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Sensopercepção: Etapa Inicial da Cognição

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Sensopercepção
É a primeira etapa da cognição, ou seja, do conhecimento do mundo externo (o que está fora da nossa consciência).
Sensação: fenômeno passivo, físico, periférico e objetivo, produzido por estímulos externos sobre os órgãos sensoriais. Permite distinguir as qualidades elementares dos objetos: cor, forma, peso, temperatura, consistência, textura, timbre, sabor, etc. 
Percepção: fenômeno ativo, psíquico, central e subjetivo. Consciente, resulta da integração das impressões sensoriais parciais e da associação delas às representações. Identifica, reconhece e discrimina os objetos, dá significado às sensações. 
Qualidades Sensoriais
Extroceptivas: visuais, auditivas, gustativas, olfativas, cutâneas.
Interoceptivas ou Cenestésicas: bem-estar, mal-estar, fome, sede, sensibilidade visceral.
Proprioceptivas: cinestésicas (movimentos corporais), posição segmentar do corpo, equilíbrio, barestesia (sensibilidade à pressão), palestesia (sensibilidade à vibração).
Imagem Perceptiva
Corporeidade: objetos em 3D.
Extrojeção: objetos estão no mundo externo.
Nitidez: contornos dos objetos são precisos.
Frescor sensorial: percepção é vívida.
Estabilidade: imagem é constante, não desaparece nem se modifica de repente.
Ausência de influência pela vontade: imagem aceita passivamente; a pessoa não pode evocá-la ou modificá-la pela sua vontade.
Imagem Representativa
Ausência de corporeidade: imagem em 2D.
Introjeção: objeto no mundo interno (mente).
Imprecisão: Ø nitidez.
Falta de frescor sensorial
Instabilidade
Influência pela vontade.
Alterações Quantitativas
Agnosia: distúrbio do reconhecimento de estímulos visuais, auditivos ou táteis SEM déficit sensorial. As sensações ocorrem, mas não são associadas às representações e não se tornam significativas. Comprometimento da percepção. Ex.: agnosia visual o doente consegue descrever a cor e a forma de um objeto, mas não o identifica e não sabe dizer sua função. Relaciona-se a lesão em áreas associativas corticais.
Hiperestesia ou Hiperpecepção: ↑ global da intensidade perceptiva: as impressões sensoriais tornam-se + intensas, + vívidas ou + nítidas. Também é definida como hipersensibilidade a estímulos sensoriais comuns e que se tornam desagradáveis: ruídos de pequena intensidade tornam-se muito incômodos.
Hipoestesia ou Hipopercepção: ↓ global da intensidade perceptiva. 
Anestesia: abolição da sensibilidade.
Alucinação Negativa: aparente ausência de registro sensorial de determinado objeto presente no campo sensorial do paciente. Os órgãos sensoriais estão íntegros e relaciona-se a um mecanismo psicogênico. 
Macropsia: objetos parecem aumentados. O distúrbio da autoimagem corporal da anorexia nervosa pode ser classifcado assim.
Micropsia: objetos parecem menores. 
Dismegalopsia: objetos deformados, algumas partes aumentadas ou diminuídas. 
Alterações Qualitativas
Ilusão: percepção falseada de um OBJETO REAL e PRESENTE. A deturpação da imagem resulta de sua mistura com uma imagem representativa. A imagem falseada tem corporeidade, projeta-se no mundo externo, é aceita como realidade num primeiro momento e não é influenciada pela vontade. 
	Ilusão por Desatenção: elementos representativos são introduzidos para completar ou corrigir estímulos externos escassos ou incorretos. Ilusão desaparece quando se presta mais atenção.
	Ilusão Catatímica: deformação do objeto resulta de um afeto intenso, seja desejo ou medo. Também desaparece com a atenção.
	Ilusão Onírica: relaciona-se a um quadro de rebaixamento do nível de consciência. 
Pareidolia: imagem (fantástica e extrojetada) criada intencionalmente a partir de percepções reais de elementos sensoriais incompletos ou imprecisos. Ex. Ver figuras humanas, cenas, animais, etc. em nuvens, manchas ou relevos de paredes, no fogo ou ouvir sons musicais em ruídos monótonos. O objeto real passa para um segundo plano, mas NÃO é patológica. Exceto, por ser projetado no mundo externo, ela possui as caracterísitcas da imagem representativa.
Alucinação: percepção SEM estímulo externo correspondente. Ocorre simultânea e paralelamente às percepções reais, diferente das imagens do sonho. Pode levar ao desenvolvimento de ideias deliroides, como que para explicar a existência da alucinação. A atenção não remove as alucinações, como ocorre nas ilusões por desatenção e catatímicas.
	 Alucinação verdadeira: tem todas as caracteristicas de uma imagem perceptiva real. Tem grande força de convencimento (aceitas pelo juízo de realidade) por mais estranhas ou especiais que pareçam ao paciente. Só ocorrem sob lucidez de consciência e, por isso, são raras.
	 Pseudoalucinação/Alucinação Psíquica/Alucinação Aperceptiva: NÃO tem corporeidade e tem localização no espaço interno subjetivo. As outras características de imagem podem ser tanto da perceptiva quanto da representativa. Também há plena convicção da realidade do fenômeno. APENAS foram descritas pseudoalucinações visual e auditiva, em que o paciente ver/ouve com os olhos/ouvidos internos, da mente. O termo pseudoalucinação também pode ser usado como alucinação factícia em simuladores ou alucinação em que há crítica do paciente. 
	 Alucinonose: diferenciam-se das alucinações verdadeiras por serem percebidas como patológicas pelo próprio paciente. Também ocorrem sob a lucidez da consciência e podem ser chamadas de alucinações neurológicas por terem origem orgânica. 
 Vivências Alucinatórias 
1. Alucinação visual: pode ser elementar/simples, quando contém elementos de uma única forma de sensação (fotopsias): clarões, chamas, pontos brilhantes, ou complexas/elaboradas: figuras, objetos, pessoas, cenas estáticas ou em movimento. 
2. Alucinação auditiva: + comum. Elementares/Acoasmas: zumbidos, estalidos, silvos, sinos, campainhas. Complexas/Fonemas: palavras e frases (auditivo-verbais – as vozes podem ser bem claras ou ininteligíveis, podem se dirigir a ele ou dialogar entre si, referindo-se a ele em 3ª pessoa; algumas vozes ofendem, criticam ou ameaçam, outras dão ordens alucinações imperativas), musicais.
3. Alucinações olfativa e gustativa: raras e podem estar associadas, sendo difícil distinguí-las. Em geral, o paciente experimenta um odor ou gosto muito desagradável.
4. Alucinação cutânea: inclui sensações táteis, térmicas, dolorosas e hídricas (de umidade). Pacientes queixam-se de queimaduras, espetadas, choques ou de pequenos animais (insetos) sobre ou sob sua pele. 
5. Alucinação cenestésica (visceral): localizada nos órgãos internos, pode sentir como se estivesse sendo atingido por irradiação ou descarga elétrica, de que os órgãos genitais estão sendo tocados (experimenta orgasmo ou sente-se violentado), de que o cérebro está encolhendo, de que há um bicho dentro do abdome...
6. Alucinação cinestésica: falsa percepção de movimento, ativo ou passivo, de todo corpo ou um segmento. *Alucinação Psicomotora Verbal: paciente está calado, mas sente que seu aparelho fonador está em movimento e tem a impressão de que alguém fala por ele. 
 Formas Especiais de Viviências Alucinatórias
1. Alucinação Liliputiana: visão de personagens/animais minúsculos.
2. Alucinação Guliveriana: alucinação visual gigantesca.
3. Alucinação Extracampina: objeto percebido está fora do campo perceptivo. 
4. Alucinação Funcional: desencadeada por estímulos sensoriais reais, da mesma modalidade. Ex.: ao ouvir um jorro de água, tem alucinação auditivo-verbal que desaparece quando a torneira é fechada. NÃO é ilusão, pois a percepção real e a falsa ocorrem simultânea e distintamente.
5. Sonorização do pensamento: ouvir o próprio pensamento no mundo externo, o que pode ocorrer antes, durante ou depois (eco do pensamento) do ato de pensar.
6. Autoscopia/Heautoscopia: visão da imagem do próprio corpo projetada no espaço externo, associada de sofrimento e medo.
7. Alucinação Hipnagógica/Hipnopômpica: pode ser visual, auditiva ou tátil e relaciona-se à transição sono-vigília. Mantém-se a crítica da irrealidade das imagens, que têm mais características das representaçõesdo que das percepções. Pode ser patológico ou não.
8. Alucinação Reflexa: estímulo sensorial em uma modalidade desencadeia alucinação em outra. 
Sinestesia: estímulo sensorial em uma modalidade é percebido como sensação em outra. 
Entrevista Psiquiátrica
Perguntar diretamente ao paciente sobre essas alterações pode não ser eficiente. É mais fidedigno observar seu comportamento.
Indícios de Atividade Alucinatória: 
Comprometimento da atenção (parece estar prestanto atenção em outra coisa que não as perguntas do examinador), mudanças súbitas da posição da cabeça, fisionomia de terror ou de beatitude, proteção dos ouvidos, olhos, narinas ou órgãos genitais.
Falar sozinho, dar respostas incoerentes, risos imotivados.
Recusa sistemática de alimentos.
Movimentos das mãos como que afastando algo do corpo.
Manter peças metálicas junto de si para deter irradiação ou descargas elétricas no corpo.

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