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A importância da Revolução Francesa para o Direito Constitucional

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A importância da Revolução Francesa para o Direito Constitucional
	Antes de iniciarmos o estudo da importância da Revolução Francesa para o Direito Constitucional, é necessário entender qual a situação política da Europa no século XVIII, assim como as ideias que ganhavam força em todas as camadas da sociedade, fator fundamental para o desenrolar da revolução que estava por vir e que mudaria drasticamente o mundo, no que tange a política e a forma do Estado. 
	Com o desenvolvimento do comércio, das manufaturas as transformações no campo, houve o surgimento e fortalecimento de um grupo que começou a criticar o Antigo Regime, no qual a política e a forma que era a economia eram controladas. 
	O Antigo Regime ou o Absolutismo, comumente conhecido, era estruturada em três estamentos ou estados: clero, nobreza e terceiro estado (camponeses, comerciantes, artesãos, agricultores, profissionais liberais, entre outros. Nos quais, todos tinham direitos e deveres, cujo clero tinha o dever de rezar, no qual buscava-se a salvação eterna. A nobreza, deveria fornecer a proteção militar, enquanto o terceiro estado, deveria trabalhar, a fim de sustentar toda a sociedade. Em contra-partida, o clero tinha o direito de receber os alimentos, a nobreza e o terceiro estado de receber as orações, porém a nobreza contaria com o trabalho dos outros.
	Como podemos perceber, o clero e a nobreza, são estamentos que não produzem e não pagam impostos, o que ocasionava a desigualdade entre os estamentos. Com este cenário, surgiram os pensadores liberais, que foram os antecessores dos chamados iluministas. Eles defendiam a ideia de que: todos nascem iguais, sendo assim, tem direito a vida, a liberdade, a dignidade etc, igualando a lei para todos, sem discriminação de classe ou condição social.
	Entre os séculos XV e XVIII, houve o fortalecimento dos monarcas, no que resultou no absolutismo, sendo assim, o rei era a fonte de todo o poder do Estado, tal fato, pode-se ser citado a famosa frase de Luís XIV, rei da França, no qual ele afirmava “O Estado sou eu”, cujo embasamento era a Teoria Divina dos Reis. 
	A época, o absolutismo era defendido por Thomas Hobbes e Jacques Bossuet, sendo o primeiro na defesa da renúncia das liberdades em favor de um poder absoluto.
	Na Inglaterra, o absolutismo, foi onde ocorreu a primeira queda do absolutismo, após a Revolução Inglesa, no qual, as ideias do liberalismo e a limitação do poder do rei foram vistas pela primeira vez e o poder foi dividido em três: Executivo, Legislativo e Judiciário.
	Os ocorridos na Inglaterra no século XVII serviram de modelo e inspiração para o que ocorreria nos anos seguintes na Europa, pois, ideologicamente, começou o combate ao Antigo Regime, durante boa parte do século XVIII. Mas o que os iluministas criticavam e defendiam?
	Os iluministas defendiam a liberdade política e econômica, isto é, a liberdade de expressão, a não intervenção do Estado na economia, igualdade jurídica entre os homens e a liberdade religiosa. Criticavam os privilégios da nobreza e do clero, o mercantilismo e o poder da igreja, pois a igreja que determinava a verdade e, como as pessoas deveriam pensar ou formular conceitos.
	Segundo Cotrim (2002), o “Iluminismo refere-se à razão (luz), a capacidade humana de conhecer, compreender e julgar”. Sustentando este princípio, temos como destaque, Jonh Locke, com seu liberalismo político, Voltaire, com sua crítica a Igreja e a liberdade de pensamento, principalmente na defesa das liberdades individuais e garantias sobre as propriedades privadas, Montesquieu, com defesa da divisão dos poderes, Rousseau, que defendia a condução do Estado, segundo a vontade do povo, tese sustentado em sua obra, O contrato social, Quesnay, com uma das teses do liberalismo econômico de Adam Smith, a não intervenção do Estado na economia. Não podemos esquecer-nos de mencionar a Enciclopédia, editada por D’Alembert e Diderot, cuja obra ajudou a difundir as ideias dos iluministas.
	Diante de todas essas ideias, houve em alguns reinos, os déspotas esclarecidos, isto é, os monarcas, sem abrir mão de seu poder, aplicavam as teorias iluministas. Exemplo disso é Portugal, com a era de Marquês de Pombal, no qual houve a expulsão dos jesuítas, deixando a educação laica. Neste momento, a igreja já não influenciava na educação, podendo assim, o educando começar a pensar por si só. Outras nações seguiram pelo mesmo caminho: Prússia, Rússia, Aústria.
	Todavia, a situação política e econômica da França não era diferente do resto da Europa. O absolutismo francês era explícito em seu rei, Luis XIV, O Rei Sol, quando afirmou “O Estado sou Eu”. Com uma rivalidade com a Inglaterra, a prosperidade econômica estava ficando cada vez mais difícil. O despotismo esclarecido também estava presente no governo francês, no que se observa, mais a frente, nas medidas econômicas tentadas antes do período revolucionário.
	 Assim nos descreve Hobsbawm (2010) sobre a situação das terras e da economia interna francesa:
De fato os camponeses eram em geral livres e não raro proprietários de terras. Em quantidade efetiva, as propriedades nobres cobriam somente um quinto da terra, as propriedades do clero talvez cobrissem outros 6%(...)na diocese de Montpellier os camponeses já possuíam de 38% a 40% da terra, a burguesia de 18% a 19%, os nobres de 15% a 16% e o clero de 3% a 4%, enquanto um quinto era de terras de comuns. (...) Os tributos feudais, os dízimos e as taxas tiravam uma grande e cada vez maior proporção da renda do camponês, e a inflação reduzia o valor do resto.
	Hobsbawm (2010) descreve, ainda sobre a situação da monarquia e da consequência da política externa:
Os problemas financeiros da monarquia agravaram o quadro. A estrutura fiscal e administrativa do reino era tremendamente obsoleta (...) as reformas de 1774-1776 fracassou, derrotada pela resistência dos interesses estabelecidos encabeçados pelos parlements. Então a França envolveu-se na guerra da independência amaericana. Avitória contra a Inglaterra foi obtida ao custo da bancarrota final. (...) Vários expedientes foram tentados com sucesso cada vez menor, mas sempre longe de uma reforma fundamental que, mobilizando a considerável capacidade tributável do país, pudesse enfrentar uma situação em que os gastos excediam a renda em pelo menos 20%.
	A renda da monarquia provinha das rendas de suas terras, das quais eram proprietários, a títulos de direitos feudais e de pensão do Estado. Sendo isentos de muitos impostos, tentou-se recolher os impostos desse estado. Em desespero, solicitaram a reunião dos Estados Gerais, no qual, não era convocado desde 1614. Então, começou uma eleição entre o Terceiro-Estado, a fim de escolher os seus representantes.

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