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1 ATUALIZADO EM 11.02.21 Versão Gratuita 2 SUMÁRIO ATENÇÃO ....................................................................................................................... 3 LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO ........................................................................................ 4 CTB ........................................................................................................................................... 4 DOS CRIMES DE TRÂNSITO .................................................................................................. 4 DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO ............................................................................. 11 INFRAÇÕES DE TRÂNSITO (PRINCIPAIS) .......................................................................... 11 DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................................................ 17 NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ............................................................... 17 ATO ADMINISTRATIVO ......................................................................................................... 18 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..................................................................... 20 DIREITO PENAL ........................................................................................................... 21 PRINCÍPIOS BÁSICOS .......................................................................................................... 21 ÉTICA E CIDADANIA ................................................................................................... 24 ÉTICA X MORAL .................................................................................................................... 24 POLÍTICA DE GOVERNANÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL (DECRETO Nº 9.203/2017) – PRINCIPAIS ASPECTOS ................................................................................ 24 3 ATENÇÃO 1. O Resumão 2021 é um material desenvolvido para elevar sua nota em até 30 pontos líquidos na prova da PRF, focando em um texto objetivo e enxuto, que deve ser memorizado pelo candidato. Na última prova da PRF, acertamos dezenas de questões da prova como Resumão. 2. Nesta edição gratuita, colocamos alguns tópicos mais relevantes de 4 disciplinas. O objetivo não é abordar tudo, mas sim o que for relevante para a prova. 3. O material foi elaborado focando, principalmente, na pertinência temática do cargo da PRF e naquilo que tem maior chance de ser cobrado em prova. 4. Trata-se de um material que tem por objetivo fazer com que você estude rapidamente os tópicos com maior probabilidade para a prova da PRF, sobretudo quando restam poucos dias para a prova. 5. Leia, releia e faça anotações. Preocupe-se em memorizar os conceitos, mesmo que não façam sentido para você. Esta é a versão GRATUITA. Nela você terá acesso a alguns tópicos de Trânsito, de Administrativo, Penal e de Ética. Estudando tais tópicos, você certamente irá conseguir aumentar sua pontuação na prova da PRF. Tenha acesso a VERSÃO COMPLETA: • LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO (INCLUINDO RESOLUÇÕES) • DIREITO ADMINISTRATIVO • DIREITO CONSTITUCIONAL • DIREITO PENAL • DIREITO PROCESSUAL PENAL • LEGISLAÇÃO ESPECIAL • DIREITOS HUMANOS • LÍNGUA PORTUGUESA • INFORMÁTICA • ÉTICA E CIDADANIA • GEOPOLÍTICA • LÍNGUA ESTRANGEIRA (Inglês e Espanhol) ACESSE: https://quebrandoasbancas.com/esperancafinal 4 LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO Antes de adentramos no estudo, é preciso que você entenda uma coisa: o CTB prevê crimes, cujas penas são aplicadas pelo judiciário, e prevê também infrações de trânsito, aplicadas pelas autoridades de trânsito. Tanto os crimes quanto as infrações podem sujeitar o indivíduo à suspensão do direito de dirigir. Do mesmo modo, tanto os crimes quanto as infrações poderão sujeitar o indivíduo à multa. A esfera criminal e a esfera administrativa são distintas e independentes, o que não impede que um fato possa caracterizar, ao mesmo tempo, um crime de trânsito e uma infração de trânsito (a exemplo da alcoolemia). Necessário saber que a banca, para confundir você, poderá trocar “detenção” por “reclusão”, e vice versa. A reclusão é mais grave (lembre-se do som de hard – “rardi”, para memorizar que reclusão é mais pesado). Detenção é mais leve. Outro ponto importante de você saber: os crimes de menor potencial ofensivo, que incluem os previstos no CTB com pena de até 02 anos, poderão ser submetidos ao Juizado Especial Criminal, com algumas benesses para o réu. Em tais casos, não há inquérito policial, mas Termo de Constatação de Ocorrência Criminal, que é confeccionado pelo próprio PRF, sem a necessidade de conduzir a pessoa presa em flagrante para a Polícia Judiciária. Por essa razão, é interessante que você fique atento aos crimes que se enquadram como de menor potencial ofensivo. A PRF consolidou a legislação de trânsito por meio do seguinte link: https://www.gov.br/prf/pt-br/acesso-a-informacao/servidores-1/concursos-e- selecoes/concurso-2021/legislacao-de-transito OBSERVAÇÃO FINAL: OS PONTOS QUE FORAM MODIFICADOS PELA LEI 14.071/20 ESTÃO COM FUNDO AZUL. CTB DOS CRIMES DE TRÂNSITO Disposições Gerais § Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se o CTB não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 (lei dos Juizados Especiais Criminais – para crimes de menor potencial ofensivo), no que couber. 5 § Quando o agente cometer crime de lesão corporal culposa e estiver nas situações abaixo, não se aplica a composição civil dos danos e não se aplica a propositura da aplicação imediata da pena restritiva de direitos (da Lei 9.099/05). Nos casos abaixo, também independe de representação da vítima (são crimes de ação penal pública incondicionada). ü sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; ü participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; ü transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). § Nos casos acima, não cabe TCO (termo circunstanciado de ocorrência criminal), devendo ser instaurado inquérito policial! Memorize a lista acima. (CESPE/2019/PRF) Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo manobras arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve colisão dos veículos, o que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte. Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro, julgue o item a seguir. Por se tratar de lesão corporal de natureza culposa, é vedada a instauração de inquérito policial para apurar as condutas de Godofredo e Antônio, bastando a realização dos exames médicos da vítima e o compromisso dos autores em comparecer a todos os atos necessários junto às autoridades policial e judiciária. Gabarito: Errado. § A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades. § A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos. § A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional. § Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidadepara a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. 6 § Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. § Multa reparatória: consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no CP, sempre que houver prejuízo material resultante do crime. A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo. § Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado. § Circunstâncias agravantes das penalidades dos crimes (sempre agravam) § Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; § Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; § Sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; § Com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo; § Ter o condutor do veículo cometido infração quando sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga; § Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; § Sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres. (CESPE/2019/PRF) Alfredo, conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou um pedestre. Alessandro, dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira de habilitação permitia, causou lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo. Nessas situações, as penas impostas a Alfredo e a Alessandro serão agravadas, devendo o juiz aplicar as penas-base com especial atenção à culpabilidade e às circunstâncias e consequências do crime. Gabarito: Certo. § Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. Dos Crimes em Espécie Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: § Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 7 § A pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: ü não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; ü praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; ü deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; ü no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. § Se, ao praticar o homicídio culposo, o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: ü Penas – reclusão (reclusão é mais grave que detenção), de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: § Detenção, de seis meses a dois anos (cabe TCO – crime de menor potencial ofensivo) e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: ü não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; ü praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; ü deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; ü no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. § A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos (não cabe TCO), sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: § Penas - detenção, de seis meses a um ano (cabe TCO), ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. 8 § Se ele praticar lesão corporal ou homicídio culposo e não prestar socorro, não será enquadrado neste delito, pois há tratamento específico, como vimos acima (em que a pena é aumentada de 1/3 à metade). § Ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves, ele responderá criminalmente. § Atenção: se houver um acidente e uma pessoa não envolvida deixar de prestar socorro, aplica-se a omissão do Código Penal: Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída: § Penas - detenção, de seis meses a um ano (cabe TCO), ou multa. § Afastar-se para receber atendimento médico ou por temor de ser agredido pela vítima não configura o crime em questão. É necessário que esteja presente a intenção de fugir da responsabilidade. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: § Penas - detenção, de seis meses a três anos (não cabe TCO), multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § Quando o crime estará configurado: ü concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou § Obs.: essa é a previsão do CTB, que não considera a margem de erro do aparelho. Na parte das resoluções retornaremos a esse tema. ü sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora. § A verificação poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. § É crime de perigo abstrato (não precisa demonstrar perigo de dano). 9 Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código: § Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa (cabe TCO), com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição. § Entende-se que o crime só se caracteriza com suspensão judicial do direito de dirigir ou proibição. § Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no CTB, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstraçãode perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada: § Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos (não cabe TCO), multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § Se da prática do crime em questão resultar lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão (mais grave), de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas. § Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: § Penas - detenção, de seis meses a um ano, (cabe TCO) ou multa. § Atenção: para o crime se configurar, não basta não ser habilitado, deve gerar perigo de dano. Isso deverá ser comprovado (exemplo: causou um acidente). Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança: § Penas - detenção, de seis meses a um ano, (cabe TCO) ou multa. 10 § Para o crime acontecer, independe de perigo de dano. O mero “permitir”, “confiar” ou “entregar” já caracteriza o crime, pois se trata de crime de perigo abstrato. § Frise-se: é desnecessária a ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano: § Penas - detenção, de seis meses a um ano, (cabe TCO) ou multa. § Aqui, exige-se perigo de dano. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: § Penas - detenção, de seis meses a um ano, (cabe TCO) ou multa. § O indivíduo responde criminalmente, ainda que não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo. Exemplo: indivíduo causa um acidente, lesionando levemente uma pessoa, e paga um terceiro para assumir a culpa. Trata-se de tópico com bastante pertinência para a PRF. § Necessária estar presente a finalidade: induzir a erro o agente policial, perito ou juiz. Não havendo essa finalidade, o crime não se caracteriza. Para os crimes acima previstos, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades: § I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; § II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados; § III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito; § IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito. 11 DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO Disposições Gerais: O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. Nomenclaturas: § DNIT: órgão executivo rodoviário da União. § DENATRAN: órgão máximo executivo de trânsito da União. § DETRAN: órgãos estaduais executivos de trânsito. Composição do SNT: § o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo; § os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; § os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; § os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; § a Polícia Rodoviária Federal; § as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e § as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI. O Presidente da República designará o ministério (Ministério da Infraestrutura) ou órgão da Presidência responsável pela coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão máximo executivo de trânsito da União (DENATRAN). INFRAÇÕES DE TRÂNSITO (PRINCIPAIS) Alerta: não é comum o CEBRASPE cobrar detalhes como a gravidade da infração. Contudo, é interessante que você fique atento às situações que envolvem medidas administrativa e às penalidades, como suspensão. 12 Infração: dirigir veículo sem estar habilitado § É gravíssimo e punido com multa. § Medida administrativa: retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado. § Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o veículo sofre as mesmas consequências. Infração: dirigir veículo com CNH/permissão/autorização cassada ou com suspensão do direito de dirigir § É gravíssimo e punido com multa. § Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado. § Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o veículo sofre as mesmas consequências. Infração: dirigir veículo de categoria diferente para o qual está habilitado § É gravíssimo e punida com multa. § Medida administrativa: retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado. § Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o veículo sofre as mesmas consequências. Infração: CNH vencida há maios de 30 dias § É gravíssimo e punido com multa. § Medida administrativa: recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado. § Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o veículo sofre as mesmas consequências. Infração: sem usar lentes, aparelho de audição, prótese ou adaptação no veículo necessária § É gravíssimo e punido com multa. 13 § Medida administrativa: retenção do veículo até o saneamento da irregularidade ou apresentação de condutor habilitado. § Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o veículo sofre as mesmas consequências. Infração: dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência § É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir por 12 meses. § Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo. § Não se apresentando condutor habilitado no local da infração,o veículo será removido a depósito. § Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. Infração: recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa § É gravíssimo e munido com multa + suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. § Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo. § Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será removido a depósito. § Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. Infração: Conduzir veículo para o qual seja exigida habilitação nas categorias C, D ou E sem realizar o exame toxicológico, após 30 (trinta) dias do vencimento do prazo estabelecido § É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir por 3 meses. A retirada da suspensão depende de um teste com resultado negativo incluído no Renach. § Incorre na mesma penalidade o condutor que exerce atividade remunerada ao veículo e não comprova a realização de exame toxicológico por ocasião da renovação do documento de habilitação nas categorias C, D ou E. 14 Infração: confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em condições de dirigi- lo com segurança § É gravíssimo e punido com multa. Infração: deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança § É grave e punido com multa. § Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo infrator. Infração: transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código (exemplo – bebê transportado no colo da mãe) § É gravíssimo e punido com multa. § Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada. Infração: dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos § É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir. § Medida administrativa: retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação. Infração: disputar corrida § É infração gravíssima punida com multa + suspensão do direito de dirigir. § Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo. § No texto do CTB, consta como medida a “apreensão”. Contudo, desde 2016 ela não existe mais. § Aplica-se em dobro a multa prevista no caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. Infração: promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via 15 § É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir. § Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir. § Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo. § As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes. § Aplica-se em dobro a multa prevista em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. Infração: utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus § É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir. § Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo. § Aplica-se em dobro a multa prevista em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. Infração: deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes § É infração grave punida com multa. § Atente-se que, nesse caso, o condutor não está envolvido no acidente. Infração: fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública, salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja devidamente sinalizado § I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido: ü É infração grave punida com multa. ü Medida administrativa: remoção do veículo. § II - nas demais vias: ü É infração leve punida com multa. ü Não há medida administrativa prevista. Infração: veículo imobilizado na via por falta de combustível § Infração média punida com multa. § Medida administrativa - remoção do veículo. 16 Infração: ultrapassar pela contramão outro veículo em curvas, aclives (sem visibilidade), faixas de pedestres, pontes, túneis faixa dupla contínua ou simples amarela § É infração gravíssima munida com multa. § Aplica-se em dobro a multa prevista em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses da infração anterior. § Atente-se: ultrapassagem irregular como é punida com multa; ultrapassagem forçada é punida com multa + suspensão. Infração: avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória, exceto onde houver sinalização que permita a livre conversão à direita § É infração gravíssima punida com multa. Infração: transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar de adentrar às áreas destinadas à pesagem de veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento do pedágio § É infração grave punida com multa. Infração: transpor, sem autorização, bloqueio viário policial § É infração gravíssima punida com multa e suspensão do direito de dirigir. § Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do documento de habilitação. Infração: transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias Quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cinquenta por cento): § § É infração gravíssima munida com multa e suspensão do direito de dirigir. § 17 DIREITO ADMINISTRATIVO NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA § OBSERVAÇÃO: temos aqui muitos conceitos abstratos, que demandariam muitas páginas para traduzir isso de uma forma didática, o que não coaduna com o propósito do Resumão. Assim sendo, a dica é: memorize, mesmo sem entender. § Na Administração Pública Direta, temos a atividade administrativa centralizada em seus próprios órgãos. A PRF está dentro da Administração direta. Já na Administração Pública Indireta, os serviços são descentralizados, sendo exercidos pelas Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Públicas, etc. o No ano de 2018, em prova da PC-ES, o CESPE considerou correta a afirmação a seguir: “A centralização consiste na execução de tarefas administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos e integrantes da administração pública direta”. o Em 2017, o CESPE considerou correta a seguinte afirmação: “Administração direta remete à ideia de administração centralizada, ao passo que administração indireta se relaciona à noção de administração descentralizada”. o Já em 2016, considerou correta a seguinte assertiva: “A centralização consiste na execução das tarefas administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos integrantes da administração direta”. § Descentralização: a descentralização administrativa é efetivada por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. § Concentração e centralização: estão relacionadas à ideia geral de distribuição de atribuições de tarefas da periferia para o centro. § Desconcentração e descentralização: estão relacionadas à ideia geral de distribuição de atribuições do centro paraa periferia. A desconcentração administrativa ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica, para distribuição interna de competências, entre seus próprios órgãos ou departamentos, que podem ser criados. § Autarquias: têm por característica a necessidade de serem criadas por lei, terem personalidade jurídica de direito público, terem patrimônio próprio, terem capacidade de autoadministração, submeterem-se a controle do poder público e desempenharem funções tipicamente públicas. Fazem parte da Administração Pública Indireta, sendo o INSS e o IBAMA exemplos. Não há relação de subordinação entre as autarquias e a Administração Direta. O controle é finalístico. 18 ATO ADMINISTRATIVO § São os requisitos ou elementos do ato administrativo (COFIFO-M-O): ü Competência ü Finalidade ü Forma ü Motivo ü Objeto § Competência: é o poder atribuído ao agente administrativo para que o mesmo desempenhe suas funções, advindo da lei ou do decreto autônomo (emitido pelo Presidente da República). A competência é o conjunto de atribuições conferidas aos ocupantes de um cargo, emprego ou função pública. Trata-se de elemento vinculado do ato administrativo, mesmo que esse ato seja discricionário. A competência é intransferível e irrenunciável, mas a execução do ato pode ser delegada, para agentes ou órgãos de mesma ou de inferior hierarquia, ou mesmo avocada, de agentes ou órgãos subordinados. § Finalidade: a finalidade do ato administrativo é satisfazer o interesse público e atender ao escopo previsto na lei. Trata-se de elemento vinculado. Trata-se de elemento vinculado do ato administrativo. § Forma: é o modo de exteriorização do ato, tal como o edital de um concurso público. Trata-se de elemento vinculado do ato administrativo. § Motivo: segundo Di Pietro, motivo é definido como pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. Pressuposto de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato. Pressuposto de fato, como o próprio nome indica, corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato. Na última prova da PRF, sobre motivo, a seguinte afirmativa foi considerada correta: “Tanto a inexistência da matéria de fato quanto a sua inadequação jurídica pode configurar o vício de motivo de um ato administrativo”. § Objeto: É o fim imediato do ato, representando o resultado prático do ato administrativo. Pode ser vinculado ou discricionário. § Convalidação e ratificação do ato administrativo: o ato praticado por agente incompetente pode ser convalidado por aquele que tem a competência, “sanando a incompetência”. Nesse caso, a convalidação é chamada de ratificação. Quando estivermos diante de um caso de competência exclusiva (indelegável), não será possível a ratificação. A ratificação é ato administrativo discricionário da autoridade competente. § São atributos do Ato Administrativo: PAI ü Presunção de legitimidade e veracidade; ü Autoexecutoriedade; ü Imperatividade. 19 ** Para alguns autores, a tipicidade e a exigibilidade também seriam atributos. Em prova de 2019, o CEBRASPE considerou correta a seguinte questão: “De acordo com a doutrina administrativista clássica e majoritária, são atributos dos atos administrativos a presunção de legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade”. § Presunção de legitimidade e veracidade: é o atributo ou característica do ato administrativo que assegura que o ato é verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou defeitos, até que se prove o contrário. A pessoa que alega que o ato tem vício é que deve comprovar. § Autoexecutoriedade: como característica ou atributo do ato administrativo, tem como elementos a exigibilidade e a executoriedade, as quais garantem o cumprimento das decisões administrativas sem que seja necessária a intervenção do Poder Judiciário. § Imperatividade: os atos administrativos podem ser impostos a terceiros independentemente da concordância destes. Todavia, não são todos os atos que gozam desse atributo. § Tipicidade: é o atributo conforme o qual o ato administrativo deve corresponder a uma figura definida previamente pela lei como apta a produzir determinados resultados. § Ato administrativo discricionário/vinculado: sendo o ato administrativo discricionário, órgão público ou agente público tem liberdade para praticá-lo, respeitados os limites da lei e dos princípios administrativos; sendo o ato vinculado, o administrador vincula-se às determinações da lei (temos menos liberdade de escolha. ü Licença, admissão, homologação são exemplos de atos vinculados. ü Permissão, autorização, aprovação e renúncia são exemplos de atos discricionários (quando tem “R”, normalmente é discricionário). § Espécies de ato administrativo: ü Trata-se de circular o ato administrativo pelo qual as autoridades superiores transmitem ordens uniformes a funcionários subordinados. Veicula regras de caráter concreto. ü Trata-se de portaria o ato administrativo pelo qual as autoridades de nível inferior ao Chefe do Poder Executivo expedem orientações gerais ou especiais aos respectivos subordinados ou designam servidores para o desempenho de certas funções ou determinam a abertura de sindicância e processo administrativo. ü Licença é o ato pelo qual a administração pública faculta, de forma unilateral e vinculada, a um cidadão exercer determinada atividade para a qual preencha os requisitos legais. ü Autorização é o ato segundo o qual o Poder Pública aprecia, discricionariamente, a pretensão do particular em face do interesse público. 20 Como exemplo, podemos citar a concessão de autorização para porte de arma, que consiste em ato discricionário e precário, podendo ser revogada a qualquer momento. ü A homologação é ato administrativo unilateral e vinculado, praticado a posteriori, pelo qual a administração pública reconhece a legalidade de um ato jurídico, tal como ocorre na homologação de procedimento licitatório. ü Permissão é ato administrativo unilateral, discricionário e precário, através do qual a Administração Pública faculta ao particular interessado a utilização de bem público ou a prestação de serviço público. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA § O controle judicial dos atos administrativos é restrito a aspectos de legalidade, sendo vedada a análise do mérito administrativo pelo Poder Judiciário. *** O CEBRASPE considerou correta a seguinte afirmativa: “Embora exerça controle de atos administrativos ao avaliar os limites da discricionariedade sob os aspectos da legalidade, é vedado ao Poder Judiciário exercer o controle de mérito de atos administrativos, pois este é privativo da administração pública”. A seguinte afirmativa também foi considerada correta: “O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos administrativos por ele mesmo produzidos”. § A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial (Súmula 473 do STF). § Cabe ao Poder Legislativo o poder-dever de controle financeiro das atividades do Poder Executivo, o que implica a competência daquele para apreciar o mérito do ato administrativo sob o aspecto da economicidade. 21 DIREITO PENAL PRINCÍPIOS BÁSICOS Princípio da retroatividade penal benéfica: § Em regra, aplicam-se ao fato as leis vigentes na época do fato. § Contudo, lei posterior benéfica poderá retroagir para beneficiar o réu. § Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Veja a questão abaixo: Situação hipotética: Joãocometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que agravou a pena do crime por ele cometido. Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa. Resposta: ERRADO, pois trata-se de crime permanente, devendo ser aplicada a lei mais grave, conforme S. 711 do STF. Princípio da insignificância: § Se a conduta do agente lesar ou expuser a perigo de lesão de forma insignificante os bens jurídicos, cabe a aplicação do princípio da insignificância. § O princípio da insignificância atua como causa de exclusão da tipicidade penal (tipicidade material). § Para o STF, temos os seguintes requisitos para aplicação do princípio da insignificância (MARI): ü Mínima ofensividade da conduta; ü Ausência de periculosidade social da ação; ü Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; ü Inexpressividade da lesão jurídica provocada. § Insignificância no descaminho – tanto para o STF como o STJ: 20 mil reais o valor limite para que o fato seja considerado insignificante. § O princípio da insignificância é também conhecido como o princípio da bagatela própria. § Diferença entre bagatela própria x imprópria: A bagatela imprópria não afasta o crime, mas sim a aplicação da pena. Já a bagatela própria afasta o próprio crime (é como se o crime não tivesse existido), ao excluir a tipicidade material do fato. 22 Princípio da continuidade típico normativa: § Ocorre apenas um redirecionamento de um tipo para outro, não havendo sua descriminalização. § Difere da abolicio criminis, a qual trata da hipótese em que uma lei nova destipifica, em parte ou totalmente, um fato que era anteriormente definido como crime. § Exemplo: de continuidade típico-normativa – atentado violento ao pudor (art. 214 do antigo Código Penal), que foi revogado pela lei 12.015/09. Podemos dizer que tal conduta não deixou de ser considerada crime, mas sim que ela apenas “migrou” para o tipo penal do crime de estupro, disciplinado pelo artigo 213 do atual Código Penal. Princípio da Intervenção mínima: § O princípio da intervenção mínima é aquele segundo o qual o direito penal só deve atuar quando os demais ramos do direito forem insuficientes para proteção do bem jurídico tutelado. § O CEBRASPE considerou correto que: “O direito penal só deve se preocupar com a proteção dos bens jurídicos mais essenciais à vida em sociedade, constituindo a sua intervenção a ultima ratio, ou seja, tal intervenção somente será exigida quando não se fizer suficiente a proteção proporcionada pelos demais ramos do direito. Tal conceito tem relação com o princípio da intervenção mínima”. Princípio da fragmentariedade: § Princípio segundo o qual o Direito Penal deve tipificar apenas um pequeno número de condutas, especialmente aquelas que forem mais graves e praticadas contra bens jurídicos mais relevantes. Esse princípio atua conjuntamente com o da intervenção mínima. Princípio da legalidade: § Não há crime sem lei anterior que o defina. Portanto, medida provisória ou decreto não podem criar crime, apenas lei emanada do Congresso Nacional. § É o princípio segundo o qual as leis devem obedecer às formas e aos procedimentos exigidos na criação da lei penal, bem como na elaboração de seu conteúdo normativo. **Medida provisória não pode criar crime, pois viola o princípio da reserva legal. Apenas a lei pode criar crime. Contudo, admite-se que medida provisória seja criada para beneficiar o infrator em matéria penal. Princípio da taxatividade: § O princípio da taxatividade é um dos corolários do princípio da legalidade, pregando que a lei penal deve ser clara, precisa e determinada, não cabendo incriminações vagas ou genéricas. 23 Princípio da adequação social: § O princípio da adequação social preconiza que não se pode reputar criminosa uma conduta tolerada pela sociedade, ainda que se enquadre em uma descrição típica (ou seja, em um crime previsto em lei). Trata-se de condutas que, embora formalmente típicas, porquanto descritas num tipo penal, são materialmente atípicas porque socialmente adequadas, isto é, estão em consonância com a ordem social. § Em outras palavras, o princípio da adequação social busca afastar a tipificação de condutas consideradas socialmente adequadas. Por meio da interpretação, ele limita a aplicação do tipo penal. O princípio em questão também se dirige para o legislador, servindo como norte na criação de leis. **Exemplo: mãe que fura orelha da filha para colocação de brinco – pelo princípio da adequação social, não irá responder criminalmente pelo crime de lesão: Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. A conduta da mãe é formalmente típica, foi de fato ofendeu a integridade corporal de outrem. Contudo, pelo princípio da adequação social, não é materialmente típica, ou seja. Para existir o crime, a conduta deve ser formalmente típica e materialmente típica. Princípio da alteridade: § Segundo o princípio da alteridade, para haver crime, a conduta humana deve colocar em risco ou lesar bens de terceiros. É proibida a incriminação de atitudes que não excedam o âmbito do próprio autor. Você não pode ser vítima de si próprio. Exemplo: não é crime se matar. **Indo além: a criminalização do uso da droga não viola o princípio da alteridade? Afinal, o usuário estaria causando mal a si próprio. Conforme doutrina, o uso de drogas, além de causar mal para o próprio usuário, causa mal à saúde pública como um todo. 24 ÉTICA E CIDADANIA ÉTICA X MORAL § Ética é a ciência que estuda a moral. Portanto, a ética é teórica, ao passo que a moral é prática. § A ética é imutável, permanente, atemporal. Já a moral é temporal, variando de cultura para cultura. § Moral, vocábulo herdado do latim, e ética, do grego, identificam conceitos que exprimem um conjunto de regras de conduta que se espera que sejam adotadas (CEBRASPE). § A probidade administrativa é um aspecto da moralidade administrativa que recebeu da Constituição Federal brasileira um tratamento próprio. § A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. § Em consonância com os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade, o STF, por meio da Súmula Vinculante n.º 13, considerou proibida a prática de nepotismo na administração pública, inclusive a efetuada mediante designações recíprocas — nepotismo cruzado. § Moralidade: extraído da junção de Legalidade com Finalidade. A legalidade e finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer servidor público, para o alcance da moralidade. § A moralidade administrativa é objetiva, não importando a intenção do agente (subjetiva) § Os atos da administração pública devem obedecer não somente à lei jurídica, mas também a padrões éticos. Tal característica se refere ao princípio da moralidade, sendo esta pressuposto de validade de todo ato da administração pública. § Segundo o CEBRASPE: agente público que se utiliza de publicidade governamental com a finalidade exclusiva de se promover viola o princípio da moralidade. § Art. 116 da L. 8.112: São deveres do servidor: (...) IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; POLÍTICA DE GOVERNANÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL (DECRETO Nº 9.203/2017) – PRINCIPAIS ASPECTOS § Para os efeitos do disposto neste Decreto, considera-se: ü I - governança pública - conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com 25vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade; ü II - valor público - produtos e resultados gerados, preservados ou entregues pelas atividades de uma organização que representem respostas efetivas e úteis às necessidades ou às demandas de interesse público e modifiquem aspectos do conjunto da sociedade ou de alguns grupos específicos reconhecidos como destinatários legítimos de bens e serviços públicos; ü III - alta administração - Ministros de Estado, ocupantes de cargos de natureza especial, ocupantes de cargo de nível 6 do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS e presidentes e diretores de autarquias, inclusive as especiais, e de fundações públicas ou autoridades de hierarquia equivalente; e ü IV - gestão de riscos - processo de natureza permanente, estabelecido, direcionado e monitorado pela alta administração, que contempla as atividades de identificar, avaliar e gerenciar potenciais eventos que possam afetar a organização, destinado a fornecer segurança razoável quanto à realização de seus objetivos. § São princípios da governança pública: ü I - capacidade de resposta; ü II - integridade; ü III - confiabilidade; ü IV - melhoria regulatória; ü V - prestação de contas e responsabilidade; e ü VI - transparência. § São diretrizes da governança pública (principais): ü direcionar ações para a busca de resultados para a sociedade, encontrando soluções tempestivas e inovadoras para lidar com a limitação de recursos e com as mudanças de prioridades; ü fazer incorporar padrões elevados de conduta pela alta administração para orientar o comportamento dos agentes públicos, em consonância com as funções e as atribuições de seus órgãos e de suas entidades; ü implementar controles internos fundamentados na gestão de risco, que privilegiará ações estratégicas de prevenção antes de processos sancionadores; ü manter processo decisório orientado pelas evidências, pela conformidade legal, pela qualidade regulatória, pela desburocratização e pelo apoio à participação da sociedade; ü promover a comunicação aberta, voluntária e transparente das atividades e dos resultados da organização, de maneira a fortalecer o acesso público à informação. § Condições mínimas para o exercício da boa governança: ü a) integridade; b) competência; c) responsabilidade; e d) motivação; Dúvidas ou mais informações sobre a versão COMPLETA: CLIQUE AQUI! Terminou o material? Agora busque fazer questões. Sempre que surgir uma dúvida, recorra a este Resumão. Leia o Resumão quantas vezes forem necessárias para memorizar os conceitos apresentados, sobretudo quando faltar poucos dias para a prova. 26 https://projetoretafinal.com.br/prematriculas https://joinlead.app/atendimentoquebrandoasbancas Resumão da Esperança Final O que você irá encontrar no material poderá ajudar FORTEMENTE na sua aprovação. Não são meras “apostas” do que acreditamos que vai cair... É o resultado de um grande esforço de análise! É o resultado de um grande esforço de análise! Com uma quantidade enorme de conteúdo a ser estudado na Reta Final, grande parte dos alunos não conseguem ter foco no que realmente importa para a prova. No último concurso da PRF, o Quebrando as Bancas criou um produto inovador com uma proposta OUSADA (desenvolver um material de revisão final direto e objetivo, com a capacidade de elevar a pontuação dos nossos alunos na hora da prova). O resultado foi um sucesso e recebemos depoimentos de diversos alunos que conseguiram elevar a pontuação em mais de 20 pontos líquidos. O Resumão da Esperança Final tem como principal finalidade: mostrar efetivamente o que poderá ser cobrado no dia da prova. 27 https://projetoretafinal.com.br/prematriculas https://quebrandoasbancas.com/esperancafinal Entre em nossa lista VIP e receba uma condição IMPERDÍVEL para adquirir a versão COMPLETA. Mais informações sobre o Resumão da Esperança Final? ENTRE EM CONTATO COM NOSSA EQUIPE. CLIQUE AQUI! /quebrandoasbancas @qb_concursos Quebrando as Bancas 28 https://projetoretafinal.com.br/prematriculas https://joinlead.app/atendimentoquebrandoasbancas https://joinzap.app/esperancafinal https://quebrandoasbancas.com/esperancafinal https://www.facebook.com/quebrandoasbancas https://www.instagram.com/qb_concursos/ https://www.youtube.com/channel/UC7jaO7TVeu_IAWfPw0jI55g
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