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DIREITO ADMINISTRATIVO
AULA 20
LICITAÇÕES
LICITAÇÕES
A Lei n° 8.666/93 prevê 5 modalidades de licitação:
Concorrência;
Tomada de Preço;
Convite;
Concurso;
Leilão.
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Porém, existem outras duas modalidades que não são previstas na Lei n° 8.666/93, mas sim em outras leis:
Pregão;
Consulta.
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Entre as modalidades concorrência, tomada de preço e convite, o que determina a escolha entre uma e outra é o valor do contrato/objeto, conforme definido no artigo 23 da Lei n° 8.666/93.
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Os valores previstos expressamente no artigo 23 da Lei n° 8.666/93 foram atualizados, valendo-se do disposto no artigo 120 da referida lei, pelo Decreto n° 9.412/18.
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Para obras e serviços de engenharia:
Convite – até R$ 330.000,00
Tomada de Preços – até R$ 3.300.000,00
Concorrência – acima de R$ 3.300.000,00
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Para compras e serviços não referidos no “inciso I”:
Convite – até R$ 176.000,00
Tomada de Preços – até R$ 1.430.000,00
Concorrência – acima de R$ 1.430.000,00
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Apesar dos valores descritos nos incisos I e II do artigo 23 da Lei n° 8.666/93, existe a licitação chamada “grande vulto”, ocorrendo quando os valores excedem em 25 vezes o valor de R$ 3.300.000,00.
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Há também a licitação e “imenso vulto”, que ocorre quando excede em 100 vezes o valor de R$ 3.300.000,00.
Nessa hipótese, será necessária a realização de audiência pública previamente para que a licitação seja realizada.
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Existem, ainda, as licitações simultâneas e as licitações sucessivas.
Na licitação simultânea, a licitação posterior ocorre em até 30 dias da licitação anterior.
Na licitação sucessiva, a licitação posterior ocorre em espaço de tempo de até 120 dias após o término das obrigações da licitação anterior.
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Dentre as modalidades de licitação, a concorrência é utilizada para as transações de maior vulto, que, por consequência, possuem maior publicidade, sendo necessário o chamamento da maior quantidade possível de interessados a fim de obter a melhor proposta à Administração Pública.
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Será obrigatória a utilização da modalidade concorrência, independente do valor envolvido, quando se tratar de:
Compra de bens imóveis
Alienação de bens imóveis, quando não utilizada a modalidade “leilão”
Concessões de direito real de uso
Licitações internacionais
Concessões de obra e serviço público
Para registro de preço
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A concorrência, sendo a modalidade de licitação mais complexa, poderá ser aplicada em qualquer caso, tendo em vista que sempre abrangerá os valores previstos para as outras modalidades de licitação.
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A modalidade concorrência, assim como as demais modalidades, inicia com a realização dos procedimentos internos para a verificação de necessidade e possibilidade de contratação pela Administração Pública.
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Em seguida, há a elaboração e divulgação do edital, com todas as características da licitação, com todos os limites impostos, razão pela qual se torna a “lei” da licitação, não podendo a Administração Pública exigir nada além do que consta no edital. A publicação do edital, em regra, deve ocorrer com antecedência mínima de 30 dias da licitação.
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O edital pode ser impugnado tanto pelos interessados na participação na licitação como por qualquer cidadão. A diferença está no prazo de impugnação, sendo que para os interessados é de 2 dias úteis após a apresentação da habilitação, enquanto qualquer outro popular terá 5 dias úteis antes da apresentação da habilitação.
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A habilitação é a segunda fase da modalidade concorrência, sendo que nesse momento os interessados devem apresentar seus documentos, comprovando que estão aptos a cumprir o contrato caso venham a ser vencedores.
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A habilitação na modalidade concorrência é realizada antes da análise das propostas. Isso significa que a entrega das propostas de cada interessado é a terceira fase da concorrência.
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Na entrega das propostas, a Administração Pública realizará um ranking das propostas mais vantajosas e escolherá aquela que melhor lhe aprouver, que for mais vantajosa para a Administração.
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O julgamento das melhores propostas é realizado por uma comissão formada por 3 servidores, que possuem responsabilidade solidária.
No julgamento das propostas feitas pelos interessados, serão desclassificadas aquelas cujo valor seja inexequível, por ser irrisório, tendo em vista a impossibilidade do interessado garantir aquele valor, devendo haver compatibilidade com os preços de mercado.
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Após a decisão, a autoridade que instaurou a licitação homologará o processo, asseverando que o processo teve seu trâmite regular, comprovando que não houve qualquer tipo de ilegalidade na licitação.
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Por fim, ocorrerá a adjudicação, que é a entrega do objeto da licitação ao vencedor. Trata-se da atribuição do objeto da licitação ao vencedor.
A adjudicação é o ato final da licitação, o que não significa, porém, o encerramento das responsabilidades por parte dos envolvidos.
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A modalidade tomada de preços é utilizada nas transações de vulto médio. Podem participar apenas os interessados que estejam previamente cadastrados junto à Administração Pública.
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O cadastramento pode ocorrer até 3 dias antes do recebimento das propostas.
Denegado o cadastramento, o interessado poderá recorrer em até 5 dias.
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Na tomada de preços, a habilitação é feita antes da licitação começar, ocorrendo por intermédio do registro cadastral.
Na Administração Pública há um cadastro de pessoas interessadas em concorrer por aquele objeto da licitação. Para esse registro, os interessados apresentam previamente toda a sua documentação, comprovando que estão aptas a vencer um procedimento licitatório e executar um futuro contrato.
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Esse registro facilita o funcionamento da licitação para a Administração Pública, tendo em vista que quando abrir a licitação aos interessados, poderá partir diretamente à fase de apresentação de propostas.
Esse registro cadastral possui validade de 1 ano. Ou seja, anualmente o cadastro precisa ser atualizado.
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O procedimento da tomada de preços não difere do procedimento da concorrência, havendo diferenças apenas em relação a alguns critérios.
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Em relação ao prazo do edital, enquanto a regra geral para a concorrência é de 30 dias de antecedência, para a tomada de preços a antecedência mínima para a publicação do edital é de 15 dias antes da ocorrência da licitação, exceto quando se tratar de licitação pela melhor técnica ou por técnica e preço, situação em que o prazo será 30 dias.
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A modalidade convite é utilizada para as transações de menor valor. Nessa situação, a publicidade é diminuída, tendo em vista que é a própria Administração Pública que convida a pessoa a participar da competição.
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No entanto, dada a publicidade da licitação, quem não foi convidado, mas é cadastrado, poderá participar se manifestar seu interesse com antecedência de até 24 horas do recebimento das propostas. 
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Quem a Administração Pública convida não tem obrigação de ser previamente cadastrado. Porém, os interessados que não foram convidados, mas desejam participar, obrigatoriamente deverão ser cadastrados.
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Nessa modalidade, o edital é substituído pela chamada carta convite.
A carta convite, que contém todas as delimitações e características do certame, é enviada diretamente a quem a Administração Pública possui interesse.
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A Administração Pública é obrigada a enviar a carta convite a, no mínimo, 3 interessados, salvo se, pela limitação de mercado, não haja número suficiente de interessados para aquela licitação.
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Caso numa mesma localidade exista mais de 3 possíveis interessados em participar da licitação, a Administração, a cada novalicitação, deverá convidar um novo participante, que não foi convidado na licitação anterior.
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Como é a própria Administração Pública que convida os particulares a participar da licitação, a apresentação da documentação para habilitação pode ser dispensada.
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A comissão julgadora, na modalidade convite, composta por 3 membros na concorrência e na tomada de preços, poderá ser substituída por apenas 1 servidor.
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O concurso é modalidade de licitação entre quaisquer interessados para contratação de serviços técnicos, científicos ou artísticos.
Não se confunde com o concurso para contratação de pessoal da Administração Pública.
O que determina o concurso não é o valor do contrato, mas a natureza do objeto.
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O prazo para publicação do edital será de, no mínimo, 45 dias antes da realização do concurso.
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O julgamento será realizado por uma comissão especializada naquilo que é o objeto da licitação.
Essa comissão poderá ser composta por servidores públicos ou não.
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A modalidade leilão é uma forma de venda, utilizada para a alienação de bens móveis inservíveis para a Administração Pública (que não servem mais).
Também, é utilizado para a venda de bens que foram apreendidos ou penhorados.
Ainda, poderá ser utilizado para a venda de bens imóveis da Administração Pública cuja aquisição tenha derivado de processo judicial ou dação em pagamento.
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Na modalidade leilão, o vencedor é aquele que oferecer o lance mais elevado, aquele que pagar mais pelo bem, mesmo se o lance for superior ao valor de mercado.
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Para a alienação de bens imóveis, o valor deverá ser de, no máximo, R$ 650.000,00. Caso o valor ultrapasse, obrigatoriamente será utilizada a modalidade concorrência.
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O edital terá um prazo de 15 dias de antecedência da realização do leilão, sendo que a comissão julgadora será substituída pela figura do leiloeiro ou de um servidor designado pela Administração Pública.
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A modalidade pregão está prevista na Lei n° 10.520/2002, sendo aplicável para a aquisição de bens e serviços comuns.
Bens e serviços comuns são aqueles que não demandam qualquer tipo de técnica ou tecnologia especializada.
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Na modalidade pregão, o vencedor será sempre aquele que oferecer o menor preço pelo produto.
Ou seja, a Administração Pública pagará o menor preço pelo produto.
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Na modalidade pregão, em sessão pública, os interessados fazem lances/ofertas, sendo selecionada a menor proposta (menor preço) e as propostas que estejam até 10% acima da menor proposta.
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Os interessados que apresentaram essas propostas selecionadas terão oportunidade de realizar novos lances, a fim de chegar ao valor mais baixo.
Caso a diferença entre a menor proposta e a segunda menor seja superior a 10%, serão classificadas as 3 menores propostas, para que os interessados continuem fazendo lances, para chegar ao menor preço possível.
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A característica básica dessa modalidade de licitação é a inversão das fases de habilitação e julgamento.
Nas demais modalidades a habilitação é realizada antes da análise das propostas.
Na modalidade pregão, primeiro são apresentadas as propostas, para que depois sejam verificados os documentos de habilitação.
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Aquele que ofereceu a menor proposta será classificado em primeiro lugar, sendo que, então a Administração Pública analisará os seus documentos.
Se estiver apto, será considerado o vencedor. Se não estiver apto, será convocado o segundo colocado, analisando-se a documentação dele.
Caso o segundo colocado esteja apto, o pregoeiro realizará uma negociação para que esse segundo colocado reduza o valor da sua proposta, nivelando-a à proposta mais baixa.
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Também haverá a inversão da homologação e da adjudicação. No pregão, primeiro o objeto é atribuído ao vencedor e depois a autoridade homologa a licitação.
A modalidade pregão pode ser presencial ou eletrônica.
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A modalidade consulta está prevista na Lei Geral de Telecomunicações, aplicando-se exclusivamente às agências reguladoras.
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A Lei Geral de Telecomunicações prevê apenas a existência da consulta, mas não confere qualquer tipo de característica ou delimitação à modalidade.
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A Lei Geral de Telecomunicações assevera que cada agência reguladora poderá criar suas próprias características para licitação na modalidade consulta.
Portanto, não há uma lei uniforme que tutele essa modalidade de licitação.