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Professora Taís Carvalho é Mestre em Direito Privado pela UFBA, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, Especialista em Direito Empresarial pela Universidade Politécnica de Madri (Espanha), Bacharel em Direito pela UCSAL e advogada com 12 anos de experiência em advocacia empresarial. Professora de cursos de MBA e Especialização e coordenadora do Curso de Prática em Advocacia Empresarial da OAB. CURSO DE DIREITO DIREITO EMPRESARIAL I AULA 2 1 O NOVO DIREITO EMPRESARIAL 2 TEORIA DA EMPRESA Mas, afinal, o que é a Teoria da Empresa? Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Conceito dinâmico de empresa: Estrutura organizada: não se atém mais ao ato (ato de comércio), mas para a estruturação de bens materiais e imateriais organizados para a realização do objeto de atuação. Esses bens são formados a partir de um capital que se investe na empresa. Atividade profissional: não um ou alguns atos, mas a atividade, isto é, a sucessão contínua de ações para realizar o objeto (sua meta, o motivo pelo qual se constitui a empresa). Patrimônio especificado: os bens materiais e imateriais organizados para a realização do objeto e a atividade com eles realizada, são específicos da empresa. 3 TEORIA DA EMPRESA Finalidade lucrativa: a atividade realizada com a estrutura organizada de bens visa a obter lucro, que é a remuneração pelo capital investido. Identidade social: a empresa tem uma autonomia e existência socialmente reconhecida. Empresa não se confunde com empresário, nem como o estabelecimento. O empresário é o sujeito (quem pratica a atividade) e o estabelecimento (patrimônio especificado e organizado para o exercício da atividade negocial). A empresa não possui personalidade jurídica, é um ente. É um bem coletivo apropriável, incluindo bens, contratos e aspectos intangíveis, a exemplo de uma história, cultura interna, rotinas, relacionamento com a comunidade, imagem e nome etc. 4 TEORIA DA EMPRESA 5 O NOVO DIREITO EMPRESARIAL 6 TEORIA DA EMPRESA Teoria dos 4 Perfis de Alberto Asquini Diversidade de perfis: “empresa é um fenômeno jurídico poliédrico, o qual tem sob o aspecto jurídico não um, mas diversos perfis em relação aos diversos elementos que ali concorrem”. Perfil subjetivo: identifica-se com o empresário, quem exercita profissionalmente atividade econômica organizada...” Perfil funcional: atividade empresarial, conjunto de atos tendentes a organizar os fatores de produção para a distribuição ou produção de bens ou serviços. Perfil objetivo ou patrimonial: conjunto de bens destinados ao exercício da atividade empresarial, um patrimônio afetado a uma finalidade específica. Perfil corporativo: instituição que reúne o empresário e seus colaboradores, a organização de pessoas. 7 DIVISÃO DO DIREITO EMPRESARIAL Teoria Geral do Direito Empresarial: estudo dos conceitos básicos de empresa, empresário, estabelecimento e todos os seus elementos. Direito Societário: estudo dos diversos tipos de sociedades. Direito Cambiário: estudo dos títulos de créditos. Contratos Empresariais: estudo dos contratos interempresariais e os voltados às atividades empresariais. Direito Falimentar: estudo da falência e dos meios de recuperação empresarial, além das intervenções e liquidações extrajudiciais. 8 FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL LEI Constituição Federal Código Civil: Livro II – Do Direito de Empresa (arts. 966 a 1.195) Lei das S/A: Lei nº 6.404/1976 Código Comercial: Lei nº 556/1850 Lei de Registro: Lei nº 8.934/1994 e sua regulamentação (Decreto nº 1.800/1996) Lei de Falências: Lei nº 11.101/2005 Lei Uniforme de Genebra: Decreto nº 57.663/1966 Lei de Propriedade Industrial: Lei nº 9.279/1996 9 FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL COSTUMES Decreto nº 1.800/1996: as juntas comerciais devem fazer os assentamentos dos usos e práticas mercantis. Esses assentamentos podem ser promovidos de ofício, a requerimento da Procuradoria da Junta Comercial, ou, ainda, a requerimento das entidades de classe interessadas (OAB, CRC). Feito o assentamento, aprova dos costumes é mais simples, facilitando sua aplicação pelo Judiciário. Cheque pós-datado, vulgarmente conhecido como pré-datado. O costume, neste caso, descaracterizou o cheque como ordem de pagamento à vista, e o Poder Judiciário não pôde deixar de conhecer deste fenômeno imposto pela grande maioria das pessoas em seus atos de comércio. 10 FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL CC, Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. CC, Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. CC, Art. 569. O locatário é obrigado: II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar. 11 PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL LIVRE INICIATIVA Princípio fundamental do D. Empresarial (CF, art. 170): Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: ... 12 PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL LIVRE CONCORRÊNCIA Embora consagre a liberdade de concorrência, o Estado intervém na economia para equilibrar a competição, através das Agências Reguladoras (ANATEL, ANEEL, ANP, ANVISA) e dos órgãos antitruste (CADE). 13 PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA Embora tenha finalidade imediata de remunerar o capital nela investido (ou seja, gerar lucro), também atende às necessidades da sociedade. A proteção da empresa, não é a mera proteção do empresário, mas a proteção da comunidade, do Estado, dos terceiros que mantêm relação com a empresa e se beneficiam com a produção de riquezas. CASO: Uma incorporadora construiu um empreendimento de 2 torres, com 100 apartamentos e vendeu todas as unidades. Na reta final da obra, detectou-se que parte do terreno onde houve a construção pertencia ao Estado e, por isso, deveria ser desapropriada. Com base no princípio da função social da empresa, conclui-se que deveria prevalecer o interesse social (várias famílias que compraram apartamentos, empregos dos funcionários da obra) e manter a construção. Diante disso, o Estado vendeu o terreno para a incorporadora para que ela pudesse manter as vendas realizadas. 14 PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL PRESERVAÇÃO DA EMPRESA Como corolário do princípio da função social da empresa, o da preservação da empresa significa que a empresa deve ser preservada para que ela cumpra a sua função social. Existe um interesse público na manutenção da atividade da empresa, pois gera empregos, produz riquezas e movimenta a economia. A extinção da empresa gera prejuízos para a sociedade em geral. Ex: Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias. 15 PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL A Lei de Recuperação e Falências foi concebida sob este princípio e consagra a recuperação de empresas. O princípio da preservação da empresa não é absoluto, não se traduz num impedimento de que as atividades sejam encerradas, mas apenas um parâmetro norteador para a verificação da viabilidade de preservar a empresa.CASO: Em alguns estados, o MP pediu o fechamento de casas de bingo porque serviam para lavagem de dinheiro de crime organizado. Seus empresários e empregados argumentavam que isso geraria perda de empregos, mas isso não deve prevalecer sobre o combate ao crime, sob pena de se instaurar o caos social. 16 AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL E NOVO CÓDIGO COMERCIAL PL 1.572/2011 Câmara dos Deputados Yves Gandra Martins e Fábio Ulhoa Coelho. O novo Código Comercial - O Estado de S.Paulo, 10 Abril 2018 | 04h00: "A chamada unificação legislativa do direito das obrigações, feita pelo Código Civil de 2002, foi um grande erro. Não tem sentido se submeterem ao mesmo regime jurídico contratos empresariais e civis, em vista da enorme diferença no grau de complexidade de cada espécie. É necessário corrigir, com urgência, este erro." Modesto Carvalhosa. Irresponsável, Novo Código Comercial representa o atraso. 17 REGISTRO É obrigatória a inscrição antes do início da atividade empresária: Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Natureza jurídica Empresário não registrado tem existência jurídica? O registro tem natureza declaratória e confere regularidade ao empresário para exercer a sua atividade. E se não registrar? Qual o efeito da falta de registro? Ausência de personalidade jurídica Não pode pedir falência e recuperação - falência e recuperação são "benefícios" exclusivos do empresário regular Responsabilidade dos sócios se torna ilimitada Impossibilidade de registro no CNPJ e demais cadastros 18 REGISTRO Finalidades do registro (art. 1º da Lei nº 8.934/94): I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento. Atos de registro (art. 1º da Lei nº 8.934/94): Matrícula e cancelamento - cadastra os profissionais "auxiliares do comércio": leiloeiros, tradutores juramentados, intérpretes, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais. 19 REGISTRO Arquivamento - registro de atos constitutivos, de alteração, dissolução e liquidação dos empresários (individual, EIRELI e sociedades empresárias), das cooperativas*, de consórcios e grupo de sociedade e de empresas estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil, declarações de microempresa, demais documentos de empresa (ex: contrato de trespasse). *Importante: Cooperativas, embora sociedade simples, registra-se na Junta Comercial, por força de lei (CC, art. 982, §único). Autenticação - instrumentos de escrituração contábil do empresário (livros empresariais) e dos agentes auxiliares do comércio. 20 PRAZO PARA REGISTRO Prazo para registro 30 dias: Art. 36. Os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder. CASO: A sociedade limitada ABC LTDA verifica que o edital de licitação na qual deseja participar exige que a licitante tenha o capital mínimo de R$200.000,00 na data de publicação do edital. Atualmente, seu capital social é de R$ 20.000,00. Qual a alternativa jurídica para que a empresa possa participar da licitação? 21 PERDA DO REGISTRO 10 anos de inatividade O empresário e a cooperativa que não procederem a qualquer arquivamento no período de 10 anos, contados da data do último arquivamento, deverão comunicar à Junta Comercial que desejam manter-se em funcionamento, sob pena de serem considerados inativos, promovendo o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção do seu nome empresarial. Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento. § 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial. § 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta ou por edital, para os fins deste artigo. § 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias. § 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição. 22 PERDA DO REGISTRO O cancelamento da empresa inativa não promove automaticamente sua extinção nem libera ônus existentes. Débitos fiscais por permanecer inativa Para evitar o cancelamento, deve-se apresentar: Comunicação de Funcionamento; ou Comunicação de Paralisação Temporária de Atividades. Importante: O PL 6299/2009 da Câmara dos Deputados propõe reduzir o prazo para 5 anos e o 3616/2012 reduzir o prazo (apenas das microempresas) para 3 anos. CASO: "Bom dia, minha mãe emprestou o nome dela para uma pessoa abrir uma firma a mais de 20 anos, só que a pessoa parou suas atividades há 10 anos, apenas fechou as portas, agora minha mãe foi ao INSS para dar entrada na aposentadoria e foi informada que tem que fechar a firma se não se aposenta e agora o que ela faz? Na Receita Federal está devendo quase R$4.000,00 e um monte de multas que a outra pessoa deixou e não vai pagar." 23 REGISTRO DO RURAL E DO PEQUENO EMPRESÁRIO Tratamento favorecido para pequeno empresário Dispensa visto do advogado Registro do MEI: O órgão responsável pelo registro empresarial do MEI é a Secretaria Nacional da Micro Pequena Empresa (SNPE), através do Portal do Microempreendedor Individual Registro facultativo para o empresário rural Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. 24 SINREM - SISTEMA NACIONAL DE REGISTRO DE EMPRESAS MERCANTIS 25 DREI 26 Órgão de fiscalização, coordenação, orientação e normatização Competência: gerenciamento nacional dos serviços de registro de empresas estabelecimento de normas e diretrizes e solução de dúvidas na interpretação das leis – Instruções Normativas controle e apoio técnico e financeiro das Juntas Comerciais organizar o cadastro nacional de empresas mercantis – CNE promover e efetuar estudos, reuniões e publicações sobre assuntos pertinentes ao registro empresarial DREI 27 JUNTAS COMERCIAIS Natureza híbrida – no plano técnico, integram o DREI e compõem a estrutura administrativa dos Estados Competência: arquivamento dos atos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de empresas, cooperativas, consórcios e grupos de sociedade Promover o enquadramento, reenquadramento e desenquadramento como ME e EPP arquivamento dos atos relativos a sociedades estrangeiras autorizadas a funcionar no país autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas e dos agentes auxiliares do comércio emissão de certidões dos documentos arquivados organização do cadastro estadual de empresas mercantis – CEE promoção do assentamento dos usos e práticas mercantis 28 ESTRUTURA DAS JUNTAS COMERCIAIS Presidência – responsável pela administração e representação da Junta; Plenário – órgão deliberativo hierarquicamente superior e composto por, no máximo, 20 e, no mínimo, 8 Vogais*; Turmas– órgão deliberativos compostos pela subdivisão do plenário em diversos grupos formados por 3 Vogais; Secretaria-Geral – executa as tarefas administrativas e os atos de registro; Procuradoria – exerce função de consultoria, de advocacia judicial nos casos em que a Junta figure como parte, e de fiscalização do cumprimento da lei e normativos. 29 PROCESSO DECISÓRIO DAS JUNTAS COMERCIAIS Análise do ato: apenas aspectos formais, é órgão registrador Natureza jurídica declaratória Exigência: Decisão devidamente fundamentada 30 dias para o interessado sanar a pendência e reapresentar o processo Indeferimento Pedido de Reconsideração - pede a revisão de despachos singulares ou de Turmas que formulem exigências; apreciado pela mesma autoridade que prolatou; interposto no mesmo prazo da exigência (30 dias). Recurso ao Plenário - contra decisões definitivas, singulares ou de Turmas, nos pedidos de registro; prazo de 10 dias úteis, contados da publicação da decisão. Recurso ao Ministro do MDIC - última instância administrativa, recurso contra decisões do Plenário que manteve ou reformou decisões singulares ou de Turmas em pedidos de registro; prazo de 10 dias úteis, contados da publicação da decisão. 30 PROCESSO DECISÓRIO DAS JUNTAS COMERCIAIS Anulação da constituição da PJ por defeito no ato: CC, Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Decreto 1.800/96 - Art. 72. A firma mercantil individual ou sociedade mercantil cujo ato tenha sido objeto de decisão de cancelamento do registro providenciará, no prazo de trinta dias, a sua retificação, se o vício for sanável, sob pena de desarquivamento do ato pela Junta Comercial no dia seguinte ao do vencimento do prazo. 31 COMPETÊNCIA PARA JULGAR LITÍGIO ENVOLVENDO JUNTA COMERCIAL Competência da Justiça para julgar litígio envolvendo Junta Comercial: Caso haja discussão sobre a regularidade dos atos e registros da Junta Comercial, onde o órgão estadual exerce função federal delegada, a competência é da justiça federal; porém, caso se somente por via reflexa seja atingido o registro da junta comercial, não há interesse da União, sendo a competência do juízo estadual, ex: discussão sobre nome comercial, idoneidade de documentos usados em alteração contratual ou sobre o direito de preferência de sócio. CONFLITO DE COMPETÊNCIA – JUSTIÇA ESTADUAL E FEDERAL – AÇÃO DE ABSTENÇÃO DE USO DE NOME COMERCIAL – JUNTA COMERCIAL. Se o litígio versa sobre abstenção de uso de nome comercial, apenas por via reflexa será atingido o registro efetuado na Junta Comercial, o que afasta o interesse da União. Portanto, o processo deverá ter curso perante a justiça do estado. Conflito de competência conhecido, para declarar a competência do Juízo da Oitava Vara Cível de Curitiba-PR. (CC 37.386/PR, Rel. Ministro CASTRO FILHO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14.05.2003, DJ 09.06.2003 p. 168) 32 COMPETÊNCIA PARA JULGAR LITÍGIO ENVOLVENDO JUNTAS COMERCIAIS RECURSO ESPECIAL. LITÍGIO ENTRE SÓCIOS. ANULAÇÃO DE REGISTRO PERANTE A JUNTA COMERCIAL. CONTRATO SOCIAL. INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. AÇÃO DE PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. PRECEDENTES DA SEGUNDA SEÇÃO. 1. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça tem decidido pela competência da Justiça Federal, nos processos em que figuram como parte a Junta Comercial do Estado, SOMENTE NOS CASOS EM QUE SE DISCUTE A LISURA DO ATO PRATICADO PELO ÓRGÃO, BEM COMO NOS MANDADOS DE SEGURANÇA IMPETRADOS CONTRA SEU PRESIDENTE, POR APLICAÇÃO DO ARTIGO 109, VIII, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, EM RAZÃO DE SUA ATUAÇÃO DELEGADA. 2. Em casos em que particulares litigam acerca de registros de alterações societárias perante a Junta Comercial, esta Corte vem reconhecendo a competência da justiça comum estadual, posto que uma eventual decisão judicial de anulação dos registros societários, almejada pelos sócios litigantes, produziria apenas efeitos secundários para a Junta Comercial do Estado, fato que obviamente não revela questão afeta à validade do ato administrativo e que, portanto, afastaria o interesse da Administração e, consequentemente, a competência da Justiça Federal para julgamento da causa. Precedentes. Recurso especial não conhecido. (STJ, REsp 678.405/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministro CASTRO FILHO, julgado em 16.03.2006, DJ 10.04.2006 p. 179) 33 COMPETÊNCIA PARA JULGAR LITÍGIO ENVOLVENDO JUNTAS COMERCIAIS CONFLITO DE COMPETÊNCIA. SOCIEDADES POR COTAS. REGISTRO DE ALTERAÇÃO SOCIAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA PRATICADA PELOS RÉUS. 1. Compete à Justiça Comum processar e julgar ações ordinária e cautelar propostas para desconstituir registros de alteração de sociedades comerciais perante a Junta Comercial, tendo como motivação o fato de que os documentos registrados estariam contaminados por falsidade ideológica praticada pelos sócios réus. Neste caso, não se está discutindo a lisura da atividade federal praticada pela Junta Comercial. 2. Conflito conhecido para declarar competente a Justiça comum. (STJ, CC 51812/ES, 2ª Seção, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005 p. 215) CONFLITO DE COMPETÊNCIA. REGISTRO DE COMÉRCIO. AS JUNTAS COMERCIAIS ESTÃO, ADMINISTRATIVAMENTE, SUBORDINADAS AOS ESTADOS, MAS AS FUNÇÕES POR ELAS EXERCIDAS SÃO DE NATUREZA FEDERAL. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 3ª Vara de Londrina - SJ/SP. (STJ, CC 43.225/PR, 2ª Seção, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, julgado em 26.10.2005, DJ 01.02.2006 p. 425) 34 QUESTÕES Aplicada em: 2018 Banca: IESES Órgão: TJ-AM Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção Segundo dispõe a Lei nº 8.934, que concerne a juntas comerciais é correto afirmar, EXCETO: A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição. Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva. As juntas comerciais poderão desconcentrar os seus serviços, mediante convênios com órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservada a competência das atuais delegacias. As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao Departamento Nacional de Registro do Comércio. 35 QUESTÕES Aplicada em: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - 2017 De acordo com o Código Civil, assinale a afirmativa correta sobre a constituição do empresário e da sociedade empresária: É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede antes do início de suas atividades. Decai em cinco anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempreendedor individual, bem como qualquer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro de Empresas Mercantis, deverá inscrevê-la apenas no Registro da empresa sede. 36 37 REDESIM 38 VIABILIDADE O que é? Formulário contendo informações necessárias para a abertura e alguns atos de alteração de empresas. A Junta Comercial irá verificar se o Nome Empresarial, a Descrição do Objeto e Codificação do CNAE Fiscal atendemà Legislação vigente e a Prefeitura Municipal Conveniada irá verificar se o local escolhido está aprovado para exercer a atividade econômica pretendida. Para os Municípios não conveniados com a Junta Comercial do Estado da Bahia, o pedido de viabilidade só será analisado pela JUCEB; Quando é necessária? Inscrição de primeiro estabelecimento (matriz) e dos demais (Filial) Inscrição municipal Alteração Natureza jurídica – Transformação Nome Atividade econômica Endereço Outros eventos: Alteração entre órgãos de registro 39 VIABILIDADE 40 VIABILIDADE 41 VIABILIDADE 42 VIABILIDADE 43 VIABILIDADE 44 VIABILIDADE 45 VIABILIDADE 46 VIABILIDADE 47 VIABILIDADE 48 VIABILIDADE 49 VIABILIDADE 50 VIABILIDADE 51 VIABILIDADE 52 VIABILIDADE 53 VIABILIDADE 54 O que é? DBE – Documento Básico de Entrada que serve para: Gerar CNPJ e/ou inscrições estadual e/ou municipal; Atualizar informações cadastrais perante a Receita Federal e/ou Fazendas Estadual ou Municipal. Quando é necessário? Sempre que houver qualquer ato societário de Alteração de dados cadastrais. DBE 55 DBE 56 DBE 57