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349075130-Drenagem-Linfatica-Manual-Aula-RTM-converted

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Drenagem linfática manual
Objetivos da aula
Revisar anatomia e fisiologia do Sistema Linfático
Particularidades do Sistema Linfático
Diferenciar Linfedema de Edema
Indicações e Contra-Indicações da Drenagem Linfática
Aplicação das técnicas de DLM
Breve histórico
 “Sangue branco” – Hipócrates a.c 460-377 na Grécia
Século XVII
 1622 - dissecação do mesentério de um cachorro durante a digestão -> opacidade pelas células de gordura da alimentação (Gaspare Aselli)
 1634 – vasos quilífiros nos seres humanos (Nicolas de
Peiresc)
 1647 – isolamento do ducto torácico em cães (cisterna do quilo) – Jean Pecquet
 1652 – identificação dos vasos linfáticos
Breve histórico
Século XVIII
 1786 – “Anatomia das veias de absorção do corpo humano” – Wiliam Cruikshank
 1787 – iconografia dos linfáticos – Paolo Mascagni
Século XIX
 1874 – “Anatomia, fisiologia, patologia dos vasos linfáticos
do homem e dos vertebrados” e 1886 – “Descrição e iconografia dos vasos linfáticos”
 1892 – “Inflamações da pele e do tecido conjuntivo”, propôs pela primeira vez manobras manuais ordenadas em conjunto sistêmico para mobilizar a linfa – Winiwarter
Breve histórico
Século XX
 1912 – demonstração do papel da linfa de eliminar, defender e reparar – Alexis Carrel
 1932 – técnica de massagem linfática – sul da França por Emil Vodder – para tratamento de sinusite crônica
 1936 – Drenagem linfática manual para o corpo todo – Emil Vodder
 1950 – comprovação científica dos benefícios e eficácia da DLM
ANATOMIA DO SISTEMA LINFÁTICO
Sistema Linfático
Linfonodos
Vasos
Linfáticos
Amídalas
Timo
Baço
Linfa – tecido circulante
Linfonodos Pescoço
 Receptáculo dos vasos linfáticos provenientes do círculo ganglionar da cabeça, faringe, esôfago, laringe, traqueia, palato mole, tireoide.
 Região pré e pós vertebral
 Superficiais: recoberto pela aponeurose cervical e pele (ECOM, inferior ao triângulo supraclavicular – 4 a 6)
 Profundos: jugular interna (20 a 30), faces laterais da laringe e do esôfago. Não podem ser ativados diretamente pela mão.
 Occiptal, mastoideo, parotídeo, mandibular, supra-hioideo
 2 troncos ascendentes (D/E): bacia, testículos, rins e intestino grosso.
 2	troncos	descendentes	(D/E):	8/9	últimos	espaços
intercostais e posterior do diafragma
 Tronco anterior: circulação linfática do intestino delgado, estômago, baço e quilíferos – 2ª/3ª vértebra lombar por inchaço da cisterna do quilo
Términus (fossa supraclavicular)
Veias jugulares internas + subclávio
Anastomosa-se para formar o Ducto Linfático Direito
Ducto Torácico
 Coleta quase a totalidade da linfa da parte diafragmática
– primeiras vértebras lombares
 5 – troncos linfáticos afluentes
p/ alto -> orifício do diafragma (anterior a coluna) -> t4 -> Apófise transversa de c7 (ângulo de união das vv jugulares Internas e subclávia).
Ducto Linfático Direito
 Receptáculo de todos os vasos linfáticos que não desembocam no ducto torácico.
 Base anterolateral do pescoço, entre as vv jugulares internas e subclávia direita.
 Origem: vv linfáticos MSD, ½ cabeça e pescoço, pulmão direito e parede do tórax direito (menos linfáticos intercostais).
Pré-coletores
Cilindro interno formado por tecido conjuntivo (elementos elásticos e musculares)
Linfonodo
Lado convexo: chegam os vasos linfáticos (eferentes)
Lado côncavo: chega uma artéria e saem um vaso linfático e um vaso sanguíneo.
FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO
O que é Linfa?
 Líquido intersticial (meios intracelulares e extracelulares: plasma, líquido intersticial, intraocular, aparelho gastrointestinal, excreções...)
 Substância fundamental
 Tecido imunológico circulante (linfóticos, granulócitos, eritrócitos, macrófagos, células mortas, fibrinogênio)
 Fagocitose (ingestão de bactérias e vírus,células mortas, eliminação de tecidos necrosados, células tumorais, substâncias estranhas e pigmento de tinta)
Subst. Fundamental
Água, aminoácidos e proteínas, vitaminas e hormônios, mucopolissacarídeos, ácido
hialurônico.
Propriedades tixotrópicas (líquido	gel)
viscosidade
temperatura
agitação mecânica
Formação de Tecido Cicatricial
O que é Linfa?
Nutre os tecidos, reparação e defesa. Está presente em TODOS os tecidos,
exceto no tecido nervoso.
	Drena objetos e absorve gorduras
	Branca e transparente
	Proteínas
	NaCl
	Bicarbonato
	Fosfato
	Cálcio
	Albumina
	Potáassio
	Vitaminas Lipossolúveis
	Glicose
	Ácidos Graxos
O que é Linfa?
Tecido Conjuntivo
Reservatório de água, sais minerais, vitaminas, gorduras, proteínas e carboidratos
Principal reservatório de carboidrato
Papel imunológico e regenerativo
Em caso de inflamação/edema as terminações nervosas perdem a especificidade e se transformam em suporte a sensações dolorosas
Função Imunológica e de Formação da Linfa
Formação imunológica: especialização das células naive a corpos estranhos -> linfonodos. Macrófagos, linfócitos T e B, células dendríticas.
Formação da Linfa: produto da filtragem dos capilares sanguíneos.
	Absorve grandes moléculas proteicas e moléculas que não podem ser absorvidas pelos capilares venosos
	Retirado pelos vasos linfáticos e órgão reabsorventes (intestino, rins, fígado e linfonodos)
	5 a 10 L de linfa em descanso
	20 a 25 L de linfa em movimento (capacidade fisiológica máxima)
Pulmonary circulation
Systemic circulation
Arteries
Veins
Blood capillaries Lymphatic capillarie
Lymph node
Lymphatic
vessel
Estrutura Sistema Linfático
 Abertura dos vasos facilitada pelos movimentos do tecido adjacente e
presença do edema
 Barreira intransponível às moléculas de tamanho molecular superior a 2000-3000 (nível dos coletores)
 Conexões abertas – em tecidos ativos como Diafragma e em tecidos
lesionados
Cada modificação do tecido provocado por lesão ao movimento tem como resultado o afastamento das células do eixo longitudinal do vaso.
Pré coletores pós-capilares: mesma estrutura fundamental que os capilares. Cilindro endotelial interno – tec. Conjuntivo (elásticos e musculares).
Possuem válvulas.
Estrutura Sistema Linfático
Coletores Linfáticos:
Túnicas
Íntima
Média
Adventícia
Cúbica, micropinocitose (grandes moléculas pelo endotélio)
Células musculares lisas, transferência líquidos e metabólitos células/tec.conj.
Tec. Conj. + células + term.nervosas + vaso vasorum + Fibroblastos
Estrutura do Sistema Linfático
Válvulas Linfáticas: similar ao sistema venoso
	Superior ao numero de linfonodos
	Células endoteliais em continuidade com a túnica íntima
	Único ponto de fixação do tec. Conjuntivo
	Colágeno + fibroblasto
Linfonodo: cápsula conjuntiva aderida ao tecido adiposo
	Vias linfáticas aferentes e eferentes
	Macrófagos e linfócitos
	Pinocitose e fagocitose
	Memória imunológica
	Cerca de 400 no corpo humano
Estrutura do Sistema Linfático
Linfângio: situado entre as válvulas
	Unidirecional
	Terminação nervosa e automatismos próprios
	Maior volume de líquido, maior a contração
	Impede refluxo
Coletores : mecanismo dos capilares + S.N.A
	Respiração favorece o retorno da linfa no canal torácico (alterações de pressão)
Canal Torácico: via final de evacuação dos MMII, ABD e Tórax
	Recebe tronco mediastinal, jugular e subclávio
	Nível de L3
Linfáticos Iniciais
Recolhe a Linfa
	Fixos no tecido conjuntivo pelos filamentos de ancoragem (afastamento nos casos de edema)
	Recolhem a linfa pelas portas linfáticas – abertura e fechamento com as alterações de pressão. Pressão negativa.
A alternância da pressão intersticial pela atividade muscular e movimento é importante para
o fluxo de fluido intersticial para os linfáticos iniciais
Pré-coletores e Coletores
Transporte da Linfa
	Formados por células musculares lisas, inervação pelo S.N.A simpático
	A direção da linfa é determinada pela direção da válvula
Linfângion
	Unidade contrátil do sistema linfático
	3-4 mov/min (descanso)	9-16 mov/min (movimento)
	30 mov/min (Febre ≥ 40ºC)
Enchimento Linfáticos Iniciais
Linfângion
Pré- coletores
Vasos Coletores aferentes
Gânglios
Linfáticos
Vasos coletores eferentes
Ductos
Sistema Venoso
Pressão Intersticial
Pressão Negativa
S.N.A
simpático
Movimento Muscular
Movimento Respiratório
Movimento Respiratório
Movimento Muscular
 Benéfico para vasos linfáticos profundos
 Aumento da pressão sobre o linfângion
Estiramento de pele + aumento da p. intersticial = afluência para os linfáticos iniciais
Movimento Respiratório
 A respiração aumenta a pressão negativa no tórax
 Movimento muscular sobre o ducto
Movimento Peristáltico do Intestino
	Estímulo da cisterna do quilo
	Omento ricamente coberto por linfonodos
Dinâmica Linfática
Mecanismo de escoamento da linfa
 		-	aspiração venosa – artéria jugular
interna e subclavivular
batimento arterial
pressão intratorácica respiratória
contrações musculares
DIAFRAGMA – coração linfático
Massagem intensa do fígado, baço e intestino -> estimula toda circulação porta
Lei de Starling
FISIOPATOLOGIA SISTEMA LINFÁTICO
Disfunções do Sistema Linfático
Comprometimento vascular:
 Desequilíbrio filtragem/evacuação
 Aumento da pressão hidrostática no ortostatismo
 Aumento aporte de líquido
 Cacifo+
Comprometimento Linfático:
 Sistema de evacuação deficiente
 Fibrose do sistema linfático
 Cacifo-
Disfunções do Sistema Linfático
Pressão Capilar Elevada:
 Muito tempo mesma posição (ortostatismo/sentado)
 Congestionamento venoso
 Insuf. Cardíaca/nefrológica
 Hipertensão veia porta
 Edema medicamentoso (reforço reabsorção sódio e água
– armazenamento intenso de líquidos)
P. Capilar sanguíneo
20% filtração
Disfunções do Sistema Linfático
Força Oncótica/Coloidosmótica baixa:
 Proteína do plasma
 Pressão de sucção que a proteína plasmática retém os líquidos do sangue (atrai líquidos do interstício)
 Albuminas (85% p. oncótica)
 Edema pobre em proteínas – cacifo +
 Edemas simétricos e generalizados
 Edema hipoprotéico (cirrose hepática, tumores malignos, enterocolite, gastrite/insuf. Pancreática, carência proteica, linfangiectasia intestinal)
Disfunções do Sistema Linfático
Permeabilidade Capilar Elevada:
Aumento da permeabilidade capilar
Aumento da Filtração
Aumento da saída de proteínas dos capilares sanguíneos
Edema inflamatório, edema ortostático, edema idiopático
Disfunções do Sistema Linfático
Redução do Fluxo Linfático
 Insuficiência linfostática, debilidade vasos linfáticos ou linfonodos
 A insuficiência mecânica do sistema linfático ocorre junto com a redução do transporte linfático.
 Lesões Orgânicas
Hipoplasia Vasos Linfáticos
Linfangiectasia
Fibrose Primária dos Linfonodos
Disfunções do Sistema Linfático
Redução do Fluxo Linfático
 Insuficiência linfostática, debilidade vasos linfáticos ou linfonodos
 A insuficiência mecânica do sistema linfático ocorre junto com a redução do transporte linfático.
 Lesões Secundárias
Cirurgias
Radiações
Inflamações
Parasitas
Tumores
Disfunções do Sistema Linfático
Redução do Fluxo Linfático
 Insuficiência linfostática, debilidade vasos linfáticos ou linfonodos
 A insuficiência mecânica do sistema linfático ocorre junto com a redução do transporte linfático.
Lesões Funcionais
Bomba Muscular debilitada ou inexistente –
toxinas/anti-inflamatórios
Insuficiência mural – aumento da porosidade vasos linfáticos, líquido rico em proteínas (Linfedema/Inflamação
Linfedemas
Linfedema Primário
Hipoplasia vasos linfáticos (mais comum)
	Tamanho reduzido
	Oligoplasia
	Oligoplasia + tamanho reduzido
Linfangiectasia
	Dilatação dos vasos linfáticos - insuficiência valvular – varicose do sistema venoso
Fibrose Primária dos Linfonodos (mais raro) – amadurecimento embrionário, falsa disposição dos linfonodos
Traumas e lesões dos coletores: erisipela, contusões ou fraturas, sobrecargas, inflamações
Linfedema Secundário
Surge quando o principal conjunto de sistemas linfáticos (braços, pernas, pescoço – gânglios profundos e linfonodos) são danificados
Causas:
 Após cirurgia
 Pós-radioterapia
 Infecções
 Parasitas – filariose
 Tumores/metástases – linfedema maligno
Classificação Linfedemas
Estágio 0
Condição
latente/subclínica
Antecede linfedema
Sensação de peso
– sem alteração
diâmetro
Estágio I
Acúmulo inicial de
líquido
Melhora com elevação de membro
Cacifo +
Estágio II
Sem alteração
com a elevação
Fibrose intersticial (cacifo -)
Estágio III
Elefantíase
Cacifo -
Alterações cutâneas
Linfedema X Edema
Características
Edema
Linfedema
Evolução
Rápida(dias)
Lenta(mesesouanos)
Cacifo
Positivo
Negativo
Fibrose
Negativo
Positivo
Proteínasinterstício
Ausente
Presente
ElevaçãoMembro
Melhora
Inalterado
Evolução
Aguda
Crônica
Tratamentos
Linfedema
 DLM
 Enfaixamento compressivo – redução rápida
 Malha compressiva – conforto e prevenção
 Taping linfático – potencializar efeito da DLM
 Hidratação da pele
 Atividade física com malha compressiva
 Exercícios miolinfocinéticos
 Terapia manual
Drenagem Linfática Manual
Patologias:
Acne, aderências P.O, cicatriz, arteriosclerose cerebral, arterite, doença méniere/Raynaud, edema, neuralgia, hematoma, asma, capsulite adesiva, sinusite crônica*, lombalgia/cervicalgia/coxartrose, entorse, fratura, epicondilite...
Contra-Indicação:
 Linfangite aguda
 Septicemia
 Câncer não tratado
 Endometriose
 Lesões cancerosas de pele
 Edema sistêmico (Anasarca)
Manobra de Bombeamento
Ativação de grupos linfonodos
 Fossa poplítea
Região inguinal
 Troncos Lombares
 Cisterna do Quilo
Diafragma
 Ducto Torácico
 Região axilar
Supra-clavicular
Manobras
Bracelete Simples
	- Interno
	- Externo
Bracelete Duplo
Bracelete Palmar
Manobras
Direcionamento
	- Pés
	- Mãos
	- Seios
	- Glúteos
	- Costas
Pós Operatório
Intensificar determinada área
Manobras
Circular (Relógio)
Oblíquo
Coração
Coração Invertido
Elevação
Bibliografia
	LEDUC, Albert; LEDUC, Olivier. Drenagem linfática: teoria e prática. Manole, 2007.
	GUSMÃO, Carlos. Drenagem Linfática Manual: Método Dr. Vodder. São Paulo,
2007.
	HERPERTZ, Ulrich. Edema e Drenagem Linfática-Diagnóstico e Terapia do Edema.
Editora Roca, 2013.
	MONSTERLEET, Gérard. Drenagem Linfática: guia completo de técnica e fisiologia.
Manole, 2011
	LIAO, Shan; VON DER WEID, Pierre-Yves. Lymphatic system: An active pathway for immune protection. In: Seminars in cell & developmental biology. Academic Press, 2015. p. 83-89.
	JERMAN, Laila F.; HEY-CUNNINGHAM, Alison J. The Role of the Lymphatic System in Endometriosis: A Comprehensive Review of the Literature 1. Biology of reproduction, v. 92, n. 3, p. Article 64, 1-10, 2015.

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