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FACULDADE CAMPO REAL
ENGENHARIA AGRÔNOMICA
ENAIALE CAROLINE DE PAULA
MANEJO DA CULTURA DE TRIGO E ANÁLISE DO APARECIMENTO DE DOENÇAS FÚNGICAS NA REGIÃO DE TEIXEIRA SOARES
GUARAPUAVA-PR
2016
ENAIALE CAROLINE DE PAULA
MANEJO DA CULTURA DE TRIGO E ANÁLISE DO APARECIMENTO DE DOENÇAS FUNGICAS NA REGIÃO DE TEIXEIRA SOARES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Agronômica da Faculdade Campo Real, como requisito para obtenção de título de Bacharel em Agronomia. 
Professora Orientadora: Dra Eliza Gralak
 
GUARAPUAVA-PR
2016
FICHA CATALOGRÁFICA 
TERMO DE APROVAÇÃO
MANEIJO DA CULTURA DE TRIGO ANALISE DO APARECIMENTO DE DOENÇAS FUNGICAS NA REGIÃO DE TEIXEIRA SOARES
ENAIALE CAROLINE DE PAULA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado com nota __________ (_,_) para obtenção de grau Bacharel em Agronomia, no Curso de Engenharia Agronômica da Faculdade Campo Real, pela banca examinadora formada por:
Guarapuava,__de_________________de 2016.
__________________________________________________
Presidente: Prof Dra Eliza Gralak
___________________________________________________
Membro:
____________________________________________________
Membro:
 Dedico esse trabalho a DEUS e a minha família.
AGRADECIMENTO
Primeiramente agradeço a Deus e a Nossa Senhora Aparecida, pela minha vida e pela oportunidade de ser mãe.
Agradeço minha mãe que sempre batalhou muito para me dar tudo que precisei.
Agradeço a minha vó Alzira Batista de Souza “In Memorian”, por tudo que fez por mim, me apoiando em tudo e fazendo se tornar possível meu sonho de se formar Engenheira Agrônoma.
Agradeço meu padrasto José Afonso Pechefist “In Memorian” pela educação e por fazer papel de um pai de verdade em minha vida.
Agradeço ao meu marido Paulo Henrique Cordeiro pela pessoa maravilhosa que é comigo e o pai exemplar que é sempre e agradeço mais ainda por fazer tornar possível o termino do meu curso, pois sem ele não conseguiria, amo minha família.
Agradeço ao meu supervisor de estágio, o qual me auxiliou ao decorrer do estágio, transmitindo o seu conhecimento.
Agradeço a família do meu marido por me ajudar nos cuidados com o meu filho no período da faculdade, em especial minha sogra Marli Cordeiro que cuida do meu filho com todo amor do mundo.
Agradeço a minha orientada Eliza Gralak, pelas inúmeras vezes que me auxiliou no decorrer do trabalho de conclusão de curso.
Agradeço ao coordenador do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade Campo Real Mateus Tagliani pelas diversas vezes que me ajudou.
Agradeço aos meus professores pelos ensinamentos repassado e pela paciência.
Agradeço a Faculdade Campo Real que proporcional para a minha formação acadêmica.
Agradeço de coração meus amigos que estavam presentes em momentos bons e ruins no período do curso e que os levo para sempre em meu coração.
E por fim, todas as pessoas que me ajudou para concluir essa caminhada, meu muito obrigado, e que Deus os iluminem sempre.
 
“Recorda-te sempre de que por que passares, favorável ou adverso, vem de Deus, para que assim uma coisa não te deixe sozinho, nem a outra desanimado.” (São João da Cruz)
Resumo: O estágio curricular obrigatório é uma disciplina obrigatória do curso de engenharia agronômica da faculdade campo real, e tem como objetivo integrar o acadêmico com a realidade profissional do engenheiro agrônomo. As atividades do estágio foram desenvolvidas na empresa ZEAGRO, situada na cidade de Irati-PR, somando um total de 350 horas/aula. O trigo é uma gramínea de ciclo anual, cultivada no inverno. O Paraná é o estado que mais produz trigo, pois as safras são anuais, por este motivo que problemas de produção, como cultivares que deixam de ser resistente e os patógenos que se tornam imune aos defensivos agrícolas. O principal problema enfrentado pelos produtores é o controle de patógeno, devido às variações de temperatura. Observou se dificuldade na escolha da cultivar correta e momento certo de aplicações de defensivos. No estágio desenvolvido foi realizado o acompanhamento de varias áreas, auxiliando no manejo da cultura do trigo, observando as fases de desenvolvimento da planta e o momento certo a serem aplicados os defensivos para se ter o controle dos patógenos. Foi realizado também o acompanhamento do tratamento de semente, que tem como objetivo principal proteger a semente nos estágios de desenvolvimento inicial. Entre as doenças fúngicas presentes nas áreas observadas, o oídio foi o que mais se destacou, pois não foi possível se ter o controle eficaz do fungo, pois o patógeno é responsável pela diminuição da produção de grão devido à diminuição de área foliar fazendo com que diminua a fotossíntese da planta o que conseguintemente vai ter reflexo na produção e na qualidade do grão. 
Palavra chave: área foliar, Triticum aestivum L, Blumeria graminis,produtividade. 
	
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Trigo em período de afilhamento, Teixeira Soares, PR. 2016	19
Figura 2. Trigo em período de alongamento do colmo, Teixeira Soares, PR. 2016	20
Figura 3.Trigo em período de emergência da inflorescência, Teixeira Soares, PR. 2016	21
Figura 4.Trigo em período de florescimento, Teixeira Soares, PR. 2016	22
Figura 5.Trigo em estádio de fertilização, Teixeira Soares, PR. 2016	23
Figura 6. A cultura de trigo no estádio de formação de grão, Teixeira Soares, PR. 2016	24
Figura 7. Sintomas de mancha marrom na cultura de trigo, Teixeira Soares, PR. 2016	26
Figura 8. Mancha amarela na cultura do trigo, Teixeira Soares, PR. 2016	27
Figura 9 Sintoma de oídio na planta de trigo, Teixeira Soares, PR. 2016	28
Figura 10. Ferrugem da folha na cultura do trigo, Teixeira Soares, PR. 2016	29
Figura 11. Trigo com sintomas de giberela, Teixeira Soares, PR. 2016	30
Figura 12. Trigo com sintomas de brusone, Teixeira Soares, PR.2016	31
Figura 13. Trigo com infestação de oídio, Teixeira Soares, PR. 2016	33
 
INTRODUÇÃO
O trigo (Triticum aestivum L.), pertence a família Poaceae, subfamília Pooideaee e ao gênero Triticum, é uma gramínea de ciclo anual, é uma cultura de inverno. O cultivo começou na Mesopotâmia, em uma região chamada pelos historiadores de Crecente Fértil, que hoje vai do Egito ou Iraque (ABITRIGO,2016).
Essa gramínea tem diversas utilizações como para alimentação humana, produtos não alimentícios e na alimentação de animais. Na alimentação humana o uso consiste em farinha de trigo para panificação, macarrão, biscoitos, bolos e entre outros. Produtos não alimentícios utiliza-se em misturas adesivas ou de laminação para papéis ou madeira, colas, misturas para impressão, agentes surfactantes, embalagens solúveis ou comestíveis, álcool, antibióticos, vitaminas, fármacos, cosméticos etc. Na alimentação animal pode ser utilizado como forrageira para pastejo ou na composição de ração (DE MORI & IGNACZAK,2011).
A produção de trigo em 2014 foi recorde no estado, atingindo 3,79 milhões de toneladas, com esses números o Paraná voltou a ser o estado com maior produção no país e produziu mais de 63% do total nacional (SEAB,2015). No ano de 2016 a produção do trigo deverá ter acréscimo de 12,1% em relação à safra passada, atingindo 6,2 milhões de toneladas (CONAB,2016).
 O Paraná é o estado que mais produz trigo pelo motivo que as safras são repetitivamente, produz acima de 3 milhões de toneladas, a área do centro sul devido o trabalho de extensão rural possui a melhor uso de terra (ABITRIGO, 2011).
Com a liberação do MERCOSUL em 1991 os países: Argentina, Uruguai e Paraguai se destacaram na importaçãodo trigo para o consumo brasileiro, os produtores do Paraná mesmo com esta liberação não pararam de produzir o cereal (GREGORI & BRUM,2007).
Com a grande produção traz junto vários fatores que impedem maior produção e qualidade do grão. As doenças podem ser causadas por fator abiótico como: frio ou calor em excesso, escassez ou excesso de água, granizo, desbalanço nutricional, fitotoxidez por defensivo. E agentes bióticos como patógenos, estas doenças podem ser causadas pelas mudanças de condições ambientais como: molhamento, umidade relativa entre outras são favoráveis (EMBRAPA,2011).
Na cultura do trigo existem doenças da parte aérea como oídio (Blumeria graminis), ferrugem da folha (Puccinia triticina), ferrugem do colmo (Puccinia graminis), ferrugem estriada (Puccinia striiformis), mancha amarela (Drechslera tritici-repentis), mancha marrom (Cochliobolus sativus),septoriose (Septoria nodorum) e também doenças da espiga como giberela (Gibberela zeae) e brusone (Magnaporthe grizae). Todo ano observa-se diferenças quanto à severidade do ataque que está ligada principalmente com o clima e com outros fatores citado a cima. Com o passar dos anos as principais doenças fúngicas mudam devido os fatores que beneficiam o desenvolvimento da mesma e também por criar resistência em relação ao fungicida utilizado.
Segundo Fornasieri Filho (2008) os principais objetivos de melhoramento da região Sul é elevar a produção e diminuir o acamamento e o aparecimento de doenças principais como: ferrugem da folha e do colmo, oídio, giberela, manchas foliares, septeriose da gluma e as viroses, solucionando o problema de resistência ou tolerância ao ‘’crestamento’’ e a germinação na espiga.
 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA 
 Descrições do estágio 
	O estagio foi realizado na empresa ZEAGRO, no período de 1 de agosto a 1 de outubro de 2016, com duração de 420 horas. Várias atividades foram acompanhadas juntamente com o supervisor e os demais funcionários da empresa. O principal foco foi prestar assistência técnica no controle de doenças fúngicas, como modo de aplicação de defensivo e estágio vegetativo correto a ser aplicado os defensivos. Foram visitadas cidades de Teixeira Soares, Rebouças, Rio Azul- PR. A supervisão a campo foi realizada pelo engenheiro Marcos Fauate. 
A empresa 
A empresa comercial agrícola foi fundada pelo Sr José Massamitsu Kohatsu, no ano de 1992, a empresa tinha nome de Sagro, a mesma na época passava por problemas de condições financeiras. A sede da empresa está localizada no município de Guarapuava-Paraná, e é dividido em dois setores: um responsável pela produção de batatas e cereais, em área total com 700 ha-1 sendo 200 ha-1 ocupado de batatas e 500 ha-1 ocupado de cereais e o outro setor e responsável em comercializar defensivos agrícolas.
	No ano de 2007 a empresa ZEAGRO abriu sua filial no município de Irati-Paraná, com razão social de Agrícola Kohatsu LTDA, que hoje trabalham em uma equipe de onze funcionários onde quatro deles trabalham na área de venda externa, buscando sempre dar assistência técnica de qualidade. A empresa possui o Engenheiro agrônomo somente para prestar assistência técnica, para atender os produtores rurais, dando suporte no pós venda e ajudando no manejo certo da safra. A empresa tem em média trezentos clientes ativos, não contando com os inativos.
	A ZEAGRO atende Irati e regiões: Teixeira Soares, Imbituva, Rebouças, Mallet, Rio Azul, Paulo Frontin, Prudentópolis e Fernandes Pinheiro. A empresa foca o atendimento para produtores de cereais como: soja, feijão, milho, trigo, aveia, triticale e também produtores de olerícolas como cebola e batata.
 Caracterizações da região de abrangência 
O estágio foi realizado em Irati, situada na região Centro-Sul do Estado do Paraná, com clima predominante subtropical temperado, com geadas freqüentes no inverno (ACHE TUDO E REGIÃO, 2016).
 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
 Histórico e economia na cultura do trigo 
	De acordo com Scheuer, et al.(2011) apud Léon (2007) a palavra trigo provém do vocábulo latino triticum, que significa quebrado, triturado, numa referência à atividade que se deve realizar para separar o grão de trigo da camada que o reveste. O termo trigo destina-se tanto à planta como às sementes comestíveis originárias do trigo.
	O trigo está a mais de dez mil anos na história da humanidade, foi um dos primeiros cereais produzidos pelo homem. O cultivo teve começo na Mesopotâmia onde era chamada pelos historiadores de crescente fértil, essa área atualmente possui extensão do Egito ao Iraque. O primeiro pão foi produzido por egípcios que por volta de 400 anos a.C, descobriram a fermentação para o pão. No passado os pães e biscoitos eram moldados e feitos em formas de bonecos e animais que eram oferecidos para os deuses da época. Mais tarde se destacou também como símbolo religioso para a religião católica o que é respeitado até os dias de hoje, onde o pão e o vinho compõem a eucaristia (ABITRIGO,2016).
O trigo é cultivado nas regiões Sul (PR, SC, RS), Sudeste (MG, SP) e Centro-Oeste (MS, GO E DF). O Sul é responsável por 90% da produção brasileira, mas com evolução da genética a produção está se expandindo para o Brasil Central. E a produção anual tem em média seis milhões de toneladas (EMBRAPA,2016). 
Adubação 
Segundo dados de Fornasieri Filho (2008) os nutrientes mais ocupados pelas plantas de trigo é o nitrogênio e o potássio, lembrando que para grãos há variações de nutrientes.
A adubação em quantidade e estágios corretos, pode se obter bons resultados quando não se tem outras variáveis. São vários os minerais que apresentam suma importância para o desenvolvimento do trigo, mas os nutrientes nitrogênio, fósforo e potássio são os que mais se destacam na questão de adubação, pois estão ligados diretamente com a produtividade (ABISOLO, 2016). 
Na região que se realizou o estágio os produtores trabalham com o sistema de plantio direto, onde a cultura é plantada sobre a palhada já existente no solo. Não é mais utilizado o sistema de plantio convencional, onde deveria ser passada a grade, removendo a cobertura vegetal do solo. Este processo para os produtores da região se tornou inviável.
Segundo Braz et al. (2005) apud Frank & Bauer (1996) o nitrogênio é o nutriente que apresenta grande importância para o aumento da produtividade. O número de espigas por áreas e o número de espiguetas por espigas varia muito no momento que o nitrogênio é aplicado. No período da fase inicial até o início da diferenciação do primórdio floral a falta do nitrogênio diminui a formação da espigueta, consequentemente reduz a produção.
Gramíneas como o trigo, por não serem beneficiadas pela fixação biológica de nitrogênio, como no caso da soja que é uma leguminosa, precisam obter nitrogênio do solo e de fertilizantes. No entanto, é importante destacar que a utilização de doses elevadas do nutriente, visando ao aumento da produtividade, resulta em maior desenvolvimento vegetativo, podendo ocasionar o acamamento das plantas, agindo negativamente, na produção e qualidade dos grãos (ESPINDULA et al., 2010 apud BUZETTI et al., 2006). 
Conforme a literatura para a região do Paraná em relação à adubação nitrogenada deve ser realizada em duas aplicações, primeiro na hora da semeadura e a segunda em cobertura. O aumento da aplicação do nitrogênio é sugerido no sulco, às aplicações de nitrogênio devem ser realizadas na fase inicial do desenvolvimento da cultura, a fase de desenvolvimento a ser aplicado é no perfilhamento e o modo de aplicação é a lanço (EMBRAPA, 2016).
Segundo Buzzeti et al. (2006) com a exigência de cultivares de alta produtividade, o uso de insumos consequentemente aumenta, entre os quais o nitrogênio se destaca, acarretando no aumento do desenvolvimento vegetativo, o que também pode ocasionar o acamamento das plantas, refletindo diretamente na produtividade e qualidade de grãos.
Quantoà deficiência de nitrogênio no campo, observa-se redução do perfilhamento, coloração verde pálida nas folhas novas, distúrbios na divisão e crescimento normal das células, como em sintomas de qualquer nutriente só se manifestam em estado bem avançado (FORNASIERI FILHO, 2008).
As doses de fertilizantes indicadas podem variar, supondo que os outros fatores de produção como: situações específicas de solo, clima, época de semeadura, potencial de produção, recursos financeiros entre outros estejam corretos, podem interferir diretamente na dose a ser aplicada na cultura (BRAZ et al., 2005).
O potássio é o macronutriente que tem funções principais de ativação enzimática, fotossíntese, uso da eficiência da água, formação de amido e síntese protéica, a diferença dos demais nutrientes é que o potássio não forma composto na planta, mas permanece livre para equilibrar muitos processos importantes (UNIFERTIL,2012).
Segundo Fornasieri Filho (2008) a cultura do trigo quando apresenta deficiência do nutriente potássio, os sintomas se caracterizam por: bronzeamento ou amarelecimento nas pontas e nas margens das plantas mais velhas, acompanhado da secagem do tecido, colmo com internódios enfraquecidos, maior acamamento e maior incidência de doenças de apodrecimento de raiz.
Calagem 
Como acontece no plantio direto a calagem é realizada na superfície do solo, a ação do calcário acontece muito mais lenta e restrita às camadas superficiais em relação ao sistema convencional (CAIRES,1999).
Segundo Tedesco et al., (2004) o desenvolvimento da cultura de trigo em geral é quando o pH estiver no máximo entre 5,5 e 6,0, estando o mesmo nesta faixa a solubilidade do Al e Mn vai estar baixa e com isso não acontecerá fitotoxidez na planta. No plantio direto recomenda-se aplicar calcário até que o pH chegue em 6,0, e também o calcário não precisa ser incorporado no solo, sendo suficiente a aplicação sobre a cobertura. 
No entanto não existe método certo de recomendação de doses de calcário para a cultura do trigo. Porém no Brasil os métodos de neutralização do alumínio trocável, elevação dos teores de cálcio + magnésio e o método de elevação de saturação por bases são os mais utilizados. A escolha dependerá do nível tecnológico utilizado pelo agricultor e sua disponibilidade de recursos financeiros para compra. De acordo com o tipo de solo, cada método citado acima exige diferentes quantidades do elemento (FORNASIERI FILHO,2006).
Tratamentos de sementes 
	Segundo Machado (1998), apud Picinini & Fernandes, (2003) a forma mais antiga de controle de doenças na cultura do trigo é por meio do método de tratamento de sementes, sendo um método simples, com custo relativo baixo e que apresenta ótimos resultados.
O tratamento de sementes é um método de muita importância na produção do trigo, porém quando realizado sozinho não apresenta grande eficácia, mas, junto com outras práticas culturais como: variedade resistente, eliminação de plantas voluntárias, hospedeiro secundário e monitoramento sistemático da lavoura o tratamento se torna eficiente (REIS et al., 2016).
Segundo Reunião da Comissão Sul-Brasileira de Pesquisa de Trigo (2005) as sementes na maioria das vezes não apresentam sintomas de infecção externos, mas podem estar infectadas por organismos causadores de doença. Indica-se o tratamento de semente principalmente para lavouras com plantio rotacionado de espécies de inverno ou em áreas recém manejadas. 
Entre os benefícios do tratamento de sementes em trigo, destaca-se o aumento do poder germinativo da semente, aumento do vigor, dificulta a entrada de fungos que atacam os estádios iniciais da cultura, as aplicações aéreas são reduzidas devido à erradicação do patógeno em áreas novas ou em que houve rotação de cultura, impedindo também o aparecimento dos fungos necrotróficos e a erradicação dos fungos patogênicos localizados internamente no embrião (EMBRAPA,1999). 
	A atividade mais acompanhada no estágio, foi o acompanhamento do tratamento de semente de soja Glycine max, os produtos utilizados são: fertilizante Power seed plus, ajuda no enraizamento e na uniformidade na fase inicial do desenvolvimento, fungicida sistêmico de contato Vitavax thiram 200sc do grupo químico carboxanilida (Carboxina) e dimetilditiocarbamato (Thiram) e inseticida de contato e ingestão Shelter do grupo químico Pirazol. As doses foram obedecidas conforme a bula do produto A soja que mais houve tratamento foi a variedade 5909 RG Nidera sementes.
Crescimento e desenvolvimento da planta do trigo 
Conhecer cada estádio do desenvolvimento da planta é um dos fatores principais para se compreender a época exata de aplicação de defensivos. O impacto que o meio ambiente pode apresentar em cada fase influencia diretamente na produtividade da cultura, com o atraso ou o adiantamento da aplicação, a mesma não apresenta resultados significativos na planta.
Segundo Junges (2008), apud Mundstock (1999), o desenvolvimento da planta é dividido em seguintes estádios: afilhamento, alongamento do colmo, emergência das inflorescências, florescimentos e formação de grãos.
Afilhamento, as temperaturas em média de 15 a 20 ºC contribuem para a planta obter maior número de afilhos (Scheren et al., 2000). Geralmente todos os fatores que propiciam o crescimento e desenvolvimento da planta como: disponibilidade hídrica, estruturação do solo e adubação adequada contribuem para a formação de afilhos.
Figura 1. Trigo em período de afilhamento, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Alongamento do colmo: nesta fase há um crescimento dos entrenós da planta, aumentando assim seu porte. Associadamente há o desenvolvimento da espiga e do colmo principal, neste estágio, um pouco antes de haver a emergência da espiga, a inflorescência localiza-se envolta da bainha da folha bandeira, definido como o estádio de emborrachamento. 
A partir do estádio de alongamento temperaturas muito baixas com formação de geadas fortes é capaz de causar queima da folha e estrangulamento do colmo do trigo, danificando rigidamente a cultura. O estrangulamento do colmo acontece quando decorre o rompimento da parede celular nos pontos de crescimento, e também quando há alongamento dos entrenós (SCHEEREN et al., 2000).
Figura 2. Trigo em período de alongamento do colmo, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Emergência das inflorescências na cultura do trigo: o aparecimento das inflorescências não esta relacionado com o florescimento, uma vez que a aberturas das anteras leva de cinco a sete dias após a absoluta emergência das inflorescências.
Figura 3.Trigo em período de emergência da inflorescência, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Florescimento acontece primeiramente no colmo principal, seguidamente nos afilhos, seguindo a mesma ordem dos surgimentos.
Figura 4.Trigo em período de florescimento, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Fertilização: o pólen de cada flor é encarregado pela fecundação do seu próprio óvulo, mesmo que pela ação do vento possa ocorrer fecundação cruzada. Este estádio é o mais crítico no desenvolvimento da planta e as condições ambientais tem total influência na formação do grão e temperaturas muito baixas podem suceder esterilidade. A Região Sul do País onde as temperaturas são muito variáveis pode ocorrer o congelamento das estruturas reprodutivas, principalmente do óvulo, ocorrendo grandes perdas de produção.
Figura 5.Trigo em estádio de fertilização, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Formação de grãos: este estádio que se expande da fertilização do óvulo até o maior acúmulo de massa seca do grão é definido pela formação do embrião e pela deposição de reservas. O material translocado aos grãos origina-se da fotossíntese e da remobilização do que foi primeiramente acumulado no colmo, folhas e raízes. A formação do grão dura de trinta a cinquenta dias, tornando-se reduzido em condições elevadas de temperatura do ar, pouca precipitação pluvial devidoà baixa umidade do solo, e dias longos e ensolarados.
Figura 6. A cultura de trigo no estádio de formação de grão, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Doenças fúngicas da cultura do trigo 
A cultura do trigo como outras culturas de interesse econômico, é prejudicada por várias doenças que afetam o desenvolvimento, prejudicando a produtividade e a qualidade do grão (LAU, et al., 2011). 
	As doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus ocupam posição de relevância entre as barreiras naturais da cultura do trigo. Entre todos os patógenos do trigo, os fungos se destacam, de acordo com o patógeno, cultivar e condições climáticas. As doenças fúngicas podem causar até 100% de perda da cultura (FORNASIERI FILHO, 2008).
	Os prejuízos são expandidos quando várias doenças incidem juntamente na lavoura. Informações sobre falhas acarretadas por doenças são muito diversas, principalmente porque vários fatores interferem na implantação e desenvolvimento de epidemias (BARROS et al., 2005).
	Segundo Lau et al., (2011) a doença acontece na presença do inóculo do patógeno, se tiver desocupação do hospedeiro em estádio fenológico vulnerável e quando as condições do ambiente forem convenientes. Este grupo de fatores faz com que as doenças ocorram principalmente em uma pré-determinada fase da cultura, em determinados órgãos da planta incidindo em diversas regiões do País.
	Os controles culturais e químicos têm sido os processos mais utilizados na cultura do trigo, estes controles são utilizados pelo sistema de produção para se prevenir das enfermidades que são predominantes em uma determinada região ou safra. No entanto se a forma de identificação não for correta sem analisar o percentual de danos que esta possui, ou sem o conhecimento de se utilizar o momento certo da aplicação, consequentemente não haverá condições para se explorar o trigo como uma cultura de importância para o sistema de produção, especialmente na região sul (BACALTCHUK, et al., 2006).
	Para o manejo de doenças do trigo recomenda-se a aceitação de várias práticas de manejo como: o uso de cultivares resistente e/ou precoces, plantio em época certa, principalmente para se evitar danos com oídio e ferrugem, práticas culturais e aplicação de fungicidas (BARROS, et al.,2005).
	Segundo Fornasieri Filho (2008) existem doenças fúngicas das sementes, foliares, espigas e doenças viróticas. O oídio, a ferrugem das folhas e do colmo, manchas foliares são as doenças que exigem o controle químico. A aplicação de fungicida deve ser realizada antes do aparecimento do patógeno e deve ser conjunta com demais práticas para aumentar o potencial de produtividade.
	A seguir serão citadas algumas doenças fúngicas de importância e seus sintomas. Os patógenos: oídio, ferrugem do colmo, ferrugem da folha, mancha amarela , mancha marrom, mal do pé, carvão do trigo, brusone e giberela, apresentaram incidência nas áreas acompanhadas durante o período do estágio.
 Cochliobolus sativus (mancha marrom do trigo ou helmintosporiose) os sintomas são lesões no centro da folha, com coloração parda escura e bordas arredondadas e de tamanho indefinido (EMBRAPA, 2006).
Figura 7. Sintomas de mancha marrom na cultura de trigo, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
 Pyrenophora tritici-repentis (mancha bronzeada ou mancha amarela da folha) os sintomas acontecem conforme o nome da doença. Inicia nos estádios iniciais da planta, causando lesões ovaladas ou oblongas, amareladas ou de aspecto bronzeado, que se torna de marrom clara a marrom escura. Ainda sobre condições de alta umidade são observados os conidióforos do fungo. (LAU, et al., 2011, apud PICININI & FERNANDES, 2000).
Figura 8. Mancha amarela na cultura do trigo, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Ustilago tritici (carvão do trigo) causado pelo fungo basidiomiceto, o patógeno é transmitido em semente, que continua se desenvolvendo normalmente. A partir da fase do emborrachamento e espigamento quando todos os tecidos já se encontram infectados, com exceção, o raque ao invés de se formar a inflorescência é formado massas pulverulentas de teliósporos (esporo sexual), de cor marrom escura a preta que são facilmente revolvidas e dispersas pelo vento ou gotas de água (FORNASIERI FILHO,2008).
Gaeumannomyces graminis var.tritici (mal do pé) começa-se com podridão de raízes, contaminando a parte aérea das plantas, provocando redução do tamanho e morte prematura da planta. As espigas têm coloração esbranquiçada e não há enchimento dos grãos., os primeiros sintomas do mal do pé ocorrem nas plântulas, se as plantas não morrerem nos estágios de crescimento, o perfilhamento será deficiente, com lesões pretas que se desenvolvem nas raízes e se estendem até a coroa da planta, as hifas são visíveis ao longo do tecido da raiz e se estendem até a coroa da planta. As plantas com estes sintomas, quando puxadas do solo, saem com facilidade pelo motivo do sistema radicular estar danificado (LAU et al., 2011).
Blumeria graminis f. sp. tritici (oídio) planta infectada apresenta um crescimento branco com aparência algodonosa, por apresentar massa de micélio de fungo. No início apresenta coloração branca passando para acinzentada, podendo apresentar pontuações preta que são os cleistotécios que é a forma perfeita do fungo (GOULART, 1991).
Figura 9 Sintoma de oídio na planta de trigo, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Puccinia graminis (ferrugem do colmo) os sintomas começam com as folhas apresentando coloração amarelada. Conforme a planta vai se desenvolvendo as manchas vão aumentando de tamanho e possuindo forma alongada no sentido das nervuras até o rompimento da epiderme e exibição do eredosporo; individualmente amarelo e em conjunto coloração pardo ferrugiosos (REIS et al., 1997).
Puccinia triticina (ferrugem da folha) os sintomas são pústulas amarelo alaranjadas com aparência arredondada, preferivelmente na parte abaxial das folhas, podendo estar presente em outros órgãos da planta (FORNASIERI FILHO,2008).
Figura 10. Ferrugem da folha na cultura do trigo, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
Causado por Gibberella zeae, sendo a forma assexuada Fusarium graminearum (giberela ou fusariose da espiga) os sintomas acontecem após o florescimento. As espiguetas apresentam branqueamento prematuro ao decorrer do desenvolvimento do patógeno no interior da espiga, que fica totalmente esbranquiçada. Quando há condição favorável, ambiente quente ou úmido, pode vir a aparecer esporodóquios de coloração rosa a salmão na raque e nas glumas das espiguetas. O grão apresenta aparência de enrugado e chocho no interior da espiga. Quando está totalmente infectada apresenta coloração rosada, cinza clara e castanho (FORNASIERI FILHO, 2011).
Figura 11. Trigo com sintomas de giberela, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
O agente infeccioso é Pyricularia grisea da qual a forma sexual é Magnaporthe grisea (brusone do trigo). Os sintomas acontecem nas espigas, normalmente verifica-se o branqueamento completo, começando do ponto de penetração do fungo na raque. Os sintomas nas glumas são lesões ovaladas, de centro claro e bordas castanhas. Nas bainhas e colmos, os sintomas são parecidos com os da gluma. Nas folhas as lesões têm formas elípticas com o centro variando de branco a marrom claro e com as margens de coloração marrom escura (LAU et al., 2011).
Figura 12. Trigo com sintomas de brusone, Teixeira Soares, PR.2016
Fonte: autora (2016)
Ao decorrer do estágio desenvolvido no período de 01/08/2016 a 01/11/2016 foi observado à maior infestação pelo fungo oídio, onde a possível causa foi à falta de controle do mesmo, estando o fungo em condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Foram realizadas exatamente cinco aplicações de fungicidas, onde se esperava o controle, mas a cultivar que apresentou resistência foi a Tbio Tibagi.
 Acompanhamento do manejo da cultura da cebola
No período do estágio também foi acompanhado o manejoda cultura da cebola. Foram desenvolvidas as seguintes atividades: quando a cebola estava aproximadamente com sessenta dias de campo, houve a necessidade de entrar com capinas manuais para retirada de plantas daninhas que competiam com a cultura. Logo em seguida foi realizado o controle químico com herbicidas.
Foi realizado adubação de base e adubação de cobertura, com trinta e cinco dias. A primeira sendo após a germinação e as demais com intervalo de trinta a trinta dias, totalizando de quatro a cinco adubações. 
Os produtores entraram com aplicações de fungicidas e inseticidas semanais para o controle preventivo do míldio da cebola, não conseguindo o total controle. E também houve o aparecimento relevante da tripes, que ficava alojada quando a folha se dobrava na parte abaxial. Essa dobra faria com que o inseticida não tivesse total eficácia, devido não entrar em contato direto com o inseto.
Houve a necessidade de irrigação a qual foi do tipo canhão, realizada no mês de outubro, pois a cultura já estava sentindo necessidade hídrica na região de Irati-Paraná. 
Depois das irrigações foi entrado com adubação de cobertura e também com aplicações de cobre, responsável por auxiliar na cicatrização dos ferimentos das plantas causados pela irrigação, fechando a porta de entrada de bactérias.
DISCUSSÃO 
Ao decorrer das áreas do município de Irati-Pr e região observou-se pelo engenheiro responsável; que se destacou na safra de trigo 2016 o aparecimento excessivo do fungo oídio. Que se tornou preocupante, pois o patógeno é responsável pela diminuição da produção de grãos devido à diminuição de área foliar fazendo com que diminua a fotossíntese da planta. Das cultivares Tbio Tibagi, Tbio Sinuelo e Tbio Toruk, esta foi a que mais apresentou resistência ao fungo, porém a mesma apresentou mais exigências de adubação e a cultivar Tbio Tibagi e Tbio Sinuelo foram as mais vulneráveis ao fungo.
Segundo dados da Conab (2016) as doenças mais encontradas no Estado do Paraná na safra de 2016 foi oídio, ferrugem e manchas foliares. Com a escassez das chuvas de final de junho e mês de julho acabou beneficiando o controle fitossanitário na cultura do trigo. Quanto às geadas que atingiram a região, não houve perdas, pois a cultura estava no momento do desenvolvimento vegetativo, onde a planta é pouco vulnerável.
Segundo Reis et al., (2008) o oídio é uma doença generalizada no sul do país. O principal método de controle é a utilização de cultivares resistentes, no entanto a resistência não é durável devido à variabilidade progressiva do agente causador da doença.
Figura 13. Trigo com infestação de oídio, Teixeira Soares, PR. 2016
Fonte: a autora (2016)
 O clima que favorece o aparecimento da doença é normalmente composto por dias amenos e secos, com temperaturas entre 15 a 22 °C (EMBRAPA 2016). Vale ressaltar que a safra 2016 nas regiões acompanhadas, teve temperatura favorável para o desenvolvimento do patógeno, tornando a infestação intensa, trazendo futuras perdas para a colheita.
Segundo Linhares et al., (1987) o fungo apresenta adaptação em duas variações climáticas, que são no verão e no inverno. A infestação do patógeno é mais severa quando há condições de seca, mas também pode haver desenvolvimento no momento em que há chuvas, aumentando a umidade do ambiente, com isso a presença de orvalho que acaba sendo fator favorável para a entrada do fungo na planta. 
Segundo Reis et al. (1997) o método mais utilizado para o controle do oídio é o uso de cultivares resistentes, mais no entanto estas resistências vem sendo cada vez mais dificultosas, pois as raças dos fungos estão se tornando cada vez mais resistentes. 
A cultivar escolhida deve apresentar resistência aos patógenos que apresentam histórico de infestação na região trabalhada. Conforme observado no estágio, a espécie escolhida para ser plantada na área observada apresentava risco de suscetibilidade da doença para com o oídio, que acabou ocasionando a infestação do patógeno. Mesmo com todas as aplicações realizadas corretamente não houve o controle da doença. Consequentemente haverá perdas de produção.
O método de controle químico para oídio recomendado pelo engenheiro, para tratamento de semente com vitavax thiram grupo químico carboxanilida (carboxina) e dimetilditiocarbamato (tiram). Bendazol fungicida sistêmico do grupo benzimidazol e enraizador formaiz seed e para aplicações aéreas aprouch prima fungicida sistêmico Estrobilurina (picoxistrobina) e Triazol (ciproconazole) e Juno fungicida sistêmico do grupo químico Triazol. 
Segundo Costamilan & Scheeren (2006) os métodos mais eficazes no controle do oídio em trigo são a utilização de cultivares que apresentem resistência genética e a aplicação de fungicidas, no momento do tratamento de sementes ou também no momento de entrar com aplicações aéreas. A resistência genética do hospedeiro é condição mais vantajosa do controle da doença, pelo motivo de ser economicamente viável e ambientalmente correto. O controle desta doença pode variar de safra para safra.	
O método de controle que apresenta menor custo de tratamento é o método de tratamento de semente, o método de aplicação aérea se torna menos rentável. O patógeno começa a aparecer e ser mais suscetível no estádio de perfilhamento da planta (EMBRAPA,2009). Outra medida de controle é fazer a rotação de cultura, fazer a destruição e a limpeza do local acabando com os restos culturais, diminuindo então a fonte de inóculo (BAYER, 2009). 
Como observado ao decorrer do estágio, os produtores rurais além de fazer o tratamento de sementes, fizeram também cinco aplicações de fungicidas de modo aéreo, pois a doença persistiu até o final do ciclo da planta. 
O ciclo do patógeno na planta acontece da seguinte forma: o fungo oídio é um ectoparasita obrigatório, que se alimenta por meio de haustório que se irradia para o interior da célula. O patógeno fica presente no solo em forma de cleistotecas, que é um tipo de frutificação. Em regiões de clima moderado o fungo fica presente no solo também em forma de micélio e conídios. A cleistotecas se desenvolve quando a temperatura aumenta ou quando o hospedeiro atinge a maturação. No início do ciclo liberam ascos com ascósporos multiplicando as estruturas. Após períodos de chuvas os ascósporos se espalham através do vento, estes ascósporos são responsáveis pelas infecções primárias e são poucos, comparados com os conídios (BAYER,2009) .
Primeiramente as perdas causadas pelo oídio dependem do nível de infestação na cultura. Os danos gerados pelo patógeno são: a perda de vigor afetando o crescimento, espigamento e enchimento de grãos, diminuição da produção que dependem do nível do ataque do patógeno; que resulta em menor peso da palha, redução de números de espigas e espiguetas, do teor proteico dos açúcares solúveis. E quando o patógeno entra no estágio de floração, aumenta ainda mais a perda de produção (BAYER, 2009). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	O estágio realizado foi de grande importância para o término da formação acadêmica. Onde houve oportunidade de adquirir conhecimentos na área agronômica e também de se colocar em prática o que foi estudado, como a identificação de fungos através dos sintomas das plantas. Percebe-se que algumas teorias aplicadas em sala de aula não são possíveis de se pôr em prática pelos produtores rurais e que os mesmos mostram grande interesse em desenvolver novos métodos de manejo, tendo como objetivo melhorar a produção 	
 No dia a dia dos produtores observou se a evolução da agricultura. Onde também foram encontradas dificuldades rotineiramente enfrentadas pelos mesmos como: falta de maquinários, mau entendimento das assistências técnicas prestadas, desvalorização do produto final pelo mercado, variação do preço; onde depende da demanda e não da qualidade do produto. Observou se também que a falta de planejamento de uma lavoura pode levar a falência e que muitas vezes a mão de obra do agricultornão tem o reconhecimento merecido pelo seu trabalho. 
 A assistência técnica deve ser realizada com muita responsabilidade, paciência e respeito com os produtores rurais ao ensinar como fazer determinados tratos culturais corretamente. Onde se deve prezar explicação para entendimento do produtor, esclarecendo o que o mesmo está aplicando em sua lavoura. É de suma importância para que a mesma apresente bons resultados.
Por fim o maior problema observado foi o controle da doença do oídio, onde se teve as seguintes conclusões: a escolha da cultivar adequada para determinada área é essencial para a diminuição ou redução do patógeno, o clima também é um dos fatores mais favoráveis para a disseminação e infecção do patógeno na planta, as aplicações nos estádios corretos podem ser significativos para o efetivo controle da doença, sendo que o período de proteção do fungicida deve ser respeitado, para uma nova aplicação, pois isso é a forma mais correta para se ter controle do patógeno na cultura. Lembrando sempre que essas atividades devem ter o menor impacto sobre o meio ambiente.
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