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Culturas do feijão-comum (Phaesolus vulgaris L.), feijão-de-corda (Vigna unguiculata L.) e feijão-fava (Phaseolus lunatus L.)

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INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS 
CAMPUS MURICI 
 
ARESTIDES ALVES LINS 
MÁRIO ANDRÉ SILVA DOS SANTOS 
RILDO RAFAEL DA SILVA MARINHO 
WESLLEY VINICIUS DE OLIVEIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Culturas do feijão-comum (Phaesolus vulgaris L.), feijão-de-corda (Vigna 
unguiculata L.) e feijão-fava (Phaseolus lunatus L.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Murici-AL 
2020 
 
 
 
 
Culturas do feijão-comum (Phaesolus vulgaris L.), feijão-de-corda (Vigna 
unguiculata L.) e feijão-fava (Phaseolus lunatus L.) 
 
 
 
 
Trabalho solicitado pelo Prof. Dr. José Pedro 
da Silva, como parte das exigências para a 
obtenção de nota na disciplina de Culturas 
Regionais. 
 
 
 
Murici, 29 de junho de 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Murici – AL 
2020 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 
2. PANORAMA ECONÔMICO ............................................................................................................... 5 
2.1 Importância para a agroecologia e agricultura familiar ................................................... 6 
3. ZONEAMENTO AGRÍCOLA ............................................................................................................... 6 
4. ECOFISIOLOGIA ................................................................................................................................ 6 
5. MANEJO DO SOLO ........................................................................................................................... 8 
5.1 Preparo do solo ............................................................................................................................ 8 
5.2 Calagem ........................................................................................................................................ 8 
5.3 Adubação Orgânica..................................................................................................................... 9 
5.4 Adubação Mineral ....................................................................................................................... 9 
6. CULTIVARES ..................................................................................................................................... 9 
7. PLANTIO......................................................................................................................................... 10 
7.1 Densidade e Espaçamento ........................................................................................................ 10 
7.2 Sistemas de Consórcio ............................................................................................................... 11 
7.3 Feijão em Sistemas Rotacionados ............................................................................................ 11 
8. IRRIGAÇÃO..................................................................................................................................... 12 
9. MANEJO DE PLANTAS ESPONTÂNEAS ........................................................................................... 12 
10. MANEJO FITOSSANITÁRIO ......................................................................................................... 14 
10.1 Manejo de Pragas .................................................................................................................... 14 
10.2 Manejo de Doenças.................................................................................................................. 16 
10.2.1 Doenças Fúngicas ............................................................................................................. 16 
10.2.2 Doenças Bacterianas ........................................................................................................ 18 
11. COLHEITA E PÓS-COLHEITA ............................................................................................................. 19 
11.1 Colheita Manual ...................................................................................................................... 19 
11.2 Colheita Semi-Mecanizada ..................................................................................................... 19 
11.3 Colheita Mecanizada ............................................................................................................... 19 
11.4 Pós-Colheita ............................................................................................................................. 20 
12. COEFICIENTES TÉCNICOS ................................................................................................................. 21 
13. Referências ...................................................................................................................................... 22 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A família Fabaceae, uma das maiores entre as dicotiledôneas, conta com 643 gêneros e18.000 
espécies distribuídas em todo o mundo, estando concentrada nas regiões tropicais e 
subtropicais (Broughton et al., 2003). 
O feijão comum (Phaseolus vulgaris), é um dos produtos básicos da alimentação da 
população brasileira, sendo a principal leguminosa fonte de proteínas, fazendo parte da dieta 
diária das classes socioeconomicamente menos favorecidas (ANTUNES et al., 1995). De 
acordo com Carneiro (2002), o feijoeiro é cultivado de norte a sul do país, submetido às mais 
variadas condições edafoclimáticas, épocas e sistemas de cultivo. 
Como aponta Singh (1991), o feijoeiro apresenta grande variabilidade morfológica, que vai 
desde a forma de crescimento até ao tamanho das folhas, das flores, das vagens e tamanho e 
cor das sementes, permitindo, assim, separar as formas selvagens das cultivadas. 
Assim como o feijão comum, o feijão-de-corda (Vigna unguiculata) é de extrema 
importância, tanto como alimento, quanto para o sustento de diversas famílias no Brasil, 
sendo consumido principalmente no norte e nordeste do Brasil. A produção de feijão-de-corda 
no Brasil ocorre especialmente em primeira e segunda safra nas regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste (EMBRAPA MEIO-NORTE, 2016). 
No Brasil, apesar de cultivada em todos os Estados e de apresentar capacidade de adaptação 
mais ampla que o feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.), o cultivo do feijão-fava (Phaseolus 
lunatus L.) ainda tem pouca relevância. Acredita-se que as principais razões para o cultivo 
relativamente limitado, sejam: a maior tradição de consumo do feijão-comum, o paladar do 
feijão-fava e o seu tempo de cocção mais longo. A importância econômica e social se deve 
principalmente à sua rusticidade em regiões semi-áridas do Nordeste brasileiro, o que 
possibilita prolongar a colheita em período seco (Azevedo et al., 2003). 
2. PANORAMA ECONÔMICO 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020) a estimativa de janeiro 
de 2020 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 246,7 milhões 
de toneladas, 2,2% superior à obtida em 2019 (241,5 milhões de toneladas). Dentre as culturas 
desse grupo, o feijão ocupa a 7ª posição em quantidade produzida, com 3.039.651 t/ano em 
2019 e uma estimativa de 3,1 toneladas em 2020, um aumento de aproximadamente 4,6%. 
Apesar de um aumento de 0,7% na área plantada, o aumento na produção deve-se 
principalmente ao aumento no rendimento médio da cultura, que cresceu 3,9% em relação ao 
ano anterior. 
Já para o feijão-de-corda, ou feijão-caupi, inexistem estatísticas oficiais de produção no 
Brasil, porém a Embrapa Arroz e Feijão tem disponibilizado estimativas, não oficiais, da 
produção anual dessa leguminosa. Estima-se que em 2014 a produção anual em território 
brasileiro foi de 482.665 toneladas colhidas em 1.202.491 hectares. Vale ressaltar que nessas 
estimativas,não há a participação dos estados do Acre, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso 
do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins, apesar de ser de conhecimento geral que há 
produção da leguminosa nessas localidades. 
O Nordeste destaca-se na produção do mesmo, porém, é notável a influência do emprego de 
tecnologias adequadas no sistema de produção da cultura quando analisamos os dados de 
produtividade do estado do Mato Grosso, que, apesar de não possuir a maior área plantada, 
atinge a maior produção, em contraste com os estados do Ceará e Piauí que mesmo possuindo 
grandes áreas plantadas, possuem baixas produtividades em decorrência das irregularidades 
pluviométricas, baixo nível tecnológico empregado, etc. (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO, 
2014). 
Assim como o feijão-de-corda, inexistem dados oficiais da produção de feijão-fava no Brasil, 
apesar de cultivado em todos os Estados da federação e contar com um alto potencial 
produtivo devido à sua alta resistência à estresses hídricos e nutricionais. Apesar da falta de 
dados oficiais recentes da produção de fava, segundo dados de 2001 o Brasil possuía uma área 
plantada de aproximadamente 25.000 há, com uma produção de 7.800 t e um valor médio de 
R$ 0,86/kg (PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL, 2001). Acredita-se que a baixa 
produção dessa leguminosa deve-se à maior tradição de consumo do feijão comum e seu 
tempo de cocção mais longo quando comparado à outras leguminosas semelhantes 
(GUIMARÃES, 2007). 
2.1 Importância para a agroecologia e agricultura familiar 
Como apontado pelo censo agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE, 2017), a cultura do feijão foi produzida por 315.323 propriedades, sendo 80% delas 
(254.083) classificadas como agricultura familiar. Com uma área colhida de 
aproximadamente 214.000 ha e um valor estimado de 317 milhões de reais. 
Já a cultura do feijão-caupi era plantada em 932.947 propriedades, também com 80% 
(755.150) sendo classificadas como propriedades da agricultura familiar, obtendo uma área 
colhida de 575.351 ha e com a produção estimada em 345 milhões de reais. 
Mesmo com os baixos investimentos do governo federal na agricultura familiar, é possível 
notar a importância desse setor da sociedade para o sustento e abastecimento da população 
brasileira. 
Quanto ao panorama agroecológico, até o momento dessa publicação, não há dados de 
estabelecimentos, produção e área plantada em sistemas agroecológicos, limitando-se os 
dados à agricultura orgânica (vale ressaltar que todo sistema agroecológico é orgânico, mas 
nem todo sistema orgânico é agroecológico), sendo assim, dos 5.175.636 estabelecimentos 
com menos de 400 ha, 4.082.926 fazem parte do Programa de Fortalecimento da Agricultura 
Familiar (Pronaf), onde 68.408 praticam agricultura orgânica e 24.594 produzem lavouras 
temporárias. 
3. ZONEAMENTO AGRÍCOLA 
Segundo o indicador do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a 
safra 2018/2019, a época ideal para o plantio de feijão com 20% de risco no estado de Sergipe 
(não há dados para o estado de Alagoas) é o período de 01/04 a 30/06, equivalente ao início 
da quadra chuvosa da costa leste nordestina, com a cultura se adaptando melhor a condições 
com temperaturas mais amenas e uma precipitação mensal média de 100mm no período de 
plantio e crescimento da cultura. 
4. ECOFISIOLOGIA 
De acordo com Westphalen & Bergamaschi (1979), a temperatura exerce um peso maior na 
delimitação das épocas de semeadura para o feijoeiro, por ser um fator de menor variação. As 
épocas de semeaduras são ajustadas às condições do agroclima, levando em conta o ritmo 
vegetativo da cultura e seus estádios fenológicos, procurando-se o máximo aproveitamento 
das disponibilidades térmicas, visando a obtenção de mais altos rendimentos de grãos. 
Se temperaturas muito baixas ocorrerem logo após o período de semeadura do feijão, a 
germinação pode ser comprometida, diminuindo a população de plantas emergidas e 
refletindo na produtividade final (PEREIRA et al., 2014). 
O aumento da temperatura máxima do ar, acima de 28,0°C durante a floração, também o 
rendimento de grãos do feijoeiro. Altas temperaturas exercem maior influência no 
desenvolvimento de sementes e estruturas florais, entre outros processos fisiológicos 
danificados por este fator climático. Na presença de temperaturas muito elevadas, a planta 
começa o processo de abscisão dos órgãos reprodutivos, sendo que em temperaturas acima de 
35ºC praticamente não há formação de vagens, comprometendo significativamente a 
produção final (PEREIRA et al., 2014). Para a escolha da época de semeadura deve-se levar 
em consideração que o período de floração não coincida com períodos de temperaturas 
superior a 28,0°C e com deficiência hídrica (PEREIRA et al., 2014). 
Além da temperatura, água é uma componente chave para o desenvolvimento de qualquer 
cultura, pois é responsável pelos processos básicos como fotossíntese, translocação de 
nutrientes e fotoassimilados, bem como na respiração e transpiração (PEREIRA, 2014). Desta 
maneira, o feijoeiro requer uma quantidade de água no solo que seja suficiente para o seu 
desenvolvimento e manutenção, sobretudo nas etapas mais fundamentais como germinação, 
emergência, floração e enchimento de grãos. A produção final pode ser comprometida logo 
nos primeiros dias caso ocorra falta de água nas fases inicias do desenvolvimento do vegetal, 
seguida de um período relativamente longo de estiagem. Estas condições afetarão sobretudo a 
fase de floração, consequentemente resultando em menor número de vagens e número de 
grãos por vagem (PEREIRA, 2014). 
Quando o déficit hídrico é sentido no período entre a semeadura e a emissão do quarto 
trifólio, visualmente percebe-se diminuição no número de plantas, acarretando menor 
produção de grãos. Quando o feijoeiro é submetido a deficiência de água no solo nos 
primeiros 20 dias, pode-se verificar uma redução de 16 a 42% na produção de grãos quando 
comparado com a produtividade de uma planta em condições de campo de 0,01 MPa. 
O excesso de água no solo também pode causar danos à cultura do feijão. Esta condição pode 
ocorrer devido à drenagem deficiente ou abuso de irrigação, resultando na deficiência de 
oxigênio disponível no solo à planta e prejudicando a germinação, bem como o 
desenvolvimento e estabelecimento do sistema radicular do feijoeiro. 
Estima-se que o consumo hídrico da cultura do feijão seja de 300 a 600 mm ao longo de seus 
estádios de desenvolvimento, consumindo, em média, 3 a 4 mm por dia e necessitando de 
uma disponibilidade mínima de 100 mm mensais. 
5. MANEJO DO SOLO 
 
5.1 Preparo do solo 
O fornecimento de quantidades adequadas de água é um dos fatores fundamentais na 
produção das culturas. Para tanto, a água em excesso deve ser armazenada de modo a estar 
disponível em períodos de estiagem, mesmo sob condições irrigadas. Os solos sob cultivo 
devem ser preparados de modo a alterar o mínimo possível as suas características físicas e 
químicas originais, especialmente aquelas que afetam a infiltração e retenção de água, como 
porosidade e agregação (Castro et al., 1987). 
A compactação do solo afeta a aeração por causa das modificações na estrutura do solo e na 
drenagem da água. O efeito imediato é a redução no volume de macroporos, reduzindo a 
difusão da água e dos gases, e dificultando o crescimento das raízes (Pedroso & Corsini, 
1983). O preparo sucessivo do solo com grade aradora, além de ocasionar excessiva 
desintegração física e preparo apenas superficial do solo, pode levar à formação de uma 
camada impermeável conhecida como sola de grade (Fornasieri Filho & Fornasieri, 1993). 
Barros & Hanks (1997) observaram que a cobertura do solo aumentou a produtividade e a 
eficiência no uso de água pelo feijoeiro. Stone & Silveira (1988) verificaram que o preparo 
com aiveca propiciou menor resistência à penetração, ao longo doperfil; com o uso da grade 
aradora houve a formação de uma camada mais compacta entre 10 e 24 cm de profundidade e 
no sistema de plantio direto houve maior compactação até 15–22 cm de profundidade. Esses 
autores verificaram ainda que a distribuição do sistema radicular em profundidade foi mais 
uniforme no preparo com arado; no preparo com grade 60% das raízes se concentraram na 
camada de 0–10 cm e no plantio direto, nos primeiros 20 cm. 
5.2 Calagem 
Recomenda-se incorporar o calcário, nos primeiros 30cm de solo, de 30 a 90 dias antes do 
plantio, visando elevar a saturação de bases à 80% e um teor de magnésio mínimo de 9 
mmolc/dm
-3 (PASSOS, 2015). 
5.3 Adubação Orgânica 
Quanto à adubação orgânica, é indicada a utilização de esterco bovino bem curtido ou 
composto orgânico, incorporado ao solo de 30 à 40 dias antes da semeadura numa proporção 
de 10 a 20 t/ha-1. Além disso pode-se utilizar de ¼ a 1/5 dessas quantidades de esterco de 
galinha, caprinos, ovinos, equinos ou suínos, ou até 1/10 dessas quantidades de torta de 
mamona pré-fermentada. 
5.4 Adubação Mineral 
A adubação mineral de plantio deve ser realizada de 7 a 10 dias antes da semeadura, em 
conformidade com a análise de solo e os dados da tabela 1. 
 
Fonte: PASSOS, 2015. 
Já a adubação mineral de cobertura é feita em duas ou três parcelas, de 20 a 50 dias após a 
emergência, sendo aplicado de 90 a 120 kg/ha-1 de N; 20 a 40 kg/ha-1 de P2O5 e 30 a 60 kg/ha
-1 
de K2O. 
6. CULTIVARES 
O feijoeiro comum é cultivado em todas as regiões do país apresentando grande importância 
econômica e social. As regiões brasileiras são bem definidas quanto à preferência do tipo de 
grão de feijão comum consumido. Algumas características como a cor, o tamanho e o brilho 
podem determinar o consumo ou não do grão, enquanto a cor do halo pode também 
influenciar na comercialização. O feijão apresenta componentes e características que tornam 
seu consumo vantajoso do ponto de vista nutricional. 
Doenças encontram-se entre os fatores mais importantes associados à baixa produtividade do 
feijoeiro comum no Brasil, podendo reduzir consideravelmente a produção desta cultura. 
Dentre as estratégias do manejo integrado de doenças, a resistência genética é considerada 
uma importante alternativa, de fácil adoção pelos agricultores, por ser ecologicamente segura, 
diminuindo, ou até mesmo evitando, o uso indiscriminado de defensivos agrícolas e por 
contribuir para a manutenção da qualidade de vida. 
Além do tipo comercial de grão e da resistência a doenças, os programas de melhoramento do 
feijoeiro têm sido caracterizados por esforços na obtenção de planta mais eretas, resistentes ao 
acamamento, associadas à eficiência em produzir grande quantidade de grãos por unidade de 
área, durante o seu ciclo. 
Assim sendo, os cultivares recomendados para as regiões nordestes, são preferencialmente: 
Cachimbo, Carioca, Bagajó, São José e Aporé; e toleradas: Rim-de-porco, Enrica Homem, 
Favinha, Sempre Verde, Panelinha, Pau-de-rato. (CARVALHO, et al., 1997) 
7. PLANTIO 
7.1 Densidade e Espaçamento 
Segundo dados de Arf (1996), o espaçamento e densidade para maior produtividade de feijão 
é de 16 plantas/m e 0,60m de espaçamento. Apesar de quando comparado à densidade de 8 
plantas/m, gerar menos matéria seca, vagens e sementes por planta, no cultivo de 16 plantas/m 
a produção é compensada pelo aumento da densidade da semeadura. Sendo assim, 16 
plantas/m proporcionam maior produtividade que 8 plantas/m, como demonstrado na tabela 2. 
 
Fonte: ARF et al., 1996. 
7.2 Sistemas de Consórcio 
Tanto o feijão comum, feijão-de-corda e o feijão-fava são utilizados em diversos sistemas de 
consórcio. Por serem leguminosas, são essenciais para a fixação biológica de nitrogênio a 
partir das bactérias do gênero Rhizobium, além disso auxiliam na cobertura e manutenção do 
solo. 
Como apontado por Portes (1996) no folheto Produção de feijão nos sistemas de consórcio, 
publicado pela EMBRAPA-CNPAF (Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão), os 
principais consórcios utilizados em território brasileiro são os de Feijão x Milho (Zea mays); 
Feijão x Café (Coffea sp.); Feijão x Cana-de-açúcar (Saccharum sp.) e Feijão x Mandioca 
(Manihot esculenta), além de ser utilizado, em menor frequência, em consórcios de Mamona 
(Ricinus communis), Sorgo (Sorghum bicolor), Soja (Glycine max), Algodão (Gossypium sp.), 
Girassol (Helianthus annus), amendoim (Arachis hipogeae) e algumas frutíferas. 
7.3 Feijão em Sistemas Rotacionados 
O feijão também pode ser utilizado em sistemas de rotação de culturas, como observado por 
Fonseca (2007), consórcios de feijão/milho + braquiária/feijão e feijão/soja + braquiária/feijão 
afetam positivamente diversos aspectos do solo, sendo o sistema de feijão/soja + 
braquiária/feijão o que proporciona maiores melhorias na qualidade do solo, destacando-se o 
efeito na densidade do solo, diâmetros médios geométrico e ponderado, carbono orgânico e 
nitrogênio total. 
Como apontado por Stone & Silveira (2001), em sistemas rotacionados de feijão, não é 
indicada a utilização do plantio direto, visto que o não-revolvimento ocasionou uma maior 
compactação das camadas superficiais do solo, onde se concentra a maior parte das raízes do 
feijoeiro. Ademais, os sistemas de rotação que incluíram soja e trigo provocaram a maior 
compactação, em contraste com os sistemas de arroz + calopogônio-feijão, que demonstraram 
maior valor de macroporos. 
 
Fonte: STONE & SILVEIRA, 2001 
8. IRRIGAÇÃO 
O feijão pode ser cultivado tanto em sistemas irrigados, quanto em sequeiro. 
Em cultivos irrigados, podem ser empregados os sistemas de irrigação por sulcos, 
gotejamento e microaspersão. 
Como descrito por Arf (2004), em sistemas de irrigação por aspersão, o tratamento com 
menor lâmina de água propiciou produtividade de grãos semelhante aos tratamentos com 
maior lâmina, sendo preferível por seu menor custo de irrigação. 
9. MANEJO DE PLANTAS ESPONTÂNEAS 
O manejo de plantas espontâneas é parte essencial da produção agrícola, com objetivo de 
controlar a população das espécies não-comerciais e evitar competição por nutrientes, água e 
luz com a cultura comercial. 
Como apontado na tabela 3, diversos autores relatam o nível de perda de produtividade do 
feijoeiro por competição de plantas espontâneas em relação à tratamentos sem competição. 
 
 
Tabela 3: Porcentagem de perdas causadas pela matocompetição na cultura do feijoeiro em 
relação à tratamentos sem competição. 
 
Além disso, certas espécies de plantas espontâneas, como a Ipomea spp., afetam também a 
colheita manual ou mecânica do feijão, particularmente quando a maturação das espécies é 
diferenciada. Quando a maturação é simultânea, no caso de produção de sementes, a 
legislação nacional estabelece limites de tolerância para sementes de espécies daninhas 
toleradas e determina as espécies proibidas. 
Por isso, o manejo de plantas espontâneas é essencial para uma boa produtividade do 
feijoeiro. Tal manejo pode ser feito de forma direta (atividades dirigidas para as plantas 
espontâneas) ou indireta (atividades dirigidas para o sistema solo-cultura). 
O manejo direto refere-se à eliminação direta das plantas daninhas com uso de herbicidas, 
ação mecânica ou manual e ação biológica. 
No manejo do solo (manejo indireto) se trabalha com a relação sementes ativas e inativas. 
Neste caso tem de se aumentar a germinação das plantas daninhas e depois controlá-las. 
O manejo cultural se baseia na construção de plantas de feijoeiro com capacidade de 
manifestar seu máximo potencial produtivo e competir com as plantas daninhas, pela 
utilização de práticas como o equilíbrio na fertilidade do solo, velocidade correta de 
semeadura, manejo de adubação, arranjo espacial das plantas, época adequada de plantio, 
dentre outros. A diversificação de cultivos (sucessão ou rotação), onde os restos culturaisde 
um cultivo exerçam efeitos alelopáticos/supressivos sobre a biota nociva do outro também é 
importante (COBUCCI, 1999). 
10. MANEJO FITOSSANITÁRIO 
10.1 Manejo de Pragas 
Com a expansão da área cultivada do feijoeiro sob irrigação, o cultivo sucessivo (por ex. soja, 
feijoeiro) e intensivo das áreas (por ex. milho safrinha), bem como o uso intensivo de 
inseticidas químicos, favoreceram o aumento de pragas nas culturas. Com o aumento das 
pragas, o uso de inseticidas tem sido constante e muitas vezes indiscriminado, aumentando o 
custo de controle e tornando o controle de pragas mais difícil e complexo. Em muitos casos, 
esse controle é realizado com base em calendário (normalmente em pulverizações semanais) 
ou pela presença do inseto, mesmo que a população esteja abaixo do nível de controle. Tudo 
isso leva ao desenvolvimento de mecanismos de resistência por parte dos insetos-praga, 
tornando os agricultores cada vez mais dependentes de inseticidas mais tóxicos, perigosos e 
de alto poder residual. 
Com isso em mente, o manejo integrado de 
pragas é a alternativa mais viável para cultivos 
em grande escala. 
Ao cultivo do feijoeiro podem estar associadas 
uma série de espécies de artrópodes e moluscos, 
que ocorrem na cultura de acordo com a 
fenologia da planta (Figura 1) e devem ser 
levadas em consideração quando for realizado o 
monitoramento. Estas espécies são agrupadas em 
quatro categorias: pragas do solo, pragas das 
folhas, pragas das vagens e pragas de grãos 
armazenados (Tabela 4). A época de ocorrência 
vai depender da fase de desenvolvimento da cultura, como mostrado na Figura 1. 
Tabela 4: Principais invertebrados encontrados na cultura do feijoeiro no Brasil. 
 
Fonte: Quintela, 2001 
Com isso, deve-se realizar o monitoramento constante para a determinação do nível de 
controle, onde deve-se realizar medidas de controle (mecânico, biológico, químico, etc.) para 
evitar danos econômicos ao agricultor. 
Nesse monitoramento são analisados os danos, os insetos-praga e seus inimigos naturais, 
sendo assim, são amostradas plantas (da emergência até o estágio de 3-4 folhas trifolioladas, 
depois de 4 folhas trifolioladas e no estágio de florescimento e formação de vagens), insetos-
praga e insetos inimigos naturais. 
Cada fase e praga exige um nível de controle diferente, como indicado pela tabela abaixo 
(tabela 5). 
Tabela 5: Níveis de controle para as principais pragas do feijoeiro. 
 
Fonte: QUINTELA, 2001. 
Esse controle deve ser direcionado para a praga, evitando a erradicação dos inimigos naturais 
e insetos polinizadores. 
10.2 Manejo de Doenças 
As doenças constituem um dos principais fatores limitantes da produção da cultura do 
feijoeiro. São várias as doenças que podem comprometer a produtividade, sendo sua 
ocorrência influenciada pelos fatores ambientais e variedades cultivadas. Doenças ocorrem de 
maneira significativa, podendo acarretar sérios prejuízos para a cultura, agravada pelo fato de 
que a maioria dos patógenos são transmitidos pelas sementes. 
10.2.1 Doenças Fúngicas 
 Murcha da teia micélica ou meia. Agente causal: Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk. 
Manifesta-se inicialmente, como manchas aquosas nas folhas, circundando uma área marrom 
escura. Segue-se intensa produção de micélio que atinge as folhas adjacentes, interligando 
toda a parte aérea da planta, incluindo, além da folhagem, as hastes, flores e vagens. A teia 
micélica que interliga as folhas com as outras partes das plantas impedem, algumas vezes, a 
desfolha total, sendo comum encontrar-se a folhagem completamente seca, aderida ao caule 
da planta com grande número de esclerócios marrons semelhantes a pequenos grãos de areia. 
Apesar de ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da planta, a doença geralmente se 
apresenta no campo após o início da floração. A partir de então, a ocorrência parece ser 
diretamente proporcional ao desenvolvimento do ciclo reprodutivo da planta. Controla-se a 
meia com o tratamento químico de sementes com fungicidas a base de benomil (8enlate), 
rotação de culturas com gramíneas, plantio em período de menor pluviosidade, espaçamento 
de 0,50 m x 0,40 m ou 0,60 m x 0,40 m, utilização de cobertura morta, (casca ou palha de 
arroz, plantio direto, etc.) e pulverização aos 15, 30, 45 e 60 dias após a emergência das 
plantas, também com fungicidas a base de benomil (8enlate), na dosagem de 250-300 gramas 
do i.a/ha. 
Podridão cinzenta do caule. Agente causal: Macrophomina phaseolina (Tassil) Goidanich A 
doença pode se manifestar em todos os estádios de desenvolvimento da planta. Sementes 
muito contaminadas podem determinar sintomas de tombamento de pré e pós-emergência; 
quando de pós-emergência caracteriza-se por escurecimento e rápido apodrecimento do caule 
jovem. Em plantas um pouco mais desenvolvidas, originárias de sementes contaminadas, o 
fungo passa dos cotilédones para a haste, onde forma lesões escuras causando graus diversos 
de amarelecimento e murcha, podendo levar a planta à morte. As vagens em contato com o 
solo contaminado são invadidas pelo fungo, infectando as sementes. O controle inclui o uso 
de sementes de boa qualidade, tratamento das sementes com o fungicida benomil (Benlate) na 
dosagem de 0,1% (1 g do p.c./kg de sementes), aração profunda e rotação de culturas. 
Podridão radicular seca: Agente causal: Fusarium solani f. sp. phaseoli Snyder & Hansen o 
fungo é transmitido pela semente e pode sobreviver em restos de cultura. A podridão 
caracteriza-se pela presença de manchas vermelhas na parte interna do caule e da raiz 
principal tornando-se, mais tarde, pardo-escuras acompanhadas por rachaduras longitudinais 
no caule. Como conseqüência do progresso da infecção na raiz principal, as raízes laterais 
morrem. Entretanto, a planta pode desenvolver raízes secundárias acima da lesão, as quais 
podem sustentáIa, isto sob condições climáticas favoráveis. Em geral, as plantas infectadas 
não morrem, mas a produção pode ser afetada. A rotação de culturas por longos períodos, o 
uso de sementes de boa qualidade, o tratamento químico das sementes com a mistura dos 
fungicidas a base de benomil + thiran (Benlate + Rhodiauran) e a utilização de cultivares 
resistentes são as medidas para o controle eficiente da doença. 
Podridão do colo. Agente causal: Sclerotium rolfsii Sacc. Os sintomas iniciais aparecem no 
colo da planta, em nível do solo, como manchas escuras encharcadas, estendendo-se pela raiz 
principal e causando a podridão. Os sintomas se manifestam por murcha e morte da parte 
aérea, permanecendo a planta de pé. Para seu controle recomendase o tratamento de sementes 
com Kobutol 750 (Quintozene) (110-260 g do p.a../100 kg de sementes), uso de sementes 
sadias, rotação de culturas e aração profunda. 
Mancha angular. Agente causal: Isariopsis griseola Sacc. Transmitida pela semente, afeta 
folhas, vagens e caule. Os sintomas característicos da doença são observados geralmente na 
parte inferior das folhas, inicialmente como lesões de cor cinzenta tornando-se 
posteriormente, de coloração castanha. As lesões são de forma angular delimitadas 20 pelas 
nervuras das folhas e mais tarde podem aumentar de tamanho, coalescem e causam 
amarelecimento das folhas, seguido por um desfolhamento prematuro. As lesões podem 
apresentar-se também nas vagens e hastes. Nestes, elas são superficiais, de coloração 
castanho-avermelhada, quase circulares, apresentando bordas escuras. O controle é feito pelo 
uso de sementes de boa qualidade, rotação de cultura com gramíneas; tratamento químico de 
sementes com a mistura benomil + thiram (Benlate + Rhodiauran), ou pulverização com o 
fungicida chlorothalonil (Bravonil 750 PM) na base de 1000 a 1500 g do p.a/ha) 
10.2.2 Doenças Bacterianas 
Crestamento bacteriano comum. Agente causal: Xanthomonas campestris pv. phaseoli 
(Smith) Oye Afeta principalmente as folhas; em alguns casos atingehastes, vagens e 
sementes. Em regiões úmidas com temperaturas de moderada a alta, os sintomas da doença 
aparecem na parte aérea das plantas. Iniciam-se como pequenas manchas úmidas na face 
inferior das folhas e depois crescem e se unem com outras áreas afetadas, formando grandes 
lesões pardas, podendo as folhas afetadas morrer e cair. É comum encontrar um tecido 
amarelo no limite entre a área afetada e os tecidos sadios da folha. Nas hastes as manchas são 
avermelhadas. Nas vagens aparecem manchas aquosas que tomam coloração avermelhada. As 
sementes, uma vez infectadas, perdem normalmente sua coloração típica, enrugam-se 
apresentando aspecto envernizado, mas também podem não apresentar sintomas. O controle é 
feito pelo uso de sementes de boa qualidade, eliminação dos restos de cultura e rotação de 
cultura. 
11. COLHEITA E PÓS-COLHEITA 
A colheita do feijão pode ser realizada por diversos meios, sendo os mais comuns os métodos 
manuais e semi-manuais. 
11.1 Colheita Manual 
Na colheita manual, o arranquio, o recolhimento e a trilha são manuais, gastando-se, em 
média, de 10 a 12 serviços. No processo mais comum, as plantas são arrancadas com cerca de 
dois terços das vagens totalmente maduras, com teor médio de umidade no grão por volta de 
18%. Para evitar grande deiscência das vagens, são arrancadas preferencialmente pela manhã 
e colocadas no campo, em montes ou "bandeiras", para que, ao final de um ou dois dias, 
sejam transportadas para terreiro, onde irão completar a secagem ao sol e serem submetidas à 
bateção, ou trilha, com varas flexíveis. Após a separação da palhada, o feijão é finalmente 
abanado em peneiras manuais (ANDRADE, 2005). 
11.2 Colheita Semi-Mecanizada 
No sistema semi-mecanizado o arranquio e o ajuntamento são feitos manualmente, e a trilha, 
mecanicamente. O arranquio é feito de maneira igual ao sistema anterior e, dependendo do 
tipo de trilha, o ajuntamento pode se dar em montes, ou bandeiras, ou em leiras. As bandeiras 
são utilizadas quando o material, depois de colhido e ser secado em terreiro, é transportado 
para ser trilhado com trilhadora estacionária ou batedora de grãos. As bandeiras também são 
utilizadas quando se vai realizar a bateção no campo com a batedora de grãos, a qual, nesse 
caso, é acoplada à tomada de força do trator e vai de bandeira em bandeira realizando a trilha 
das plantas secas sobre encerado ou lona plástica, para evitar perdas. O ajuntamento é feito 
em leiras quando se utiliza uma recolhedora-trilhadora - máquina tracionada por trator que 
passa sobre as leiras, recolhendo e trilhando as plantas (ANDRADE, 2005). 
11.3 Colheita Mecanizada 
O sistema de colheita mecanizada, em que todas as operações são realizadas com máquinas, 
ainda é pouco utilizado. Esse tipo de colheita pode ser realizado com duas máquinas, 
arrancadora-enleiradora ou ceifadora e recolhedora-trilhadora, ou com uma única máquina, 
automotriz ou combinada. Com o aumento do grau de mecanização, o início das operações de 
colheita deve ser antecipado, e as exigências com relação à uniformidade da lavoura são 
maiores, já que as perdas podem ainda ser elevadas. Há que se considerar também o alto custo 
dessas máquinas, o que torna o investimento viável apenas em lavouras de maior porte 
(ANDRADE, 2005). 
11.4 Pós-Colheita 
Independentemente do sistema de colheita adotado, a umidade do grão de feijão colhido deve 
ser uniformizada próxima a 13% - índice de umidade requerido para comercialização ou 
mesmo para armazenamento temporário, por impedir ou retardar o desenvolvimento de 
fungos e de carunchos. 
A complementação da secagem, se necessária, poderá ser feita naturalmente, à sombra ou ao 
sol. Nesse último caso, para se evitar o escurecimento do grão - uma das principais causas de 
deságio do produto - deve-se fazer o revolvimento constante dos grãos de feijão. O emprego 
de secadores é também viável, desde que as temperaturas não ultrapassem 38oC, pela mesma 
razão. 
Antes de ser destinado ao mercado ou ao armazém, o feijão deve ser submetido ao expurgo 
com fosfina (fosfeto de alumínio), para controle do caruncho, à base de três pastilhas para 
cada 15 sacos do produto. O material a ser expurgado deve ser coberto com lona impermeável 
e, após 120 horas da distribuição das pastilhas, ser lentamente descoberto. No manuseio do 
produto, deve-se usar luvas e máscara. Após o tratamento, o feijão pode ser prontamente 
utilizado, pois o produto não deixa qualquer tipo de resíduo. 
O local de armazenamento do feijão deve ser seco, ventilado e completamente limpo, livre de 
quaisquer resíduos de outras safras, mesmo que de outras culturas. A sacaria não deve ficar 
em contato direto com o piso, e as janelas, portas e outras aberturas devem ser protegidas com 
telas (ANDRADE, 2005). 
12. COEFICIENTES TÉCNICOS 
 
Fonte: EMBRAPA, 2011 
13. Referências 
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Embrapa Arroz e Feijão, 2005. 
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