Buscar

NOTA DE AULA filosofia do direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

QUINTA NOTA DE AULA
	8.
	26/02/2019
	Platão e a teoria do mundo das ideias.
Pretende-se uma apresentação da primeira sistematização do saber filosófico, elaborado de modo idealista. Visa-se refletir quais as implicações no mundo prático.
Aula expositiva.
Bibliografia: REZENDE, A. (Org.) Curso de Filosofia, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011. Cap. I e II; AGLAE, Maryoli; BILLER, Jean-Cassien. História da filosofia do direito. São Paulo: Manole, 2005. Cap. I. REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Filosofia pagã antiga. Tradução de Ivo Storniolo. 4. ed. São Paulo: Paulus, 2009.
	
PLATÃO E A TEORIA DO MUNDO DAS IDEIAS
Até que enfim chegamos ao estudo do filósofo que marcou indelevelmente o modo de pensar da humanidade. Arístocles, conhecido pela alcunha de Platão, por força de porte físico.
1 – Apresentação do filósofo. Reale e Antiseri dizem o seguinte acerca de Platão: [1: REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Filosofia pagã antiga. Tradução de Ivo Storniolo. 4. ed. São Paulo: Paulus, 2009. 1 v., p. 136/137.]
2 – Primeira e segunda navegação. Platão metaforicamente referia-se à mudança ocorrida na especulação da filosofia, na Grécia antiga, de primeira e segunda navegação. A primeira navegação consistiu na pesquisa dos filósofos da “physis”, que, mediante o conhecimento obtido pelos sentidos, tentaram captar as nuances que estão por trás da organização do cosmo. Já a segunda navegação é o uso do raciocínio puro (da racionalidade), afastando-se dos sentidos, para descrever a realidade. A segunda navegação também representa o nascimento da metafisica, que é o estudo das últimas causas da existência. Reale e Antiseri dissertam o seguinte sobre o tema:[2: REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Filosofia pagã antiga. Tradução de Ivo Storniolo. 4. ed. São Paulo: Paulus, 2009. 1 v., p. 136/137.]
3 - Fundação da metafísica, com a criação ou descoberta de um mundo além da realidade sensível (o mundo suprassensível). Como dizem os referidos autores:[3: Ibidem, p. 137.]
A principal novidade da filosofia platônica consiste na descoberta de uma realidade superior ao mundo sensível, ou seja, uma dimensão suprafísica (ou metafísica) do ser. Esta descoberta é ilustrada por Platão com a imagem marinha da “segunda navegação”.
A primeira navegação era a entregue às forças físicas do vento e das velas do navio, e representa emblematicamente a fundação da filosofia dos Naturalistas que explicavam a realidade apenas da metafísica com elementos físicos (ar, água, terra, fogo etc.) e forças físicas a eles ligadas.
4 – O mundo das ideias ou das formas e os últimos princípios (Uno e Díade). A explicação é dos aludidos autores:[4: Ibidem, p. 137.]
A “segunda navegação” entrava em jogo quando as forças físicas dos ventos, na bonança, não eram mais suficientes, e era então entregue às forças humanas que impulsionavam o navio com os remos: para Platão ela representa a filosofia que, com as forças da razão, se esforça para descobrir as verdadeiras causas da realidade, para além das causas físicas. Se quisermos explicar a razão pela qual uma coisa é bela, não podemos nos limitar aos componentes físicos (beleza da cor, da forma etc.), mas devemos remontar à Ideia ou a essência do belo.
A doutrina do plano suprassensível do ser é constituído pelo Mundo das Ideias (ou Formas). As Ideias platônicas não são simples conceitos mentais, mas são “entidades” ou “essências” que subsistem em si e por si em um sistema hierárquico bem organizado (representado pela imagem do Hiperurânio), e que constituem o verdadeiro ser.
No vértice do mundo das Ideias encontra-se a Ideia do Bem, que coincide com o “Uno”. O Uno é princípio do ser, da verdade e do valor. Todo o mundo inteligível deriva da cooperação do Princípio do Uno, que serve como limite, com o segundo Princípio (a Díade a teoria de grande-e-pequeno), entendido como indeterminação e das ideias ilimitação.
No nível mais baixo do mundo inteligível encontram-se as entidades matemáticas, isto é, os números e as figuras geométricas.
Toda a realidade em todos os níveis, consequentemente, (Uno e Díade) tem estrutura bipolar, ou seja, é “mistura”, mediação sintética do Uno e da Díade segundo justa medida.
Nos diálogos estes princípios são apresentados na sua função de limite e ilimite, ou seja, como princípio determinante e princípio indeterminado nas suas relações fundantes estruturais. O ser é portanto um misto de limite e ilimite.
5 – O demiurgo e a ligação entre o mundo das ideias e o mundo sensível. A lição é dos mencionados autores:[5: Ibidem, p. 137.]
O mundo inteligível resulta da cooperação bipolar imediata dos dois Princípios supremos; o mundo sensível, ao contrário, tem necessidade de um mediador, de um Deus-artífice que Platão chama de “Demiurgo”; este cria o mundo animado pela bondade: toma como modelo as Ideias e plasma a chora, isto é, o receptáculo material informe. O Demiurgo e a gênese procura descer na realidade física os modelos do cosmo mundo ideal, em função das figuras geométricas e dos números, sensível
Os entes matemáticos são, portanto, os entes intermediários-mediadores que permitem à inteligência demiúrgica transformar o princípio caótico do sensível em cosmo, desdobrando de modo matemático a unidade na multiplicidade em função dos números e, portanto, produzir ordem. Deste modo, o mundo sensível aparece como cópia do mundo inteligível.
O mundo inteligível é eterno, enquanto o sensível existe no tempo, que é imagem móvel do eterno.
6 – O conceito de bem em Platão. A explicação é dos mesmos autores: [6: Ibidem, p. 141.]
Platão foi o primeiro a trazer à baila o conceito de Bem do ponto de vista ontológico, identificando-o com a suma Ideia, e com o princípio primeiro e supremo do Uno (que é a Medida suprema de todas as coisas), do qual depende toda a realidade (recebendo a justa medida e proporção que a faz ser). Do ponto de vista moral, o Bem se identifica com a imitação do divino, ou seja, do Bem metafísico, e consiste na alma ordenada e plasmada segundo a ordem do mundo ideal. Tenhamos presente que Platão ligou de modo estreito o Belo com o Bem, enquanto é o modo em que o Bem se manifesta. No Filebo, com seu estilo irônico com que exprime as coisas importantes, escreve: "E agora o poder do Bem nos fugiu na natureza do Belo: com efeito, a medida e a proporção resultam ser, em tudo, beleza e virtude.
7 – O conhecimento, a dialética, a arte e o amor platônico.
i – o conhecimento é anamnese (recordação de verdades conhecidas pela alma).
ii – a dialética em Platão é o modo de atingir a verdade, mediante o acesso às ideias do mundo suprassensível.
iii – a arte não consegue retratar o que é verdadeiro, pois é uma cópia da cópia.
Iv – o amor é o caminho para o atingimento do bem, do belo e da verdade
Quanto ao conhecimento, a dialética, a arte e o amor em Platão, convém trazer a lição dos indigitados autores:[7: Ibidem, p. 146.]
O conhecimento é anamnese, isto é, recordação de verdades desde sempre conhecidas pela alma e que reemergem de vez em quando na experiência concreta. Platão apresenta esta teoria do conhecimento tanto em modo mítico (as almas são imortais e contemplaram as Ideias antes de descer nos corpos) quanto em modo dialético (todo homem pode aprender e a dialética por si verdades antes ignoradas, por exemplo, os teoremas matemáticos). O conhecimento ocorre por graus: simples opinião (dóxa), que se subdivide em imaginação e crença; ciência (epistème), que se subdivide em conhecimento mediano e pura inteleção. O processo do conhecimento é a dialética, que pode ser ascensional ou sinótica (remontar do mundo sensível às Ideias) e descensional ou diairética (partir das ideias gerais para descer às particulares).
Platão liga o tema da arte à sua metafísica: se o mundo é cópia da Ideia, e a arte é cópia do mundo, segue-se que a arte é cópia de uma cópia, imitação de uma imitação e,portanto, afastamento do verdadeiro.
A verdadeira beleza não deve ser procurada na estética, na erótica. A doutrina do amor platônico é, com efeito, estreitamente ligada à busca do Uno, que, em nível sensível, se manifesta como Belo: Eros é um demônio mediador, intermediário entre fealdade e beleza, entre sabedoria e ignorância, filho de Penía (Pobreza) e de Póros (Recurso): é uma força que por meio do Belo nos eleva até o Bem, pelos vários graus que constituem a escala de amor.
Deve-se ter em mente que o conceito de belo em Platão está diretamente ligado à noção de harmonia, medida e proporção. O belo corresponde ao que é verdadeiro.
8 – A concepção platônica de homem – o dualismo entre a alma e o corpo. Explicam os referidos autores:[8: Ibidem, p. 152.]
A concepção platônica do homem se inspira em forte dualismo entre alma e corpo, o corpo é entendido como um cárcere ou mesmo como túmulo da alma. Daqui derivam os paradoxos da “fuga do corpo” (o filósofo deseja a morte enquanto separação da alma do corpo) e da "fuga do mundo" (para tornar-se semelhante a Deus o quanto é possível ao homem).
Esta concepção pressupõe a doutrina da imortalidade da alma, à qual ligam-se estreitamente as doutrinas da metempsicose ou transmigração das almas em diferentes corpos, e dos destinos escatológicos das almas depois da morte. Dois mitos platônicos são emblemáticos: o mito de Er e o mito do carro alado. 
9 – A teoria política de Platão. O Estado ideal. Os mencionados autores explicam bem essa temática:[9: Ibidem, p. 152.]
Platão institui estreita correspondência entre as partes da alma (apetitiva, irascível e racional) e as classes que constituem o Estado ideal (artesãos, guardas, governantes).
Considerando esses nexos, também o Estado, exatamente como a alma do homem, terá suas virtudes:
-será “temperante”, quando os artesãos-comerciantes souberem pôr um freio na própria avidez;
- será “corajoso”, quando os guardas-soldados souberem moderar seu ímpeto e enfrentar os perigos como convém;
- será “sábio”, quando os governantes agirem em conformidade com a razão na busca do Bem e na sua aplicação;
- finalmente, a Cidade — como a alma individual — será “justa” quando cada classe (ou parte) realizar o papel que lhe compete, sem usurpar o das outras.
Para que um Estado permaneça no tempo deve confiar sua ordem a um programa preciso de educação, o qual, em particular para a segunda classe, prevê, além da formação de tipo gímnico-musical, uma espécie de comunismo dos bens, das mulheres e dos filhos, que pretendia subtrair cada soldado da tentação do egoísmo: os guardas devem ter patrimônio único e única família. A educação dos filósofos-governantes era particularmente cuidada e longa (concluía-se ao redor dos 50 anos) e se baseava, na sua fase conclusiva, sobre o exercício da dialética para alcançar a contemplação do Bem e sua aplicação à realidade contingente.
Na idade madura Platão modificou em parte esta visão idealista do Estado e formulou uma doutrina do Estado “segundo”, em que a prioridade visava às leis e à busca da justa medida entre os excessos.
Com base nos ensinamentos dos multicitados, a concepção política de Platão é assim explicada, no que concerne à ideia de “República” platônica:[10: Ibidem, p. 158/160.]
i – Filosofia e política:
No diálogo Górgias Platão faz Sócrates pronunciar as seguintes palavras: “Creio ser eu dos poucos atenienses, para não dizer o único, que tenta realizar a verdadeira arte política, e o único, entre os contemporâneos, que a pratica.” A “verdadeira arte política” é a arte que “cura a alma” e a torna o mais possível “virtuosa”, sendo, por isso, a arte do filósofo. Assim, a tese que Platão amadureceu a partir do Górgias e expressou tematicamente na República é precisamente a da coincidência da verdadeira filosofia com a verdadeira política. Apenas se o político se tornar “filósofo” (ou vice-versa) será possível construir a Cidade autêntica, ou seja, o Estado fundado sobre o valor supremo da justiça e do bem. É óbvio, porém, que estas teses se mostram plenamente inteligíveis apenas mediante a recuperação de seu sentido histórico e, de modo particular, pela recuperação de algumas concepções tipicamente gregas:
 a) o sentido antigo da filosofia como “conhecimento do todo” (das razões supremas de todas as coisas);
b) o significado da redução da essência do homem à sua “alma” (psyché);
c) a coincidência entre indivíduo e cidadão;
d) a Cidade-Estado como horizonte de todos os valores morais e como única forma possível de sociedade.
ii - Por que nasce um Estado e as três classes que o constituem. Um Estado nasce porque cada um de nós não é “autárquico”, ou seja, não se basta a si mesmo e tem necessidade dos serviços de muitos outros homens:
a) de todos aqueles que proveem às necessidades materiais (do alimento, às vestes, às habitações);
b) de alguns homens responsáveis pela guarda e defesa da Cidade;
d) de poucos homens que saibam governar adequadamente. 
iii – A Cidade, portanto, necessita de três classes sociais:
a) a dos lavradores, artesãos e comerciantes;
b) a dos guardas;
c) a dos governantes.
10 – Aa educação em Platão consiste em manter a sociedade dividida em classes, de modo que se deve ensinar ou aprimorar os ofícios de cada uma das três classes sociais que compõem a cidade. Ressaltando que a primeira classe — a dos lavradores, artesãos e comerciantes — não precisa de educação, pois suas tarefas ou funções podem ser aprendidas na prática.

Continue navegando

Outros materiais