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Resenha Crítica do Caso Clarkson Lumber Company

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
RAMATÍS GARCIA BOZZ 
 
 
 
Trabalho da disciplina Mercado Financeiro e de Capitais 
 Tutor: Prof. Claudio Cavalcanti de Carvalho 
 
 
 
Rio de Janeiro - RJ 
2019
 
 
 
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CLARKSON LUMBER COMPANY 
 
Referência: PIPER, Thomas R.; Clarkson Lumber Company. Harvard Business 
School, 212-P01, 1996. 
 
A Clarkson Lumber Company, fundada em 1981 entre uma parceria com o Sr. 
Clarker (49 anos) e seu cunhado Henry Holtz, com 15 anos de história, realizou um 
rápido crescimento nos últimos três anos (1993 a 1995), prevendo desta forma uma 
possibilidade de alavancar suas vendas, aumentando consideravelmente seus 
lucros. Embora a empresa tenha efetuado bons resultados no período citado, não 
dispunha de ativos disponíveis suficientes para efetuar o crescimento desejado pelo 
Sr. Clarkson, sendo necessário recorrer a novos empréstimos com seu atual banco - 
Banco Nacional Suburbano. 
 
Devido às restrições por parte do Banco Suburbano na contratação de novos 
recursos, que restringiu o crédito em um teto de US$399.000,00 e que garantisse o 
empréstimo pessoalmente, foi necessário recorrer tal solicitação a outros bancos. 
Por meio de um amigo, o Sr. Clarker foi apresentado a George Dodge, funcionário 
do Banco Nacional Nothrup, que juntos, vislumbraram uma possibilidade desse 
Banco conceder um a linha de crédito que a princípio seria bem mais atrativa e em 
maior valor, de US$750.000,00. Dispondo de um empréstimo dessa magnitude, a 
Clarkson Lamber poderia beneficiar-se de um maior número de descontos 
comerciais, bem como realizar oportunidades que até então não seriam possíveis 
devido à falta de ativos disponíveis. Para realizar tal empréstimo, o Sr. Dodge 
solicitou ao departamento de crédito do Banco para que investigasse o Sr. Clarkson 
e sua empresa, que viabilizaria, ou não, a concessão do crédito solicitado. 
Fato a ser destacado é de que o Sr. Clarkson comprou a participação do Sr. 
Holtz, seu cunhado, por US$200.00,00, sendo que foi aceito uma nota promissória 
de valor integral, a ser paga em 1995 e 1996, para que o Sr. Clarkson tivesse tempo 
de conseguir o financiamento necessário para a compra. A nota tinha uma taxa de 
 
 
 
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juros de 11%, com pagamentos semestrais de US$50.000,00, a contar de 30 de 
junho de 1995. Esta obrigação era um dos fatores que restringia consideravelmente 
seu patrimônio líquido no final de cada ciclo operacional. Vale ressaltar que após 
1996 não haveria mais essa dívida aumentando assim sua liquidez corrente que era 
de 2,49 em 1993 e passou para 1,14 em 1995, que caiu consideravelmente devido 
aos empréstimos e a compra da parte do Sr. Holtz, e sua solicitação de crédito 
adicional estaria alavancando as dívidas da empresa que talvez não fosse 
necessário num horizonte após 1996. 
A empresa, que constava de 15 funcionários (oito trabalhavam no 
terreno/caminhões e sete no escritório) ficava localizada num subúrbio que estava 
em expansão em uma grande cidade do noroeste pacífico dos Estados Unidos e 
possuía um terreno com acesso a um desvio ferroviário onde haviam sido 
construídos quatro grandes armazéns. Diante disso nota-se que a empresa não 
tinha expandido suas vendas para os locais onde a ferrovia passava, possibilitando 
aumentar assim suas vendas e consequentemente seu lucro. A empresa tinha como 
foco a distribuição de produtos de madeira na área local, sendo que alguns dos seus 
produtos eram molduras de compensado, portas e caixilhos. Vale destacar que a 
empresa não utiliza as linhas férreas como forma de otimizar e ampliar o horizonte 
da empresa, com grande capacidade de expansão em virtude de estar em local 
estratégico em relação à logística do transporte de matéria prima principal de sua 
companhia ou de transporte dos produtos prontos para venda em outras localidades. 
Era comum a Clarkson Lumber oferecer descontos para compras em quantidade e 
condições de crédito de 30 dias líquidos em contas em aberto com a empresa, 
sendo que esse fator pode ser reavaliado temporariamente, e verificar se afetaria as 
vendas, para que desta forma a empresa consiga gerar mais caixa e ativo disponível 
para utilizar ao seu favor, como por exemplo os descontos de 2% que eram 
fornecidos às empresas que realizavam compras com frequência e que eram pagas 
dentro de 10 dias da data da nota fiscal, pois reduziria os custos de produção, que 
ainda não eram possíveis, alavancando seus lucros. 
A margem de lucro líquido da empresa caiu de 2,05% em 1993 para 0,47% 
em 1995, sendo esta queda diretamente ligada às suas atuais dívidas com o Banco 
 
 
 
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Suburbano e com a compra da parte de seu sócio. O Sr. Clarkson deve levar em 
consideração que após 1996 sua empresa gerará mais lucro líquido devido as 
reduções de dívidas não operacionais, mas que foram meramente de investimentos, 
em virtude da compra da parcela do Sr. Holtz. 
Como parte do protocolo de investigação de novos mutuários, o Banco 
Northrup enviou diversos questionamentos as firmas que possuíam negócios 
relacionados com a Clarkson Lamber, e um de seus grandes fornecedores, a Barker 
Company, escreveu a seguinte resposta, que foi endossada por outras companhias: 
“A operação conservadora da empresa é interessante para nós. Ele não desperdiçou 
seu dinheiro em investimentos de fábrica desproporcionais. Suas despesas 
operacionais não podem ser mais baixas. Ele tem controle pessoal sobre cada 
detalhe de sua empresa e muito discernimento e mais vontade de trabalhar do que 
qualquer pessoa que já conheci. Isso, além de uma boa personalidade, lhe dá um 
bom faturamento, e, pela minha própria experiência em vê-lo trabalhar, sei que ele 
faz de perto a supervisão de seus créditos.” 
Além da empresa, que era sua principal fonte de renda, o Sr. Clarkson tinha 
participação patrimonial em sua casa em conjunto com a sua esposa, que foi 
construída por US$72.000,00 em 1979, sendo hipotecada por US$38.000,00, mais 
uma apólice de seguros de vida de US$70.000,00 em nome da sua esposa, Sra. 
Clarkson. O Sr. Clarkson possuía, sozinho, metade de uma casa que valia 
US$85.00,00, sendo que não possuíam outros investimentos pessoais. 
O Banco Northrup salientou sobre os números apresentados pela empresa, 
ressaltando sobre o alto grau de endividamento, que saiu de 45% em 1993 para 
72% em 1995, demonstrando o alto grau de alavancagem da empresa, porém com 
bom quociente de liquidez, e que possui um bom horizonte para a empresa no seu 
setor de atuação. O investigador do banco chegou a relatar que as vendas podem 
alcançar US$5,5 milhões em 1996, ultrapassando os US$4,5 milhões de 1995, 
podendo ser até maiores caso os preços da madeira subam em futuro próximo, 
sendo que a empresa já vinha de um alto crescimento nas vendas nos últimos anos. 
Caso houvesse alguma redução geral do crescimento das vendas, ainda assim a 
empresa estaria em partes protegida, em virtude da relação de suas vendas com o 
 
 
 
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negócio de consertos. Não era possível afirmar projeções positivas para depois de 
1996, mas a perspectiva de crescimento estava muito elevada. 
Após a tratativas entre o Sr. Clarkson e o Sr. Dodge, foi discutido a respeito 
da possibilidade de se receber uma nota promissório garantida e rotativa de 90 dias 
que não ultrapassaria US$750.000,00. Apesar de não terem sido discutidos os 
detalhes específicos do empréstimo, haviam provisões para restrições de 
empréstimos adicionais , o capital de giro liquido deveria ser mantido em um
nível 
acordado posteriormente e investimentos adicionais em ativos fixos que só poderiam 
ser feitos com aprovação prévia do banco, bem como limitações de saques de fundo 
da empresa feitas pelo Sr. Clarkson. A taxa de juros estaria próxima de 2,5 pontos 
percentuais acima da taxa básica de juros e que a taxa inicial a ser paga estaria em 
11%, bem como o Sr. Clarkson cortaria seu envolvimento com o seu atual Banco 
Suburbano. 
 
Diante das análises, nota-se que o a Clarkson Lumber não possui dificuldades 
financeiras no longo prazo, visto que a empresa apenas não conseguiu elevar seu 
lucro liquido devido aos seus investimentos realizados, e que após 1996 a empresa 
entraria num ritmo de crescimento do lucro líquido, aumentando assim seu ativo 
disponível para aproveitar os descontos comerciais e consequentemente alavancar 
ainda mais seus lucros. 
Com isso o Sr. Clarkson poderia reavaliar a real necessidade de solicitar um 
novo empréstimo, de valor tão elevado, embora seja de crédito rotativo. Tal 
empréstimo se justificaria caso a Clarkson Lumber pretenda expandir seus 
horizontes e aumentar seu raio de ação utilizando-se da facilidade logística de estar 
ao lado de uma linha férrea para poder expandir suas vendas.

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