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01-ATUACAO-DO-ENFERMEIRO-DA-ESTRATEGIA-SAUDE-DA-FAMILIA-NA-ATENCAO-A-SAUDE-DO-IDOSO(RIBEIRO;PIRES)

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779 
 
Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA 
ATENÇÂO À SAÚDE DO IDOSO 
 
 
ROLE OF THE NURSE FAMILY HEALTH STRATEGY IN FOSTERING THE 
AUTONOMY OF THE ELDERLY 
 
 
Ana Paula Ribeiro 
Enfermeira. Graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UnilesteMG 
Paullynha-barros@hotmail.com 
 
Vitória Augusta Teles Netto Pires 
Enfermeira. Graduada em Enfermagem e Obstetrícia. Mestre em Saúde e Enfermagem na área de 
Planejamento, Organização e Gestão de Serviços de Saúde; especialista em Saúde Pública e em 
Educação Profissional na Área Saúde: Enfermagem pela Escola de Enfermagem da UFMG; 
Especialista em Ativadores de Processos de Mudança pela Fiocruz/ENSP; Professora do Centro 
Universitário do Leste de Minas Gerais - UnilesteMG e Analista de Saúde da Secretaria de Estado da 
Saúde de Minas Gerais. 
 
RESUMO 
 
Uma das propostas da Estratégia Saúde da Família é promover assistência integral aos idosos, no 
aspecto individual, familiar e coletivo, com ênfase na preservação da autonomia e independência 
funcional. Esta pesquisa teve como objetivo investigar as alternativas de promoção à saúde, 
utilizadas na atenção básica pelo enfermeiro da Estratégia Saúde da Família, que auxiliam no 
desenvolvimento da capacidade funcional do idoso para realização das atividades de vida diária, sem 
dependência. Neste estudo de abordagem qualitativa descritiva, os dados foram obtidos por meio de 
um roteiro de entrevista, aplicado a cinco enfermeiros e onze idosos por eles assistidos. A análise 
compreensiva dos relatos evidenciou que os enfermeiros têm atuado de forma decisiva e 
determinada na promoção do envelhecimento saudável no município pesquisado, assegurando a 
saúde física, mental e social dos idosos. A população idosa do município demonstrou conhecimento 
sobre o processo saúde-doença e as intervenções necessárias para a manutenção da saúde 
biopsicossocial. Com este estudo confirmou-se que a interação entre os enfermeiros e os idosos 
contribui de forma efetiva para promoção do envelhecimento ativo e saudável. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Enfermeiro. Idoso. Autonomia. Promoção da Saúde. 
 
ABSTRACT 
 
One of the proposals of the Family Health Strategy is to promote comprehensive care for the elderly in 
the individual, family and collective, with emphasis on preserving the autonomy and functional 
independence. This research aims to investigate alternatives to promote health, used in primary care 
by the nurse at the Family Health Strategy, which supports the development of functional ability of 
elderly to perform activities of daily living without addiction. In this descriptive qualitative study, data 
were collected through a structured interview, applied to five nurses and eleven elderly assisted by 
them. The comprehensive analysis of the reports showed that nurses have acted decisively and in 
particular the promotion of healthy aging in the city studied, ensuring the physical, mental and social 
health of the elderly. The elderly in this city demonstrated knowledge of the health-disease process 
and the interventions required to maintain the biopsychosocial health. This study confirmed that the 
interaction between nurses and the elderly contributes to promoting the natural active and healthy 
aging. 
 
780 
 
Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
KEY WORDS: Nurse. Elderly. Autonomy. Health Promotion 
 
INTRODUÇÃO 
 
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006), 
o perfil do Brasil é de um país de idosos, ou seja, uma parte significativa da 
população brasileira será de pessoas idosas em menos de duas décadas. O Brasil 
em 2005 possuía 16 milhões de indivíduos com 60 anos ou mais, que passarão a 
ser 32 milhões em 2025, representando 15% de nossa população total. Daí, a 
preocupação de vários segmentos da sociedade para adaptarem-se a esta nova 
realidade. 
O acelerado processo de envelhecimento da população brasileira está 
diretamente ligado à passagem de uma situação de alta mortalidade e alta 
fecundidade, para uma de crescente queda na fecundidade, ocorrida, 
concomitantemente, com o aumento na expectativa de vida. Deste modo, 
reafirmando-se os estudos demográficos, haverá um aumento da população idosa 
para os próximos anos. Diante disso, percebe-se a necessidade de implantar novos 
métodos, políticas e alternativas para o alcance de uma assistência qualificada e 
vencer os desafios de um país com um alto índice de indivíduos com idade 
avançada, inativos ou ativos parcialmente, impactando negativamente a política 
financeira (MINAS GERAIS, 2006). 
O envelhecimento é uma condição eminente e universal a todos os seres vivos. 
Acontece em diferentes momentos da vida de pessoas e grupos, refletindo sobre os 
mesmos, influências genéticas, sociais, históricas e psicológicas adquiridas ao longo 
de sua existência. Além disso, devem ser levadas em consideração as alterações 
ocorridas em dimensões morfológicas, fisiológicas, psicológicas e bioquímicas que, 
de alguma maneira, atuam como fatores determinantes na vida das pessoas, 
podendo levar a alterações visíveis nos sistemas que integram o corpo humano 
(VITTA, 2000). 
Com o avanço da idade as pessoas tornam-se mais vulneráveis e em 
detrimento a esta condição, o surgimento de patologias e a utilização de 
medicamentos têm-se destacado como causas de fragilidade dessa faixa etária 
(FLORES; MENGUE, 2005). Como consequência, a demanda dos serviços de 
saúde, nas ultimas décadas, vem sendo marcada pelo aumento da demanda 
assistencial, relacionada, principalmente, às doenças crônico-degenerativas a que 
os idosos estão expostos (NOBREGA; KARNIKOWKI, 2005). 
Na rede de atendimento, a Estratégia Saúde da Família (ESF) desenvolve 
ações e serviços de forma contínua e integrada à humanização do atendimento, 
visando uma abordagem preventiva e uma intervenção precoce. Utiliza como 
ferramenta para a organização do atendimento da população acima de 60 anos, a 
Política Nacional de Saúde da pessoa Idosa. Esta política apresenta como princípios 
fundamentais à promoção do envelhecimento ativo, a manutenção da capacidade 
funcional, a prevenção de doenças, a recuperação e a reabilitação dos que 
precisam, no intuito de mantê-los inseridos em seu contexto familiar e social com 
autonomia e independência (BRASIL, 2006). 
Como integrante da equipe de saúde, o enfermeiro deve proporcionar uma 
assistência aos idosos centrada em atitudes efetivas e de impacto, voltadas para a 
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Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
educação em saúde e com foco na autonomia, ou seja, no potencial de realização e 
desenvolvimento das atividades de vida diária e do autocuidado. Deve ainda, buscar 
conhecer cada vez mais o processo de senescência, para que o cuidado seja 
ativamente exercido com qualidade, resultando em saúde física, bem-estar 
psicológico e uma diminuição no nível de dependência. 
Partindo do exposto, percebe-se a necessidade de haver no planejamento das 
ações de enfermagem, alternativas que estimulem os idosos a realização das 
atividades de vida diária (AVD) sem dependência, uma vez que estas são essenciais 
para o desenvolvimento da capacidade funcional. 
Frente a estes aspectos, esta pesquisa almeja ser fonte de informações que 
contribua para um novo despertar dos profissionais enfermeiros, quanto à 
necessidade de capacitar-se para atender as demandas do mundo contemporâneo e 
melhorar a qualidade da assistência a esta clientela. Propõe-se ainda, oferecer uma 
base teórica, que possibilite aos novos acadêmicos e à sociedade, conhecimentos 
adicionais e reflexões mais adequadas e individualizadas para o estudo doenvelhecimento ativo, além de subsidiar percepções para os idosos quanto à 
capacidade de desempenhar suas atividades, mantendo-se ativos e independentes. 
Atenta a estas questões, a pesquisa teve como objetivo investigar as 
alternativas de promoção a saúde, utilizadas na atenção básica pelos enfermeiros 
da ESF, que auxiliam no desenvolvimento da capacidade funcional do idoso para a 
realização das AVD sem dependência. 
 
METODOLOGIA 
 
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa do tipo descritiva, 
realizada nas cinco Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Belo 
Oriente. O município tem uma população estimada em 21.369 habitantes, está 
localizado na região do Vale do Aço, no leste de Minas Gerais na microrregião de 
saúde de Ipatinga, distando 275 km de Belo Horizonte (IBGE, 2007). 
A população do estudo foi composta pelos enfermeiros atuantes nas equipes 
da ESF, totalizando cinco profissionais e por 50 idosos por eles assistidos. A 
amostra dos enfermeiros contemplou 100% do universo dos sujeitos da pesquisa e a 
dos idosos foi definida pelo princípio de saturação de dados, resultando em um total 
de 11 participantes. Os dados foram coletados no período de maio a junho de 2010 
por meio de um roteiro de entrevista e gravados, com a finalidade de manter a 
fidedignidade e confiabilidade das informações. 
O contato com os enfermeiros foi realizado em seus locais de trabalho e após 
agendamento prévio procedeu-se as entrevistas. Os idosos foram abordados 
enquanto aguardavam atendimento nas unidades de saúde e entrevistados, em sala 
reservada e em horários individuais. As entrevistas foram gravadas por um aparelho 
digital MP4 da marca Sony e transcritas na íntegra. 
Para o tratamento dos dados realizou-se várias leituras dos relatos, com o 
propósito de familiarização com os conteúdos, uma minuciosa análise das frases 
expressas pelos entrevistados e categorização dos dados. Foram definidas cinco 
categorias de discussão: o planejamento municipal para promoção do 
envelhecimento ativo; os referenciais técnicos utilizados para programação das 
intervenções para o envelhecimento saudável; a atuação da equipe da ESF na 
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Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
atenção a saúde do idoso; a atuação dos enfermeiros no estímulo à autonomia do 
idoso e os fatores facilitadores e dificultadores no atendimento ao idoso. 
A efetivação deste estudo ocorreu após autorização ao Secretário Municipal de 
Saúde de Belo Oriente e aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro 
Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste-MG sob o protocolo nº. 34.202.10, 
respeitando os preceitos éticos de pesquisas com seres humanos, fundamentados 
na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. 
Os profissionais e os idosos pesquisados assinaram um Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido, elaborado em duas vias, ficando uma com cada 
participante e outra com a pesquisadora. Após o esclarecimento do objetivo da 
pesquisa, foi respeitado o direito daqueles que não desejaram participar, sem 
comprometimento de qualquer natureza e para as pessoas entrevistadas, garantido 
a privacidade quanto às informações pessoais prestadas e que, sob nenhuma 
hipótese, seriam identificados. Os enfermeiros entrevistados foram enumerados 
como “E” e os idosos como “I”, com o número correspondente à ordem de realização 
da entrevista. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Planejamento Municipal para Promoção do Envelhecimento Ativo 
 
Os enfermeiros ao serem questionados quanto ao planejamento de ações 
voltadas para a promoção de um envelhecimento ativo e saudável, alegaram em sua 
totalidade que o município não apresenta um projeto específico para os idosos. 
Porém, vem sendo planejado pela Secretaria Municipal de Saúde, atividades 
lúdicas, grupos operativos, programa de alfabetização e oficinas para a terceira 
idade. Esta programação é exemplificada pelos relatos a seguir: 
 
Está sendo planejado junto à Secretaria de Saúde e os demais secretários 
grupos operativos, oficinas, atividades recreativas, físicas e o programa de 
alfabetização (E1). 
 
Está planejada a execução de atividades recreativas que envolvam toda 
equipe em oficinas, palestras, grupos operativos, atividades físicas com a 
participação dos educadores físicos, além do programa de alfabetização 
(E4). 
 
Na perspectiva dos profissionais, pode-se considerar que o município tem se 
preparado para conviver com o crescimento da população idosa, planejando a 
implementação de ações que venham ajudá-los a ter uma convivência saudável e 
harmoniosa no ambiente em que estão inseridos. Para tanto é preciso ter bons 
serviços de saúde, profissionais preparados e principalmente, políticas públicas 
voltadas para atender essa população. 
O Brasil é um país que tem dado sinais de envelhecimento rápido e contínuo, o 
que implica na necessidade do desenvolvimento de ações voltadas para a promoção 
da saúde dos idosos. As atividades interativas, formação de grupos comunitários, 
eventos recreativos, projetos sociais e a busca de parcerias contribuem para 
inserção social, divertimento, entretenimento, desenvolvimento físico, psicológico e 
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Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
novas habilidades para os idosos, mantendo-os assim ativos e participantes no 
contexto em que estão inseridos e ainda recebendo uma assistência de qualidade 
(COSTA; VERAS, 2003; LAZZARESCHI, 2002; RIBEIRO, 2001; SILVESTRE; 
COSTA NETO, 2003). 
 
Referenciais Técnicos Utilizados para Programação das Intervenções para o 
Envelhecimento Saudável 
 
Na abordagem aos enfermeiros comprovou-se unanimidade das respostas, em 
relação ao uso da Linha Guia do Idoso, publicada pela Secretaria de Estado da 
Saúde de Minas Gerais (SES/MG), como material de referência para o planejamento 
de ações efetivas, no atendimento a esta faixa etária. A conduta se confirma no 
depoimento a seguir: 
 
Vale destacar que a linha guia do Estado de Minas Gerais e o Plano Diretor 
veio em boa hora para nos ajudar a reorganizar a atenção primária, 
principalmente o programa de saúde do idoso, pois despertou em nós a 
importância do desenvolvimento e da prática de projetos culturais, sociais, 
de lazer, oficinas e atividades lúdicas, ampliando os recursos para a 
atenção à saúde dos idosos (E3). 
 
O trabalho desenvolvido com os idosos no município pode ser considerado 
satisfatório, pois atende aos objetivos propostos para promoção do envelhecimento 
saudável. As atividades realizadas pelos enfermeiros e referenciadas por E3 
proporcionam a expressão das necessidades, sentimentos e situações de vida e 
saúde dos idosos, por meio de uma assistência interativa e humanizada. 
As condutas adotadas estão em consonância com as orientações da Linha 
Guia do Idoso, um instrumento norteador para assistência à saúde desta população. 
Este instrumento propõe a mudança do paradigma assistencial, deixando de lado a 
abordagem centrada na doença, para atuar na busca da manutenção da capacidade 
funcional e a autonomia do idoso, envolvendo o apoio familiar e comunitário e 
atuando de acordo com a realidade de cada município (BRASIL, 2006; MINAS 
GERAIS, 2006). 
Diante da realidade local, as propostas de trabalho, mais utilizadas como forma 
de intervenção pelos enfermeiros estão voltadas para educação em saúde, 
conscientização quanto à importância da funcionalidade e autonomia, autocuidado e 
a humanização das relações entre profissionais e usuários. Esta situação ficou 
evidenciada ao afirmarem que: 
 
Acrescidas às intervenções nos planejamentos de ação observa-se a 
humanização das relações entre profissionais e usuários, o enfoque do 
lazer, atividades físicas, educação em saúde e prevenção de doenças (E5).Importância do autocuidado, autonomia e independência [...] utilizando os 
grupos operativos, as visitas domiciliares, e as campanhas de vacinação 
extramuros para alcançar esta população e praticar tais intervenções (E1). 
 
Ao trabalhar estas intervenções, será possível para os idosos entender que o 
envelhecimento não é sinônimo de doença, contribuindo, assim, para sua adaptação 
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Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
ao novo ciclo da vida, preservação da capacidade funcional, ter uma vida ativa e 
independente, além de fortalecer as ações da equipe de saúde da família. 
A enfermagem abrange como cuidados a educação em saúde, as orientações, 
as intervenções e a supervisão das ações. Para a efetividade de uma assistência 
humanizada aos idosos a equipe deverá planejar e programar as suas ações, 
acompanhá-los, conhecer seus hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos, 
proporcionando-lhes uma atenção continuada às suas necessidades e 
desenvolvendo atividades de educação em saúde à pessoa idosa (BRASIL, 2006). 
 
A Atuação da Equipe da Estratégia Saúde da Família na Atenção a Saúde do 
Idoso 
 
No levantamento sobre as atividades realizadas em conjunto pela equipe, para 
o bem-estar e melhoria da promoção da saúde aos idosos, os depoimentos 
destacaram como pontos importantes as visitas domiciliares, a participação nas 
atividades oferecidas pelo município, a realização de consultas periódicas com 
horários pré-agendados, a contra referência, a participação nas campanhas de 
vacinação, bem como o vinculo afetivo entre a equipe. Os levantamentos incluíram 
como respostas: 
 
A equipe da ESF, sendo multidisciplinar, trabalha em conjunto com relação 
às necessidades do idoso, as orientações fornecidas aos mesmos, através 
das visitas domiciliares, das consultas, dos grupos operativos, das palestras 
e atividades oferecidas pelo município, por exemplo, os mini-cursos (E5). 
 
Através da atuação dos ACS na busca ativa desses idosos e realização de 
consultas periódicas por micro área [...], além disso, durante as consultas 
são observadas as necessidades que envolvam as intervenções por outros 
profissionais, exercendo a contrarreferência (E2). 
 
Realizando visitas domiciliares regulares, participando das campanhas de 
vacinação, programando e orientando junto à equipe as ações de promoção 
à saúde e prevenção a agravos. Exercendo através da educação em saúde, 
ações para promoção do envelhecimento ativo (E3). 
 
As alternativas de promoção à saúde, quando trabalhadas em equipe, trazem 
benefícios para os idosos nas dimensões da aprendizagem, interação, sociabilidade 
e participação no seu processo de melhoria de vida. Os profissionais ao adotarem os 
mesmos critérios em relação às suas orientações atuam de forma integrada e 
executam de fato, um trabalho de equipe para promoção do envelhecimento ativo. 
 Assis, Hartz e Valla (2004), Brasil (2006), Silvestre e Costa Neto (2003) 
corroboram com o pressuposto de que a ESF desenvolve alternativas para melhoria 
da qualidade de vida e aumento da resolutividade de atenção aos idosos. Entre elas 
inclui-se a atenção domiciliar e ambulatorial, com ações voltadas para o 
enfrentamento das dificuldades, manutenção da saúde, desenvolvimento de 
habilidades e participação ativa dos usuários na abordagem preventiva e 
intervenção precoce, ou seja, baseada nas mudanças comportamentais, autonomia, 
independência e melhoria da qualidade de vida e saúde. 
 
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Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
 Atuação dos Enfermeiros no Estímulo à Autonomia do Idoso 
 
Um dos aspectos fundamentais para a realização das atividades de vida diária 
(AVD) abrange a avaliação da enfermagem quanto à autonomia, capacidade 
funcional e o nível de dependência dos idosos, como relataram os entrevistados: 
 
Ao realizar as consultas, observam-se estes aspectos através da 
verbalização, hábitos de vida, ao aplicar os testes, sendo o instrumento 
mais utilizado a escala de Katz (E2). 
 
Através das visitas domiciliares, consultas, hábitos de vida, utilizando os 
instrumentos de avaliação (escalas e testes) para melhor identificação desta 
autonomia (E5). 
 
Os enfermeiros afirmaram realizar a avaliação dos idosos utilizando as escalas 
de avaliação funcional na rotina do atendimento. Pode-se, portanto, considerar 
satisfatórios os procedimentos utilizados para identificação da autonomia dos idosos 
sob sua responsabilidade. 
No foco da assistência deve estar a autonomia funcional. Matsudo e Matsudo 
(2000) consideram que a avaliação da capacidade funcional gera informações que 
possibilitam conhecer as características dos idosos, tornando possível retardar ou 
prevenir as incapacidades e contribuir para a proteção e promoção da saúde. 
 As ações de enfermagem influenciam na qualidade de vida de uma pessoa, 
ao oferecer cuidados que devem gerar um bem estar, tanto para o enfermeiro, 
quanto para o idoso, sendo fundamentados na percepção, capacitação e 
transmissão de conhecimentos para ambos. Nessa perspectiva a avaliação do 
idoso deve abranger todos os aspectos envolvidos no processo saúde-doença, 
tornando-se então uma avaliação multidimensional (MINAS GERAIS, 2006). A 
atenção ao idoso deve envolver a promoção de um bem-estar físico, mental, 
emocional, cognitivo e social, estando centrado no cuidar e, não, somente, na cura 
de doenças (BRASIL, 2006; FENILI; SANTOS, 2001). 
 
Fatores Facilitadores e Dificultadores no Atendimento ao Idoso 
 
Entre os fatores facilitadores para o desenvolvimento do trabalho diário da 
enfermagem junto aos idosos foram citados o vínculo afetivo entre a comunidade e a 
equipe multidisciplinar, as visitas domiciliares, o trabalho e as ações dos agentes 
comunitários de saúde (ACS), as palestras e as oficinas recreativas. Por outro lado, 
os fatores que dificultam uma melhor abordagem incluem o deslocamento, a falta de 
colaboração dos familiares a não-adesão das orientações e/ou adesão de forma 
incorreta, bem como a falta de recursos e questões culturais. As declarações dos 
enfermeiros descrevem estes fatores: 
 
As questões culturais que dificultam a adesão, empenho de alguns 
profissionais, deslocamento por se tratar de uma zona rural, desmotivação 
do usuário e dos familiares, falta de interesse em participar das atividades, 
são obstáculos, mas não rotineiros (E4). 
 
Em contrapartida a ESF nos dá a versatilidade de trabalhar com o auxílio 
786 
 
Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
das visitas domiciliares dos ACS, vínculo da equipe com o usuário, 
formação de grupos que possibilitam a interação entre os idosos, atividades 
recreativas e palestras educativas que envolva também os familiares (E3). 
 
Considerando os fatores facilitadores do trabalho desenvolvido com os idosos, 
apresentados pelos enfermeiros, pode-se afirmar que eles eliminam a maioria das 
dificuldades ao proporcionarem aos idosos ampliação do vínculo de amizades, 
aquisição de novas informações e experiências, elevação da auto-estima e dos 
sentimentos de valorização. Esses fatores possibilitam ainda, um trabalho de 
conscientização com os familiares e idosos voltados para busca de autonomia e 
independência para a vida diária das pessoas idosas. 
As discussões apresentadas a seguir se referem à consolidação das 
informações obtidas, junto aos idosos, sobre o estímulo recebido por parte dos 
profissionais para autonomia e promoção do envelhecimento ativo. Os dados foram 
categorizados, considerando as práticas dos idosos para promoção do 
envelhecimento saudável, a percepção dos idosos sobre os profissionais da saúde e 
suas orientações, a frequência dos idosos às unidades de saúde e asexpectativas 
sobre o processo de envelhecimento. 
 
Práticas Adotadas pelos Idosos para Promoção do Envelhecimento Saudável 
 
 Os idosos quando indagados sobre os métodos de autocuidado utilizados para 
manutenção da saúde, destacaram a prática da alimentação saudável, da atividade 
física, o hábito de seguirem as orientações dos profissionais da saúde e de 
utilizarem a medicação adequada (TAB. 1). 
 
TABELA 1- Métodos de autocuidado adotados pelos idosos de Belo Oriente. MG. 2010 
Métodos de Autocuidado Freqüência Percentual (%) 
Alimentação saudável 8 72 
Atividade Física 7 63 
Seguir orientações 
médicas/enfermagem 
6 54 
Medicação adequada 6 54 
Sono e repouso 4 36 
Ir à igreja 4 36 
Trabalhar 3 27 
Hidratação adequada 2 18 
Ler 2 18 
Consultas de rotina 2 18 
Avaliação de PA 1 9 
 
 
FONTE: Dados da pesquisa 
 
 Ao fazer a análise dos métodos de auto cuidado adotados pelos idosos 
observou-se que, 36% (4) apresentaram em seu cotidiano o hábito de ir à igreja, o 
sono e o repouso, o que lhes exige pouco esforço físico. Para 54% (6), o auto 
cuidado esta relacionado aos métodos de medicação adequada e atendimento das 
orientações referentes à saúde. Houve uma maior evidência neste grupo do 
interesse pelos hábitos de atividades físicas 63% (7) e da alimentação saudável 72% 
(8), os quais contribuem eficazmente para a promoção da saúde e bem-estar físico. 
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Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011. 
 
Os registros apresentaram, portanto, dados de comportamentos diferenciados 
daqueles observados com maior freqüência na população idosa, que geralmente 
estão relacionados a valorização do uso da medicação e da consulta periódica, 
prática representada neste estudo por 18% (1) dos idosos. 
Nos relatos apresentados o grupo afirmou que se preocupa em cuidar do 
aspecto físico, mental, cognitivo e social, além de praticarem as ações orientadas 
nas consultas de enfermagem para se manterem saudáveis. Ao realizar estas 
atividades os idosos contribuem para o bem-estar geral, elevação da auto-estima, 
restituição de forças criativas, rompimento de fronteiras culturais e melhoria 
psicológica, pois a capacidade de cuidar da sua própria saúde traz, além da 
satisfação pessoal, autonomia e independência. 
 Segundo Santos et al. (2002), as mudanças no estilo de vida tem se tornado 
cada vez mais frequentes, devido a uma maior preocupação do ser humano em 
viver com qualidade, saúde e independência. Nessa perspectiva, percebe-se que o 
envelhecimento saudável passa a ser necessidade e entendimento para as pessoas, 
sendo decorrente de um conjunto multidimensional de fatores que envolvem 
condições de moradia, educação, lazer, liberdade, trabalho, entre outros. 
 
Percepção dos Idosos sobre a Atuação e Orientações dos Profissionais de 
Saúde 
 
Os profissionais mais requisitados pelos idosos para as consultas e/ou 
assistência à saúde, são os médicos (9) seguidos dos enfermeiros (7) e técnicos de 
enfermagem (5). Apenas dois deles citaram a equipe como um todo, reconhecendo 
os papéis de cada componente e justificando que a escolha por qualquer deles 
depende da necessidade apresentada. Todos os participantes alegaram conhecer e 
relacionar- se com o enfermeiro responsável pela ESF do seu território. Neste 
contexto os participantes relataram: 
 
Depende. O acompanhamento da pressão arterial é feito pelo técnico, as 
palestras e orientações são feitas pelo enfermeiro e as consultas pelo 
médico (I1). 
 
A equipe que me atende é o médico, enfermeiro, dentista, nutricionista, 
depende do que eu tiver precisando. Um me encaminha para o outro (I3). 
 
No que tange aos tipos de orientações fornecidas pelos profissionais, foram 
apresentados temas referentes a alimentação saudável, importância da prática de 
exercícios físicos, lazer, acompanhamento constante da saúde, uso correto de 
medicações, formas e importância da hidratação, eliminação fisiológica, adequação 
do ambiente, prevenção de patologias e suas complicações, sendo as mais citadas 
pelos entrevistados. 
Estes depoimentos comprovam que os profissionais, principalmente os 
enfermeiros de Belo Oriente apresentam um olhar direcionado e uma melhor 
capacitação para o atendimento do idoso, promovendo dessa forma uma atenção 
diferenciada a esta população do município. Ressalta-se que a maioria dos idosos 
afirmou seguir às orientações da equipe: 
 
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Em geral as orientações são feitas mais pela enfermeira, para ingestão 
adequada de líquidos, atividades físicas, hábitos alimentares, atividades que 
envolvam músicas, pinturas, terapia ocupacional, que diminuam a 
ansiedade, controle do diabetes e monitoramento da pressão arterial. Eu 
mudei meu estilo de vida e hoje me sinto com mais disposição e energia 
para minhas atividades (I4). 
 
O médico orienta em relação aos exames, remédios e a enfermeira com 
relação aos hábitos de vida, prevenção do câncer de colo uterino e outras 
doenças, o bom é que praticando as orientações vivemos com qualidade 
(I6). 
 
Procuro realizar as atividades que eles me orientam comendo de forma 
certa, incluindo as frutas que eu não gosto em batidas e sucos, evitando 
comidas gordurosas, usando adoçante, caminhando e repousando; alimento 
de acordo com suas dicas, não me esqueço de tomar meus remédios, olho 
a PA freqüentemente, aproveito a minha família e vivo feliz (I9). 
 
A execução da política pública quando bem orientada e voltada para a saúde, 
proporciona aos idosos, condições de contemplar de forma natural, esta nova etapa 
da vida e enfrentar desafios de se viver saudavelmente. Observou-se que a 
mudança de hábitos saudáveis de alimentação e outros métodos de autocuidado 
dependem da orientação pelos profissionais de saúde, que estimule a 
conscientização dos idosos. 
Os idosos afirmaram conhecer os profissionais da saúde, suas funções e 
orientações, as quais são compreendidas e praticadas pelos mesmos, o que pode 
ser considerado positivo, uma vez que ao atender as orientações eles não somente 
assimilam as informações para o envelhecer saudável como também se tornam 
capazes de auto-gerir seu processo de vida, interferindo no processo saúde-doença. 
As pessoas idosas desejam e podem permanecer ativas e independentes por 
tanto tempo, quanto for possível, se o apoio adequado lhes for proporcionado. Por 
isso, o incentivo para o envelhecimento ativo tem como objetivo despertar nos 
idosos uma expectativa de vida saudável, proporcionando-lhes uma saúde física, 
beneficiando, assim, seu estado psicológico e diminuindo seu nível de dependência 
(COSTA; VERAS, 2003). 
 
Frequência dos Idosos às Unidades de Saúde 
 
Os idosos devem frequentar as unidades de saúde, uma vez que estas 
promovem ações de caráter social, tendo como intuito integrá-los à família e à 
comunidade de forma independente, autônoma e participativa. Entre os idosos 82% 
(9) afirmaram frequentar a ESF regularmente e 18% (2), alegaram comparecer, às 
vezes, pelos motivos descritos a seguir: 
 
Faço acompanhamento no Hiperdia, participo das palestras e busco meus 
remédios mensalmente, quando preciso consulto com os médicos do posto 
de saúde (I1). 
 
Realizo consultas quando necessito, faço acompanhamento no Hiperdia e 
busco meus remédios mensalmente, participo das reuniões/palestras com a 
enfermeira, estes encontros são muito bons para trocar experiências e 
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aprender coisas novas (I2). 
 
Eu frequento quando preciso consultar pegar os meus remédios, pois tenho 
hipertensão e diabetes, e participo de encontros às vezes com a enfermeira 
(I10).Grande parte dos idosos afirmou frequentar regularmente as consultas 
agendadas, as oficinas e as palestras educativas, apontando para um compromisso 
em cuidar da saúde. Esta participação ativa revela os efeitos positivos das ações de 
educação em saúde desenvolvidas pela equipe, a sua importância para a promoção 
do envelhecimento saudável e a prevenção de doenças. 
O aumento da população idosa reflete em uma maior utilização dos serviços de 
saúde, o que requer dos profissionais a implementação de novas ações e 
intervenções diferenciadas, para o alcance de uma abordagem direcionada, tanto 
para o envelhecimento fisiológico, quanto para o psicossocial, buscando, assim, 
tecnologias para se oferecer um cuidado multidimensional (COSTA; VERAS, 2003). 
 
Expectativas em Relação ao Processo de Envelhecimento 
 
Diante do processo de envelhecimento a expectativa dos idosos está voltada 
para um envelhecer saudável, independente e sem complicações aparentes, 
utilizando as orientações dos profissionais na busca deste objetivo, o que confirma 
os depoimentos a seguir: 
 
Queria continuar envelhecendo sem dores e complicações, com saúde 
(I11). 
 
Espero ter saúde, paz e força para trabalhar enquanto eu viver. [...] evitando 
as coisas que possam me fazer mal como: gorduras, bebidas alcoólicas, 
cigarro e tentando seguir as orientações para manter a saúde (I7). 
 
 
A expectativa de todos é continuar, durante o processo de envelhecimento, 
buscando uma vida saudável. Para tanto é importante contar sempre, com as 
orientações dos profissionais da saúde, com serviços que invistam na estruturação 
destas condições e praticá-las para alcançar o bem estar físico e emocional, 
adotando uma nova forma de promover a longevidade com qualidade. 
O processo de envelhecimento passa pela prática constante de mudanças de 
vários hábitos de vida. Dentre eles destaca-se a alimentação, o lazer e a atividade 
física, sem esquecer a importância da família para uma boa qualidade de vida, junto 
a qual os idosos conseguem cumprir suas atividades diárias básicas e conseguem 
viver de uma forma independente. O ideal é que eles não fiquem ociosos e que 
entendam o importante papel que representam para a sociedade (OMS, 2002). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A pesquisa constatou que o trabalho desenvolvido nas unidades de saúde da 
família da cidade de Belo Oriente, centrado na atenção ao idoso é realizado em 
equipe, tendo o cuidado voltado para orientações, controle, prevenção de patologias 
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e para importância do autocuidado. 
 Os enfermeiros confirmaram estar dispostos a adquirir novos aprendizados e 
investirem na educação em saúde para os idosos. Como principal foco de atuação, 
buscam a promoção do envelhecimento saudável, com vistas ao atendimento de 
especificidades, a manutenção da saúde, a expectativa de vida ativa, a autonomia e 
a independência funcional. 
 Quanto ao vínculo, requisito indispensável para haver um bom trabalho, pode 
ser considerado eficiente e competente, em função da interação observada entre os 
enfermeiros e os idosos e reiterado pelos depoimentos de todos os participantes da 
pesquisa. Percebeu-se que há confiança dos idosos nos enfermeiros e em toda a 
equipe, uma vez que estes afirmaram beneficiar-se das práticas de promoção a 
saúde, além receber orientações e utilizá-las para melhoria da qualidade de vida. 
Esta afirmativa pode ser entendida como satisfação e humanização da assistência. 
 Apesar do município não oferecer investimentos específicos para capacitação 
e otimização das atividades recreativas desenvolvidas pelos enfermeiros na atenção 
a saúde dos idosos, notou-se a preocupação em garantir o continuidade do trabalho 
atualmente realizado, o qual é sustentado pela iniciativa e organização dos 
profissionais. Constatou-se que o trabalho desenvolvido com os idosos, nos 
territórios das equipes da ESF, requer a continuidade de investimento em 
tecnologias e métodos de aprendizagem, que passam principalmente pela educação 
em saúde, através das oficinas, formação de grupos operativos, parcerias, 
aprimoramento de processos, procedimentos e acompanhamento. 
 Os resultados desta pesquisa ficarão à disposição dos profissionais e idosos 
interessados no tema, uma vez que pode contribuir para novas reflexões acerca de 
suas práticas cotidianas, estimulando-os a reorientá-las e torná-las adequadas ao 
contexto em que estão inseridos. Propõe-se um olhar mais abrangente, mais crítico 
e estratégico sobre a atenção ao idoso e sugere-se novos estudos em relação ao 
tema pesquisado, pois é preciso construir meios para que se propaguem estas 
conquistas. 
 
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