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Limitada à distribuição de uma ou mais divisões do nervo Trigêmeo. A neuralgia do Trigêmeo é a mais conhecida e debilitante forma de neuralgia facial. Também conhecida como doença de Fortherghill, Tic Doloroso Facial ou Prosopalgia Dolorosa. Neuralgia do Trigêmeo, ou nevralgia do Trigêmeo, provoca uma dor absolutamente inesquecível. É uma dor muito, muito forte que pega um lado da face, dura segundos e desaparece. O problema é que ela geralmente volta com grande intensidade, em intervalos de tempo variáveis. As pessoas são capazes de relatar com detalhes o dia e as circunstâncias do momento, mesmo que o episódio doloroso tenha ocorrido muitos anos antes. Aliás, a neuralgia do Trigêmeo é considerada uma das dores mais violentas que afligem o ser humano. Talvez, por esse motivo, as crises nunca sejam esquecidas. Na literatura, são citadas como violentas as dores do infarto do miocárdio, da cólica renal, de dentes, mas a neuralgia do Trigêmeo é considerada a mais violenta das dores crônicas paroxicísticas e repetitivas e, às vezes, perdura por décadas. Caracterizada uma forte dor descrita como “latejante”, “queimação” ou de “choque elétrico”, paroxística* e de curta duração, podendo durar desde alguns segundos até minutos, com severidade e frequência bastante variáveis. A crise dolorosa é deflagrada, em muitos casos, quando o indivíduo toca ou manipula determinadas áreas da face, geralmente ao redor do nariz e próximas aos lábios. Essas áreas são denominadas de zona-de-gatilho. Em geral, o paciente apresenta apenas uma única zona de gatilho e evita tocá- la, deixando muitas vezes de lavar-se ou barbear-se para não desencadear um ataque. NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 3 A 3ª revisão da Classificação Internacional de Cefaleias (ICHD-3) sugere três variantes: 1) nevralgia do Trigêmeo clássica, geralmente causada por compressão microvascular na entrada da raiz trigeminal no tronco cerebral; 2) nevralgia do Trigêmeo com dor facial persistente concomitante; 3) nevralgia do Trigêmeo sintomática, causada por lesão estrutural diferente de compressão vascular. O nervo do Trigêmeo recebe esse nome porque tem três ramificações: o ramo oftálmico, o ramo maxilar e o ramo mandibular. Assim, como vários outros nervos presentes no rosto, o nervo do Trigêmeo é um nervo sensitivo que controla as sensações que se espalham pela face, enviando-as como mensagens ao cérebro. A dor provocada pela neuralgia do Trigêmeo se distribui de acordo com o ramo do nervo afetado. A neuralgia pode se distribuir em três grandes partes do rosto: Região frontal: órbita ocular e parte do nariz. Região malar: que estende até o nariz e parte do lábio superior Região temporal: que passa pelo lado do ouvido e acompanha a mandíbula. *Ataques paroxísticos ou paroxismos são uma intensificação ou recorrência súbitas de sintomas, como um espasmo, dor ou convulsão. Estes sintomas curtos, frequentes e estereotipados podem ser observados em várias condições clínicas. NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 4 2. CAUSA: Na neuralgia do Trigêmeo, a função do nervo do Trigêmeo é interrompida. Geralmente, o problema é causado pelo contato entre um vaso sanguíneo normal – neste caso, uma artéria ou de uma veia – e o nervo do Trigêmeo. Esse contato coloca pressão sobre o nervo e faz com que ele não funcione corretamente e provoque a dor característica. Uma série de gatilhos pode desencadear a dor da neuralgia do Trigêmeo, incluindo: Barbear-se. Acariciar o próprio rosto. Alimentar-se. Beber. Escovar os dentes. Falar. Maquiar-se. Ser exposto à brisa e ao vento. Sorrir. Lavar o rosto. 3. ETIOLOGIA: Nevralgia do Trigêmeo resulta da irritação de um ou mais ramos do quinto par craniano, mas a etiologia e os mecanismos fisiopatológicos continuam não totalmente compreendidos. Mas, o mais aceito constitui de uma associação entre processos degenerativos do envelhecimento e compressão vásculo-nervosa (JÚNIOR et al., 1989), sendo a mais frequente a artéria cerebelar superior (GALER, 1995). Os mecanismos compressivos das raízes trigeminais na base do crânio e o contato anômolo de artérias e veias na porção de entrada do nervo Trigêmeo são fatores que podem causar esse tipo de dor. A atividade dos músculos da mastigação e faciais durante a fala, a deglutição e o bochecho também podem iniciar um episódio doloroso. Fenômenos ligados à senilidade também estariam relacionados a sua ocorrência. A reabsorção do rebordo alveolar mandibular pode ser um fator causador de uma neuropatia trigeminal Enfermidades periodontais e oclusão traumática são consideradas, às vezes, como causa, mas com pouco ou nenhum fundamento NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 5 (GRAZIANI, 1995; SHAFER, 1987). O senso comum é que, com a proximidade dos dentes e a localização da dor, sugere logo uma causa dentária. Mas isso é logo desmentido pela persistência da moléstia, após a remoção de todos os dentes. 4. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 4.1. - Localização, irradiação: A dor é unilateral, com apenas 3% de incidência bilateral, e existe pouca irradiação para fora da área do nervo Trigêmeo. As divisões mais frequentemente afetadas são a segunda e a terceira. 4.2. - Caráter: Tipo choque elétrico, pontada, lancinante ou aguda. 4.3. - Gravidade: Moderada a grave, mas pode ser mais ligeira às vezes. 4.4. - Duração, periodicidade: Cada episódio de dor dura entre alguns segundos e dois minutos, mas pode ser seguido rapidamente de outro ataque. Podem ocorrer entre 10 a 70 episódios num dia. Em geral existe um período refratário entre os ataques. Com a progressão da doença, os ataques tendem a durar mais. Podem haver períodos de remissão espontânea, que inicialmente podem durar meses ou anos, mas ao longo do tempo os períodos de remissão tornam-se mais curtos. 4.5. - Fatores suscetíveis de a influenciar: Estímulos leves e inócuos no lado afetado da face provocam dor. 4.6. - Características associadas: Ansiedade e depressão, além de deterioração da qualidade de vida, são consequências comuns da doença. Os pacientes, durante a crise, ficam deprimidos e devido à dor e à impossibilidade de comunicação, mastigação e ações NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 6 habituais como higiene bucal e facial. O que pode levar o indivíduo a pensar em suicídio. “Em geral, mais de 60% dos pacientes que apresentam neuralgia do Trigêmeo estão acima dos 60 anos de idade.Portanto, é uma doença que prevalece, digamos assim, na chamada terceira idade ou em idades mais avançadas.” 5. DIAGNÓSTICO: O diagnóstico da neuralgia do Trigêmeo é puramente clínico. O uso de exames complementares só é necessário para detectar tumores ou outros tipos de problemas que possam causar a neuralgia secundária. Uma imagem de ressonância magnética ajuda a visualizar as terminações nervosas. 6. RELAÇÕES ODONTOLÓGICAS: Os episódios de dor nessas neuralgias são agudos, intensos e lancinantes. Existe um surgimento abrupto de curta duração. A dor paroxística pode ser sentida no ouvido, área infra-auricular, amídalas, base de língua, área posterior da mandíbula, ou parede lateral da faringe. As crises podem ser acompanhadas de secura da boca, mas raramente de salivação, de vasodilatação da hemiface afetado, e também associadas ao lacrimejar. Como a dor está relacionada com movimentos mandibulares a mesma pode ser confundida com Desordens Temporomandibulares e síndrome de Eagle. Vários pacientes se submetem a uma ou várias extrações dentárias, pensando que a dor poderia ser aliviada, e não é incomum quando muitos pacientes não conseguem fazer uso de suas próteses, pois as mesmas causam estimulação das zonas de gatilho, desencadeando a dor. As neuropatias, tal como neuralgia trigeminal, podem causar odontalgia de natureza não-dentária, que algumas vezes podem ser de difícil identificação. No passado, era comum examinar um paciente com nevralgia trigeminal óbvia que havia perdido alguns ou todos os dentes, desde a linha média do lado afetado. NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 7 As seguintes características da neuralgia verdadeira contribuem para esta situação: 1. O estímulo de um dente pela percussão ou outros meios pode desencadear neuralgia paroxística ou paroxismo espontâneo pode ser sentido em um dente. Isto ocorre pois os dentes são parte do sistema receptor sensitivo do tronco nervoso afetado. 2. A dor é debelada imediata e completamente pelo bloqueio analgésico do dente que dói, o que leva o dentista e o paciente a acreditarem que o dente afetado seja identificado de forma correta. 3. A exodontia, ou até mesmo qualquer cirurgia ou bloqueio analgésico em si, pode interromper os paroxismos neurálgicos por dias ou semanas, convencendo, desta maneira, tanto o paciente quanto o dentista que o dente afetado havia sido encontrado e removido. Estas características do comportamento usual das neuralgias deveriam ser bem conhecidas pelo dentista de modo que possa precaver-se contra e ser enganado por ela e ser capaz de convencer o paciente de que tal tratamento dentário é desnecessário e inútil. 7. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: O tratamento de um paciente com neuralgia facial é muito difícil de ser realizado, hoje na literatura os tratamentos se dividem em não cirúrgicos e cirúrgicos, variando segundo o caso e necessidade do paciente. 7.1. – Não cirúrgicos: Em 1942, Bergoingnan, empregou pela primeira vez a Difenilidantoína para esse tratamento, desde então, o produto NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 8 tem sido amplamente utilizado para este fim. O mesmo autor relata que a melhora clínica ocorreu em 54% a 70% dos casos tratados, porém a eficácia da terapêutica tende a reduzir com o passar do tempo. – Carbamazepina, anticonvulsivante e analgésico, é hoje a droga de escolha no tratamento das neuralgias faciais principalmente na trigeminal. Alguns pacientes obtêm resultados satisfatórios quando recebem a medicação 1 vez ao dia, a noite, antes de se deitar, porém outros só percebem melhora no quadro quando são medicados 2 vezes ao dia antes do almoço e antes de dormir. Os comprimidos de Carbamazepina se apresentam em concentrações de 200 mg e 400 mg (Sociedade Brasileira de Neurologia, 2004). Recomenda-se avaliação hematológica semanal ou mensal quando a carbamazepina for empregada em dose superior a 600 mg/dia, pois a mesma pode provocar efeitos colaterais, como: – Sonolência ocorreu em 35% dos casos; – Tontura (30%); – Cefaleia (20%); – Náuseas (20%); – Cólicas abdominais (10%); – Disúria (10%); – Zumbido (10%); – Vertigem em (10%); – Náusea associada a vômito (10%). – Fenitoína (Dilantin), outro anticonvulsivante, é frequentemente uma segunda escolha para o tratamento. Os efeitos colaterais são similares aos da carbamazepina, mas a fenitoína apresenta maior sedação e o uso crônico pode causar hipertrofia gengival, hirsutismo, embrutecimento das características faciais e, raramente, pseudolinfa. A fenitoína exibe o padrão incomum de cinética de zero ordem; na qual, uma vez que o metabolismo esteja saturado, um pequeno aumento na dosagem pode causar grande aumento em NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 9 sua concentração no plasma. Ocorrem muitas interações metabólicas com outras drogas. – Octonazepan: também tem sido utilizado para este tratamento com alívio da dor, em 40 a 50% dos casos e melhora em 22 a 23,3% dos casos onde temos pacientes resistentes a cartamazepina. – Baclofeno (Lioresal), um relaxante muscular, tem se mostrado eficaz na neuralgia do Trigêmeo. Os efeitos colaterais incluem sedação, ataxia e náusea. Na maioria dos casos, assim que é atingido um limiar eficaz da droga a ação é notável, e os paroxismos dolorosos desaparecem completamente, porém se a terapêutica é interrompida as dores reaparecem. Pode-se, entretanto, após um prazo suficiente, tentar diminuir gradativamente e até suprimir a medicação por um tempo variável, até a ocorrência de um novo período doloroso. 7.2. – Cirúrgicos: Se o tratamento médico falhar ou resultar em deterioração acentuada das atividades diárias, podem considerar-se procedimentos cirúrgicos. Como tratamentos cirúrgicos temos uma grande variação, que será estabelecida pelo neurocirurgião que for realizar tal procedimento, porém a injeção com substâncias causticas ou irritantes como álcool e glicerina, foram tentadas com sucesso variável assim como as neurectomias periféricas. Alguns pesquisadores afirmaram que, até pouco tempo, o tratamento da neuralgia do Trigêmeo era essencialmente neurocirúrgico e baseava-se na neurotomia retrogasseriana, preconizada por Frazier em 1901. Durante essa intervenção, o importante é respeitar o contingente oftálmico, a fim de se evitar a ocorrência de uma anestesia da córnea com risco de ceratite neuroparalítica. A NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 10 neurotomia retrogasseriana, da mesma forma que a alcoolização do gânglio de Gasser (mais simples), é notavelmente eficaz na neuralgia do Trigêmeo. Além desse, há procedimentos neurocirúrgicos como: corte das raízes sensoriais do nervo, descompressão microcirúrgica do nervo Trigêmeo comprimido por uma protuberância óssea ou por um vaso sanguíneo, destruição seletiva das fibras sensoriais do nervo por esmagamento ou por aplicação de calor. Noventa por cento dos pacientes relatam alívio da dor após esses procedimentos. Um ano depois do procedimento, 68-85% dos pacientes ainda estão livres de dor, mas após 3 anos a percentagem baixa para 54-64% e após 5 anos, apenas 50% dos pacientes ainda estão livres de dor. Há perda de sensibilidade na face? Temporária, dura de 30 a 60 dias no máximo. Na maioria dos casos, a sensibilidade volta ao normal. Alguns pacientes dizem que pequenas áreas ficaram com a sensibilidade diminuída, mas nada que incomode e quando se faz a pergunta: – Qual é seu grau de desconforto comparado com as crises que tinha antes? A respostaé uma só: - “Agora vivo em paz”. FONTE: 1 – NEURALGIA DO TRIGÊMEO:REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ANALÍTICA TRIGEMINAL NEURALGIA – Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial v.4, n.4, p. 212 – 217, out/dez – 2004 – Rodrigo Marcelo VERONESE. 2 – Neuralgia trigeminal – etiopatogenia, aspectos clínicos e tratamento (revisão da literatura) – Rev Inst Ciênc Saúde 2004 out-dez; 22(4): 323-30 – Nicolau Tortamano. 3 – Tratamento Famacológico da Neuralgia do Trigêmeo:Revisão Sistemática e Metanálise – Ver Bras Anestesiol 2004; 54: 6: 836 – 849 – Emannuela Santiago de Carvalho. 4 – Internacional Association for the Study of Pain – 2013. 5 - NEURALGIA TRIGEMINAL – DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO Revista Dentística on line – ano 5, número 11, janeiro / junho, 2005. ISSN 1518-4889 http://www.ufsm.br/dentisticaonline – Gustavo Adolfo Terra Quesada. 6 – NEURALGIA DO TRIGÊMEO – Eduardo Januzzi. 7 - NEURALGIA DO TRIGÊMEO DR. DRAUZIO ENTREVISTA: Cláudio Fernandes Corrêa é NEURALGIA DO TRIGÊMEO: A PIOR DOR DO MUNDO! www.ortoblog.com 11 neurocirurgião, responsável pelo Grupo de Dor do Hospital 9 de Julho de São Paulo e presidente do Instituto Simbido – PORTAL DR. DRAUZIO VARELLA – 2011
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