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Direito Previdenciário

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Previdência Social
Ao lado de saúde e assistência social, a previdência é um dos direitos garantidos pela seguridade social. 
A seguridade social por sua vez, tem como objetivo garantir o acesso aos Direitos Sociais previstos no art. 6º da CF. isso é materializado por meio de medidas direcionadas tanto a população de um modo geral, quanto para os menos favorecidos financeiramente.
O objetivo é proporcionar o bem-estar social,
O Direito Previdenciário é a área do Direito Público que se encarrega de regulamentar a relação jurídica entre o beneficiário da seguridade social e o Estado. Vale lembrar que é uma vertente autônoma do direito já que possui objeto, métodos e princípios próprios.
Por meio da relação jurídica previdenciária o Estado deve amparar os beneficiários (segurados/dependentes) caso não consigam garantir a própria subsistência. Esse amparo é oferecido através de valores pagos em dinheiro (aposentadoria) ou da prestação de serviços (SUS), tendo em vista a situação do beneficiário.
As diretrizes, princípios e regras gerais do Direito Previdenciário estão previstos na Constituição Federal, no capítulo denominado “Da Seguridade Social”, a partir do art. 194. Existem, entretanto, outras leis que regulamentam a organização da seguridade social (Lei 8.212/91); a lei que regulamenta os planos de benefícios da previdência social (Lei 8.213/91) e por fim o decreto 3.048/99 que regulamenta a previdência social, a doutrina e a jurisprudência também desempenham relevante papel como fonte do Direito Previdenciário.
Os princípios fundamentais do Direito Previdenciário
Os princípios fundamentais são aqueles que alicerçam o Direito Previdenciário brasileiro. São considerados difusos e também ideais.
São eles:
Solidariedade social: tanto o estado quanto a sociedade devem contribuir para o bem-estar social. Mesmo que o cidadão ainda não seja um beneficiário, ele precisa contribuir para garantir que toda a população tenha acesso as prestações e aos serviços necessários. O custeio da seguridade é feito diretamente por trabalhadores, empresas e governo; indiretamente por meio do pagamento de impostos. A solidariedade social é assim o princípio mais importante já que orienta todos os outros a seguir:
Dignidade da pessoa humana: todo cidadão é pessoa digna de respeito e de atenção por parte do Estado. A aplicação desse princípio no Direito Previdenciário tem como escopo assegurar a existência de uma seguridade social acessível a todos e que contribua efetivamente para uma vida digna a pessoa necessitada.
Equilíbrio econômico: O Direito Previdenciário deve manter suas receitas e despesas equilibradas, para garantir que os segurados que contribuam hoje possam ter acesso aos benefícios no futuro.
Proteção ao hipossuficiente: as normas previdenciárias devem ser interpretadas sempre em favor dos necessitados e menos favorecidos.
Os benefícios do Direito Previdenciário São eles:
Saúde: a saúde, segundo o art. 196, CF é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Não está o serviço de saúde sujeito a contribuição prévia do beneficiário de seu serviço, já que qualquer pessoa tem o direito de obter atendimento na rede pública, e atualmente, esse sistema possui organização totalmente distinta da previdência social.
Antes da existência desse sistema, só quem contribuía ao INPS poderiam usufruir do INAMPS.									
Assistência Social
A assistência social é tratada pela CF em seus artigos 203 e 204. Pelo conceito descrito nesses dois artigos, nota-se que para existir a prestação dos benefícios e serviços da assistência social não é exigida contribuição direta do beneficiário para o sistema de seguridade social.
A assistência social será prestada independentemente de contribuição a seguridade social.
Outra questão a ser observada é que a assistência social não vai contemplar todas as pessoas, como garante a CF, no caso, por exemplo, da saúde prestada pelo poder público.
A CF deixa claro que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, colocando como critério principal o requisito necessidade. (lei 8.742/93)
Previdência Social
A previdência social, como um dos pilares da seguridade social, pode ser conceituada como o conjunto de ações governamentais que tem por objetivo assegurar aos respectivos beneficiários os meios disponíveis de manutenção, uma vez presentes os riscos básicos assim considerados:
 Incapacidade
Desemprego involuntário (sem justa causa)
Idade avançada
Tempo de contribuição
Maternidade
Encargos familiares 
Prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente
Vale ressaltar que o direito a previdência social vem expresso no art. 6º da CF, juntamente com o direito a educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer e segurança.
O art. 201 da CF ao tratar da previdência social acabou apresentando seu campo de abrangência, a forma de se afiliar e o objetivo.
Organizada sob a forma de regime geral: ou seja abrangerá trabalhadores rurais e urbanos num único sistema.
Benefícios Previdenciários
Auxílio Doença: é um benefício por incapacidade devido ao segurado do INSS que comprove em perícia médica, estar temporariamente incapaz para o trabalho em decorrência de doença ou acidente. 
Principais requisitos: cumprir carência de 12 contribuições mensais, a perícia médica do INSS avaliará a isenção de carência para doenças previstas na portaria interministerial MPAS/MS2998/01 – doenças profissionais, acidentes de trabalho e acidentes de qualquer natureza ou causa.
O fim do benefício ocorre quando o segurado recupera a capacidade ou retorna ao trabalho, ou ainda por ocasião do seu óbito.
O cidadão poderá solicitar a presença de um acompanhante ou do seu próprio médico durante a realização da perícia.
Auxílio Acidente: é um benefício de natureza indenizatória pago ao segurado do INSS quando em decorrência de acidente apresentar sequela permanente que reduza sua capacidade para o trabalho. Essa situação será avaliada pelo perito do INSS. Como se trata de uma indenização, além de retirar parte da capacidade laborativa do obreiro (segurado), não impede que ele continue trabalhando.
Principais requisitos: o trabalhador que for requerer este tipo de benefício deve comprovar sua qualidade de segurado na época do acidente; não há necessidade de cumprimento de período de carência; o empregado urbano e rural, o empregado doméstico (acidentes que ocorreram após 01.06.2015), trabalhador avulso (empresa), segurado especial (trabalhador rural), todos esses têm direito ao benefício.
O benefício encerra-se quando o trabalhador se aposenta, ou solicita a certidão de tempo de contribuição -CTC-, para fins de averbação em Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), ou ainda, por ocasião do óbito.
Salário família: é um valor pago ao empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso, de acordo com o número de filhos ou equiparados. Filhos maiores de 14 anos não têm direito, exceto no caso dos inválidos, para quem não há limite de idade. O empregado, inclusive o doméstico, deve requerer esse benefício diretamente ao empregador. Já o trabalhador avulso deve requerer o benefício ao sindicato ou órgão gestor de mão de obra ao qual está vinculado.
Principais requisitos: ter filho de qualquer condição com menos de 14 anos de idade ou filho inválido de qualquer idade.						
Segurados, dependentes e contribuintes
Os segurados da previdência social podem ser obrigatórios ou facultativos.
Segurado obrigatório: é todo aquele que exerce qualquer tipo de atividades lícita remunerada maior de 16 anos, exceto na condição de menor aprendiz.
Segurado facultativo: são aqueles maiores de 16 anos que se filiam ao regime geral da previdência social, pagando contribuição e desde que não exerçam atividade remunerada que os enquadrem como segurados obrigatóriosdo RGPS ou RPPS (Regime Próprio de Previdência Social).
Facultativos→ são exemplos de segurados facultativos: 
Dona de casa;
Sindico de condomínio, quando não remunerado;
Estudante;
Brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social
O membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei 8.069/90, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
Bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei. 6.494/77;
Bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a nenhum regime de previdência social;
Presidiário que não exerce atividade remunerada, nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
O brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário do país em que se encontra, desde que haja acordo internacional com o Brasil;
Segurado recolhido a prisão sobre regime fechado ou semiaberto, que nessa condição preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria.
O segurado facultativo pode escolher o valor a declarar de salário de contribuição, devendo esse valor ser igual ou maior que o salário mínimo e igual ou menor que o teto da previdência social. 
É importante ressaltar que o valor declarado irá impactar no valor do recebimento dos benefícios.
APOSENTADORIA POR IDADE
A aposentadoria por idade vem descrita no art. 201 §7°, II.
Deve ser observado neste parágrafo que encontra-se o princípio da universalidade, uma vez que vem descrito o tempo que devem homem e mulher exercer em atividade remunerada e licita abrangendo o trabalhador urbano e o trabalhador rural.
Convém ainda destacar que os agentes, descritos neste dispositivo constitucional são aqueles contribuintes compulsórios, de filiação obrigatória o que não se exigi para o LOAS.
Além da idade o segurado também precisa cumprir uma carência mínima de 180 contribuições.
Os casos dos seguros especiais que trabalham em regime de economia familiar entes pedem comprovar o trabalho com docs. Seus e de seus familiares que os qualifiquem como trabalhadores rurais dentro do período de carência, ou seja neste caso admite-se um início de prova material, que será corroborado por prova testemunhal.
APOSENTADORIA POR IDADE HIBRIDA
Aposentadoria por idade hibrida foi criada per lei 11.718/2008 que incluiu o §3° no art. 48, da lei 8.213/91. Nesta modalidade de aposentadoria o segurado pode ter trabalhado, dentro do período de carência, tanto em meio urbano quanto em meio rural desde que comprove ao preencher no mínimo de 180 meses.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Para a aposentadoria por tempo de contribuição os requisitos são um pouco diferentes.
Não há idade mínimo para aposentadoria;
A carência também é de 180 meses;
Os homens devem comprovar 35 anos de contribuições;
As mulheres devem comprovar 30 anos de contribuição.
Tipos de segurados do INSS
Segurado obrigatório: são aqueles vinculados obrigatoriamente ao sistema previdenciário, não havendo a possibilidade de exclusão por vontade própria. Nos termos do que dispõe o art. 12 da Lei 8.212/91 e o art. 11 da Lei 8.213/91, os segurados obrigatórios são divididos em 5 espécies:
Empregado: nos termos do art. 11, §1º, “a”, da Lei 8.213/91, o segurado empregado é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob subordinação e mediante remuneração.
Para fins previdenciários não existe a distinção entre o rurícola e o empregado urbano, uma vez que ambos se enquadram no tipo legal.
Empregado doméstico: regido pela lei complementar nº 150 de 01/06/15, o empregado doméstico é aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos. Assim, o empregado doméstico, guarda grande semelhança com o empregado comum, mas se diferencia deste pelo fato de reunir mais dois requisitos: trabalho sem finalidade lucrativa; trabalho em âmbito familiar
Trabalhador avulso: nos termos do que dispõe a lei 12.815/13, o trabalhador avulso para fins previdenciários é aquele que sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra.
Segurado especial: é o único segurado que possui definição prevista pelo próprio texto constitucional, que é o produtor, o parceiro, o arrendatário rural, o pescador artesanal, o meeiro e os respectivos cônjuges e companheiros que exerçam atividade em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção fazendo jus aos benefícios previdenciários. (art. 195, §8º da CF)
Manutenção e perda da qualidade de segurado
É bastante comum na previdência social o indeferimento dos benefícios devido a perda da qualidade de segurado. A legislação exige como um dos requisitos para a concessão do benefício que se comprove a manutenção da qualidade de segurado, quando não estiver contribuindo mensalmente ou não estiver exercendo atividade que o enquadre como segurado obrigatório. A possibilidade de manter a qualidade de segurado é o período em que mesmo não exercendo atividade remunerada, nem estiver contribuindo para o INSS, poderá ter a qualidade de segurado mantida, é o chamado período de graça, conforme art. 15 da Lei 8.213/91.
Comentários ao art. 15 da lei 8.213/91:
Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício: por esta previsão, enquanto o segurado estiver recebendo algum benefício previdenciário, como por exemplo o auxílio doença, aposentadoria por invalidez, terá direito a manutenção da qualidade de segurado;
Até 12 meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração. Esse prazo do inciso segundo poderá ser prorrogado para 24 meses, caso o segurado a época já tenha pago 120 contribuições sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado; e ainda, poderá ser acrescido em 12 meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da previdência social.
Até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória. Essa regra se aplica para o segurado que, pelas normas de vigilância sanitária e epidemiológica, esteja acometido de doença que precise de internação em separado durante o período de tratamento da doença, conferindo a legislação a manutenção da qualidade de segurado no período da doença e por até 12 meses após cessar a segregação;
Ate 12 meses após o livramento o segurado detido ou recluso ficando afastado de suas atividades laborativas por estar recolhido em regime carcerário, terá direito a manutenção da qualidade de segurado durante a reclusão e após concedida a liberdade, até 12 meses após o livramento;
Até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado as forças armadas para prestar serviços militar. Sendo segurado da previdência social antes do início do serviço militar obrigatório, terá direito a manutenção da qualidade de segurado durante o período que prestar serviço militar a forças armadas e até 3 meses após o licenciamento. 
Até 6 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. Segundo diz a lei 8.213/91, a perda da qualidade de segurado ocorrera no dia seguinte ao termino do prazo fixado no plano de custeio da seguridade social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazosreferidos nos, incisos acima.
Exemplificando o segurado foi demitido em 10 de janeiro de 2015 ficou em 10 de janeiro de 2015 ficou em situação de desemprego e recebeu o seguro desemprego.
Período de graça comum é igual a 12 meses: 31 de janeiro de 2016
Prorrogação em função da situação de desemprego igual a 12 meses: igual a 31 de janeiro 2017
Data da perda da qualidade de segurado 16° dia do 2° mês subsequente ao termino do período de graça; a data da perda desse a segurado 16 de março de 2017, o que significa que se o a segurado não recolhera contribuição de até 1 dia antes do termino do período de graça, para este exemplo, dia 15 de março de 2017, perdera a qualidade de segurado.

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