Logo Passei Direto
Buscar

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

MICROECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
Conselho Editorial EAD 
Dóris Cristina Gedrat (coordenadora) 
Mara Lúcia Machado 
José Édil de Lima Alves 
Astomiro Romais 
Andrea Eick 
 
 
Obra  organizada  pela  Universidade  Luterana  do 
Brasil.  Informamos que  é de  inteira  responsabilidade 
dos autores a emissão de conceitos. 
A violação dos direitos  autorais  é  crime  estabelecido 
na Lei nº 610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código 
Penal. 
 
 
ISBN: 978‐85‐7838‐091‐5 
Edição Revisada 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Este  livro  apresenta  os principais  tópicos da disciplina de Microeco‐
nomia I, oferecida para os cursos de Economia, Administração e Ciên‐
cias  Contábeis.  Serão  enfatizados  nesta  obra  conteúdos  de  interesse 
para os que atuam nas áreas especificadas e em empresas. 
No primeiro capítulo, realizaremos uma revisão dos conceitos básicos 
de microeconomia.  Inicialmente, discutiremos a origem da economia, 
depois, analisaremos a organização e o sistema econômico, as frontei‐
ras de produção e as diferenças entre o estudo da micro e da macroe‐
conomia e, por fim, verificaremos a importância de se estudar microe‐
conomia e a definição dos mercados. 
No segundo capítulo, abordaremos a demanda e a oferta de mercado, 
especificando todos os seus determinantes, até gerar as suas curvas de 
mercado.  
No terceiro capítulo, faremos a análise do equilíbrio de mercado, traba‐
lhando a demanda e a oferta em conjunto.  
Buscaremos  entender  o  comportamento  do  consumidor  no  quarto 
capítulo. Nesse momento, é relevante mapear os gostos e as necessida‐
des dos consumidores para saber como eles atingem o maior grau de 
satisfação. 
No quinto capítulo, apresentaremos as elasticidades, que são definidas 
como uma medida de sensibilidade que tem como objetivo aprofundar 
a análise dos movimentos dos preços e seus efeitos no mercado, tanto 
no que se refere à demanda como à oferta. 
Abordaremos, no sexto capítulo, a teoria da produção no curto prazo, 
que se refere ao lado da oferta de mercado. Demonstraremos, também, 
como  os produtores  se  comportam nos mercados  e  como  otimizar  a 
produção de acordo com determinadas variáveis. 
 
 
6 
No sétimo capítulo, veremos a teoria da produção no longo prazo e, no 
capítulo seguinte, discutiremos os custos de produção no curto prazo. 
O objetivo é entendermos como se comportam os custos na produção. 
No penúltimo capítulo, analisaremos os custos de produção no  longo 
prazo. E, no último, finalmente estudaremos as estruturas dos seguin‐
tes mercados:  competitivo, monopólio  e  oligopólio. Nesse  cenário,  e 
por considerar o fato de que em alguns mercados a hipótese de compe‐
tição perfeita pode não ser a melhor, consideramos que seja importante 
um estudo de decisão em mercados não competitivos, nos quais mo‐
nopólio e oligopólio formam o mesmo núcleo. 
 
SOBRE O AUTOR 
Jacqueline A. H. Haffner 
Jacqueline A. H. Haffner,  natural  de  Santiago, Chile,  é  bacharel  em 
Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Campinas – PUC‐
CAMP (1989), especialista em Finanças pela Universidade Católica de 
Porto Alegre  –  PUCRS  (1992),  doutora  em História  Econômica  pela 
mesma  instituição  e  pós‐doutora  em  Economia  pela  Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS  (2001), universidade na qual 
trabalhou entre 2000‐2002. É Professora da Universidade Luterana do 
Brasil – Ulbra, desde 2003, atuando nos cursos de Ciências Econômi‐
cas, Administração e Ciências Contábeis nas disciplinas de Microeco‐
nomia, Introdução à Economia e Economia Brasileira. E nos cursos de 
Pós‐Graduação da área.  
 
SUMÁRIO 
1 CONCEITOS BÁSICOS DE MICROECONOMIA .................................................... 13 
1.1 Origem da economia ............................................................................... 13 
1.2 Fronteiras de produção ........................................................................... 15 
1.3 O que é microeconomia? ......................................................................... 16 
1.4 O que é macroeconomia? ........................................................................ 18 
1.5 Limitações da teoria microeconômica ...................................................... 20 
1.6 Por que estudar microeconomia? ............................................................. 21 
1.7 O que é um mercado? .............................................................................. 22 
( . ) Ponto Final ............................................................................................. 24 
Atividades .................................................................................................... 25 
2 DEMANDA E OFERTA DE MERCADO ................................................................. 27 
2.1 Demanda ................................................................................................ 27 
2.2 Oferta ..................................................................................................... 34 
( . ) Ponto Final ............................................................................................. 38 
Atividades .................................................................................................... 39 
3 EQUILÍBRIO DE MERCADO .............................................................................. 42 
3.1 Oferta e demanda em conjunto ................................................................ 42 
( . ) Ponto Final ............................................................................................. 47 
Atividades .................................................................................................... 48 
4 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ............................................................. 50 
 
 
10 
4.1 Teoria do comportamento do consumidor ................................................. 50 
4.2 Restrições orçamentárias: o que o consumidor pode gastar ...................... 58 
( . ) Ponto Final ............................................................................................. 67 
Atividades .................................................................................................... 68 
5 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR – ELASTICIDADES .................................. 69 
5.1 Elasticidades da oferta e da demanda ...................................................... 70 
5.2 Elasticidades da demanda ....................................................................... 70 
5.3 Receita total e elasticidade-preço da demanda ........................................ 76 
5.4 Outras elasticidades da demanda ............................................................ 77 
5.5 A elasticidade-preço da oferta ................................................................. 78 
5.6 Elasticidades no curto e no longo prazo .................................................... 80 
( . ) Ponto Final ............................................................................................. 84 
Atividades .................................................................................................... 84 
6 TEORIA DA PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO ........................................................ 86 
6.1 Tecnologia de produção ........................................................................... 87 
6.2 Análise da teoria da produção no curto prazo ............................................ 89 
6.3 Produto total, médio e produto marginal .................................................. 91 
6.4 Rendimentos de escala no curto prazo ..................................................... 93 
( . ) Ponto final .............................................................................................. 94 
Atividades ....................................................................................................95 
7 TEORIA DA PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO ....................................................... 96 
7.1 Isoquanta ............................................................................................... 96 
7.2 Isocustos ................................................................................................ 98 
7.3 Taxa marginal de substituição técnica (TMST) ........................................ 100 
7.4 Rendimentos de escala no longo prazo ................................................... 101 
( . ) Ponto final ............................................................................................ 104 
Atividades .................................................................................................. 105 
 
11 
8 CUSTOS DE PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO .................................................... 106 
8.1 O que é custo de produção no curto prazo? ............................................. 106 
8.2 Custo total ............................................................................................ 108 
8.3 Custo marginal (CMG) ........................................................................... 111 
8.4 Outros custos de produção .................................................................... 111 
( . ) Ponto final ............................................................................................ 114 
Atividades .................................................................................................. 115 
9 CUSTOS DE PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO .................................................... 117 
9.1 O que é custo de produção no longo prazo? ............................................ 117 
9.2 Economias e deseconomias de escala .................................................... 119 
( . ) Ponto final ............................................................................................ 122 
Atividades .................................................................................................. 123 
10 ESTRUTURAS DE MERCADO ........................................................................ 125 
10.1 Mercados competitivos ....................................................................... 125 
10.2 Monopólio .......................................................................................... 127 
10.3 Oligopólio ........................................................................................... 129 
( . ) Ponto final ............................................................................................ 130 
Atividades .................................................................................................. 131 
REFERÊNCIAS NUMERADAS ............................................................................ 133 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 134 
GABARITO ...................................................................................................... 135 
 
 
   
1 CONCEITOS BÁSICOS DE MICROECONOMIA 
Jacqueline A. H. Haffner 
Economia é uma ciência social que estuda o modo como os indivíduos 
e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos na produ‐
ção  de  bens  e  serviços,  de modo  a  distribuí‐los  entre  os  grupos  da 
sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas.  
A  economia  repousa  sobre  os  atos humanos  e  é por  excelência uma 
ciência social. Segundo Pinho e Vasconcellos, citados por Dias e Silva: 
“Apesar de a tendência atual ser a de se obter resultados cada vez mais 
precisos para os  fenômenos econômicos, é quase    impossível se  fazer 
análises puramente  frias  e numéricas,  isolando as  complexas  reações 
do homem no contexto das atividades econômicas”1. 
Neste capítulo, será feita uma introdução ao estudo da economia e da 
sua origem. Também  será apresentada a diferenciação entre macro e 
microeconomia, além de  serem analisados outros  conceitos gerais do 
estudo da microeconomia. 
1.1 Origem da economia 
O termo economia deriva do nome grego oikonomía, que significa “aque‐
le que administra o lar”.  
A economia trabalha com dois problemas fundamentais, os quais estão 
relacionados com as necessidades humanas:  ilimitadas/infinitas versus 
os recursos produtivos (fatores de produçãoa – limitados e finitos).  
a. Recursos naturais, mão‐de‐obra, capital.a 
Dessa forma, podemos entender que o problema econômico se relacio‐
na com a escassez e a natureza limitada dos recursos da sociedade, ou 
seja, com a restrição física dos recursos existentes na natureza. 
                                                                  
a Recursos naturais, mão‐de‐obra, capital.  
 
 
14 
Para  resolver  os  problemas  econômicos  fundamentais,  devemos  res‐
ponder a  três questões essenciais, que estão diretamente relacionadas 
com  a  escassez dos  recursos disponíveis na natureza,  as quais  serão 
analisadas a seguir.  
a. O QUE e QUANTO produzir? 
A  resposta está  relacionada  com as escolhas da  sociedade. Devem‐se 
produzir mais bens de consumo ou bens de capital? Mas quanto? Na 
verdade, deve‐se produzir até satisfazer às necessidades e aos desejos 
dos consumidores. 
b. Como produzir? 
Esta é uma resposta à questão de eficiência produtiva. Deve‐se utilizar 
mais  capital  ou mais mão‐de‐obra  intensiva  na  produção?  Pode  ser 
produzido o mesmo produto com combinações diferentes de fatoresb?  
c. Para quem produzir? 
Como será a distribuição de renda gerada pela atividade econômica? 
Quais os setores beneficiados? 
O sistema econômico e a organização econômica 
É  a  forma  como  a  sociedade  se  organiza  para  exercer  as  atividades 
econômicas, que são: produção, circulação, distribuição e consumo de 
bens e serviços. 
Existem dois  tipos de organização: economia de mercado e economia 
planificada. 
                                                                  
b No caso da produção de vinho, pode ser utilizada muita mão‐de‐obra ou muito capital. 
 
15 
A economia de mercado está representada a seguir na Figura 1.1. 
Figura 1.1 – Economia de mercado 
 
A economia planificada está representada a seguir na Figura 1.2. 
Figura 1.2 – Economia planificada ou centralizada 
 
1.2 Fronteiras de produção 
Dada  a  escassez de  recursos na  economia, devemos  trabalhar  com  a 
fronteira de produção, que  é uma  representação gráfica da  curva de 
possibilidades  de  produção  que  considera  os  recursos  produtivos 
limitados  na  economia.  Essa  curva,  apresentada  na  figura  a  seguir, 
mostra as alternativas de produção da sociedade, levando em conta a 
suposição de que os recursos estão plenamente empregados. 
 
 
16 
Figura 1.3 – Fronteiras de produção 
 
Fonte: VASCONCELLOS, 2001. 
A  figura anterior apresenta  informações sobre dois  tipos de bens que 
utilizam plenamente os fatores de produção. A curva representa todas 
as combinações de produção possíveis para produzir um bem x e um 
bem y. Assim, cada combinação de X e Y significa uma possibilidade 
de utilização ótima dos fatores produtivos. 
1.3 O que é microeconomia? 
É a área da teoria econômica que estuda o funcionamento do mercado 
de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, analisa o 
comportamento – de um  lado, dos compradores (consumidores) e, de 
outro, dos vendedores (produtores) – de tais bens. 
A microeconomia também estuda o comportamento de consumidores 
e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa‐se, ainda, com 
a determinação dos preços e com as quantidades necessárias aos mer‐
cados específicos.  
Podemos entender que a microeconomia tem como foco o modo como 
as escolhas são  feitas em nível  individual, sob condições de escassez. 
Existem  dois  aspectos  importantes  aserem  discutidos  aqui:  se  não 
houvesse escassez econômica, não haveria necessidade de  fazer esco‐
lhas, pois poderíamos ter tudo que desejássemos. O outro ponto a ser 
percebido é que escolha subentende alternativas.  
 
17 
A microeconomia  trata do  comportamento das unidades  econômicas 
individuais dos 
 consumidores; 
 trabalhadores; 
 investidores; 
 proprietários da terra; 
 empresas. 
Além disso, enfoca como escolher o que comprar e o que  trará maior 
satisfação a esses grupos de consumidores. 
A microeconomia explica, ainda 
 como são tomadas as decisões econômicas de compra; 
 como a renda e os preços influenciam nas decisões; 
 o que determina o número de trabalhadores que serão contratados 
e onde eles decidem trabalhar. 
A microeconomia  estuda  como  as  unidades  econômicas  (empresas) 
interagem  para  formar  unidades  maiores  –  mercados  e  indústrias, 
levando em conta 
 o ponto de vista dos mercados: como os produtores e consumido‐
res  interagem nos diferentes mercados no que se refere a preços, 
investimentos e quantidades; 
 o ponto de vista das indústrias: como as indústrias e os mercados 
se desenvolvem. 
Por meio de estudos entre as empresas e os seus consumidores, podem 
ser definidas as diferenças entre as indústrias, a influência das políticas 
governamentais e as condições da economia global. 
 
 
 
 
18 
1.4 O que é macroeconomia? 
É a área da  teoria  econômica que  estuda as quantidades econômicas 
agregadas, tais como a magnitude e a taxa de crescimento econômico, 
dos juros, do desemprego e da inflação. 
Trata da evolução da economia como um todo, analisando a determi‐
nação e o comportamento dos agregados econômicos, ou seja, é o estu‐
do dos fenômenos que englobam a economia como um todo. Os prin‐
cipais agregados são: 
 Renda 
 Emprego 
 Produto nacional 
 Desemprego 
 Investimento 
 Estoque de moeda 
 Poupança 
 Taxa de juros 
 Consumo 
 Balanço de pagamentos 
 Nível geral de preços 
 Taxa de câmbio 
 
O foco principal dessa análise é estabelecer relações entre os agregados 
e  propiciar  a melhor  compreensão  das  interações  entre  eles.  Dessa 
forma, coloca em segundo plano o comportamento das unidades eco‐
nômicas individuais. 
Atualmente, podemos entender que as diferenças entre microeconomia 
e  macroeconomia  são  cada  vez  menores,  pois  esta  última  também 
estuda mercados de bens e serviços, mão‐de‐obra e  títulos de empre‐
sas. 
 
19 
Mas, para entender os diferentes mercados macroeconômicos, é neces‐
sário também entender o comportamento das empresas, dos consumi‐
dores, dos trabalhadores e dos  investidores que compõem os diferen‐
tes mercados. 
Dessa forma, a macro e a microeconomia interagem na economia como 
um todo, sendo uma dependente da outra. Dentro da análise econômi‐
ca, pode‐se dizer, ainda, que a microeconomia é a base da macroeco‐
nomia. 
A Figura 1.4 a seguir apresenta as interações antes citadas – a micro e a 
macroeconomia  fazem parte da economia como um  todo e  interagem 
entre si. 
Figura 1.4 – Diagrama da economia 
 
 
A  economia  também  faz parte de outras áreas do  conhecimento que 
estão interligadas com as ciências econômicas, como veremos na Figu‐
ra 1.5, a seguir. As principais são a política, a história, a geografia e a 
demografia. 
 
 
 
 
 
20 
Figura 1.5 – Inter-relação entre a economia e as outras ciências 
 
Fonte: Adaptado de VASCONCELLOS, 2001. 
 
Sendo  assim,  entendemos  que  há  uma  grande  dificuldade  de  fazer 
uma análise econômica que não envolva as outras áreas das  ciências 
sociais, o que resulta na impossibilidade de separar os acontecimentos 
econômicos do extra‐econômicos. 
1.5 Limitações da teoria microeconômica 
A  teoria microeconômica está baseada em explicações e previsões de 
certos fenômenos econômicos que precisam ser estudados. Uma teoria 
é desenvolvida para explicar fenômenos observados num conjunto de 
regras básicas e premissas. Dessa  forma, a  teoria microeconômica co‐
meça com premissas que vão sendo levantadas com base nos modelos 
que são construídos, os quais nada mais são que a representação ma‐
temática de uma teoria usada para fazer previsões. 
A  limitação  teórica  está  em  que  nenhuma  teoria,  seja  em  economia, 
química  ou  em  qualquer  outra  ciência,  é  perfeitamente  correta.  Por 
exemplo, as empresas tentam, o tempo todo, obter o máximo de lucro 
possível, mas o que vemos na realidade é que elas não maximizam os 
seus lucros o tempo todo, mesmo sendo esse seu objetivo principal. 
A  teoria microeconômica  estuda  os  acontecimentos  relacionados  ao 
comportamento, ao crescimento e à evolução de empresas e indústrias, 
em que  testar  e aperfeiçoar as  teorias  é  fundamental para validar os 
modelos que foram propostos como fundamento para premissas bási‐
cas e limitadas. 
 
21 
Análise positiva e normativa 
A  teoria microeconômica  é  desenvolvida  como  base  em  testes  para 
explicar  fenômenos  específicos  e,  assim,  realizar  previsões,  para  as 
quais são utilizadas as questões positivas e as normativas. 
As QUESTÕES  POSITIVAS  estão  relacionadas  com  as  explicações  e 
previsões voltadas a certo fenômeno. Para podermos planejar o futuro, 
precisamos da  análise positiva, pois  com  ela  avaliamos quantitativa‐
mente os  resultados  futuros das previsões que  foram  realizadas. Por 
exemplo:  Qual  será  o  impacto  de  uma  cota  de  importação  para  os 
calçados estrangeiros? Qual será o impacto de um aumento no imposto 
do  arroz? As  questões  positivas  tentam,  desse modo,  ver  o mundo 
como ele é (descritivas). 
As QUESTÕES NORMATIVAS indicam como o mundo deve ou deve‐
ria ser (prescritivas). Uma análise normativa utiliza‐se de  julgamentos 
de valor. Por exemplo: devemos permitir a  fusão de duas  firmas? ou 
Será que as drogas devem ser proibidas?  Normalmente, antes de res‐
ponder a questões normativas, é importante ter as respostas das análi‐
ses descritivas. As questões normativas se relacionam com as respostas 
sobre o que será melhor, qual a opção entre A e B, ou N situações. O 
que  seria melhor  para  a  empresa?  Para  o  país? Considera  o  dilema 
entre equidade e eficiência na escolha entre um aumento no  imposto 
dos calçados e a  imposição de  restrições à  importação de calçado es‐
trangeiro. A análise normativa envolve um plano de ação específico, 
além do quantitativo, e envolve julgamento de valorc. 
1.6 Por que estudar microeconomia? 
A microeconomia é utilizada para entender as escolhas dos consumi‐
dores (o que comprar) e dos produtores (o que produzir). 
Para lançar um novo produto no mercado, a empresa deve, inicialmen‐
te, fazer uma pesquisa para saber como os consumidores vão respon‐
der a ele e a partir daí começar a planejar toda a estratégia de produ‐
ção. Podemos exemplificar esse processo através da tomada de decisão 
de uma empresa de carros. Digamos que a Honda pretende colocar um 
novo modelo  no mercado:  o Honda  Civic  Automático. Nesse  caso, 
faria uma análise que contemplaria as seguintes variáveis:  
                                                                  
c A maioria dos julgamentos de valor envolvidos nas decisões de política econômica se resume à seguinte 
ponderação: “equidade versus eficiência econômica” (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 6). 
 
 
22 
a. aceitação do consumidor e demanda do novo modelo; 
b. custos de produção; 
c. estratégia de preços; 
d. análise de riscos; 
e. decisões organizacionais; 
f. regulamentação governamental. 
Somente  depois  de  analisar  todas  essas  variáveis  é  que  a  empresa 
conseguiria avaliar se o novo modelo de carro seria viável e quais as 
possibilidades de esse novo produto ter sucesso. 
1.7 O que é um mercado? 
Um mercado  é um  campo definido nateoria  em que  compradores  e 
vendedores interagem e determinam o preço de um produto ou de um 
conjunto de produtos. Podemos, assim, dizer que compradores e con‐
sumidores interagem, originando os mercados. 
Os  parâmetros  do mercado  devem  ser  determinados  antes  que  ele 
possa ser analisado. É necessário conhecer o mercado antes de entrar 
nele. 
Quais  compradores  e  vendedores  devem  ser  incluídos  em  um  determinado 
mercado? 
Para responder a essa pergunta, devemos definir os limites dos merca‐
dos, tanto em termos geográficos como de gama de produtos. 
O profundo  conhecimento do mercado é  fundamental porque ele  re‐
presenta mais que uma indústria; está no centro da atividade econômi‐
ca. 
Entendendo os mercados, podemos saber por que um número reduzi‐
do de empresas  concorre entre  si em alguns mercados, enquanto em 
outros há um grande número de concorrentes. 
Mercados competitivos versus mercados não competitivos 
Um mercado  competitivo possui muitos  compradores  e  vendedores. 
Nesse modelo, nem comprador, nem vendedor pode  influenciar  indi‐
vidualmente nos preços. Em um mercado perfeitamente competitivo, o 
 
23 
preço  de mercado  geralmente  prevalecerá.  Este,  para  a maioria  das 
mercadorias, flutua ao longo do tempo e, no caso de muitas mercado‐
rias, tais flutuações podem ser rápidas. Essa afirmação se aplica prin‐
cipalmente aos mercados competitivos, os quais estabelecem um único 
preço. O ouro,  cujas  cotações  são  facilmente encontradas no  jornal, é 
um exemplo.  
Um mercado não competitivo pode ser aquele com muitos produtores, 
os quais,  em  conjunto,  afetam o preço do produto no mercado. Eles 
podem estabelecer vários preços para o mesmo produto. Um exemplo 
são as marcas de óleo de cozinha, que podem vender o mesmo produ‐
to de diferentes marcas, com preços diferentes no mesmo supermerca‐
do. 
Preços reais versus preços nominais 
Para saber o valor real dos preços, devemos fazer a correção em rela‐
ção à  inflação.  Isso é necessário  sempre que  compararmos preços no 
decorrer do tempo; se isso não for feito, podemos incorrer num erro de 
avaliação quanto aos valores que estão sendo comparados. Dessa for‐
ma, os efeitos da  inflação devem ser eliminados e os preços medidos 
em termos reais e não em preços nominais. 
Em  termos absolutos, um carro é mais caro hoje que há quatro anos, 
mas, se o preço dele for comparado aos preços de hoje, o seu valor real 
será muito mais baixo.  
Isso significa medir os preços em termos reais e não em   termos   NO‐
MINAIS. O preço nominal de uma mercadoria é o seu preço em moeda 
corrente, é o seu preço absoluto, é o valor de uma mercadoria ou servi‐
ço no momento de sua venda. O preço real de uma mercadoria é preço 
em moeda constante, ou seja, é o preço de uma medida agregada dos 
preços. 
Cálculo dos preços reais: 
 
A análise de preços é importante porque o consumidor deve ter conhe‐
cimento dos preços reais para tomar as suas decisões. Os preços relati‐
vos são mais facilmente avaliados se tivermos um padrão para realizar 
uma análise comparativa. 
 
 
24 
( . ) Ponto Final 
Neste capítulo,  foram abordados conceitos básicos de economia e mi‐
croeconomia.  Entendemos  que  a  ciência  econômica  existe  exclusiva‐
mente  em  função de os  recursos  serem  escassos. Por  escassez  enten‐
demos o fato de que não existem insumos suficientes para a produção 
de todos os bens e serviços desejados pelas pessoas. 
Foram aqui apresentados tópicos relacionados 
 à importância do estudo da economia; 
 à origem da economia; 
 ao(s)  estudo(s)  sobre  como  é  a  tomada de  decisão  por  parte de 
consumidores e compradores; 
 à forma como a microeconomia valida as suas teorias; 
 à análise positiva e normativa; 
 ao que é um mercado e os tipos de mercados: competitivos; 
 e não competitivos; 
 aos preços de mercado e os efeitos da inflação nesses preços (pre‐
ços reais e nominais). 
Indicações culturais 
Manki w, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Thom‐
son Learning, 2006. 
Pindyck , R. S.; Rubinfeld , D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pear‐
son Prentice Hall, 2006. 
No  capítulo  2 da obra de Mankiw  (2006),  e no primeiro  capítulo da 
obra de Pindyck e Rubinfeld (2006) o leitor poderá saber mais sobre o 
assunto proposto neste capítulo. 
 
25 
Atividades 
1. Conforme Mankiw (2006, p. 33), por que a economia é considerada 
uma ciência? 
2. Por que, conforme Mankiw  (2006, p. 33), os economistas  formulam 
hipóteses? 
3. Segundo Mankiw  (2006), um modelo econômico deveria descrever 
exatamente a realidade? 
4. Explique o problema  fundamental com o qual a economia se preo‐
cupa, segundo Vasconcellos (2001). 
5. Diferencie, segundo Mankiw (2006), a análise positiva da normativa. 
6.  Suponha  que  o  iene  japonês  suba  em  relação  ao  dólar  norte‐
americano,  isto  é,  que  de  agora  em  diante  seriam  necessários mais 
dólares para adquirir uma determinada quantidade de ienes japoneses. 
Explique por que tal fato simultaneamente aumentaria o preço real de 
automóveis japoneses para consumidores norte‐americanos e reduziria 
o preço real de automóveis norte‐americanos para consumidores japo‐
neses (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 17). 
7. A  tabela seguinte mostra o preço médio da venda da manteiga e o 
Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 1980 a 2001 (VASCONCEL‐
LOS, 2001). 
 
Ano   1980   1985   1990   1995   2000   2001 
IPC   100   130,58  158,56   184,95  208,98  214,93 
Preço  da 
manteiga 
(com  sal, 
qualidade 
AA, por libra) 
$ 1,88  $ 2,12   $ 1,99   $ 1,61   $ 2,52   $ 3,30 
Fonte: BUREAU OF LABOR STATISTICS, 2008. 
a. Calcule o preço real da manteiga, em dólares, na década de 1980. O 
preço  real  da manteiga  aumentou,  diminuiu  ou  permaneceu  estável 
desde 1980? 
 
 
26 
Preço real da manteiga no ano: 
 
b. Qual foi a variação percentual do preço real da manteiga (em dóla‐
res de 1980) entre 1980 e 2001? 
c. Converta o IPC para 1990 = 100 e determine o preço real da manteiga 
em dólares de 1990. 
d. Qual foi a variação percentual do preço real da manteiga (em dóla‐
res de 1990) entre 1980 e 2001? Compare esse resultado com o obtido 
na resposta do item b. A que conclusões você pode chegar? Explique. 
   
2 DEMANDA E OFERTA DE MERCADO 
Jacqueline A. H. Haffner 
Neste capítulo, vamos estudar como funcionam os mercados. Verifica‐
remos, aqui, que a oferta e a demanda são as forças que movimentam 
as economias de mercado. 
Conhecendo  a  teoria  da  oferta  e  da  demanda,  poderemos  entender 
como  esses dois movimentos do mercado determinam  a  quantidade 
produzida de cada bem e o preço pelo qual será vendido. 
É muito  importante  saber  como  funciona  a  oferta  e  a  demanda  de 
mercado,  para  poder  planejar  a  política  econômica  do  governo  e  os 
efeitos das políticas públicas na economia, já que a oferta e a demanda 
nos  apresentam  informações de  como o  comportamento das pessoas 
interferem nos mercados e de como interagem com ele. 
Quando chove muito no verão, o preço das diárias nos hotéis cai em 
todo país. Quando esquenta muito no verão, as diárias dos hotéis au‐
mentam  substancialmente. O  que  esses  acontecimentos  nos  apresen‐
tam? São efetivamente exemplos da ação da oferta e da demanda. 
2.1 Demanda 
A demanda estuda o  comportamento dos  consumidores. A  curva da 
demanda mostra  informações sobre a quantidade de uma mercadoria 
que os consumidores estão dispostos a comprar por dado preço unitá‐
rio, considerando‐se constantes outros fatores que não o preço. 
A  equação  que mostra  a  relação  entre  preço  e  quantidade  pode  ser 
assim apresentada: 
 
 
 
28 
A representação gráfica da curva da demanda se dá colocando no eixo 
vertical o preço e no eixo horizontal a quantidade,como apresentado a 
seguir na Figura 2.1: 
Figura 2.1 – A curva da demanda 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
O determinante do consumo é a renda individual dos consumidores. A 
curva  da  demanda  tem  inclinação  negativa,  confirmando  que  eles 
estão  dispostos  a  comprar  sempre maiores  quantidades  a  um  preço 
menor, posto que, à medida que o produto  se  torna mais barato  e a 
renda real do consumidor aumenta, o consumo aumenta. Exemplo: 
Demanda por suco de laranja. 
a.  Se  o  preço  do  suco  de  laranja  aumentar R$  0,70  a  unidade,  você 
compraria menos suco de laranja. 
b. Você poderia substituí‐lo por suco de limão. 
c. Se o preço  caísse R$ 0,30 a unidade, você  compraria mais  suco de 
laranja. 
 
29 
 
Dessa  forma,  podemos  afirmar  que  a  quantidade  demandada  cai, 
quando  aumenta  o  preço,  se  eleva,  quando  o  preço  cai. Essa  é  uma 
relação aplicável à maioria dos bens,  isto é, o  fato de a  curva de de‐
manda relacionar‐se negativamente com o preço. Esta é  traçada man‐
tendo muitas variáveis constantes e se inclina para baixo porque, coete‐
risparibus, preços menores  indicam uma maior quantidade demanda‐
da. 
Expandindo  esse  conceito,  a demanda, ou procura  (que pode  ser  re‐
presentada por uma  tabela numérica, um gráfico ou uma  função ma‐
temática),  é  definida  como  as  várias  quantidades  voluntariamente 
compradas por período de tempo a cada um dos vários possíveis pre‐
ços de um produto.  Um esquema ou lista de compras seria um exem‐
plo que tem como base a lei da demanda, a qual estabelece que, quan‐
do o preço de um produto ou serviço aumenta, menores quantidades 
do produto/serviço serão compradas e vice‐versa. Isso pode ser obser‐
vado na Tabela 2.1 a seguir. 
Tabela 2.1 – Demanda por feijão 
PREÇO  DO  FEIJÃO 
(R$/KG) 
QUANTIDADE  COMPRADA 
(1.000 KG/ANO) 
1,75  6,62 
1,50  12,50 
1,25  18,75 
1,00  25,00 
0,75  31,25 
0,50  37,50 
0,25  43,75 
 
Na Tabela 2.1, ao preço de R$ 1,75, somente 6,62 milhões de quilos são 
comprados  anualmente  pelos  consumidores.  Se  o  preço  cai  para  R$ 
1,00, as compras anuais aumentam para 25 milhões de quilos. A rela‐
ção inversa entre o preço do feijão e a quantidade comprada baseia‐se 
no  conceito  de  “utilidade  marginal  decrescente”.  O  termo  marginal 
significa “adicional ou sucessivo” e o conceito de utilidade é satisfação 
 
 
30 
que um bem ou serviço proporciona. O conceito de utilidade marginal 
decrescente  também  se  refere  à  ideia de  que  a  cada unidade de um 
bem,  consumida  sucessivamente pelo  consumidor,  adiciona menos  à 
sua  total  satisfação  que  a  unidade  anteriormente  consumida.  Esse 
fenômeno é aparente, não  importando qual seja o bem ou serviço em 
questão.  Por exemplo: peças de sapatos, copos de suco, quilos de arroz 
etc. 
A Figura 2.2, a seguir, mostra como os dados apresentados na  tabela 
anterior (Tabela 2.1) podem ser representados graficamente. 
Figura 2.2 – A curva da demanda 
 
A lei da demanda afirma que, tudo o mais mantido constante, a quan‐
tidade demandada de um bem aumenta quando o preço do bem dimi‐
nui.  
Outros fatores que influenciam a demanda 
Além dos preços, existem outros  fatores que  influenciam a demanda. 
São eles: 
 Renda:  está diretamente  relacionada  com o  consumo. De acordo 
com as variações na renda, podemos ter dois tipos de resultados – 
o consumo pode diminuir ou aumentar, como podemos observar 
nos itens a seguir. 
 
31 
a. Um aumento na quantidade demandada e, consequentemente, um 
aumento no consumo desse bem, provocados pelo aumento da renda 
do(s)  consumidor(es),  se demais  fatores  se mantiveram  constantes,  é 
denominado de bem normal. 
b. Se, quando a renda aumenta, somente ela, e todos os demais fatores 
se mantêm constantes, a quantidade demandada diminui, e o consumo 
do bem diminui é denominado bem inferior. 
 Preços dos  bens  substitutos  e  complementares  influenciam dire‐
tamente no consumo, como explicado a seguir. 
a. Bens substitutos: dois bens para os quais, tudo o mais mantido cons‐
tante, um  aumento  no preço de um deles  aumenta  a demanda pelo 
outro. O objetivo final do consumidor é a satisfação pessoal. Se existe 
um produto semelhante ao que gostaria de consumir, ele irá substituí‐
lo rapidamente. Um exemplo é a substituição da manteiga pela marga‐
rina, caso ocorra aumento de preço da manteiga. 
b. Bens  complementares:  são  aqueles  cujo  aumento  no  preço de  um 
dos bens leva a uma redução na demanda. É o consumo realizado em 
conjunto, como no caso do café com leite, em que o aumento do preço 
de um dos produtos leva à queda no consumo do outro. 
Gostos  e  expectativas dos  consumidores  também  influenciam  o  con‐
sumo. Por meio das propagandas, as preferências podem ser manipu‐
ladas, as campanhas vinculadas na mídia podem ser um incentivo para 
o consumo ou podem levar a uma redução na demanda de um deter‐
minado bem. 
A função geral da demanda pode ser representada: 
 
em que 
qdi = quantidade procurada (demandada) do bem i 
pi = preço do bem i 
ps = preço dos bens substitutos ou concorrentes 
pc = preço dos bens complementares 
 
 
32 
R = renda do consumidor 
G = gostos, hábitos e preferências do consumidor 
Demanda individual e demanda de mercado 
O esquema de demanda apresenta a relação entre o preço de um bem e 
a quantidade que é demandada.  
A curva de demanda individual mostra como um preço menor aumen‐
ta a quantidade demandada (a curva de demanda se inclina para bai‐
xo). É a representação gráfica do consumo individual dos consumido‐
res. 
A demanda de mercado apresenta um somatório de  todas as deman‐
das individuais por um dado bem ou serviço. A curva de demanda de 
mercado  é obtida  somando‐se, na horizontal,  as  curvas de demanda 
individuais. Observe. 
 
Deslocamento da curva de demanda 
As mudanças  no  consumo  fazem  com  que  a  curva  de  demanda  se 
desloque. Um aumento na quantidade demandada a um preço dado 
desloca essa curva para a direita. 
Por outro  lado, qualquer mudança que diminua a quantidade que os 
compradores desejam  comprar  a um dado preço desloca  a  curva de 
demanda para a esquerda. 
Podemos entender, dessa  forma, que os movimentos da curva de de‐
manda  apresentam  dados  sobre  o  que  acontece  com  a  quantidade 
demandada de um bem quando seu preço varia mantidos constantes 
todos  os  outros  determinantes  da  demanda.  É  importante  ressaltar 
que, quando um determinante da demanda muda, a curva de deman‐
da se desloca para a esquerda ou para a direita de acordo com o con‐
sumo. 
 
33 
A seguir, a Figura 2.3 é apresentado o movimento da curva de deman‐
da, considerando um aumento de consumo de sorvete. 
Figura 2.3 – Aumento de demanda 
 
Se há um aumento no consumo de sorvete, devido ao clima, com au‐
mento da temperatura, por exemplo, a curva de demanda irá se deslo‐
car para a direita. Se acontecesse o contrário, uma diminuição do con‐
sumo, por causa de uma queda na  temperatura, a curva de demanda 
se deslocaria para a esquerda. 
A seguir, a Figura 2.4 apresenta os deslocamentos da curva de deman‐
da. 
Figura 2.4 – Aumento e diminuição da demanda 
 
 
 
34 
Na teoria da demanda, temos um caso diferente no consumo, que foge 
ao que apresentamos até aqui: são os chamados bens de Giffen. À medi‐
da que a  renda dos  consumidores  se  eleva, há uma  redução  relativa 
dos preços que teoricamente deveriam levar a um aumento na procu‐
ra, mas nessa  situação acontece o  contrário. Dessa  forma, os bens de 
Giffen seriam uma exceção dentro da teoria do consumidor.  
Um exemplo apresentado por Vasconcellos2 relata a seguinte situação 
em  relação  aos  bens  de  Giffen  em  uma  comunidade  inglesa muito 
pobre. Ocorreu  uma  queda  no  preço  da  batata.Como  a  população 
gastava a maior parte da renda com esse produto, o seu poder aquisi‐
tivo aumentou e como estavam saturados de batata, passaram a gastar 
com outros produtos. O preço da batata caiu, bem como a quantidade 
demandada (curva positivamente inclinada –  Figura 2.4). 
2.2 Oferta 
O  comportamento  dos  vendedores  é  visto  pela  oferta  de  mercado. 
Assim, podemos entender que a quantidade oferecida de um bem ou 
serviço é a quantidade que os vendedores podem vender e  têm  inte‐
resse de colocar no mercado. 
O  esquema de oferta  e  curva de oferta mostra  como o preço de um 
bem e a quantidade oferecida se relacionam. Quando o preço sobe, o 
mercado oferece quantidades cada vez maiores de produtos. Se o pre‐
ço se altera, a quantidade oferecida de um bem muda. 
À medida que os preços vão se elevando, aumenta a quantidade ofere‐
cida. Assim, a curva de oferta se inclina para cima. Podemos dizer que 
a curva de oferta se relaciona positivamente com o preço. 
A equação que representa a relação ofertada e o preço é a seguinte: 
 
Lei da oferta 
A quantidade oferecida de um bem aumenta quando o seu preço au‐
menta. Resumindo, oferta  é definida  como  a quantidade de produto 
que está voluntariamente sendo oferecida para venda a um preço es‐
pecífico. Da mesma  forma que a demanda, o conceito de oferta pode 
ser representado por uma tabela numérica, por um gráfico ou por uma 
função matemática. Dessa  forma, a oferta pode  ser definida  como as 
 
35 
várias  quantidades  voluntariamente  oferecidas  para  venda  por  um 
período de tempo a cada um dos vários possíveis preços do produto. 
Tabela 2.2 – Oferta de carne de porco 
PREÇO DA CARNE DE  POR‐
CO (R$/KG) 
QUANTIDADE  COMPRADA 
(1.000 KG/ANO) 
0,25  1,56 
0,50  9,38 
0,75  17,19 
1,00  25,00 
1,25  32,80 
1,50  40,63 
1,75  48,44 
 
Conforme a tabela mostrada, ao preço de R$ 0,25 por quilo, os vende‐
dores  estão  dispostos  apenas  a  oferecer  1,56 milhão  de  quilos  para 
venda  anualmente. Para  tentar  vender mais do  que  essa quantidade 
em um período igual, produtores poderiam incorrer em maiores custos 
do que poderiam obter com a venda do produto ao preço de R$ 0,25. 
Contudo, se o preço aumentar para R$ 1,00, cada varejista  (cada pro‐
dutor), poderia se esforçar mais para vender, mesmo a custos elevados, 
maiores quantidades do produto, desde que esses valores sejam cober‐
tos pelo aumento do preço. Para o mercado total de carne de porco, o 
acréscimo de R$ 1,00 no preço poderia resultar em uma oferta de ven‐
da de 25,00 milhões de quilos anualmente. O conceito de oferta, então, 
está baseado no relacionamento positivo entre o preço e a quantidade 
oferecida  para  venda.  Graficamente,  podemos  representar  a  oferta 
como: 
 
 
 
36 
Figura 2.5 – Curva de oferta 
 
 
Determinantes da oferta individual e de mercado 
Os determinantes da quantidade ofertada pelos empresários são: 
 preço; 
 preços dos insumos; 
 tecnologia; 
 expectativas. 
Essas variáveis determinam  se os empresários estão dispostos a pro‐
duzir e a vender um produto, já que o objetivo principal do empresário 
é  o  lucro.  O  interesse  de  entrar  no mercado  está  condicionado  aos 
possíveis ganhos que serão obtidos com a venda de um determinado 
produto. 
A quantidade disponível no mercado depende dos  fatores que deter‐
minam a quantidade oferecida pelos vendedores individuais: 
 o preço do bem; 
 os preços dos insumos usados na produção; 
 
37 
 a tecnologia disponível; 
 as expectativas; 
 o número de vendedores. 
Variáveis que afetam a oferta de um bem ou serviço: 
 
Onde: 
q0i = quantidade ofertada do bem i 
pi = preço do bem i 
pfp = preço do fatores e insumos de produção (matéria‐prima, mão‐de‐
obra etc.) 
pn= preço de outros n bens, substitutos na produção 
T = tecnologia 
M = metas e objetivos do empresário 
Deslocamento da curva de oferta 
A curva de oferta se movimenta sempre que um dos seus determinan‐
tes (exceto o preço) se modifica. Quando aumenta a quantidade ofere‐
cida a qualquer preço, a  curva de oferta  se desloca para a direita.  Já 
quando ocorre uma redução da quantidade oferecida a qualquer preço, 
a curva de oferta se desloca para a esquerda. 
 
 
38 
A Figura 2.6, a seguir, apresenta o deslocamento da curva de oferta. 
Figura 2.6 – Aumento e diminuição da oferta 
 
 
( . ) Ponto Final 
Os princípios da demanda e da oferta são decisivamente os mais  im‐
portantes conceitos na economia. No entanto, eles são também alguns 
dos princípios econômicos menos entendidos pelos não‐economistas e 
frequentemente  aplicados  incorretamente. Demanda  e  oferta  são  fer‐
ramentas indispensáveis para compreender o que está acontecendo no 
mercado. No planejamento, são instrumentos importantes para melho‐
rar uma situação vigente e prever o que provavelmente vai acontecer 
no  futuro. Devido ao uso exagerado dos  termos demanda e  oferta nas 
conversas do dia a dia e também na mídia popular, a maioria das pes‐
soas pensa que conhece o que está envolvido nesses conceitos. Assim, 
neste  capítulo,  procuramos  definir  esses  termos  de maneira  clara  e 
objetiva,  bem  como  oferecer  exemplos  de  como  eles  são  usados  na 
economia. 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
 
39 
No segundo capítulo da obra de Mankiw (2006) e no segundo capítulo 
da obra de Pindyck e Rubinfeld (2006) o leitor poderá saber mais sobre 
o assunto proposto neste capítulo. 
Atividades 
1. Suponha que um clima excepcionalmente quente ocasione um des‐
locamento  para  a  direita  da  curva  da  demanda  de  sorvete.  Por  que 
razão o preço de equilíbrio do sorvete aumentaria? 
2. Utilize as curvas da oferta e da demanda para ilustrar de que forma 
cada um dos seguintes  fatos afetaria o preço e a quantidade de man‐
teiga comprada e vendida (explique graficamente): 
a. aumento no preço da margarina; 
b. aumento no preço do leite; 
c. redução nos níveis de renda média. 
3. A  seguir,  são apresentadas quatro  situações. Para  cada uma delas, 
explique o que aconteceu com a oferta e com a demanda e suas conse‐
quências sobre os preços e quantidades de equilíbrio. 
a. Redução da renda dos argentinos de modo a influenciar o mercado 
de turismo catarinense. 
 
 
 
 
40 
b. Efeito da doença da “vaca‐louca” sobre a demanda pela carne bovi‐
na brasileira. 
 
 
c. Efeito da  compra da Varig pela TAM  sobre o mercado de aviação 
civil. 
 
 
d. Intensificação do uso de irrigação nas lavouras de soja. 
 
41 
 
 
4.  Assinale  os  fatores mais  importantes  que  afetam  as  quantidades 
procuradas: 
a. preço e durabilidade do bem; 
b. preço do bem, renda do consumidor e custos de produção; 
c. preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda 
e preferência do consumidor; 
d. renda do consumidor e custos de produção; 
e. preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos 
de produção e preferência dos consumidores. 
5. O leite torna‐se mais barato e seu consumo aumenta. Paralelamente, 
o consumidor diminui sua demanda de chá. Leite e chá são bens 
a. complementares; 
b. substitutos; 
c. independentes; 
d. inferiores; 
e. de Giffen.  
   
3 EQUILÍBRIO DE MERCADO 
Jacqueline A. H. Haffner 
No capítulo anterior, entendemos como funciona a oferta e a demanda 
e definimos como essas forças movimentam as economias de mercado. 
Neste  capítulo, vamos  trabalhar  com o equilíbrio de mercado,  isto é, 
faremos análises de como ele se comporta com diferentes mudanças na 
oferta e na demanda. 
De acordo  com o  comportamento do equilíbrio de mercado,  teremosque fazer novos planejamentos, tanto em relação à demanda quanto à 
oferta, já que, se o mercado se encontra fora do equilíbrio, pode haver 
um excesso de demanda ou de oferta, e isso, certamente, vai influenci‐
ar nos preços de mercado. 
3.1 Oferta e demanda em conjunto 
O ponto em que as curvas de oferta e demanda se cruzam é chamado 
de ponto de equilíbrio ou equilíbrio de mercado. 
O ponto em que a quantidade do bem que os compradores desejam e 
podem  comprar é exatamente  igual à quantidade que os vendedores 
desejam e podem vender é o chamado preço de equilíbrio. Preço de equi‐
líbrio é o preço que  iguala oferta e demanda, às vezes, é chamado de 
ajustamento do mercado. 
Dessa forma, o ponto no qual as curvas se cortam é o ponto de equilí‐
brio e quantidade, a quantidade de equilíbrio, sendo que esta é a quan‐
tidade oferecida e a quantidade demandada registradas na situação em 
que a oferta e a demanda coincidem. 
Essas informações podem ser mais bem compreendidas na Figura 3.1, 
a seguir, na qual estão representadas as curvas de oferta e demanda de 
mercado e o ponto de equilíbrio entre as duas. 
 
43 
Figura 3.1 – Equilíbrio entre a oferta e a demanda de mercado 
 
Fonte: VASCONCELLOS, 2001. 
Na Figura 3.1, o preço de equilíbrio é R$ 60; a esse preço são oferecidas 
dez unidades do produto no mercado.  
Existem situações em que os mercados se encontram fora do equilíbrio, 
fenômeno  que  pode  acontecer  por  EXCESSO DE OFERTA,  que  é  a 
situação em que a quantidade oferecida é maior do que a demandada, 
ou por EXCESSO DE DEMANDA, que é a situação em que a quanti‐
dade demandada é maior do que a oferecida. 
 
 
44 
Na Figura 3.2, que   segue, são apresentadas  informações de um mer‐
cado fora do equilíbrio, sendo que nesse caso há um excesso de oferta. 
Figura 3.2 – Excesso de oferta 
 Fonte: VASCONCELLOS, 2001. 
Na Figura 3.2, o preço de R$ 80 está acima do preço de equilíbrio, por‐
que  a  quantidade  oferecida,  15  unidades,  está  acima  da  quantidade 
demandada, que é 5. Nesse caso, devem‐se baixar os preços para au‐
mentar as quantidades demandadas para 10 unidades a um preço de 
R$ 60 e, assim, atingir o equilíbrio. 
 
45 
Na Figura 3.3, a seguir, temos outro exemplo de um mercado fora do 
equilíbrio, nesse caso por excesso de demanda. 
Figura 3.3 – Excesso de demanda 
 
Fonte: VASCONCELLOS, 2001. 
Nessa figura, o preço de R$ 40 está abaixo do preço de equilíbrio, por‐
que a quantidade demandada, 15 unidades, está acima da quantidade 
oferecida, que é 5. Nesse caso, devem‐se aumentar os preços para di‐
minuir as quantidades demandadas para 10 unidades a um preço de 
R$ 60 e, assim, atingir o equilíbrio. 
Ainda  existem  dois  casos  em  que  o  equilíbrio  é  afetado:  o  primeiro 
ocorre quando há um aumento na demanda, e o segundo quando há 
uma redução na oferta, como apresentado nas Figuras 3.4 e 3.5. 
 
 
 
 
 
 
 
46 
Figura 3.4 – Como um aumento na demanda afeta o equilíbrio 
 Fonte: VASCONCELLOS, 2001. 
A Figura 3.4 mostra que um determinado  livro  tem grande aceitação 
no mercado,  o  que  faz  com  que  a  demanda  aumente,  deslocando  o 
ponto de equilíbrio. O ponto de equilíbrio inicial indicava um preço de 
R$ 20 para 5 unidades. Com o aumento do  consumo do produto, 10 
unidades, a curva de demanda se desloca para a direita, o que provoca 
um aumento no preço, que passa para R$ 40. 
 
 
 
 
 
 
 
47 
Figura 3.5 – Como uma redução na oferta afeta o equilíbrio 
 
Fonte: VASCONCELLOS, 2001. 
A Figura 3.5 apresenta um mercado de livros que sofre uma queda na 
oferta desse bem, o que faz com que esta diminua e desloque o ponto 
de equilíbrio. O ponto de equilíbrio inicial indicava um preço de R$ 40 
para 15 unidades. Com a queda na oferta do produto, 10 unidades, a 
curva de oferta se desloca para a esquerda, o que provoca um aumento 
no preço, que passa para R$ 60. 
( . ) Ponto Final 
Neste  capítulo,  vimos  que  o  ponto  de  equilíbrio  acontece  quando  a 
demanda  se  iguala à oferta. Também definimos que, nesse ponto, os 
preços  e  a  quantidade  são  o  preço  e  a  quantidade  de  equilíbrio. O 
chamado  preço  e  quantidade  de  equilíbrio  são observados no ponto  em 
que as curvas de oferta e de demanda se interceptam, ou seja, no ponto 
em  que,  dado  o  preço  prevalecente,  as  quantidades  demandadas  e 
ofertadas se igualam. Isso quer dizer que, nesse ponto, temos a dispo‐
sição máxima de pagar por aquela quantidade de produto (demanda). 
Por outro lado, nesse preço, temos o preço mínimo pelo qual os produ‐
tores estão dispostos a produzir aquela quantidade (oferta). 
 
 
 
48 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia.  6  ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
No capítulo 2 da obra de Mankiw  (2006), e no capítulo 2 da obra de 
Pindyck e Rubinfeld (2006) o leitor poderá saber mais sobre o assunto 
proposto neste capítulo. 
Atividades 
1.  O  aumento  do  poder  aquisitivo,  basicamente  determinado  pelo 
crescimento  da  renda  disponível  da  coletividade,  pode  provocar  a 
expansão  da  procura  de  determinado  produto. Marque  (V)  para  as 
afirmativas  verdadeiras  e  (F)  para  as  falsas,  a  respeito  do  preço  do 
equilíbrio. 
(  ) Deslocar‐se‐á da posição de  equilíbrio  inicial para um nível mais 
alto, se não houver possibilidade de expansão da oferta do produto. 
(  ) Deslocar‐se‐á do ponto  inicial para uma posição mais baixa,  se  a 
oferta do produto permanecer inalterada. 
( ) Permanecerá inalterado, pois as variações de quantidades procura‐
das se realizam ao longo da curva inicialmente definida. 
2. Suponha que a demanda e a oferta para determinado bem Y sejam 
expressas pela tabela a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
QUADRO DA DEMANDA  QUADRO DA OFERTA 
Preço (R$)  Quantidade  Preço 
(R$)  Quantidade 
50  25  50  0 
55  22,5  55  1,7 
60  20  60  3,3 
65  17,5  65  5 
70  15  70  6,7 
75  12,5  75  8,3 
80  10  80  10 
85  7,5  85  11,7 
90  5  90  13,3 
95  2,5  95  15 
100  0  100  16,7 
 
a. Identifique o preço de equilíbrio. 
b. Suponha que o preço atual fosse de R$ 70,00. Seria de se esperar que 
o preço subisse ou caísse, após analisar o ponto de equilíbrio do gráfi‐
co? 
 
 
 
 
   
4 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 
Jacqueline A. H. Haffner 
O objetivo deste capítulo é evidenciar o comportamento do consumi‐
dor e qual o seu papel na economia. 
É  importante  saber  o  que  cada  consumidor  busca  no mercado  para 
satisfazer suas necessidades e como realiza suas escolhas. 
A  teoria do  comportamento do  consumidor  envolve o  conhecimento 
dos inúmeros aspectos que moldam o comportamento dos indivíduos, 
particularmente  aqueles  relacionados  aos  processos  de  tomada  de 
decisão. São muitas as variáveis que influenciam esse comportamento, 
que se relacionam a preferências, restrições orçamentárias ou escolhas. 
4.1 Teoria do comportamento do consumidor 
A  teoria do  comportamento do  consumidor visa apresentar  informa‐
ções que  levem ao entendimento de como o consumidor se comporta 
diante de variáveis específicas. 
Um exemplo é o tíquete para a compra de leite fornecido por algumas 
empresas. O questionamento que devemos fazer é: como esse progra‐
ma de salários indiretos poderá ajudar as famílias que o recebem?  
O  tíquete  será  trocado  por  leite  ou  será  utilizado  em  outro  tipo  de 
consumo?  O  consumo  do  leite  vai  aumentar  com  essa  política  das 
empresas? 
O fundamental nessa teoria é entender como o consumidor se compor‐
tará no que se refere ao consumo. 
 
51 
Preferências do consumidor 
Cada  consumidor  tem  suas  preferências  e  o  que  interferenisso  é  a 
imensa  variedade  de  produtos  que  existem  no mercado  e  os  gastos 
individuais do consumidor. Por isso, é difícil definir suas preferências, 
já que cada um tem uma forma específica de consumo, de acordo com 
as suas necessidades, expectativas e renda. 
Na Tabela 4.1, a seguir, são apresentadas as preferências de seis con‐
sumidores. Podemos observar que cada um tem escolhas de consumo 
diferentes. 
Tabela 4.1 – Cestas de mercado 
CESTA  
DE MERCADO 
UNIDADES 
ALIMENTAÇÃO 
UNIDADES 
VESTUÁRIO 
A  10  20 
B  5  40 
C  30  10 
D  20  30 
E  10  25 
F  15  40 
 
Nesta tabela, podemos observar que o consumidor a consome 10 uni‐
dades de alimentação  e 20 de vestuário; o b  consome 5 unidades de 
alimentação e 40 de vestuário; o c consome 30 de alimentação e 10 de 
vestuário; o consumidor d consome 20 unidades de alimentação e 30 
de vestuário; o e consome 10 unidades de alimentação e 25 de vestuá‐
rio; e, por último, o f consome 15 de alimentação e 40 de vestuário. 
O que o consumidor quer 
Partindo do princípio de que os consumidores têm diferentes escolhas, 
que variam de  acordo  com  as  suas necessidades, gostos  e  limitações 
orçamentárias, podemos apresentar as três premissas básicas do que o 
consumidor quer. 
 
 
52 
Segundo Pindyck e Rubinfeld3, as premissas básicas são:  
a. As preferências são completas. Indica que dois consumidores pode‐
riam comparar e ordenar todas as cestas de mercado. 
b. As preferências são transitivas. Tal premissa assegura que as prefe‐
rências dos consumidores sejam racionais. 
c. Todas as mercadorias são boas,  isto é, desejáveis, de tal forma que, 
não  se  levando  em  consideração os preços, os  consumidores  sempre 
preferem quantidades maiores de uma mercadoria, em vez de meno‐
res. 
Essas  três premissas  compõem os alicerces da  teoria do  consumidor. 
Elas não esclarecem totalmente as preferências dos consumidores, mas 
nos dão as coordenadas de como o consumidor se comporta na hora de 
consumir. 
Curvas de indiferença 
Por meio das curvas de indiferença, podemos representar, graficamen‐
te, as preferências do consumidor, o qual  terá de escolher entre uma 
cesta  ou  outra  ou  se mostrar  indiferente  entre  as  cestas  que  lhe  são 
oferecidas. 
Dessa forma, podemos dizer que uma curva de indiferença representa 
todas  as  combinações de  cestas de mercado  que  fornecem  o mesmo 
grau de satisfação a um consumidor, que o deixará totalmente satisfei‐
to. 
O  consumidor  se  mostrará  inteiramente  indiferente  em  relação  às 
cestas  de  mercado,  representadas  pelos  pontos  ao  longo  da  curva. 
Essas curvas de indiferença se referem a todas as combinações de bens 
e  serviços  que  deixam  o  consumidor  igualmente  satisfeito.  Elas  são 
convexas,  jamais  se  interceptam  e  possuem  inclinação  para  baixo, 
como veremos na Figura 4.1. 
Na sequência, apresentamos na Figura 4.2 as curvas de indiferença e a 
satisfação do consumidor dadas as diferentes cestas de consumo. 
 
 
 
 
 
53 
 
Figura 4.1 – Curvas de indiferença e suas propriedades 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Figura 4.2 – Curvas de indiferença e as escolhas do consumidor 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
 
54 
 
Além das curvas de indiferença, existe o mapa de indiferença, que é a 
representação  gráfica  de  um  conjunto  de  curvas  de  indiferença  que 
apresentam  as  preferências  de  um  consumidor.  Na  Figura  4.3,  são 
mostradas informações sobre o mapa de indiferença e preferências do 
consumidor. 
Nessa figura, é possível verificar que: qualquer cesta de mercado sobre 
a curva U4 é preferível em relação a qualquer cesta sobre a curva U3; 
qualquer cesta na curva U2 é preferível a qualquer cesta sobre a curva 
U2, qualquer  cesta na  curva U2  é preferível  a qualquer  cesta  sobre  a 
curva U1.  
Dessa  forma, as preferências do  consumidor podem  ser  inteiramente 
representadas nas  curvas de  indiferença ou no mapa de  indiferença, 
que mostram  as  combinações  que  deixam  o  consumidor  totalmente 
satisfeito. 
Figura 4.3 – Mapa das curvas de indiferença 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Taxa marginal de substituição 
A inclinação da curva de indiferença é chamada taxa marginal de substi‐
tuição (TMS), que serve para medir a quantidade de uma determinada 
 
55 
mercadoria, da  qual  um  consumidor  estaria disposto  a desistir  para 
obter maior número de uma outra mercadoria. 
A inclinação negativa de uma curva de indiferença de um consumidor 
é a medida de sua taxa marginal de substituição entre dois bens, como 
definido na fórmula a seguir. 
TMS = –ΔV/ΔA 
Na  Figura  4.4,  observamos  a  taxa  de  substituição  de  vestuário  por 
alimento, ou seja, a quantidade de vestuário de que se abre mão para 
se obter uma unidade de alimento. 
Figura 4.4 – Taxa marginal de substituição 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Nesse caso, a taxa marginal de substituição nos apresenta os seguintes 
dados: 
a. A cesta básica A percorre a curva até a cesta básica B; a TMS de ali‐
mentação por vestuário é TMS = –ΔV/Δ A – (–6)/1 = 6. 
b. Quando começamos pela cesta de mercado B e percorremos a curva 
até a cesta de mercado D, a TMS cai para 4. Ou seja, o consumidor está 
 
 
56 
disposto a desistir de apenas quatro unidades de vestuário para obter 
uma unidade a mais de alimento. 
c. Se  iniciarmos pela  cesta básica D e  seguirmos até a E, a TMS  será 
igual a 2. 
d. Se começarmos pela cesta de mercado E e  seguirmos para F, a TMS 
será igual a 1. 
e. À medida que maiores quantidades de uma mercadoria são consu‐
midas, espera‐se que o consumidor prefira abrir mão de cada vez me‐
nos unidades de uma segunda mercadoria, para poder obter unidades 
adicionais da primeira mercadoria. 
f. À medida que percorremos a curva de indiferença da Figura 4.4 e o 
consumo de unidades de alimento aumenta, deve diminuir o desejo do 
consumidor  de  possuir  unidades  adicionais  desse  bem. Ou  seja,  ele 
estaria disposto a desistir de  cada vez menos unidades de vestuário, 
para obter uma unidade adicional de alimento. 
g. Os consumidores preferem, geralmente, uma cesta de mercado ba‐
lanceada a uma  cesta  cujo  conteúdo  total  seja de apenas um  tipo de 
mercadoria. 
As curvas de  indiferença nos apresentam  informações da disponibili‐
dade que o consumidor tem para substituir um bem por outro. A esco‐
lha pode ser influenciada pela proximidade de um bem a outro. São os 
chamados  substitutos perfeitos, que são  representados por  linhas  retas, 
como, por  exemplo,  substituir Coca‐Cola por Pepsi.  Já a necessidade 
de possuir o  complemento de um bem  faz  com que o  consumo  seja 
realizado  em pares,  como  é o  caso dos  complementos perfeitos,  que 
são  representados  por  curvas  com  formato  de  ângulos  retos.  Por   
exemplo: a luva direita e a luva esquerda. 
 
57 
As Figuras  4.5  e  4.6  apresentam bens que  são  substitutos perfeitos  e 
complementos perfeitos, respectivamente. 
Figura 4.5 – Substitutos perfeitos 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Figura 4.6 – Complementos perfeitos 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
 
 
58 
Figura 4.6 – Complementos perfeitos 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
4.2 Restrições orçamentárias: o que o consumidor pode 
gastar 
A restrição orçamentária delimita  todas as combinações que o  indiví‐
duo pode adquirir devido à sua renda e aos preços. 
Todos os consumidores têm suas preferências, mas elas não explicam 
inteiramente como o consumidor vai se comportar. As restrições orça‐
mentárias  dele  influenciam  suas  escolhas,  já  que,  havendo  limitação 
orçamentária, haverá restrição na quantidade de produtos que poderá 
ser comprada. 
A  linha do orçamento  indica  todas as  combinações deA e V para as 
quais o  total de dinheiro gasto  seja  igual  à  renda disponível. Ainda, 
esboça  informações sobre o consumidor e as combinações das quanti‐
dades de dois bens que podem ser adquiridos com uma renda limita‐
da. 
Para duas mercadorias, a seguinte expressão  representa o que o con‐
sumidor poderá comprar: 
PAA + PVV = I 
 
59 
A linha do orçamento está composta pelas seguintes variáveis: 
I = renda fixa do consumidor 
A = quantidade de alimentos adquirida pelo consumidor 
V = quantidade de vestuário adquirida pelo consumidor 
PA e PV = preços das mercadorias no mercado 
PAA = o preço do alimento multiplicado pela quantidade corresponde 
à quantidade de dinheiro gasta com alimentação 
PVV = o preço do vestuário multiplicado pela quantidade corresponde 
à quantidade de dinheiro gasta com vestuário 
A Figura 4.7 apresenta a linha de orçamento que representa o consumo 
de dois bens: carne e batata. À medida que o consumidor se movimen‐
ta ao longo da linha de orçamento, gasta menos com uma mercadoria e 
mais com outra; nesse caso, troca carne por batata. 
A inclinação da linha do orçamento indica a quantidade de mercadoria 
que pode ser substituída por outra sem que se altere a quantidade de 
dinheiro que o consumidor gasta com esses produtos. 
A inclinação da linha do orçamento é calculada por: 
Inclinação = – PA/PV 
Figura 4.7 – Linha do orçamento 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
 
60 
Na Figura 4.8, podemos observar uma linha de orçamento que é corta‐
da por duas  curvas de  indiferença. Nesse  caso,  as possibilidades de 
consumo se situam na curva A, em que a  linha do orçamento corta a 
curva; neste ponto, o consumidor estará consumindo o máximo da sua 
capacidade; já na curva B, estará consumindo menos do que poderia. 
Figura 4.8 – Linha do orçamento 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Restrições orçamentárias: efeitos das modificações na renda e nos 
preços 
Vimos até aqui que o consumidor faz escolhas constantemente e sem‐
pre prefere consumir mais diferentes produtos. A  limitação ao consu‐
mo é a restrição orçamentária, ou seja, a renda do consumidor limita o 
consumo.  Dessa  forma,  ele  sempre  deve  otimizar  esse  processo  de 
modo a obter o máximo grau de satisfação com sua renda. 
Na  figura a  seguir, podemos observar os efeitos das modificações na 
renda sobre a linha de orçamento, em que um aumento na renda des‐
loca a linha do orçamento para a direita e uma redução na renda des‐
loca a linha para a esquerda. 
 
61 
Figura 4.9 – Efeitos das modificações na renda sobre a linha de orçamento 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
Segundo a Figura 4.9, 
a. uma mudança na renda (mantidos os preços  inalterados) causa um 
deslocamento paralelo na linha do orçamento original (L1); 
b. quando a renda de R$ 80 (L1) aumenta para R$ 160, a linha do orça‐
mento passa a ser L2 (ficando à direita de (L1); 
c.  se a  renda diminui para R$ 40, a  linha  se desloca para a esquerda 
(L3). 
Por outro lado, as mudanças nos preços produzem efeitos sobre a linha 
de orçamento, ou seja, o que o consumidor pode comprar é determi‐
nado não somente pela sua renda, mas também pelos preços. 
No caso apresentado, a seguir, na Figura 4.10,  temos as seguintes  in‐
formações, segundo Pindyck e Rubinfeld4: 
a. Uma mudança no preço de um dos bens  (com  a  renda  constante) 
provoca uma rotação na linha de orçamento. 
 
 
62 
b. Quando o preço de um alimento cai de R$ 1 para R$ 0,50, a linha de 
orçamento gira de L1 até L2. 
c. Se o preço aumenta de R$ 1 para R$ 2, a linha de orçamento gira de 
L1 até L3. 
d. Uma mudança no preço de um dos bens  (com a  renda  constante) 
provoca uma rotação na linha de orçamento. 
e. Quando o preço de um alimento cai de R$ 1 para R$ 0,50, a linha de 
orçamento gira de L1 até L2. 
f. Se o preço aumenta de R$ 1 para R$ 2, a linha de orçamento gira de 
L1 até L3. 
Figura 4.10 – Efeitos das modificações nos preços sobre a linha de orçamento 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
Podemos  concluir  que  o  consumidor  sempre  tenta  fazer  a  escolha 
ótima  de  consumo,  de  acordo  com  a  renda  limitada  que  possui,  os 
preços de mercado, as suas expectativas e gostos de consumo. 
A escolha do consumidor 
Vimos, ao longo deste capítulo, como o nosso consumidor se comporta 
de  acordo  com  as  suas  preferências,  como  se  localiza  ao  longo  das 
 
63 
curvas de  indiferença e o que está disposto a deixar de  consumir de 
uma mercadoria para consumir outra (taxa marginal de substituição) e, 
por último, as restrições orçamentárias,  isto é, como a renda  interfere 
no consumo, assim como as mudanças nos preços. 
O problema que tentaremos resolver agora se relaciona com a escolha 
do  consumidor. O que vai proporcionar maior grau de  satisfação  ao 
consumidor, ou seja, como pode escolher a curva de  indiferença mais 
alta possível dada certa restrição orçamentária? Em síntese, neste item, 
pretendemos  compreender  como  a  teoria  da  escolha do  consumidor 
descreve a tomada de decisões por parte dos consumidores. Essa parte 
da teoria explica por que o consumidor elege entre comprar um produ‐
to ou outro. 
O  ponto  de  escolha  não  pode  ser  abaixo  da  restrição  orçamentária, 
porque pontos abaixo da restrição orçamentária são pontos que mos‐
tram que a renda não está sendo consumida totalmente,  isto é, o con‐
sumidor, nesse ponto, pode atingir uma curva de indiferença mais alta 
ou mais  à direita. Pontos  acima da  restrição orçamentária  são o que 
todo consumidor almeja consumir, ou seja, ele sempre espera se locali‐
zar no ponto mais alto de consumo, obtendo, assim, o maior grau de 
satisfação.  Isso  se  relaciona  com  as  premissas  do  consumo  “quanto 
mais melhor”  e  as    necessidades  infinitas  dos  consumidores,  como 
demonstrado a seguir na Figura 4.11: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
Figura 4.11 – Maximização da satisfação do consumidor dada sua restrição 
orçamentária 
F
onte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
O ponto  ótimo do  consumidor  será  aquele  que deverá  estar  sobre  a 
linha de orçamento; não poderá se situar nem à direita nem à esquerda 
da  restrição orçamentária. A  cesta de  consumo  que  vai maximizar  a 
escolha do consumidor deverá ser a sua combinação preferida de bens 
e  serviços, o que  se  relaciona  com a escolha apropriada de  combina‐
ções de bens  sobre a  linha do orçamento. Concluindo, o  consumidor 
poderá escolher somente uma cesta com combinações de produtos que 
esteja  localizada  sobre  a  linha  de  orçamento,  como  demonstrado  na 
Figura 4.12: 
 
 
 
 
 
 
 
65 
Figura 4.12 – Maximização do consumo 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
Na Figura 4.12, observamos que o ponto máximo que o  consumidor 
pode atingir de acordo com sua restrição orçamentária é o ponto A. 
Certamente, o consumidor preferiria um ponto localizado numa curva 
acima  da  do  ponto A, mas  sua  restrição  orçamentária  o  impede  de 
obter essa combinação. 
A escolha do consumidor será maximizada no ponto onde a taxa mar‐
ginal de substituição será igual à razão entre os preços: 
 
A utilidade  (U) que um  consumidor oferece  a um determinado bem 
quando o consome também é determinante no momento da escolha de 
consumo. As preferências pelo consumo de determinado bem estariam 
relacionadas  com a utilidade que esse bem dá ao  consumidor. Dessa 
forma, o  conceito de utilidade  se  relaciona  com  a  satisfação que um 
consumidor consegue com o consumo de um conjunto de bens. Não é 
apenas aquilo que é útil, auxiliar ou prático. Utilidade pode ser consi‐
 
 
66 
derada  a  percepção do  consumidor. O  que denominamos  utilidade  é 
uma ordenação das preferências do consumidor. 
Teoricamente,  as  curvas de  indiferença mais  elevadas  proporcionam 
mais  utilidadepara  o  consumidor,  pois  ele  prefere  sempre  pontos 
elevados  de  consumo. Além  disso,  todos  os  conjuntos  de  cestas  ao 
longo da mesma curva de indiferença proporcionam a mesma utilida‐
de ao consumidor. 
Ainda  nessa  análise,  podemos  observar  dois  aspectos  relacionados 
com o consumo e com a sua utilidade: a utilidade marginal  (Um) e a 
utilidade marginal  decrescente.  Nesse  sentido,  a  primeira  análise  é 
focada na utilidade que o consumidor tem, ao consumir uma unidade 
a mais de um determinado produto, chamada de utilidade marginal. Por 
exemplo, qual é a utilidade de comprar um segundo par de sapatos? 
A segunda análise se relaciona com a utilidade marginal decrescente, 
em que o consumo chega num ponto que não traz tanta satisfação para 
o consumidor, como no caso anterior. Teoricamente, pressupõe‐se que 
a maioria dos bens tem utilidade marginal decrescente. Ainda, voltan‐
do ao exemplo do sapato, poderíamos avaliar a utilidade de comprar 
três pares de sapatos. 
Resumindo: na teoria econômica, a palavra marginal sempre se refere à 
taxa por meio da qual um total está se alterando. A utilidade marginal 
é definida como a mudança na utilidade total devida ao acréscimo de 
uma unidade na taxa de consumo do bem em questão. 
A função de utilidade pode ser assim definida: 
 
Na Figura 4.13, são apresentadas duas cestas de consumo e a restrição 
orçamentária do consumidor. De acordo com a teoria do consumidor, 
este sempre vai escolher a cesta mais à direita, que vai oferecer maior 
satisfação  no  seu  consumo.  Dessa  forma,  esse  consumidor  deveria 
mudar da cesta atual para a cesta ideal para ter maior satisfação. 
 
 
 
 
67 
 
Figura 4.13 – Ponto ótimo do consumidor 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
Essa figura representa o ponto ótimo do consumidor. 
( . ) Ponto Final 
Vimos, ao longo deste capítulo, a teoria do comportamento do consu‐
midor. Buscamos compreender como o consumir se comporta e como 
realiza as suas escolhas de consumo. Vimos as curvas de  indiferença, 
as suas propriedades e os mapas de indiferença do consumidor. 
Além  disso,  procuramos,  por meio  da  curva  de  demanda,  entender 
como o  consumidor  se  comporta  em  relação  ao  consumo, de  acordo 
com  as  suas preferências,  expectativas  e  restrições orçamentárias. Os 
aspectos teóricos desenvolvidos ao longo deste capítulo nos auxiliam a 
entender a realidade que procuramos explicar.  
Resumindo: dadas as informações disponíveis dos preços vigentes e da 
renda do consumidor, elaboramos a restrição orçamentária – que tem 
como  objetivo prático  apresentar  as  escolhas do  consumidor,  respei‐
tando suas limitações de renda –, bem como apresentamos um conjun‐
to de alternativas possíveis de consumo. 
 
 
68 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia.  6  ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
No capítulo 21 da obra de Mankiw  (2006) e no capítulo 2 da obra de 
Pindyck e Rubinfeld (2006), o leitor poderá saber um pouco mais sobre 
o assunto proposto neste capítulo. 
Atividades 
1. Segundo Vasconcellos (2001), quais são as quatro premissas básicas 
sobre  as  preferências  individuais?  Explique  o  que  cada  uma  delas 
significa. 
2.  Baseando‐se  na  obra  de  Vasconcellos  (2001),  trace  uma  linha  do 
orçamento  e,  em  seguida,  uma  curva  de  indiferença  para  ilustrar  a 
escolha maximizadora da satisfação associada a dois produtos. 
   
5 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR – ELASTICIDADES 
Jacqueline A. H. Haffner 
 
A elasticidade é um conceito importante na teoria do consumidor, pois 
refere‐se à forma de medir a sensibilidade de uma variável à variação 
de  outra. Esta  análise pode dar uma  resposta mais precisa de  como 
compradores e consumidores se comportam no mercado. 
Na tomada de decisões, os profissionais se encontram em situações em 
que  é  fundamental  fazer uma  análise das  elasticidades para  ter uma 
ferramenta a mais para deliberar sobre alguma mudança a ser  imple‐
mentada na empresa, tanto do ponto de vista da demanda quanto da 
oferta de mercado. 
Se houver  interesse  em  saber  como  aumentar uma  fatia de mercado 
por meio da  redução dos preços de um produto e avaliar o  impacto 
dessa  redução  sobre a quantidade demandada do produto, devemos 
calcular a elasticidade‐preço da demanda. 
Por  outro  lado,  podemos  nos  interessar  em  saber  a  resposta  da  de‐
manda para uma  variação  na  renda. Para  responder  a  essa  questão, 
teríamos que analisar a elasticidade‐renda da demanda. Outra análise 
que  pode  ser  feita  é  com  relação  aos  preços,  ou  seja,  nosso  foco  de 
análise poderia estar em avaliar como a variação no preço de um bem 
afeta o outro. Para obter essa informação, temos que calcular a elastici‐
dade‐preço cruzada da demanda. 
No  que  se  refere  à  oferta de mercado,  também podemos  calcular  as 
elasticidades, que são o resultado de uma variação nos preços na oferta 
de mercado. 
 
 
 
 
70 
5.1 Elasticidades da oferta e da demanda 
Nos capítulos anteriores, observamos que, por meio das leis da oferta e 
da procura, é possível apontar a direção de uma resposta em relação à 
mudança  de  preços.  Tal  análise  ocorre  de  acordo  com  parâmetros 
determinados na própria análise em questão, mas não informa o quan‐
to a mais os  consumidores demandarão ou os produtores oferecerão 
quando acontecem mudanças no mercado. 
Dessa forma, quando ocorrem alterações no mercado, tanto do lado da 
demanda quanto da oferta, temos interesse de saber qual será a respos‐
ta do mercado a essas mudanças. As elasticidades são uma medida da 
sensibilidade de  uma  variável  em  relação  a  outra  e  nos  apresentam 
informações de como a variação percentual de uma variável influenci‐
ará em outra em resposta a uma variação de 1%. 
5.2 Elasticidades da demanda 
O que denominamos de  elasticidade‐preço da demanda  (EP) é a medida 
que mostra como a quantidade comprada é afetada por mudanças nos 
preços do bem ou do serviço; ela mede a reação dos consumidores às 
mudanças no preço.  
O coeficiente de elasticidade‐preço é definido como a variação da per‐
centagem na quantidade comprada dividida pela variação no preço do 
produto. Em termos algébricos: 
EP = (%ΔQ)/(%ΔP) 
em que 
 %ΔQ = variação percentual da quantidade demandada 
 %ΔP = variação percentual do preço 
 ou, segundo Pindyck e Rubinfeld5, 
 
EP =  
PP
QQ
/
/

  = 
Q
P
P
Q

  
 
 Se EP é negativa, dizemos que o bem é comum. 
 
71 
 Se EP é positiva, dizemos que o bem é de Giffen. 
Para aplicar a teoria, podemos utilizar o seguinte exemplo: avaliar um 
aumento no preço do café. Vamos descrever uma mudança de preço 
do  café  de  R$  2,00  para  R$  2,20. Qual  seria  a  elasticidade‐preço  da 
demanda  por  café  se  a  quantidade  demandada  de  café  é  de  85 mil 
quilos por ano, quando o preço é R$ 2,20, e é de 100 mil quilos por ano 
quando o preço é R$ 2,00. 
Segundo Stamford: 
A mudança absoluta na quantidade foi de 15 mil quilos (100 – 85) para 
baixo. Em termos percentuais,  isso equivale a 15%, pois a quantidade 
era de 100 mil quilos a R$ 2,00 no preço  inicial. Quando o preço au‐
mentou para R$ 2,20 , houve uma queda na quantidade demandada de 
15% [100(85 – 100)%/100]. 
A mudança absoluta no preço foi de R$ 0,20 (2,20 – 2,00) para cima. Em 
termos percentuais, isso equivale a 10%, pois o preço inicial era R$ 2,00 
e  aumentou  para  R$  2,20    houve  um  aumento  de  10%  [100(2,20  – 
2,00)%/2,00].6 
O percentual da variação pode ser calculado com o seguinte raciocínio: 
se a quantidade era 100 e caiu para 85, temos uma queda de 15. Então, 
se 100 equivale a 100%, a quanto equivalerá 15?O que resulta em: 100x = 100 . 15  x = 1.500/100  x = 15%. 
Se o preço aumentou de R$ 2,00 para R$ 2,20, o acréscimo  foi de R$ 
0,20. Se R$ 2,00 era 100% do preço, quanto seria R$ 0,20? 
 
O que resulta em: 2x = 100.0,20  x = 20/2  x = 10%. 
Assim, a elasticidade será calculada da seguinte forma: 
 
 
72 
Elasticidade‐preço da demanda (EP) = 15%/10% = 1,5 
 
Interpretação do coeficiente de elasticidade-preço da demanda: 
A elasticidade, nesse caso,  foi de 1,5.  Isso significa que, dado um au‐
mento de 10% nos preços de determinado bem ou serviço, haverá um 
decréscimo  de  15%  da  quantidade  procurada.  Esses  resultados  nos 
apontam  para  um  bem  elástico,  ou  seja,  uma  pequena  variação  no 
preço  vai  alterar  a  sua  demanda. Definiremos  esse  aspecto  no  item 
seguinte, quando trataremos interpretação dos resultados das elastici‐
dades. 
As elasticidades e os seus resultados 
De acordo com os resultados das elasticidades, teremos comportamen‐
tos diferentes por parte dos consumidores, como explicado por Stam‐
ford a seguir: 
a) Se a elasticidade‐preço do bem  for menor que 1%, dizemos que a 
demanda por esse bem é  inelástica. A variação percentual na quanti‐
dade é menor que a variação percentual no preço. Ou seja, os consu‐
midores são relativamente insensíveis a variações no preço. 
b)  Se  a  elasticidade‐preço do bem  for maior que  1%, dizemos que  a 
demanda por esse bem é elástica. A variação percentual na quantidade 
excede a variação percentual no preço. Ou  seja, os consumidores são 
bastante sensíveis a variações no preço. 
c) Se a  elasticidade‐preço do bem  for  igual a 1%, dizemos que a de‐
manda por esse bem é de elasticidade unitária. A variação percentual 
na quantidade é  igual à variação percentual no preço. A demanda de 
uma mercadoria tem elasticidade unitária, quando um aumento de 1% 
no preço ocasiona um decréscimo de 1% na quantidade demandada.7 
Esses dados estão organizados na Tabela 5.1 a seguir: 
Tabela 5.1 – As elasticidades e sua interpretação 
INTERVALO  NOMENCLATURA 
ε = 0   Perfeitamente inelástica 
0 < ε < 1   Inelástica 
 
73 
ε = 1   Elasticidade unitária 
1 < ε < ∞   Elástica 
ε = ∞   Perfeitamente elástica 
Fonte: SARAIVA, 2008. 
Na Figura 5.1, podemos observar os dados apresentados anteriormen‐
te. O preço e a quantidade e a relação destes com a demanda de mer‐
cado; entre os pontos A e C a demanda é elástica, entre os pontos C e B 
a demanda é inelástica e no ponto C a demanda é unitária. 
Figura 5.1 – Representação gráfica das elasticidades 
 
 
Podemos concluir que as curvas de demanda são classificadas de acor‐
do com a sua elasticidade. A elasticidade‐preço da demanda nos  traz 
informações sobre como a demanda se comporta em relação a mudan‐
ças  no preço. Dessa  forma, podemos  considerar  que  a  inclinação da 
curva se relaciona absolutamente com os preços, ou seja, quanto maior 
for a elasticidade‐preço da demanda, mais horizontal será a curva de 
demanda. 
Na Figura 5.2, a seguir, observamos uma curva de demanda totalmen‐
te elástica, inteiramente horizontal. Isso ocorre à medida que a elastici‐
dade‐preço da demanda se aproxima do infinito e a curva de demanda 
se torna horizontal, refletindo o fato de que mudanças muito pequenas 
do preço levam a grandes variações na quantidade demandada. 
 
 
74 
Figura 5.2 – Curva perfeitamente elástica 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
No caso inverso, se a curva de demanda for muito vertical, menor será 
a elasticidade‐preço da demanda. Nesse caso, a demanda se mantém a 
mesma qualquer que seja o preço.  
Figura 5.3 – Curva perfeitamente inelástica 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
 
75 
Disponibilidade de substitutos próximos 
Os  consumidores  sempre  estão  buscando  atingir  o máximo  grau  de 
satisfação. Assim, no momento em que aumenta o preço de um produ‐
to, eles procuram um substituto próximo que ofereça o mesmo grau de 
satisfação. Por esse motivo, podemos dizer que a elasticidade‐preço da 
demanda  é  fortemente  influenciada  pela  possibilidade  de  encontrar 
bens substitutos. Se existirem muitos produtos substitutos, mais elásti‐
ca é a demanda e se não existirem bens que possam substituir o bem 
originalmente pretendido, a demanda é inelástica. 
Isso acontece porque os bens que têm substitutos próximos podem ser 
trocados  com maior  facilidade  pelos  consumidores. Um  exemplo  de 
bens elásticos seriam as fitas cassete e os DVDs, que podem ser substi‐
tuídos  rapidamente  pelos  consumidores  devido  à  proximidade  que 
existe  entre  os  dois  produtos.  Se  houver  um  aumento  no  preço  dos 
DVDs,  o  consumidor  poderá  adquirir  fitas  cassete,  supondo  que  o 
preço se mantenha constante, e assistir ao mesmo  filme que assistiria 
em DVD, o que produziria uma diminuição no consumo desse produ‐
to. Um exemplo contrário ao apresentado anteriormente é o consumo 
de sal, que é um produto que não tem substitutos próximos e por isso 
apresenta uma demanda muito menos elástica que a do DVD. 
Outros determinantes da elasticidade 
Conforme Stamford, os outros determinantes da elasticidade são: 
Tempo: Elasticidade no  curto‐prazo  e  elasticidade no  longo‐prazo. Quanto mais 
tempo  os  consumidores  tiverem para procurar  substitutos para  os produtos  que 
quiserem  consumir, maior  será  a  intensidade de  sua  reação. No  longo prazo,  os 
bens  apresentam  uma  demanda  mais  elástica.  Já  no  curto  prazo,  acontece  o 
contrário. 
Espaço: A elasticidade do mercado é diferente da elasticidade de uma única firma. 
A elasticidade do mercado diz quanto a quantidade global mudará se o preço geral 
mudar, mas se uma única empresa muda seu preço a elasticidade não é altamente 
influenciada. 
Participação no  orçamento: Se um  bem  representa pouco no  orçamento  total do 
consumidor a reação será menor a uma variação no preço. 
Bens necessários “versus” bens supérfluos: Para bens essenciais como pão, arroz, 
feijão  etc.,  a  demanda  é mais  inelástica.  Para  bens  de  luxo,  a  demanda  é mais 
elástica.  Os  bens  necessários  tendem  a  ter  demanda  inelástica,  enquanto  a 
demanda por bens de luxo (supérfluos) tende a ser elástica.8 
 
 
76 
Na Tabela 5.2, são apresentados alguns exemplos de elasticidades: 
Tabela 5.2 – Exemplos de elasticidades 
PRODUTO  Ed 
Sal   0,1 
Água   0,2 
Café   0,3 
Cigarros   0,3 
Calçados   0,7 
Habitação   1,0 
Automóveis   1,2 
Refeições em restaurantes   2,3 
Viagens de avião   2,4 
Cinema   3,7 
Marcas específicas de café   5,6 
Fonte: STAMFORD, 2006. 
 
5.3 Receita total e elasticidade-preço da demanda 
Outra  análise que deve  ser  realizada  em  relação  às  elasticidades diz 
respeito  aos  efeitos de mudanças na oferta  e na demanda da  receita 
total,  que  nada mais  é  que  a  quantidade  paga  pelos  compradores  e 
recebida pelos vendedores de um bem. 
Receita total = P ∙ Q (preço do bem ∙ a quantidade vendida) 
A elasticidade‐preço da demanda pode nos auxiliar no entendimento 
dos movimentos ao  longo da curva de demanda e dos efeitos dessas 
mudanças na receita total. Quando a receita total muda com os preços, 
a demanda é inelástica. Nessa situação, um aumento no preço provoca 
uma diminuição proporcionalmente menor na quantidade demandada 
e, dessa forma, a receita total aumenta.  
Destacamos agora regras gerais da receita total e da elasticidade‐preço 
da demanda, segundo Mankiw: 
a) Quando a demanda é  inelástica  (elasticidade‐preço da demanda menor do que 
1), o preço e a receita total movem‐se na mesma direção. 
b) Quando a demanda é elástica (elasticidade‐preço da demanda maior do que 1), o 
preço e a receita total movem‐se em direções opostas. 
 
77 
c) Se a demanda tem elasticidade unitária (elasticidade‐preço da demanda igual a 
1), areceita total permanece constante quando o preço varia. 
5.4 Outras elasticidades da demanda 
Para  concluir  a  nossa  análise  das  elasticidades  da  demanda,  vamos 
apresentar, neste  item, a elasticidade de renda da demanda e a elasti‐
cidade‐preço  cruzada  da  demanda,  que  complementam  a  discussão 
realizada até aqui. 
a. Elasticidade de renda: A elasticidade de renda da demanda expressa 
a variação percentual na quantidade procurada de um bem resultante 
de uma variação percentual na renda disponível do consumidor, tudo 
o mais  permanecendo  constante.  Evidentemente,  a  relação  que  une 
essas duas variáveis é de natureza direta; assim, a tendência é de que 
as  quantidades  e  renda  variem  no mesmo  sentido.  É  utilizada  para 
medir a reação dos consumidores a mudanças na renda. 
Para bens normais, há uma relação positiva entre renda e quantidade 
demandada; logo, a elasticidade‐renda é positiva. 
Para bens inferiores, há uma relação negativa entre renda e quantidade 
demandada, logo a elasticidade‐renda é negativa. 
Diz‐se que a renda é elástica, se a elasticidade‐renda é maior que um, e 
a renda é inelástica se maior que um. 
O cálculo da elasticidade‐renda é realizado da seguinte forma, segun‐
do Pindyck e Rubinfeld10:9 
 
 
em que 
ΔQ = variação percentual da quantidade demandada 
ΔI = variação percentual da renda 
 
 
78 
b. Elasticidade‐preço  cruzada da demanda: É utilizada para medir  a 
reação dos consumidores às mudanças de preços de bens afins. É defi‐
nida  como  a  variação  percentual  na  quantidade  demandada  de  um 
produto em particular (X) dividida pela variação percentual no preço 
de um bem afim (Y). Assim: 
para  bens  substitutos,  há uma  relação positiva  entre  quantidade de‐
mandada do bem e variação de preço do substituto; logo, a elasticida‐
de cruzada de bens substitutos é positiva. 
para bens complementares, há uma relação negativa entre quantidade 
demandada do bem e preço do bem complementar; logo, a elasticidade 
cruzada é negativa. 
Em termos algébricos, a elasticidade‐preço cruzada da demanda pode 
ser calculada, segundo Pindyck e Rubinfeld11, pela seguinte equação: 
 
em que 
ΔQ = variação percentual da quantidade demandada 
ΔP = variação percentual do preço 
Também pode ser destacado o seguinte esquema: 
elasticidade‐preço cruzada da demanda = Δ percentual da quantidade 
demandada do bem 1/Δ percentual do preço do bem 2. 
5.5 A elasticidade-preço da oferta 
A elasticidade‐preço da oferta  (Eo) mede a  reação dos vendedores às 
mudanças no preço. Como a quantidade ofertada responde a tais mu‐
danças,  as  variações  na  oferta  estarão  condicionadas  à  flexibilidade 
que  os  vendedores  possuem  para mudar  a  quantidade  do  bem  que 
produzem. Essa reação é calculada pela razão entre dois percentuais, 
isto  é,  a  variação  percentual  na  quantidade  ofertada  dividida  pela 
variação percentual no preço. 
 
 
79 
oE = preçonopercentualiação
demandadaquantidadenapercentualiação
var
var  
 
O período de tempo que está sendo avaliado é determinante na análise 
da elasticidade da oferta, pois a elasticidade de curto prazo  será, em 
geral, diferente da de longo prazo. Assim, ao longo do tempo, quando 
as  firmas  têm possibilidade de  reagir mais  intensamente às variações 
de preço, a curva de oferta se torna cada vez mais elástica.  
Um exemplo de uma oferta inelástica são os terrenos na montanha,  já 
que  esse  bem  já  está  predeterminado  pela  natureza  e  é  impossível 
aumentar a sua oferta. 
Por  outro  lado,  roupas,  sapatos  e  perfumes  possuem  oferta  elástica, 
porque  as  empresas  podem  adequar  a  produção  a  um  aumento  de 
preços. Isso acontece em razão de que a oferta geralmente é mais elás‐
tica a longo prazo que a curto prazo. 
São determinantes da elasticidade‐preço da oferta:  
a. disponibilidade de  recursos produtivos  (mais elástica quanto mais 
opções de recursos); 
b. tempo considerado (mais elástica no longo prazo); 
c. custo de estocagem (quanto maior o custo, menos elástica). 
Apresentamos agora um exemplo de elasticidade da oferta apontado 
por Mankiw. 
Vamos supor um aumento no preço do leite de $ 2,85 para $ 3,15 por 
litro que provocasse um aumento da produção por parte dos fazendei‐
ros de  9 mil para  11 mil  litros por mês, que  irá  refletir os  seguintes 
resultados: 
a. variação percentual do preço = (3,15 – 2,85 ) / 3 x 100 = 10% ; 
b.  variação  percentual  da  quantidade  ofertada  =  (11.000  –  9.000)  / 
10.000 x 100 = 20% ; 
c. elasticidade‐preço da oferta = 20% / 10% = 2,0 ; 
 
 
80 
d. neste exemplo, uma elasticidade de 2 reflete o fato de que a variação 
da quantidade ofertada é proporcionalmente duas vezes maior que a 
variação do preço.12 
Na Figura 5.4, podemos observar como se comportam as elasticidades 
da  oferta,  na  qual  se  encontram  o  preço  e  a  quantidade  e  a  relação 
destes com a oferta de mercado.  Entre os pontos A e B a oferta é elásti‐
ca, entre os pontos B e C a oferta é inelástica e no ponto BO a oferta é 
unitária. 
Figura 5.4 – Elasticidades da oferta 
 
 
5.6 Elasticidades no curto e no longo prazo 
Ao  longo deste capítulo,  fizemos uma análise geral das elasticidades. 
Neste  item, vamos  trabalhar  as  elasticidades de  longo prazo  em  três 
perspectivas: 
 Demanda 
 Renda 
 Oferta 
 
81 
Elasticidades da demanda 
Avaliam o comportamento do consumidor quando acontece uma mu‐
dança nos preços. Nesse  sentido, podemos dividir a análise em duas 
partes, a  curto e a  longo prazo. No exemplo da Figura 5.5,  temos as 
curvas de demanda por combustível  no curto e no longo prazo. 
Figura 5.5 – Elasticidade da demanda no curto e no longo prazo 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Segundo Pindyck e Rubinfeld13, para a maioria dos bens e serviços, a 
elasticidade de curto prazo é menor que a elasticidade de longo prazo 
(ex.: gasolina, médicos). 
Para outros bens (duráveis), a elasticidade de curto prazo é maior que 
a elasticidade de longo prazo (ex.: automóveis). 
Na  Figura  5.6,  temos um  exemplo de demanda por  automóveis,  em 
que as curvas se  invertem pelo tipo de bem que está sendo analisado 
(um bem durável). 
 
 
82 
Figura 5.6 – Elasticidade da demanda no curto e no longo prazo 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Elasticidades da renda 
As  elasticidades da  renda  também  se  alteram  com  as mudanças nos 
preços e acontecem ajustes tanto a longo quanto a curto prazo à medi‐
da em que a renda se modifica. 
Os bens e os serviços, com menor valor agregado, têm uma elasticida‐
de de renda maior a longo prazo do que a curto prazo. 
Já para os bens duráveis, com maior valor agregado, as elasticidades 
da renda são menores a longo prazo do que a curto prazo. 
Elasticidades da oferta 
Ainda segundo Pindyck e Rubinfeld14, para a maioria dos bens e servi‐
ços, as elasticidades‐preço da oferta são maiores no longo prazo do que 
no curto prazo. 
Para os bens duráveis e recicláveis, as elasticidades do preço da oferta 
são menores no longo prazo do que no curto prazo, como apresentado 
nas Figuras 5.7 e 5.8  a seguir. 
 
 
 
83 
 
Figura 5.7 – Elasticidade da oferta no curto e no longo prazo 1 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Figura 5.8 – Elasticidade da oferta no curto e no longo prazo 2 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
 
84 
 
( . ) Ponto Final 
O  conceito de  elasticidade  é usado para medir  a  reação das pessoas 
perante mudanças em variáveis econômicas. Por exemplo, para alguns 
bens, os consumidores têm uma grande reação quando o preço aumen‐
ta  ou diminui  e, para  outros,  a demanda praticamente  se mantém  a 
mesma quando o preço sobe ou desce. No primeiro caso, a demanda é 
elástica  e, no  segundo,  é  inelástica. Do mesmo modo,  os produtorestambém têm suas reações, e a oferta pode ser elástica ou inelástica. 
Nos capítulos anteriores, vimos como, por meio das leis da oferta e da 
procura,  é possível  apontar  a direção de uma  resposta  em  relação  à 
mudança de preços e o possível comportamento dos consumidores a 
essas  alterações  de  mercado.  No  próximo  capítulo,  começaremos  a 
estudar a  teoria da produção, que é a análise do  lado da oferta e do 
produtor na teoria microeconômica. 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006 
No capítulo 5 da obra de Mankiw  (2006), e no capítulo 2 da obra de 
Pindyck e Rubinfeld (2006) o leitor poderá saber um pouco mais sobre 
o assunto proposto neste capítulo. 
Atividades 
1. Explique a relação entre a elasticidade‐preço da demanda e a receita 
total. 
2.  Qual  a  relação  entre  a  elasticidade‐renda  e  os  conceitos  de  bens 
superiores e bens inferiores? 
3. A elasticidade‐preço da oferta costuma ser maior a curto ou a longo 
prazo? Por quê? 
4. Explique graficamente o que é uma demanda perfeitamente elástica 
e  uma  demanda  totalmente  inelástica,  mostrando  as  consequências 
para os consumidores. 
 
85 
a. Demanda perfeitamente inelástica: elasticidade igual a 0 
 
 
b. Demanda perfeitamente elástica: elasticidade infinita 
 
 
5. Apresente a  elasticidade‐preço da demanda da  seguinte questão  e 
explique o resultado. 
Um aumento de 25% no preço de cigarro x quantidade de cigarro cau‐
sa uma queda de 35% na quantidade comprada. Qual a elasticidade da 
demanda e como ela deverá ser calculada? 
   
6 TEORIA DA PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO 
Jacqueline A. H. Haffner 
Neste  capítulo, vamos  abordar  a  teoria da produção de  curto prazo. 
Este  constitui um período de  tempo no qual  a  função produção não 
consegue  alterar  todos  os  fatores  de  produção. Dessa  forma,  fatores 
fixos  permanecem  imutáveis  nesse  período  de  análise  e  os  fatores 
variáveis mudam à medida que os níveis de produção  se alteram. O 
curto prazo  é o período  em que o  insumo  capital  é  fixo  e o  insumo 
trabalho é variável. 
A importância da teoria da produção, segundo Breve, reside em 
que  os  princípios  da  produção  constituem  elemento  fundamental  na  análise  do 
preço  e  emprego  dos  recursos,  da  distribuição  de  recursos  entre  empregos 
alternativos  na  economia  e  da  distribuição  do  produto.  Sob  muitos  aspectos,  a 
teoria  da  produção  é  paralela  à  teoria  da  demanda  do  consumidor.  A  grande 
diferença que temos entre as duas análises é que a unidade econômica analisada é a 
firma individual em vez do consumidor individual.15 
A teoria da produção tem duas finalidades. A primeira é servir de base 
para a análise das relações entre produção e custos de produção, a qual 
interfere na formação de preços em função da tecnologia disponível. Já 
a  segunda  relaciona‐se  com  a  procura  por melhores  alternativas  na 
análise dos  fatores de produção e vai  se  reverter na melhor alocação 
desses fatores. 
Neste capítulo, vamos verificar que a atividade produtiva principal de 
uma  firma é  transformar  insumos   em   produtos. Buscaremos enten‐
der, da mesma forma que na teoria do consumidor, como são tomadas 
as decisões no âmbito da produção. Por exemplo, uma fábrica de col‐
chões utiliza espuma, energia, mão‐de‐obra ou  insumos de produção, 
para  produzir  um  produto:  o  colchão.  Podemos  pensar  em  outro   
exemplo:  uma  financeira  que  utiliza  como  insumos móveis,  equipa‐
mentos, mão‐de‐obra  e  conhecimento  para  produzir  um  produto  de 
intermediação financeira. 
 
87 
Assim,  neste  capítulo,  vamos  estudar  a  parte da  oferta de mercado, 
que é a base da teoria da firma, a qual é dividida em teoria da produ‐
ção e  teoria dos custos de produção, como exemplificado a seguir na 
Figura 6.1. 
Figura 6.1 – Origem da teoria da produção 
 
 
6.1 Tecnologia de produção 
A  tecnologia  de  produção  da  empresa  nos  fornece  informações  de 
como acontece o processo produtivo. É a forma como os  insumos são 
combinados para serem  transformados em produtos, os quais podem 
ser denominados fatores de produção. 
Como exemplo de processo produtivo, podemos citar a produção de 
sorvete. Nela  são  utilizados  os  insumos  necessários  à  produção  que 
estão compostos, em primeiro lugar, pela mão‐de‐obra e, em segundo, 
pelas matérias‐primas,  como  leite, além do  capital  investido nas má‐
quinas misturadoras. 
Segundo Pindyck e Rubinfeld16, podemos classificar da seguinte forma 
os itens que participam do processo produtivo: 
 insumos de  trabalho –  trabalhadores especializados  (carpinteiros, 
engenheiros)  e não  especializados  (trabalhadores agrícolas), bem 
como  os  esforços  empreendedores  dos  administradores  da  em‐
preas; 
 
 
88 
 matérias‐primas  –  aço,  plástico,  eletricidade,  água  e  quaisquer 
outros que a empresa transforme em produto final; 
 capital – edificações, equipamentos e estoques. 
A empresa define as questões relativas a o que, quanto, quando, como 
e onde produzir em  função de sua previsão de vendas ou carteira de 
pedidos; assim, as alterações na produção ocorrem em função de vari‐
ações  apresentadas  na  demanda.  Essas  decisões  podem  também  ser 
restringidas por outros fatores, como os sistemas econômico e financei‐
ro. 
Na produção, existe uma  restrição  técnica na combinação dos  fatores 
de produção e, por esse motivo, é  importante  saber como devem  ser 
combinados  os  insumos  de  uma  forma  mais  eficiente.  Aquela  que 
define a relação entre os insumos de produção, o processo produtivo e 
o resultado dessas combinações é a função de produção. 
Portanto, a  função de produção  indica o máximo de produto que  se 
pode obter com as quantidades dos fatores, uma vez escolhido deter‐
minado processo de produção mais conveniente. 
A função de produção pode ser assim definida: 
Q = F(K, L) 
em que 
Q = volume de produção 
K = capital 
L = trabalho 
Um exemplo clássico de produção, com diferentes proporções de fato‐
res, é a produção de vinho, que pode ser realizada com 
a. uso intensivo de trabalho – trabalhadores; 
b. uso intensivo de capital – máquinas. 
 
 
 
 
89 
6.2 Análise da teoria da produção no curto prazo 
No curto prazo, vamos analisar a produção com um insumo variável; 
nesse caso, será o fator trabalho. Vamos avaliar uma situação na qual o 
capital seja fixo, mas o trabalho seja variável. Os aumentos na produ‐
ção somente acontecerão quando houver um aumento na quantidade 
de trabalho utilizado. 
Podemos  tomar  como  base  uma  fábrica  de  sapatos. Na  capacidade 
instalada da empresa, há uma determinada quantidade de equipamen‐
tos,  porém mais  trabalhadores  poderiam  ser  contratados  ou  poderia 
ocorrer a diminuição da mão‐de‐obra para operar as máquinas. 
Para aperfeiçoar a produção,  será necessário  saber em que medida o 
volume de produção Q aumenta à medida que o insumo de trabalho L 
cresce. Nesse caso, será preciso decidir sobre a quantidade de trabalho 
que terá de disponibilizar na indústria e a quantidade de sapatos que 
terá de produzir.  
Consideremos uma  função de  produção  com  apenas dois  fatores de 
produção: um fixo (que não varia com a realização do processo produ‐
tivo) e outro variável. 
q = f(x1, x 2) 
em que 
q = quantidade de produto 
X1 = fator variável 
X2 = fator fixo 
 
 
90 
No exemplo apresentado por Pindyck e Rubinfeld17, temos a seguinte 
escala de produção. 
Tabela 6.1 – Produção com um insumo variável (trabalho) 
QUANTIDADE 
TRABALHO (L) 
QUANTIDADE 
DE CAPITAL (K) 
PRODUTO 
TOTAL (Q) 
PRODUTO 
MÉDIO (Q/L)
PRODUTOMARGINAL 
(ΔQ/ΔL) 
0  10  0  –  – 
1  10  10  10  10 
2  10  30  15  20 
3  10  60  20  30 
4  10  80  20  20 
5  10  95  19  15 
6  10  108  18  13 
7  10  112  16  4 
8  10  112  14  0 
9  10  108  12  –4 
10  10  100  10  –8 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
As primeiras três colunas apresentam o volume de produção que pode 
ser gerado em um mês, com diferentes quantidades de trabalho e man‐
tendo‐se o capital fixo em dez unidades. 
Quando o  insumo  trabalho é zero, o volume de produção  também é 
zero. O volume de produção é elevado à medida que o insumo traba‐
lho vai aumentando, até chegar à quantidade de oito unidades. Além 
de tal ponto, a produção diminui. 
Inicialmente,  cada unidade de  trabalho  é  capaz de obter uma vanta‐
gem cada vez maior dos equipamentos e das  instalações disponíveis; 
após determinado ponto, quantidades adicionais de  trabalho não po‐
dem mais ser utilizadas. 
 
 
91 
6.3 Produto total, médio e produto marginal 
O  produto  total  representa  a  quantidade  total  de  produtos  obtidos 
num determinado período de  tempo, por meio de uma determinada 
combinação de fatores de produção. Produto total do fator variável é a 
quantidade do produto que  se obtém da utilização do  fator variável, 
mantendo‐se fixa a quantidade dos demais fatores. O produto total do 
fator variável é o q = f(X1), que se modifica em função de cada nível em 
que for fixado o fator fixo X2. 
Na Figura 6.1, podemos observar a curva do produto total. 
Figura 6.1 – Produção no curto prazo (um insumo variável) do produto total 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
O  produto médio  (PML)  apresenta  a  relação  entre  o  produto  total 
obtido pela empresa com um determinado fator de produção. O PML 
pode ser  interpretado  também como a quantidade de produtos que é 
fabricada por cada unidade de fator utilizada. A produtividade média 
do  fator  variável  é  o  quociente  da  quantidade  total  produzida  pela 
quantidade utilizada do fator variável. 
PML = produto total/insumo trabalho = Q/L 
O produto marginal (PMGL) representa o acréscimo na produção total 
quando  agregada  uma  unidade  do  fator,  permanecendo  os  demais 
fatores  constantes.  A  produtividade marginal  do  fator  variável  é  a 
 
 
92 
relação entre as variações do produto total e as variações da quantida‐
de utilizada do  fator variável, ou seja, é o acréscimo de produto  total 
advindo do uso de uma unidade adicional do fator variável. 
PMGL = Variação do produto total/ 
variação do insumo trabalho = ΔQ/ΔL 
Na  Figura  6.2,  podemos  apreciar  as  curvas  do  produto médio  e  do 
produto marginal: 
Figura 6.2 – Produção no curto prazo (um insumo variável) do produto médio e 
marginal 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
Resumindo: o produto  total é a representação da quantidade  total de 
produtos obtidos. O PML mede a produtividade do trabalhador médio 
e o PMGL mede a produtividade de uma unidade a mais de produção. 
Essas curvas estão intimamente ligadas. 
As  três  curvas  de  possibilidades  de  produção  podem  ser mais  bem 
observadas na Figura 6.3, a seguir. 
 
93 
Figura 6.3 – Possibilidades de produção 
 
Fonte: Adaptado de RIANI, 1998. 
 
6.4 Rendimentos de escala no curto prazo 
A análise dos rendimentos de escala procura mostrar as relações entre 
as taxas de crescimento da quantidade de fatores utilizados e as taxas 
de crescimento na produção. Existem três hipóteses de relações. 
a.  Rendimento  crescente  de  escala:  ocorre  quando  o  percentual  de 
acréscimo dos fatores de produção é inferior ao percentual de acrésci‐
mo na produção. 
b. Rendimento constante de escala: ocorre quando o aumento percen‐
tual de acréscimo dos  fatores de produção  for  igual ao percentual de 
acréscimo na produção. 
c. Lei dos rendimentos decrescentes: refere‐se à quantidade de produ‐
ção extra que é obtida quando se adicionam sucessivamente unidades 
extras iguais de um fator de produção variável e uma quantidade fixa 
de outro  fator. Tais unidades adicionais acrescentam níveis positivos 
na produção até alcançar um valor máximo numa combinação ótima 
de fatores. 
Na maioria  dos  processos  produtivos,  acontece  o  produto marginal 
decrescente do trabalho. À medida que aumenta o uso de um determi‐
 
 
94 
nado  insumo, mantendo‐se  fixos  os demais  insumos,  chega‐se  a  um 
ponto em que a produção adicional decrescerá. 
A  lei  dos  rendimentos  decrescentes    aplica‐se  comumente  no  curto 
prazo,  já que nesse período pelo menos um dos  insumos permanece 
inalterado. No longo prazo, também podemos fazer esta análise, avali‐
ando a alteração de um ou mais insumos. 
Por  último,  é  importante  ressaltar  que  na  análise  dos  rendimentos 
decrescentes  se  pressupõe  que  todos  os  insumos  de  trabalho  têm  a 
mesma qualidade e essa  lei  só é válida  se  for mantido um  fator  fixo 
(portanto, só vale no curto prazo). 
( . ) Ponto final 
Neste  capítulo, abordamos a  teoria da produção. Vimos  como a  em‐
presa, ou firma, é uma unidade de produção que atua de forma racio‐
nal, com o objetivo de maximizar os resultados em  termos de produ‐
ção e lucro.  
Os fatores de produção são os bens ou os serviços que transformam os 
produtos  em bens primários  (sem  transformação prévia) ou bens  se‐
cundários (que passaram por um processo de transformação). 
Assim,  a produção  consiste na  transformação dos  fatores  adquiridos 
pela empresa em produtos para a venda no mercado. 
Quando estudamos a produção,  tentamos resolver alguns problemas, 
como,  por  exemplo,  como  influenciar  a  produção? Questionamos  se 
seria melhor a  contratação ou demissão de empregados. Deveríamos 
pagar horas extras ou reduzir a  jornada de trabalho? Deveríamos for‐
mar estoques? Como poderíamos influenciar a demanda? Por meio de 
propaganda ou de promoções e preços diferenciados? Enfim, tentamos 
dar todas as respostas inerentes ao processo produtivo. 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
No capítulo 13 da obra de Mankiw (2006), e no capítulo 6 da obra de 
Pindyck e Rubinfeld (2006) o leitor poderá saber um pouco mais sobre 
o assunto proposto neste capítulo. 
 
95 
 
Atividades 
1. Descreva a lei dos rendimentos físicos marginais decrescentes. 
2. Complete a  tabela a  seguir  e, depois,  faça o gráfico das  curvas de 
produto total e de produtividade média e marginal. 
MÃO‐DE‐OBRA  10  20  30  40  50  60  70  80  90  100  110  120  130  140  150  160 
PRODUTO 
TOTAL  50  240 510 850 1270 1700 2120 2530  2920 3300 3630 3900 4100 4200 4200 4100 
PRODUTIVIDADE 
MÉDIA                                 
PRODUTIVIDADE 
MARGINAL                                 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
7 TEORIA DA PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO 
Jacqueline A. H. Haffner 
Quando analisamos o processo produtivo de uma  firma, observamos 
que  a  quantidade  utilizada  de  alguns  insumos  pode mudar  rapida‐
mente, como, por exemplo, energia e mão‐de‐obra. Já outros  insumos 
são mais  difíceis  de mudar muito  rápido,  como  o  capital  físico  e  o 
prédio no qual a empresa está instalada. Num prazo mais longo ainda, 
a instituição pode entrar no mercado ou sair dele.  
A  consequência  é que o  conjunto de produção da  firma depende do 
prazo que ela tem para ajustar seus insumos. Para entender esse fenô‐
meno, é importante distinguir a tecnologia da empresa nos períodos de 
curto, médio e longo prazos. 
A  curto prazo,  como  foi apresentado no  capítulo anterior, alguns  in‐
sumos  são  fixos. A médio prazo,  todos  os  insumos  são  fixos, mas o 
número de firmas no mercado é variável. A longo prazo, o mercadoé 
variável e os insumos também.  
Alguns autores distinguem apenas o curto e o longo prazo. Para eles, o 
que chamam de longo prazo é o que definimos como médio prazo e não 
fazem referência ao número de empresas no mercado. 
Neste capítulo, vamos considerar que todos os fatores de produção são 
variáveis, ou seja, vamos fazer a análise da produção levando em conta 
períodos de longo prazo. 
7.1 Isoquanta 
Podemos definir  isoquanta  como uma  linha na qual  todos os pontos 
representam  combinações dos  fatores de produção que  indicam uma 
mesma quantidade do produto. 
É  o  conjunto  de  combinações  de  insumos  que  podem  produzir  no 
máximo y, ou seja: 
 
97 
I = {x | f(x) = y} 
As propriedades das isoquantas são três: 
 são decrescentes da esquerda para a direita; 
 são convexas com relação à origem dos eixos cartesianos; 
 não se cruzam nem se tangenciam. 
O  conceito de  isoquanta na  teoria da  firma é análogo ao  conceito de 
curva de indiferença na teoria do consumidor. Dessa forma, podemos 
definir a isoquanta como uma curva que representa todas as possíveis 
combinações de  insumos derivados na mesma quantidade de produ‐
ção18. Essas informações estão apresentadas a seguir na Figura 7.1: 
Figura 7.1 – Isoquanta 
 
Fonte: Adaptado de RIANI, 1998. 
Existem  infinitas  isoquantas  num  determinado  mapa  de  produção. 
Teoricamente, cada uma delas representa níveis de produção diferen‐
tes. As curvas de isoquantas não se interceptam, pois cada curva repre‐
senta um nível de produção. Podemos fazer uma analogia, nesse pon‐
to, com as curvas de indiferença que têm os mesmos princípios. 
 
 
98 
Assim, as isoquantas da produção podem ser descritas como as várias 
combinações de  insumos necessários para que a empresa possa obter 
um determinado volume de produção (produto). 
Como definido, um  conjunto de  isoquantas, ou mapa de  isoquantas, 
descreve a função de produção da empresa, como podemos observar a 
seguir na Figura 7.2. 
Figura 7.2 – Mapa das isoquantas 
 
Fonte: Adaptado de RIANI, 1998. 
 
7.2 Isocustos 
Como definido anteriormente, a partir de agora vamos considerar, na 
nossa análise, que todos os fatores de produção são variáveis. Vamos 
trabalhar  a  teoria  da  produção  no  longo  prazo.  Dessa  forma,  para  
aprimorar a nossa análise da teoria da produção, temos que entender, 
primeiramente, o  funcionamento das  isoquantas que nos apresentam 
dados sobre as combinações possíveis na produção. Em segundo lugar, 
precisamos compreender como funcionam os isocustos, que nos ofere‐
cem as diferentes combinações de fatores de produção que a empresa 
pode adquirir, considerando o preço deles e a disponibilidade ou ca‐
pacidade que a firma tem em obter recursos financeiros. 
 
99 
Composição do isocusto: 
DT = (qa ∙ pa) + (qb ∙ pb) 
em que 
DT = disponibilidade financeira 
pa = custo do fator a 
pb = custo do fator b 
qa = quantidade máxima do fator a = DT/pa 
qb = quantidade máxima do fator b = DT/pb 
Na Figura 7.3, são apresentadas as possibilidades de produção entre o 
fator A  e  B,  de  acordo  com  os  recursos  da  empresa. Na  Tabela  7.1, 
temos  informações  sobre as alternativas de produção  em  relação aos 
investimentos e às quantidades de  fatores que podem  ser adquiridas 
com essas restrições. 
Figura 7.3 – Isocustos 
 
Fonte: Adaptado de RIANI, 1998. 
 
 
100 
Ao  observarmos  essa  figura,  entendemos  que,  com  as  informações 
disponíveis dos preços dos  fatores, se a empresa aumenta a contrata‐
ção de um fator, deverá reduzir a aquisição de outro e, assim, poderá 
manter  constantes os  recursos disponibilizados para a produção. Por 
isso, a inclinação da curva é negativa. 
No caso da Tabela 7.1, a restrição de recursos da empresa é de 10 mil. 
Assim, todas as combinações de fatores devem ter como valor máximo 
10 mil e todas as alternativas de produção devem atender a esse limite 
para não exceder o orçamento da empresa. 
Tabela 7.1 – Combinações de fatores 
ALTERNATIVAS
 
DISTRIBUIÇÃO  
DOS RECURSOS  
FINANCEIROS 
QUANTIDADES  
ADQUIRIDAS  POSSÍ‐
VEIS 
FATOR 
A  FATOR B  FATOR A  FATOR B 
a  10000  0  100  0 
b  8000  2000  80  10 
c  6000  4000  60  20 
d  4000  6000  40  30 
e  2000  8000  20  40 
f  0  10000  0  50 
Fonte: Adaptado de RIANI, 1998. 
 
7.3 Taxa marginal de substituição técnica (TMST) 
A  taxa marginal  de  substituição  técnica  apura  a  quantidade  de  um 
determinado fator que será compensada por uma unidade adicional do 
outro  fator,  tal que o nível de produção não se altere.  Isso quer dizer 
que,  ao  analisar  as  isoquantas,  podemos  observar  o movimento  da 
curva e como os  fatores de produção estão  se alocando,  isto é,  como 
uma quantidade de fator de produção vai sendo substituída por outra 
quantidade de outro fator. 
 
 
101 
Podemos definir assim a taxa de substituição técnica: 
TMST ba = PMg a/PMg 
em que 
 PMg = variação na quantidade produzida decorrente da variação 
de uma unidade na quantidade de fator variável; 
 PMg a = variação na quantidade produzida decorrente da variação 
em uma unidade do fator A. 
Na Figura 7.4  , a seguir, observamos a taxa de substituição técnica de 
capital por trabalho. 
Figura 7.4 – Taxa marginal de substituição técnica 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
7.4 Rendimentos de escala no longo prazo 
É um conceito que pode ser definido apenas na análise de longo prazo, 
quando  se  supõe  que  todos  os  fatores de produção  sejam  variáveis. 
Dado um nível de tecnologia, denominamos de rendimentos de escala 
 
 
102 
a variação do produto final, devido à variação da utilização dos fatores 
de produção.  
Neste item, veremos como é importante analisar a escala de produção 
de longo prazo. 
Rendimentos decrescentes 
Dizemos que uma  função de produção  tem  retornos decrescentes de 
escala, se a produção aumenta numa proporção menor que o aumento 
dos insumos. Nos rendimentos decrescentes, as isoquantas se apresen‐
tam cada vez mais afastadas umas das outras, como mostra a Figura 
7.5. 
Figura 7.5 – Rendimentos decrescentes 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Rendimentos constantes 
Rendimentos constantes de escala significam que, dobrando  todos os 
insumos, se duplica a produção. Dizemos que uma  função de produ‐
ção tem retornos constantes de escala se a produção aumenta em pro‐
porção maior que os insumos. 
 
 
 
103 
Figura 7.6 – Rendimentos constantes 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
 
Rendimentos crescentes 
Rendimentos  crescentes  de  escala  ocorrem  quando  os  insumos  são 
duplicados, ao passo que uma função de produção tem retornos cres‐
centes de escala se a produção aumenta numa proporção maior que os 
insumos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104 
Figura 7.7 – Rendimentos crescentes 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
Podemos  analisar os  rendimentos de  escala pelos  seus  resultados na 
escala de produção, os quais podem variar de acordo com os diferentes 
setores produtivos ou pela empresa em questão. 
Espera‐se que, em firmas maiores, os resultados na esfera da produção 
sejam superiores aos das empresas de menor tamanho, o que se explica 
pela escala de produção. 
( . ) Ponto final 
Neste capítulo, abordamos a teoria da produção a longo prazo. Vimos 
que a avaliação sob esse viés pressupõe que é possível alterar todos os 
fatores  de  produção,  de  modo  que,  teoricamente,  todos  eles  sejam 
variáveis. 
A longo prazo, há a possibilidade de a empresa alterar todos os fatores 
de produção (desde o número de funcionários até a capacidade produ‐
tiva e expansão física). 
Do ponto de vista teórico, o equilíbrio na produção pode ser determi‐
nado quando são utilizados conjuntamente os conceitos de isoquantas 
e isocustos. Podemosdizer ainda que o equilíbrio da produção é alcan‐
çado, quando o produtor consegue obter o máximo de produto dentro 
de suas restrições de recursos financeiros. 
 
105 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
No capítulo 13 da obra de Mankiw (2006), e no capítulo 6 da obra de 
Pindyck e Rubinfeld (2006) o leitor poderá saber um pouco mais sobre 
o assunto proposto neste capítulo. 
Atividades 
1. Explique a relação entre isoquanta e isocusto. 
2. Descreva e exemplifique o conceito de retornos crescentes de escala. 
3. Descreva e exemplifique o conceito de retornos constantes de escala. 
4.  Descreva  e  exemplifique  o  conceito  de  retornos  decrescentes  de 
escala.
   
8 CUSTOS DE PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO 
Jacqueline A. H. Haffner 
No último capítulo, examinamos a tecnologia de produção da empre‐
sa, ou  seja, a  relação que mostra  como os  insumos podem  ser  trans‐
formados em produtos.  
Agora, veremos de que forma a tecnologia de produção, com base nos 
preços  dos  insumos,  determina  o  custo  de  produção  da  empresa.  É 
necessário primeiro conhecer a  tecnologia de produção da  instituição 
para depois decidir como produzir. 
Vimos anteriormente que os produtos podem ser combinados de dife‐
rentes maneiras,  para  que  uma mesma  quantidade  de  produto  seja 
obtida. Neste capítulo, veremos o modo como é escolhida uma combi‐
nação ótima  (minimizadora de custos) de  insumos. Veremos  também 
de que forma os custos da empresa dependem de sua produção e como 
podem variar com o decorrer do tempo. 
8.1 O que é custo de produção no curto prazo? 
Para  realizar a produção, o empresário precisa adquirir os  fatores de 
produção, pagando por eles um determinado preço. Assim,  se calcu‐
larmos os gastos com os fatores de produção, obteremos os custos de 
produção, ou custo total. 
Mas, primeiramente, devemos  entender  claramente qual  é o objetivo 
da empresa, ou seja, por que ela entra no mercado? 
A  instituição  sempre  que  toma  decisões  está  pensando  somente  em 
como obter mais lucro, e somente entra no mercado com o objetivo de 
obter lucro por meio dos negócios que realiza. 
A empresa obtém  lucro quando ganha mais do que gasta. A quantia 
que ela recebe pela venda de sua produção é denominada receita total e 
a quantidade que gasta para adquirir insumos é chamada custo total. 
 
107 
O lucro pode ser assim definido: 
Lucro = receita total – custo total 
A Figura 8.1 a  seguir  traz  informações  sobre as decisões econômicas 
principais de que trata a teoria da firma. 
Figura 8.1 – Decisões da firma 
 
Custos de oportunidade 
Na análise econômica dos custos, é muito importante diferenciar custo 
contábil,  custo  econômico  e  custo  de  oportunidade,  sendo  que  estes 
últimos, geralmente, não  são  considerados,  já que  correntemente  são 
observados somente os custos contábeis. 
O custo de oportunidade de alguma coisa é tudo aquilo de que se abre 
mão para adquiri‐la. Por exemplo, se alguém gasta R$ 10,00 para com‐
prar  carne,  esses R$  10,00  são  o  custo de  oportunidade, porque  não 
pode ser investido na compra de outro produto. Dentro dos custos de 
oportunidade,  temos os  custos  implícitos e explícitos, que veremos a 
seguir. 
Quando abrimos uma empresa,  temos que  comprar matérias‐primas, 
pagar os custos de manutenção, contratar trabalhadores etc.; estes são 
os custos explícitos da empresa, isto é, são os custos que aparecem.  
O  custo  de  oportunidade  implícito  é  diferente,  é  um  custo  que  não 
requer desembolso monetário. Nessa análise, devemos considerar, por 
exemplo, o custo de investir um capital ou deixá‐lo no banco rendendo 
juros. 
Podemos, assim, diferenciar  lucro  econômico  e  lucro  contábil. O pri‐
meiro seria o resultado da receita menos os custos explícitos e implíci‐
 
 
108 
tos. Já o segundo refere‐se ao resultado da receita e dos custos explíci‐
tos. 
A Figura 8.2 , a seguir, elucida essas informações. 
Figura 8.2 – Diagrama dos custos de produção 
 
8.2 Custo total 
O primeiro custo que analisaremos será o custo total da produção, que 
tem dois componentes: o custo fixo (CF) e o custo variável (CV). 
A curto prazo, os custos  fixos não se alteram em decorrência de mu‐
danças  nas  quantidades  produzidas.  Por  exemplo:  em  unidades  por 
mês, por exemplo, as quantidades produzidas podem  ser de zero ou 
mil e os custos fixos não vão se alterar. Já os custos variáveis se modifi‐
cam em função das quantidades produzidas. 
O custo total é assim definido: 
CT = CF + CV 
em que 
 custo fixo (CF): deriva do emprego de fatores fixos e não depende 
do volume de produção, isto é, incorre‐se neles ainda que nada se 
produza,  ou  seja,  tais  custos  serão  pagos mesmo  que  não  haja 
produção; 
 
109 
 custo variável (CV): é dado pelos fatores variáveis de produção e 
varia de acordo com ela e  tal custo aumenta à medida que o vo‐
lume produzido aumenta. 
A Figura 8.3 , a seguir, são apresentadas as curvas do custo fixo, variá‐
vel e total. 
Figura 8.3 – Composição do custo fixo 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
Os custos fixos e os variáveis variam de acordo com o tempo. A curto 
prazo, num horizonte  temporal de um ou dois meses, a maior parte 
dos custos é fixa. Nesse período de tempo, a empresa tem compromis‐
sos assumidos a cumprir. 
Na Figura 8.4 ,a seguir, é apresentada a composição do custo fixo. 
 
 
110 
Figura 8.4 – Custo fixo 
 
No exemplo apresentado a seguir, na Tabela 8.1, por Pindyck e Rubin‐
feld19, podemos observar os custos de uma empresa, em que o  custo 
fixo é de R$ 50 e o custo variável vai se modificando com a produção. 
Dessa forma, o custo total cresce à medida que a produção aumenta. 
Tabela 8.1 – Custos a curto prazo 
N
ÍV
EL
 D
E P
RO
D
U
Ç
Ã
O
 
C
U
ST
O
 FI
XO
 (C
F)
 1 
C
U
ST
O
 VA
RI
Á
V
EL
 (C
V
) 2 
C
U
ST
O
 TO
TA
L (
C
T)
 3 
C
U
ST
O
 M
A
RG
IN
A
L 
(C
M
G
) 4 
C
U
ST
O
 FI
XO
 M
ÉD
IO
 
(C
FM
E)
 5 
C
U
ST
O
 VA
RI
Á
V
EL
 M
É‐
D
IO
 (C
V
M
E)
 6 
C
U
ST
O
 TO
TA
L M
ÉD
IO
 
(C
TM
E)
 7 
0  50  0  50  –  –  –  – 
1  50  50  100  50  50  50  100 
2  50  78  128  28  25  39  64 
3  50  98  148  20  16,7  32,7  49,3 
4  50  112  162  14  12,5  28  40,5 
5  50  130  180  18  10  26  36 
6  50  150  200  20  8,3  25  33,3 
7  50  175  225  25  7,1  25  32,1 
8  50  204  254  29  6,3  25,5  31,8 
 
111 
9  50  242  292  38  5,6  26,9  32,4 
10  50  300  350  58  5,0  30  35 
11  50  385  435  85  4,5  35  39,5 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 222. 
 
8.3 Custo marginal (CMG) 
O aumento ocorrido nos custos totais em decorrência da produção de 
uma unidade adicional de produto é representado no custo marginal. 
O custo marginal está presente na quarta coluna da tabela. Trata‐se de 
um  dos mais  importantes  conceitos  teóricos  do  custo.  Representa  o 
custo no qual a empresa incorre para produzir uma unidade adicional. 
No nível zero de produção, incorreria num custo fixo de R$ 50,00. Ao 
passar desse nível para uma unidade produzida, o custo fixo permane‐
ce  inalterado, mas a  instituição despende mais R$ 50,00 com recursos 
variáveis,  perfazendo  R$  100,00  de  custo  total.  Em  outras  palavras, 
para aumentar a produção de zero para uma unidade,  incorre‐se em 
um  custo marginal  de R$  50,00.  Em  decorrência  do  comportamento 
típico do custo fixo e variável, o custo marginal decresce até certo nível 
de  produção,  depois  volta  a  crescer,  alcançando  elevadastaxas  de 
expansão. Esses dados podem ser apreciados na Tabela 8.1 (p. 151). 
O custo marginal é calculado como definido a seguir: 
CMg = ΔCV/ΔQ = ΔCT/ΔQ 
8.4 Outros custos de produção 
Ainda  na  análise  de  custos  temos  dois  importantes  elementos  que 
complementam a avaliação dos custos no curto prazo. 
a. Custo médio (CMe) – Mede o custo por unidade de produto. 
b. Custo total médio (CTMe) – Mede a produção media da empresa. É 
calculado pela divisão do custo total e o nível de produção. 
CTMe = CT/Q 
Como exemplo, podemos analisar um nível de produção de duas uni‐
dades  (na Tabela  8.1). O  custo  total médio  será de R$  64,  ou  seja, o 
custo unitário para um nível de produção de duas unidades de produ‐
to será de R$ 128/2. 
 
 
112 
O CTMe é composto de dois componentes: o custo fixo médio (CFMe) 
e o custo variável médio (CVMe). 
 CFMe é o custo fixo dividido pelo nível de produção: 
CFMe = CF/Q 
 CVMe é o custo variável dividido pelo nível de produção: 
CVMe = CV/Q 
Analisando os  custos apresentados anteriormente, observamos que o 
custo variável médio, geralmente, é acrescido do aumento da produ‐
ção por causa do comportamento do produto marginal decrescente. 
Já o custo fixo médio cai ininterruptamente com o acréscimo da produ‐
ção, porque os custos fixos são distribuídos por um número maior de 
unidades. 
No que se  refere aos custos marginais, eles aumentam com a quanti‐
dade produzida. Isso acontece por causa do produto marginal decres‐
cente. Quando a quantidade produzida é grande, pode se tornar mais 
cara. 
Os custos marginais e os custos médios de produção devem ser anali‐
sados  criteriosamente,  já  que  são dois  importantes  conceitos para  se 
avaliar as decisões tomadas pela empresa, para se alcançar um nível de 
produção que traga maior lucro para ela. 
Na Figura 8.5, a seguir, são apresentadas as curvas de custo marginal, 
custo total médio, custo variável médio e custo fixo médio. 
 
113 
Figura 8.5 – Curvas de custos da empresa 
 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 222. 
Segundo Pindyck e Rubinfeld20, as curvas apresentadas na Figura 8.5 
permitem‐nos  observar  uma  importante  relação  entre  o  custo  total 
médio e o  custo marginal. Sempre que o  custo marginal é menor do 
que o custo total médio, significa que o custo total médio está em que‐
da. Sempre que o  custo marginal é maior que o  custo  total médio, o 
custo  total médio está aumentando. Essa  característica das  curvas de 
custo  não  é uma  coincidência decorrente dos  números usados  nesse 
exemplo, ela se aplica a todas as empresas. Essa relação entre o custo 
total médio e o custo marginal reflete uma  importante regra: a curva 
de custo marginal corta a curva de custo total médio no ponto de esca‐
la eficiente, ou seja, em baixos níveis de produção, o custo marginal é 
inferior ao custo total médio, de modo que o custo total médio está em 
queda. Mas depois de as duas curvas terem se cruzado, o custo margi‐
nal sobe mais que o custo total médio. A partir desse ponto, se a em‐
presa insistir em aumentar o volume de produção, fatalmente incorre‐
rá  em  custos  totais médios ou  custos unitários mais  elevados, o que 
pode comprometer sua lucratividade. 
 
 
114 
( . ) Ponto final 
Do ponto de vista da empresa, as receitas são uma contrapartida dos 
custos, e estes uma decorrência inevitável do processo produtivo. 
Neste capítulo, vimos como a teoria microeconômica básica diferencia 
os  custos  da  empresa  a  partir  de  seus  comportamentos  típicos  em 
relação  às  quantidades  produzidas.  A  curto  prazo,  diferenciam‐se 
entre  fixos e variáveis. A  longo prazo,  todos os custos, em princípio, 
variam, quer em decorrência de alterações nas dimensões da empresa, 
quer por mudanças nas  tecnologias de produção, quer em  função de 
modificações de suprimentos e preços dos fatores produtivos. Porém, 
no curto prazo, há custos que se mantêm fixos e que independem das 
quantidades  produzidas.    Outros  são  variáveis  e  se  modificam  em 
função do quanto a empresa produz. 
O volume de produção de uma  instituição  será maior ou menor de‐
pendendo do volume de recursos empregados por ela. Assim, os cus‐
tos  incorridos estão fortemente  ligados ao seu processo produtivo e à 
sua função de produção. Uma parte dos recursos empregados na pro‐
dução varia diretamente em  função do volume da própria produção: 
são os recursos variáveis. Outra parte,  todavia, não varia em período 
de curto prazo: são os custos fixos. Estes incluem imobilizações (edifi‐
cações,  equipamentos,  e  outros  bens  de  capital)  e  parte  do  pessoal 
empregado  (notadamente  os  envolvidos  em  atividades gerenciais de 
suporte). Nas variáveis incluem‐se os insumos necessários para a pro‐
dução  (matérias‐primas  e  outros materiais  intermediários),  o pessoal 
mobilizado  diretamente  no  processo  produtivo,  a  energia  usada  e 
outras categorias de gastos exigidos nas operações de produção. 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
No capítulo 13 da obra de Mankiw (2006), e no capítulo 7 da obra de 
Pindyck e Rubinfeld (2006), o leitor poderá saber um pouco mais sobre 
o assunto proposto neste capítulo. 
 
115 
Atividades 
1.  Sobre  os  custos  de  curto  prazo, marque  (V)  para  as  proposições 
verdadeiras e (F) para as falsas. 
(  ) Alguns dos insumos de produção de uma empresa são fixos, porém 
outros podem  sofrer variações  à medida que  a  instituição  altera  sua 
produção. 
(    ) Os custos são  fixos porque a empresa, nesse período de  tempo, é 
obrigada a receber e pagar pela entrega de matéria‐prima e não pode 
dispensar temporariamente os seus trabalhadores. 
(    ) Os  custos  fixos podem  incluir gasto  com manutenção da  fábrica, 
seguro e talvez um número mínimo de funcionários. 
(   )Nesse período de tempo, os fatores de produção são mais facilmen‐
te adaptáveis às necessidades da produção. 
2. Complete a tabela a seguir, considerando que 
 o aluguel do prédio (custo fixo) é de R$ 1.000/mês; 
 o salário por trabalhador é de R$ 100/mês. 
 
 
116 
 
M
Ã
O
‐D
E‐O
BR
A
 
PR
O
D
U
TO
 TO
TA
L 
C
U
ST
O
  
FI
XO
 TO
TA
L 
C
U
ST
O
 VA
RI
Á
V
EL
  
TO
TA
L 
C
U
ST
O
 TO
TA
L 
C
U
ST
O
  
FI
XO
 M
ÉD
IO
 
C
U
ST
O
 VA
RI
Á
V
EL
 M
É‐
D
IO
 
C
U
ST
O
 M
ÉD
IO
 
C
U
ST
O
 M
A
RG
IN
A
L 
10  50               
20  240               
30  510               
40  850               
50  1.270               
60  1.700               
70  2.120               
80  2.530               
90  2.920               
100  3.300               
110  3.630               
120  3.900               
130  4.100               
140  4.200               
150  4.200               
160  4.100               
 
3. Você está pensando em  instalar um quiosque de venda de suco de 
frutas. O  quiosque  custa R$  250. Os  ingredientes para  cada  copo de 
suco custam R$ 0,50. 
a. Qual é o custo fixo do negócio? 
b. Qual é o custo variável por copo de suco? 
c. Monte uma  tabela mostrando o custo  total, o custo  total médio e o 
custo variável para níveis de produção até 4 copos. 
   
9 CUSTOS DE PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO 
Jacqueline A. H. Haffner 
A  capacidade  produtiva  da  empresa,  no  longo  prazo,  é muito mais 
flexível  que  no  curto  prazo.  Mesmo  assim,  apresenta  custos  totais 
médios  crescentes  a  partir  de  um  determinado  volume  produtivo. 
Como  no  longo  prazo  é mais  fácil  adequar  a  produção,  de modo  a 
obter  maior  eficiência,os  seus  custos  devem  ser  administrados  da 
forma mais  racional para não cair no erro de produzir grandes volu‐
mes de produção a um custo unitário elevado. 
Em um horizonte de tempo mais longo, de dois ou três meses, a maio‐
ria dos  custos é variável. A  longo prazo, a  firma pode  reduzir a  sua 
produção,  pode  diminuir  o  número  de  trabalhadores  e  reduzir  as 
compras de matérias‐primas. 
9.1 O que é custo de produção no longo prazo? 
Os custos de produção variam no curto e no longo prazo. As decisões 
voltadas à produção devem levar em consideração uma avaliação clara 
dos  custos. Essa  questão  é muito  importante  porque,  a  curto  prazo, 
alguns  custos  são  fixos  e, a  longo prazo, variáveis. A  longo prazo, a 
produção  trará maior  flexibilidade para as decisões a  serem  tomadas 
pela empresa. 
Por esse motivo, as curvas de custo de curto prazo são diferentes das 
de longo prazo. O motivo é que a empresa tem maior dificuldade para 
adequar a produção no curto prazo e também porque no curto prazo é 
mais difícil realocar os trabalhadores e os investimentos. 
É complexo saber quanto tempo a instituição vai demorar para chegar 
ao longo prazo. Isso depende muito do tipo de produção. Uma empre‐
sa de vestuário, por exemplo, pode levar meses para montar sua fábri‐
ca, isto é, a construção de um local para a produção, a compra de equi‐
pamentos e contratação de trabalhadores. 
 
 
118 
Uma  outra  empresa,  que  venda  produtos  mais  fáceis  de  produzir, 
pode adequar a sua produção mais facilmente. Podemos pensar, nesse 
caso, no produto  “cachorro‐quente”,  cujo produtor pode  comprar os 
seus  insumos mais  facilmente  e  adequá‐los  rapidamente  a uma mu‐
dança no mercado. 
Embora as curvas de custo médio e as de  longo e de curto prazos  te‐
nham o mesmo  formato em u, elas diferem porque o  formato a curto 
prazo  se deve à  lei dos  rendimentos decrescentes  (ou custos crescen‐
tes), a uma dada planta ou tamanho, enquanto o formato da curva de 
longo prazo se deve aos rendimentos de escala, quando varia o tama‐
nho da empresa. 
A  Figura  9.1,  a  seguir,  nos  apresenta  as  curvas de  curto  e de  longo 
prazos. Nela, podemos verificar que a curva de custo  total médio no 
longo prazo tem formato de U e é muito mais plana do que as curvas 
de curto prazo. Essas propriedades   devem‐se ao fato de as empresas 
terem flexibilidade maior no longo prazo. 
Figura 9.1 – Custos de produção no curto e no longo prazo 
 
Fonte: VASCONCELLOS, 2001. 
Nas curvas apresentadas na Figura 9.1, a empresa  tem economias de 
escala em baixos níveis de produção, retornos constantes de escala em 
níveis  intermediários de produção e deseconomias de escala em altos 
níveis de produção. 
 
119 
 
9.2 Economias e deseconomias de escala 
O  comportamento do  custo  total médio, no  longo prazo,  contém  in‐
formações importantes em relação à tecnologia aplicada à produção de 
um bem. 
Segundo Pindyck  e Rubinfeld21,  a  curva de  custo marginal de  longo 
prazo  (CMgLP)  é determinada  a  partir da  curva de  custo médio de 
longo prazo, a qual mede a mudança nos custos totais de longo prazo, 
à medida que a produção é aumentada  incrementalmente. Dessa  for‐
ma, podemos fazer a seguinte análise do custo marginal de longo pra‐
zo e do custo médio de longo prazo. 
 Se CMgLP < CMeLP, CMeLP está diminuindo. 
 Se CMgLP > CMeLP, CMeLP está aumentando. 
 Logo, CMgLP = CMeLP no ponto de mínimo do CMeLP. 
Quando o CTM de longo prazo declina, enquanto a produção aumen‐
ta, diz‐se que existem economias de escala. Quando o CTM de  longo 
prazo  aumenta,  enquanto  a  produção  aumenta,  diz‐se  que  existem 
deseconomias de escala. Quando o custo  total médio de  longo prazo 
não varia com o nível de produção, diz‐se que existem retornos cons‐
tantes à escala. 
As economias de escala podem ser calculadas assim: 
Ec = variação percentual do custo resultante de um aumento de 1% na 
produção. 
Logo: 
EC < 1: CMg < CMe = economias de escala 
EC = 1: CMg = CMe = economias constantes de escala 
EC > 1: CMg > CMe = deseconomias de escala 
Economias de escala 
Quando a curva do custo  total médio de  longo prazo decresce com o 
aumento da produção, dizemos que há economias de escala; isso acon‐
 
 
120 
tece porque o custo médio de longo prazo cai com o aumento da quan‐
tidade produzida. 
O que facilita o surgimento de economias de escala é a especialização. 
Numa grande escala de produção, os trabalhadores geralmente se são 
mais  especializados  e  usufruem  de  toda  a  capacidade  produtiva  da 
empresa. 
Quando há economias de escala, a produção torna‐se mais eficiente, há 
uma maior especialização, flexibilidade na organização e compras mais 
eficientes, como podemos observar a seguir, na Figura 9.2. 
Figura 9.2 – Economias de escala 
 
 
Deseconomias de escala 
Quando a curva do custo  total médio se eleva com a produção, dize‐
mos que há deseconomias de escala, que ocorrem porque o custo total 
médio de longo prazo aumenta com o aumento da quantidade produ‐
zida. Nas deseconomias de escala, ocorre sobrecarga no sistema produ‐
tivo, os custos de coordenação aumentam e há restrição na oferta dos 
produtos, como apresentado a seguir, na Figura 9.3. 
Figura 9.3 – Deseconomias de escala 
 
121 
 
 
Retornos constantes de escala 
Quando o custo total médio de  longo prazo não varia com o nível de 
produção, dizemos que há retornos constantes de escala. Elas se refe‐
rem à propriedade segundo a qual o custo total médio de longo prazo 
se mantém constante enquanto a quantidade produzida varia. 
 
 
122 
Na Figura 9.4  , a  seguir,  temos um  resumo do que apresentamos até 
aqui.  
Figura 9.4 – Economias e deseconomias de escala 
 
( . ) Ponto final 
Na análise dos custos de  longo prazo, devemos diferenciar os custos 
fixos dos custos variáveis. Os custos a curto e a longo prazos são rele‐
vantes na determinação do tamanho ótimo da fábrica. A longo prazo, 
as empresas  se  caracterizam,  inicialmente, por  retornos  crescentes de 
escala e, mais tarde, por retornos decrescentes, de modo que as curvas 
de custo apresentam formato de u. 
 
 
 
 
 
123 
Figura 9.5 – Resumo dos custos no curto e no longo prazo 
 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
No capítulo 13 da obra de Mankiw (2006), e no capítulo 7 da obra de 
Pindyck e Rubinfeld (2006) o leitor poderá saber um pouco mais sobre 
o assunto proposto neste capítulo. 
Atividades 
1. A curva de custo marginal é ................ no trecho em que se verifica a 
lei dos rendimentos ................. 
a. horizontal – decrescentes; 
b. crescente – decrescentes; 
c. crescente – constantes; 
d. decrescente – decrescentes; 
e. decrescente – constantes. 
 
 
124 
2. Qual é a diferença entre o curto e o longo prazo na análise de custos 
na microeconomia? 
3. Aponte a alternativa incorreta, conforme Mankiw (2006). 
a. A longo prazo, não existem custos fixos. 
b. Uma curva de custo médio de  longo prazo constante  indica a exis‐
tência de rendimentos constantes de escala. 
c. A  isoquanta  representa  infinitas combinações de mão‐de‐obra e de 
capital que representam o mesmo custo total de produção. 
d.  Rendimentos  decrescentes  de  escala  têm  o mesmo  significado  de 
deseconomias de escala. 
e. Os custos de longo prazo representam horizontes de planejamento e 
não os custos efetivamente incorridos. 
4. Considere  a  seguinte  tabela de  custo  total de  longo prazo de  três 
empresas diferentes. 
Quantidade   1   2   3   4   5   6   7 
Empresa A   60   70   80   90   100   110   120 
Empresa B   11   24   39   56   75   96   119Empresa C   21   34   49   66   85   106   129 
Fonte: PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
Analise se cada uma dessas empresas apresenta economias ou deseco‐
nomias de escala. 
 
   
10 ESTRUTURAS DE MERCADO 
Jacqueline A. H. Haffner 
No último capítulo deste livro, vamos observar o comportamento dos 
diferentes mercados e as suas categorias na microeconomia. São eles: 
mercados competitivos, monopólio e oligopólio. 
As análises que realizaremos serão sucintas, já que não é nosso objeti‐
vo aqui aprofundar esses assuntos teóricos, mas sim dar noções gerais 
dos mercados. 
Iniciaremos  com  a  análise  dos mercados  competitivos.  Em  seguida, 
será apresentado o monopólio de mercado e, por último, as noções de 
oligopólio. 
É importante estudar os mercados porque em alguns negócios a com‐
petição perfeita pode não ser a melhor alternativa para essa estrutura. 
Um  estudo  de  decisão  em  mercados  não‐competitivos  é,  portanto, 
importante. Assim,  o  estudo  do monopólio  e  do  oligopólio  torna‐se 
bastante relevante. 
10.1 Mercados competitivos 
Conforme  Mankiw,  Pindyck  e  Rubinfeld,  “a  ideia  de  concorrência 
pressupõe  a  existência de  grande  número de produtores  atuando  li‐
vremente  no mercado de  um mesmo  bem  ou  serviço, de modo  que 
tanto a oferta quanto a procura se originem em condições de razoável 
equidade,  sem  influência  ilegítima, principalmente,  sobre o preço do 
produto”22. Nesse  tipo  de mercado,  as  empresas  podem  livremente 
entrar no mercado e sair dele. 
O mercado  competitivo, por  vezes  chamado de mercado  perfeitamente 
competitivo, tem duas características: 
 há muitos compradores e vendedores no mercado; 
 
 
126 
 os bens oferecidos pelos diversos vendedores são em grande esca‐
la. 
Por esses motivos, as ações  individuais não  têm  impacto significativo 
sobre os preços de mercado. Os compradores e vendedores dos mer‐
cados competitivos precisam aceitar o preço que o mercado determina. 
O  resumo das  características do mercado  competitivo  se encontra na 
Figura 10.1, a seguir. 
Figura 10.1 – Mercados competitivos 
 
Ainda nos mercados  competitivos,  temos que avaliar a  lucratividade 
de se manter no mercado ou dele sair. Essa análise deve ser separada 
no curto e no longo prazo, como apresentado a seguir. 
 
 
 
127 
Decisão temporária de curto prazo 
A decisão da empresa de suspender as atividades no curto prazo de‐
pende da receita. Se a receita é menor do que seus custos variáveis de 
produção, ela deverá paralisar as suas atividades. 
Ou seja: 
Se RT < CV ou 
Se P < CVM 
Se  o  preço  não  cobrir  o  custo  variável médio,  a  empresa  ficará  em 
melhor situação se suspender a sua produção. 
 
Decisão de longo prazo 
A decisão da empresa de entrar em um mercado ou dele sair depende 
da receita, ou seja, se a receita que obtém com a produção é menor que 
seus custos totais, ela deverá sair do mercado. 
Ou seja: 
Se RT < CT ou 
P < CTM 
A empresa deve optar por sair do mercado, quando o preço do bem for 
inferior ao custo total médio ou entrará no mercado, se isso for lucrati‐
vo, o que acontece quando o preço do bem supera o custo total médio 
de produção. 
Ou seja: 
Se P > CTM 
Dessa  forma,  entendemos que os  critérios para  avaliar  a  entrada  e  a 
saída nos mercados  competitivos  têm um  raciocínio  totalmente dife‐
rente ou oposto. 
10.2 Monopólio 
Em linhas gerais, monopólio significa ausência de concorrência e exis‐
tência de um único  fornecedor.  Segundo Mankiw, Pindyck  e Rubin‐
feld: 
 
 
128 
No  monopólio,  o  fornecedor  de  produtos  pode  impor  qualquer  preço  às  suas 
mercadorias ficando, entretanto, sujeito ao nível de vendas dele decorrente. Como 
geralmente o mercado compra menos quanto maior for o preço, o monopolista fixa 
o preço que lhe dá maior lucro tendo em vista a relação entre custo e produção.23 
Mas  isso não  significa que o monopolista possa cobrar um preço  tão 
alto quanto desejar. Na qualidade de único produtor de um determi‐
nado  produto,  o monopolista  encontra‐se  em  uma  posição  singular. 
Mesmo se decidir elevar o preço do produto, ele não precisará se preo‐
cupar  com  concorrentes  que  poderiam  capturar  uma  fatia maior  de 
mercado. Isso porque o monopolista é o próprio mercado, e tem com‐
pleto controle sobre a quantidade de produto que será colocada à ven‐
da. Nesse  sistema de mercado  existem barreiras  à  entrada de outras 
empresas. 
As características do monopólio estão especificadas a seguir na Figura 
10.2. 
Figura 10.2 – Características do monopólio 
 
 
 
 
 
129 
Maximização de lucros no monopólio 
Poderemos avaliar o  tamanho do domínio de mercado do monopólio 
sabendo o número de empresas que competem nesse mercado. 
Nos casos de monopólio puro, a força do monopólio dependerá intei‐
ramente da elasticidade da demanda do mercado. Quanto menor for a 
elasticidade da demanda, maior será o poder de monopólio da empre‐
sa.  
Quando existirem várias  instituições, o poder de monopólio  também 
dependerá de como elas interagem entre si. Quanto mais agressiva for 
a competição, menor será o poder de monopólio de cada empresa. 
Existem ainda monopólios criados pelo governo, que surgem porque o 
governo concede a uma  só pessoa ou empresa o direito exclusivo de 
vender algum bem ou serviço. 
Existem também os monopólios naturais, que acontecem quando uma 
empresa consegue ofertar um bem ou serviço a um mercado inteiro a 
um custo menor do que duas ou mais empresas. 
10.3 Oligopólio 
O  último mercado  que  vamos  estudar  é  o  oligopólio,  que  pode  ser 
definido  como  um  mercado  com  poucos  vendedores  ofertando  os 
mesmos produtos ou produtos similares.  
Segundo as ideias de Mankiw, Pindyck e Rubinfeld: 
Nos oligopólios há poucos  fornecedores  e cada um detém uma parcela grande do 
mercado,  de  forma  que  qualquer  mudança  em  sua  política  de  vendas  afeta  a 
participação  de  seus  concorrentes  e  os  induz  a  reagir.  Por  exemplo,  se  um 
fornecedor reduzir o preço abaixo do nível geral do mercado, ele atrai os clientes 
dos  concorrentes.  Se  os  poucos  concorrentes  baixarem  seus  preços  na  mesma 
proporção, de modo que nenhum deles fique em vantagem em relação aos demais, 
provavelmente, o nível geral de  lucro  se  reduzirá. Por  isso, numa oligarquia, às 
vezes,  acontece  de  os  fornecedores  fazerem  “acordos  de  cavalheiros”  (cartel)  e 
fixarem os mesmos preços, como se fosse um monopólio.24 
Em  parte  desses mercados,  algumas  ou  todas  as  empresas  auferem 
lucros substanciais a  longo prazo,  já que as barreiras de entrada difi‐
cultam ou impossibilitam a entrada de novas companhias no mercado. 
Os  setores  industriais mais  representativos de mercados em oligopó‐
lios são os de automóveis, aço, alumínio, petroquímica, equipamentos 
elétricos e computadores. Quanto maior o número de empresas de um 
 
 
130 
oligopólio, mais próximos dos níveis competitivos ficam a quantidade 
e o preço de mercado.  
Na  Figura  10.3,  a  seguir,  temos  informações  sobre mercados  em  oli‐
gopólio e suas características. 
Figura 10.3 – Mercados em oligopólio 
 
( . ) Ponto final 
Neste capítulo, foram apresentados três tipos de mercados: concorrên‐
cia perfeita, monopólio e oligopólio. 
No primeiro caso, o de concorrência perfeita, observamos um mercado 
com muitos produtores e compradores. Vimos também que os preços 
dos mercados competitivos sempre estão próximos do custo de produ‐
ção do bem. Por último, verificamos que, se a empresa for competitiva 
e maximizadora de lucros, o preço será igual ao seu custo marginal de 
produção. 
Já  em  relação ao mercado  em monopólio, que  constitui um mercado 
com  uma  única  empresa  produtora de  bem  ou  serviço,  não  existem 
produtossubstitutos próximos e, ainda, existem barreiras de entrada a 
empresas concorrentes. 
Por último, vimos os mercados em oligopólio, que é um tipo de mer‐
cado com poucos fornecedores que detém grande parcela do mercado 
e  impede a  entrada de outras  empresas. Podemos afirmar que o oli‐
 
131 
gopólio  é muito  competitivo  e  que  o  número  de  organizações  que 
atuam nesse mercado determina o grau de competição nessa estrutura. 
Indicações culturais 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐
mson Learning, 2006. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
Nos capítulos 14, 15 e 16 da obra de Mankiw (2006) e nos capítulos 9, 
10 e 12 da obra de Pindyck e Rubinfeld (2006), o leitor poderá saber um 
pouco mais sobre o assunto proposto neste capítulo. 
Atividades 
1. Considere o custo total e a receita total dados na tabela a seguir. 
Quantidade   0   1   2   3   4   5   6   7 
Custo total   8   9   10   11   13   19   27   37 
Receita total   0   8   16   24   32   40   48   56 
 
a. Calcule o lucro para cada quantidade. 
b. Quanto a empresa deve produzir para maximizar o lucro? 
2. A cantora Britney Spears detém o monopólio de um recurso escasso: 
ela mesma. Ela é a única pessoa capaz de produzir um show da Britney 
Spears. Isso significa que o governo deveria regulamentar os preços de 
seus shows? Por quê? 
3. No que se refere à organização dos mercados, é correto afirmar que: 
I. Na competição perfeita, é livre a entrada e a saída de fatores de pro‐
dução, os produtos são idênticos e existem muitas empresas no merca‐
do. 
II. No  oligopólio,  há  somente  um  pequeno  número  de  vendedores. 
Esse mercado maximiza o seu lucro total, formando um cartel e agindo 
como se fosse um monopólio. 
III.O monopólio é uma empresa que é a única vendedora de um pro‐
duto para o qual não existem substitutos próximos. 
 
 
132 
Assinale a única resposta correta. 
a. I ; 
b. II ; 
c. III ; 
d. I, II e III ; 
e. II e III . 
 
 
REFERÊNCIAS NUMERADAS 
 
1 DIAS; SILVA, 2007. 
2 VASCONCELLOS, 2006. 
3 PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 57. 
4 PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
5 PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
6 STAMFORD, 2003. 
7 STAMFORD, 2003. 
8 STAMFORD, 2003. 
9 MANKIW, 2006, p. 96. 
10 PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
11 PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
12 MANKIW, 2006. 
13 PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
14 PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
15 BREVE, 2008. 
16 PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 187. 
17 PINDYCK; RUBINFELD, 2006. 
18 PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 189. 
19 PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 222. 
20 PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 227. 
21 PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 236. 
22 MANKIW, 2006; PINDYCK; RUBINFELD, 2006 
23 MANKIW, 2006; PINDYCK; RUBINFELD, 2006 
24 MANKIW, 2006; PINDYCK; RUBINFELD, 2006 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABREU, J. Microeconomia: uma abordagem introdutória. São Paulo: Makron, 1995. 
BREVE,  F.  A.  Teoria  da  produção.  Instituto  de  Ciências  Matemáticas  e  de  Computação,  São  Carlos. 
Disponível em: <http://www.icmc.usp.br/~fabricio/trabalhos/teoriaproducao.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2008. 
BUREAU OF LABOR STATISTICS. Disponível em: <http://www.bls.gov/>. Acesso em: 25 jul. 2008. 
COUTINHO,  P.  C.  Microeconomia:  equilíbrio  parcial  em  mercados  competitivos.  Microeconomia  para 
finanças,  Brasília,  p.  21‐36.  Disponível  em: 
<http://www.unb.br/face/eco/coutinho/microeconomiafinançasequilibrio.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2008. 
DIAS, N. D.;  SILVA,  E.  da.  Sociologia,  história  e  economia:  um  diálogo  promissor.  Em  Tese  –  Revista 
Eletrônica dos Pós‐Graduandos em Sociologia Política da UFSC, Santa Catarina, v. 3, n. 2, p. 182‐196,  jan./jul. 
2007. Disponível em: <http://www.emtese.ufsc.br/vol3_2art5.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2008. 
FERGUSON, C. E. Microeconomia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999. 
GARÓFALO, G. L.; CARVALHO, L. C. Teoria microeconômica. São Paulo: Atlas, 1995. 
GAZETA MERCANTIL, São Paulo. Disponível em: <http://www.gazetamercantil.com.br>. Acesso em: 31 
jul. 2008. 
GUERREIRO,  E.  Teoria  da  firma.  Aula  94.  Disponível  em: 
<http://www.uepg.br/uepg_departamentos/deecon/disciplinas/Ezequiel%20Guerreiro/aulas‐2008/IE‐
AULA%2015‐%20Teoria%20da%20Firmar%20p94‐106.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2008. 
MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. 
MANSFIELD, E.; YHOE, G. W. Microeconomia: teoria e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2006. 
MILLER, R. L. Microeconomia: teoria, questões e aplicações. São Paulo: McGraw‐ Hill do Brasil, 1981. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. de. (Org.). Manual de economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 
RIANI, F. Economia: princípios básicos e introdução à microeconomia. São Paulo: Pioneira, 1998. 
SALVATORE, D. Microeconomia. São Paulo: McGraw Hill, 1996.  
SARAIVA, M. M. Economia: análise da demanda. Brasília: Grupo Educacional Fortium, 2008. Apostila II. 
Disponível  em:  <http://www.faculdadefortium.com.br/marcelo_menezes/material/Economia%20II%20‐ 
%20Apostila2.pdf>. Acesso em: 8 ago. 2008. 
STAMFORD, A. Departamento de Economia da UFPE. Notas de aula. Economia  I. dez. 2003. Disponível 
em: <http://www.stamford.pro.br/ARQUIVOS/aula6c1.doc>. Acesso em: 25 jul. 2008. 
VALOR ONLINE. São Paulo. Disponível em: <http://www.valoronline.com.br/>. Acesso em: 31 jul. 2008. 
VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus, 2003. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia micro e macro. São Paulo: Atlas, 2001. Livro do mestre. 
VASCONCELLOS,  M.  A.  S.;  OLIVEIRA,  R.  G.  de.  Microeconomia.  São  Paulo:  Atlas,  1996.
 
GABARITO 
 
Capítulo 1 
1. O método científico de  investigação se utiliza na economia para explicar os diferentes  fenômenos que 
nela ocorrem. Dessa forma, como o método cientifico é utilizado para explicar as teorias de como funciona 
o mundo podemos afirmar que a economia é uma ciência. 
2. Simplesmente porque elas  são  capazes de  simplificar o mundo  complexo em que vivemos e  torná‐lo 
mais fácil de entender. 
3. Não, os modelos simplificam a realidade para que possamos entendê‐la melhor. 
4. A economia se preocupa com a escassez de recursos. 
5. Análise positiva descreve o mundo como ele é a normativa descreve o mundo como deveria ser.  
6. À medida que o valor do iene aumenta com relação ao dólar, é necessário mais dólares para adquirir um 
iene. Suponhamos que os  custos da produção de automóveis  tanto no  Japão  como nos Estados Unidos 
permaneçam  constantes. Como  resultado da mudança na  taxa de  câmbio,  a  compra de um  automóvel 
japonês  com  preço  em  ienes  requer  maior  quantidade  de  dólares.  Analogamente,  a  compra  de  um 
automóvel norte‐americano com preço em dólares requer menor quantidade de ienes. 
7. a. Preço real da manteiga no ano 
 
 
 
Desde 1980 o preço real da manteiga diminuiu. 
b. Variação percentual no preço real entre  
 
c. para converter o IPC para 1990=100, divida o IPC de cada ano pelo IPC de 1990. Use a fórmula do item a 
e os novos valores do IPC, apresentados a seguir, para calcular o preço real da manteiga. 
 
 
 
 
136 
 
 
 
d. Variação percentual do preço real entre  
 
Essa resposta é praticamente idêntica (com exceção de erros de arredondamento) à resposta do item b. O 
ano escolhido como base não afeta o resultado. 
Capítulo 2 
1. Pelo aumento da demanda de sorvete, o preço, mantidas as outras condições constantes, aumentaria. 
2. Um  aumento  no  preço  da margarina:  a  curva  de  demanda  se  desloca  para  a  esquerda  (diminui  o 
consumo). 
d) Um aumento no preço do leite: a curva de demanda se desloca para a esquerda (diminui o consumo). 
e) Uma redução nos níveis de renda média: a curva de demanda se desloca paraa esquerda  (diminui o 
consumo). 
3.  Redução  da  renda  dos  argentinos  sobre  o  mercado  de  turismo  catarinense:  cai  a  demanda  por 
hospedagem em hotéis. 
a.   Efeito da doença da “vaca‐louca” sobre a demanda pela carne bovina brasileira: aumento da 
demanda da carne brasileira por estar livre desta doença. 
b. Efeito da compra da Varig pela TAM sobre o mercado de aviação civil: aumento da oferta de passagens 
aéreas. 
c. Intensificação do uso de irrigação nas lavouras de soja: aumento da oferta de soja. 
4. c 
5. b 
 
Capítulo 3 
1. a. V 
b. F 
c. F 
2. a. O preço de equilíbrio: 80 
b. O preço deveria aumentar, pois se encontra abaixo do ponto de equilíbrio. 
 
Capítulo 4 
1. a. As preferências são completas, indicando que dois consumidores poderiam comparar e ordenar todas 
as cestas de mercado. 
 
137 
b.  As  preferências  são  transitivas,  tal  premissa  assegura  que  as  preferências  do  consumidor  sejam 
racionais.  
c. Todas as mercadorias são boas, isto é, desejáveis, de tal forma que, não se levando em consideração os 
preços, os consumidores sempre preferem quantidades maiores de uma mercadoria, em vez de menores. 
2. Figuras 4.11 e 4.13. 
 
Capítulo 5 
Quando  a  receita  total  muda  com  os  preços  a  demanda  é  inelástica.  Com  uma  curva  de  demanda 
inelástica,  um  aumento  no  preço  provoca  uma  diminuição  proporcionalmente  menor  na  quantidade 
demandada, desta forma, a receita total aumenta. 
2. Para bens normais há uma relação positiva entre renda e quantidade demandada,  logo a elasticidade‐
renda é positiva. 
Para bens  inferiores há uma  relação negativa entre  renda e quantidade demandada,  logo a elasticidade 
renda é negativa. 
3. Para a maioria dos bens e dos serviços as elasticidades do preço da oferta é maior no longo prazo do que 
no curto prazo porque no longo prazo as empresas podem ampliar a sua capacidade e produzir mais. 
4. a. Figura 5.3; 
b. Figura 5.2. 
5.  
 
Capítulo 6 
1. Refere‐se à quantidade de produção extra que é obtida quando se adicionam sucessivamente unidades 
extras  iguais de  um  fator de produção  variável  e uma  quantidade  fixa de  outro  fator. Estas unidades 
adicionais  acrescentam níveis positivos na produção  até  alcançar um valor máximo, numa  combinação 
ótima de fatores. 
Na maioria dos processos produtivos acontece o produto marginal decrescente do trabalho. À medida que 
aumenta o uso de um determinado  insumo, mantendo‐se fixos os demais  insumos, chega‐se a um ponto 
em que a produção adicional decrescerá. 
2.  
 
Capítulo 7 
1.  Isoquanta pode  ser definida  como uma  linha na qual  todos os pontos  representam  combinações dos 
fatores  de  produção  que  indicam  uma  mesma  quantidade  do  produto.  Isocusto  nos  apresentam  as 
diferentes combinações de fatores de produção que a empresa pode adquirir, considerando o preço destes 
fatores  e  a  disponibilidade  ou  capacidade  que  a  empresa  tem  em  obter  recursos  financeiros  para  a 
obtenção desses fatores. 
 
 
138 
2. Rendimentos crescentes de escala ocorrem quando os insumos são duplicados, ao passo que uma função 
de  produção  tem  retorno  crescente  de  escala  se  a  produção  aumenta  numa  proporção  maior  que  o 
aumento dos insumos. 
3.  Rendimentos  constantes  de  escala  significam  que,  dobrando  todos  os  insumos,  obtém‐se  uma 
duplicação da produção; dizemos  que uma  função de produção  tem  retornos  constante de  escala  se  a 
produção aumenta na proporção maior que o aumento dos insumos. 
4. Dizemos que uma função de produção tem retornos decrescente de escala se a produção aumenta numa 
proporção menor que o aumento dos insumos. Nos rendimentos decrescentes as isoquantas se apresentam 
cada vez mais afastadas umas das outras. 
 
Capítulo 8 
1. a. V; V; V; F 
2. 
M
Ã
O
‐D
E‐O
BR
A
 
PR
O
D
U
TO
 TO
TA
L 
C
U
ST
O
 FI
XO
 TO
TA
L 
C
U
ST
O
 VA
RI
Á
V
EL
 TO
TA
L 
C
U
ST
O
 TO
TA
L 
C
U
ST
O
 FI
XO
 M
ÉD
IO
 
C
U
ST
O
 VA
RI
Á
V
EL
 M
ÉD
IO
 
C
U
ST
O
 M
ÉD
IO
 
C
U
ST
O
 M
A
RG
IN
A
L 
10  50  1.000 1.000 2.000 20 20 40 - 
20  240  1.000 2.000 3.000 4,16 8,33 12,50 5,26 
30  510  1.000 3.000 4.000 1,96 5,88 7,84 3,70 
40  850  1.000 4.000 5.000 1,17 4,70 5,88 2,94 
50  1.270  1.000 5.000 6.000 0,78 3,93 4,72 2,38 
60  1.700  1.000 6.000 7.000 0,58 3,52 4,11 2,32 
70  2.120  1.000 7.000 8.000 0,47 3,30 3,77 2,38 
80  2.530  1.000 8.000 9.000 0,39 3,16 3,55 2,43 
90  2.920  1.000 9.000 10.000 0,34 3,08 3,42 2,56 
100  3.300  1.000 10.000 11.000 0,30 3,03 3,33 2,63 
110  3.630  1.000 11.000 12.000 0,27 3,03 3,30 3,03 
120  3.900  1.000 12.000 13.000 0,25 3,07 3,33 3,70 
130  4.100  1.000 13.000 14.000 0,24 3,17 3,41 5 
140  4.200  1.000 14.000 15.000 0,23 3,33 3,57 10 
150  4.200  1.000 15.000 16.000 0,23 3,57 3,80 – 
160  4.100  1.000 16.000 17.000 0,24 3,90 4,14 – 
Observação: a partir da mão‐de‐obra de 150 o custo marginal cresce de forma indeterminada. 
 
3. 
Copos   Custo Fixo   Custo Variável   Custo Total   Custo Total Marginal 
0   250   0,00   250,00   – 
1   250   0,50   250,50   250,50 
2   250   1,00   251,00   125,50 
 
139 
3   250   1,50   251,50   83,83 
4   250   2,00   252,00   63,00 
 
Capítulo 9 
1. b 
2. Os custos de produção variam no curto e no longo prazo. As decisões a serem tomadas no que se refere 
à produção deve levar em consideração uma avaliação clara dos custos. Esta questão é muito importante 
porque quando avaliamos a produção no curto prazo, alguns custos são fixos e, no longo prazo, variáveis. 
A produção no longo prazo irá trazer maior flexibilidade as decisões a serem tomadas pela empresa. 
3. a 
4. Empresa A: Economia de escala, empresa B: deseconomias e empresa C: as duas. 
 
Capítulo 10 
1. a. 
Quantidade   0  1  2  3  4  5  6  7 
Custo total   8  9  10  11  13  19  27  37 
Receita total   0  8  16  24  32  40  48  56 
Lucro  0  ‐1  6  13  19  21  21  19 
 
2. Não. Porque não é um monopólio natural, ela é dona da sua própria voz. 
3. d

Mais conteúdos dessa disciplina