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nutrição na adolescência

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA – UEFS
DEPARTAMENTO DE SAÚDE – DSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA – SAU301
DOCENTE: GERALDA A. D. RODRIGUES
 BRENDA ÉVELYN, CAROL OLIVEIRA, GABRYELLE NASCIMENTO, GABY COUTINHO, NATHALIA ASSIS, VICTÓRIA OLIVEIRA
ALIMENTAÇÃO DAS DIVERSAS FAIXAS ETÁRIAS: ADOLESCÊNCIA
FEIRA DE SANTANA – BA
RESUMO
“Alimentação das diversas faixas etárias: adolescência”
A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, em que há intensas transformações influenciadas por hábitos familiares, amizades, valores e regras sociais e culturais, condições socioeconômicas, assim como por experiências e conhecimentos do indivíduo. De certa forma, são essenciais na vida de todo adolescente as relações entre nutrição, crescimento e desenvolvimento, pois comer, crescer e desenvolver são fenômenos diferentes em sua concepção fisiológica, mas totalmente interativos, interdependentes e inseparáveis, expressando a potencialidade do ser humano. 
Ao analisar determinados dados encontrados no artigo, pode-se perceber que os adolescentes, ainda que possuindo a mesma idade, tem estágios puberais diferentes devido a determinadas particularidades e isso reflete diretamente na ocorrência ou não do estirão e no acúmulo de gordura corporal sem significar obesidade. Logo, para melhor acompanhamento de todo o processo de mudanças corporais, muitos profissionais usam o IMC (Índice de Massa Corporal), colocando como base valores que relacionam seu peso à altura , fazendo com que exista maior possibilidade de equilíbrio entre os mesmos.
As seguintes referências são utilizadas para a classificação dos adolescentes.
A partir do diagnóstico proveniente do cálculo do IMC, tem-se que a medida da circunferência da cintura pode ser um parâmetro útil para os adolescentes com risco médio a alto de obesidade. Isso se deve ao fato de que tal medida, se elevada, pode estar associada à quantidade de gordura visceral e ter por consequência alguns riscos associados às alterações metabólicas como resistência à insulina, dislipidemias e alterações de pressão arterial.
A importância dada à aparência ou estética é destacada em entrevistas realizadas, cujas respostas descrevem que a sociedade estigmatiza o gordo e exalta um corpo não só magro como também aquele bem delineado. Diante desses principais motivos, a preocupação com o corpo, no que se refere à estética, é popularizada e banalizada através dos meios de comunicação como novelas, filmes, propagandas e afins. Como reflexo de toda influência proveniente desses meios, adolescentes demonstram, em sua maioria, insatisfação com o físico por se considerarem acima do peso desejado e imposto, apesar de estarem dentro da normalidade sobre o ponto de vista nutricional.
As recomendações nutricionais existentes na literatura médica durante a adolescência são provenientes de pesquisas de adultos ou de dados experimentais com animais de laboratório. Por isso, as recomendações devem ser sempre adaptadas para o uso clínico, considerando-se as variações interindividuais do crescimento puberal e também a realidade social, os custos diários e mensais atualizados, o estilo de vida do adolescente e suas necessidade individuais no que se refere à ingestão de nutrientes específicos.
O requerimento de energia do adolescente é definido para manter a saúde, promover ótimo crescimento e permitir a prática de atividade física. O consumo máximo para o sexo feminino deve ser estimado em torno de 2.500 kcal na época da menarca, o que ocorre, em média, entre os 12 e 12,6 anos de idade, diminuindo após, progressivamente, para 2.200 kcal. Para o sexo masculino, as necessidades de ingestão calórica aumentam com o estirão puberal até cerca de 3.400 kcal em torno dos 15-16 anos, diminuindo depois para 2.800 kcal, até o final do crescimento. Portanto, a faixa recomendada de ingestão de energia reflete as necessidades diferentes dos adolescentes quanto a sua idade e sexo.
Quanto as necessidades de nutrientes específicos, vê-se que maior parte das macro e micromoleculas como proteínas, vitaminas, sais minerais, carboidratos e lipídios, cada um em sua faixa, são fundamentais pois são indicadas a fim de proporcionar um bom funcionamento do corpo, crescimento e manutenção da saúde dos adolescentes. As necessidades de proteínas dos adolescentes podem ser estimadas em torno de 12% a 15% do total calórico. Têm função plástica, possibilitando o crescimento e o desenvolvimento essenciais do organismo, incluindo a regeneração dos tecidos. As principais fontes de proteínas são animais e vegetais, como as carnes, aves, peixes, leite, soja, grãos e sementes, leguminosas e cereais.
A recomendação de ingestão de carboidrato é na faixa de 55% a 60% da energia total da dieta, dando-se preferência aos carboidratos complexos, que são as principais fontes de energia para os adolescentes. Os carboidratos atuam principalmente no centro da saciedade hipotalâmica e afetam a ingestão subsequente dos demais alimentos, pela oxidação e transformação em calorias, no fígado. São os glicídios, açúcares e amidos encontrados nos cereais, arroz, trigo, milho, aveia, farinhas, pães e massas, vegetais e frutas. 
Na dieta, a gordura serve como uma fonte concentrada de energia. Durante a velocidade máxima do estirão puberal, os adolescentes necessitam de tanta energia que, sem as gorduras, a dieta ficaria volumosa e intragável. Têm função calórica essencial exercida pelas gorduras saturadas e não saturadas que se encontram nos óleos, azeite, manteiga, margarina, banha, toucinho, linguiças, cremes, molhos, frituras, maionese.
De maneira geral, sabe-se que as necessidades de vitaminas e de minerais estão aumentadas na adolescência. A tiamina, a riboflavina e a niacina são recomendadas em grandes quantidades para atingir as altas necessidades de energia. Essa maior ingestão calórica pode ser acompanhados por níveis crescentes e adequados de vitaminas do complexo B. Têm função de regulação ou do ritmo das reações celulares e enzimáticas. As principais fontes são as frutas, vegetais, cereais integrais, leite, sementes, carnes, ovos e grãos.
O ácido fólico, em virtude do seu papel na síntese de DNA, é importante durante a replicação celular aumentada nesse período de crescimento. As melhores fontes são vísceras, feijão e vegetais de folhas verdes.
A vitamina D está envolvida na manutenção da homeostase de cálcio e fósforo na mineralização do osso, sendo essencialmente necessária para o rápido crescimento esquelético. Os alimentos considerados fontes de vitamina D são gema de ovo, fígado e manteiga. 
A vitamina A, além de ser importante para o crescimento, é fundamental para a maturação sexual. São fontes de vitamina A: leite integral, fígado, gema de ovo e vegetais com folha verde-escuro (brócolis e espinafre) e legumes alaranjados (abóbora e cenoura).
A vitamina C atua como agente redutor em várias reações de hidroxilação, é essencial para a síntese de colágeno, reflete-se na cicatrização, na formação dos dentes e na integridade dos capilares, tornando-se indispensável em quantidade adequada para garantir o crescimento satisfatório. As melhores fontes de vitamina C são laranja, limão, acerola, morango, brócolis, repolho e espinafre.
Os adolescentes incorporam o dobro da quantidade de cálcio, ferro, zinco e magnésio em seus organismos durante os anos de estirão de crescimento em relação a outras fases da vida. 
Em função dos desenvolvimentos muscular, esquelético e endócrino acelerados cerca de 45% da massa esquelética é adicionado durante a adolescência. O risco de desenvolver osteoporose depende parcialmente de quanta massa óssea é construída no início da vida. Pesquisas apontam que quanto maior o consumo de refrigerante, maior o risco de desenvolver osteoporose. Como alimentos ricos em cálcio citam-se: leite e seus derivados.
Todos os adolescentes têm altas necessidades de ferro. A construção da massa muscularnos meninos é acompanhada de maior volume sanguíneo; as meninas perdem ferro mensalmente com o início da menstruação. Durante períodos rápido crescimento, os adolescentes com frequência possuem baixas concentrações séricas de hematócritos ou hemoglobina. A maioria desses adolescentes possui reservas adequadas de ferro, mas em vista do rápido crescimento e aumento significante na massa corporal magra, seu ferro circulante pode ser baixo. Esta condição é chama da de uma anemia fisiológica do crescimento. Durante a adolescência, a anemia secundária à deficiência de ferro pode prejudicar a resposta imunológica e diminuir a resistência à infecção. A anemia por deficiência de ferro também pode afetar o aprendizado, conforme evidenciado por estudos que mostram que crianças e adolescentes com anemia têm problemas com memória de curto prazo. São fontes de ferro carne, grãos, ovo e vegetais de cor verde-escuro. A biodisponibilidade do ferro deve ser enfatizada. Os alimentos ricos em vitamina C aumentam a absorção de ferro, enquanto os ricos em oxalatos e fitatos dificultam a sua absorção, sendo fator de risco para anemia e comprometimento do crescimento. 
Sabe-se que o zinco é essencial para o crescimento e maturação sexual. Apesar dos níveis plasmáticos de zinco declinarem durante o desenvolvimento puberal, a retenção de zinco aumenta significativamente durante o estirão de crescimento. Esta utilização aumentada pode levar ao uso mais eficiente de fontes dietéticas. Entretanto, a ingestão limitada de alimentos que contêm zinco pode afetar o crescimento físico, assim como o desenvolvimento de características sexuais secundárias. 
A declaração da posição da American Dietetic Association com relação à suplementação de vitaminas e minerais afirma que o consumo de uma ampla variedade de alimentos é preferida à suplementação nutricional como um método para obter as vitaminas e minerais necessários (American Dietetic Association, 2001). Apesar dessa recomendação, os estudos mostram que os adolescentes não consomem os alimentos ricos em nutrientes e normalmente têm ingestões inadequadas de muitas vitaminas e minerais. 
Portanto, em todas as fases da vida e na adolescência não é diferente a dieta deve ser a mais variada possível, devendo conter alimentos de todos os grupos.
Na adolescência, os requerimentos de proteínas (para a manutenção do crescimento), ferro (pelo rápido crescimento e aumento da massa muscular, do volume sanguíneo, das enzimas respiratórias e pela menarca nas meninas), cálcio (devido ao aumento da retenção de cálcio para formação da massa óssea) e vitaminas A (pela estreita correlação com o crescimento) e vitamina C (pela atuação na função normal dos osteoclastos) são aumentados em função do intenso crescimento característico desta fase.
Reforçar, portanto, os alimentos fontes destes nutrientes.
REFERÊNCIAS
ALVES, Ana Luísa Hora. Nutrição nos ciclos de vida. 1. ed. Brasília: AVM Instituto, 2010. Cap. 5, p. 37-48.
BRAGA, Patrícia Déa; MOLINA, Maria Del Carmen Bisi; CADE, Nágela Valadão. Expectativas de adolescentes em relação a mudanças do perfil nutricional. Ciência & Saúde Coletiva. Espírito Santo, vol. 12, n. 5, p. 1221-1228, 2007.
EISENSTEIN, Evelyn; COELHO, Karla Santa Cruz; COELHO, Simone Cortes; COELHO, Maria Auxiliadora Santa Cruz. Nutrição na adolescência. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, vol. 76, n.3, p. S263-S274, 2000.
LEVY, Renata Bertazzi; CASTRO, Inês Ribeiro; CARDOSO, Letícia de Oliveira; TAVARES, Letícia Ferreira; SARDINHA, Luciana Monteiro Vasconcelos; GOMES, Fábio da Silva; COSTA, André Wallace Nery. Consumo e comportamento alimentar entre adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009. Ciência & Saúde Coletiva. Vol. 15, n. 2, p. 3085-3097, 2010.

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