês Robert Boyle (Figura 15) criticou a Teoria dos Quatro 
Elementos de Aristóteles e dos Três Princípios de Paracelso na sua obra The 
Sceptical Chemist. Esse cientista sempre valorizou a experimentação nos estudos dos 
fenômenos físico-químicos. Isso graças a influência do filósofo Francis Bacon. Ele 
sugeriu que a matéria é constituída por corpúsculos de diferentes tipos e tamanhos. 
Também conseguiu estabelecer a distinção entre compostos e misturas, embora não 
tivesse ainda um conhecimento profundo sobre elementos químicos. Estudou 
intensamente o comportamento dos gases criando a Lei de Boyle-Mariotte, onde foi 
possível estabelecer a relação entre a pressão e o volume de uma massa de gás, à 
temperatura constante (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 15: Pai da Química Moderna, Robert Boyle. 
 
Fonte: Martin (2016, online) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
A Teoria do Flogisto, cujo significado vem da palavra grega plogyston que 
significa queimado, foi proposta pelo britânico George Ernst Stahl para explicar os 
fenômenos de combustão (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 16: Médico e químico inglês George Ernst Stahl. 
 
Fonte: Eriksen (2019, online) 
 
Esse cientista dizia que quando uma substância é aquecida, ela perde o 
flogisto. Como exemplo tem-se o processo de calcinação dos metais nos quais estes 
são aquecidos em presença de oxigênio obtendo-se o “Cal” que seria o material sem 
o flogisto conforme representado abaixo. 
 
Metal + Combustão Cal (Óxido do metal) + Flogisto 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 
 
Essa teoria se deparava com a seguinte situação: Não conseguia explicar a 
variação de massa dos metais que aumentava após a combustão. Visando conciliar o 
aumento de massa, Stahl propôs que o flogisto possuía massa negativa, portanto 
quando ele abandonasse o material, a massa deste aumentaria. A teoria do Flogisto 
prevaleceu na química durante 80 anos, sendo refutada posteriormente pelas 
explicações do químico Antoine Lavoisier (OLIVEIRA et al., 2013). 
O físico-químico Henry Cavendish (Figura 17), em 1776, descobriu o “ar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
inflamável” que depois foi chamado de hidrogênio. Ele reconheceu que este gás é 
diferenciado, pois fornece água que, segundo ele, seria o hidrogênio sem flogisto 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
Figura 17: Químico Henry Cavendish. 
 
Fonte: Beléndez (2008, p. 2605) 
 
O teólogo Priestley recebeu o mérito de ter isolado e descoberto o oxigênio em 
1774, embora outro cientista chamado Scheele tenha obtido essa substância antes. 
A obtenção do oxigênio foi possível aquecendo-se o óxido de mercúrio e coletando o 
gás produzido num sistema pneumático. Ele considerava que esse gás se tratava do 
“ar desflogisticado”. Além de descobrir o oxigênio, Priestley sintetizou diversos ácidos 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
Figura 18: Teólogo Joseph Priestley. 
 
Fonte: Science History Institute (2017, online) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
3.1.1 Lavoisier e as bases da Química moderna 
Antoine Lavoisier nasceu em 1743, na França. Ele era membro de uma família 
de classe média alta. Aos 23 anos, esse cientista começou a mostrar um talento 
extraordinário, sendo aprovado para ingressar na Académie des Sciences. 
Posteriormente, Lavoisier assumiu um cargo administrativo e investiu sua herança em 
uma agência coletora de impostos francesa chamada Ferme Générale. Esta era uma 
organização privada corrupta que arrecadava impostos governamentais com base em 
comissão. Lavoisier tinha como objetivo subsidiar suas pesquisas com a renda 
proveniente dessa empresa (GREENBERG, 2009). 
Aos 29 anos, Lavoisier casou-se com a filha de 13 anos de um dos sócios 
majoritários da Ferme chamada Anne-Marie (Figura 19). Embora o casal não tivesse 
filhos, estavam realizados na vida conjugal e Anne-Marie iria se tornar a parceira do 
marido nas pesquisas científicas. Ela aprendeu inglês com o objetivo de acompanhar 
as publicações da Royal Society e passar as informações para o marido. Sem o apoio 
dela, Lavoisier não teria tempo para se dedicar a carreira administrativa e por 
consequência ele não conseguiria acumular riquezas que foram usadas para subsidiar 
suas pesquisas (GREENBERG, 2009). 
 
Figura 19: Famoso retrato de Antoine Laurent de Lavoisier e sua mulher Anne-Marie. 
 
Fonte: Jacques Louis David (1788) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
Devido aos seus inúmeros talentos Lavoisier tornou-se sócio majoritário da 
Ferme, foi indicado para vários comitês da Académie dês Sciences, além de ocupar o 
cargo de diretor da Administração da Pólvora na indústria de munições 
(GREENBERG, 2009). 
Lavoisier foi o “pai” da química moderna. Segundo ele, todas as mudanças na 
química podiam ser explicadas e medidas. Esse cientista acreditava que a química 
estava sendo prejudicada por teorias sem fundamentos científicos. Ele acabou 
adotando a teoria dos quatro elementos, embora considerasse que esta não 
explicasse o comportamento químico das substâncias (GREENBERG, 2009). 
Em 1770, Lavoisier realizou um experimento visando transformar água em terra 
que refutou a teoria aristotélica dos quatro elementos. Ele observou que a água ao ser 
evaporada em um recipiente hermeticamente fechado, deixava um resíduo sólido no 
fundo. Com o objetivo de verificar se esse sedimento era parte da massa da água que 
tinha se transformado em terra, ele realizou os seguintes procedimentos: 
 
1) Pesou a massa da água e do recipiente que seria utilizado no processo de 
evaporação e condensação, antes de iniciar o experimento. 
2) Posteriormente, ele colocou a água para ferver durante 101 dias. No 
recipiente hermeticamente fechado, a água vaporizada era condensada e 
retornava ao ponto de partida. 
3) Após término do processo, Lavoisier pesou novamente a massa de água e a 
massa do recipiente, verificando que o líquido manteve o peso inicial, no 
entanto, a massa do recipiente estava um pouco menor (GREENBERG, 
2009). 
 
Esse experimento levou a Lavoisier a concluir que a água não foi transformada 
em terra, mas parte do vidro que constituía o recipiente dissolveu-se na água. Os 
estudos de combustão e calcinação dos corpos em condições experimentais 
controladas, associado ao uso intensivo da balança analítica, permitiram que Lavoisier 
estabelecesse a Lei da Conservação da Matéria (GREENBERG, 2009). 
Outra grande contribuição de Lavoisier refere-se à teoria da combustão (Figura 
20). Ele concluiu através de seus experimentos que envolviam processos de oxidação 
dos metais que quando um metal se transformava em ferrugem, o aumento de massa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
do produto final não estava relacionado com a perda de flogisto ou flogístico que 
possui massa negativa, mas sim com a combinação do metal com uma substância 
material dotada de peso que fazia parte do ar (GREENBERG, 2009). 
 
Figura 20: Teoria da combustão de Lavoisier 
 
Fonte: Santos (2014, online) 
 
Durante a revolução Francesa, após a morte do rei Luís XVI, Lavoisier foi 
intitulado pelos jacobinos de cientista charlatão, pois suas teorias não eram originais, 
baseando-sesempre em ideias de outros pesquisadores. Quando os jacobinos 
tomaram o poder e implantaram o “terror”, Lavoisier foi preso e condenado à morte na 
guilhotina, acusado de peculato. O juiz que o condenou alegava que a república não 
precisava de cientistas (GREENBERG, 2009). 
Embora Lavoisier não seja responsável individualmente por nenhuma grande 
ideia como o conceito de elementos químicos ou a lei da conservação da matéria, sua 
contribuição revolucionou a química (GREENBERG, 2009) 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nessa unidade, foi apresentado a alteração da visão ocultista da alquimia 
medieval para a visão científica cartesiana, durante o renascimento. Além disso, foi 
relatada a importância das contribuições científicas do químico francês Lavosier que 
forneceram os fundamentos da análise química e da estequiometria. Na próxima 
unidade iremos abordar sobre o desenvolvimento estrondoso da química, onde o 
método científico passou a prevalecer sobre os fenômenos naturais. A validação de 
hipóteses, modelos e teorias estavam condicionadas à verificação experimental dos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
fenômenos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo a teoria do flogisto, quando uma substância é aquecida, ela perde o flogisto. 
Como exemplo tem-se o processo de calcinação dos metais nos quais estes são 
aquecidos em presença de oxigênio obtendo-se o “Cal” que seria o material sem o 
flogisto. Essa teoria se deparava com a seguinte situação: Não conseguia explicar a 
variação de massa dos metais que aumentava após a combustão. Qual foi a explicação 
dada pelo químico francês Lavosier que refutou a teoria do flogisto e que conseguiu 
decifrar o aumento de massas dos metais após reação de combustão? 
O livro “Uma Breve História da Química: Da Alquimia às Ciências Moleculares Modernas” 
relata de maneira mais completa e detalhada sobre as contribuições científicas de 
Lavoisier para a química moderna. Você pode acessar o livro no acervo eletrônico da 
biblioteca da Faculdade Única. 
Disponível em: https://bit.ly/3gqtm6e 
Bacon introduziu o método científico para substituir a filosofia natural. Ele sugeriu que, 
para se conhecer a natureza, é preciso seguir os seguintes passos: observar os fatos, 
coletar os dados, classifica-los e encontrar suas causas. Já, Descartes propôs em suas 
obras um sistema completo, onde pretendia substituir a escolástica, eliminando todas as 
conclusões baseadas em qualidades e formas substanciais em favor de um mecanismo 
que explicasse os fenômenos universais através de apenas três conceitos: extensão, 
figura e movimento. Esses dois filósofos deixaram de simplesmente observar os 
fenômenos naturais e passaram a estudá-los nas relações de causa e efeito 
(GREENBERG, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Os estudos de combustão e calcinação dos corpos em condições experimentais 
controladas, associado ao uso intensivo da balança analítica, permitiram que 
Lavoisier estabelecesse a Lei da Conservação da Matéria (“Na natureza, nada se 
perde, nada se cria, tudo se transforma.”). De acordo com essa lei, se em uma 
viagem, um carro consome 10kg de gasolina que sofre combustão completa 
transformando-se em compostos gasosos, pode-se afirmar que os produtos 
formados: 
 
a) pesam mais que 10kg. 
b) são constituídos por massas iguais de água e gás carbônico. 
c) pesam exatamente 10kg. 
d) pesam menos que 10kg. 
e) não têm massa. 
 
2. Numa reação entre dois líquidos, realizada num tubo de ensaio, a massa total dos 
reagentes era 0,524 g. Após a reação, o químico responsável pelo procedimento 
verificou que a massa total contida no tubo era de apenas 0,322 g. O químico 
concluiu que algum gás foi formado na reação e liberado para o meio ambiente, já 
que o tubo estava aberto. Esta conclusão está amparada: 
 
a) pelo princípio de Le Chatelier. 
b) pela lei de Lavoisier. 
c) pelo princípio da incerteza de Heisenberg. 
d) pela hipótese de Avogadro. 
e) pela Lei das Proporções Definidas, de Proust. 
 
3. Galileu Galilei, acusado de subverter a filosofia aristotélica, foi processado e 
condenado pelo Tribunal do Santo Ofício, e teve que abjurar de suas ideias em 22 
de junho de 1633. Após 359 anos, o Papa João Paulo II, em seu discurso proferido 
para os participantes da sessão plenária da Pontifícia Academia das Ciências, em 
31 de outubro de 1992, redimiu o cientista. Assinale a alternativa que indica uma 
das causas da condenação de Galileu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
a) A tese de que o universo é infinito e da existência de outros planetas, nos quais 
existiria vida inteligente. 
b) A interpretação de que a benção divina só é concedida para aqueles que têm fé, 
sendo tudo justificado por meio dela. 
c) A incompatibilidade do heliocentrismo com os critérios de interpretação da Sagrada 
Escritura. 
d) A ideia de que Deus, além de ser o organizador da natureza é, ao mesmo tempo, 
a própria natureza. 
e) A tese de que o universo foi criado a partir do Big Bang. 
 
4. “A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre 
perante nossos olhos (isto é, o Universo), que não se pode compreender antes de 
entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. ” 
(GALILEI, Galileu. O ensaiador. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 119). 
 
O Italiano Galileu Galilei foi responsável pelo advento da concepção moderna de 
ciência. A ele atribui-se: 
 
a) a criação do método científico. 
b) a confirmação do geocentrismo. 
c) a sustentação teórica do teocentrismo. 
d) a crítica ao empirismo. 
e) a criação da alquimia. 
 
5. (UFF, 2012) Galileu Galilei é considerado um dos grandes nomes da história da 
ciência graças às suas revolucionárias observações astronômicas por meio do 
telescópio e aos seus estudos sobre: 
a) a economia política. 
b) a composição da luz. 
c) a anatomia humana. 
d) o movimento dos corpos. 
e) a circulação do sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
6. (UEL, 2004) 
 “[…] a maneira pela qual Galileu concebe um método científico correto 
implica uma predominância da razão sobre a simples experiência, a 
substituição de uma realidade empiricamente conhecida por modelos ideais 
(matemáticos), a primazia da teoria sobre os fatos. Só assim é que […] um 
verdadeiro método experimental pôde ser elaborado. Um método no qual a 
teoria matemática determina a própria estrutura da pesquisa experimental, 
ou, para retomar os próprios termos de Galileu, um método que utiliza a 
linguagem matemática (geométrica) para formular suas indagações à 
natureza e para interpretar as respostas que ela dá. ” (KOIRÉ, 1991. p. 74). 
Com base no texto, é correto afirmar que o método científico de Galileu 
a) é experimental e necessita de uma instância teórica que antecede a experiência. 
b) é um método segundo o qual a experiência interpreta a natureza. 
c) é independente da experiência, pois a razão está afastada da mesma. 
d) é um método no qual há o predomínio da experiência sobre a razão. 
e) é um método segundo o qual a matemática determina a estrutura da natureza. 
 
7. Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento 
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, 
como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa 
expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e 
Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um 
mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer 
sua vida, física e culturalmente. (CUPANI, 2004). 
 
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto 
iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o 
homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científicaconsiste em: 
 
a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda 
existentes. 
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que 
outrora foi da filosofia. 
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que 
almejam o progresso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos 
éticos e religiosos. 
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos 
debates acadêmicos. 
 
8. Os princípios básicos da química foram expostos no século XVII, a partir da obra 
"The Sceptical Chymist" (O Químico Cético), de autoria do cientista britânico 
Robert Boyle. Entre as concepções norteadoras do pensamento de Boyle, que 
inclusive era leitor de René Descartes, estava a defesa: 
 
a) da ciência experimental. 
b) do pensamento laico da Igreja Calvinista. 
c) dos ideais científicos da Inquisição. 
d) das explicações teológicas anglicanas. 
e) do conhecimento não fundamentado na experiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA 
QUÍMICA 
 
 
 HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA QUÍMICA 
A química passou a desenvolver de maneira estrondosa, na segunda metade 
do século XVIII, onde o método científico passou a prevalecer sobre os fenômenos 
naturais. A validação de hipóteses, modelos e teorias estavam condicionadas à 
verificação experimental dos fenômenos. As ideias de Lavoisier como a Lei da 
Conservação de Massas em uma reação química, acompanhada de seus 
experimentos com rigoroso controle das condições experimentais forneceram os 
fundamentos da análise química e da estequiometria. 
Apesar de a química ter se baseado no método experimental, muitos erros 
foram cometidos durante o percurso, mostrando que a ciência é dinâmica. À medida 
que os métodos de análise e as tecnologias evoluem, teorias e modelos são 
corrigidos, substituídos ou refutados. A verdade várias vezes, durante o transcorrer 
da história, foi encoberta pelo pensamento dominante da época. 
Com o objetivo de mostrar que a evolução científica não é mérito específico de 
um ou outro cientista revolucionário, mas sim o resultado de diversos trabalhos feitos 
por pessoas renomadas ou muitas vezes anônimas, foi descrito a seguir os papéis de 
vários cientistas, em diferentes épocas, que estabeleceram os alicerces de todo o 
conhecimento químico moderno. 
 
4.1.1 Modelos atômicos e comportamento dos gases 
Em 1797, o cientista francês Joseph Proust (1754-1826) observou, através de 
suas análises com carbonato de cobre, óxidos de estanho e sulfetos de ferro que os 
elementos reagem para formar um composto que guardam entre si uma relação de 
números inteiros e pequenos entre suas massas. Essa relação foi intitulada de Lei das 
Proporções Definidas. Esta juntamente com a Lei de Conservação da Massa de 
Lavoisier constituíram as duas leis ponderais nas quais os químicos da época se 
baseavam (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
UNIDADE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
Figura 21: Joseph Louis Proust 
 
Fonte: Fogaça (2015, online) 
 
Baseando-se em seus trabalhos anteriores envolvendo observações sobre a 
atmosfera, misturas gasosas e solubilidade de gases em água, o químico, John Dalton 
(Figura 22), em 1808, criou a terceira Lei Ponderal conhecida como Lei das 
Proporções Múltiplas. Esta lei estava fundamentada no conceito do átomo indivisível 
e era alicerçada por quatro ideias principais: 
 
 Os elementos são formados por pequenas partículas indivisíveis e 
indestrutíveis denominadas átomos. 
 Todos os átomos de um dado elemento são idênticos, tendo a mesma 
massa atômica. 
 Os átomos de elementos diferentes têm diferentes massas atômicas 
relativas. 
 Os átomos de um dado elemento podem se combinar com átomos de outros 
elementos para formar compostos. Os átomos se combinam mantendo uma 
relação de números inteiros e pequenos entre si (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 22: John Dalton 
 
Fonte: Leal (2001, p. 09) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
Dalton também foi o criador de um sistema de símbolos utilizados para ilustrar 
os compostos químicos (Figura 23) e de uma tabela contendo a massa dos seguintes 
elementos químicos: hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, carbono, enxofre e fósforo 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 23: Sistema de símbolos criado por Dalton para os elementos e seus compostos 
 
Fonte: Dalton (1808, p. 218) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Quem sugeriu as bases de símbolos e notação química utilizadas até hoje foi o 
químico sueco Jöns Jacob Berzelius (1779-1848). Em sua obra intitulada Larbok i 
Kemien publicada no ano de 1808, ele recomendou uma escala de massas atômicas 
relativas utilizando como base, por convenção, a massa do oxigênio igual a 100 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 24: Jakob Berzelius 
 
Fonte: Vieira (2012, online) 
 
O criador da Lei dos Volumes de Combinação foi o químico e físico Francês 
Joseph Louis Gay-Lussac (Figura 25) (1778-1850). Segundo essa lei, quando 
substâncias gasosas reagem para formar outras substâncias gasosas, e todos os 
volumes são medidos nas mesmas condições de temperatura e pressão, a relação 
entre os volumes dos gases reagentes e produtos pode ser expressa através de 
números inteiros e pequenos (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 25: Joseph Louis Gay-Lussac 
 
Fonte: Leal (2001, p. 11) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
O físico italiano, Romano Amedeo Carlo Avogadro (1776-1856), baseando-se 
nas ideias do cientista Gay-Lussac, concluiu que volumes iguais de gases diferentes 
medidos nas mesmas condições de temperatura e pressão possuem número de 
moléculas iguais. Esse pesquisador foi um dos que contribuíram para diferenciar 
átomos de moléculas (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 26: Romano Amedeo Carlo Avogadro 
 
Fonte: Leal (2001, p. 10) 
 
4.1.2 Construção da Tabela Periódica 
A tabela periódica é um instrumento fundamental para os profissionais da 
química. Ela apresenta, de forma organizada, várias informações a respeito das 
propriedades dos elementos. Visando sistematizar o conhecimento da química criou-
se essa ferramenta na segunda metade do século XIX. Esse trabalho de 
sistematização do conhecimento químico foi resultado dos esforços de muitos 
cientistas durante o transcorrer da história, e somente adquiriu a forma atual após o 
estabelecimento de alguns conceitos fundamentais. Vale ressaltar que embora alguns 
cientistas e conceitos serão citados no decorrer dessa obra, o processo de 
desenvolvimento histórico foi muito mais complexo, além de ser não linear. Os 
trabalhos de Lavoisier como a definição de elementos químicos foram fundamentais 
para a nova visão da ciência em relação às entidades elementares que constituem a 
matéria. Dalton associou substâncias simples a átomos simples. Ele também foi o 
responsável por determinar as massas atômicas relativas, papel desenvolvido 
posteriormente por Berzelius. 
Em 1829, Johann Wolfgang Dobereiner, químico alemão (1780-1849), publicou 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
suas ideias sobre as regularidades entre certas propriedades de grupos de elementos 
selecionados, mesmo com os problemas existentes quanto aos valores aceitos para 
as massas atômicas relativas. Esse cientista observou que na série dos metais 
alcalinos lítio, sódio e potássio, a massa atômica do sódio, o elemento do meio, era 
igual a média das massas atômicas de lítio e potássio. O mesmo ocorria nos 
elementos cálcio/estrôncio/bário, enxofre/selênio/ telúrio e cloro/bromo/iodo. Essa foi 
a primeira lei de periodicidade de propriedades em função da massa atômica 
conhecida como a Lei das Tríades de Döbereiner. Devido sua pouca aplicabilidade, 
essa lei despertou pouco interesse junto à comunidade química (OLIVEIRA et al.,2013). 
 
Figura 27: Químico alemão Johann Wolfgang Dobereiner 
 
Fonte: Oliveira et al, (2013) 
 
O cientista responsável por esclarecer os problemas existentes com as escalas 
de massas atômicas relativas, decorrentes do não reconhecimento das diferenças 
entre átomos e moléculas foi o químico italiano Stanislao Cannizzaro (1826-1910) 
(OLIVEIRA et al., 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
Figura 28: Químico italiano Stanislao Cannizzaro 
 
Fonte: Oliveira et al, (2013) 
 
Em 1862, uma versão pioneira da tabela periódica chamada hélice telúrica foi 
publicada pelo geólogo francês Alexandre-Emile Béguyer de Chancourtois. Nessa 
versão, as massas atômicas dos elementos foram representadas sobre a superfície 
de um cilindro com circunferência igual a 16 unidades, a massa atômica aproximada 
do elemento oxigênio. A curva helicoidal (Figura 29) resultante representava os 
elementos semelhantes em pontos situados na mesma vertical, acima ou abaixo um 
do outro, separados por intervalos regulares de massas atômicas. De Chancourtois 
foi o primeiro cientista a ver a periodicidade das propriedades dos elementos quando 
arranjados em ordem crescente de suas massas atômicas. O trabalho que abordava 
sobra a hélice telúrica foi publicada numa revista de Geologia, não gerando nenhum 
impacto na comunidade química da época (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 29: Hélice telúrica criada pelo geólogo francês Alexandre-Emile Béguyer de Chancourtois. 
 
Fonte: Fogaça (2013, online) 
 
Baseando-se na observação de que quando os elementos químicos até então 
conhecidos eram colocados em ordem crescente de suas massas atômicas, o oitavo 
elemento da sequência tinha propriedades semelhantes às do primeiro elemento, o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
químico inglês John Alexander Reina Newlands (1837-1898), em 1864, publicou a Lei 
das Oitavas (Figura 30). Por sua analogia com a escala musical, que a cada oito notas 
repetem a sequência, o trabalho foi recebido com certa resistência por parte de alguns 
cientistas (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 30: Elementos químicos agrupados em oitavas. 
 
Fonte: Oliveira et al., (2013) 
 
Em seu livro intitulado “Die Modernen Theorien der Chemie” (Teoria Moderna 
da Química, o químico alemão Julius Lothar Meyer (1830-1895) (FIG.30), com base 
principalmente em propriedades físicas, publicou em 1864, uma tabela contendo 28 
elementos organizados de acordo com suas massas atômicas relativas, distribuídos 
em 6 famílias com características físicas e químicas semelhantes. Neste trabalho, 
Meyer deixou espaço em branco para um elemento ainda não conhecido, que 
posteriormente foi descoberto e se encaixou na sequência. A contribuição diferencial 
do estudo de Meyer em relação a trabalhos publicados anteriormente se deve ao 
conceito de valência, número que representa um elo que une os elementos 
localizados em cada uma das famílias da tabela (OLIVEIRA et al., 2013). 
 
Figura 31: Químico alemão Julius Lothar Meyer 
 
Fonte: Moreno et. al., (2014, online) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
A primeira versão moderna da tabela periódica foi publicada em 1869, pelo 
químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleev (1834-1907) (Figura 32). Essa englobava 
todos os 66 elementos químicos conhecidos na época dispostos em ordem crescente 
de suas massas atômicas relativas, sendo essencialmente idêntica à proposta por 
Lothar Meyer em 1870. A proposta de tabela periódica feita por Mendeleev foi melhor 
do que a de Lothar Meyer porque além de acomodar de modo satisfatório todos os 
elementos conhecidos na época, reunindo-os em grupos de propriedades 
semelhantes, deixava espaços em branco para elementos até então inexistentes, mas 
com previsão de ocupar determinadas posições devido à suas propriedades. Estes 
são os casos das substâncias que Mendeleev denominou de eka-boro, eka-silício e 
eka-alumínio (eka= 1, em sânscrito, significando o elemento seguinte na sequência). 
Elementos químicos novos com propriedades semelhantes à previsão de Mendeleev 
foram descobertos após publicação do trabalho desse cientista. Como exemplo temos 
o gálio, descoberto pelo francês Paul Emile Lecoq De Boisbaudran, em 1875, cujas 
propriedades eram idênticas às previstas por Mendeleev para o eka-alumínio 
(STRATHERN, 2002). 
 
Figura 32: Químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleev 
 
Fonte: Oliveira et al, (2013) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
Mendeleev, além de prever propriedades periódicas de elementos ainda não 
existentes, foi capaz de supor que as massas atômicas aceitas na época, de alguns 
elementos, poderiam estar erradas. Um exemplo ilustrativo é o caso dos elementos 
telúrio (Te) e iodo (I), cujas massas atômicas determinadas na época eram iguais a 
128 e 127, respectivamente. Em ordem crescente de massas atômicas, o Te ficaria 
antes do I na Tabela Periódica, e deveria formar uma série de elementos com 
propriedades análogas com o F, Cl e Br. Tal observação não acontece. Com base na 
semelhança das propriedades, Mendeleev colocou o iodo antes do telúrio em sua 
Tabela Periódica, e propôs que a massa atômica de Te deveria estar entre 123 e 126. 
Atualmente, os valores admitidos para as massas atômicas de Te e I são iguais a 
127,6 e 126,9, respectivamente. Embora Mendeleev estivesse errado em sua previsão 
sobre a massa atômica de Te, esse cientista foi coerente ao prever as posições do Te 
e I a partir das semelhanças entre as propriedades de elementos análogos. Embora 
os comportamentos periódicos referentes as propriedades dos elementos químicos 
tenham sido apresentadas por diversos estudos publicados anteriormente ao trabalho 
de Mendeleev, atribui-se o mérito a este químico devido as previsões corretas feitas 
por ele sobre os novos elementos e suas propriedades (STRATHERN, 2002). 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nessa unidade, foram apresentados os primeiros modelos que consideravam 
o átomo indivisível, além das leis ponderais que regem a estequiometria das reações 
químicas. Também foram expostas as diversas propostas de periodicidade dos 
elementos químicos que contribuíram para a construção da tabela periódica. Na 
unidade 5, serão apresentados os novos modelos atômicos que permitiram verificar a 
divisibilidade dos átomos. Os conceitos da física quântica que revolucionaram o 
entendimento do microcosmo também serão estudados. 
 
 
 
 
 
Baseando-se em seus trabalhos anteriores envolvendo observações sobre a atmosfera, 
misturas gasosas e solubilidade de gases em água, o químico, John Dalton, em 1808, 
criou a terceira Lei Ponderal conhecida como Lei das Proporções Múltiplas. Esta lei 
estava fundamentada no conceito do átomo indivisível. Quais os quatro alicerces dessa 
lei proposta por Dalton e como eles contribuíram para o entendimento das reações 
químicas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O livro “O sonho de Mendeleiev. A verdadeira história da química” relata de maneira mais 
completa e detalhada sobre a construção da tabela periódica. Você pode acessar o livro 
na biblioteca eletrônica da Faculdade Única. Disponível em: https://bit.ly/2ZFdXII 
A tabela periódica é um instrumento fundamental para os profissionais da química. Ela 
apresenta, de forma organizada, várias informações a respeito das propriedades dos 
elementos. Visando sistematizar o conhecimento da química criou-se essa ferramenta na 
segunda metade do século XIX. Esse trabalho de sistematização do conhecimento 
químico foi resultado dos esforços de muitos cientistas durante o transcorrer da história, 
e somente adquiriu a forma atual após o estabelecimento de alguns conceitos 
fundamentais. Vale ressaltar que embora alguns cientistas e conceitos serão citados no 
decorrer dessa obra, o processo de desenvolvimento histórico foi muito mais complexo, 
além de ser não linear. Os trabalhos de Lavoisier

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