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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/267210339 Aplicação do Método de Elementos Finitos no Cálculo da Impedância Distribuída em Cabos de Potência Tripolares Conference Paper · July 2014 DOI: 10.13140/2.1.2521.3446 CITATION 1 READS 197 5 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Análise e Projeto de Máquinas Elétricas View project Impact of Power Swing on Distance Relay Performance in UPFC-Compensated Systems and Proposing New Flexible Remedial Actions View project Angelo Hafner Centro Universitário - Católica de Santa Catarina 9 PUBLICATIONS 43 CITATIONS SEE PROFILE Mauricio Luz Federal University of Santa Catarina 5 PUBLICATIONS 7 CITATIONS SEE PROFILE Filipe Faria da Silva Aalborg University 114 PUBLICATIONS 364 CITATIONS SEE PROFILE Walter Carpes Jr Federal University of Santa Catarina 41 PUBLICATIONS 390 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Angelo Hafner on 22 October 2014. The user has requested enhancement of the downloaded file. Aplicac¸a˜o do Me´todo de Elementos Finitos no Ca´lculo da Impedaˆncia Distribuı´da em Cabos de Poteˆncia Tripolares Angelo A. Hafner, Mauricio V. F. da Luz, Walter P. Carpes Jr. e Sigmar de Lima Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) GRUCAD, C.P. 476, 88040-970, Floriano´polis, Brazil angelo.hafner@posgrad.ufsc.br, mauricio.luz@ufsc.br, walter.carpes@ufsc.br, sigmar@grucad.ufsc.br Filipe Faria da Silva Aalborg University Department of Energy Technology Aalborg, Dinamarca ffs@et.aau.dk Resumo—A modelagem analı´tica de um sistema de cabos tripolares e´ um grande desafio devido a` configurac¸a˜o na˜o conceˆntrica dos elementos envolvidos. Face a essas limitac¸o˜es, uma modelagem nume´rica de elementos finitos 2D foi desenvol- vida no intuito de se obter o valor da impedaˆncia se´rie do referido cabo para a gama de frequeˆncias entre 20Hz e 20 kHz. Para isso usou-se uma formulac¸a˜o magnetodinaˆmica em potencial vetor magne´tico no domı´nio da frequeˆncia. A metodologia foi aplicada em um cabo tı´pico de 300mm2 - 18/30 kV. Os resultados nume´ricos foram comparados com os resultados analı´ticos para um cabo monopolar, validando a modelagem nume´rica. Em seguida, aplicou-se a modelagem nume´rica para um cabo tripolar na formac¸a˜o trifo´lio. Palavras-chave−cabos submarinos, me´todo de elementos fini- tos, impedaˆncia. I. INTRODUC¸A˜O A expansa˜o de sistemas de transmissa˜o submarinos repre- senta uma grande tendeˆncia devido ao crescimento da indu´stria de petro´leo e de instalac¸o˜es de energia eo´lica offshore. A implantac¸a˜o destes a grandes distaˆncias do litoral e em a´guas profundas exige trechos quilome´tricos de cabos de poteˆncia submarinos. Os equipamentos ou sistemas alimentados, como tambe´m os cabos, precisam estar devidamente protegidos em situac¸o˜es de curto-circuito, sobrecarga e transito´rios. Um modelo preciso de cabos e´ necessa´rio para representar com acura´cia as formas de onda de tensa˜o e corrente na carga e na linha de transmissa˜o, fornecendo subsı´dios te´cnicos para a escolha do sistema de protec¸a˜o mais adequado a ser adotado para cada situac¸a˜o. A constituic¸a˜o fı´sica dos cabos de poteˆncia submarinos e´ muito semelhante a` de cabos de poteˆncia subterraˆneos. A principal diferenc¸a e´ que no primeiro existem protec¸o˜es adicionais a` entrada de a´gua (veja Fig. 1 e Tabela I). Quando se considera o cabo como monopolar, tal como apresentado por [1], as impedaˆncias distribuı´das das veias do cabo, para uma determinada gama de frequeˆncias, podem ser calculadas de forma analı´tica, aplicando-se (1), (2) e (3). Contudo, em cabos tripolares, mesmo em 60 Hz, os seguin- tes aspectos devem ser levados em conta para a modelagem: (i) Figura 1. Conjunto de veias na formac¸a˜o trifo´lio de um cabo de poteˆncia submarino tripolar. efeito de proximidade gerado pelas correntes dos condutores centrais e (ii) correntes induzidas na blindagem meta´lica e seus efeitos na impedaˆncia no condutor central [2], [3]. A configurac¸a˜o na˜o conceˆntrica da formac¸a˜o trifo´lio (ver Fig. 1) dificulta a modelagem analı´tica. Assim, uma modela- gem nume´rica por elementos finitos 2D foi desenvolvida no intuito de se obter o valor da impedaˆncia se´rie deste cabo de poteˆncia para a gama de frequeˆncias entre 20 Hz e 20 kHz. II. CARACTERI´STICAS BA´SICAS DE UM CABO DE POTEˆNCIA SUBMARINO Nesta sec¸a˜o sera˜o descritas brevemente as partes consti- tuintes do cabo de poteˆncia submarino, bem como aspectos relacionados ao ca´lculo de sua impedaˆncia se´rie. A. Partes constituintes O cabo do presente estudo e´ composto por um conjunto de treˆs veias de poteˆncia na formac¸a˜o trifo´lio, como apresentado na Fig. 1. As partes 10-11 , 11-12 e 12-13 sa˜o de material iso- lante, condutor e isolante, respectivamente. A parte condutora, Tabela I. PARTES DE UMA VEIA DE POTEˆNCIA Item Componente Material 1 Condutor central Fios de cobre encordoados 2 Barreira de penetrac¸a˜o de a´gua Fita semicondutora absorve- dora de umidade 3 Blindagem do condutor Fita semicondutora 4 Isolante XLPE 5 Blindagem do Isolante Fita semicondutora 6 Barreira de penetrac¸a˜o de a´gua Fita semicondutora absorve- dora de umidade 7 Blindagem meta´lica Fita de cobre 8 Barreira de penetrac¸a˜o de a´gua Fita semicondutora absorve- dora de umidade 9 Capa externa da veia Polietileno denominada armadura, tem como func¸a˜o principal a protec¸a˜o mecaˆnica do conjunto. Cada parte da veia e´ informada na Tabela I. Pequenas variac¸o˜es podem ocorrer entre um e outro fabricante. B. Impedaˆncia se´rie De acordo com [1], [3], [4], [5], [6], [7], a impedaˆncia de cada veia, por unidade de comprimento, e´ dada por (veja Fig. 2): zveia = z11 + z12 (1) onde Re (z11) representa a resisteˆncia do condutor central, sendo Re () a func¸a˜o que retorna a parte real de um nu´mero complexo; Im (z11)/ω representa a indutaˆncia interna do con- dutor central, sendo ω a frequeˆncia angular e Im () a func¸a˜o que retorna somente a parte imagina´ria de um nu´mero com- plexo; z12 e´ puramente imagina´rio e representa a indutaˆncia externa de cada fase. A impedaˆncia do condutor central, z11, e´ dada por: z11 = ξc 2pir1 I0 (ξcr1) I1 (ξcr1) (2) onde ξc = √ jωµc/ρ′c e´ a impedaˆncia intrı´nseca do meio, sendo ρ′ e µc a resistividade corrigida e a permeabilidade do condutor; r1 e´ o raio do condutor central; I0 e I1 sa˜o func¸o˜es de Bessel modificadas de primeiro tipo, de ordem zero e um, respectivamente. A reataˆncia externa, z12 , e´ dada por: z12 = jω µ12 2pi ln ( r2 r1 ) (3) onde µ12 e´ a permeabilidade do material isolante e r2 e´ o raio interno da blindagem meta´lica. C. Impedaˆncias pro´prias e mu´tuas Por se tratar de um sistema trifa´sico, existe um acoplamento magne´tico entre fases, que em termos de enlace de fluxo e´ representado por: λaa = LaaIa + LabIb + LacIc (4a) λbb = LabIa + LbbIb + LbcIc (4b) λcc = LacIa + LbcIb + LccIc, (4c) Figura 2. Descric¸a˜o das impedaˆncias do condutor central de um cabo monopolar. onde Laa, Lbb e Lcc sa˜o as indutaˆncias pro´prias de cada fase; Lab, Lac e Lbc sa˜o as indutaˆncias mu´tuas entre fases; Ia, Ib e Ic sa˜o as correntes de linha e λaa, λbb e λcc sa˜o os fluxos concatenados em cada fase. Em sistemas geometricamente sime´tricos (como o caso da formac¸a˜o trifo´lio) e isolados (ou aterrados por alta im- pedaˆncia), duas premissas podem ser levadas em conta: Ib + Ic = −Ia (5a) Lab = Lbc = Lac = Lm (5b) Substituindo (5a) e (5b) em (4a), e aplicando-se a mesma metodologia para as demais fases, tem-se:λaa = (Laa − Lm)Ia (6a) λbb = (Lbb − Lm)Ib (6b) λcc = (Lcc − Lm)Ic (6c) O conjunto de equac¸o˜es (6) indica que um sistema trifa´sico magneticamente acoplado, sime´trico e isolado, pode ser mo- delado como treˆs sistemas monofa´sicos magneticamente desa- coplados, onde a indutaˆncia pro´pria de cada linha desacoplada e´ dada pela diferenc¸a entre indutaˆncia pro´pria e a mu´tua entre fases da linha acoplada. III. FORMULAC¸A˜O MAGNETODINAˆMICA Essa formulac¸a˜o considera as correntes induzidas nas regio˜es condutoras (correntes de Foucault) e tambe´m pode considerar os efeitos peliculares e de proximidade nas regio˜es condutoras. As restric¸o˜es de sua aplicac¸a˜o sa˜o: (a) todos os materiais do domı´nio de estudo sa˜o lineares e (b) todas as fontes de campo sa˜o sinusoidais. O modelo dessa formulac¸a˜o aplicado ao domı´nio Ω, de fronteira Γ, e´ caracterizado pelas equac¸o˜es de Maxwell: rot ~H = ~J = ~Js + ~Ji, div ~B = 0, rot ~E = −jω ~B, (7) relac¸o˜es constitutivas: ~B = µ ~H, ~Ji = σ ~E (8) e condic¸o˜es de contorno: ~n× ~H ∣∣∣ ΓH = 0, ~n · ~B ∣∣∣ ΓB = 0, (9) ou: ~n · ~J ∣∣∣ ΓH = 0, ~n× ~E ∣∣∣ ΓB = 0, (10) sendo Γ = ΓH + ΓB , onde ~n e´ o vetor normal a` superfı´cie de fronteira Γ, j ∆= √−1, ~E e´ o campo ele´trico, ω e´ a frequeˆncia angular, ~B e´ a densidade de fluxo magne´tico, ~H e´ o campo magne´tico e ~J e´ a densidade de corrente. A densidade de corrente ~J e´ dividida em duas parcelas: ~J = ~Js + ~Ji, onde ~Js e´ a densidade de corrente devido a`s fontes de corrente e ~Ji e´ a densidade de corrente devido a`s correntes induzidas em materiais condutores. Para este estudo, considerou-se a densidade da corrente ~J muito maior que a densidade de corrente de deslocamento jω ~D (onde ~D e´ a densidade de fluxo ele´trico dada em C/m2). Isto e´ va´lido pois σ � ωε para toda a faixa de frequeˆncias analisada, onde σ e ε sa˜o a condutividade e a permissividade ele´tricas do cobre, respectivamente. A forma fraca para o problema de campo magne´tico em regime harmoˆnico em 2D e´ expressa por [8]: − ∫ Ω µ−1 gradA · gradA′ dΩ + ∫ Ω jσω AA′ dΩ + ∫ Ω JsA ′ dΩ = 0, (11) onde A e´ o componente do potencial vetor magne´tico ortogonal ao plano de estudo, e A′ e´ uma func¸a˜o teste. A equac¸a˜o (11) na forma matricial e´ representada por: (SS+D)A = J, (12) onde SS e´ a matriz global de rigidez,D e´ uma matriz referente aos materiais condutores, A e´ a matriz dos potenciais vetores magne´ticos (inco´gnitas) e J e´ a matriz das fontes (densidades de corrente impostas). IV. SOFTWARE DE ELEMENTOS FINITOS UTILIZADO Para realizar a ana´lise nume´rica, foram utilizados os softwares Gmsh [9] e GetDP [10]. O Gmsh e´ o pre´ e o po´s- processador e o GetDP e´ o solver. Ambos os softwares sa˜o livres e podem ser baixados nos links http://geuz.org/gmsh/ e http://geuz.org/getdp/. O problema e´ inserido no software atrave´s de dois co´digos de programac¸a˜o, um que define as geometrias da estrutura e outro que define as propriedades fı´sicas dos materiais e o tipo de formulac¸a˜o a ser utilizada. A formulac¸a˜o escolhida para resoluc¸a˜o do problema foi a magnetodinaˆmica no domı´nio da frequeˆncia, explanada na Sec¸a˜o III. V. METODOLOGIA Os dados geome´tricos do cabo foram retirados e adaptados de cata´logos de fabricantes [11], para o cabo tripolar na formac¸a˜o trifo´lio. Devido as simplificac¸o˜es inerentes ao modelo, antes de iniciar a simulac¸a˜o, seja ela nume´rica ou analı´tica, e´ necessa´rio aplicar alguns fatores de correc¸a˜o (devido a temperatura e homogenizac¸a˜o dos materiais) na resistividade do condutor central e na blindagem meta´lica. Mais informac¸o˜es sobre essas correc¸o˜es sa˜o fornecidas em [4], [5], [12]. Tabela II. PARAˆMETROS UTILIZADOS NO GMSH E GETDP Paraˆmetro Veia Valor (mm) Paraˆmetro Armadura Valor (mm) r1 10,20 r5 51,75 r2 20,60 r6 53,75 r3 20,72 r7 57,95 r4 24,00 r8 61,95 Figura 3. Diagrama simplificado do cabo a ser utilizado nos modelos analı´tico e nume´rico. Maiores detalhes na Tabela II. A. Correc¸o˜es aplicadas antes da simulac¸a˜o No condutor central, a resistividade considerada e´ a do cobre, 17, 24 nΩ m, corrigida para a temperatura de 90 ◦C e uma a´rea equivalente do condutor, resultando em uma resistividade corrigida de 23, 57 nΩ m [3]. As blindagens meta´licas do presente estudo sa˜o compostas por fios de cobre, o que implica em corrigir a resistividade por um fator de 1,15 em termos de caracterı´sticas do material (fios ou fitas) [2] e o cobre para a temperatura de 90 ◦C, resultando em uma resistividade de 25, 28 nΩ m. O cabo foi considerado como totalmente envolto na a´gua do mar. A condutividade da a´gua do mar utilizada foi de 5 S/m [13]. A permeabilidade utilizada para todos os materiais foi considerada µ0, inclusive a armadura [14], considerada aqui de material na˜o magne´tico. Ressalta-se que este nem sempre e´ o caso, ha´ situac¸o˜es em que a armadura e´ feita de material ferromagne´tico, o que influencia diretamente no valor da indutaˆncia se´rie das veias do cabo. B. Esquema simplificado do cabo As correc¸o˜es feitas na subsec¸a˜o anterior sa˜o necessa´rias para que os paraˆmetros do cabo sejam adequados aos paraˆmetros de entrada do modelo, seja ele analı´tico ou nume´rico. As partes consideradas para os modelos do cabo sa˜o todas so´lidas e representadas pela Fig. 3 e Tabela II. C. Aplicac¸a˜o do me´todo de elementos finitos Inicialmente e´ necessa´rio implementar as superfı´cies (no arquivo de geometria) envolvidas do modelo tal como apre- sentado na Tabela II e Fig. 3. Neste mesmo arquivo ja´ sa˜o (a) Cabo monopolar. (b) Cabo tripolar. Figura 4. Malha do sistema contendo os cabos monopolar e tripolar com meio externo e regia˜o AirInf. (a) Cabo monopolar. (b) Cabo tripolar. Figura 5. Detalhe da malha na regia˜o de da veia do cabo monopolar e de uma das veias do cabo tripolar. inseridos os fatores de densidade da malha, definidos em cada ponto geome´trico da figura. Com base no arquivo de geometria, uma malha e´ construı´da pelo Gmsh. A Fig. 4 apresenta a malha como um todo do cabo monopolar e do cabo tripolar, enquanto a Fig. 5 apresenta a malha de um detalhe da veia do cabo monopolar e da veia inferior esquerda do cabo tripolar, respectivamente. Ambas as figuras tem a intenc¸a˜o de destacar a densidade da malha utilizada. Na Fig. 4, a a´rea denominada AirInf e´ uma regia˜o ne- cessa´ria a fim de evitar erros de truncamento de domı´nio. No contorno externo desta regia˜o, o potencial vetor magne´tico e´ zero (condic¸a˜o de Dirichlet homogeˆnea). No processamento foi utilizado a formulac¸a˜o magneto- dinaˆmica no GetDP. Dentro desta formulac¸a˜o, existe a pos- sibilidade de trabalhar com o mo´dulo de circuitos ele´tricos, no qual se optou por alimentar treˆs cabos curto-circuitados por treˆs tenso˜es de 1 V, defasadas entre si de 120o (veja Fig. 6). O arranjo assim foi montado para que a partir da leitura das correntes, seja possı´vel levantar a impedaˆncia de cada veia, fazendo uso da relac¸a˜o (veja Subsec¸a˜o II-C): Zveia = Vveia/Iveia (13) Todas as blindagens meta´licas foram interconectadas em ambas as extremidades e estas conectadas aos respectivos terminais de armadura (veja Fig. 6), sendo o potencial de armadura flutuante. Depois de esquematizado o circuito da Fig. 6, calcula-se a corrente nas partes condutoras e o campo magne´tico nas partes condutoras e na˜o condutoras no domı´nio de ca´lculo. Finalmente procede-se com o ca´lculo da impedaˆncia das veias, fazendo uso de (13). Ressalta-se que a representac¸a˜o do diagrama da Fig. 6 tem como objetivo u´nico a compreensa˜o do co´digo gerado Figura 6. Diagrama do circuito implementado no GetDP. Tabela III. LEGENDA DOS GRA´FICOS Abreviac¸a˜o Significado A Analı´tico Asb Analı´tico sem efeitoda blindagem N Nume´rico N1f Nume´rico monopolar no GetDP, no submo´dulo de circuitos ele´tricos, e que a modelagem do cabo e´ em duas dimenso˜es. Para o caso monopolar utiliza-se apenas uma fonte e toda a corrente retorna pela blindagem meta´lica. Na˜o ha´ conexa˜o entre a blindagem meta´lica e a armadura. VI. RESULTADOS A validac¸a˜o dos resultados por comparac¸a˜o entre os resul- tados das metodologias nume´rica e analı´tica so´ e´ factı´vel em estruturas conceˆntricas, que e´ o caso de cabos monopolares. Nos gra´ficos subsequentes sempre sa˜o mostradas as curvas de resisteˆncia e indutaˆncia de um cabo monopolar junto com as do cabo tripolar. Verifica-se em todos estes gra´ficos que a metodologia nume´rica retorna os mesmos resultados que a metodologia analı´tica para o cabo monopolar, o que indica a validade da modelagem nume´rica adotada. Uma metodo- logia semelhante para validac¸a˜o foi adotada na Sec¸a˜o VI da refereˆncia [15]. Os gra´ficos apresentados nesta sec¸a˜o sa˜o para um cabo de 300 mm2 - 18/30 kV. O significado das legendas e´ dado na Tabela III. A. Resisteˆncia se´rie Para o condutor central, o comportamento da resisteˆncia e´ apresentado na Fig. 7, em que e´ possı´vel perceber a semelhanc¸a, para toda a gama de frequeˆncias, entre as re- sisteˆncias dada pelo equacionamento analı´tico (curva A) e a calculada por me´todos nume´ricos para um cabo monopolar (curva N1f). A curva N representa o resultado para o cabo tripolar. Apesar dos materiais e das geometrias do condutor central serem os mesmos, observa-se uma diferenc¸a entre as resisteˆncias quando comparado ao caso monopolar para frequeˆncias superiores a 200 Hz. Tais diferenc¸as sa˜o devidas ao efeito de proximidade com as correntes das outras fases e com as correntes induzidas nas blindagens meta´licas, fato este ratificado quando se observa a Fig. 8, que indica que ja´ a 60 Hz existe uma distribuic¸a˜o na˜o 10 2 10 3 10 4 0 0.5 1 1.5 2 2.5 x 10 −3 X: 60 Y: 7.487e−05 Frequência [Hz] R es is tê nc ia [Ω /m ] A N N1f Figura 7. Resisteˆncia se´rie do condutor central de uma das veias. Figura 8. Densidade de corrente (A/m2) e distribuic¸a˜o das linhas de fluxo magne´tico (Wb/m) para a frequeˆncia de 60Hz. uniforme da densidade de corrente nos condutores centrais e correntes induzidas nas blindagens meta´licas. B. Indutaˆncia se´rie Em se tratando da indutaˆncia se´rie, e´ necessa´rio levar em considerac¸a˜o tanto o fluxo magne´tico entre as fases (indutaˆncia externa), como aquele dentro do condutor central (indutaˆncia interna). O comportamento da indutaˆncia interna e´ apresentado na Fig. 9, onde, novamente, se verifica a semelhanc¸a, para toda a faixa de frequeˆncias, entre o modelo analı´tico (curva A) e o nume´rico para cabos monopolares (N1f). A diferenc¸a na indutaˆncia interna em baixas frequeˆncias entre estes e o cabo tripolar (curva N) e´ devida a` sobreposic¸a˜o dos fluxos oriundos das outras fases. Em altas frequeˆncias na˜o ocorre a sobreposic¸a˜o do fluxo 10 2 10 3 10 4 0 1 2 3 4 5 x 10 −8 Frequência [Hz] In du tâ nc ia [H /m ] A N N1f Figura 9. Indutaˆncia interna do condutor central de uma das veias. Figura 10. Densidade de corrente (A/m2) e distribuic¸a˜o das linhas de fluxo magne´tico (Wb/m) para a frequeˆncia de 20 kHz. das outras fases, devido as correntes induzidas na blindagem meta´lica blindarem o fluxo magne´tico em altas frequeˆncias (veja Fig. 10). O comportamento da indutaˆncia se´rie (interna + externa) com a variac¸a˜o da frequeˆncia e´ apresentado na Fig. 11. Novamente percebe-se a semelhanc¸a entre o modelo analı´tico (curva A) e o nume´rico (N1f) para cabos monopolares. No entanto, para cabos tripolares o fluxo a ser considerado para o ca´lculo da indutaˆncia externa e´ o fluxo entre fases. Caso na˜o houvesse o efeito da blindagem meta´lica, a indutaˆncia se´rie seria dada pela curva Asb. Atrave´s da ana´lise da Figs. 8, 10 e 11, percebe-se que o efeito da blindagem magne´tica para diferentes frequeˆncias, devido a presenc¸a de correntes de Foucault, e´: (i) Muito pequeno em baixas frequeˆncias, em que as linhas 10 2 10 3 10 4 1.5 2 2.5 3 3.5 x 10 −7 X: 60 Y: 3.554e−07 Frequência [Hz] In du tâ nc ia [H /m ] A Asb N N1f Figura 11. Indutaˆncia se´rie do condutor central de uma das fases. de fluxo magne´tico esta˜o fortemente presentes entre as duas fases (veja Fig. 8). (ii) Muito alto em altas frequeˆncias, em que as linhas de fluxo magne´tico esta˜o confinadas apenas no diele´trico da respectiva veia (veja Fig. 10), reduzindo a indutaˆncia se´rie ao valor da indutaˆncia se´rie do cabo monopolar. (iii) Parcial em me´dias frequeˆncias, em que parte do fluxo ultrapassa o limite da blindagem meta´lica, o que e´ explicitado quando se analisa a curva N da Fig. 11, que fornece o valor da indutaˆncia se´rie em func¸a˜o da frequeˆncia. VII. CONCLUSO˜ES Modelos analı´ticos sa˜o tipicamente ra´pidos de implementar e os resultados que estes fornecem servem de base para ana´lise comparativa com modelos nume´ricos. A principal desvantagem reside na laboriosidade de sua implementac¸a˜o quanto na˜o e´ possı´vel identificar uma concentricidade na estrutura envol- vida. Um exemplo de estrutura de cabos conceˆntricos sa˜o os cabos monopolares e, sem concentricidade, os cabos tripolares. Apesar das limitac¸o˜es da abordagem analı´tica em cabos tripolares, a utilizac¸a˜o do equacionamento de cabos monopo- lares para cabos tripolares e´ va´lida para a frequeˆncia industrial de 50 ou 60 Hz. Resultados bem pro´ximos aos fornecidos pelo fabricante foram encontrados. Contudo, metodologias analı´ticas para a gama de frequeˆncias considerada e´ algo muito difı´cil de ser implementado, face aos argumentos ja´ citados. A modelagem nume´rica mostra que ha´ importantes considerac¸o˜es a serem feitas nos cabos tripolares: (i) efeito de proximidade das correntes oriundas das outras fases; (ii) efeito de proximidade das correntes induzidas nas blindagens meta´licas na impedaˆncia do condutor central; e (iii) efeito parcial da blindagem magne´tica, que deve ser levado em considerac¸a˜o para o ca´lculo da indutaˆncia externa. Os resultados do presente modelo poderiam ser utilizados como paraˆmetros de entrada de um software de ana´lise de tran- sito´rios em linhas de transmissa˜o que considere a dependeˆncia dos paraˆmetros (impedaˆncia se´rie e admitaˆncia paralela) com a frequeˆncia. E´ necessa´rio considerar essa dependeˆncia para se obter resultados mais precisos. O programa desenvolvido para a elaborac¸a˜o dos resultados do presente trabalho poderia ainda contemplar os detalhes construtivos das blindagens, como a composta por fios, e condutores centrais, como os encordoados, em vez de se utilizar a te´cnica de homogeneizac¸a˜o. VIII. PRETENSO˜ES FUTURAS O modelo apresentado no presente trabalho e´ preliminar. Trata-se de um sistema isolado, onde o modelo retorna as impedaˆncias de sequeˆncia positiva do conjunto para uma gama de frequeˆncias entre 20 Hz e 20 kHz. E´ intenc¸a˜o dos autores evoluir o modelo no sentido que ele possa atender tambe´m as diferentes configurac¸o˜es de cabos, sem a aplicac¸a˜o de te´cnicas de homogeneizac¸a˜o (como as aplicadas no condutor central e na blindagem meta´lica na Sec¸a˜o V). Espera-se com isto aumentar a precisa˜o da resposta do modelo, especialmente em altas frequeˆncias. Medic¸o˜es em campo tera˜o que ser feitas para validac¸a˜o. Por fim, pretende-se aplicar o me´todo dos elementos finitos para o ca´lculo da admitaˆncia paralela existente entre todos os elementos meta´licos do cabo, a fim de se obter um modelo completo do mesmo para a faixa de frequeˆncias citada an-teriormente. De posse do modelo do cabo, pretende-se fazer ana´lises comparativas com medic¸o˜es reais do comportamento de uma determinada linha cabeada em situac¸o˜es crı´ticas do ponto de vista ele´trico, tais como chaveamentos e surtos. REFEREˆNCIAS [1] A. 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View publication statsView publication stats I Introdução II Características Básicas de um Cabo de Potência Submarino II-A Partes constituintes II-B Impedância série II-C Impedâncias próprias e mútuas III Formulação Magnetodinâmica IV Software de Elementos Finitos Utilizado V Metodologia V-A Correções aplicadas antes da simulação V-B Esquema simplificado do cabo V-C Aplicação do método de elementos finitos VI Resultados VI-A Resistência série VI-B Indutância série VII Conclusões VIII Pretensões Futuras Referências
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