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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS LARANJEIRAS DO SUL CURSO AGRONOMIA JOÃO MATHEUS SIKORA LEGISLAÇÃO EM CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA USO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS LARANJEIRAS DO SUL- PR 2021 JOÃO MATHEUS SIKORA LEGISLAÇÃO EM CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA USO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Trabalho apresentado ao curso de agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Manejo e Conservação de Solo e da Água. Discente: José Francisco Grillo. LARANJEIRAS DO SUL 2021 Sumário LEGISLAÇÃO BRASILEIRA LIGADA AOS ASPECTOS DA CONSERVAÇÃO DO SOLO .......................... 4 Legislação sobre a terra ............................................................................................................ 4 Serviço Florestal do Brasil ......................................................................................................... 4 Código Florestal Lei nº 4.771/65 ............................................................................................... 4 Lei n° 6.225/75 .......................................................................................................................... 5 Programa Nacional de Conservação dos Solos ......................................................................... 5 Lei n° 8.171/91 .......................................................................................................................... 5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 6 USO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ....................................................................................... 7 A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL ............................................................................ 7 Constituição............................................................................................................................... 7 Código das Águas ...................................................................................................................... 7 Lei das Águas ............................................................................................................................. 8 Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 ......................................................................................... 8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 9 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA LIGADA AOS ASPECTOS DA CONSERVAÇÃO DO SOLO Legislação sobre a terra Durante 1802, posteriormente ao relatório de José Bonifácio Andrade e Silva, foram implantadas as primeiras orientações para o reflorestamento no Brasil, mediante um alvará com força de Lei. Em 1821 foram criadas as instruções relativas à Legislação sobre a terra, garantindo a manutenção de reservas florestais em 1/6 das áreas vendidas ou doadas, no qual não haveria derrubada ou queima sem que ocorresse o rebrote do bosque (KENGEN, 2001). Serviço Florestal do Brasil Em 1921 foi feito o Serviço Florestal do Brasil, encarregado de manter o patrimônio natural florestal, a fim de restaurar e preservar a cobertura florestal nacional. Portanto, essas leis e outras em seguida, como o primeiro Código Florestal Brasileiro, buscavam manter uma cobertura vegetal presente, garantindo a conservação do regime das águas e impedindo a erosão das terras devido a ação dos agentes naturais, principalmente as chuvas (REZENDE; BORGES; CO-ELHO JUNIOR, 2004). Código Florestal Lei nº 4.771/65 Após isso, o objetivo era preservar a cobertura vegetal buscando atender os recursos água, ar, solo, fauna e flora. Preservar o solo e a água foram objetivos definidos pelo novo Código Florestal Lei nº 4.771/65 (BRASIL, 1965). As áreas mais propícias ao processo erosivo ou essenciais para manutenção do fornecimento de água seriam destinadas à preservação definitiva, assim como as formas de vegetação natural encarregadas da fixação de dunas e criação de faixa de proteção ao longo de rodovias e ferrovias. Lei n° 6.225/75 No que diz respeito ao cenário agrícola, foi criada a Lei n° 6.225/75 (BRASIL, 1975), que exigia que a exploração do solo fosse feita de maneira econômica e sustentável. Dessa forma, os proprietários são obrigados a determinar a área para as culturas levando em conta a capacidade de uso e as adequações locais; utilizar práticas conservacionistas, seguindo os critérios estabelecidos nos planos de proteção ao solo que evitam a erosão; adquirir a orientação técnica de Engenheiro Agrônomo. Qualquer pedido de financiamento de lavoura ou pecuários voltados ao uso em terras onde são exigidas as aplicações de planos de conservação do solo e de combate à erosão só serão aprovados por implantação de créditos se acompanhados de certificado comprovando essa execução. Programa Nacional de Conservação dos Solos Em 1975 foi criado o Programa Nacional de Conservação dos Solos (PNCS) a fim de garantir a adoção de manejos de conservação do solo, melhorando sua manutenção capacidade produtiva. Atualmente o Programa Nacional de Bacia Hidrográficas e Conservação de Solos na Agricultura está em vigor, que tem como objetivo trabalhar em unidades geográficas naturais onde os elementos ambientais, econômicos e sociais estão em situações homogêneas, mais adequadas para a elaboração de planos de uso e manejo, monitoramento e verificação das interferências humanas no meio ambiente (BRASIL, 1987). As principais ações desse programa visam diretamente preservar o uso sustentável dos recursos hídricos e do solo. Lei n° 8.171/91 A Política Agrícola, Lei n° 8.171/91 (BRASIL, 1991), se baseia na atividade agrícola entendendo os processos físicos, químicos e biológicos, onde os recursos naturais presentes devem ser manejados e controlados, respeitando as normas e princípios de interesse público, a fim de cumprir a função social e econômica da propriedade. O Poder Público tem o dever de controlar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora e garantir a recuperação das áreas que sofrem desertificação, além de divulgar e incentivar práticas de mecanização que garantam a conservação do solo e do meio ambiente. Fica evidente que Poder Público e os proprietários rurais devem combater a erosão dos solos. REFERÊNCIAS KENGEN, S. A. Política florestal brasileira: uma perspectiva histórica. Simpósio Ibero-Americano de Gestão e Economia Florestal. p.18-34. Anais... Porto Seguro. 2001. BRASIL. Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965. Instituiu o Código Florestal Brasileiro. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 15 set. 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4771.htm> Acesso em: 28 de abril de 2021. BRASIL. Lei nº 6.225, de 14 de julho de 1975. Dispõe sobre discriminação, pelo Ministério da Agricultura, de regiões para execução obrigatória de planos de proteção ao solo e de combate à erosão e dá outras providências. Diário Oficial [Da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 14 jul. 1975. Disponível em: <http://www.lei.adv.br/6225-75.htm>. Acesso em: 28 de abril de 2021. BRASIL. Decreto nº 94.076, de 05 de março de 1987. Institui o Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 mar. 1987. Disponível em: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=131009>. Acesso em: 28 de abril de 2021. BRASIL. Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política agrícola. Diário Oficial [da] RepúblicaFederativa do Brasil, Brasília, DF, 17 jan. 1991. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8171.htm>. Acesso em: 28 de abril de 2021. USO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS O Brasil é o país que possui a maior abundância de recursos hídricos adquiridos a partir de precipitações atmosféricas. Também tem em sua posse três grandes bacias hidrográficas e uma grande parcela do Aquífero Guarani. Apesar de ter disponibilidade de água potável em abundancia, sua distribuição é muito desproporcional. O setor que mais demanda água é o setor agrícola, seguido da utilização doméstica, urbana e industrial (HESPANHOL, 2008). Devido a esse problema a gestão de recursos hídricos surge como um grupo de ações para organizar e controlar o uso e manter esses recursos vitais. A administração deve ser feita conforme a legislação vigente e a fim de conservar em quantidade e qualidade as águas (SANTIN; GOELLNER, 2013). A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL Constituição Há várias leis na Constituição brasileira para preservar tais recursos. Todas as águas pertencem à União e aos estados, ou seja, o domínio da água não está ligado à posse da terra nem ao domínio dos municípios. Sendo assim os potenciais de energia hidráulica pertencem à União devido a mesma possuir propriedade distinta do solo para fins de exploração ou aproveitamento. Código das Águas Criado em 10 de julho de 1934 na forma do Decreto nº 10.643 o Código das Águas é estruturado em três livros: 1. Águas em Geral e sua Propriedade; 2. Aproveitamento das Águas; 3. Forças Hidráulicas e Regulamentação da Indústria Hidroelétrica. Segundo Taguchi (2015) tal código é visto como um precursor e auxiliou na criação de diversas legislações, inclusive de outros países. A partir dele é feita a cobrança do uso dos recursos hídricos públicos e cobrado também o princípio poluidor-pagador. Sendo assim, quem provocar danos ou perdas às águas irá responder criminalmente de acordo com as legislações vigentes. Ainda atuando, o decreto tem muita relevância para as leis brasileiras, garantindo e preservando a qualidade das águas do Brasil (BRASIL, 1934). Lei das Águas A Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997 “Lei das águas” estabelece que a Política Nacional dos Recursos Hídricos, determina as os crimes e penalidades e cria o Sistema Nacional dos Recursos Hídricos (Singerh). Tal lei garante a participação do gerenciamento com os setores usuários e a elaboração de planos regionais, estaduais e nacionais (BRASIL, 1997). Também impõe que o controle dos recursos hídricos tem de levar em conta os usos múltiplos e descentralizada, ou seja, garante os diversos usos da água e a atuação da sociedade e governo nos planejamentos sobre o uso dos recursos. Por fim o Plano Nacional dos Recursos Hídricos é uma ferramenta de controle. Seu objetivo é criar e gerenciar diretrizes e políticas públicas a fim de melhorar a disponibilidade de água de acordo com as demandas presentes. Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 Tal lei cria e regula a Agência Nacional das Águas (ANA). É encarregada de implementar a Política Nacional dos Recursos Hídricos e gerenciar o Singerh. A ANA elabora e implementa planejamentos de recursos hídricos em bacias hidrográficas que pertencem à federação e disponibiliza apoio técnico para a criação de tais planos em outras esferas, ou seja, as agências de bacias são encarregadas da elaboração de planos de sua respectiva bacia hidrográfica e podem pedir auxílio da ANA na criação de tais planos. Quando essas agências não existem, é dever da ANA elaborar o plano (BRASIL, 2000). Hoje em dia, há oito planos de bacias elaborados: Margem Direita do Amazonas, Tocantins-Araguaia, São Francisco, Paranaíba, Verde Grande, Doce, PCJ e Paraíba do Sul. Correspondendo a 51% das bacias do território nacional. Também é dever da ANA classificar os corpos hídricos, estabelecendo o nível de qualidade que deve ser atingido ou preservado, essa classificação tem a finalidade de garantir a qualidade da água para o seu uso e diminuir os custos do combate à poluição (BRASIL, 2000). REFERÊNCIAS SANTIN, Janaína Rigo; GOELLNER, Emanuelle. A gestão dos recursos hídricos e a cobrança pelo seu uso. Sequência (Florianópolis), Florianópolis, n. 67, p. 199-221, Dec. 2013 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S217770552013000200 008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 abril, 2021. HESPANHOL, Ivanildo. Um novo paradigma para a gestão de recursos hídricos. Estud. av., São Paulo, v. 22, n. 63, pág. 131-158, 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142008000200 009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 28 de abril de 2021. TAGUCHI, Viviane (ed.). O que é o Código das Águas e o que ele determina? 2015. Revista Globo Rural. Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/Colunas/fazendasustentavel/noticia/2015/03 /guia-de-boas-praticas-o-que-e-o-codigo-das-aguas-e-o-que-ele- determina.html. Acesso em: 28 abr. 2021. BRASIL. Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Brasília, 09 jan. 1997. Disponível em:https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=9433&ano=19 97&ato=a12ATVU90MJpWTbaf. Acesso em: 28 abr. 2021. BRASIL. Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934. Brasília, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d24643compilado.htm. Acesso em: 28 abr. 2021. BRASIL. Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000. Brasília, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9984.htm. Acesso em: 28 abr. 2021.
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