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Trabalho biocel - Células-tronco e diferenciação celular

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Pietra Bruna Barbosa Bento
Células-tronco e diferenciação celular
Alfenas-MG
2019
INTRODUÇÃO
O estudo das células-tronco é fundamental para o desenvolvimento de importantes pesquisas no Brasil e no mundo voltadas ao tratamento e até mesmo à cura de várias doenças. As células-tronco são células com capacidade quase infinita de se multiplicar e que podem também transformar-se em células especializadas, como células do fígado ou até mesmo do músculo cardíaco. Por ter a capacidade de se transformar em qualquer tipo celular, as células-tronco têm sido amplamente utilizadas em pesquisas por todo o mundo.
DIFERENCIAÇÃO CELULAR
“A diferenciação celular constitui um processo biológico complexo e vital, uma vez que regula a expressão de um grande número de genes ligados a funções tecido-específicas e controla a proliferação celular” (NAVES; MORENO, 2000, p.390). 
Segundos os autores Naves e Moreno (2000, p.390), a diferenciação celular tem várias etapas programadas geneticamente, dentre elas estão: a proliferação de células progenitoras ou células-tronco, imortais e que respondem a estímulo mitogênico, a ativação e/ou repressão de inúmeros genes, a expressão de proteínas de determinadas linhagens, que mediam funções biológicas específicas, a repressão progressiva da capacidade de responder a fatores mitogênicos e a diferenciação terminal completa (associada à perda irreversível do potencial proliferativo.
É possível então definir diferenciação celular como um conjunto de processos que transformam uma célula indiferenciada em uma célula especializada - resultado da atuação de uma série de controles de expressão, que tendem a definir vias bioquímicas e a morfologia da célula, capacitando-a eficazmente para uma determinada função em detrimento de muitas outras. A diminuição do potencial celular. Desta forma, também se pode definir diferenciação como o processo de restrição do potencial celular. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2005, p.219).
 Segundos os autores Junqueira e Carneiro (2005, p.219), um dos modelos experimentais que são mais populares no estudo da biologia do desenvolvimento são os anfíbios, pois são vertebrados que, geralmente, tem fertilização e desenvolvimento embrionário externos permitindo a observação dos processos embrionários desde a fertilização até a formação do organismo adulto. Nos animais, podemos observar que a diferenciação celular começa na fase embrionária de gástrula. 
O primeiro instante em que podemos observar o compromisso das células embrionárias com um programa de diferenciação é durante a gastrulação. A gastrulação ocorre logo após a clivagem.
Imediatamente após a fertilização, embrião sofre divisões mitóticas sucessivas em grande velocidade no processo conhecido como clivagem. Estas divisões celulares intensas têm como objetivo aumentar de forma mais rápida possível o numero de células que compõem o embrião. Para acelerar este processo, as mitoses são abreviadas através da omissão das fases G1 e G2 (fases onde ocorre intensa síntese de RNA e proteína, resultando no crescimento da massa celular. Durante a clivagem os processos de transcrição ficam temporariamente inibidos e o embrião se limita a dividir entre as células-filhas as moléculas de RNA previamente acumuladas no citoplasma do óvulo durante a oogênese. Devido a ausência das fases G1 e G2, o tamanho das células-filhas diminui progressivamente a cada divisão celular. Ao final da clivagem, o volume total do embrião não é alterado apesar de o número de células ser significativamente maior (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2005, p.221).
2. CÉLULAS-TRONCO
Segundo Garcia e Fernández (2012), as células-tronco são definidas como “células com potencial prolongado ou ilimitado de autorrenovação, bem como com capacidade de originar pelo menos um tipo de célula diferenciada”.
As CT estão presentes em todas as fases do desenvolvimento, desde o zigoto, na massa interna do embrião, passando pelo estágio fetal e permanecendo nos tecidos adultos. A potencialidade dessas células é maior na fase embrionária, diminuindo até a fase adulta. São classificadas em relação à sua plasticidade como CT totipotentes, pluripotentes e multipotentes e também, conforme sua origem, em CT embrionárias ou adultas (GARCIA;FERNÁNDEZ, 2012, p. 145) 
De acordo com Garcia e Fernández (2012, p.146), o conceito de totipotência pode ser aplicado à capacidade de uma única célula se dividir e dar origem a todas as células especializadas de um organismo. O zigoto é totipotente, pois nele pode-se observar que em todas as células possuem essa característica, formando todos os tipos de tecidos necessários para o desenvolvimento fetal. Já a pluripotência diz respeito à a descrição das células que conseguem se diferenciar em tecidos de qualquer um dos três folhetos embrionários: endoderma, mesoderma ou ectoderma. 
No entanto, as CT pluripotentes apresentam potencialidade diminuída quando comparadas às células do zigoto; elas começam a responder a sinais vindos de tecidos extraembrionários e iniciam a sua diferenciação no começo da gastrulação. As células multipotentes são encontradas em todos os tecidos adultos e possuem como característica uma plasticidade menor, diferenciando-se em células oriundas do seu próprio folheto embrionário de origem (GARCIA; FERNÁNDEZ, 2012, p. 146).
2.1 CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS 
Nas palavras de Garcia e Fernández (2012, p.146), pode-se definir as células embrionárias como culturas de células coletadas da camada interna do blastocisto, que se forma em torno de cinco dias após a fertilização. 
2.2 CÉLULAS-TRONCO ADULTAS 
Define-se células-tronco adultas, segundo os autores Garcia e Fernández (2012, p.147), como sendo conhecidas também como células-tronco somáticas, que são células indiferenciadas encontradas em diversos tecidos, como cérebro, coração, pulmão, rim, baço, medula óssea, tecido adiposo, e entre outros tipos de tecidos. Na qual sua capacidade de se renovar e diferenciar significa que elas devem ser capazes de dar origem, ao se dividir, dois tipos de células: uma que continua como célula-tronco e a outra que se diferencia.
3. POTENCIAL CLÍNICO DAS CÉLULAS-TRONCO
Segundo os autores Garcia e Fernández (2012, p.150), as células-tronco adultas têm sido estudadas e utilizadas tanto na pesquisa clínica quanto no tratamento de doenças. Muitos protocolos pré-clínicos e clínicos, com foco em diferentes tipos de patologias, têm sido estabelecidos, mostrando resultados promissores. O uso mais óbvio e que apresenta maior potencialidade para células-tronco é restaurar ou substituir tecidos que foram danificados por doença ou lesão. Comumente, as células-tronco utilizadas em estudos clínicos tem origem da medula óssea ou do tecido adiposo do próprio paciente (o que elimina o problema da rejeição imune). Os exemplos mais recentes de usos terapêuticos das células-tronco em estudos pré-clínicos e clínicos em doenças não hematológicas são: doenças cardíacas, doenças hepáticas, doenças renais, doenças neurológicas, doenças ósseas, de cartilagem musculares e cutâneas, doenças autoimunes e doença do enxerto versus hospedeiro.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir com essa revisão de literatura, a importância que a capacidade das células-tronco de se renovar e diferenciar tem se mostrado de forma evidente nos resultados de pesquisas que trabalham com testes clínicos que foram capazes de obter resultados seguros e de grande eficácia. As células-tronco têm alta capacidade de se multiplicar e dar origem a diferentes tipos de células que formam cabelo, pele, sangue, coração e entre outros. 
REFERÊNCIAS
GARCIA, Sonia M. Lauer de; FERNÁNDEZ, Casimiro García. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
JUNQUEIRA, Luiz C.; CARNEIRO, José. Biologia Celular e Molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
 NAVES, Maria Margareth Veloso; MORENO, Fernando Salvador. Diferenciação celular: Importância na hepatocarcinogênese e papel moduladordo ß-caroteno. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v. 46, n. 4, p.389-399, 2000. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/rbc/n_46/v04/pdf/artigo4.pdf>. Acesso em: 18 maio 2019.

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