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Recurso de Apelação em Ação Previdenciária

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA xx.ª VARA FEDERAL DE CURITIBA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
Autos eletrônicos sob n. º xxxxx-xx.xxxx.x.xx.xxxx/PR
Ação Previdenciária 
Nome do cliente, devidamente qualificado nos autos supra, por sua procuradora ora signatária, devidamente inscrita na qualificação do advogado, onde recebe intimações, notificações e citações, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com base no artigo art. 1.009 e seguintes do CPC, interpor:
RECURSO DE APELAÇÃO
Em face da r. sentença a quo, que julgou parcialmente procedentes os pedidos ventilados na petição exordial, requerendo o recebimento do mesmo, pelos fatos e fundamentos jurídicos anexados, independente de preparo, com a consequente remessa ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 4.ª região.
Outrossim, informa que deixa de efetuar o preparo do presente recurso por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita (evento n.3).
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico. 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA QUARTA REGIÃO
Autos eletrônicos sob n. º xxxxx-xx.xxxx.x.xx.xxxx/PR
Recorrente: nome do cliente
Recorrido: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
EMÉRITOS JULGADORES
 DA TEMPESTIVIDADE
De início, verifica-se a tempestividade do presente recurso, pois a parte recorrente fora intimada do teor da r. sentença em 02/12/2016, inaugurando, portanto, o prazo recursal em 06/12/2016 e tendo como termo final a data de 30/01/2017, de acordo com a nova regra de contagem de prazo trazida pelos artigos 219 e seguintes do CPC.
DA SÍNTESE PROCESSUAL 
A parte recorrente ajuizou a presente ação previdenciária para concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, com o pagamento das parcelas vencidas desde a DER (relativa ou originária) mediante o reconhecimento da especialidade dos períodos de 06/03/1997 a 18/11/2003 e de 02/06/2015 a 27/08/2015, com aplicação do fator 1,4, para que fosse determinada a concessão do benefício previdenciário mais vantajoso ao autor desde a DER (originaria ou relativizada).
A r. sentença de mérito, de evento n. 34, julgou parcialmente procedente a demanda, determinado o reconhecimento da especialidade do período de 02/06/2015 a 27/08/2015, com aplicação do fator 1,4.
Contudo, a r. sentença deixou de reconhecer a especialidade do período de 06/03/1997 a 18/11/2003, fundamentado que neste período o segurado não laborou exposto a agentes insalubres, bem como, delimitou a possibilidade de reafirmação da DER para data do ajuizamento da ação.
Em razão disso, em evento n. 40, a parte autora opôs embargos de declaração visando corrigir contradição na análise da especialidade no período de 05/03/1997 a 18/11/2003.
Ocorre que em sentença de embargos de declaração (evento n. 42) foi mantida incólume a sentença embargada. 
Desta feita, a despeito das razões lançadas em sentença, conforme fundamentos fáticos-jurídicos adiante delineados, por intermédio do presente recurso, devolve-se a matéria a essa Colenda Corte, onde se espera seja o decisum reformado.
DAS RAZÕES RECURSAIS
Da especialidade do período de 05/03/1997 a 18/11/2003:
No período de 06/03/1997 a 18/11/2003, o recorrente laborou na empresa Empresa Embalagens S/A exposto a agentes insalubres, conforme indica PPP anexado em pág. 04 do P.A (anexado ao feito em evento n. 1, PROCADM6).
Contudo, a r. sentença deixou de reconhecer a especialidade do período de 06/03/1997 a 18/11/2003, fundamentado que:
“Para comprovar a especialidade das atividades, foi apresentado o PPP da empresa, no qual consta que o requerente trabalhou como operador de máquina, no setor conversão impressoras, e como operador de produção, no setor IP FFG Martin 40, exposto a ruído, avaliado em 94 dB, no primeiro setor, e em 91 dB, no segundo (evento 08, PROCADM1, fl. 04). O laudo técnico da empresa de 1998 indica que na primeira atividade havia exposição a ruído, avaliado entre 93 e 94 dB, por 02:15 hrs, e entre 87 e 88 dB, por 05 horas (evento 19, INF2, fl. 03). O laudo de 2014 indica variação do ruído entre 80 e 91 dB (evento 19, INF3).
Efetuando-se a média ponderada para o primeiro intervalo, chega-se a um valor de 89,36 dB, o que não permite o reconhecimento do tempo especial de 05/03/1997 a 31/12/1999.
No segundo intervalo, a média é igual a 85,5, o que não permite o reconhecimento da especialidade da atividade empreendida entre 01/01/2000 e 18/11/2003, quando o limite de tolerância era igual a 90 dB, mas permite o reconhecimento do tempo especial de 02/06/2015a 27/08/2015.”.
Em que pese o respeito pela fundamentação adotada pela r. sentença, a mesma não merece prosperar tendo em vista que a documentação fornecida pela Empresa Embalagens S/A não foi analisada corretamente.
Veja que o laudo técnico da empresa de 1998 (evento 19, INF2) NÃO indica que no desempenho da função de “Operador de Máquina” no setor “Conversão de Impressoras” no período de 05/03/1997 a 31/12/1999 os trabalhadores estiveram expostos ao agente físico ruído, avaliado entre 93 e 94 dB, por 02:15 horas e entre 87 e 88 dB, por 05 horas.
O que o laudo anexado em evento n. 19, INF2, indica é que no setor de “Conversão de Impressoras” há diversos maquinários, os quais emitem os mais variados ruídos, veja trecho que segue transcrito:
Ocorre que o laudo não diz que houve exposição dos trabalhadores aos níveis de ruído indicados por determinado tempo. Na verdade, o que o laudo diz é que o tempo permissível de exposição salubre a determinadas intensidades de ruído, vide o trecho que segue em destaque:
Desta forma, a parte recorrente requer que seja reconhecida a especialidade do período de 05/03/1997 a 31/12/1999 tendo em vista que neste período o segurado exerceu suas atividades laborais exposto ao agente ruído em intensidade insalubre de forma habitual e permanente.
De forma sucessiva, a parte autora requer a conversão do feito em diligência para que a empresa Empresa Embalagens S/A informe por quanto tempo o trabalhador ficou exposto a ruídos insalubres no setor de “Conversão de Impressoras” e se houve ultrapassagem da “Máxima Exposição Diária Permissível” prevista no anexo I da NR/15.
Ademais, ao analisar a natureza das atividades da função de “Operador De Produção” desempenhadas pelo segurado no período de 01/01/2000 e 18/11/2003 foi considerado que o laudo de 2014 indicou exposição ao agente físico ruído entre 80 e 91 dB (evento 19, INF3).
Ocorre que o citado laudo não indica que houve “variação” de ruído, e sim que os trabalhadores ficaram expostos ao agente físico ruído em intensidade de 91 decibéis em todo o período de sua jornada laboral (440 minutos). 
Desta forma, a parte embargante requer que seja reconhecida a especialidade do período de 01/01/2000 e 18/11/2003 tendo em vista que neste período o segurado exerceu suas atividades laborais exposto ao agente ruído em intensidade insalubre de forma habitual e permanente.
De forma sucessiva, a parte autora requer a conversão do feito em diligência para que a empresa Empresa Embalagens S/A informe por quanto tempo o trabalhador ficou exposto a ruídos insalubres no desempenho da função de “Operador De Produção”.
Destaca-se que em sentença de embargos (anexada em evento n.42) foi afirmado que não houve contradição no julgado: “A título de esclarecimento, não há contradição, pois conforme expressamente constou na sentença a média ponderada dos valores indicados ficaram abaixo dos limites de tolerância.”.
Contudo, como exposto anteriormente pela parte recorrente, não foi indicado na documentação apresentada pela empresa Empresa Embalagens S/A que o segurado laborou exposto a diversos níveis de ruído de forma intermitente.
De fato, a documentação apresentada pela empresa confirmou que o segurado laborou em setores nos quais haviam diversos maquinários, os quais emitem os mais variados ruídos, inclusive em níveis considerados insalubres, de forma habitual e permanente.
Desta forma, razão não existe para aplicar a fórmula da média ponderada prevista pelo item 05 do anexo I daNR/15:
 “Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações:
 C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
 T1 T2 T3 Tn
Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância.
Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Quadro deste Anexo.”.
Veja que no caso em comento NÃO HOUVE dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, o que houve foi a exposição simultânea do segurado a diversos ruídos. Não havendo, portanto, motivo para ser aplicada a fórmula da média ponderada.
Além disso, é importante destacar que ainda que prevalecesse no caso em questão a necessidade de aplicação da média ponderada, seria imprescindível adotar o entendimento firmado pela Quinta Turma do TRF4, o qual preconiza que:
 “Tratando-se de exposição a ruído de níveis diferentes, ausente nos documentos técnicos cálculo da média ponderada do nível de ruído, deve-se utilizar o "critério dos picos de ruído (maior nível de ruído no ambiente durante a jornada de trabalho) - (Reexame Necessário Cível nº 5006767-28.2012.404.7104/RS, unanimidade, Relatora Juíza Federal Taís Schilling Ferraz, D.E. de 19.08.2014).”.
Vide destacar que esse entendimento vem sendo aplicado de forma reiterada pelo TRF4, vide ementa do recente julgado (14/12/2016) que segue transcrita:
PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE LABOR EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. RUÍDO. PICOS DE RUÍDO. ÁLCALIS CÁUSTICOS. EPI. AVERBAÇÃO. CUSTAS. 1. Comprovado o exercício de atividade especial, conforme os critérios estabelecidos na lei vigente à época do exercício, o segurado tem direito adquirido ao cômputo do tempo de serviço como tal. 2. Até 28.4.1995, é admissível o reconhecimento da especialidade do trabalho por categoria profissional; a partir de 29.4.1995, necessária a demonstração da efetiva exposição, de forma não ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde, por qualquer meio de prova; e, a contar de 6.5.1997 a comprovação deve ser feita por formulário-padrão embasado em laudo técnico ou por perícia técnica. 3. O uso de EPIs (equipamentos de proteção), por si só, não basta para afastar o caráter especial das atividades desenvolvidas pelo segurado. Seria necessária uma efetiva demonstração da elisão das consequências nocivas, além de prova da fiscalização do empregador sobre o uso permanente dos dispositivos protetores da saúde do obreiro durante toda a jornada de trabalho. 4. Considera-se especial a atividade desenvolvida com exposição a ruído superior a 80 dB até 05.3.1997; superior a 90 dB entre 06.3.1997 a 18.11.2003 e superior a 85 dB a partir de 19.11.2003 (REsp 1.398.260). Persiste a condição especial do labor, mesmo com a redução do ruído aos limites de tolerância pelo uso de EPI. 5. Não sendo possível aferir a média ponderada do nível de ruído, deve-se utilizar o "critério dos picos de ruído" (maior nível de ruído no ambiente durante a jornada de trabalho). Precedentes desta Corte. 6. Os agentes químicos presentes na composição de produtos de limpeza encontram-se diluídos em quantidades seguras, não dando ensejo ao enquadramento da atividade como especial. 7. Os períodos reconhecidos como especiais devem ser averbados pelo INSS para fins de obtenção de futura aposentadoria. 8. Havendo o feito tramitado perante a Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, o INSS está isento do pagamento de custas, consoante o disposto no art. 11 da Lei Estadual n. 8.121/85, na redação dada pela Lei n. 13.471, de 23 de junho de 2010. (TRF4, AC 0002138-73.2014.404.9999, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, D.E. 14/12/2016)
Ante o exposto, a parte recorrente requer que seja analisada toda a documentação fornecida pela empresa Empresa Embalagens S/A, anexada em evento n. 19. Devendo, portanto, ser reconhecida a especialidade dos períodos de 05/03/1997 a 31/12/1999 e de 01/01/2000 e 18/11/2003, tendo em vista que os documentos anexados em eventos n. 19 comprovam que nas áreas/setores nos quais o segurado laborou havia exposição ao agente nocivo RUÍDO em intensidade insalubre de forma habitual e permanente.
De forma sucessiva, a parte autora requer o reconhecimento da especialidade dos períodos de 05/03/1997 a 31/12/1999 e de 01/01/2000 e 18/11/2003, tendo em vista o "critério dos picos de ruído” adotado pela Quinta Turma do TRF4 (precedentes: Reexame Necessário Cível nº 5006767-28.2012.404.7104/RS, unanimidade, Relatora Juíza Federal Taís Schilling Ferraz, D.E. de 19.08.2014 - TRF4, AC 0002138-73.2014.404.9999, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, D.E. 14/12/2016).
Ou ainda, que seja determinada a conversão do feito em diligência para que a empresa Empresa Embalagens S/A informe por quanto tempo o trabalhador ficou exposto a ruídos insalubres e se houve ultrapassagem da “Máxima Exposição Diária Permissível” prevista no anexo I da NR/15; nos períodos de 05/03/1997 a 31/12/1999 e de 01/01/2000 e 18/11/2003.
Da Flexibilização da DER
A r. sentença delimitou a possibilidade de reafirmação da DER para data do ajuizamento da ação.
Data vênia, não merece prosperar a r. sentença a quo no ponto em questão.
Excelências, a Legislação Previdenciária, em especial a Instrução Normativa nº 77/2015, que revogou a antiga IN45/2010 INSSPRES, dispõe o seguinte, in verbis:
Art. 690. Se durante a análise do requerimento for verificado que na DER o segurado não satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito, mas que os implementou em momento posterior, deverá o servidor informar ao interessado sobre a possibilidade de reafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação a expressa concordância por escrito. 
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se a todas as situações que resultem em benefício mais vantajoso ao interessado.
Da leitura do dispositivo acima é de se ver que parte da própria autarquia previdenciária a imposição do dever de analisar o caso dos seus segurados garantido-lhes O DIREITO AO MELHOR BENEFÍCIO, mesmo que este direito tenha sido alcançado somente em momento posterior ao requerimento administrativo, porém durante a análise deste e, se no caso, for verificado que o segurado que não satisfazia os requisitos naquela época.
A análise do comando inserto na IN77/2015 dispensa maiores digressões face a clareza do texto normativo.
Outrossim, o artigo 493 do CPC, dispõe que “Se, DEPOIS DA PROPOSITURA da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. ”.
A par dessas considerações, o e. TRF4 tem mantido posição louvável em acatar, manifestações de seus jurisdicionados calcadas no caráter instrumental do processo com vistas à relativização do direito material invocado, ainda mais por se tratar de prestação jurisdicional que vise à obtenção do melhor benefício a que tem direito o segurado reclamante.
Nesse sentido, veja-se a jurisprudência obtida com base no voto da lavra do eminente Desembargador João Batista Pinto Silveira proferida nos autos de apelação cível nº 0014971-98.2013.404.9999, a saber:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. LAUDO SOCIAL. BAIXA EM DILIGÊNCIA. 1. Dada a relevância da questão social que envolve a matéria e considerando, ainda, o caráter instrumental do processo, com vistas à realização do direito material, deve-se compreender o pedido, em ação previdenciária, como o de obtenção do melhor benefício previdenciário ou assistencial a que tem direito a parte autora, independentemente de indicação da espécie de benefício ou de especificação equivocada deste. 2. Embargos de declaração providos, a fim de determinar a conversão do julgamento em diligência para que sejarealizado o laudo social. (TRF4, AC 0014671- 98.2013.404.9999, Sexta Turma, Relator João Batista Pinto Silveira, D.E. 04/08/2014) (g.n)
Posição semelhante foi fixada pelo STJ quando, ao analisar questões de fato supervenientes, declarou a flexibilização da posição jurídica a ser tomada pelos Tribunais Superiores em matéria previdenciária, anotando o seguinte:
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL EM PENSÃO POR MORTE. ATO DE CONVERSÃO DEFERIDO NO PROCESSO DE EXECUÇÃO. ÓBITO DO SEGURADO APÓS PROLAÇÃO DA SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. JULGAMENTO EXTRA OU ULTRA PETITA. NÃO CONFIGURAÇÃO. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. O STJ tem entendimento consolidado de que, em matéria previdenciária, deve flexibilizar-se a análise do pedido contido na petição inicial, não entendendo como julgamento extra ou ultra petita a concessão de benefício diverso do requerido na inicial, desde que o autor preencha os requisitos legais do benefício deferido. 2. Reconhecido o direito à aposentadoria especial ao segurado do INSS, que vem a falecer no curso do processo, mostra-se viável a conversão do benefício em pensão por morte, a ser paga a dependente do de cujus, na fase de cumprimento de sentença. Assim, não está caracterizada a violação dos artigos 128 e 468 do CPC. 3. Recurso especial conhecido e não provido. (STJ RECURSO ESPECIAL Nº 1.426.034, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 05/06/2014, T2 - SEGUNDA TURMA)
Repisa-se o fato de que, na hipótese, não há falar em julgamento extra ou ultra petita, haja vista, que ‘a autarquia previdenciária, mesmo em juízo, não se desveste de sua condição de Estado (na forma descentralizada), devendo efetivar o dever de assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (CF, art. 194) em toda oportunidade propícia para tal, inclusive no curso de processo judicial’ conforme dito alhures
Desta feita, a parte recorrente requer que lhe seja garantida a implantação do benefício previdenciário em sua forma mais vantajosa, devendo o INSS proceder o pagamento das parcelas vencidas desde a DER (originária ou relativizada caso mostre-se mais vantajosa ao segurado).
DO PEDIDO
Ante o exposto, a parte recorrente requer que o presente recurso seja conhecido e provido, a fim de reformar a r. sentença a quo no ponto que deixou de reconhecer a especialidade períodos de:
a) 05/03/1997 a 31/12/1999 e de 01/01/2000 e 18/11/2003, tendo em vista que os documentos anexados em eventos n. 19 comprovam que nas áreas/setores nos quais o segurado laborou havia exposição ao agente nocivo RUÍDO em intensidade insalubre de forma habitual e permanente; 
b) De forma sucessiva, a parte autora requer o reconhecimento da especialidade dos períodos de 05/03/1997 a 31/12/1999 e de 01/01/2000 e 18/11/2003, tendo em vista o "critério dos picos de ruído” adotado pela Quinta Turma do TRF4 (precedentes: Reexame Necessário Cível nº 5006767-28.2012.404.7104/RS, unanimidade, Relatora Juíza Federal Taís Schilling Ferraz, D.E. de 19.08.2014 - TRF4, AC 0002138-73.2014.404.9999, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, D.E. 14/12/2016); e
c) Ou ainda, que seja determinada a conversão do feito em diligência para que a empresa Empresa Embalagens S/A informe por quanto tempo o trabalhador ficou exposto a ruídos insalubres e se houve ultrapassagem da “Máxima Exposição Diária Permissível” prevista no anexo I da NR/15; nos períodos de 05/03/1997 a 31/12/1999 e de 01/01/2000 e 18/11/2003.
Com o fito de que seja concedido ao recorrente o benefício de Aposentadoria Especial ou, sucessivamente, Aposentadoria por Tempo de Contribuição desde a data do requerimento administrativo referente ao NB 42/XXX.XXX.XXX-5; DER 27/08/2015.
Grifa-se que a parte recorrente requer que lhe seja garantida a implantação do benefício previdenciário em sua forma mais vantajosa, devendo o INSS proceder o pagamento das parcelas vencidas desde a DER (originária ou relativizada caso mostre-se mais vantajosa ao segurado), com a incidência dos consectários legais: correção monetária pelo INPC e juros de mora de 1% ao mês.
Ademais, a parte recorrente requer que o INSS seja condenado a pagar honorários sucumbenciais fixado em 20% do valor da condenação ou sobre valor atualizado da causa.
Todavia, se o presente recurso restar improvido a parte recorrente requer que sejam prequestionados todos os dispositivos legais utilizados na fundamentação, com o fito de oportunizar ao recorrente o acesso as instâncias superiores.
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico. 
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