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GESTÃO DE CORPOS HÍDRICOS (87)

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PLANO DE RECURSOS HíDRICOS
DA BACIA HIDROGRÁFICA
DO RIO SÃO FRANCISCO
2016-2025
ATUALIZAÇÃO
2016 - 2025
PLANO DE 
RECURSOS HÍDRICOS DA 
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO 
SÃO FRANCISCO
Foto original: Mariela Guimarães
RP5 - ARRANJO INSTITUCIONAL PARA A
GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS E DIRETRIZES E
CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
Volume 3 - Relatório - 3ª parte
setembro 2016
 
 
 
 
PLANO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA 
HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO 
 
RP5 – Arranjo Institucional para a Gestão de Recursos Hídricos 
e Diretrizes e Critérios para Aplicação dos Instrumentos de 
Gestão dos Recursos Hídricos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volume 1 – Relatório – 1ª parte 
Volume 2 – Relatório – 2ª parte 
Volume 3 – Relatório – 3ª parte 
Volume 4 – Mapas 
Volume 5 – Apêndices 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: i 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Registro de Controle de Documentos Document Control Record 
 
Cliente Client 
Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe 
Vivo 
Projeto Project Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco 
Documento Document 
RP5 – Arranjo Institucional para a Gestão de Recursos Hídricos e Diretrizes e 
Critérios para Aplicação dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos 
Volume 3 – Relatório – 3ª parte 
 
 
Aprovação do Autor Author’s Approval 
Supervisionado por Supervised by Pedro Bettencourt Correia Revisão Revision 3 
Aprovado por Approved by Pedro Bettencourt Correia Data Date 14.09.2016 
 
Aprovação do Cliente Client’s Approval 
Data Date 
 ____ / ____ / _________ 
Assinatura Signature 
 
 
 
 
Revisão Data Descrição Breve Autor Supervisão Aprovação 
Revision Date Short Description Author Supervision Approval 
0 19.01.2016 RP5; Volume 1 NEMUS 
 
1 31.05.2016 RP5; Volume 3 NEMUS 
 
2 08.08.2016 RP5; Volume 3 NEMUS 
 
3 14.09.2016 RP5; Volume 3 NEMUS 
 
 
 
Elaborado por Prepared by 
 
NEMUS, Gestão e Requalificação Ambiental, Lda. 
HQ: Campus do Lumiar – Estrada do Paço do Lumiar, 
Edifício D – 1649-038 Lisboa, Portugal 
T: +351 217 103 160 • F: +351 217 103 169 
www.nemus.pt 
Brasil: Rua Rio Grande do Sul, nº 332, Salas 701 a 705, 
Edifício Torre Ilha da Madeira, Pituba, CEP 41.830-140, Salvador – Bahia, 
T : 55 (71) 3357 3979 • F: +55 (21) 2158 1115 
nemus.geral@nemus.com.br 
nemus@nemus.pt 
 
 
 
 
ii Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
 
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Estrada do Paço do Lumiar, Campus do Lumiar 
Edifício D --- 1649-038 Lisboa, 
Portugal
 
Rua Rio Grande do Sul, n.º 332, salas 701 a 
705, Edifício Torre Ilha da Madeira, Pituba, 
Salvador --- BA, 
CEP 41830-140, Brasil
 
www.nemus.pt 
nemus@nemus.pt 
nemus.geral@nemus.com.br 
 Apresentação 
 
 
A NEMUS – Gestão e Requalificação Ambiental, Lda. apresenta o Arranjo Institucional para a Gestão de 
Recursos Hídricos e Diretrizes e Critérios para Aplicação dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos (RP5) 
do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, composto por: 
• Volume 1 – Relatório – 1ª parte; 
• Volume 2 – Relatório – 2ª parte; 
• Volume 3 – Relatório – 3ª parte; 
• Volume 4 – Mapas; 
• Volume 5 – Apêndices. 
A NEMUS agradece a confiança demonstrada, o acompanhamento e todo o apoio prestados pelo Comitê 
de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e pela Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas 
Peixe Vivo durante a realização do trabalho. 
 
Salvador, setembro de 2016 
 
 O Coordenador Geral 
 
 
 Pedro Bettencourt Correia 
 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: iii 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
 
PLANO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA 
HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO 
 
RP5 – Arranjo Institucional para a Gestão de Recursos Hídricos 
e Diretrizes e Critérios para Aplicação dos Instrumentos de 
Gestão dos Recursos Hídricos 
Volume 3 – Relatório – 3ª parte 
 
SUMÁRIO 
7. Avaliação do Arranjo Institucional 1 
7.1. Introdução 1 
7.2. Mapeamento institucional 3 
7.2.1. Contexto 3 
7.2.2. Órgãos e organismos de recursos hídricos de âmbito federal e estadual 5 
7.2.3. Órgãos e instituições federais e estaduais setoriais 19 
7.2.4. Comitês da bacia, organismos de bacia e consórcios 32 
7.2.5. Principais atores e parceiros estratégicos na gestão de recursos hídricos46 
7.2.6. Matriz de atuação dos atores estratégicos 50 
7.3. Fragilidades e oportunidades na gestão dos recursos hídricos 53 
7.3.1. Integração entre entidades e políticas 53 
7.3.2. Funcionamento do Conselho Nacional de Recursos Hídricos e dos 
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos 54 
7.3.3. Funcionamento dos comitês de bacia afluentes e do CBHSF 55 
7.3.4. Funcionamento da AGB Peixe Vivo 62 
7.3.5. Lacunas de governança da água 67 
7.3.6. Principais conflitos na BHSF 71 
7.3.7. Monitoramento e fiscalização 81 
7.4. Compromissos estabelecidos para melhoria do arranjo institucional 92 
7.4.1. Pacto Nacional pela Gestão das Águas 92 
7.4.2. Carta de Petrolina 96 
 
 
 
iv Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
7.4.3. Sistemas Estaduais de Recursos Hídricos 99 
7.4.4. Sub-bacias hidrográficas 106 
8. Proposta de Aprimoramento do Modelo Atual de Gestão 109 
8.1. Introdução 109 
8.2. Planejamento Institucional Estratégico 111 
8.2.1. Conceitos e Procedimentos Metodológicos 111 
8.2.2. Abordagens Territoriais Estratégicas da Bacia do Rio São Francisco 114 
8.3. Articulação institucional prioritária 125 
8.3.1. Consultas e entendimentos alcançados 125 
8.3.2. Alocação de águas e operação de reservatórios 129 
8.3.3. Aumento do conhecimento e controle das águas 134 
8.3.4. Revitalização da bacia 136 
8.3.5. Síntese da articulação institucional prioritária 138 
8.4. Propostas para Fortalecimento Institucional 145 
8.4.1. Fortalecimento da governança da água 145 
8.4.2. Recomendações para atores-chave 148 
8.4.3. Integração entre o PRH-SF e as iniciativas das diversas instâncias 
governamentais 159 
8.4.4. Instrumentos necessários à implementação do plano 164 
8.4.5. Capacitação, comunicação e mobilização social 166 
9. Síntese Conclusiva 167 
Referências Bibliográficas 181 
 
 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: v 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – Mapeamento institucional da gestão dos recursos hídricos no Brasil. 4 
Figura 2 – Organograma do CBHSF. 37 
Figura 3 – Organograma da AGB Peixe Vivo. 44 
Figura 4 – Mapa das Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos de 
Minas Gerais. 118 
Figura 5 – Áreas críticas da BHSF. 121 
 
 
 
 
vi Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 – Instituições que integram o SINGREH no que diz respeito à BHSF. 5 
Quadro 2 – Usinas hidroelétricas por estado, e respectivos agentes. 26 
Quadro 3 – Objetivos, finalidade e competências do CBHSF. 32 
Quadro 4 – Composição do CBHSF, segundo o Regimento Interno.34 
Quadro 5 – Estrutura organizacional do CBHSF: órgãos, atribuições do Plenário e 
competências dos restantes órgãos. 35 
Quadro 6 – Objetivos e finalidade da AGB Peixe Vivo. 41 
Quadro 7 – Estrutura Organizacional da AGB Peixe Vivo: órgãos e principais 
competências. 41 
Quadro 8 – Atores e parceiros estratégicos, sua abrangência e relevância: poder 
público federal. 46 
Quadro 9 – Atores e parceiros estratégicos, sua abrangência e relevância: poder 
público estadual e municipal. 47 
Quadro 10 – Atores e parceiros estratégicos, sua abrangência e relevância: sociedade 
civil. 48 
Quadro 11 – Atores e parceiros estratégicos, sua abrangência e relevância: usuários.
 48 
Quadro 12 – Atores e parceiros estratégicos, sua abrangência e relevância: 
consórcios, associações municipais e comitês de bacias afluentes. 49 
Quadro 13 – Setores de atuação direta e indireta dos principais atores estratégicos. 51 
Quadro 14 – Indicadores e critérios para avaliação do alcance das metas dispostas no 
Plano de Trabalho da AGB Peixe Vivo. 62 
Quadro 15 – Necessidade de Custos das Estruturas que compõem a Agência da 
BHSF e as Arrecadações Correspondentes. 65 
Quadro 16 – Necessidade de Custos das Estruturas que compõem a Agência da 
BHSF e as Arrecadações Correspondentes. 65 
Quadro 17 – Entidades envolvidas em problemas de conflitos de uso reportados em 
oficinas (maio 2013). 73 
Quadro 18 – Recomendações de políticas por Estado da BHSF. 94 
Quadro 19 – Recomendações para o SEGRH/MG. 99 
Quadro 20 – Ordenamento de Diferentes Leituras Territoriais. 120 
Quadro 21 – Níveis de prioridade da articulação institucional. 139 
Quadro 22 – Proposta de prioridades nível 1, instrumentos e fases de articulação. 139 
Quadro 23 – Proposta de prioridades nível 2, instrumentos e fases de articulação. 143 
Quadro 24 – Relação entre prioridades do PRH-SF 2016-2025 e PPA Federal 2016-
2019. 162 
Quadro 25 – Relação entre prioridades do PRH-SF 2016-2025 e PPA Estaduais 2016-
2019. 163 
 
 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: vii 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
LISTA DE NOMENCLATURAS E SIGLAS 
AAF Autorização Ambiental de Funcionamento 
ABAS Associação Brasileira de Águas Subterrâneas 
ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitarista e Ambiental 
ABRH Associação Brasileira de Recursos Hídricos 
ADASA 
Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do 
Distrito Federal 
ADEMA Administração Estadual do Meio Ambiente 
AGB Peixe 
Vivo 
Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas 
Peixe Vivo 
AGERSA Agência Reguladora de Saneamento Básico do estado da Bahia 
AGR 
Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços 
Públicos 
AHSFRA Administração da Hidrovia do São Francisco 
AIBA Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia 
AMMESF Associação dos Municípios da Bacia do Médio São Francisco 
AMM-MG Associação Mineira de Municípios 
ANA Agência Nacional de Águas 
ANAI Associação Nacional de Ação Indigenista 
ANAMMA Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente 
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica 
ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários 
 
 
 
viii Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
APA Área de Proteção Ambiental 
APAC Agência Pernambucana de Águas e Clima 
APP Áreas de Preservação Permanente 
ARPE Agência de Regulação de Pernambuco 
ARSAE-MG 
Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e 
Esgotamento Sanitário de Minas Gerais 
ARSAL Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas 
ART Anotações de Responsabilidade Técnica 
ASPAFF 
(Jacobina) 
Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora 
da Chapada Norte 
ASSEMAE Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 
Assobege Associação dos Empreendedores de Mármore Bege de Ourolândia 
BDIGRH 
Banco de Dados e Informações Georreferenciadas sobre Recursos 
Hídricos 
BHSF Bacia Hidrográfica do rio São Francisco 
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal 
CASAL Companhia de Saneamento de Alagoas 
CBH Comitê de Bacia Hidrográfica 
CBHSF Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco 
CCR Câmaras Consultivas Regionais 
CDBO Concentração média de DBO5,20 anual lançada 
CEAL Companhia Energética de Alagoas 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: ix 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
CEB Companhia Energética de Brasília 
CEEP Águas Centro Estadual de Educação Profissional Águas 
CEHOP Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas 
CELG Companhia Energética de Goiás 
CELPE Companhia Energética de Pernambuco 
CEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente 
CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais 
CEMAm Conselho Estadual do Meio Ambiente 
CEMG Comitê Especializado na Estruturação de Metadados Geoespaciais 
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais 
CENAD Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres 
CEPED/UFSC Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres 
CEPRAM 
Conselho Estadual do Meio Ambiente / Conselho Estadual de 
Proteção Ambiental 
CERAQUA – 
SF 
Centro de Referência em Aquicultura e Recursos Pesqueiros do São 
Francisco 
CERB Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos 
CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos 
CERTOH Certificado de Sustentabilidade da Obra Hídrica 
CETEM Centro de Tecnologia Mineral 
CETEP Centro Territorial de Educação Profissional 
 
 
 
x Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
CHESF Companhia Hidro Elétrica do São Francisco 
CIEB Centro das Indústrias do Estado da Bahia 
CINDE 
Comitê de Planejamento da Infraestrutura Nacional de Dados 
Espaciais 
CIRPA Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura 
CMND Comitê Especializado da Mapoteca Nacional Digital 
CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil 
CNARH Cadastro Nacional dos Usuários de Recursos Hídricos 
CNI Confederação Nacional da Indústria 
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos 
CODBO Carga anual de DBO5,20 efetivamente lançada 
CODEMIG Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais 
CODEP 
Conselho Regional de Desenvolvimento Sustentável do Piemonte da 
Diamantina 
CODEVASF 
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e 
Parnaíba 
CODISE Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe 
COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia 
COGEF Conselho Gestor do Fundo de Defesa do Meio Ambiente 
COHIDRO 
Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação 
de Sergipe 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: xi 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
COMBASF 
Consórcio de Saneamento Básico do Baixo São Francisco 
Sergipiano 
COMLAGO Consórcio dos municípios do Lago de Três Marias 
COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento 
CONAM Conselho do Meio Ambiente do Distrito Federal 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CONCAR Comissão Nacional de Cartografia 
CONERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos 
CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco 
CONSU Conselhos Gestores 
CONTAG Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura 
COOPETUR Cooperativa para o Turismode Sobradinho 
COPAM Conselho Estadual de Política Ambiental 
COPASA Companhia de Saneamento de Minas Gerais 
CPRH Agência Estadual de Meio Ambiente 
CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais 
CRAD Centro de Referência de Áreas Degradadas 
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
CRH Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco 
CRJ Consórcio Rio Jequitaí 
CT Câmaras Técnicas do CBHSF 
 
 
 
xii Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
CUBAPE Central Única dos Bairros de Petrolina 
DAURH Declaração de Uso de Recursos Hídricos 
DBO5,20 
Demanda Bioquímica de Oxigênio durante um período de 5 dias em 
uma temperatura de incubação de 20º C 
DDHS Declaração de Disponibilidade Hídrica Subterrânea 
DESO Companhia de Saneamento de Sergipe 
DIGICOB Sistema Digital de Cobrança da ANA 
DIREC Diretoria Colegiada do CBHSF 
DIREX Diretoria Executiva do CBHSF 
DNOCS Departamento Nacional de Obras Contra as Secas 
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral 
DRDH Declarações de Reserva de Disponibilidade Hídrica 
EBDA Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola 
EFA Escola Família Agrícola 
EH Energia anual de origem hidráulica 
EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural 
EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento 
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
EMDAGRO Empresa de Desenvolvimento Agropecuário 
EMPETUR Empresa de Turismo de Pernambuco 
EMUTUR Empresa Municipal de Turismo de Pirapora 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: xiii 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
EPAMIG Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais 
EPE Empresa de Pesquisa Energética 
FACAPE Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina 
FAEMG Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais 
FCE Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento 
FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente 
FECITUR Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais 
FEHEPE Fundo de Eficiência Hídrica e Energética Pernambuco 
FEHIDRO 
Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável 
das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais 
FEPAMG 
Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado de Minas 
Gerais 
FEPEAL Federação dos Pescadores do Estado de Alagoas 
FEPESBA Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado da Bahia 
FEPESE Federação de Pescadores de Sergipe 
FIBRA Federação das Indústrias do Distrito Federal 
FIEA Federação das Indústrias do Estado de Alagoas 
FIEB Federação das Indústrias do Estado da Bahia 
FIEG Federação das Indústrias do Estado de Goiás 
FIEMG Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais 
FIEPE Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco 
 
 
 
xiv Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
FIES Federação das Indústrias do Estado de Sergipe 
FMI Fundo Monetário Internacional 
FOB Formulário de Orientação Básica Integrado 
FUNAI Fundação Nacional do Índio 
FUNDIFRAN Fundação de Desenvolvimento Integrado do São Francisco 
IBAMA 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis 
IBPEX Instituto Brasileiro de Pós-graduação e extensão 
IBRAM 
Instituto Brasileiro de Mineração / Instituto Brasília Ambiental 
(Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito 
Federal) 
ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
IEF Instituto Estadual de Floresta 
IFAL Instituto Federal de Alagoas 
IFBA Instituto Federal da Bahia 
IFS Instituto Federal de Sergipe 
IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas 
IMA 
Instituto do Meio Ambiente de Alagoas / Instituto Mineiro de 
Agropecuária 
INB Indústrias Nucleares do Brasil 
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
INDE Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: xv 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
INEMA Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
INSA Instituto Nacional do Semiárido 
IPA Instituto Agronômico Pernambuco 
IPC Índice de Preços no Consumidor 
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
IRPAA Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada 
ITEP Instituto de Tecnologia de Pernambuco 
ITERAL Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas 
ITPS Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe 
Kcap 
Coeficiente que considera objetivos específicos a serem atingidos 
mediante a cobrança pela captação de água = Kcap classe × Kt 
Kcap classe 
Coeficiente que leva em conta a classe de enquadramento do corpo 
d’água no qual se faz a captação 
Kcons irrig 
Coeficiente que visa quantificar o volume de água consumido pelo 
uso específico da irrigação 
Kgestão 
Coeficiente que leva em conta o efetivo retorno à bacia do rio São 
Francisco dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da 
água nos rios de domínio da União 
Klanç 
Coeficiente que leva em conta objetivos específicos a serem 
atingidos mediante a cobrança pelo lançamento de carga orgânica 
Kprioridade 
Coeficiente que leva em conta a prioridade de uso estabelecida no 
Plano de Recursos Hídricos da bacia do rio São Francisco 
Kt 
Coeficiente de abatimento que leva em conta as boas práticas de 
uso e conservação da água 
 
 
 
xvi Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
LI Licença de Instalação 
LO Licença de Operação 
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
MC Ministério das Cidades 
MCTI Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação 
MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário 
MG MINASLIGAS 
MGB Metadados Geográficos do Brasil 
MI Ministério da Integração Nacional 
MMA Ministério do Meio Ambiente 
MME/SEE Ministério de Minas e Energia/ Secretaria de Energia Elétrica 
MPA 
Ministério da Pesca e Aquicultura / Movimento dos Pequenos 
Agricultores 
MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 
MS/FUNASA Ministério da Saúde/ Fundação Nacional de Saúde 
MST Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra 
MT/DNIT 
Ministério dos Transportes/Departamento Nacional de 
Infraestruturas de Transportes 
OD Oxigênio Dissolvido 
ODS Organização de Desenvolvimento Sustentável 
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: xvii 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
PAC Programa de Aceleração do Crescimento 
PAP Plano Plurianual 
PCH Pequenas Centrais Hidrelétricas 
PDDUA Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental 
PDOT Plano Diretor de Ordenamento Territorial 
PDRH Plano de Recursos Hídricos 
PERH Plano Estadual de Recursos Hídricos 
PGIRH 
Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do Distrito 
Federal 
PISF 
Programa de Integração do rio São Francisco com as Bacias 
Hidrográficas do Nordeste Setentrional 
PLD Plano Diretor de Água e Esgotos do Distrito Federal 
PMA Polícia Militar Ambiental Brasil 
PNGA Pacto Nacional pela Gestão das Águas 
PNQA Programa Nacional de Avaliação da Qualidade da Água 
PPU Preço Público Unitário 
PPUcap Preço Público Unitário para captação superficial 
PPUcons Preço Público Unitário para consumo de água 
PPUDBO Preço Público Unitário para diluiçãode carga orgânica 
PRODES Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas 
PROGESTÃO 
Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das 
Águas 
 
 
 
xviii Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Qareia Volume anual de areia produzido 
Qcap Volume anual de água captado 
Qcons Volume anual de água consumido 
Qlanç Volume anual de água lançado 
Qmmm Vazão mínima média mensal 
R 
Razão de mistura da polpa dragada (relação entre o volume médio 
de água e o volume médio de areia na mistura da polpa dragada) 
RPPN Reservas Particulares do Patrimônio Natural 
RURALMINAS Fundação Rural Mineira 
SAAE Serviço Autônomo de Água e Esgoto 
SAGRI Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário 
SANEAGO Saneamento de Goiás 
SARA Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária 
SDE/SDEC Secretaria de Desenvolvimento Econômico 
SDR Secretaria de Desenvolvimento Rural 
SEAGRI 
Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura / 
Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural 
SEAPA Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
SECIMA 
Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, 
Cidades e Assuntos Metropolitanos 
SECTEC Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: xix 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
SED Secretaria de Desenvolvimento 
SEDA Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário 
SEDEC Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil 
SEDETEC 
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e 
Tecnologia 
SEDETUR Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo 
SEDINOR 
Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e 
Nordeste de Minas Gerais 
SEDRU 
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política 
Urbana 
SEDS Secretaria de Estado de Economia e Desenvolvimento Sustentável 
SEDUR Secretaria de Desenvolvimento Urbano 
SEGPLAN Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento 
SEGREH Sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos 
SEIA 
Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos 
Hídricos 
SEINFRA 
Secretaria de Estado de Infraestrutura e de Desenvolvimento 
Urbano 
SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente 
SEMAD 
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável 
SEMARH Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos 
SEMAS Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade 
 
 
 
xx Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural 
SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte 
SENIR Secretaria Nacional de Irrigação 
SEPLAG Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão 
SES Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais 
SESI Serviço Social de Indústria 
SEST Serviço Social do Transporte 
SETOP Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas 
SETUR Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais 
SFA Região fisiográfica do Alto São Francisco 
SFB Região fisiográfica do Baixo São Francisco 
SFM Região fisiográfica do Médio São Francisco 
SFSM Região fisiográfica do Submédio São Francisco 
SFT Total da bacia do rio São Francisco 
SIAM Sistema Integrado de Informação Ambiental 
SIAMIG Associação das indústrias sucroenergéticas de Minas Gerais 
SIG Sistema de Informação Geográfica 
SIH Secretaria de Infraestrutura Hídrica 
SIHS Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: xxi 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
SINERGIA Sindicato dos eletricitários da Bahia 
SINESP Secretaria de Estado de Infraestrutura e Serviços Públicos 
SINGREH Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos 
SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente 
SLU Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal 
SNIRH Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos 
SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 
SRE Superintendência de Regulação 
SRH Secretaria Executiva de Recursos Hídricos 
SRHU Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano 
STD Sólidos Totais Dissolvidos 
SUPRAM 
Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável 
TAR Tarifa Atualizada de Referência, definida pela ANEEL 
TVR Trecho de Vazão Reduzida 
UAVS União das Associações do Vale do Salitre 
UFAL Universidade Federal de Alagoas 
UFBA Universidade Federal da Bahia 
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais 
UFOP Universidade Federal de Ouro Preto 
UNEAL Universidade Estadual de Alagoas 
 
 
 
xxii Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
UNEB Universidade do Estado da Bahia 
UNIMONTES Universidade Estadual de Montes Claros 
UNIPAC Universidade Presidente Antônio Carlos 
UNIPAM Centro Universitário de Patos de Minas 
UNIT Universidade Tiradentes 
UNIVASF Universidade Federal do Vale do São Francisco 
UPE Universidade de Pernambuco 
UPGRH Unidades de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos 
Valoralocação 
externa 
Pagamento anual pela alocação externa de água 
Valorcap Valor anual da cobrança pela captação de água 
Valorcons Valor anual da cobrança pelo consumo de água 
ValorDBO Valor anual da cobrança pelo lançamento de carga orgânica 
ValorPCH Valor anual da cobrança pela geração de energia elétrica por PCH 
Valortotal Valor total anual da cobrança pelo uso de água para uso interno 
ZAE Zoneamento Agroecológico 
ZEE Zoneamento Ecológico – Econômico 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 1 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
7. AVALIAÇÃO DO ARRANJO INSTITUCIONAL 
7.1. Introdução 
Os órgãos gestores de recursos hídricos, os comitês de bacia hidrográfica e as 
agências de bacia, representam o arranjo institucional básico por bacia hidrográfica 
em torno do qual se vinculam os demais atores estratégicos: usuários de água, atores 
sociais, instâncias de governo e instâncias não governamentais. As bacias 
hidrográficas estaduais respondem e se articulam com o Conselho Estadual de 
Recursos Hídricos (CERH), o qual conta, também, com uma estrutura de 
representação setorial e institucional e que, em última instância, aprova e delega 
competências aos comitês de bacia. 
Mais propriamente quanto ao Rio São Francisco, cabe sublinhar que suas águas são 
de domínio federal, por consequência, com as suas devidas articulações junto ao 
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), assim como, com os comitês de 
seus rios afluentes – federais ou estaduais –, em alguns deles, ainda sem estas 
instâncias constituídas ou instaladas, fato a ser considerado na avaliação do atual 
sistema de gestão da BHSF. 
Como um antecedente importante, no Volume 1 – Caracterização da bacia 
hidrográfica (1ª parte) do RP1A – Diagnóstico da Dimensão Técnica e Institucional, 
procedeu-se à análise dos aspectos institucionais na bacia hidrográfica, quanto a: 
 Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)e sistemas estaduais de gerenciamento de recursos hídricos – 
objetivos, composição e legislação regulamentar; 
 Identificação de instituições atuantes na bacia – atores do SINGREH e 
da esfera federal, assim como dos atores mais relevantes de sistemas 
estaduais de recursos hídricos e de outros atores; 
 Identificação de tensões e conflitos, de ordem político-institucional. 
Foi ainda apresentado o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) 
(composição, estrutura organizacional) e a entidade equiparada à agência de águas 
que constitui o braço executivo do Comitê – a Associação Executiva de Apoio à 
Gestão de Bacias Hidrográficas (AGB Peixe Vivo). 
 
 
 
2 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Agora, com o presente Relatório pretendendo avaliar mais profundamente o arranjo 
institucional de gestão da BHSF, retoma-se de novo esta temática. 
As esferas de competência dos principais atores da bacia são apresentadas na seção 
7.2, onde se referem também os programas com maior relevância para a bacia 
hidrográfica sob alçada de cada entidade. Aprofunda-se nesta seção o papel do 
Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e da AGB Peixe Vivo na gestão da 
bacia. Os principais atores estratégicos são classificados quanto ao segmento da 
sociedade a que pertencem, à esfera de atuação, abrangência espacial e relevância, 
sendo a natureza da sua atuação (direta ou indireta) sistematizada em uma matriz. 
Na seção 7.3 apresentam-se fragilidades e oportunidades na gestão de recursos 
hídricos a nível institucional, mediante a análise de aspectos como: a integração entre 
entidades e políticas; o funcionamento do Conselho Nacional de Recursos Hídricos e 
dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; o funcionamento dos comitês de 
bacia afluentes e do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco; 
Funcionamento da AGB Peixe Vivo; as lacunas de governança da água, com base no 
documento “Governança dos Recursos Hídricos no Brasil” (OCDE, 2015); os principais 
conflitos na BHSF; monitoramento e fiscalização na bacia. 
Finalmente, apresentam-se os principais compromissos (seção 7.4) já estabelecidos 
para melhoria do arranjo institucional, com repercussões na bacia, notadamente, os 
compromissos integrados no Pacto Nacional pela Gestão das Águas, na Carta de 
Petrolina, nos Planos Estaduais de Recursos Hídricos e nos Planos de Recursos 
Hídricos. 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 3 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
7.2. Mapeamento institucional 
7.2.1. Contexto 
A Figura 1 representa, em termos gerais, o mapeamento institucional da gestão dos 
recursos hídricos no Brasil. 
 
 
 
 
4 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
 
Figura 1 – Mapeamento institucional da gestão dos recursos hídricos no Brasil. 
Fonte: OCDE (2015), modificado. 
Vinculação 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 5 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
7.2.2. Órgãos e organismos de recursos hídricos de âmbito federal e estadual 
A. SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS 
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) integra as 
seguintes instituições: 
 Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH); 
 Agência Nacional de Águas (ANA); 
 Conselhos Estaduais e do Distrito Federal de Recursos Hídricos; 
 Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH); 
 Órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e 
municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos 
hídricos; 
 Agências de Água. 
Apresenta-se no Quadro 1 uma síntese dos elementos integrantes do SINGREH no 
que diz respeito à BHSF. 
Quadro 1 – Instituições que integram o SINGREH no que diz respeito à BHSF. 
Âmbito 
Formulação da Política 
Implementação dos Instrumentos 
de Política 
Organismos Colegiados 
(Conselhos e Comitês) 
Administração 
Direta 
(“Governos”) 
Poder Outorgante 
(órgãos gestores) 
Entidade da 
Bacia 
Nacional 
e BHSF 
CNRH 
CBHSF 
CBH Verde Grande 
MMA/SRHU ANA AGB Peixe Vivo 
E
s
ta
d
u
a
l 
e
 B
H
S
F
 
MG CERH CBH-SF1 a SF10 SEMAD IGAM 
AGB Peixe Vivo 
(SF5 e SF2) 
BA CONERH 
CBH-BA 5,6,7,9,10 
e 13 
SEMA INEMA - 
PE CRH CBH Pajeú SRHE APAC - 
AL CERH CBH Piauí SEMARH SEMARH - 
SE CONERH - SEMARH SEMARH - 
GO CERHI 
CBH dos Afluentes 
Goianos do São 
Francisco 
SECIMA SECIMA - 
 
 
 
6 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Âmbito 
Formulação da Política 
Implementação dos Instrumentos 
de Política 
Organismos Colegiados 
(Conselhos e Comitês) 
Administração 
Direta 
(“Governos”) 
Poder Outorgante 
(órgãos gestores) 
Entidade da 
Bacia 
DF CRH 
CBH Afluentes Rio 
Preto 
SEMA ADASA - 
Fonte: ANA, 2013 (modificado). 
Em âmbito federal a formulação e implementação da Política Nacional de Recursos 
Hídricos competem a Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano – SRHU, ao 
CNRH e à ANA, instituições que integram a estrutura do Ministério do Meio Ambiente 
– MMA, nas categorias de órgãos específicos singulares, de órgãos colegiados e 
entidades vinculadas, respectivamente. A formulação e implementação de planos, 
programas e projetos de aproveitamento de recursos hídricos em âmbito federal é da 
competência da Secretaria de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração 
Nacional. 
As principais atribuições dessas entidades e dos órgãos e organismos estaduais de 
recursos hídricos, bem como a legislação aplicável, foram já apresentadas nos 
Volumes 1 e 3 do RP1A – Caracterização e Diagnóstico, retomando-se no presente 
documento alguns aspectos dessa análise. 
Os estados de Alagoas e Sergipe têm suas formulações de políticas em Secretarias 
de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos; na Bahia e Distrito Federal esta 
função cabe à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), em Minas Gerais à 
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), em 
Pernambuco à Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos de Pernambuco (SRHE) 
e em Goiás à Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades 
e Assuntos Metropolitanos (SECIMA). 
Quanto aos órgãos gestores de recursos hídricos, no Distrito Federal esta função cabe 
à Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (ADASA), em Minas 
Gerais ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), na Bahia ao Instituto do Meio 
Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) e em Pernambuco à Agência Pernambucana 
de Águas e Clima (APAC). Nos estados de Alagoas, Sergipe e Goiás não estão 
estabelecidos órgãos específicos para a gestão dos recursos hídricos, o que leva a 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 7 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
administração direta (a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, no caso de 
Alagoas e Sergipe, e a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, 
Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos, no caso de Goiás) a acumular 
funções como órgãos gestores de recursos hídricos. 
Encontram-se em funcionamento dois comitês de bacia nos rios de domínio da União:o da bacia hidrográfica do rio São Francisco e o da bacia hidrográfica do rio Verde 
Grande. Na área da bacia do rio São Francisco, Minas Gerais possui 10 comitês 
estaduais em funcionamento, a Bahia seis, Goiás, Pernambuco, Alagoas e Distrito 
Federal um comitê. Sergipe não tem comitês na bacia. 
À época da aprovação do PRH-SF 2004-2013 (ANA/GEF/PNUMA/OEA, 2004), os 
Estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Minas Gerais e o Distrito Federal tinham suas 
formulações de políticas em Secretarias de Estados do Meio Ambiente e Recursos 
Hídricos. No estado de Pernambuco, o tema recursos hídricos estava na Secretaria de 
Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, enquanto, em Sergipe, pertencia à Secretaria 
do Planejamento e da Ciência e Tecnologia. 
Quanto aos órgãos gestores, o Distrito Federal recorria a uma Subsecretaria de 
Recursos Hídricos; Minas Gerais, ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas; enquanto 
os demais Estados - Bahia, Goiás e Sergipe -, recorriam às suas Superintendências 
de Recursos Hídricos. Alagoas e Pernambuco não dispunham de órgãos gestores, 
sendo as próprias Secretarias implementadoras e executoras das políticas de 
Recursos Hídricos. 
Existiam então os mesmos dois comitês de bacia nos rios de domínio da União. O 
Estado de Minas Gerais possuía já o maior número de Comitês de Bacia Hidrográfica 
em rios de seu domínio: dos rios Pará, Paracatu, Paraopeba, das Velhas, dos 
Afluentes Mineiros do Alto São Francisco, do Entorno do Reservatório de Três Marias 
e dos rios Jequitaí e Pacuí. Na Bahia, existia uma Associação dos Usuários dos 
Recursos Hídricos do Rio Salitre (se constituído para se transformar no primeiro 
Comitê de rio de domínio do Estado). Em Pernambuco, existiam dois Comitês de 
Bacia Hidrográfica instalados, dos rios Pajeú e Moxotó. Nos estados de Alagoas, 
Goiás, Sergipe e no Distrito Federal, não existiam Comitês instalados. 
 
 
 
8 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Não tinha ainda sido criada uma agência de apoio à gestão da bacia hidrográfica para 
subsidiar o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, tendo esta 
necessidade sido identificada no PRH-SF 2004-2013. 
 
B. ATUAÇÃO E PROGRAMAS RELEVANTES PARA A BHSF 
Na presente seção apresentam-se as esferas de competência das seguintes 
entidades: 
 Agência Nacional de Águas (ANA) 
 Secretaria dos Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) 
 Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) 
 Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SIH) 
 Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) 
 Secretarias e Órgãos Estaduais Gestores de Recursos Hídricos 
Referem-se também os programas com maior relevância para a bacia hidrográfica sob 
alçada de cada uma dessas entidades. 
 
ÂMBITO FEDERAL 
Agência Nacional de Águas (ANA) 
Além de outros inúmeros méritos da ANA, por óbvio que cabe um grande destaque 
para o próprio Plano Decenal da Bacia do Rio São Francisco – 2004-2013, em 
plena atualização pelo presente trabalho em pauta, inclusive mediante este RP5. 
Mais especificamente a respeito deste Plano Decenal, é importante lembrar que foi 
elaborado sob uma ótica mais estratégica, para que objetivos e metas quali-
quantitativas de recursos hídricos, em determinados pontos da região, chegassem a 
ser objetos de acordos entre os estados que possuem porções de seus territórios 
componentes da BHSF. 
Isto significa que este Plano Decenal apresenta certas condições de articular-se com 
a iniciativa da ANA voltada ao Pacto Nacional das Águas, ou seja, para que acordos 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 9 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
entre os estados federativos da BHSF venham a ser firmados, para tanto, com 
debates e decisões nos contextos do próprio CBHSF e, também, do CNRH. 
Além de seus bons mecanismos de gestão – a exemplo do Cadastro Nacional de 
Recursos Hídricos (CNARH) e do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos 
Hídricos (SNIRH), que podem ser mais abordados pelos órgãos estaduais gestores, 
para que avancem na consistência e coerência entre seus dados e informações –, 
dentre outros programas da ANA para o caso da BHSF, cabe destacar: 
- Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas (PRODES), já inserido no 
contexto da estrutura do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), com uma 
concepção inovadora que oferece estímulo na forma de pagamento pelos 
resultados alcançados com o tratamento de esgoto, a Prestadores de Serviço de 
Saneamento que investirem na implantação e operação de Estações de Tratamento 
de Esgotos (ETEs), desde que cumpridos os indicadores e as condições previstas 
em contrato. Este programa pode ser visto como frente de trabalho para 
concessionários de saneamento, na escala dos principais municípios da BHSF com 
áreas-problema de poluição. 
- Programa Produtor de Água, que poderá ser mais expandido em diversas áreas 
do país, concebido como um programa de adesão voluntária, que prevê o apoio 
técnico e financeiro à execução de ações de conservação da água e do solo, e o 
pagamento de incentivos financeiros aos produtores rurais que comprovadamente 
contribuem para a proteção e recuperação de mananciais, gerando benefícios para 
certas bacias e suas respectivas populações. A concessão dos incentivos ocorre 
somente após a implantação, parcial ou total, das ações e práticas ambientalmente 
conservacionistas, previamente contratadas. 
- Programa de Conservação de Bacias Hidrográficas (PROBACIAS), concebido 
para abordar problemas decorrentes de desequilíbrios entre a oferta e demanda de 
recursos hídricos, seja em termos de quantidade e/ou de qualidade, a serem 
adequados aos diversos tipos de usos. O programa tem como principal objetivo 
viabilizar a implantação de um sistema de gestão, criando condições para uma 
efetiva aplicação dos instrumentos de gestão das águas e promover a recuperação 
e a conservação de bacias hidrográficas, identificadas como frentes de trabalho. 
 
 
 
10 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Tangencialmente, o PROBACIAS também busca contribuir para a consolidação e 
aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e do Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), interagindo fortemente com a 
questão ambiental nas políticas públicas e beneficiando os usuários de recursos 
hídricos e as populações que deles dependem. 
- Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA), que tem 
como meta geral oferecer conhecimento sobre a qualidade das águas superficiais, 
de forma a subsidiar os tomadores de decisão (ministérios, agências, órgãos 
gestores de recursos hídricos e de meio ambiente) na definição de políticas 
públicas para a recuperação da qualidade das águas, contribuindo para a gestão 
sustentável dos recursos hídricos. Sobretudo, trata da instalação de uma rede de 
monitoramento de indicadores relacionados à qualidade das águas, portanto, 
podendo ser considerado como uma resposta a um dos objetivos do PRH-SF. 
- Agenda Nacional de Águas Subterrâneas, implantada pela ANA desde 2007, 
cujo foco central é fortalecer a gestão integrada entre as águas subterrâneas e 
superficiais, sobretudo para dotar os órgãos estaduais gestores de recursos 
hídricos de mais conhecimento hidrogeológico, técnico-gerencial e de capacitação 
específica em águas subterrâneas, de forma que possam desempenhar 
adequadamente a gestão sistêmica e integrada dos recursos hídricos.- Programa de Desenvolvimento do Setor Água (INTERÁGUAS), com uma 
particular atenção a ser conferida para este programa, que foi concebido e está 
em implementação mediante um Acordo de Empréstimo celebrado com o Banco 
Mundial, cabem destaques para ações institucionais de avanços em sistemas de 
gestão, portanto, com muita proximidade com o objetivo do presente RP5. 
Assim, este programa busca uma melhor articulação e coordenação de ações 
relacionadas aos usos múltiplos das águas e de serviços associados, portanto, 
criando um ambiente integrador. 
Enfim, o INTERÁGUAS procura fortalecer iniciativas de articulações 
intersetoriais, na busca de uma melhor coordenação e implementação de ações 
que tenham os recursos hídricos como o principal elemento. Neste contexto, 
espera-se uma maior atuação voltada para áreas críticas e com certas 
fragilidades de gestão hídrica, nas quais ações sejam identificadas como 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 11 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
necessárias, para alavancar o capital institucional. Sendo assim, entende-se que 
este programa pode conferir uma boa prioridade para a própria BHSF. 
Já no que concerne à estratégia que foi traçada para o INTERÁGUAS, percebe-
se uma grande convergência com a proposta efetuada para o Plano Nacional de 
Recursos Hídricos (PNRH), convergência esta expressa pelo Arranjo 
Institucional do Programa. Com efeito, o entendimento comum é de que a gestão 
de recursos hídricos deve ser transversal aos setores usuários, portanto, com 
diversas ações previstas sob a responsabilidade executiva de outros ministérios 
e das respectivas entidades a eles vinculadas. 
Além desses programas, que podem responder a objetivos, metas e interesses do 
PRH-SF, cabe considerar a atual forma de atuação da ANA. A propósito, cumpre 
reconhecer que este órgão gestor federal encontra-se, sem dúvidas, muito mais 
avançado do que qualquer órgão estadual, tanto pelo seu orçamento assegurado, 
quanto pelo seu quadro de funcionários, muitos com um elevado grau de qualificação. 
Enfim, por certo que a reconhecida estagnação de muitos dos órgãos estaduais 
gestores de recursos hídricos apresenta rebatimentos no contexto do SINGREH, que 
poderia seguir com avanços mais expressivos, caso os estados sublinhassem a 
gestão dos recursos hídricos como metas de governo e empreendessem planos de 
bacias para uma efetiva execução, notadamente no caso da BHSF e de muitos de 
seus afluentes. 
 
Secretaria dos Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), vinculada ao 
Ministério do Meio Ambiente (MMA) 
Tendo em vista os objetivos e metas do PRH-SF, no contexto da SRHU/MMA deve ser 
considerado, especialmente, o seguinte programa: 
- Programa Água Doce, que vem sendo empreendido em parceria com diversas 
instituições federais, estaduais, municipais e da sociedade civil. Visa estabelecer 
uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo 
humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, 
incorporando cuidados ambientais e sociais na gestão de sistemas de 
 
 
 
12 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
dessalinização. Busca atender, prioritariamente, localidades rurais difusas do 
semiárido brasileiro. 
O Programa foi formulado já em 2003, de forma participativa, com a contribuição de 
diversas entidades que tratam do tema, tanto a nível federal, como estadual. Até o 
momento vem beneficiando milhares de pessoas, em dezenas de comunidades 
distribuídas pelo semiárido, garantindo o acesso à água potável a seus moradores. 
Além disso, o programa já capacitou muitos trabalhadores, entre técnicos estaduais 
e operadores/gestores dos sistemas de dessalinização. 
Por fim, de forma bem resumida, anotou-se que suas ações são iniciadas a partir 
dos municípios mais críticos que foram identificados em cada estado e nas áreas 
mais suscetíveis ao processo de desertificação. 
 
Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), vinculada ao Ministério da 
Integração Nacional (MI) 
A SDR/MI é a entidade responsável pelo Programa Água para Todos, cujo perfil 
apresenta convergência com alguns dos objetivos e interesses do PRH-SF, 
notadamente na porção semiárida da Bacia do Rio São Francisco, onde se localizam 
moradores e comunidades rurais dispersas, com problemas de acesso à água, 
sobretudo em períodos de baixa pluviometria. Sendo assim, segue um Box que 
sintetiza o perfil deste Programa Água para Todos. 
Box – Perfil do Programa Água para Todos 
O Ministério da Integração Nacional (MI), conforme disposto pela Lei Federal nº 10.683, de 
28 de maio de 2003, tem a sua atual estrutura regimental estabelecida pelo Decreto nº 7.472, 
de 04 de maio de 2011, que definiu as competências da instituição, com destaque para a 
formulação e condução de uma Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). 
Inserido neste contexto e sob a responsabilidade executiva da Secretaria de 
Desenvolvimento Regional do MI, o Programa Água para Todos se encontra articulado ao 
Plano Brasil sem Miséria, uma das principais prioridades conferidas pelo Governo Federal. 
Este Programa tem como objetivo universalizar o acesso ao uso de água para populações 
carentes e de extrema pobreza, em habitats isolados ou em pequenas comunidades 
dispersas, não atendidas adequadamente por esse serviço público essencial, com 
abastecimentos deficitários ou difusos, em muitas das áreas do país, notadamente na zona 
rural do semiárido brasileiro, definida como prioritária. 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 13 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
 
No Programa em tela são as seguintes intervenções e equipamentos previstos como 
prioritários ao semiárido brasileiro: 
a) a instalação de cisternas de consumo; 
b) cisternas de produção; 
c) sistemas de pequeno porte para abastecimento de água ou extensão de sistemas 
existentes, de médio ou grande porte; 
d) kits de irrigação; e, 
e) pequenas barragens de água pluvial e/ou fluvial. 
Como meta inicial, havia a intenção de serem construídas cerca de 750 mil cisternas pelo 
Programa, sendo de competência do MI perto de 300 mil cisternas de consumo e 6 mil 
sistemas de pequeno porte para o abastecimento de água e consumo humano. Em relação à 
produção agropecuária, a intenção era de implantar 20 mil cisternas de produção, 20 mil 
pequenos sistemas de irrigação e 3 mil barragens de água pluvial. 
Com isto posto, percebe-se que certos objetivos e metas do PRH-SF poderão ser 
alcançados mediante este Programa Água para Todos. Mesmo assim, segundo 
avaliações de peritos contratados, cabe anotar que este Programa não deve se limitar 
a abordagens pontuais e dispersas, uma vez que, mesmo no semiárido brasileiro, há 
indicadores a considerar para que a atual ocupação territorial venha a ser 
progressivamente alterada, tendo em vista um desenvolvimento regional mais 
consistente, além da adequação indispensável à sustentabilidade ambiental e do 
aproveitamento de iniciativas e empreendimentos dos demais setores usuários de 
recursos hídricos. 
 
Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SIH), vinculada ao Ministério da Integração 
Nacional (MI) 
Em acréscimo, neste Ministério da Integração Nacional (MI) também ocorrem ações 
de interesse do PRH-SF na Secretaria de Infraestrutura Hídrica, tal como no 
Programa descrito a seguir, de forma sintética: 
- Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas (PRBH), tendo comoobjetivo revitalizar as principais bacias nacionais em situação de vulnerabilidade 
 
 
 
14 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
ambiental, visando sua recuperação, conservação e preservação. No presente, este 
PRBH já abrange a BHSF, além das bacias do Paraíba do Sul e do Rio Tocantins-
Araguaia, além do Programa Pantanal (Bacia do Alto Paraguai). 
Especificamente no caso da BHSF, o programa trata do manejo integrado das sub-
bacias dos rios Carinhanha, Corrente e Grande. As ações que vêm sendo 
desenvolvidas visam proteger as nascentes, a recuperação das matas ciliares 
mediante a recomposição da vegetação, quando for o caso, por meio de plantio de 
mudas de espécies nativas, juntamente com a implantação de práticas de 
conservação do solo e da água. 
Estima-se que serão implantados 342 km de cercas, 736 hectares (ha) de 
recomposição da vegetação da mata ciliar e 17 ha de estabilização de voçorós, que 
é uma erosão hídrica com formação de grandes buracos e desmoronamento 
causado pela participação ativa da água subterrânea. Além disso, devem ser 
implantados 350 km de terraços, 1.105 barraginhas e 617 murundus (pequenas 
elevações do terreno), que diminuem a velocidade do fluxo de água. 
Ademais, entidades relevantes para a área de recursos hídricos, como a CODEVASF 
e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), que atuam na 
construção e, também, na operação e manutenção (O&M) de infraestruturas hídricas, 
tendem a ser articuladas com os mencionados objetivos e metas do Programa de 
Revitalização de Bacias Hidrográficas (PRBH). 
De fato, muitas das ações e intervenções voltadas à revitalização de bacias ficam sob 
a responsabilidade dessas entidades mencionadas, ambas de cunho mais executivo e 
com atuações que se espraiam sobre o semiárido brasileiro. Ambas serão abordadas 
na sequência. 
 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 15 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), vinculado ao 
Ministério da Integração Nacional 
O DNOCS é um órgão que completou 100 anos em 2009, portanto, se constituindo na 
mais antiga instituição federal, com atuação no Nordeste brasileiro. Foi criado sob o 
nome de Inspetoria de Obras Contra as Secas, através do Decreto nº 7.619, de 
21/10/1909, para estudar a problemática do semiárido nordestino. Em 1919, pelo 
Decreto nº 13.687, teve seu nome alterado para Inspetoria Federal de Obras Contra 
as Secas. Somente em 1945, através do Decreto-Lei nº 8.846, de 28/12/1945 teve a 
sua atual denominação, como Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. 
Passou à condição de uma autarquia federal, preservando o nome DNOCS através 
da Lei nº 4.229 de 01/06/1963. Ademais, sofreu sucessivas adaptações 
organizacionais, sendo que a última foi editada pelo Decreto nº 4.650 de 27/03/2003, 
que aprovou a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo de Cargos em 
Comissão e das Funções Gratificadas do DNOCS. Já em 2007 foi aprovado pelo 
Ministério da Integração o seu novo Regimento Interno, através da Portaria nº 48, de 
11/01/2007, o qual segue em plena vigência. 
O DNOCS tem a sua atuação na região abrangida pelos Estados do Piauí, Ceará, Rio 
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e em zonas dos 
Estados de Minas Gerais e do Maranhão, situadas no chamado “Polígono das 
Secas”, que ocupa parte das bacias hidrográficas dos rios Parnaíba e Jequitinhonha, 
respectivamente nos estados do Maranhão e de Minas Gerais. 
Dentre outras, o DNOCS tem como competências e áreas de atuação: 
 contribuir para a implementação dos objetivos da Política Nacional de Recursos 
Hídricos, definidos pela Lei Nacional nº 9.433/97 e legislações subsequentes; 
 contribuir para a elaboração de Planos Regionais de Recursos Hídricos, em ações 
conjuntas com outras entidades federais e com os governos estaduais, em suas 
áreas de atuação; 
 elaborar projetos de engenharia e executar obras públicas de captação, 
acumulação, distribuição, proteção e utilização de recursos hídricos, em 
conformidade com a Política e o SINGREH; 
 
 
 
16 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
 contribuir para a implementação e a operação, sob sua responsabilidade ou 
conjuntamente com outros órgãos, com vistas à melhor distribuição das 
disponibilidades hídricas regionais; 
 implantar e apoiar a execução dos planos e projetos de irrigação e, em geral, de 
valorização de áreas agricultáveis não-irrigáveis, que tenham por finalidade 
contribuir para a sustentabilidade do semiárido; 
 colaborar na realização de estudos de avaliação permanente da oferta hídrica e 
da estocagem nos seus reservatórios, visando procedimentos operacionais e 
emergenciais de controle de cheias e preservação da qualidade da água; 
 colaborar na preparação dos planos regionais de operação, manutenção e 
segurança de obras hidráulicas, incluindo atividades de manutenção preventiva e 
corretiva, análise e avaliação de riscos e planos de ação emergencial em casos 
de acidentes; 
 promover ações no sentido da regeneração de ecossistemas hídricos e de áreas 
degradadas, com vistas à correção dos impactos ambientais decorrentes da 
implantação de suas obras, podendo celebrar convênios e contratos para a 
realização dessas ações; 
 desenvolver e apoiar as atividades voltadas para a organização e capacitação 
administrativa das comunidades usuárias dos projetos de irrigação, visando a sua 
emancipação; 
 promover, na forma da legislação em vigor, a desapropriação de terras destinadas 
à implantação de projetos e proceder a concessão ou a alienação das glebas em 
que forem divididas; 
 cooperar com outros órgãos públicos, estados, municípios e instituições oficiais de 
crédito, em projetos e obras que envolvam desenvolvimento e aproveitamento de 
recursos hídricos; 
 colaborar na concepção, instalação, manutenção e operação da rede de estações 
hidrológicas e na promoção do estudo sistemático das bacias hidrográficas, de 
modo a integrar o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos; 
 promover estudos, pesquisas e difusão de tecnologias destinadas ao 
desenvolvimento sustentável da aquicultura e atividades afins; 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 17 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
 cooperar com outros organismos públicos no planejamento e na execução de 
programas permanentes ou temporários, com vistas a prevenir e atenuar os 
efeitos das adversidades climáticas; 
 realizar operações de crédito e financiamento, internas e externas, na forma da 
legislação e de decretos vigentes; 
 cooperar com os órgãos públicos especializados na colonização de áreas que 
possam absorver os excedentes demográficos, inclusive, em terras situadas em 
áreas nas bacias dos açudes públicos; e, 
 mediante convênios, transferir conhecimentos tecnológicos nas áreas de recursos 
hídricos e da aquicultura, para as instituições de ensino situadas em sua área de 
atuação. 
Em acréscimo, atualmente o DNOCS também funciona como um órgão transferidor de 
recursos financeiros para a execução de obras hídricas, especificamente para a 
construção de barragens. Como um exemplo a respeito, os recursos aplicados na 
construção da Barragem Petrônio Portela foram oriundos do DNOCS. 
Enfim, com tais áreas de competência e de atuação emostrando-se de forma muito 
similar à CODEVAF, também o DNOCS se mostra como muito relevante como uma 
entidade executiva, inclusive podendo assumir certos encargos mais próximos de 
agências de bacias locais de afluentes do Rio São Francisco, para que ocorra uma 
efetiva implantação de planos de recursos hídricos. Dizendo em outras palavras, trata-
se de mais uma alternativa para avanços no sistema de gestão. 
 
ÂMBITO ESTADUAL 
Secretarias e Órgãos Estaduais Gestores de Recursos Hídricos 
Mesmo que a maioria dos órgãos estaduais gestores de recursos hídricos não 
apresente a mesma capacidade e competência e, também, programas e projetos 
similares aos que já foram descritos no caso da ANA, tendo em vista as suas 
proximidades junto a áreas-problema da BHSF, tornam-se relevantes como atores 
estratégicos e fundamentais, para que ocorram avanços na gestão hídrica da BHSF, 
levando em consideração o Princípio da Subsidiariedade. 
 
 
 
18 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
De fato, além de terem domínios sobre águas subterrâneas, certos açudes e 
reservatórios e diversos rios estaduais – muitos deles como afluentes relevantes do 
Rio São Francisco –, seus encargos de gestão demandam a disponibilidade de dados 
e informações, neste caso, com a possibilidade de serem cruzados e avaliados em 
termos de coerências com o Cadastro (CNARH) e o Sistema Nacional de Informações 
sobre Recursos Hídricos (SNIRH). 
Seguindo a respeito, cabe lembrar a intenção de que sejam efetuados acordos entre 
os estados da BHSF, sobretudo, para que venham a ser definidos volumes de água – 
em termos de quantidade e de qualidade – a serem entregues a jusante, via um Pacto 
das Águas, para o qual a presença das secretarias e dos seus correspondentes 
órgãos estaduais será fundamental. 
Em acréscimo, estes órgãos estaduais devem assumir muitos dos encargos 
relacionados ao monitoramento e fiscalização, assim como a relevante emissão de 
outorgas, para que os usuários de recursos hídricos que ainda não estejam 
regularizados passem a ser identificados, por consequência, com avanços na gestão 
de usos múltiplos da água, especialmente em áreas onde há conflitos decorrentes de 
mais demandas do que disponibilidades hídricas, ainda que em certos períodos 
sazonais ou anuais de escassez. 
Mesmo considerando todas as secretarias dos seis estados e do Distrito Feral, com 
seus respectivos órgãos gestores de recursos hídricos, ao levar em consideração a 
dimensão territorial junto à BHSF e suas consistências institucionais, surgem mais 
destaques para o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), de Minas Gerais, e 
para o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), da Bahia. 
Para o caso do IGAM/MG, mesmo sem estar institucionalmente agregado com a 
Fundação do Meio Ambiente (FEAM), sabe-se que há um processo unificado entre a 
emissão de outorgas e de licenciamentos ambientais, portanto, com mais segurança 
no sentido de que tais instrumentos se mostrem mutuamente coerentes. Já na Bahia, 
o INEMA abrange ambos os campos, por consequência, com o atual Sistema Estadual 
de Informações Ambientais (SEIA) passando a ser uma ferramenta unificada. 
Agora, para finalizar esta breve descrição a respeito dos destaques das secretarias de 
MG e da BA e de seus correspondentes órgãos gestores de recursos hídricos, cumpre 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 19 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
sublinhar que, em ambos, há fundos financeiros e programas executivos, com um 
elevado destaque para os seus respectivos Planos Estaduais de Recursos Hídricos e 
de muitas das bacias de afluentes do Rio SF, os quais, por óbvio, podem e devem ser 
considerados como frentes para que certas metas e objetivos do PRH-SF possam ser 
de fato cumpridos. 
 
7.2.3. Órgãos e instituições federais e estaduais setoriais 
SANEAMENTO 
ÂMBITO FEDERAL 
No tocante ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos 
sólidos urbanos, cabe ao Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional 
de Saneamento Ambiental, o atendimento a municípios com população superior a 50 
mil habitantes ou integrantes de Regiões Metropolitanas, Regiões Integradas de 
Desenvolvimento ou participantes de Consórcios Públicos afins. Para os municípios de 
menor porte, com população inferior a 50 mil habitantes, a SNSA só atua por meio de 
financiamento com recursos onerosos para as modalidades de abastecimento de água 
e esgotamento sanitário. 
A respeito das ações da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, com 
possíveis execuções de objetivos e metas do PRH-SF, cabe registrar: 
- Programa Saneamento para Todos, sucessor do Programa Pró-Saneamento, 
concebido como financiamento oneroso a estados, municípios e concessionárias 
estaduais e municipais, para a implantação e melhoria de iniciativas de 
saneamento. 
- Programa de Serviços Urbanos de Água e Esgoto, anteriormente denominado 
Saneamento Ambiental Urbano, com o objetivo de proporcionar a elaboração de 
estudos e projetos, equipamentos, a implantação, a ampliação e/ou a melhoria dos 
sistemas de abastecimento de água, envolvendo atividades de captação, elevação, 
adução, tratamento, reservação, distribuição, ligações domiciliares e sistemas 
simplificados em municípios, com população superior a 50.000 habitantes. 
 
 
 
20 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Para os municípios com população de até 50 mil habitantes, o atendimento com 
recursos não onerosos, é realizado pelo Ministério da Saúde, por meio da Fundação 
Nacional de Saúde – Funasa, órgão executivo responsável por promover inclusão 
social, por meio de ações de saneamento no país, atuando com base em indicadores 
sanitários, epidemiológicos, ambientais e sociais. Para tanto, presta apoio técnico e/ou 
financeiro no combate, controle e redução da mortalidade infantil e da incidência de 
doenças com veiculação hídrica ou doenças causadas pela falta de saneamento 
básico e ambiental. 
A FUNASA teve, a partir de sua reestruturação realizada em 2003, uma ampliação de 
suas atividades sobre a cobertura de serviços de saneamento básico, em todas as 
regiões do país, que passaram a incluir, também, a proteção da saúde indígena e de 
um saneamento ambiental integrado, portanto, envolvendo certas áreas da BHSF. 
Quanto à suas funções relacionadas aos recursos hídricos, cabe registrar que a 
atuação da FUNASA é feita através da implementação do Programa de Saneamento 
para Promoção da Saúde. Neste caso, interfere na gestão das águas mediante a 
regulamentação de normas legais sobre águas potáveis a serem consumidas, 
sobretudo, quando há a ocorrência de doenças de veiculação hídrica. Em termos 
executivos, também trabalha com a perfuração de poços e, em alguns sistemas 
municipais por ela operados, pela construção e ampliação de redes de abastecimento 
de água e de coleta e tratamento de esgotos sanitários. Em suma, para algumas das 
pequenas cidades da BHSF, podem ser consideradas certas contribuições e 
intervenções, a serem empreendidas pela FUNASA. 
Em acréscimo, entende-se que, sob uma visão socioambiental mais ampla, a 
FUNASA também aborda melhorias sanitárias domiciliares, implantação ou melhora 
dos sistemas de tratamento e da destinação final de resíduos sólidos, que afetam o 
controle da qualidade das águas. 
Por fim, sob a sua responsabilidade orçamentária, há incentivos fiscais e financeiros,chegando-se, até, a financiamentos de alguns projetos de pesquisas sobre a 
engenharia de saúde e saneamento. 
 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 21 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
ÂMBITO ESTADUAL 
Dentre atores relevantes relacionados aos recursos hídricos, inclusive no que tange a 
execução de obras para infraestruturas relacionadas ao abastecimento de água, coleta 
e tratamento de esgotos, por óbvio que concessionárias de água e de saneamento 
– sejam dos estados ou de certos municípios – devem ser bastante consideradas, até 
devido ao fato de que recebem tarifas pela prestação de seus serviços, quer seja para 
sustentar os serviços já em prestação, como também para as necessárias ampliações 
das infraestruturas existentes. 
A respeito de interesses mais próprios ao PRH-SF, na medida em que se inserem 
dentre os usuários mais relevantes, a serem devidamente outorgados e, sempre que 
possível, cobrados pelo uso da água e pelo lançamento de efluentes, as 
concessionárias de água e de saneamento sempre devem estar presentes junto a 
comitês de bacias e no CBHSF, para participarem de debates e decisões a respeito de 
negociações entre os múltiplos usos da água. Ou seja, são relevantes para a gestão 
de recursos hídricos e, também, para questões ambientais e socioeconômicas. 
Com efeito, mesmo com o abastecimento de água já chegando a bons percentuais em 
muitos dos estados do Brasil, sabe-se que a coleta e o tratamento de esgotos ainda é 
um tanto precária, por consequência, com vários problemas sobre a qualidade das 
águas, tal como consta no diagnóstico que foi elaborado e atualizado. 
Por fim, agora no que concerne a encargos mais executivos de certos programas e 
projetos do PRH-SF, sabe-se que as concessionárias estaduais apresentam muitas 
unidades regionais, portanto, com sedes em muitas áreas da BHSF, a serem 
consideradas para que este Plano venha a ser efetivamente implementado. Como um 
mero exemplo a respeito, a EMBASA tem 13 unidades regionais no interior da Bahia, a 
serem consideradas no caso de áreas prioritárias, como também serão certas 
concessionárias municipais. 
No estado de Minas Gerais, a formulação e a coordenação dos planos e programas 
de saneamento básico e ambiental estão a cargo da Secretaria de Estado de 
Desenvolvimento Regional de Política Urbana (SEDRU). Na área de saneamento, 
integram a estrutura da SEDRU, por vinculação, a Agência Reguladora de Serviços de 
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais, e a 
 
 
 
22 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), empresa pública 
responsável pela prestação de serviços públicos de abastecimento de água e 
esgotamento sanitário. 
Na Bahia, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano – SEDUR tem por finalidade 
formular e executar a política estadual de saneamento básico. Dentro da SEDUR, a 
SAN – Superintendência de Saneamento – é responsável pela condução da política 
estadual de saneamento básico, compreendendo sua formulação, execução, 
acompanhamento e avaliação de forma integrada e articulada com outros órgãos e 
entidades com atuação no setor de saneamento. A Empresa Baiana de Águas e 
Saneamento S.A. (EMBASA), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano, opera 
no atendimento urbano e rural de abastecimento de água e esgotamento sanitário. 
Referência ainda para a Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos 
(CERB), vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, tendo como missão garantir a 
oferta de água para melhoria da qualidade de vida e um desenvolvimento sustentável, 
com ênfase no saneamento rural. Trata-se, portanto, de uma empresa relevante para 
boa parte do contexto regional do Médio e do Médio-Baixo São Francisco. 
A CERB já vem atuando em todo o território baiano, especialmente no interior rural, no 
presente, chegando a operar interligações que se mostrem como necessárias entre 
sistemas de açudes e adutoras, além das devidas operações e manutenções de tais 
infraestruturas e serviços. 
A CERB também é responsável pela execução de programas, projetos e ações para 
aproveitamento dos recursos hídricos, com ênfase na zona rural da Bahia, 
especialmente para populações carentes do semiárido, no que se refere à perfuração 
de poços tubulares profundos, construção de sistemas integrados (convencionais ou 
simplificados) para abastecimento de água, além de outros serviços que sejam 
demandados. 
Para exercer tais atividades, a CERB conta com uma boa equipe especializada, em 
sua maioria formada por engenheiros, geólogos e técnicos capacitados para a 
elaboração e execução de projetos. Esta sua equipe está distribuída entre a sede em 
Salvador e mais 11 núcleos regionais. 
 
 
 
Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 23 
Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Voltando a interesses mais próximos ao PRH-SF, as principais atividades da CERB 
incluem: perfuração de poços; construção, operação e manutenção de barragens; 
construção de sistemas de esgotamento sanitário; e, construção e ampliação de 
sistemas de abastecimento de água. Para tanto, seus principais programas, a serem 
considerados pelo Plano em pauta, são os seguintes: 
- Programa Água Para Todos, vinculado ao MI, já anteriormente descrito; 
- Programa da Revitalização do Rio São Francisco, também já descrito como uma 
iniciativa importante do MI, empreendida pela CODEVASF; 
- Programa Água nas Escolas, com recursos do PAC empreendidos pela FUNASA; 
e, 
- Programa Quilombola, igualmente contando com recursos do PAC, dispostos pela 
FUNASA. 
No contexto de tais programas, as principais obras que se encontram em execução 
contemplam sistemas de abastecimento de água em Barreiras, Palmares (Itapetinga), 
Paratinga, Igaporã, Buritirama, Cocão, Boa Nova, Jenipapo e Jaguarari, e em 
Jacobina, além de obras de Águas do Sertão. 
Por fim, é importante ressaltar que a chamada Política Ambiental da CERB deve 
contemplar todas as atividades da empresa, incluindo fiscalização, projetos, execução, 
operação, manutenção e monitoramento de: barragens; sistemas simplificados de 
abastecimento de água; sistemas de adução; tratamento e distribuição de água 
potável a partir de mananciais superficiais e subterrâneos; perfuração de poços; 
sistema de esgotamento sanitário; e, a instalação de equipamentos de bombeios, 
movidos com energia renovável. 
Trata-se, portanto, de uma empresa de economia mista com amplo espaço de 
atuação, inclusive com elevada aproximação com objetivos e metas do PRH-SF. 
Em Pernambuco, os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são 
desempenhados pela Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), 
vinculada ao Governo do Estado de Pernambuco por meio da Secretaria de 
Recursos Hídricos e Energéticos, em Sergipe pela Companhia de Saneamento de 
Sergipe (DESO), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDURB), 
em Alagoas pela CASAL – Companhia de Saneamento de Alagoas, vinculada à 
 
 
 
24 Plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio São Francisco: 
 Arranjo Institucional, Diretrizes e Critérios para Instrumentos de Gestão 
Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), em Goiás pela Saneamento de 
Goiás (SANEAGO) vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, 
Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (SECIMA), e no Distrito 
Federal pela Companhia de Saneamento Ambiental

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