Buscar

APOSENTADORIA RURAL - NIZ MARIA MOREIRA

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 23ª VARA FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL DE QUIXADÁ-CEARÁ
AÇÃO ORDINÁRIA COM 
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Justiça Gratuita
NIZ MARIA MOREIRA, brasileira, agricultora, solteira, portadora do RG n° 12.821.971-3 e do CPF n° 035.246.118-77, residente e domiciliada na Rua Sigefredo Pinheiro, n° 23, DT São José, Solonópole-Ceará, CEP 63620-000, por suas advogadas, todas fartamente qualificadas no instrumento procuratório anexo, vem, com o devido respeito e acatamento de estilo, à presença de Vossa Excelência ingressar com AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, nos termos do art. 48, § 1 e 143 da Lei 8.213/91, art. 273 do CPC e art. 5°, incisos XXXV e XXXVI, CF/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos que se seguem:
DOS FATOS
	Inicialmente, por ser pobre na forma da lei, não podendo pagar custas e nem honorários advocatícios, requer seja lhe concedido os benefícios da justiça gratuita.
A promovente é agricultora (Segurada Especial) e teve seu pedido de aposentadoria rural NB n° 187.704.518-4, com DER em 15/08/2018, indeferida administrativamente, sob o argumento de que a promovente não comprovou a atividade rural em números de meses idênticos a carência do beneficio.
Excelência, segundo relatos da promovente, ela iniciou o trabalho na agricultura ainda na infância, juntamente com seus pais. Atualmente exerce o labor rural no Sítio Riacho Fechado, de propriedade da Sra. Maria Aldais Moreira.
É importante relatar que ela laborou por alguns períodos de CTPS assinada. Contudo, o fato de haver vínculos em seu CNIS não é suficiente para desqualificar a condição de agricultora da promovente, até porque seu último vínculo urbano foi há 23 anos.
Ressalte-se que quanto as provas materiais, a promovente é possuidora de diversas provas das quais somente quem de fato é agricultor possui, tais como, Declaração de Aptidão ao Pronaf, PRONAF, senão vejamos:
O direito da autora, até pela farta documentação que comprova sua qualificação, jamais poderá ser maculado. Frise-se ser esta uma ocasião na qual um segurado, dessa espécie, sente-se totalmente dominado por uma carga emocional, em função de sua hipossuficiência, traduzida por timidez, ignorância, despreparo psicológico e, inclusive, na apresentação de documentos probantes de sua condição de segurado especial, diante da grandiosidade do INSS.
Nas entrevistas realizadas pelo INSS, leva-se em conta, quase todas as vezes, apenas e tão somente a aparência, como se um agricultor não devesse apresentar-se com os mínimos sinais de civilidade, quando se sabe que nestas ocasiões é que o camponês sempre escolhe a sua melhor roupa.
DO DIREITO
Douto julgador, como todo o Poder Executivo, neste País, o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, no seu vastus animus de negar por negar, mais uma vez, o faz sem levar em conta a situação fática do autor. 
O art. 143 da Lei n° 8.213/91 não exige do trabalhador rural, para o fim de obtenção de aposentadoria por idade, que o exercício de atividade campesina seja ininterrupto, bastando que não haja perda da qualidade de segurado e que a soma total de atividade rurícola seja igual ou superior ao número de meses da carência do benefício na data do requerimento.
Ilustre Julgador, nossa Legislação Cível, como também a própria legislação previdenciária, histórica e sequencialmente, reconhece a flagrante hipossuficiência dos segurados, principalmente os agricultores, é clara e justa na compreensão das enormes dificuldades que têm estes, em comprovar sua mísera condição de excluído social.
DO PEDIDO
Isto posto, requer:
Requer os benefícios da Justiça Gratuita;
Concessão da TUTELA ANTECIPADA, que determine a imediata implantação do benefício de Aposentadoria por Idade, como Segurado Especial, em favor da autora; 
Concessão em sede de sentença, do benefício de Aposentadoria por Idade, como Segurada Especial, em favor da autora, lógico e legalmente retroativo a 15/08/2018;
Em pós, citação do INSS, através de seu representante legal, em sua Sede da Rua Pedro Pereira, 383, Centro, Fortaleza-CE, para, querendo, contestar a presente ação, sob pena de confissão quanto à matéria de fato. Por fim, confirmação da tutela, em reconhecimento do direito líquido e certo da autora. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas permitidas em direito, tudo desde já requerido.
A renúncia ao que exceder à soma de 60 (sessenta) salários mínimos para fins de fixação de competência do Juizado Especial Cível Federal, bem como, para fins de expedição de RPV, caso venha a existir.
Dá-se à causa o valor de R$ 59.880,00 (Cinquenta e nove mil oitocentos e oitenta reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Quixadá-CE, 2 de Agosto de 2019.
Marcela Marcolino Gabriela Almeida
OAB/CE 21.963 OAB/CE 23.293
Camila Almeida
OAB/CE 37.003
Rua José de Queiroz Pessoa, nº 1735, Centro, Quixadá-CE / (88) 2147.1234

Continue navegando