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ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS

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ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS
1. Introdução
Índices físicos são definidos como grandezas que expressam as proporções entre pesos (ou massas) e volumes em que ocorrem as três fases presentes na estrutura de um solo. São de fácil determinação em laboratórios de geotecnia e podem servir como dados valiosos para identificação e previsão do comportamento mecânico do solo.
Possibilitam determinar as propriedades físicas do solo para controle de amostras a serem ensaiadas e no cálculo dos esforços atuantes;
são utilizados na caracterização de suas condições, em um dado momento e por isso, podendo ser alterados ao longo do tempo;
seus nomes, simbologia e unidades devem ser aprendidos e incorporados ao vocabulário de uso diário dos técnicos e engenheiros.
Todos os índices físicos podem ser obtidos a partir do conhecimento de quaisquer três deles.
2. Fases do solo
	
O solo é um sistema trifásico onde a fase sólida é um conjunto discreto de partículas minerais dispostas a formarem uma estrutura porosa que conterá os elementos constituintes da fase líquida (água) e gasosa (ar) (Figura)
	
	
	Figura: Esquematização de uma amostra de solo.
2.1. Fase Sólida
A fase sólida é constituída por grãos minerais, com ou sem presença de matéria orgânica. É caracterizada pelo seu tamanho, forma, distribuição e composição mineralógica dos grãos;
2.2. Fase Gasosa
É constituída por ar, vapor d´água e carbono combinados. A fase gasosa é importante em problemas de deformação de solos e é bem mais compressível que as fases sólida e líquida.
2.3. Fase Líquida
É a fase fluída do solo, composta em sua maior parte pela água, podendo conter solutos e outros fluídos imiscíveis. A água se apresenta de diferentes formas no solo, sendo, contudo, extremamente difícil se isolar os estados em que ela se apresenta em seu interior. A seguir são descritas os estados de água no solo.
	Água livre: preenche os vazios dos solos. Pode estar em equilíbrio hidrostático ou fluir sob a ação da gravidade ou de outros gradientes de energia.
	Água de constituição: é a que faz parte da estrutura molecular da partícula sólida. Não é retirada utilizando-se processos de secagem tradicionais.
	Água higroscópica: é a que ainda se encontra em um solo seco ao ar livre, isto é, quando a água que o solo possui esta em equilíbrio com a umidade atmosférica e a temperatura ambiente.
	Água capilar: nos solos finos, a água sobe pelos interstícios finos (diâmetro inferior ao de um fio de cabelo). A altura de ascensão é inversamente proporcional ao diâmetro dos vazios que formam esses canais capilares, já tendo sido observados valores superiores a setenta metros.
	Água adsorvida (adesiva): é uma película de água que envolve e adere fortemente à superfície de cada partícula. Com espessura média 0,005 μ, as forças eletrostáticas que unem suas moléculas mais próximas aos sólidos as submetem a pressões na ordem de grandeza de 20.000 kg/cm2, tornando-a semi-sólida. Por isso é chamada também de “água dura”. As mais afastadas apenas apresentam alta viscosidade.
	
	As águas livre, higroscópica e capilar são as que podem ser totalmente evaporadas pelo efeito do calor, a uma temperatura maior que 100º. C.
3. Índices físicos
	
	Vt - Volume total da amostra;
Vs – Volume da fase sólida da amostra;
Va – Volume da fase líquida (volume de água);
Vv – Volume de vazios da amostra;
Var – Volume da fase gasosa.
Pt – Peso total da amostra;
Ps – Peso da fase sólida da amostra;
Par – Peso da fase gasosa da amostra;
Pa – Peso da fase líquida.
	Figura: Diagrama de fases do solo.
	
	Relações fundamentais:
	Pt = Ps + Pa
	
	Vt = Vv + Vs 
	
	Vv = Va + Var
	
	Vt = Vs + Va + Var
	O ar existente nos vazios de uma amostra de solo tem peso muito pequeno em relação aos sólidos e da água. Como está sujeito ao empuxo da atmosfera, seu peso não pode ser medido diretamente (mas pode ser calculado), e habitualmente é desprezado!
Alguns índices físicos são obtidos com a massa e não com o peso do material. Neste caso, pode-se pensar na Figura com a coluna da direita sendo uma coluna de massa, onde Mt seria a massa total da amostra, Ma a massa da fase líquida da amostra e Ms a massa da fase sólida.
	Diferença entre massa e peso:
	*Peso é força, e é igual à massa do corpo multiplicada pela aceleração da gravidade (P=mg). Massa é quantidade de matéria;
*A unidade de peso é Newton (N) ou kgf (quilograma- força) no S.I (Sistema Internacional), com seus múltiplos e submúltiplos;
*A unidade de massa é o quilograma (kg) com seus múltiplos e submúltiplos;
*Peso é medido com um dinamômetro e massa é medida com uma balança;
*O peso varia de acordo com o local onde for medido e a massa é invariável para mecânica clássica.
3.1 Relações entre pesos (ou massas)
a) Teor de umidade (símbolo: h ou w)
	É a relação entre o peso ou a massa da água contida no solo e o peso ou a massa de sua fase sólida, expressa em percentagem.
	
 
* A umidade varia teoricamente de 0 a ;
* argilas japonesas: até 1440% de teor de umidade;
* solos brasileiros: geralmente até 50%, podendo chegar a 400% em solos turfosos.
	O teor de umidade de um solo, embora expresso como tal, não é uma percentagem. Imagine uma amostra de solo seco, à qual se adicionará água. O Pa aumenta, mas o Ps é constante.
Conhecido o teor de umidade de um solo, pode ser imediatamente calculado o fator de correção de umidade (fc), que ao ser multiplicado pelo peso de uma amostra com esse teor de umidade informa o peso que tal amostra teria se tivesse seca.
* O teor de umidade é expresso com precisão de centésimos.
Ensaios para determinação do teor de umidade 
Método da estufa (ABNT NBR 6457)
Neste método faz-se a secagem em estufa convencional com temperaturas variando de 105º. a 110º.C durante um período de 12 a 24 horas, dependendo do tipo de solo.
Procedimento:
Pesa-se a cápsula de alumínio vazia (Pcáp.);
Pesa-se a amostra de solo umido (Pt) + cápsula (Pcáp.);
Coloca-se a amostra para secar na estufa;
Pesa-se a amostra de solo seco (Ps) + cápsula (Pcáp.);
Tendo o peso das duas fases, a umidade é cálculada.
	
	Estufa (105º.- 110º.C)
	
	Cápsula vazia
	Solo úmido + Cápsula
	Solo seco + Cápsula
	Pcáp.
	Pt + Pcáp.
	Ps + Pcáp
Os teores de umidade dependem do tipo de solo e situam-se geralmente 10 e 40%, podendo ocorrer valores baixos (solos secos) ou muito altos (150% ou mais).
Exemplo 1. Para a determinação do teor de umidade de uma amostra de solo foram extraídas três cápsulas e levadas a estufa a uma temperatura de 105º. – 110º.C. Os resultados do ensaio se encontram na tabela abaixo. Calcule o teor de umidade médio e o fator de correção deste solo.
	Cápsula nº
	
	08
	38
	44
	Massa Úmida
	g
	90,26
	85,55
	107,91
	Massa Seca
	g
	82,34
	78,06
	98,54
	Tara da cápsula
	g
	24,24
	24,16
	30,07
	Massa da água
	g
	
	
	
	Massa do solo seco
	g
	
	
	
	Teor de umidade
	g
	
	
	
	Teor de umidade médio
	%
	
	Fator de correção
	
	
	Resolução:
Método Speedy (Speedy Moisture Test) (DNER ME 052/94)
O aparelho Speedy é constituído por um reservatório metálico fechado que se comunica com um manômetro destinado a medir a pressão interna. Dentro deste reservatório são colocados, em contato, uma certa quantidade de solo úmido e uma determinada porção de carbureto de cálcio (CaC2). A água contida no solo combinando-se com o carbureto de cálcio, gera o gás acetileno, tal como expressa a equação:
(carbureto de cálcio + água hidróxido de cálcio e acetileno)
O gás acetileno ao expandir-se gera pressão proporcional à quantidade de água existente na amostra. A leitura dessa pressão em um manômetro permite a avaliação da quantidade de água em uma amostra, e em consequência, do seu teor de umidade.
	
	
	Figura: Speedy – modelo americano.
	Figura: Speedy– modelo alemão.
* Método expedido do álcool etílico (DNIT- DNER ME 088/94)
* Método da frigideira (DNER-ME 086/64)
* Outros métodos:
3.2 Relações entre volumes
a) Grau de saturação (símbolo: S ou Sr)
	É a relação entre o volume de água e o volume de vazio de um solo, expressa em percentagem.
	
	Classificação do solo quanto ao grau de saturação:
		Grau de saturação
	Denominação
	0 - 25
	naturalmente seco
	25 - 50
	úmido
	50 – 80 
	muito úmido
	80 - 95
	saturado
	95 - 100
	altamente saturado
b) Índice de vazios (símbolos: e ou ε) 
	É a relação entre o volume de vazios e volume de partículas sólidas. Não pode ser determinado diretamente, mas é calculado a partir dos outros índices. Teoricamente pode variar de 0 a ꚙ, mas geralmente situa-se entre 0,5 e 1,5. Em argilas orgânicas podem ocorrer com índices de vazios superiores a 3.
	
c) Porosidade (símbolo: n)
	É definida como a relação entre o volume de vazios e o volume total de uma amostra de solo. Indica a mesma coisa que o índice de vazios. Os valores geralmente são entre 30 e 70%.
	
d) Grau de aeração (símbolo: A)
	É a relação entre o volume de ar e o volume de vazios contidos em uma amostra de solo.
	
3.3 Relações entre pesos e volumes – Pesos específicos ou entre massas e volumes – Massas específicas
a) Peso específico aparente ou massa específica aparente do solo (peso (massa) específico natural, peso específico úmido (símbolos:, , nat, t))
É a relação entre peso ou massa total e volume da amostra para um valor qualquer do grau de saturação, diferente dos extremos.
	
	
 onde
	
* A magnitude do peso específico natural dependerá da quantidade de água nos vazios e dos grãos minerais.
Ensaios para determinação do peso específico aparente
	Métodos indiretos: escava-se a amostra, que é totalmente recolhida e pesada. O volume da amostra é obtido medindo o volume de escavação. O teor de umidade da amostra deve ser determinado logo após a pesagem. Os principais métodos são o frasco de areia, o óleo grosso e o balão de borracha.
	
	Métodos diretos: consistem na coleta de uma amostra indeformada. Com a massa e o volume dessa amostra calcula-se a massa específica aparente, e com o teor de umidade dela obtido, a massa específica aparente seca. Os mais comuns são o do cilindro de cravação e o do “cubo” esculpido.
	Figura: Oléo grosso.
	
	
Métodos especiais: utilizam sonares, resistividade elétrica ou radiação. Dentre estes, o mais difundido no Brasil utiliza o densímetro nuclear.
Método do Frasco de Areia (ABNT NBR 7185/86)
	
Consiste em escavar-se, cuidadosamente, um buraco no solo na forma aproximada de um cilindro de 20 cm de diâmetro por 15 cm de altura. Feito isto, preenche-se o buraco com uma areia de peso específico conhecido, determinando-se a massa de areia que preencheu o buraco e do peso específico, previamente conhecido, da areia. Com a massa do terreno retirado para escavar o buraco e o volume do mesmo, determina-se o do terreno.
	
	
	Figura: Frasco de areia.
	
Exemplo 2: Escavou-se um buraco em um terreno, retirando-se 1080 gf de solo. Logo em seguida preencheu-se este buraco com 1500 gf de uma areia seca com peso específico aparente de 18,63Kn/m3. Calcular o peso específico seco, o índice de vazios e o grau de saturação deste terreno sabendo-se que há uma parcela do solo retirado do buraco determinou-se a umidade do terreno em 14% e a densidade real dos grãos em 2,5.
	
	Resolução:
Método do cubo esculpido (NBR)
É utilizado quando o solo é coesivo, podendo ter pedregulhos. 
Para obtenção da amostra, corta-se ao redor do terreno compactado, obtendo-se um bloco de forma cúbica, com no mínimo 10 cm de lado. Colhe-se também, uma pequena quantidade de solo para a determinação do teor de umidade (também pode ser colhida após a determinação do volume do cubo).
A amostra extraída é pesada (anotar a massa úmida M1) e imediatamente é envolvida em parafina (cuja a massa específica é = 881 g/cm3). Depois de fria a parafina, torna-se a pesar, obtendo-se a massa do solo mais a parafina que o envolve (anotar M2). Por diferença, obtém-se a massa da película de parafina usada Mp = M2 – M1. Obtém-se então o volume da amostra (Va) envolvida em parafina mergulhando-a em água em um recipiente graduado, medindo a quantidade do líquido deslocado. O volume (V) da amostra será obtido pela diferença entre o volume de água deslocado e o volume de parafina 
	
	
	
	TERRENO AO NATURAL
	ESCAVAÇÃO
	ACONDICIONAMENO P/ TRANSPORTE
Exemplo: Num ensaio para a determinação do peso específico e da umidade natural em laboratório foram obtidos os seguintes resultados:
	- Massa da “bolinha” de solo:
	44,99g
	- Massa da “bolinha” + parafina:
	55,00g
	- Massa da “bolinha” + parafina em imersão:
	22,01g
	- Massa do solo + cápsula:
	55,24g
	- Massa do solo seco + cápsula:
	41,27g
	- Massa da cápsula:
	10,01g
Considerando que a densidade da parafina é igual a 0,916 g/cm3, pede-se:
a) o volume de parafina;
b) o volume de solo;
c) o peso específico natural do solo;
d) a umidade natural do solo;
e) sabendo-se que a amostra de solo foi obtida abaixo do nível d´água no terreno, estimar seu peso específico dos grãos.
	Resolução:
Método do cilindro de cravação (ABNT NBR 9813/87)
Este método é indicado quando o solo é coesivo e sem pedregulhos.
Crava-se o cilindro com auxílio do soquete e da haste de cravação. Corta-se o solo ao redor do cilindro e retira-se o cilindro com a amostra, rasando a base superior e a inferior. Imediatamente, colher uma pequena quantidade de solo para a determinação do teor de umidade (também podem ser retiradas do interior do corpo de prova).
Como o volume interno do cilindro é conhecido, conhecemos o volume da amostra. Pesa-se a amostra com o cilindro (M1), e obtém-se a massa da amostra subtraindo-se a massa do cilindro (Mc). A massa da amostra será:
	
	A massa específica aparente seca será: 
	
	
	
Exemplo: Uma amostra de solo foi recolhida por meio de cravação de um cilindro de aço de 1 litro de volume e massa de 100g, com paredes suficientemente finas para não alterara o volume inicial da amostra. Foram tomadas todas as precauções para preservar a umidade da amostra até sua chegada em laboratório onde foi pesada dentro do cilindro e depois levada para uma estufa a 110º.C até chegar-se à constância de peso. Foram obtidos os seguintes resultados:
	- Massa da amostra + cilindro:
	1520g
	- Massa da amostra seca:
	1210g
Admitindo-se = 2,65, determinar o peso específico aparente e seco, o teor de umidade, o índice de vazios e o grau de saturação dessa amostra.
	Resolução:
b) Peso específico das partículas sólidas ou massa específica das partículas sólidas (ou dos grãos) (símbolos: )
É obtido dividindo-se o peso (ou massa) das partículas sólidas (não considerando o peso da água) pelo volume ocupado pelas partículas sólidas (sem a consideração do volume ocupado pelos vazios do solo). É o maior valor de peso específico que um solo pode ter.
	
	
 onde
	
c) Peso específico da água ou massa específica da água (símbolos: )
É a razão entre o peso ou massa da água pelo seu respectivo volume. Embora varie um pouco, em casos práticos, adota-se como igual a 10kN/m3 ou 1,0 g/cm3, a não ser em certos procedimentos de laboratório.
	
	
 onde
	
	A uma temperatura de 20º.C.
 
c) Densidade real dos grãos/das partículas (símbolos: Gs, )
É a razão entre a massa ou peso específico da parte sólida e a massa ou peso específico de igual volume de água pura a 4º.C. Assim, e são expressos pelo mesmo número, sendo que é adimensional e tem dimensão. Por exemplo, a densidade relativa do quartzo é 2,67 e o seu peso específicoé 2,67 gf/cm3.
	
* O valor de depende do constituinte mineralógico.
	Com base nestas definições clássicas, pode ser concluído que os índices peso específico dos grãos são valores aproximados: o peso varia conforme o local onde são determinados, principalmente quanto à altitude, e o volume conforme a temperatura e a pressão que estiverem submetidos. Para aplicações normais da Mecânica dos Solos, tais variações são muito pequenas, podendo ser desprezadas.
O valor de , pode ser uma indicação do tipo de solo. Se:
	
2,6 < < 2,8 
	solo inorgânico (maioria dos solos brasileiros;
	
2,9 < 
	solo inorgânico contendo ferro;
	
 < 2,5 
	solo orgânico;
	
 < 2,2 
	solo essencialmente orgânico (turfa)
Determinação do peso específico dos grãos 
Método do picnômetro
Coloca-se um peso seco conhecido do solo num picnômetro e, completando-se com água, determina-se o peso total. O peso do picnômetro completado só com água, mais o peso do solo, menos o peso do picnômetro com solo e água, é o peso da água que foi substituído pelo solo. Deste peso, calcula-se o volume de água que foi substituído pelo solo que é o volume do solo. Com o peso e o volume, tem-se o peso específico dos grãos.
	
		P1:
	peso do picnômetro, solo e água;
	P2:
	peso do picnômetro com água pura;
	Ps:
	peso do solo seco;
	
aT:
	densidade da água à temperatura TºC.
	
	Figura: Esquema de determinação do volume do peso específico dos grãos.
	Exemplo: Uma amostra com massa úmida de 75,0g de solo passante na peneira 4,8mm (# 4) foi preparada para o ensaio de massa específica dos sólidos. Desta amostra retirou-se três cápsulas para determinação do teor de umidade e a seguir foram realizadas cinco determinações para diferentes temperaturas. Calcule a massa específica dos sólidos média para este ensaio.
	
	
	Figura: Curva de calibração do picnômetro versus a temperatura.
	Procedência VILA SECUNDINO – UFV- VIÇOSA - MG
	Classificação
	Sondagem
	Profundidade
	Amostra nº
	Picnômetro nº J21
	Operador
	Data
	DADOS SOBRE O SOLO
	TEOR DE UMIDADE
	MASSA DO SOLO SECO
	Cápsula nº
	
	45
	16
	25
	Massa do solo úmido
	g
	75,00
	Massa Úmida
	g
	22,99
	22,99
	22,81
	Teor de umidade médio
	%
	
	Massa Seca
	g
	22,88
	22,88
	22,70
	Massa do solo seco
	g
	
	Tara da cápsula
	g
	8,67
	8,67
	8,90
	
	
	
	Massa da água
	g
	
	
	
	
	
	
	Massa do solo seco
	g
	
	
	
	
	
	
	Teor de umidade
	%
	
	
	
	
	
	
	DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA DOS SÓLIDOS
	DETERMINAÇÃO Nº
	1
	2
	3
	4
	5
	Massa do Picnômetro + Massa do solo + Massa de água
	g
	701,33
	700,92
	700,29
	699,71
	699,39
	Temperatura do ensaio
	ºC
	17
	22
	28
	32
	34
	Massa do solo seco
	g
	
	
	
	
	
	Massa específica da água
	g/cm3
	
	
	
	
	
	Massa específica dos sólidos
	g/cm3
	
	
	
	
	
	Massa específica dos sólidos
	g/cm3
	MASSA ESPECÍFICA DA ÁGUA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
	ºC
	0
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	9
	0
	0.9999
	0.9999
	1.000
	1.000
	1.000
	1.000
	1.000
	0.9999
	0.9999
	0.9998
	10
	0.9997
	0.9996
	0.9995
	0.9994
	0.9993
	0.9991
	0.9990
	0.9988
	0.9986
	0.9984
	20
	0.9982
	0.9980
	0.9978
	0.9976
	0.9973
	0.9971
	0.9968
	0.9965
	0.9963
	0.9960
	30
	0.9957
	0.9954
	0.9951
	0.9947
	0.9944
	0.9941
	0.9937
	0.9934
	0.9930
	0.9926
	40
	0.9922
	0.9919
	0.9915
	0.9911
	0.9907
	0.9902
	0.9898
	0.9894
	0.9890
	0.9885
	50
	0.9881
	0.9876
	0.9872
	0.9867
	0.9862
	0.9857
	0.9852
	0.9848
	0.9842
	0.9838
	60
	0.9832
	0.9827
	0.9822
	0.9817
	0.9811
	0.9806
	0.9800
	0.9795
	0.9789
	0.9784
	70
	0.9778
	0.9772
	0.9767
	0.9761
	0.9755
	0.9749
	0.9743
	0.9737
	0.9731
	0.9724
	80
	0.9718
	0.9712
	0.9706
	0.9699
	0.9693
	0.9686
	0.9680
	0.9673
	0.9667
	0.9660
	90
	0.9653
	0.9647
	0.9640
	0.9633
	0.9626
	0.9619
	0.9612
	0.9605
	0.9598
	0.9591
d) Peso específico aparente seco ou massa específica do solo seco (símbolos:)
É definido como o peso específico aparente para a situação de umidade nula (h=0). Obtém-se com a relação entre o peso seco e o volume total da amostra.
	
	
 onde
	
	Em condição natural não se encontram solos secos (ausência da fase líquida). Em laboratório, dependendo da temperatura de secagem, parte ou até toda água adsorvida pode ser removida junto com a água livre dos vazios, o que daria diferentes pesos secos em função da temperatura da estufa. Para resolver isto, convenciona-se em Mecânica dos Solos que solo seco é aquele que apresenta constância de peso em duas pesagens consecutivas após secagem em estufa de 105º. a 110º.
e) Peso específico saturado ou massa específica saturada 
É a relação entre o peso (massa) da amostra saturada (S = 100%) e o volume total. Em um solo saturado todos os vazios estão preenchidos por água, sendo obtido o valor máximo de . 
	
	
 onde
	
* Sem variação de volume.
f) Peso específico submerso
Quando um solo está imerso em um líquido (água), suas partículas sólidas sofrem a ação do empuxo. O valor do empuxo é obtido multiplicando o volume das partículas pelo peso específico do líquido que as submerge. 
	
		
	(para solo não saturado)
	
	(para solo saturado)
	Um solo submerso é saturado, mas um solo saturado não necessariamente esta submerso.
Imagine um reservatório (por exemplo, uma barragem de terra) cheio, com o nível d´água marcado por Na:
	
	Figura:
Quando o reservatório é esvaziado rapidamente, os vazios continuam preenchidos por água, mas o empuxo (E) deixa de existir. Na segunda situação, o solo continua saturado, sem estar submerso (o peso específico de uma partícula só pode ser considerado submerso se o nível do lençol freático tiver cota superior à dela). 
Valores típicos:
	
	ÍNDICES FÍSICOS
	
	n (%)
	e
	
	
	
	SOLOS
	
	
	
	kN/m3
	
	Areia c/ pedregulho
	18 - 42
	0.22 -0.72
	14 - 21
	18 - 23
	19 - 24
	Areia Média e Grossa
	25 - 45
	0.33 – 0.82
	13 - 18
	16 - 21
	18 - 21
	Areia Fina e Uniforme
	33 - 48
	0.49 – 0.82
	14 - 18
	15 - 21
	18 - 21
	Silte
	30 - 50
	0.48 – 1.22
	13 - 19
	15 - 21
	18 - 22
	Argila
	30 - 55
	0.48 – 1.22
	13 - 20
	15 - 22
	14 - 23
Fórmulas derivadas:
A determinação dos principais índices físicos pode ser feita a partir de apenas dois ensaios:
Grau de compacidade (compacidade relativa ou densidade relativa)
A compacidade é a característica mais notável de solos não coesivos (areias e pedregulhos) em estado natural. Apenas para este tipo de solos há objetivo em descrevê-los como estando “mais compactos” (mais densos, com menor índice de vazios) ou “mais fofos” (maior índice de vazios). Por ser uma caracteristica determinada apenas dos granulares, não é considerada com “índice físico”. Tanto o índice de vazios como o peso específico aparente seco de um solo granular pode ser usado para definir seu Grau de Compacidade.
	
	é o índice de vazios do solo no estado mais solto (fofo).
	
	é o índice de vazios do solo no estado mais denso ou compacto.
	
	é o índice de vazios do solo no seu estado natural.
	
	peso específico aparente do solo seco no estado mais denso possível.
	
	peso específico aparente do solo seco no estado mais solto possível.
	
	peso específico aparente do solo seco no estado natural.
Classificação da compacidade dos solos grossos.
	CG (%)
	Designação
	0 a 30
	Fofos (ou soltos)
	30 a 70
	Medianamente compactos
	60 a 100
	Compactos
		Índice de vazios máximo: se uma areia pura, no seu estado seco, for colocada cuidadosamente em um recipiente, ela ficará no seu estado mais fofo possível, podendo-se determinar seu peso específicoe dele calcular o emáx.
		Índice de vazios mínimo: vibrando-se uma areia dentro de um molde, ela ficará no seu estado mais compacto possível.
 EXERCÍCIOS:

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