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Direito Tributário

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Os princípios e exceções da Legalidade Tributária 
O art. 5°, II da Constituição Federal traz o princípio da legalidade de forma a contemplar o Estado Democrático de Direito, ao dispor que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”. Logo, o princípio da legalidade no direito tributário, garante ao contribuinte a existência de uma lei para criar e cobrar o tributo, pois não será atribuída uma obrigação tributária ao contribuinte, sem antes observar as disposições legais quanto a criação e cobrança de um tributo, ou seja, ninguém será obrigado a cumprir um dever instrumental tributário que não tenha sido criado por meio de ato do legislativo.
Está previsto na Constituição: Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Portanto, é necessária uma lei para exigir ou para aumentar tributo.
Cabe somente a lei ordinária criar ou majorar tributos, com exceção da medida provisória, e dos casos previstos na constituição que é incumbido a lei complementar. As exceções ao princípio da legalidade ocorrem de maneira mais costumeiramente com os tributos relativos ao comércio II, IE, IPI, IOF- impostos extrafiscais. Portanto, em relação a esses impostos, as alíquotas poderão ser alteradas (mas não criadas) por decreto do Presidente, sem necessidade de todo o trâmite legislativo. Além disso a EC nº 33/1 estendeu esse rol de tributos adicionando mais dois à lista de mitigações ao princípio da legalidade: ICMS - combustível e CIDE – combustível. Porém, as alterações nas alíquotas desses tributos só poderão ser diminuídas ou reestabelecidas. Caso se trate de corrigir ou atualizar a base cálculo de um tributo (Ex. IPTU), esse procedimento poderá ser feito por ato do poder Executivo (Decreto por exemplo).
Dentre as exceções tem-se: 
A primeira exceção: art 153 § 1, faculta ao poder executivo alterar as alíquotas sobre o II, IE, IPI e o IOF, que são denominados tributos regulatórios do comércio exterior. O ato normativo é o decreto presidencial, ou portaria do ministro da fazenda.
A segunda exceção: art 177 § 4º, I, b: possibilita ao executivo reduzir ou restabelecer a alíquota da contribuição de intervenção e domínio econômico (CIDE), relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás e seus derivados e álcool combustível.
A terceira exceção: art 155, IV, permite aos estados e ao DF, definir as alíquotas do ICMS monofásico incidente sobre combustíveis. O ato normativo é o convênio do CONFAZ.
A quarta exceção: art 97 § 2º, do CTN, diz não constituir majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Os princípios e exceções da Anterioridade Tributária
Usa-se o termo de anterioridade comum neste resumo para diferencia-la da nonagesimal. O artigo 150, III, “b” da Constituição Federal veda a cobrança de tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”. O princípio da anterioridade comum define que se uma lei vier a aumentar ou criar um tributo, ela deverá ser anterior ao exercício financeiro em que o tributo será cobrado, ou seja, só poderá entrar em vigência a partir do próximo exercício financeiro (no próximo ano).
Logo, esse princípio fornece um prazo impeditivo para a cobrança do tributo e garante ao contribuinte um tempo para que ele possa se organizar para o pagamento. Ainda mais, o princípio da anterioridade regula as formas e alterações de pagamento em um mesmo exercício financeiro, determinando o tempo de pagamento do tributo.
Com a reforma tributária acrescentou-se a alínea c no artigo 150, inciso III, da Constituição Federal, estabelecendo o prazo de 90 dias decorridos após a publicação da lei para que o tributo seja cobrado. A inserção da alínea c foi necessária, pois com a vigência da anterioridade comum eram publicadas leis no último dia do ano excluindo do contribuinte o direito de organizar sua vida para o pagamento do tributo.
Vale ressaltar que, se a lei ou qualquer redução de carga tributária beneficiar o contribuinte o princípio da anterioridade comum e da anterioridade nonagesimal (prazo de 90 dias) não será aplicado.
Dessa forma, o princípio da anterioridade (comum e nonagesimal) dispostos no artigo 150, inciso III, alíneas b e c da Constituição Federal, ficaram da seguinte maneira:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
III - cobrar tributos: [...]
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
Em relação as suas exceções (art. 150, §1º) tem-se: A anterioridade do exercício não será observada nos casos do IPI, quando houver redução e/ou restabelecimento das alíquotas da CIDE-combustível e do ICMS-combustível (arts. 155, §4º, IV, “c” e 177, §4º, I, “b” da CF/88), e das contribuições sociais (art.195, §6º da CF/88). No caso da anterioridade nonagesimal, somente o IR e as alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA escaparão do manto principiológico. Os seguintes impostos federais relativos à regulação econômica: II, IE, IOF; bem como os emergenciais: Empréstimo Compulsório (em caso de guerra ou calamidade pública) e o IEG (Imposto Extraordinário de Guerra), não observarão o princípio da anterioridade de maneira integral, ou seja, nem a anterioridade comum, nem a nonagesimal.
O fundamento destas exceções ao princípio da anterioridade está no caráter extrafiscal destes tributos, que são instrumentos reguladores da economia e da política monetária e fiscal do país. 
Referências:
Exceções aos princípios tributários: <http://www.okconcursos.com.br/apostilas/apostila-gratis/125-direito-tributario/198-excecoes-aos-principios-tributarios#.XUsEZehKjIU> Acesso em: 04 jul 2019.
Exceções ao princípio da anterioridade tributaria. Disponível em: <https://direitodiario.com.br/excecoes-ao-principio-da-anterioridade-tributaria/> Acesso em: 04 jul 2019. 
O princípio da anterioridade tributária. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2821/O-Principio-da-Anterioridade-Tributaria> Acesso: 04 jul 2019.
O princípio da anterioridade no direito tributário. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/66711/o-principio-da-anterioridade-no-direito-tributario > Acesso: 04 jul 2019.
Você conhece o princípio da legalidade tributária. Disponível em: <https://fbalsan.jusbrasil.com.br/artigos/318558432/voce-conhece-o-principio-da-legalidade-tributaria > Acesso: 27 jul 2019.

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