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Legislação de Trânsito
Medidas Administrativas e Penalidades
Professor Leandro Macedo
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Aula XXMatériaLegislação de Trânsito
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E PENALIDADES
Medidas Administrativas e Penalidades
As Medidas Administrativas e Penalidades são tópicos de extrema relevância na legislação de 
trânsito em virtude das várias informações que cerceiam o tema, como a possibilidade ou não 
de um veículo ser multado por estacionamento irregular e o veículo sequer ser removido. Será 
que o CTB prevê este tipo de conduta? Sem maiores comentários: SIM!
Poder de Polícia de Trânsito
Para aqueles que são conhecedores do tema Poderes e Deveres da Administração, trabalhado 
nos cursos de Direito Administrativo, sai na frente no entendimento deste tópico, pois para sua 
compreensão analisaremos de forma detalhada o Poder de Polícia de Trânsito à luz do Código 
de Trânsito Brasileiro.
Ressalte-se que os órgãos da Administração para cumprirem suas funções institucionais e 
preservar o interesse da coletividade devem possuir determinadas prerrogativas.
Basta se pensar, à luz do código linguístico o significado da palavra “poder”.
Se “poder” é uma capacidade de impor sua vontade a terceiros, independentemente da 
anuência deste terceiro, e se isto for feito no sentido de preservar o interesse da coletividade. 
Que poder seria esse? 
Trata-se dos poderes do Estado, que tem como objetivo atingir o bem comum.
É claro que esta prerrogativa é um verdadeiro poder-dever, uma vez que são indisponíveis, ou 
seja, de uso obrigatório. Atingir o bem comum, o interesse público, é o único caminho a ser 
trilhado pela administração.
Dando um passeio no curso de Direito Administrativo, de forma sucinta, a fim de não perdemos 
o foco da análise do tema em tela, podemos citar como poderes da administração: o hierárquico, 
o disciplinar, o normativo, e por fim o poder de polícia.
Sendo que os três (hierárquico, disciplinar e o normativo) têm o condão de regular internamente 
a atividade da administração pública. O Poder Hierárquico é decorrente do escalonamento 
vertical da estrutura administrativa, o Poder Disciplinar surge na possibilidade de punição 
 
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dos servidores públicos e daqueles que contratam com a Administração. E por fim, o Poder 
Normativo surge da necessidade de complementação das leis administrativas para torná-las 
aplicáveis, como por exemplo, quando o CONTRAN regulamenta o CTB.
Quanto ao Poder de Polícia, que é o que nos interessa, poderíamos defini-lo como qualquer 
intervenção ou restrição imposta pelo Estado nas atividades, direitos ou interesses individuais a 
fim de beneficiar o interesse coletivo.
Em que pese possuirmos uma doutrina farta sobre o tema, o nosso ordenamento jurídico nos 
oferece de forma gratuita o conceito de Poder de Polícia, que sob hipótese alguma poderia 
ser desprezado por nós no trato do tema. Com isso vamos para a análise do art. 78 do Código 
Tributário Nacional, que expressamente nos informa:
“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando 
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de 
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou 
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato 
Complementar nº 31, de 28.12.1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado 
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal 
e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de 
poder.”
Da definição expressa acima podemos extrair as seguintes características:
1. É atividade da administração pública, que não deve ser confundido com o poder de polícia 
de segurança pública, pois enquanto o primeiro atua sobre direito, interesse ou liberdade, 
o segundo atua sobre pessoas coibindo a ocorrência de infrações penais, ora de forma 
preventiva ora de forma repressiva.
2. A atuação do poder de polícia consiste tanto numa obrigação de “fazer‟ quanto de “não 
fazer” por parte do particular, pois regula a prática de ato ou abstenção de fato, conforme 
expresso acima.
3. Conforme previsto no parágrafo único transcrito acima, deve- se observar os limites da lei 
aplicável, portanto o poder de polícia de trânsito tem seus limites previstos no próprio CTB.
4. Ainda quanto ao parágrafo único, na atuação do poder de polícia, EM REGRA, ao privar o 
particular de bens ou de direitos, faz-se necessário a instauração do devido processo legal.
5. A discricionariedade do poder de polícia previsto acima aparece de forma incontestável na 
atividade de fiscalização, quando da escolha do veículo a ser fiscalizado. Temos também 
uma atuação discricionária, segundo um juízo de valor do agente autuador, na escolha 
do dispositivo que melhor se afeiçoa a infração cometida. Cabe observar que não pode 
o agente de trânsito deixar de autuar o condutor infrator, pois a ato administrativo de 
autuação é natureza vinculada.
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Formas de atuação do Poder de Polícia
O Poder de Polícia como veremos pode ser fracionado. De forma surpreendente, podemos 
encontrar em nossa lei de trânsito a forma que se dará essa quebra ou fracionamento.
Com isso, o CTB, de forma inovadora, nos trouxe um fracionamento do Poder de Polícia, ou 
seja, suas formas de manifestação.
Cabe ressaltar que o tema também foi trabalhado na Doutrina, pelo ilustre mestre Diogo de 
Figueiredo Moreira Neto.
Analisaremos, então, as disposições do CTB, que se refere ao tema, pois é o que nos interessa 
para prova:
“Art. 269, § 1º. A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas 
e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo 
prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa.”
Perceba que além das formas de atuação do poder de polícia de trânsito, temos também 
descrito acima o fim público a que se dirige tal atividade da administração: proteção à vida e 
à incolumidade física da pessoa. Com isso, vamos analisar as formas de atuação do poder de 
polícia fazendo as remissões necessárias dentro da legislação de trânsito:
A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas:
a) Ordem de polícia – aqui o Poder Público se manifesta através da criação de leis e atos 
normativos que causem restrições ao desempenho das liberdades individuais, a fim de 
preservar o interesse coletivo. 
De outra forma, poderíamos exemplificar o exposto, fazendo menção às regras de habilitação. 
Nestas regras o legislador e o CONTRAN impõem uma série de restrições aos particulares para 
que tenhamos condutores realmente habilitados na direção de veículos automotores. Com isso 
faz com que toda a sociedade tenha a sua disposição um trânsito livre de acidentes.
São normas que causam restrições aos interesses individuais a fim de preservar o interesse 
público.
b) Consentimento de polícia – é uma forma de manifestação do Poder Público que permite o 
desempenho de atividades por parte dos particulares.
Os consentimentos dados pela administração têm como fundamento a ordem de polícia. Antes 
da administração consentir qualquer atividade do particular deve antes observar os detalhes 
de sua regulamentação.
Podemos, juridicamente falando, tratar o consentimento de polícia como sinônimo de alvará.
Encontramos na legislação de trânsito tanto o alvará de licença como o alvará de autorização, a 
saber:
b.1) Alvará de licença – devemos entender este modalidade de consentimento como um ato 
administrativo vinculado,declaratório e permanente.
Para uma melhor compreensão das características acima mencionadas vamos exemplifica-la à 
luz do CTB.
 
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Quando um candidato a habilitação para dirigir passa em todos os exames de obtenção da 
habilitação, a administração fica obrigada a expedir seu documento de habilitação. É isto que 
chamamos de o ato administrativo vinculado.
Quando dizemos que o ato administrativo é de natureza declaratória significa que a 
administração não cria direito algum para o particular, mas apenas declara o direito que este 
possui, por ter passado pelos exames de habilitação.
Por fim, diz-se permanente porque não sofre variações por conveniência e oportunidade do 
administrador.
b.2) Alvará de autorização – devemos entender esta modalidade de consentimento como 
um ato administrativo discricionário, constitutivo e precário, onde para uma melhor 
compreensão dos institutos ora mencionados vamos exemplificar à luz do CTB.
Na legislação de trânsito temos uma série de situações onde apenas é permitido o trânsito de 
veículos em situações excepcionais, quando detentores de um documento chamado de AET 
(autorização especial de trânsito).
Na cessão deste documento o órgão com circunscrição sobre a via avalia condições de 
conveniência e oportunidade (discricionariedade), sempre à luz da segurança viária e fluidez do 
trânsito.
Feita a opção pela expedição da AET, cria-se (constitui-se) para o particular um direito de 
trânsito com seu veículo a título precário, ou seja, revogável a qualquer tempo.
Como exemplo de alvará de autorização, podemos citar três situações previstas na legislação 
de trânsito (com grifo nosso no verbo poderá, a fim de ressaltar a discricionariedade):
“Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte de carga indivisível, 
que não se enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN, 
poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial 
de trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança 
consideradas necessárias.
§ 1º A autorização será concedida mediante requerimento que especificará as caracterís-
ticas do veículo ou combinação de veículos e de carga, o percurso, a data e o horário do 
deslocamento inicial.
§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por eventuais danos que o 
veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a terceiros.
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser concedida, pela auto-
ridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo de seis 
meses, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias.”
“Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com circunscrição sobre 
a via poderá autorizar, a título precário, o transporte de passageiros em veículo de carga ou 
misto, desde que obedecidas as condições de segurança estabelecidas neste Código e pelo 
CONTRAN.
Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá exceder a doze meses, prazo 
a partir do qual a autoridade pública responsável deverá implantar o serviço regular de 
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transporte coletivo de passageiros, em conformidade com a legislação pertinente e com os 
dispositivos deste Código. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)”.
c) Fiscalização de polícia – das formas de atuação do poder de polícia esta é a mais intuitiva, 
onde é possível se imaginar um agente de trânsito na via escolhendo veículos para uma 
eventual fiscalização.
Não pode o detentor de uma licença para dirigir imaginar que poderá conduzir seu veículo de 
qualquer forma, pelo simples fato de ter obtido um consentimento do Poder Público. Será que 
o condutor que está com sua CNH em dia poderá conduzir embriagado? É claro que não! 
E é aí que entre essa terceira forma de atuação do poder de polícia, verificando os requisitos de 
manutenção do consentimento.
De uma forma mais técnica é através desta forma de atuação que se verifica se o detentor do 
consentimento é merecedor de sua manutenção, pois caso cometa atos em desacordo com a 
legislação poderá sofrer até a penalidade cassação, que é a perda do direito de dirigir.
O tema fiscalização de polícia ganha relevância quando comparamos a atividade do agente de 
trânsito que goza desta prerrogativa funcional com a atividade dos funcionários de empresas 
contratadas pelo Poder Público para operação de trânsito, que não gozam desta prerrogativa 
funcional.
Vejamos as definições dos institutos no ANEXO I do CTB:
“Fiscalização – ato de controlar o cumprimento das normas estabelecidas na legislação de 
trânsito, por meio do poder de polícia administrativa de trânsito, no âmbito de circunscrição 
dos órgãos e entidades executivos de trânsito e de acordo com as competências definidas 
neste Código.”
“Operação de trânsito – monitoramento técnico baseado nos conceitos de Engenharia de 
Tráfego, das condições de fluidez, de estacionamento e parada na via, de forma a reduzir 
as interferências, tais como veículos quebrados, acidentados, estacionados irregularmente 
atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos pedestres e 
condutores.”
d) Medidas administrativas – esta forma de atuação do poder de polícia é peculiar da 
legislação de trânsito, porque embora cause uma ideia de sanção administrativa, com esta 
não guarda relação.
Vejam estas medidas como medidas emergenciais, que justificam a atuação auto-executória 
(dispensando a anuência do poder judiciário) por parte da administração e com imperatividade 
(dispensando a anuência do particular).
As medidas administrativas devem ser entendidas como constrangimentos causados aos 
particulares, pelo fato de estes terem causado uma interferência ao interesse do coletivo, ora 
atentando contra a segurança viária (condutor embriagado) ora atentando contra a fluidez 
(veículo estacionado sobre calçadas).
Essas manifestações dispensam, inclusive, o devido processo legal, pois o direito que merece 
ser protegido neste momento, é o coletivo. 
 
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Com isso devemos mencionar que o condutor que tem seu veículo retido em virtude de ter sido 
flagrado conduzindo embriagado não está sofrendo sanção. Este vai sofrer o constrangimento 
de ter que chamar uma pessoa em condições de dirigir para que seu veículo não vá para o 
depósito público.
Perceba que este mesmo condutor embriagado terá seu documento de habilitação recolhido 
para que não volte a dirigir enquanto estiver sobre efeito desta substância entorpecente.
Note que nas duas situações descritas, depois de sanadas as irregularidades as medidas 
administrativas aplicadas são desfeitas, ou seja, após restabelecidas a sensação de segurança 
no trânsito, o condutor poderá voltar a dirigir regularmente.
Com base no exposto, cabe ressaltar que parte da doutrina trata as medidas administrativas 
como medidas de caráter emergencial, sendo aplicável apenas durante o transtorno causado 
pela infração de trânsito.
e) Medidas coercitivas – Estas medidas aparecem na legislação de trânsito com o nome de 
penalidade.
Aqui se tem a aplicação de sanções administrativas pela autoridade de trânsito, tais como: 
advertência por escrito; multa; suspensão do direito de dirigir; apreensão do veículo; cassação 
da Carteira Nacional de Habilitação e frequência obrigatória em curso de reciclagem.
Por fim, neste caso, certamente, o particular penalizado terá direito a um devido processo legal, 
sendo-lhe assegurada ampla defesa.
Atribuições para aplicação de sanções de Trânsito
Um tema que nos chama a atenção é a competência para aplicação das sanções prevista na 
legislação de trânsito. Onde em um primeiro momento vamos trabalhar com o que temos de 
expresso na legislação de trânsito, e num segundo momento faremos uma análise sistemática 
da Legislação de Trânsito.Com isso, remeto o leitor ao capítulo do CTB que trata das atribuições dos órgãos e entidades 
do SNT.
Neste capítulo encontramos as penalidades de suspensão do direito de dirigir, cassação do 
documento de habilitação, frequência obrigatória em cursos de reciclagem como de aplicação 
exclusiva dos DETRANs.
Já a penalidade de advertência por escrito, conforme este capítulo seria de competência 
exclusiva dos órgãos executivos rodoviários da União, Estados, DF e Municípios.
Ainda olhando para este capítulo, multa seria de competência comum (de todos), nada 
mencionado o referido capítulo acerca da penalidade de apreensão do veículo.
Em uma análise mais detalhada é possível inferirmos do texto legal que a apreensão do veículo, 
por constituir uma suspensão do licenciamento do veículo, apenas poderia ser aplicada pelos 
DETRANs, que são os órgãos competentes para licenciar veículos.
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Por fim, em uma análise mais crítica a respeito da penalidade de advertência por escrito, 
poderíamos afirmar que também é uma penalidade que poderia ser aplicada por todos os 
órgãos de trânsito, pelo fim público a que se dirige: educação para o trânsito, em detrimento da 
redação imprecisa acerca da regulamentação do instituto pelo legislador do CTB.
Lembre-se que advertência por escrito é resultado da conversão da penalidade de multa, 
decorrente de infrações leves e médias. 
Ainda quanto à advertência por escrito não entendemos ser adequado a afirmação de alguns 
autores que constitui direito subjetivo público do autuado, ou seja, que deve ser aplicada, 
sempre antes da imposição da multa.
Acreditamos que se trata de discricionariedade da autoridade de trânsito, devendo surgir 
regulamentação sobre o tema, explicitando o que deve ser valorado pela autoridade na 
aplicação ou não de tal penalidade.
Esta regulamentação deve ocorrer a fim de fugirmos de eventuais arbitrariedades do 
administrador público, pois a aplicação de tal penalidade, não pode ficar sujeita ao humor da 
referida autoridade.
Medidas administrativas e penalidades
É necessário que se inicie o estudo de medidas administrativas e penalidades de forma 
simultânea para que possamos trabalhar as semelhanças e diferenças dos institutos.
Como semelhança, podemos elencar:
 • São formas de atuação do poder de polícia.
 • Ambas estão na esfera de atribuição da autoridade de trânsito.
 • Estão sujeitas ao princípio da reserva legal, previsto no art. 5º, inc. XXXIX da CRFB.
 • A cada infração temos as medidas administrativas e penalidades aplicáveis.
Como diferença das medidas administrativas e penalidades, podemos citar:
 • As medidas administrativas, diferentemente das penalidades, não têm natureza de sanção 
administrativa, mas tão somente de constrangimento de polícia.
 • As medidas administrativas estão na esfera de atribuição dos agentes de trânsito, as 
penalidades apenas podem ser aplicadas pela autoridade de trânsito.
 • São aplicadas em momentos distintos, pois as medidas administrativas são aplicadas no 
momento da autuação, já as penalidades apenas após um devido processo legal.
 • Não são tratadas no mesmo capítulo do CTB.
Com base no exposto vamos analisar em tópicos distintos cada uma das medidas administrativas 
e penalidades previstas.
 
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Penalidades
As penalidades administrativas, também chamadas sanções de polícia, estão previstas no 
art. 256 do CTB, e são aplicáveis apenas pela autoridade de trânsito. Estas penalidades por 
interferirem na órbita de direito do administrado, em regra, somente são impostas após o 
devido processo legal.
Vejamos cada uma das penalidades previstas no CTB.
Multas
As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou entidade de trânsito com circunscrição 
sobre a via onde haja ocorrido a infração, de acordo com as competências estabelecidas no 
CTB.
Saiba que a cobrança de multa decorrente de infração de trânsito observa algumas 
peculiaridades, uma vez que, o CTB, vincula o licenciamento de veículos e a transferência de 
propriedade ao pagamento da multa.
Sendo assim, quando um veículo é autuado em unidade da federação diversa do licenciamento 
do veículo, para que o órgão autuador receba as suas multas impostas a veículos de outros 
estados, é necessário que este órgão esteja de alguma forma ligado ao DETRAN de registro do 
veículo, para que haja restrição no sistema quanto a registro e licenciamento.
Com isso, vamos ver alguns casos específicos sobre a penalidade multa:
Infrações ocorridas em outra unidade da federação
Este tema ganha complexidade uma vez que a sua regulamentação ficou diferente daquilo 
que o legislador imaginou que seria. De outra forma, no art. 260 §§ 1º e 2º do CTB, temos as 
seguintes previsões sobre o tema:
“§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federação diversa da do 
licenciamento do veículo serão arrecadadas e compensadas na forma estabelecida pelo 
CONTRAN.
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federação diversa daquela 
do licenciamento do veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou entidade responsável 
pelo seu licenciamento, que providenciará a notificação.”
Em verdade o CONTRAN regulamentou o tema na Resolução 155/2004, que também foi 
operacionalizada pela Portaria 03/2004 do DENATRAN.
Atualmente todas as infrações ocorridas em uma unidade da federação, diversa da do registro 
do veículo, são armazenadas em um banco de dados nacional, administrado pelo DENATRAN. O 
nome do sistema criado chama-se RENAINF, que é o Registro Nacional de Infrações de Trânsito.
Para que possamos entender como este sistema funciona, devemos fazer as seguintes 
considerações:
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a) A condição para que haja restrição nos sistemas RENAVAM e RENACH é que o órgão 
autuador registre suas autuações a veículos de outros estados nessa base nacional.
b) Até a data de vencimento expressa na Notificação da Penalidade de Multa ou enquanto 
permanecer o efeito suspensivo sobre o Auto de Infração, não incidirá qualquer restrição, 
inclusive para fins de licenciamento e transferência, nos arquivos do órgão ou entidade 
executivo de trânsito responsável pelo registro do veículo.
c) Do valor da multa, arrecadado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou 
do Distrito Federal, aplicada pelos demais órgãos ou entidades componentes do Sistema 
Nacional de Trânsito, serão deduzidos os custos operacionais dos participantes do processo, 
na forma estabelecida pelas instruções complementares emitidas pelo DENATRAN. De 
outra forma, o DETRAN de registro arrecada e repassa ao DENATRAN e ao órgão autuador 
as suas participações.
d) As notificações de autuação e penalidade, assim como o processo administrativo continuam 
sob responsabilidade do órgão autuador, ao contrário do que pensou o legislador no § 2º 
do art. 260 do CTB.
Cobrança de multas de veículos estrangeiros
Quando a infração for cometida com veículo licenciado no exterior, em trânsito no território 
nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes de sua saída do país, respeitado o princípio 
de reciprocidade.
Observe que a multa não é condição para prosseguir viagem, e sim para retirada do veículo do 
país, podendo o estrangeiro sair livremente. Devemos considerar a possibilidade de o veículo 
sair com todos os seus débitos de forma regular, basta que seja dado o mesmo tratamento ao 
veículo brasileiro quando no exterior.
Apenas em nível de ilustração, uma vez que não é possível extrair esta informação do CTB, o 
órgão que deverá implementar este dispositivo é a Polícia Rodoviária Federal.
A PRF é o órgão de trânsito que atua nas fronteiras do país, e para que os demais órgãos tenham 
suas multas cobradas pela PRF, deveram celebrar convênio com a mesma.
Por fim, é evidente que deveráser regulamentado o processo administrativo para cobrança 
dos débitos do veículo estrangeiro quer for autuado no território nacional, considerando-se, 
evidentemente, as peculiaridades do referido processo, pois o estrangeiro que está em trânsito 
o território nacional deverá ser notificado sempre que abordado, já que impossível a notificação 
de quem não tem residência fixa.
 
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Correlação entre valores das multas, natureza da infração e pontuação
Vamos ilustrar o tema através de uma tabela para facilitar a compreensão e a visualização do 
exposto.
Natureza da infração Valor da multa Pontuação correspondente
Leve R$ 53,20 3
Média R$ 85,13 4
Grave R$ 127,69 5
Gravíssima R$ 191,54 7
Gravíssima 3x R$ 574,62 7
Gravíssima 5x R$ 957,70 7
Gravíssima 10x R$ 1.915,40 7
É importante destacar que esses valores, atualmente definidos pela Resolução 136/2002 do 
CONTRAN serão reajustados a partir de 01/11/2016 quando a Lei nº 13.281/2016 entrará em 
vigor. Os novos valores serão:
Natureza da infração Valor da multa Pontuação correspondente
Leve R$ 88,38 3
Média R$ 130,16 4
Grave R$ 195,23 5
Gravíssima R$ 293,47 7
Gravíssima 2x R$ 586,94 7
Gravíssima 3x R$ 880,41 7
Gravíssima 5x R$ 1.467,35 7
Gravíssima 10x R$ 2.934,70 7
Responsabilidade pelo pagamento
Fica estabelecido que o proprietário do veículo será sempre responsável pelo pagamento da 
penalidade de multa, independente da infração cometida.
Isto ocorre até mesmo quando o condutor for indicado como condutor-infrator nos termos da 
lei, não devendo ser registrado ou licenciado o veículo sem que o seu proprietário efetue o 
pagamento do débito de multas, excetuando-se as infrações resultantes de excesso de peso 
que obedecem ao determinado no art. 257 e parágrafos do Código de Trânsito Brasileiro, 
conforme a Resolução 108/1999 do CONTRAN.
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Destinação da multa
A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito tem destinação específica, ou seja, 
apenas poderá ser aplicada em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, 
fiscalização e educação de trânsito, e nada mais.
O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, 
mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de 
trânsito, que será administrado pelo DENATRAN. Note que este fundo é nacional, dessa forma 
cinco por cento do total das multas arrecadadas no país deverão ir para este fundo.
A receita de multa arrecadada pelo órgão autuador será aplicada da forma acima descrita, ou 
seja, com destinação específica, que representa noventa e cinco por cento do valor total das 
multas impostas, e os outros cinco por cento vão para o FUNSET (Fundo nacional de Segurança 
e Educação para o Trânsito).
Por fim, embora a destinação seja específica, as áreas de aplicação do valor arrecadado com 
a receita de multa são extremamente variáveis, em função dos termos genéricos usados pelo 
legislador, onde com exemplo poderíamos citar que as receitas arrecadadas com a cobrança das 
multas de trânsito podem ser aplicadas, entre outros, na elaboração e na atualização do mapa 
viário do município, no cadastramento e na implantação da sinalização, no desenvolvimento e 
na implantação de corredores especiais de trânsito nas vias já existentes, na identificação de 
novos polos geradores de trânsito, e em estudos e estatísticas de acidentes de trânsito, pois 
estão englobados nas atividades acima citadas.
Advertência por escrito
A penalidade de advertência poderá ser imposta por escrito para infração de natureza leve ou 
média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, 
nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender 
esta providência como mais educativa.
A inteligência do CTB nos informa que a conversão da penalidade multa em penalidade de 
advertência por escrito não retira a pontuação decorrente da natureza da infração cometida, 
uma vez que a pontuação não está relacionada com a aplicação da multa e sim ao cometimento 
da infração, conforme expresso no art. 259 do CTB. Cuidado, pois esta não é posição seguida 
pelo CONTRAN quando regulamentou o tema na Resolução 404/2012.
O disposto neste item aplica-se igualmente aos pedestres, podendo a multa ser transformada 
em advertência por escrito ou na participação do infrator em cursos de segurança viária, a 
critério da autoridade de trânsito.
A nossa posição é que: ainda quanto à advertência por escrito, saiba que sua aplicação faz com 
que o condutor esteja sujeito a suspensão do direito de dirigir devido à pontuação imposta. 
E mais, quando aplicada a advertência por escrito, o condutor sofre também uma restrição 
de direitos por doze meses, uma vez que ao cometer a mesma infração neste período terá 
necessariamente que pagar a multa.
 
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Enfim, com base no exposto, faz-se necessário observar que antes da aplicação da referida 
penalidade, o infrator terá direito a um devido processo legal, nos mesmos moldes do processo 
administrativo de multa transcrito acima.
Apreensão do veículo
Como em todas as outras penalidades, existe aqui uma sanção imposta pela a autoridade 
de trânsito, nesse caso, trata-se de uma penalidade que impõe ao infrator de trânsito uma 
restrição no uso de seu bem por um período determinado.
Na verdade, a apreensão do veículo é uma restrição no licenciamento do veículo, pois é este 
que permite que o veículo transite na via pública, sendo assim, como o licenciar veículos é 
competência exclusiva do DETRAN, a aplicação de restrição na licença também o será.
Por fim, somente a autoridade de trânsito dos órgãos executivos de trânsito poderá aplicar a 
penalidade de apreensão do veículo.
Na apreensão do veículo, embora ainda não regulamentado, entendo que por sofrer uma 
privação do bem, o proprietário, por força do art. 5º, incs. LIV e LV da Constituição Federal, tem 
direito a um devido processo legal.
Por fim, perceba que diferentemente da remoção do veículo (medida administrativa), o 
pagamento das multas e encargos devidos não dá ao proprietário o direito de retirar o veículo 
do depósito público, uma vez que na apreensão do veículo existe um prazo de custódia a ser 
cumprido.
Quadro-resumo
Neste quadro vamos trabalhar as principais informações sobre o tema, veja:
Circunstância que um veículo pode ser 
apreendido.
Apenas quando prevista na infração, a apreensão assim 
como as demais penalidades está sujeita a reserva legal.
Quem pode aplicar a apreensão. Apenas a autoridade de trânsito.
Prazo máximo da apreensão. 30 dias.
Após quanto tempo o veículo pode ir à 
hasta pública.
O veículo apreendido e não reclamado no prazo de 60 
dias.
Medida administrativa decorrente. Recolhimento do certificado de licenciamento do veículo (CRLV).
Diferença entre apreensão de veículo, remoção do veículo e recolhimento do veículo
Para facilitar a compreensão foi incluído nesse estudo as diferenças entre apreensão, remoção 
e recolhimento do veículo.
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Apreensão do veículo
É um ato administrativo, com natureza de sanção administrativa 
(penalidade), que é formalizada num documento chamado termo de 
apreensão.
Remoção do veículo
É um ato administrativo, com natureza de constrangimento de polícia 
(medida administrativa), que é formalizada num documento chamado 
termo de remoção.
Recolhimento do veículo
É um ato material de implementação dos atos administrativos de 
apreensão e remoção. De outra forma, após preenchido os termos 
de apreensão e remoção (atos formais) o veículo deverá ser levado 
para o depósito público (ato material). Enfim, recolhimento do veículo 
é o ato de colocar o veículo sobre o caminhão guincho e levá-loao 
depósito.
Apreensão do veículo nas Resoluções do CONTRAN
O CONTRAN, em sua Resolução 53/1998, apenas definiu alguns detalhes do procedimento 
da penalidade de apreensão, nada mencionando a respeito do processo administrativo e da 
competência para aplicar a penalidade. Dessa forma, deixando de lado as controvérsias a 
respeito do tema, vamos estudar os tópicos abordados na Resolução 53/1998 do CONTRAN 
que podem ser objeto de prova.
Responsabilidade pelo veículo
Uma vez tirado o veículo da posse de seu proprietário, o órgão de trânsito responsável 
pela custódia responde objetivamente por danos causados aos veículos apreendidos. Na 
responsabilidade objetiva, quando a Administração Pública afeta uma pessoa de maneira 
desigual, esta deve ser ressarcida pelo dano sofrido, ainda que a Administração não incorra em 
dolo ou culpa.
Sendo assim, caberá ao agente de trânsito, responsável pela apreensão do veículo (por lavrar o 
termo), emitir Termo de Apreensão do Veículo, a fim de eximir o órgão de trânsito de eventual 
alegação de dano pelo proprietário do veículo, que discriminará:
I – os objetos que se encontrem no veículo;
II – os equipamentos obrigatórios ausentes;
III – o estado geral da lataria e da pintura;
IV – os danos causados por acidente, se for o caso;
V – identificação do proprietário e do condutor, quando possível;
VI – dados que permitam a precisa identificação do veículo.
 
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Termos de Apreensão
O Termo de Apreensão de Veículo será preenchido em três vias, sendo a primeira destinada ao 
proprietário ou condutor do veículo apreendido; a segunda, ao órgão ou entidade responsável 
pela custódia do veículo; e a terceira ao agente de trânsito responsável pela apreensão.
Perceba que cada uma das possíveis partes numa ação de indenização por danos provocados 
no veículo fica com uma via do termo de apreensão.
Como dito antes, o Estado responde objetivamente pelos danos causados ao veículo, podendo 
mover uma ação regressiva contra o agente se este incorreu em dolo ou culpa, no que se refere 
ao dever de cuidado com o veículo.
Se o proprietário ou o condutor estiverem presentes no momento da apreensão, o Termo de 
Apreensão de Veículo será apresentado para sua assinatura, sendo-lhe entregue a primeira via; 
havendo recusa na assinatura, o agente fará constar tal circunstância no Termo, antes de sua 
entrega.
O agente de trânsito recolherá o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) 
contra entrega de recibo ao proprietário ou condutor, ou informará, no Termo de Apreensão, o 
motivo pelo qual não foi recolhido.
Prazos
O órgão ou entidade responsável pela apreensão do veículo fixará o prazo de custódia, tendo 
em vista as circunstâncias da infração e obedecidos os critérios abaixo:
I – de 01 (um) a 10 (dez) dias, para penalidade aplicada em razão de infração para a qual não 
seja prevista multa agravada;
II – de 11 (onze) a 20 (vinte) dias, para penalidade aplicada em razão de infração para a qual 
seja prevista multa agravada com fator multiplicador de três vezes;
III – de 21 (vinte e um) a 30 (trinta) dias, para penalidade aplicada em razão de infração para a 
qual seja prevista multa agravada com fator multiplicador de cinco vezes.
Mandado de busca e apreensão de veículos
Trouxemos este tópico à discussão, uma vez termos percebido que condutores de veículos 
têm sofrido uma série de abusos por parte de agentes de trânsito desconhecedores de suas 
atribuições.
Em que pese à expressão “busca e apreensão de veículos”, o servidor público que aborda veículos 
com este tipo de restrição nos sistemas de consultas que lhe são ofertados deve entender que 
esta restrição surge por uma determinação judicial em virtude de descumprimento de cláusulas 
contratuais por parte de particulares contratantes.
É o caso de Empresas financeiras que ingressam com ações judiciais a fim de reaver o bem que 
foi negociado com o particular. Com isso, deve o agente de trânsito e/ou policial saber que suas 
em suas atribuições não estão presentes o cumprimento desse tipo de decisão judicial. Esta 
atuação visa a satisfazer ao particular que foi lesado numa relação contratual.
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Nunca é demais ressaltar que da mesma forma que não se vê oficial de justiça fiscalizando 
veículos, não se pode conceber que agentes de trânsito desempenhem atribuições que estão 
na seara exclusiva de nossos oficiais de justiça.
Entendemos ainda, que o agente de trânsito que age de forma equivocada, causando 
transtornos indevidos aos particulares, poderia, pelo menos, ser indiciado pelo crime de abuso 
de autoridade, em virtude do cerceamento do direito de ir e vir daquele cidadão, podendo, 
inclusive, ter contra si a sanção de perda da função pública.
Por fim, uma questão que parece relevante, é questionamento feito por alguns servidores 
quanto à necessidade de inserção da restrição “busca e apreensão” judicial no cadastro 
RENAVAM do veículo.
Entendemos que este inserção é necessária, uma vez que protege a sociedade de eventuais 
fraudes na negociação de veículos. Dessa forma, poderíamos consignar que se trata de uma 
atuação que certamente visa resguardar o interesse público, ainda que de forma indireta.
Finalmente, quando a possibilidade de cumprimento de ordens judiciais pela PRF e PM, impende 
observar que suas atribuições estão sempre relacionadas com a atividade de segurança pública 
e nunca ligadas à elucidação de questões meramente patrimoniais e particulares.
Revogação da penalidade de apreensão do veículo
A partir de 01/11/2016 quando a Lei nº 13.281/2016 entrar em vigor, a penalidade de apreensão 
do veículo deixará de existir, pois o art. 6º da referida lei revoga os artigos 256, inciso IV e 262 
que tratam exatamente da apreensão.
Suspensão do direito de dirigir, cassação do documento de habilitação e 
frequência obrigatória em curso de reciclagem
Vamos agrupar essa três penalidades em um único tópico porque ao analisá-las vamos perceber 
uma correlação entre elas.
De forma técnica é possível vermos a imposição da penalidade de cassação do documento de 
habilitação como um agravamento da penalidade de suspensão do direito de dirigir.
Aquele que for flagrado dirigindo suspenso será cassado.
Quanto ao curso de reciclagem devemos entendê-lo com uma penalidade acessória das outras 
duas (suspensão e cassação), já que ele é imposto como condição para que o condutor suspenso 
ou cassado volte a dirigir.
Diz-se que o curso de reciclagem é uma penalidade acessória porque nunca é aplicado 
diretamente, sempre decorre de outra situação.
Quadro-resumo
Pela interligação entre as referidas penalidades entendo que é melhor estudá-las em um 
quadro comparativo de forma resumida.
 
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Suspensão Cassação Curso de Reciclagem
Conceito
É uma retirada temporá-
ria do direito de dirigir, 
sempre após o devido 
processo legal.
É a perda do direito de 
dirigir, sempre após o 
devido processo legal.
Embora esteja no rol das 
penalidades, devemos vê-
-lo como uma penalidade 
acessória, onde a principal 
ora é a suspensão ora é a 
cassação.
Circunstâncias
A suspensão será aplicada 
quando o infrator acumu-
lar 20 pontos no período 
de 12 meses ou quando 
na infração venha prevista 
esta penalidade.
 • quando, suspenso 
o direito de dirigir, 
o infrator conduzir 
qualquer veículo;
 • no caso de reinci-
dência, no prazo 
de doze meses, 
das infrações pre-
vistas no inc. III do 
art. 162 e nos arts. 
163, 164, 165, 
173, 174 e 175;
 • quando condena-
do judicialmente 
por delito de trân-
sito, observado o 
disposto no art. 
160.
 • quando, sendo contu-
maz, for necessário à 
sua reeducação;
 • quando suspenso do 
direito de dirigir;
 • quando se envolver 
em acidente grave 
para o qual haja con-
tribuído, independen-
tem ente de processo 
judicial;
 • quando condenado ju-
dicialmente por delito 
detrânsito;
 • a qualquer tempo, se 
for constatado que o 
condutor está colocan-
do em risco a seguran-
ça do trânsito;
 • em outras situações a 
serem definidas pelo 
CONTRAN.
Aplicada Autoridade de trânsito do DETRAN
Autoridade de trânsito 
do DETRAN
Autoridade de trânsito do 
DETRAN
Prazo
1ª suspensão: 1 mês a 12 
meses.
2ª Suspensão: 6 meses a 
24 meses.
Em caso de embriaguez: 
Prazo fixo de 12 meses.
02 anos.
Condição para 
voltar a digir
Cumprir a penalidade e 
fazer curso de reciclagem.
Cumprir o prazo, 
refazer os exames da 
habilitação e fazer um 
curso de reciclagem.
Medida 
administrativa 
decorrente
Recolhimento da CNH. Recolhimento da CNH.
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Amparo legal Artigo 261 e Resoluções 182/05 e 557/15.
Artigo 263 e Resolução 
182/2005.
Artigo 268 e resolução 
285/2008.
Comentário 
complementar
Saiba que na infração 
em que venha prevista a 
penalidade de suspensão 
não há de se falar em 
pontuação no prontuário 
do infrator.
Carga Horária Total: 30 
(trinta) horas/aula. Estrutu-
ra curricular:
 • Legislação de Trânsito: 
12 (doze) horas/aula.
 • Direção defensiva: 8 
(oito) horas/aula.
 • Noções de Primeiros 
Socorros: 4 (quatro) 
horas/aula.
 • Relacionamento Inter-
pessoal: 6 (seis) horas/
aula.
Por fim, a penalidade de suspensão do direito de dirigir também sofrerá modificação a partir de 
01/11/2016 por meio da Lei nº 13.281/2016. Vejamos a nova redação do dispositivo:
“Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta nos seguintes casos:
I – sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no período de 12 (doze) 
meses, conforme a pontuação prevista no art. 259;
II – por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas infrações preveem, de 
forma específica, a penalidade de suspensão do direito de dirigir.
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão do direito de dirigir são os 
seguintes:
I – no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e, no caso de reincidência no 
período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos;
II – no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses, exceto para as infrações com 
prazo descrito no dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no período de 12 (doze) 
meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses, respeitado o disposto no inciso II do art. 263.
[...]
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado na categoria C, 
D ou E, poderá optar por participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no 
período de 1 (um) ano, atingir 14 (quatorze) pontos, conforme regulamentação do Contran.
[...]
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não poderá fazer nova opção no 
período de 12 (doze) meses.
[...]
§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o condutor que, notificado da 
penalidade de que trata este artigo, dirigir veículo automotor em via pública.
 
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§ 10. O processo de suspensão do direito de dirigir referente ao inciso II do caput deste 
artigo deverá ser instaurado concomitantemente com o processo de aplicação da 
penalidade de multa.
§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste artigo.”
Cassação e suspensão da permissão
Será que existe a possibilidade de o detentor da Permissão para Dirigir sofrer as penalidades de 
suspensão do direito de dirigir ou cassação do documento de habilitação? Não!
No CTB há uma impropriedade técnica, pois nos artigo 256 vem esta previsão, embora sua 
regulamentação, no artigo 264, tenha sido vetada. 
Sendo assim, aquele que durante a permissão para dirigir cometer infração de natureza 
gravíssima, grave ou reincidência em média deverá reiniciar todo o processo, ou seja, torna-se 
novamente INABILITADO.
Desta forma, é incongruente falarmos em suspensão da permissão ou cassação da mesma, uma 
vez que durante o prazo de validade da Permissão para Dirigir o rigor é muito maior, podendo o 
detentor desta perdê-la sem contestação, uma vez que a permissão não é documento definitivo.
O possuidor da permissão para dirigir, após seu vencimento, faz um requerimento ao DETRAN, 
onde serão avaliadas as infrações cometidas, e caso seja deferido este requerimento o condutor 
receberá um documento definitivo chamado CNH.
Com base no exposto, surgem os seguintes questionamentos:
1. O que acontece com o detentor da Permissão caso este acumule mais de 20 pontos num 
período de 12 meses, através de 07 infrações leves por exemplo?
Resposta: É pacífico o entendimento que durante a permissão não pode ser deflagrado o 
processo administrativo de suspensão e cassação do documento de habilitação, conforme 
expresso no art. 1º, parágrafo único da Resolução 182/2005 do CONTRAN.
Por força do art. 22, da mesma resolução o DETRAN terá o prazo de 05 anos para se pronunciar a 
fim de aplicar a penalidade de suspensão ou cassação, ou seja, aquele que acumular 20 pontos 
no período de 12 meses, ou que cometer alguma infração sujeita a penalidade de suspensão, 
poderá responder pela suspensão ou cassação em até 05 anos da ocorrência do fato, este é o 
prazo prescricional da pretensão punitiva do DETRAN.
Por fim, perceba que existem dois requisitos para que seja deflagrado o processo administrativo: 
primeiro, o condutor deve possuir CNH, e nunca permissão, e segundo requisito é que o fato 
deve ter ocorrido no máximo a cinco anos.
Compartilho da ideia que este entendimento aplica-se ao inabilitado. 
2. Já que é possível dirigir por até 30 dias com a permissão vencida, o que acontece com o 
condutor que cometer infração gravíssima, grave ou reincidência em média neste período 
de prorrogação?
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Resposta: Nada, ou seja, não reiniciará todo o processo uma vez que já concluiu o estágio 
experimental, chamado permissão para dirigir, que tem validade de um ano.
De outra forma, este condutor tem direito a obtenção da CNH, uma vez que preencheu todos 
os pressupostos legais para obtê-la (direito adquirido).
3. Se o condutor cometer uma infração gravíssima um dia antes do requerimento, e tiver sua 
CNH concedida, existe a possibilidade da CNH ser cancelada?
Resposta: Sim. Uma vez que o documento foi expedido de maneira irregular. No CTB, apenas 
no art. 263, § 1º, se pronuncia a respeito da expedição irregular do documento de habilitação, 
veja a sua redação abaixo:
“263, § 1º Constatada, em processo administrativo, a irregularidade na expedição do 
documento de habilitação, a autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento.”
Medidas administrativas
As medidas administrativas estão na órbita de atribuições dos agentes de trânsito, portanto, 
passíveis de serem aplicadas no momento da ocorrência da infração, em um ato de fiscalização.
São verdadeiras medidas emergênciais, que favorecem a segurança viária.
Sendo assim, saiba que não constituem sanção, e sim, constrangimento de polícia, posicionando 
ao lado da sanção, complementando-a, como deixa certo, diga-se, o § 2º do art. 269.
Seu caráter acessório justifica a aplicação da multa sem a aplicação das medidas administrativas.
Na aplicação da medida administrativa não há de se falar em lesão a esfera de direito do 
administrado, este, sim, usou indevidamente o direito que possuía.
Como exemplo do acima exposto, podemos citar o condutor que estacionou seu veículo sobre 
uma calçada e este foi removido para o depósito público.
A pergunta é: será que este condutor sofreu uma lesão ao seu direto de propriedade ou será 
que foi ele que invadiu a esfera do interesse coletivo (segurança dos pedestres)?
Certamente foi o condutor que invadiu a esfera do interesse coletivo. Houve um abuso no uso 
do direito de dispor da sua propriedade.
Em virtude do exposto as medidas administrativas são aplicadas sem a necessidade de 
prévio processoadministrativo, o que não ocorre na aplicação das penalidades como visto 
anteriormente.
Neste momento é de extrema importância perceber que a forma que as medidas administrativas 
têm sido implementadas pelos órgãos de trânsito, não tem sido a forma que tem sido cobrada 
em provas de concursos públicos, que tem valorizado a literalidade sobre o tema.
Os órgãos e entidades que tem seus agentes trabalhando na fiscalização de trânsito, ao 
regulamentar o tema levam em consideração que as medidas administrativas, têm um caráter 
 
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emergencial, de sanar uma irregularidade momentânea, e sempre terão por objetivo prioritário 
a defesa da vida e a incolumidade física da pessoa.
Então perceba que embora o CTB não faça menção quanto a possibilidade ou não de se 
remover um veículo na presença de seu proprietário, isto apenas é permitido se o veículo 
estiver causando algum tipo de risco a sociedade. Porém, quando o tema é cobrado em provas 
de concurso público, saiba que quando um condutor comete uma infração que está sujeita a 
aplicação de medidas administrativas estas sempre são aplicadas.
Atualmente o tema encontra-se regulamentado nas Resoluções 371/2010 e 561/2015 do 
CONTRAN.
Perceba que as medidas administrativas diferentemente das penalidades se iniciam com 
as letras RET, consistindo em um interessante método de memorização, criado pelo ilustre 
professor Celso Luis Martins. Vejamos cada uma das medidas administrativas expressas na 
legislação de trânsito:
O CONTRAN, em sua Resolução 371/2010, nos dá algumas informações complementares a 
cerca do tema Medidas Administrativas, a saber:
Medidas administrativas são providências de caráter complementar, exigidas para a 
regularização de situações infracionais, sendo, em grande parte, de aplicação momentânea, 
e têm como objetivo prioritário impedir a continuidade da prática infracional, garantindo a 
proteção à vida e à incolumidade física das pessoas e não se confundem com penalidades.
Compete à autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e seus agentes aplicar as 
medidas administrativas, considerando a necessidade de segurança e fluidez do trânsito.
A impossibilidade de aplicação de medida administrativa prevista para infração não invalidará a 
autuação pela infração de trânsito, nem a imposição das penalidades previstas.
Retenção do veículo
É a retirada momentânea de um veiculo irregular de circulação para que uma irregularidade 
seja imediatamente sanada. Ainda quanto a retenção existe algumas peculiaridades que 
devemos levar em consideração, como por exemplo: se a irregularidade não puder ser sanada 
no local, se a retenção do veículo puder causar mais transtornos que sua liberação, o que fazer 
nesses casos.
Sendo assim, vejamos qual o procedimento previsto para o agente em cada situação específica:
a) Irregularidade pode ser sanada no local – autua e libera o veículo.
b) Irregularidade não pode ser sanada no local – autua, recolhe o CRLV e libera o veículo; ou 
autua e recolhe o veículo para o depósito, a depender da segurança do trânsito. Lembre-se 
que as medidas administrativas devem priorizar a defesa da vida.
c) Irregularidade não pode ser sanada no local, porém é mais seguro liberar o veículo – 
quando se tratar de veículo de transporte coletivo transportando passageiros ou veículo 
transportando produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condições de segurança 
para circulação em via pública, a critério do agente, não se dará a retenção imediata.
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Ainda quanto a medida administrativa de retenção de veículo, cabe ressaltar que conforme 
previsão no art. 104, § 5º, do CTB, aos veículos reprovados na inspeção de segurança e de 
emissão de gases poluentes e ruído será aplicada esta também deverá ser aplicada.
O CONTRAN tratou do tema em sua Resolução 371/2010. Vejamos:
Consiste na sua imobilização no local da abordagem, para a solução de determinada 
irregularidade.
A retenção se dará nas infrações em que esteja prevista esta medida administrativa e no caso 
de veículos reprovados na inspeção de segurança e de emissão de gases poluentes e ruídos.
Quando a irregularidade puder ser sanada no local onde for constatada a infração, o veículo 
será liberado tão logo seja regularizada a situação.
Na impossibilidade de sanar a falha no local da infração, o veículo poderá ser retirado, desde 
que não ofereça risco à segurança do trânsito, por condutor regularmente habilitado, mediante 
recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra recibo, notificando o condutor do 
prazo para sua regularização.
Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será recolhido ao 
depósito.
Após o recolhimento do documento pelo agente, a Autoridade de Trânsito do órgão autuador 
deverá adotar medidas destinadas ao registro do fato no Registro Nacional de Veículos 
Automotores (RENAVAM).
No prazo assinalado no recibo, o infrator deverá providenciar a regularização do veículo e 
apresentá-lo no local indicado, onde, após submeter-se a vistoria, terá seu CLA/CRLV restituído.
No caso de não observância do prazo estabelecido para a regularização, o agente da autoridade 
de trânsito deverá encaminhar o documento ao órgão ou entidade de trânsito de registro do 
veículo.
Havendo comprometimento da segurança do trânsito, considerando a circulação, o veículo, 
o condutor, os passageiros e os demais usuários da via, ou o condutor não sinalizar que 
regularizará a infração, a retenção poderá ser transferida para local mais adequado ou para o 
depósito do órgão ou entidade de trânsito.
Quando se tratar de transporte coletivo conduzindo passageiros ou de veículo transportando 
produto perigoso ou perecível, desde que o veículo ofereça condições de segurança para 
circulação em via pública, a retenção pode deixar de ser aplicada imediatamente.
Remoção do veículo
É um ato administrativo, com natureza de constrangimento de polícia (medida administrativa), 
que é formalizada num documento chamado termo de remoção.
O veículo será removido, nos casos previstos no CTB, para o depósito fixado pelo órgão ou 
entidade competente, com circunscrição sobre a via. A restituição dos veículos removidos só 
ocorrerá mediante o pagamento das multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de 
outros encargos previstos na legislação específica.
 
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Quanto à remoção do veículo remetemos o leitor ao item que trata da apreensão do veículo, 
para eventuais comparações.
Veja como o CONTRAN tratou do tema em sua Resolução 371/2010:
A remoção do veículo tem por finalidade restabelecer as condições de segurança e fluidez da 
via ou garantir a boa ordem administrativa. Consiste em deslocar o veículo do local onde é 
verificada a infração para depósito fixado pela autoridade de trânsito com circunscrição sobre 
a via.
A medida administrativa de remoção é independente da penalidade de apreensão e não se 
caracteriza como medida antecipatória da penalidade de apreensão.
A remoção deve ser feita por meio de veículo destinado para esse fim ou, na falta deste, 
valendo-se da própria capacidade de movimentação do veículo a ser removido, desde que haja 
condições de segurança para o trânsito.
A remoção do veículo não será aplicada se o condutor, regularmente habilitado, solucionar a 
causa da remoção, desde que isso ocorra antes que a operação de remoção tenha sido iniciada 
ou quando o agente avaliar que a operação de remoção trará ainda mais prejuízo à segurança 
e/ou fluidez da via.
Este procedimento somente se aplica para o veículo devidamente licenciado e que esteja em 
condições de segurança para sua circulação.
A restituição dos veículos removidos só ocorrerá após o pagamento das multas, taxas e despesas 
com remoção e estada, além de outros encargos previstos na legislação especifica.
Recolhimento da CNH, ACC e permissão
Oagente somente pode recolher os documentos de habilitação do condutor quando vier 
prevista na infração a medida administrativa de recolhimento ou por suspeita de inautenticidade 
ou adulteração. 
O CONTRAN tratou do tema em sua resolução 371/2010 da seguinte forma:
O recolhimento do documento de habilitação tem por objetivo imediato impedir a condução 
de veículos nas vias públicas enquanto perdurar a irregularidade constatada.
O recolhimento do documento de habilitação deve ser efetuado mediante recibo, sendo que 
uma das vias será entregue, obrigatoriamente, ao condutor.
O recibo expedido pelo agente não autoriza a condução do veículo.
O documento de habilitação deverá ser encaminhado ao órgão executivo de trânsito 
responsável pelo seu registro.
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Recolhimento do CRV
O agente somente pode recolher o documento de registro de um veículo quando vier prevista 
na infração a medida administrativa de recolhimento do CRV ou por suspeita de inautenticidade 
ou adulteração, além dos três casos previstos abaixo:
 • Deixar o responsável de promover a baixa do registro de veículo irrecuperável ou 
definitivamente desmontado, conforme o art. 240 do CTB.
 • Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo de trânsito competente a 
ocorrência de perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas placas e documentos, 
conforme o art. 243 do CTB.
 • Se a propriedade não for transferida em 30 dias, conforme o art. 233 do CTB.
Perceba que, embora o CRV não seja documento de porte obrigatório, o legislador previu o 
recolhimento deste documento como uma medida administrativa.
Na redação do CTB o documento de registro do veículo é um documento que não se confunde 
com o documento de licenciamento, porém o CONTRAN em sua Resolução 61/1998 exigiu 
que no documento de licenciamento devessem constar os campos do documento de registro, 
razão pela qual este documento não precisa ser de porte obrigatório. Quem define quais são os 
documentos de porte obrigatório é o CONTRAN, hoje em vigor a Resolução 205/2006.
Recolhimento do CRLV (art. 274)
O agente somente pode recolher o documento de registro e licenciamento de um veículo 
quando vier prevista na infração a medida administrativa de recolhimento do CRLV ou por 
suspeita de inautenticidade ou adulteração, além dos cinco casos previstos abaixo: – Deixar 
o responsável de promover a baixa do registro de veículo irrecuperável ou definitivamente 
desmontado, conforme o art. 240 do CTB.
 • Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo de trânsito competente a 
ocorrência de perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas placas e documentos, 
conforme o art. 243 do CTB.
 • Quando a irregularidade não puder ser sanada no local, conforme o art. 270, § 2º, do CTB.
 • Quando o licenciamento estiver vencido, conforme art. 274 do CTB.
 • Quando o veículo for apreendido, será recolhido desde logo o CRLV, conforme o art. 262, § 
1º, do CTB.
O CONTRAN em Resolução 371/2010, tratou do tema da seguinte forma:
Consiste no recolhimento do documento que certifica o licenciamento do veículo com o 
objetivo de garantir que o proprietário promova a regularização de uma infração constatada.
Deve ser aplicada nos seguintes casos:
 • quando não for possível sanar a irregularidade, nos casos em que esteja prevista a medida 
administrativa de retenção do veículo;
 
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 • quando houver fundada suspeita quanto à inautenticidade ou adulteração; 
 • quando estiver prevista a penalidade de apreensão do veículo na infração.
De acordo com a Resolução do CONTRAN nº 61/1998, o CLA é o Certificado de Registro e 
Licenciamento de Veículos (CRLV).
Todo e qualquer recolhimento de CLA deve ser documentado por meio de recibo, sendo que 
uma das vias será entregue, obrigatoriamente, ao condutor.
Após o recolhimento do documento pelo agente, a Autoridade de Trânsito do órgão autuador 
deverá adotar medidas destinadas ao registro do fato no RENAVAM.
Transbordo do excesso de carga (art. 275)
A medida administrativa de transbordo está relacionada com a infração de trânsito relativa a 
excesso de peso tanto no PBT como nos eixos.
O transbordo da carga com peso excedente é condição para que o veículo possa prosseguir 
viagem e será efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa aplicável.
Não sendo possível desde logo atender ao disposto, o veículo será recolhido ao depósito, sendo 
liberado após sanada a irregularidade e pagas as despesas de remoção e estada.
A critério do agente, observadas as condições de segurança, poderá ser dispensado o 
remanejamento ou transbordo de produtos perigosos, produtos perecíveis, cargas vivas e 
passageiros, conforme art. 8º da Resolução 258 do CONTRAN.
Recolhimento de Animais que se Encontrem Soltos nas Vias e na Faixa de 
Domínio das Vias de Circulação
Esta medida administrativa consiste no recolhimento de animais soltos nas vias ou nas faixas 
de domínio, com o objetivo de garantir a segurança dos usuários, evitando perigo potencial 
gerado à segurança do trânsito.
O animal deverá ser recolhido para depósito fixado pelo órgão ou entidade de trânsito 
competente, ou, excepcionalmente, para instalações públicas ou privadas, dedicadas à guarda 
e preservação de animais. 
O recolhimento deixará de ocorrer se o responsável, presente no local, se dispuser a retirar o 
animal.
Acúmulo de penalidades
Perceba que a regra trazida pelo legislador do CTB, em seu art. 266, foi a cumulatividade das 
autuações, ou seja, aquele que cometer duas ou mais infrações de trânsito, em regra, sofrerá 
uma autuação para cada conduta prevista na legislação de trânsito como infração.
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O tema é bastante simples e surge o seguinte questionamento: se um condutor cometer duas 
infrações, responde pelas duas ou apenas pela mais grave?
Deve-se observar a regra, a fim de responder esta indagação, como a regra é o acúmulo, então 
a resposta seria: responderá pelas duas.
No entanto, surgirão situações onde as infrações não se acumularão.
Desta forma, vamos trabalhar situações onde ora as infrações se acumulam ora não se 
acumulam, analisando alguns casos concretos já trabalhados em provas.
Vamos analisar as seguintes situações:
a) Condutor que não está usando o cinto de segurança em veículo que não possui cinto de 
segurança no banco do condutor.
b) Condutor que não possui o documento de habilitação dirigindo veículo de terceiros
c) Limpador de para-brisa queimado e, portanto, que não foi acionado sob chuva.
d) Tacógrafo, que é um equipamento obrigatório, inoperante.
e) Não possuir CNH e falta de documento de porte obrigatório.
A análise a ser feita é de quem é a responsabilidade pelas infrações descritas: se é do proprietário 
ou se é do condutor. Caso haja responsáveis distintos, as penalidades sempre acumular-se-ão, 
ou seja, haverá duas autuações, e em autos de infração distintos.
No entanto, quando as infrações são de responsabilidade de uma mesma pessoa, ou seja, 
ambas são de responsabilidade do condutor, ou ambas são de responsabilidade do proprietário, 
usa-se a teoria penalista de conflito aparente de normas.
Através desta teoria aplica-se a norma conjuntiva em detrimento da consumida, a especial em 
detrimento da geral e a principal no lugar da subsidiária.
Vamos analisar as situações acima descritas, a luz das informações contidas acima:
a) Condutor sem cinto de segurança (infração de condutor) em veículo que não possui cinto 
no banco do condutor (infração de proprietário) – devem ser lavrados dois autos de infração 
por força do art. 257, § 1º.
b) Condutor que não possui habilitação (infração de condutor, art. 162, I) dirigindo veículo de 
terceiros (infração de proprietário, art. 164) – devem ser lavrados dois autosde infração 
por força do art. 257, § 1º.
c) Limpador de para-brisa queimado (infração de proprietário, 230, IX) e não acionado sob 
chuva (infração de condutor, 230, XIX) – devem ser lavrados dois autos de infração por 
força do art. 257, § 1º.
d) Tacógrafo, que é um equipamento obrigatório, inoperante. Tanto tacógrafo defeituoso 
(230, XIV) como equipamento obrigatório inoperante são infrações de responsabilidade do 
proprietário neste caso devemos ficar com a mais específica, prevista no art. 230, XVI.
 
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e) Não possuir CNH (art. 162, I) e falta de documento de porte obrigatório (art. 232). As duas 
infrações descritas são de responsabilidade do condutor, desta forma devemos apenas 
aplicar a norma conjuntiva do art. 162, I, pois a do art. 232 está contida na norma acima.
Embora a regra seja o acúmulo das infrações, não se pode desprezar o mandamento do art. 
257 § 1º, que nos informa que aos proprietários e condutores de veículos serão impostas 
concomitantemente as penalidades de que trata o Código de Trânsito Brasileiro toda vez 
que houver responsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber observar, 
respondendo cada um de per si pela falta em comum que lhes for atribuída.
Ainda nesta seara, podemos citar as informações trazidas pelo CONTRAN em sua Resolução 
371/2010, a saber:
Autuação é ato administrativo da Autoridade de Trânsito ou seus agentes quando da constatação 
do cometimento de infração de trânsito, devendo ser formalizado por meio da lavratura do AIT. 
O AIT é peça informativa que subsidia a Autoridade de Trânsito na aplicação das penalidades e 
sua consistência está na perfeita caracterização da infração, devendo ser preenchido de acordo 
com as disposições contidas no artigo 280 do CTB e demais normas regulamentares, com 
registro dos fatos que fundamentaram sua lavratura.
Quando a configuração de uma infração depender da existência de sinalização específica, 
esta deverá revelar-se suficiente e corretamente implantada de forma legível e visível. Caso 
contrário, o agente não deverá lavrar o AIT, comunicando à Autoridade de Trânsito com 
circunscrição sobre a via a irregularidade observada.
Quando essa infração dependa de informações complementadas estas devem constar do 
campo de observações.
O AIT não poderá conter rasuras, emendas, uso de corretivos, ou qualquer tipo de adulteração. 
O seu preenchimento se dará com letra legível, preferencialmente, com caneta esferográfica de 
tinta preta ou azul.
Poderá ser utilizado o talão eletrônico para o registro da infração conforme regulamentação 
específica.
O agente só poderá registrar uma infração por auto e, no caso da constatação de infrações em 
que os códigos infracionais possuam a mesma raiz (os três primeiros dígitos), considerar-se-á 
apenas uma infração.
Exemplo: condutor e passageiro sem usar o cinto de segurança, lavrar somente o auto de 
infração com o código 518-51 e descrever no campo “Observações‟ a situação constatada 
(condutor e passageiro sem usar o cinto de segurança).
As infrações simultâneas podem ser concorrentes ou concomitantes:
São concorrentes aquelas em que o cometimento de uma infração, tem como conseqüência o 
cometimento de outra.
Por exemplo: ultrapassar pelo acostamento (art. 202) e transitar com o veículo pelo 
acostamento (art. 193).
Nestes casos o agente deverá fazer um único AIT que melhor caracterizou a manobra observada.
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São concomitantes aquelas em que o cometimento de uma infração não implica no 
cometimento de outra na forma do art. 266 do CTB.
Por exemplo: deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do 
trânsito ao ultrapassar ciclista (art. 220, XIII) e não manter a distância de 1,50m ao ultrapassar 
bicicleta (art. 201).
No caso de estacionamento irregular e que, por motivo operacional, a remoção não possa 
ser realizada, será lavrado somente um AIT, independentemente do tempo que o veiculo 
permaneça estacionado, desde que o mesmo não se movimente neste período.
O agente de trânsito, sempre que possível, deverá abordar o condutor do veículo para constatar 
a infração, ressalvado os casos onde a infração poderá ser comprovada sem a abordagem. Para 
esse fim, o Manual estabelece as seguintes situações:
Caso 1: “possível sem abordagem” – significa que a infração pode ser constatada sem a 
abordagem do condutor.
Caso 2: “mediante abordagem” – significa que a infração só pode ser constatada se houver a 
abordagem do condutor.
Caso 3: “vide procedimentos” – significa que, em alguns casos, há situações específicas para 
abordagem do condutor.
O AIT deverá ser impresso em, no mínimo, duas vias, exceto o registrado em equipamento 
eletrônico.
Uma via do AIT será utilizada pelo órgão ou entidade de trânsito para os procedimentos 
administrativos de aplicação das penalidades previstas no CTB. A outra via deverá ser entregue 
ao condutor, quando se tratar de autuação com abordagem, ainda que este se recuse a assiná-lo.
Na autuação de veículo estacionado irregularmente, sempre que possível, será fixada uma via 
do AIT no parabrisa do veiculo e, no caso de motocicletas e similares, no banco do condutor.
Nas infrações cometidas com combinação de veículos, preferencialmente será autuada a 
unidade tratora. Na impossibilidade desta, a unidade tracionada.
Equívocos legislativos
O legislador em diversas infrações de trânsito retirou do agente a possibilidade de agir, em 
virtude de lacunas criadas no CTB.
O que tem acorrido, na prática, é a usurpação de competências, pois o administrador público, 
com a desculpa que o tema não pode ficar sem regulamentação cria procedimentos para 
impedir que veículos irregulares sigam viagem, ainda que a lei lhes permita.
Como exemplo do disposto, poderíamos citar a conduta de conduzir veículo com as lâmpadas 
queimadas, prevista no art. 230, XXII, onde ainda que seja flagrado nesta circunstância, à noite, 
não há o que se fazer por falta de previsão legal.
 
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Em casos como este os agentes de trânsito, cumprindo ordens internas, normalmente, fazem 
a retenção do veículo, com fundamentação no art. 269, § 1º, do CTB, que nos informa que as 
medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes 
terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa.
É de se ressaltar que embora haja a menção de que as medidas administrativas serão aplicadas 
a fim de preservar vidas, não se pode imaginar que os agentes de trânsito têm a sua disposição 
todas as medidas administrativas, aplicando a que entender necessário a cada caso concreto.
Não é essa a ideia do dispositivo, o que quis ressaltar o legislador é que as medidas 
administrativas previstas não serão aplicadas, de imediato, como determina a norma, causando 
um constrangimento ao condutor sem uma fundamentação, que seria a manutenção da 
segurança viária. 
De outra forma, fazendo uma análise um pouco mais técnica, a luz do Direito Administrativo. 
Quando nos estudamos os atributos do Poder de Polícia, pode-se encontrar dentre eles a 
auto-executoriedade, que nos informa que a administração pode agir de forma imediata, sem 
socorrer-se da autorização judicial.
Esta informação deve ser entendida nos seus devidos termos, uma vez que, em regra, quando 
se causa qualquer constrangimento a terceiros, deve-se dar ao particular o direito de contestar 
a atuação administrativa através de um devido processo legal.
No entanto, situações emergenciais, como prédios que ameaçam a desmoronar, alimentos 
estragados, veículos que estejam atentando contra a segurança viária, poderia o Estado agir de 
forma imediata, sem a instauração do devido processo legal, uma vez que este iria assegurar o 
direito individual e prejudicar o interesse da coletividade.
Finalmente, não se pode imaginar que a supressãodo devido processo legal, impede que as 
ações da Administração Pública sofram controle.

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