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MODELOS DE PREDIÇÃO DA EROSÃO HIDRÍCA DO SOLO Disciplina: Conservação do Solo e da Água Discente: Poliana Mara Reis Freire 1.EROSÃO O processo de erosão tem início com o impacto das gotas de chuva sobre o solo desnudo que, por meio da quebra dos agregados, causa o desprendimento das partículas e o transporte por salpicamento. Modelos computacionais para controle da erosão hídrica vêm sendo utilizados como subsídios para o planejamento adequado dos recursos naturais, reduzindo o processo erosivo e diminuindo as grandes amplitudes de vazões que têm sido observadas em cursos de água e que tem ocasionado prejuízos às atividades de agricultura e pecuária, assim como para as populações que vivem às margens destes. A Figura 1 mostra como a energia da gota de água desloca a partícula de solo, havendo o transporte e a deposição. Fonte: Dane County, USA, 2003- Chapter 2- Erosion Control 2. Modelos Matemáticos 2.1 Definição São equações que representam matematicamente um processo ou fenômeno natural. 2.2 Utilização Na pesquisa para compreender o processo erosivo; em projetos conservacionistas e planejamento agrícola e ambiental; testes de soluções para controlar a erosão, definição de medidas de controle 2.3 Objetivos Determinar a extensão da erosão; avaliar os efeitos da erosão 2.4 Tipos Lineares Não lineares 2.5 Empíricos: Estatísticos Equações são baseadas em determinações experimentais; 2.6 Determinísticos Equações são baseadas em leis físicas que permitam determinar o valor da variável para qualquer situação; 2.7 Estocásticos Equações são baseadas em variáveis aleatórias, com distribuição probabilística. 2.8 Principais Modelos para Erosão • EUPS / USLE – Equação Universal de Perdas de Solo por Erosão • Modificações da USLE – MUSLE / RUSLE • WEPP – Water Erosion Prediction Projetc • Outros modelos baseados na USLE: CREAMS; GLEAMS; EPIC; SOILEC, SWEAP; SOILM; ANSWERS. • 3. USLE (Universal Soil Loss Equation) - EUPS (Equação Universal de Perda de Solo) Este modelo de predição de erosão foi desenvolvido por Wischmeier; Smith (1965) e é um dos modelos de erosão empíricos mais utilizados. Permite estimar a perda anual de solo com base em dados de precipitação, características do solo e do terreno e uso e manejo do solo. Foi desenvolvido a partir de ensaios de perdas de solo, utilizando-se parcelas unitárias padrão com comprimento de rampa de 22m e declividade de 9% (AMORIM, 2003). Este modelo permite estimar a perda média anual de solo provocada pelas erosões laminar e em sulcos, para as condições em que foram obtidos os valores de seus componentes. Devido à base totalmente empírica, a aplicação em situações diferentes daquelas para as quais foi desenvolvida requer a realização de pesquisas para a obtenção dos termos componentes do modelo (LOCH; ROSEWELL, 1992; FERNANDES, 1997). A = R. K. L. S. C. P (1) A= Estimativa de erosão específica, ou seja, é a perda de solo por unidade de área e por unidade de tempo, habitualmente em [ton/ha.ano]; R= Fator erosividade da precipitação, é quantificado em termos de energia produzida pelo impacto das gotas de chuva junto com taxa de arraste do solo resultante do escoamento superficial, ou seja, é a capacidade da chuva de desprender e transportar sedimentos, expresso em: [MJ.mm/ha.h.ano]; K= Fator de erodibilidade do solo, refere-se à capacidade do solo sofrer erosão. Define- se como a perda de solo de uma parcela-padrão com 22 metros de comprimento, 9% de declividade e continuamente em solo nu, lavrado segundo o maior declive. Representa a susceptibilidade de diferentes solos serem erodidos de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, com unidade de metida tipo [ton.ha.h/ha.MJ.mm]; L = Fator comprimento da vertente, relação de perdas de solo entre um comprimento de vertente qualquer, e um comprimento de vertente de 22m para o mesmo solo e mesmo grau de inclinação, tendo estreita relação com o fator (S); S = Fator de declividade da vertente, relação de perdas de solo entre um declive qualquer, e um declive de 9% para o mesmo solo e comprimento de rampa, complementa o valor de (L); C = Fator de uso e manejo do solo, relação entre perdas de solo de um terreno cultivado em dadas condições e as perdas correspondentes de um terreno mantido continuamente descoberto, isto é, nas mesmas condições em que o fator (K) é avaliado; P = Fator de práticas conservacionistas, relação entre as perdas de solo de um terreno cultivado com determinada prática e as perdas quando se planta morro abaixo; 4. RUSLE (Revised Universal Soil Loss Equation)- (Equação Universal de Perda de Solo Revisada ) • A RUSLE foi obtida por meio de uma revisão feita no modelo USLE e de sua base de dados. • Modelo empírico. • Permite estimar a perda de solo média anual causada pela precipitação e o escoamento associado a mesma. • Embora a estrutura da equação seja a mesma da USLE, vários conceitos da modelagem da erosão, baseados na descrição do processo físico, foram incorporados na RUSLE para melhorar as predições de erosão. • Apesar de ser revisada utilizam o mesmo modelo de equação da anterior. • As duas modificações representativas são: ▪ Aplicação em áreas maiores, como, por exemplo, em bacias hidrográficas, pois a anterior era aplicada apenas em pequenas glebas e vertentes; ▪ E a junção dos fatores (L S) (C P) que eram tabulados e calculados separadamente. Fatores da RUSLE: R= Fator erosividade da precipitação, é um índice numérico que expressa a capacidade da chuva causar erosão em uma determinada área. Esta é quantificada em termos da energia produzida pelo impacto das gotas com a taxa de arraste do solo resultante do escoamento superficial[MJ.mm/ha.h.ano]; expressa em (megajoule.milímetros/hectare.ano). A perda de solo ocasionada pela chuva, numa área cultivada, é diretamente proporcional ao valor do produto da energia cinética da chuva pela sua intensidade máxima num período de (trinta minutos). K = Representa a susceptibilidade de diferentes solos serem erodidos de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, com unidade de medida tipo [ton.ha.h/ha.MJ.mm]; L e S = São fatores de comprimento e declividade da vertente (adimensionais), como já mencionado anteriormente não se deve levar em consideração apenas à declividade, mas também as formas de relevo das vertentes e o comprimento de rampa. Modelo Digital do Terreno, com setas indicando sentido do escoamento. A figura 2 representa um modelo digital do terreno (MDE), onde é possível sobrepor vetores (representados pelas setas) indicando a direção das vertentes, bem como o provável fluxo d´água. Fonte: DEMETRIO, (2006). C = Fator uso e manejo do solo (adimencional), é a relação entre perdas de solo de um terreno cultivado em dadas condições e as perdas correspondentes de um terreno mantido continuamente descoberto, isto é, nas mesmas condições em que o fator (K) é avaliado; P = Fator de práticas conservacionistas (adimencional), relação entre as perdas de solo de um terreno cultivado com determinada prática e as perdas quando se planta morro abaixo. Ambos fatores (C) e (P) são obtidos através de mapeamento de uso do solo da área da pesquisa.Os fatores C e P estão relacionados com o uso e ocupação da área, a figura 3 representa os principais tipos de uso e ocupação da área. FIGURA 3 – Uso e ocupação da área. Limitações da RUSLE • Base empírica; • Uso limitado para outras condições edafoclimáticas; • Não considera o processo de deposição; • Uso limitado em grandes áreas. 5. MUSLE (Modification Universal Soil Loss Equation) - MEUPS (Equação Universal de Perda de Solo Modificada) 5.1 ORIGEM DA MUSLE A necessidade em desenvolver modelos matemáticos que abordassem ainda a questão do aporte de sedimentos foi expressa pelo trabalho de Williams (1975), onde o autor propõe MEUPS para a predição da produção de sedimentos em bacias hidrográficas. A MEUPS contempla os mesmos fatores da EUPS, com a substituição do fator R pelo runoff (Williams, 1975), dado pela equação 2. runoff = 89,6 * (Q*qp)0.56 (2) Onde: runoff - produção de sedimentos de um evento de chuva (m³/s); Q - volume de escoamento superficial (m3); qp - vazão pico do escoamento superficial (m3/s). A Erosividade da chuva é substituída pelo produto do volume de enxurrada e vazão de pico(Qqp). A variável dependente nesta equação e o aporte de sedimentos y no exutório da bacia em estudo. Y= 89,6 (Q qp)0,56 K.L.S.C.P (2) Y = Fornecimento de sedimentos p/ uma determinada chuva (ton); Q = Volume de escoamento superficial (m3); qp = Vazão pico do escoamento superficial (m3/s); K = Erodibilidade do solo (t/ha); L = Extensão de vertente (m); S = Declividade (m/m = %); C = Uso da terra / cobertura vegetal/manejo (adimensional); P = Práticas de conservação (adimensional). Este modelo prevê o aporte de sedimentos, advindo de pequenas e médias bacias hidrográficas, em determinado exutório. No entanto, não necessita de relações empíricas, tendo como principal vantagem a sua aplicação em eventos isolados de precipitação. Assim, é um modelo menos generalista que a EUPS. O uso da variável runoff na simulação favorece a exatidão das estimativas (WILLIAMS, 1975). Chaves (1991) destaca que há um grande potencial da aplicação da MEUPS no Brasil devido à grande difusão da EUPS, à simplicidade de sua estrutura fatorial, ao número de parâmetros relativamente baixo, além da facilidade de calibração e aplicação. 6. WEPP (Water Erosion Prediction Project – Projeto de Predição de Erosão Hídrica) Trata-se de um modelo computacional de simulação contínua que permite a estimativa da perda e da deposição de solo e não apenas da perda média de solo (FLANAGAM; NEARING, 1995). A WEPP baseia-se nos princípios físicos dos processos inerentes à erosão do solo, apresenta várias vantagens sobre os modelos empíricos, pois leva em consideração os efeitos das mudanças de uso do solo, além de modelar a variabilidade espacial e temporal dos fatores que afetam os processos hidrológicos que ocorrem em uma encosta. Consiste em um modelo dinâmico de simulação que incorpora conceitos de erosão entressulcos e nos sulcos. Com o uso deste programa pode-se simular os processos que ocorrem em determinada área em função do estado atual do solo, cobertura vegetal, restos culturais e umidade do solo (AMORIM, 2004). O WEPP é um pacote de programas computacionais de simulação dos processos de erosão, desenvolvido através de um programa interinstitucional envolvendo diversas instituições norte americanas: como: USDA e USDI, órgãos governamentais envolvidos na conservação de água e solo. O conjunto de programas computacionais do WEPP permite a simulação contínua, ou seja, cada processo acontece em sua ordem, onde o fim de um processo dará início a outro processo, o qual prediz a perda de solo (ou a deposição). O WEEP é dividido em diversos componentes que consistem na parametrização dos processos que regulam o fenômeno erosivo. • Componente de erosão do solo, o WEPP também inclui um componente climático, o qual usa um gerador de informações climáticas diárias; • Componente hidrológico (que é baseado nas equações de Green-Ampt modificada por Mein e Larson para o processo de infiltração e a utilização de soluções das equações de ondas cinemáticas); • Componente de crescimento de planta e decomposição de resíduos; Estima diariamente, o crescimento de plantas similar, diversos parâmetros de entrada para determinação do componente, como altura e cobertura da copa, biomassa de material vegetal vivo ou morto acima e abaixo da superfície do solo, índice de área folear(IAF), área basal da planta, práticas de manejo e uso do solo, • Componente de balanço hídrico diário; Balanço de água no solo. • Componente hidráulico de escoamento superficial; Calculada a tensão de cisalhamento do escoamento superficial. • Componente do solo. São consideradas as mudanças temporais nas propriedades do solo. O modelo WEPP calcula as distribuições espacial e temporal da perda de solo e sua deposição, além de fornecer estimativas explícitas de quando e onde, numa determinada bacia hidrográfica ou encosta, está ocorrendo erosão, de forma a possibilitar a adoção de medidas de conservação para controlar a perda de solo e a produção de sedimentos. Um algoritmo baseado em processos, o WEPP oferece a vantagem de ser facilmente transferível para países tropicais como o Brasil, essa facilidade se reflete no pequeno número de parâmetros que devem ser calibrados em situações locais e no curto período de tempo necessário para essa calibração. Somente a título de comparação, para que as predições da Equação Universal de Perda de Solo possa ser consideradas seguras, uma série mínima de 22 anos de dados de parcelas é exigida, em função da estabilidade histórica, ou seja, uma série com um total de anos confiável para estudo. Por outro lado, a série anual de apenas um ano é suficiente para o modelo WEPP.A grande maioria dos dados exigida pelo WEPP, tal como dados físicos e químicos de solo, alguns dados de manejo, dados climáticos básicos e dados topográficos, é facilmente disponível no Brasil. Sendo semi-determinístico, o modelo requer apenas a calibração de alguns parâmetros, tais como os de erodibilidade (Cruz, 2004). 6.1 Limitações da WEEP • Grande número de parâmetros de entrada necessário para aplicação do modelo; • Podendo limitar sua utilização em situações onde existem poucos dados; • Necessidade de treinamento intensivo de pessoal para a efetiva implementação do modelo; • Não pode ser aplicado para predizer a erosão em voçorocas; • Contem certo grau de empirismo, necessitando serem tomados alguns cuidados quando aplicado para novos locais. 7. ARTIGOS: 7.1 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOS MODELOS DE PREDIÇÃO DA EROSÃO HÍDRICA USLE, RUSLE E WEPP PARA DIFERENTES CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS DO BRASIL Este trabalho teve o objetivo de avaliar o desempenho dos modelos de predição das perdas de solo USLE, RUSLE e WEPP para diferentes condições edafoclimáticas brasileiras. Para alcançar o objetivo proposto, perdas de solo estimadas pelos referidos modelos em nove localidades do Brasil foram comparadas às perdas medidas em parcelas experimentais, por meio do coeficiente de correlação, da raiz do erro quadrático médio (RMSE), do índice de concordância de Willmott, do índice de confiança, do coeficiente de Nash-Sutcliffe e da eficiência dos modelos. As parcelas experimentais adotadas nos estudos de perdas de solo utilizados no presente trabalho apresentavam dimensões (de 38 a 1.875 m2) e tempo de coleta de dados (de 1 a 7 anos) variados. Observou-se diferença significativa entre a média geral de perdasde solo estimada pelos modelos e a medida no campo. O WEPP apresentou estimativas mais precisas em 46% das condições simuladas, seguido pelo RUSLE com 42% e USLE com 12%, sendo que os indicadores estatísticos estudados mostraram que o modelo WEPP apresenta melhor desempenho quando comparado com os demais modelos. Apesar de a diferença entre os dados estimados e observados ocorrer para os três modelos, o WEPP, por apresentar melhor desempenho, coeficiente angular mais próximo da unidade na relação entre perdas de solo medidas no campo e estimadas pelo modelo e por ser embasado em processos físicos, demonstra ter maior potencial para fazer previsão da erosão para diferentes condições edafoclimáticas brasileiras. Na Tabela 4, pode-se verificar que todos os modelos de predição da erosão apresentaram média das estimativas de perdas de solo estatisticamente superior à média da perda de solo obtida experimentalmente, indicando uma tendência de superestimativa das perdas de solo. No entanto, houve diferença significativa entre as perdas estimadas pelo modelo USLE e a dos modelos RUSLE e WEPP; e entre os dois últimos modelos, as médias das estimativas foram estatisticamente iguais. Com relação aos desvios, pode-se observar que não houve diferença significativa entre os desvios médios obtidos pelos modelos RUSLE e WEPP, entretanto os desvios médios destes dois modelos foram significativamente menores em relação aos obtidos pelo modelo USLE. Com relação ao parâmetro eficiência dos modelos (e95), verificou-se que RUSLE e WEPP foram semelhantes e expressivamente superiores à USLE. Desta forma, segundo os parâmetros de avaliação estatística dos modelos apresentados na Tabela 4, verifica-se que o modelo WEPP, de maneira geral, apresenta estimativas mais precisas quando comparadas às obtidas pelos outros dois modelos estudados, embora sejam estatisticamente diferentes dos valores obtidos experimentalmente. Esses resultados discordam das observações feitas em estudos realizados nos EUA, nos quais os modelos USLE e RUSLE apresentaram um erro médio absoluto menor do que o encontrado no presente trabalho, e, em alguns estudos, esses modelos apresentaram melhor desempenho do que o modelo WEPP nas estimativas das perdas de solo (RISSE et al., 1993; TIWARI et al., 2000). Esta discordância pode estar associada à ampl base de dados existente naquele país para a aplicação da USLE e RUSLE, bem como pelo fato de se tratar de modelos empíricos que foram desenvolvidos para as condições edafoclimáticas dos EUA. Esta hipótese corrobora a afirmativa de que os modelos empíricos, quando utilizados para as condições nas quais foram desenvolvidos, podem ser mais precisos do que os modelos com maiores níveis de complexidade. Nas Figuras 1a, 1b e 1c, pode-se confirmar o indicativo de melhores estimativas das perdas de solo utilizando-se do modelo WEPP comparativamente aos modelos RUSLE e USLE, como observado na Tabela 4. As menores magnitudes dos desvios entre os valores estimados e observados experimentalmente foram obtidas com uso deste modelo. Os maiores desvios observados nas estimativas obtidas pelos modelos USLE e RUSLE podem ser explicados, em parte, pelo caráter empírico destes modelos, os quais não consideram a distribuição temporal das chuvas ao longo do ano e, principalmente, no caso da USLE, devido à falta de base de dados para a determinação precisa dos fatores C e P para as condições brasileiras de uso e manejo do solo, nas quais os modelos foram aplicados. Nas Figuras 1a, 1b e 1c, que a maioria dos pontos se localiza acima da linha de desvio nulo, evidenciando a tendência de superestimativa das perdas de solo pelos três modelos para as condições de uso e manejo do solo consideradas nas simulações. FIGURA 1. Erro das estimativas de perdas de solo (PS) pelos modelos USLE (a), RUSLE (b) e WEPP (c) versus as PS, observadas nas condições de uso e manejo do solo estudadas. Para os modelos USLE e RUSLE, esta superestimativa deve-se principalmente às incertezas na determinação dos fatores K, C e P. Para o modelo WEPP, a superestimativa das perdas de solo deve-se à inadequação, para as condições estudadas, das equações utilizadas pelo modelo para estimar alguns parâmetros, principalmente aqueles relativos ao solo, tais como: erodibidade do solo, tensão crítica de cisalhamento e condutividade hidráulica do solo (AMORIM, 2003). Na Figura 2, estão apresentadas as perdas de solo médias anuais obtidas experimentalmente versus as perdas estimadas, utilizando-se dos modelos USLE, RUSLE e WEPP para as diferentes condições de uso e manejo do solo das nove localidades estudadas, com suas respectivas linhas de tendência e equações de ajuste. É possível verificar, nessa figura, pelas linhas de tendências apresentadas, que não existem diferenças expressivas entre as estimativas obtidas, utilizando-se dos modelos RUSLE e WEPP para as condições em que ocorrem menores perdas de solo experimentalmente. FIGURA 2. Comparação dos valores médios anuais de perdas de solo (PS) observadas e estimadas pelos modelos USLE, RUSLE e WEPP para as condições de uso e manejo do solo estudadas. 7.2 Avaliação do Fator Runoff da MEUPS em duas bacias hidrográficas de diferentes características morfopedológicas Por meio de técnicas de geoprocessamento e a utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG); objetivo obter o Fator Runoff, inserido na MEUPS, para posterior análise do comportamento hidrossedimentológico de duas bacias hidrográficas com características morfopedológicas distintas; Considerando área e uso do solo semelhante, visa-se estabelecer comparações entre as dinâmicas de perda de solo por erosão hídrica. Como pré-requisito para a obtenção do fator escoamento superficial (Runoff), foram adquiridas informações relativas à declividade, extensão de vertentes, erodibilidade do solo, uso e cobertura da terra, manejo e prática conservacionista. Os maiores valores de LS estão situados em áreas onde há convergência de fluxo e elevada declividade. Os menores valores encontram-se em áreas de interflúvios, com baixa declividade e ausência de convergência de Fluxo. Figura 2 – Pratica Conservacionista (Fator P) para as bacias hidrográficas do ribeirão Monjolo Grande e Jacutinga Considerando a declividade como fator limitante, para áreas com declividade de até 12%, foi adotado o valor de P igual a 0,6 e para áreas nas quais a declividade superior a 12%, foi atribuído o valor de P igual a 0,8(BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010). A ocupação de áreas sem o conhecimento prévio de suas características e restrições de uso pode resultar em prejuízos socioeconômicos e ambientais. A MEUPS, como um modelo preditivo à erosão, é importante por possibilitar a prevenção de impactos ambientais que possam interferir em ambientes naturais ou antrópicos. 8. Sistema de Informações Geográficas SIG Exemplo de análise feita através do SIG O objetivo desta análise é quantificar a perda de solo em uma determinada área. Isto é possível levando em consideração alguns fatores, como: precipitação, erodibilidade do solo, declividade, comprimento de rampa e práticas conservacionistas. A precipitação representa índices pluviométricos ocorridos na área, a erodibilidade do solo é estimada de acordo com a capacidade de desagregação de seus grãos podem ser extraídos de tabelas e representados graficamente; os comprimentos de rampa e declividades são calculados a partir de um modelo numérico do terreno, e por fim, as práticas conservacionistaspodem ser extraídas de mapas, ou fotografias aéreas que representem uso do solo. FIGURA 14 – Representa um processo de análise de perda de solo utilizando SIG. Fonte: DEMETRIO, (2006). 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM, R.S.S. Avaliação dos modelos de predição da erosão hídrica USLE, RUSLE e WEPP para condições edafoclimáticas brasileiras. 2003. 123 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG, 2003. SILVA, V .D . Análise de perda de solo, utilizando o modelo (Rusle)Revised Universal Soil Loss Equation, Aplicado com Auxílio das Técnicas de Geoprocessamento na Bacia do Ribeirão Reis, Maringá-PR.2008.109pg.(Dissertação de Mestrado em Geografia) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC,2008.
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