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Aula 5 - Vigilância epidemiológica

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Vigilância Epidemiológica
VET 507 – Epidemiologia e Medicina Veterinária Preventiva
Profa. Letícia Ferreira da Silva
 Processo sistemático e contínuo....
 Coleta
 Análise
 Interpretação
 Disseminação
 Finalidade: recomendar e adotar
 Medidas de prevenção e controle de problemas de saúde
Introdução
INFORMAÇÕES!
 Sistema de vigilância
 Conjunto de atividades e procedimentos que mantém esse
processo
 Diversas hierarquias
 Local – internacional
 Doenças infecciosas
 Doenças crônico-degenerativas
 Acidentes, violências
 Fatores de risco
Introdução
 Lei 8.080: instituiu em 1990 o Sistema Único de Saúde -
SUS
 “Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle de doenças ou agravos”.
 Não é restrito às doenças transmissíveis
Definição
 1º vigilância epidemiológica
 Gerar hipóteses (estudos epidemiológicos)
 Orientar elaboração de estratégias de prevenção e controle
 2º desenvolvimento: pesquisa e programas de controle de
agravos à saúde
Definição
 Identificar e descrever o comportamento epidemiológico de
doenças;
 Detectar epidemias e descrever seu processo de
disseminação;
 Avaliar a magnitude da morbidade e mortalidade
decorrentes de agravos à saúde;
Objetivos
 Recomendar a adoção oportuna de medidas para prevenir
ou controlar agravos à saúde;
 Avaliar o impacto de medidas de intervenção;
 Avaliar a adequação das estratégias utilizadas para
aplicação de medidas de prevenção e controle.
Objetivos
 Sistemas de VE:
 Atividades interligadas e complementares – desenvolvidas
continuamente e de forma integrada;
 Conhecimento:
 Padrões, tendências e comportamentos de doenças
 Intervenções efetivas
Atividades (funções)
Atividades (funções)
Coleta, processamento, 
análise e interpretação dos 
dados
Investigação 
epidemiológica
Recomendação, 
implementação e avaliação 
das ações de controle
Retroalimentação e 
divulgação das 
informações
 Atividades desenvolvidas em todos os níveis do sistema de
vigilância
 Local, estadual, nacional e internacional
 SUASA
 Instâncias: central, intermediária e local
Atividades (funções)
COLETA DE DADOS
 Engloba:
 Seleção dos dados necessários para o conhecimento do
problema;
 Elaboração de formulários padronizados de coleta de
dados e garantia da qualidade do processo de obtenção
dos dados;
 Estabelecimento de um fluxo para o envio dos dados;
Coleta de Dados
 Identificação das fontes de informação;
 Realização de investigações especiais para o
esclarecimento de aspectos específicos relacionados a
determinados agravos.
 Problemas relacionados
 Representatividade das fontes de informações;
 Possibilidade de duplicação de registros;
 Validade dos critérios de diagnóstico.
Coleta de Dados
 Dados demográficos, socioeconômicos e ambientais:
 Nº habitantes, nascimentos e óbitos – sexo e idade
 Caracterização dos grupos populacionais
 Renda, escolaridade, ocupação, condições de saneamento
 Dinâmica populacional, fatores de risco
 Pluviometria, drenagem, uso do solo, cobertura vegetal, 
umidade, temperatura
 Processo endêmico-epidêmico
Tipos de dados utilizados em Vigilância Epidemiológica
 Dados de morbidade:
 Fundamentais para a VE
 Identificação imediata do problema – enfrentamento
 Dados sobre a doença
 Suspeita diagnóstica
 Data do início dos sintomas
 Principais sinais e sintomas
 Possíveis contactantes
Tipos de dados utilizados em Vigilância Epidemiológica
 Dados de morbidade:
 Dados sobre a doença
 Caracterização dos casos – atributos individuais
 Tendências temporais
 Distribuição geográfica
 Notificação de casos e surtos, investigação epidemiológica, 
busca ativa de casos, inquéritos, sistemas de informação....
Tipos de dados utilizados em Vigilância Epidemiológica
 Dados de mortalidade:
 Indicadores de gravidade
 Maior abrangência e validade
 Problemas:
 Causa de óbito indefinida
 Intervalo de tempo relativamente amplo
Tipos de dados utilizados em Vigilância Epidemiológica
 Notificação compulsória de doenças
 Base do sistema de VE
 Fontes complementares
 Investigações de surtos e casos
 Sistemas de informação
 Estudos epidemiológicos
 Laboratórios e serviços de saúde
 Imprensa e organizações comunitárias
Fonte de dados
 Notificação
 Comunicação da ocorrência de determinada doença ou
agravo ou surto, feita à autoridade sanitária por
profissionais ou qualquer cidadão.
 Adoção de medidas de intervenção pertinentes.
 Ex.: suspeita de doenças nervosas (raiva, EEB...).
 Ex.: encarregado que notifica a ocorrência de abrigos de
morcegos hematófagos em uma região rural.
Fonte de dados
 Doenças de notificação compulsória
 Obrigatoriedade da notificação
 Cobertura universal dos agravos selecionados
 OIE: lista das doenças de notificação compulsória
 Ocorrência de grandes danos à pecuária
Fonte de dados
Fonte de dados
 Doenças de notificação compulsória
 Não é restrita ao médico veterinário (cobertura)
 Casos confirmados e casos suspeitos (sensibilidade)
 Sanção legal
Fonte de dados
 Doenças de notificação compulsória
 Lista atualizada sistematicamente
 Critérios:
 Magnitude
 Potencial de disseminação
 Transcendência
 Potencial zoonótico
Fonte de dados
 Doenças de notificação compulsória
 Critérios:
 Valor da notificação
 Vulnerabilidade
 Compromissos internacionais
 Epidemias, surtos e agravos inusitados
Fonte de dados
 Doenças de notificação compulsória
 Notificação imediata à OIE do país em 24 horas:
 Primeira ocorrência de uma doença listada pela OIE, em
um país ou zona;
 Nova ocorrência após a declaração de que um surto
tenha terminado;
 Primeira ocorrência de uma nova cepa de patógeno de
uma doença listada;
Fonte de dados
 Doenças de notificação compulsória
 Notificação imediata à OIE do país em 24 horas:
 Aumento repentino e inesperado nas medidas de
frequência da doença prevalente em um país;
 Ocorrência de doença emergente;
 Mudança na epidemiologia.
Fonte de dados
 Doenças de notificação compulsória
 Notificação negativa
 A coleta de notificação deve ser feita mesmo na ausência
de casos.
 Indicador da eficiência do sistema de informações.
Fonte de dados
 Sistemas de Informação
 Conjunto de mecanismos organizados de:
 Coleta, processamento, análise e transmissão
 Finalidade:
 Planejamento, organização e avaliação dos serviços de
saúde
 Formulação e implementação de ações e planos de saúde
Fonte de dados
 Sistemas de Informação
 SivCont (Sistema Continental de Vigilância Epidemiológica)
 Sistema informatizado - PANAFTOSA
 América do Sul, América Central e México
 Febre aftosa, estomatite vesicular, EEB, raiva, peste suína,
Newcastle...
Fonte de dados
 Sistemas de Informação
 Sistema de Informação de Doenças Transfronteiriças da
FAO
 Influenza aviária
 Febre aftosa
 Peste suína clássica
 EEB
Fonte de dados
 Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
 Enfermidades que requerem internação
 DTAs
Fonte de dados
 Investigação Epidemiológica
 Trabalho de campo
 Casos notificados e seus contatos
 Ex.: investigação de um surto de cisticercose bovina
em 2 fazendas em Nova Zelândia
Fonte de dados Investigação Epidemiológica
 Objetivos:
 Estabelecer ou confirmar o diagnóstico;
 Identificar a fonte de infeção e o modo de transmissão;
 Identificar grupos expostos a maior risco;
 Investigar fatores de risco.
 Finalidade:
 Recomendar e adotar medidas de controle (novos casos)
Fonte de dados
 Laboratórios
 Confirmação do diagnóstico
 Detecção de casos não notificados
 Situações especiais
 Surto
Fonte de dados
 Imprensa e População
 Primeira indicação da ocorrência de agravos inusitados.
 Ex.: grave epidemia de antraz entre humanos – 1979 na
antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
 Noticiários da imprensa – divulgação dos casos
 Investigação epidemiológica
Fonte de dados
 Estudos Epidemiológicos
 Dados insuficientes para gerar informações → estudos
epidemiológicos
 Informações complementares
 Estudos seccionais
 Inquéritos (amostragem)
 Levantamentos epidemiológicos (registros pré-existentes)
 Caso-controle: surtos
Fonte de dados
PROCESSAMENTO, ANÁLISE E 
INTERPRETAÇÃO DE DADOS
 Essencial pra que o sistema seja capaz de gerar a
informação necessária – ações efetivas de controle
 Inicialmente: avaliação crítica dos dados gerados...
 Verificação da qualidade do preenchimento dos 
instrumentos;
 Busca de informações: incompletas, imprecisas, 
inconsistentes e duplicadas.
Processamento, Análise e Interpretação de Dados
 Considerar as características:
 Pessoa, Tempo, Lugar
 Aspectos clínicos e epidemiológicos
 Busca-se:
 Diagnósticos definitivo
 Fontes de transmissão
 Potenciais riscos ambientais
 Efetividade das medidas de controle
Processamento, Análise e Interpretação de Dados
RECOMENDAÇÃO, 
IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO 
DAS AÇÕES DE CONTROLE
 Objetivos:
 Impedir ou controlar a disseminação das doenças
 Vacinação em massa, quimioprofilaxia de comunicantes,
isolamento, tratamento dos casos, educação em saúde,
saneamento ambiental...
 Visa:
 Aperfeiçoar as bases técnicas para as medidas de
prevenção e controle
Recomendação, Implementação e Avaliação das Ações 
de Controle
RETROALIMENTAÇÃO E 
DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
 Fundamental
 Processo de aperfeiçoamento, gerência e controle da
qualidade dos sistemas de VE.
 Disseminação de informações – estratégica
 ↑ Adesão
 Capacidade de gerar resposta em tempo oportuno
Retroalimentação e Divulgação das Informações
 Sistemática e periodicamente
 Permitir a utilização das informações (tomada de decisão)
 Estimula e garante o controle social
 Veículos de comunicação, boletins, publicações científicas,
internet.
Retroalimentação e Divulgação das Informações
AVALIAÇÃO DO SISTEMA
 Utilidade
 Se o sistema está ou não alcançando seus objetivos
 Identificar precocemente epidemias ou mudanças nas
tendências, prover estimativas de magnitude, identificar
fatores associados à ocorrência de doenças, propor e avaliar
medidas de controle.
 Oportunidade
 Agilidade do sistema: cumprir etapas e prover respostas
 Notificação de um caso↔ investigação epidemiológica
Avaliação do Sistema
 Aceitabilidade
 Disposição dos indivíduos de participarem e utilizarem o
sistema
 Simplicidade
 Facilitar o funcionamento
 Reduzir custos operacionais
Avaliação do Sistema
 Flexibilidade
 Capacidade de adaptação a novas situações
epidemiológicas
 Novas definições de casos de doença
 Representatividade
 Possibilidade do sistema cobrir todos os subgrupos
populacionais
Avaliação do Sistema
 Sensibilidade
 Capacidade de detectar todos os casos (positivos)
 Especificidade
 Capacidade de descartar todos os “não-casos” (negativos)
 Valor preditivo positivo (VPP)
 Proporção de casos identificados pelo sistema que de fato são
positivos
Avaliação do Sistema
PONTOS CRÍTICOS A SEREM 
SUPERADOS
 Caráter passivo da maioria dos sistemas de vigilância;
 Desconhecimento da importância;
 Desconhecimento dos procedimentos necessários à
notificação.
Subnotificação
 Casos graves, casos hospitalizados e doenças de maior
interesse
 Doenças com sinais e sintomas pouco evidentes,
consideradas menos graves
Baixa Representatividade
 Dificuldades em obter confirmação laboratorial;
 Início dos sintomas↔ notificação;
 Demora no processamento, análise e disseminação da
informação;
 Longo período de latência de certas doenças...
Baixo Grau de Oportunidade
INVESTIGAÇÃO DE SURTOS E 
EPIDEMIAS
 Surto ou epidemia
 Excede a expectativa normal
 Quantos casos devem existir pra que seja considerada uma
epidemia?
 Regra quanto a extensão geográfica?
Definições
 Período de tempo
 Horas (DTAs)
 Semanas (hepatite)
 Anos (Aids)
 Endemicidade
 Ocorre constantemente em uma área
Definições
 Finalidade:
 Impedir a transmissão da doença
 Objetivos:
 Identificar o agente etiológico;
 Encontrar a fonte de infecção (pessoa, lugar e tempo, taxas de
ataque);
 Formular recomendações para impedir a transmissão da
doença.
Propósitos e Objetivos da Investigação de uma Epidemia
 Indivíduos suscetíveis→ área endêmica
 Doença infecciosa nova, introduzida pelos seres humanos (ou
animais) – área endêmica → área não endêmica – ou por
contaminação de alimentos, água...
 Infecção pré-existente ocorre em uma área de baixa
endemicidade e alcança pessoas suscetíveis
 Modificação na suscetibilidade e na resposta do hospedeiro –
imunossupressão natural ou induzida
Por que as epidemias ocorrem?
 Definir o problema e verificar se um surto existe realmente;
 Montar e organizar os dados disponíveis para análise;
 Formular uma hipótese sobre a causa do surto;
 Testar a hipótese (pessoa, tempo e lugar) – taxas de incidência;
 Fazer recomendações e impedir a transmissão da doença.
Investigação de um Surto: Tarefas
 Não há mais indivíduos suscetíveis;
 Não há mais exposição à fonte;
 Não há mais fonte de contaminação;
 Indivíduos diminuíram sua suscetibilidade;
 O patógeno se tornou menos patogênico.
Por que os surtos acabam?
 Principal objetivo:
 Interromper a transmissão e prevenir a ocorrência de novos
casos
 Essencial
 Detecção precoce
 Evitar grande número de casos e óbitos
 Contribui para:
 Descoberta de novos agentes;
 Novas doenças;
 Novos tratamentos;
 Ampliar o conhecimento sobre as doenças.
 Confirmação do diagnóstico da doença;
 Confirmação da existência de epidemia ou surto;
 Caracterização da epidemia;
 Formulação de hipóteses preliminares;
 Análise parcial dos dados;
Etapas de Investigação de Epidemia ou Surto
FUNDAMENTAIS!
 Busca ativa de casos;
 Coleta adicional de dados;
 Análise final dos dados;
 Medidas de controle;
 Relatório final;
 Divulgação.
Etapas de Investigação de Epidemia ou Surto

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