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PEDOLOGIA AMBIENTAL (62)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO E EXTENSÃO 
BACHARELADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS: PERÍCIA E GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
NÍVIA CRISTINA VEIRA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENSIBILIDADE AMBIENTAL DAS PRAIAS DE VILA DO CONDE, 
ITUPANEMA E CARIPI (BARCARENA/PA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém - PA 
2013 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO E EXTENSÃO 
BACHARELADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS: PERÍCIA E GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
NÍVIA CRISTINA VIEIRA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENSIBILIDADE AMBIENTAL DAS PRAIAS DE VILA DO CONDE, 
ITUPANEMA E CARIPÍ (BARCARENA/PA) 
 
 
 
 
Trabalho de Curso apresentado ao Centro Universitário 
do Estado do Pará como parte das exigências do curso, 
para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências 
Ambientais. 
 
 
Orientador: 
M.Sc. Amilcar Carvalho Mendes 
 
 
 
 
 
Belém-PA 
2013 
 
 
NÍVIA CRISTINA VIEIRA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENSIBILIDADE AMBIENTAL DAS PRAIAS DE VILA DO CONDE, 
ITUPANEMA E CARIPÍ (BARCARENA/PA) 
 
 
 
 
Trabalho de Curso apresentado ao Centro Universitário 
do Estado do Pará como parte das exigências do curso, 
para obtenção do grau de Bacharel em Ciências 
Ambientais. 
 
 
 
APROVADO EM: ______/______/______ 
NOTA OBTIDA:____________________ 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
 
___________________________________ 
Prof. Amilcar Carvalho Mendes/ 
Centro Universitário do Estado do Pará 
 
___________________________________ 
Prof. Messiana Beatriz Malato Boulhosa/ 
GEO Engenharia 
 
 
 
 
 
Belém-PA 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais Jozino e Luzia; e a minha irmã Narolívia. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À Deus, Pai Sábio, Amoroso, a quem sou grata por sua presença e pela força e 
sabedoria a mim concedidas. 
Aos meus pais, Jozino Rocha Filho e Luzia Vieira Rocha, pelo exemplo de amor que 
me deram, apoiando-me e me incentivando a sempre seguir adiante. 
À minha irmã, Narolívia Vieira Rocha, pelo carinho e compreensão para comigo nos 
bons e os difíceis momentos. 
Aos mestres, pela contribuição e dedicação em transmitir conhecimento em todos os 
momentos do curso. 
Ao Projeto de Pesquisa “Mapeamento e Elaboração de Cartas de Sensibilidade 
Ambiental para Derramamento de Óleo (Cartas SAO) para a Bacia da Foz do 
Amazonas”, desenvolvido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi. 
Ao professor, MSc. e orientador Amilcar Carvalho Mendes, pelo incentivo, 
contribuição e confiança para a realização deste trabalho. 
Às professoras e MSc. Messiana Boulhosa e Danielle Campinas pelo auxílio 
imprescindível na realização deste trabalho. 
Aos amigos Felipe Melo, Filipe Demachki, Laércio Vulcão e Márcia Castro, pelo 
companheirismo durante a trajetória de curso. 
Ao meu namorado Alexandre Damasceno, pela compreensão, apoio e 
companheirismo em todos os momentos. 
Ao Museu Paraense Emílio Goeldi e ao CNPq, pela concessão da bolsa e contributo 
para o futuro profissional. 
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la”. 
 
(Johann Goethe) 
 
 
 
RESUMO 
 
Barcarena, localizada na margem direita do Rio Pará, abriga as praias de Caripi, 
Itupanema e Vila do Conde. Estas estão sob influência direta do complexo portuário 
ali existente, tendo as atividades socioeconômicas desenvolvidas no município, 
como potencialmente prejudicadas, caso ocorra derramamento de óleo nas águas 
que as bordejam. O objetivo do estudo foi avaliar a sensibilidade ambiental das 
referidas praias, ao derramamento de óleo, à erosão, e à urbanização. A 
metodologia adotada constou na combinação de dados pretéritos, aquisição e 
processamento de imagens GeoEye e levantamento de campo apoiado nas 
propostas de Souza Filho et al. (2004); Esteves et al. (2003); Silva et al. (2009). 
Como principais produtos foram gerados mapas de índices de sensibilidades das 
áreas em escala 1:10.000, até então inédita. Os resultados permitiram identificar 5 
Índices de Sensibilidade Ambiental ao derramamento de óleo. Com relação ao nível 
de sensibilidade das praias à erosão, verificou-se que Itupanema e Vila do Conde 
estão sob forte influência erosiva e, Caripí possui parte de sua extensão submetida a 
este processo, sendo que o mesmo exerce influencia sobre as relações 
socioeconômicas do local. Para o nível de urbanização, as duas primeiras praias 
apresentam baixo percentual de ocupação, enquanto que Caripi apresenta maior 
extensão e demanda de uso e ocupação. 
 
Palavras-chave: sensibilidade ambiental, praia, cartografia temática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01: Localização da área de estudo ............................................................... 12 
Figura 02: Localização das Praias de Caripi, Itupanema e Vila do Conde ............... 13 
Figura 03: Mapa de unidades de paisagem da área de influência do porto de Vila do 
Conde ........................................................................................................................ 16 
Figura 04: Fluxograma representando a metodologia adotada no trabalho ............. 18 
Figura 05: Realização da correção geométrica através do software Global Mapper 
8.0,destacando a localização dos pontos de controle utilizados para a correção ..... 21 
Figura 06: Seleção e posicionamento dos pontos de controle ................................. 23 
Figura 07: Método de determinação da declividade com a utilização de clinômetro
 ................................................................................................................................. .25 
Figura 08: Esquema de determinação da declividade do terreno empregando o 
clinômetro tipo Abney ................................................................................................ 26 
Figura 09: Coleta de amostras de sedimentos arenosos ......................................... 26 
Figura 10: Fluxograma das atividades laboratoriais com sedimentos ...................... 29 
Figura 11: Amostras de sedimentos arenosos ......................................................... 30 
Figura 12: Processo de quarteamento da amostra .................................................. 30 
Figura 13: Pesagem das amostras ........................................................................... 30 
Figura 14: Peneirador vibratório para separação mecânica dos grãos de sedimento
 .................................................................................................................................. 31 
Figura 15: Mapa de sensibilidade ambiental a derramamento de óleo do litoral do 
município de Barcarena, em escala 1:95.000. .......................................................... 37 
Figura 16: Mapa de sensibilidade ambiental a derramamento de óleo da praia do 
Caripi em escala 1:10.000. ........................................................................................ 38 
Figura 17: Mapa de sensibilidade ambiental a derramamento de óleo da praia de 
Itupanema em escala 1:10.000. ................................................................................ 39 
 
 
Figura 18: Mapa de sensibilidadeambiental a derramamento de óleo da praia de 
Vila do Conde em escala 1:10.000. ........................................................................... 40 
Figura 19: Estrutura artificial construída em madeira, praia de Itupanema .............. 42 
Figura 20: Estrutura artificial construída em concreto, praia de Vila do Conde ........ 42 
Figura 21: Estrutura artificial do porto de Vila do Conde .......................................... 42 
Figura 22: Barranco próximo a praia de Itupanema ................................................. 43 
Figura 23: Barranco na praia de Vila do Conde, possuindo de 5 a 6 metros de altura 
aproximadamente ...................................................................................................... 43 
Figura 24: Praia do Caripi ......................................................................................... 45 
Figura 25: Praia de Itupanema ................................................................................. 45 
Figura 26: Praia de Vila do Conde ........................................................................... 45 
Figura 27: Escarpas íngremes em areia na praia de Vila do Conde ........................ 47 
Figura 28: Ambiente de Várzea localizado nas margens de canais fluviais em Vila 
do Conde ................................................................................................................... 48 
Figura 29: Exposição de raízes das árvores ao longo da praia do Caripi, 
evidenciando a remoção do sedimento praial por ação erosiva da maré .................. 49 
Figura 30: Efeito da erosão provocada pelas marés em uma das barracas na praia 
do Caripi ................................................................................................................... .49 
Figura 31: Obra de contenção em concreto armado para proteção da estrutura de 
uma barraca na praia do Caripi ................................................................................. 50 
Figura 32: Obra de contenção ao processo erosivo e recuperação da via que 
margeia a Praia do Caripi .......................................................................................... 50 
Figura 33: Efeito de diminuição da praia recreativa em decorrência do avanço das 
marés na Praia do Caripi ........................................................................................... 50 
Figura 34: Efeito erosivo das marés em unidades ocupacionais na Praia de Vila do 
Conde. Notar no centro fiducial da imagem a evidência de erosão no que seria um 
pequeno terraço que abrigavam guardas-sol fixos .................................................... 51 
Figura 35: Solapamento da base e desmoronamento de barrancos (de 5 a 6 metros) 
que margeiam a Praia de Vila do Conde ................................................................... 51 
 
 
Figura 36: Unidades ocupacionais em situação de risco na Praia de Vila do Conde
 .................................................................................................................................. 52 
Figura 37: Aspecto do muro de contenção ao processo erosivo das marés. Ao alto, 
fundos da Igreja de São João Batista, Vila do Conde ............................................... 52 
Figura 38: Setor oeste da Praia de Vila do Conde, caracterizado pelo equilíbrio 
morfodinâmico (sem evidências de erosão), possibilitando a exploração da face 
praial para fins econômicos e residenciais ................................................................ 53 
Figura 39: Estrutura de contenção a erosão na Praia de Itupanema ....................... 53 
Figura 40: Estrutura de contenção com danos provocados pelo processo erosivo.. 54 
Figura 41: Aspecto da ocupação da face praial da Praia do Caripi .......................... 55 
Figura 42: Padrão construtivo das barracas na Praia do Caripi ............................... 55 
Figura 43: Unidade ocupacional construída em madeira na Praia de Vila do Conde
 .................................................................................................................................. 56 
Figura 44: Padrão construtivo misto das unidades ocupacionais do setor oeste da 
Praia de Vila do Conde.............................................................................................. 56 
Figura 45: Classificação da linha de costa em relação à urbanização, sensibilidade à 
erosão e sensibilidade ao derramamento de óleo ..................................................... 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01: Informações referentes às características da imagem utilizada no 
trabalho ..................................................................................................................... 20 
Tabela 02: Caracterização dos pontos de controle coletados .................................. 22 
Tabela 03: Identificação e localização dos pontos de coletas de amostras e análise 
de ambientes ............................................................................................................. 27 
Tabela 04: Adaptação dos métodos NOAA (2002) para a zona costeira amazônica
 .................................................................................................................................. 33 
Tabela 05: Esquema de cores para classificação do Índice de Sensibilidade do 
Litoral (ISL) ................................................................................................................ 34 
Tabela 06: Principais Características dos ambientes mapeados. Comportamento do 
óleo, tipo de resposta e índice de sensibilidade ambiental........................................ 36 
Tabela 07: Índices de Sensibilidade Ambiental mapeados na área de estudo e seus 
respectivos ambientes costeiros .............................................................................. .41 
Tabela 08: Declividade das praias estudadas .......................................................... 44 
Tabela 09: Análise granulométrica dos sedimentos das praias estudadas............... 46 
Tabela 10: Classificação textural dos sedimentos das praias estudadas segundo 
Folk; Ward (1957) ...................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ALBRAS – Alumínio Brasileiro S.A. 
ALUBAR – Alumínio de Barcarena 
ALUNORTE – Alumina do Norte do Brasil S.A. 
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
CARTAS SAO – Cartas de Sensibilidade Ambiental ao Derramamento de Óleo 
CDP – Companhia Docas do Pará 
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente 
CONCAR – Comissão Nacional de Cartografia 
GCPs – Pontos de Controle no Terreno 
GPS – Sistema de Posicionamento Global 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
ISA – Índice de Sensibilidade Ambiental 
ISL – Índice de Sensibilidade do Litoral 
MMA – Ministério do Meio Ambiente 
MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi 
NOAA – Administração Nacional do Oceano e da Atmosfera 
PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. 
RMS – Margem de Erro Geométrico 
SIG – Sistema de Informação Geográfico 
TRANSPETRO – Petrobras Transporte S.A. 
UTM – Universal Transversa de Mercator 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1 
2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 5 
2.1. OBJETIVO GERAL...............................................................................................5 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 5 
3. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................... 6 
3.1. GEOPROCESSAMENTO ..................................................................................... 6 
3.2. SENSORIAMENTO REMOTO ............................................................................. 6 
3.3. ÍNDICE DE SENSIBILIDADE AMBIENTAL .......................................................... 7 
3.4. LEGISLAÇÃO PERTINENTE ............................................................................... 8 
3.5. EROSÃO .............................................................................................................. 9 
3.6. OCUPAÇÃO URBANA ....................................................................................... 10 
4. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ....................... 12 
5. METODOLOGIA ................................................................................................... 18 
5.1. ETAPA PRÉ-CAMPO ......................................................................................... 19 
5.1.1. Levantamento Bibliográfico e Cartográfico ................................................ 19 
5.1.2. Aquisição de Imagem de Sensor Remoto ................................................... 19 
5.1.3. Pré-processamento Digital de Imagens ...................................................... 20 
5.1.3.1. Georreferenciamento .................................................................................... 20 
5.1.4. Processamento Digital de Imagens ............................................................. 23 
5.1.5. Análise de Imagem ........................................................................................ 24 
5.1.5.1. Vetorização de Ambientes ............................................................................ 24 
5.2. ETAPA DE CAMPO............................................................................................ 24 
5.2.1. Determinação da Declividade da Face Praial .............................................. 24 
5.2.2. Amostragem de Sedimento .......................................................................... 26 
 
 
5.2.3. Registro dos Aspectos Geoambientais ....................................................... 27 
5.3. ETAPA PÓS-CAMPO ......................................................................................... 27 
5.3.1. Análise dos Dados de Declividade da Face Praial ..................................... 28 
3.3.2. Separação Granulométrica ........................................................................... 28 
5.3.3. Análise Granulométrica ................................................................................ 31 
5.3.4. Determinação de Níveis de Urbanização nas Praias .................................. 31 
5.3.5. Determinação de Níveis de Erosão .............................................................. 32 
5.3.6. Elaboração das Cartas de Sensibilidade Ambiental a Derramamento de 
Óleo .......................................................................................................................... 32 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 36 
6.1. MAPEAMENTO DA SENSIBILIDADE AMBIENTAL A DERRAMAMENTO DE 
ÓLEO ........................................................................................................................ 36 
6.1.1. Estruturas Sólidas Expostas Construídas Pelo Homem ........................... 41 
6.1.2. Barrancos Fluviais (equivalentes à classe “falésias rochosas expostas 
com talus na base”) ................................................................................................ 43 
6.1.3. Praia Fluvial ................................................................................................... 43 
6.1.4. Escarpas Expostas com Declives Íngremes em Areia ............................... 47 
6.1.5. Planícies de Maré Vegetadas (várzeas) ....................................................... 47 
6.2. SENSIBILIDADE AMBIENTAL À EROSÃO ....................................................... 48 
6.3. NÍVEIS DE URBANIZAÇÃO ............................................................................... 54 
7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 58 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60 
 
 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A produção e transporte de petróleo e seus derivados, assim como as 
operações de navios-tanques em terminais são atividades consideradas como 
ameaças à qualidade ambiental e ao aumento de riscos de poluição/contaminação 
do litoral e áreas marinhas/estuarinas adjacentes, alterando a estrutura e o 
funcionamento dos ecossistemas ali existentes, em alguns casos de maneira 
irreversível, além de alterar a rotina de portos e a atividade pesqueira, que é uma 
das principais formas de subsistência de uma parte da população da região 
litorânea. 
 No contexto supracitado Hayes; Gundlach (1975) propuseram um índice de 
susceptibilidade a derramamentos de óleo baseado nas características 
geomorfológicas de uma região, no comportamento do óleo em um ambiente 
costeiro e na capacidade de limpeza natural. Posteriormente, Gundlach; Hayes 
(1978) incorporaram aos índices as características biológicas dos ambientes, 
surgindo, portanto, o Índice de Vulnerabilidade a Derramamentos de Óleo. Com o 
avanço da metodologia, foram incorporadas informações socioeconômicas, impactos 
culturais, impactos arqueológicos, informações sobre correntes marítimas e 
parâmetros bióticos (ARPEL, 1997 apud ARAÚJO et al., 2002). 
 O Índice de Sensibilidade Ambiental (ISA) representa, portanto, uma 
hierarquização da sensibilidade dos vários ambientes costeiros, estuarinos e fluviais, 
considerando-se a interação do óleo com as comunidades biológicas, as 
características geomorfológicas e sedimentares dos referidos ambientes, bem como 
seus aspectos socioeconômicos. De forma cartográfica, o mapeamento dos ISA a 
derramamento de óleo possibilita o planejamento mais eficiente das ações de 
resposta, objetivando a mitigação dos danos causados (JENSEN et al., 1993). 
 A utilização de Cartas de Sensibilidade Ambiental é de fundamental 
importância como forma de planejamento para a prevenção e precaução a possíveis 
acidentes relacionados a derramamentos de óleo, provocados seja por causas 
naturais ou antrópicas, favorecendo, assim, a identificação de locais mais 
suscetíveis aos mesmos. 
 A importância do monitoramento ambiental em áreas onde há exploração, 
produção e transporte de óleo é medida pelos vários casos de derramamentos 
ocorridos no litoral brasileiro nos últimos anos, o que têm levado os órgãos e
2 
 
entidades envolvidas a aperfeiçoarem os métodos, tanto preventivos como 
corretivos, para a mitigação dos danos gerados (GONÇALVES et al., 2009). 
 A Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000 (também conhecida como “Lei do Óleo”) 
dispõe sobre a prevenção, controle e a fiscalização da poluição causada por 
lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas de 
jurisdição nacional. Atribui ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) a 
responsabilidade de identificar, localizar e definir limites das áreas ecologicamente 
sensíveis com relação à poluição causada por estes. 
 Os mapas de sensibilidade ambiental vêm sendo utilizados desde a década de 
70 e representam uma importante ferramenta para priorização dos ambientes que 
devem ser protegidos, fornecendo asinformações necessárias em formato de fácil 
leitura e compreensão (NOAA, 2002). A PETROBRAS, desde o início da década de 
90, tem procurado incorporar as Cartas SAO em seus planos de contingência. Ainda 
no ano de 2000 foram elaborados mapas de sensibilidade de vinte e uma áreas de 
influência dos terminais da TRANSPETRO (que atende às atividades de transporte e 
armazenamento de petróleo e derivados, álcool, biocombustíveis e gás natural), 
desde o Rio Grande, no Rio Grande do Sul, até Coari, no Amazonas (ARAÚJO et 
al., 2004). 
 Dada a incumbência retrocitada, o MMA lançou em 2011 edital conjunto com o 
CNPq, para o mapeamento e elaboração de Cartas de Sensibilidade Ambiental a 
Derramamentos de Óleo (Cartas SAO), para as bacias sedimentares da Foz do 
Amazonas e Pará-Maranhão/Barreirinhas, tomando como unidade cartográfica base 
as Bacias Marítimas e o Plano Cartográfico para Mapeamento de Sensibilidade 
Ambiental, criado em 2002, que delimita três níveis de mapeamento: a) Estratégico - 
voltado para abranger bacias em sua totalidade (escala de 1:500.000); b) Tático - 
utilizado para litorais de bacias mapeadas (escala de 1:150.000); c) Operacional ou 
de Detalhe - para locais de alto risco/sensibilidade (escalas de 1:10.000 a 1:50.000) 
(BRASIL, 2012). 
 Com a implantação de portos além de outros empreendimentos de grande 
porte os municípios receptores destes tendem a crescer com relação a população, a 
qual está em busca de melhores condições de vida. A atividade portuária traz 
consigo uma série de alterações nas dimensões econômicas, sócio-culturais, 
espaciais e ambientais da cidade, que podem acarretar perturbações significativas 
no ambiente natural e urbano, a exemplo do desarranjo dos centros urbanos devido 
3 
 
 
 
aos intensos fluxos rodoviários de cargas pesadas e por vezes perigosas e a 
degradação das áreas urbanas próximas devido à obsolescência da própria 
estrutura portuária (PORTO; TEIXEIRA, 2002). 
 A erosão é um processo que ocorre de maneira natural, mas que pode ser 
intensificado a partir das interferências antrópicas. Com a intensa urbanização das 
orlas, principalmente a partir da década de 1970, este problema passou a ser tratado 
não apenas pelos estudos voltados para a compreensão dos processos físicos, mas 
também sob um enfoque socioeconômico tendo em vista os impactos causados nas 
construções urbanas (BARROS, 2005). 
 Processos erosivos muitas vezes são resultados de atividades antrópicas em 
regiões costeiras. Dentre as principais estruturas construídas na costa, as atividades 
portuárias merecem uma atenção especial, pelo fato de induzir em modificações 
territoriais em uma ampla escala (OLIVEIRA, 2011). 
 Na costa norte brasileira podem ser citados os estudos desenvolvidos por 
Gonçalves et al. (2011) para elaboração da Carta SAO para a margem direita da 
Baía de Guajará, incluindo, também a Ilha de Caratatetua e o setor sul da Ilha de 
Mosqueiro; Boulhosa; Souza Filho (2008) que reconheceram e mapearam os 
ambientes costeiros para geração de Cartas SAO na costa nordeste do Estado do 
Pará; Boulhosa; Mendes (2008) que efetuaram o mapeamento dos índices de 
sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo nos sedimentos de fundo e de 
margem na região portuária de Vila do Conde, Barcarena/PA; Teixeira (2006) que 
faz a análise de imagens de sensores remotos orbitais para o mapeamento de 
ambientes costeiros tropicais e de ISA para o Golfão Maranhense; e Souza Filho et 
al (2004) que faz uma adaptação dos Índices de Sensibilidade Ambiental pra 
realidade amazônica, sendo que a metodologia deste ultimo é utilizada neste 
trabalho. Entretanto, as escalas de mapeamento adotadas nesses trabalhos não 
permitiram maior detalhamento dos setores, notadamente no que concerne às 
praias, que estão sob forte influência de atividades portuárias, como é o caso da 
margem direita do rio Pará, no Município de Barcarena. 
 Foi determinada para o presente trabalho, a escala de detalhamento de 
1:10.000, que são utilizadas em Cartas SAO de locais específicos, em escalas muito 
grandes (apresentando, com elevado grau de detalhe, informações sobre pontos de 
alto risco/sensibilidade), até então inédita para o local, devido área de estudo estar 
4 
 
 
 
localizada na zona de influência dos complexo portuário de Vila do Conde. Esta 
apresenta um alto risco de derramamento de óleo devido este setor ter como escopo 
a movimentação de cargas (minérios) e descarga de óleo combustível e soda 
caustica para o complexo industrial do município. 
 Diante do exposto o presente estudo objetivou avaliar a sensibilidade ambiental 
das praias do Caripi, Itupanema e Vila do Conde, localizadas no município de 
Barcarena no estado do Pará, relacionada à processos erosivos e a 
poluição/contaminação por óleo a partir de características geoambientais e de 
urbanização. Essas áreas que apresentam expressivo contingente populacional, que 
utiliza os recursos naturais e as potencialidades turísticas e de lazer, estão inseridas 
na área de influência direta dos complexos – industrial e portuário – ali existentes e, 
por essa razão, as atividades socioeconômicas podem ser potencialmente 
prejudicadas, caso ocorra derramamento de óleo nas águas que as bordejam. 
 Nesse contexto e na escala de mapeamento proposta, espera-se que a 
cartografia dos índices SAO em escala operacional ou de detalhe, venham a trazer 
valioso contributo não somente para planos de contingenciamento de 
derramamentos de óleo, mas também, reforçar os instrumentos políticos e 
administrativos de ordenamento territorial local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. OBJETIVO GERAL 
 
Elaborar Cartas de Sensibilidade Ambiental à erosão e ao derramamento de óleo 
para as praias do Caripi, Itupanema e Vila do Conde, em escala 1:10.000. 
 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
- Caracterizar feições geoambientais; 
- Utilizar técnicas de sensoriamento remoto para a elaboração de mapas de 
sensibilidade ambiental; 
- Identificar os Índices de Sensibilidade Ambiental – ISA baseados na metodologia 
proposta por Souza Filho et al. (2004); 
- Determinar os níveis de sensibilidade a erosão e urbanização das referidas praias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1. GEOPROCESSAMENTO 
 
 O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de ferramentas 
necessárias para manipular informações espacialmente referidas, utilizando técnicas 
matemáticas e computacionais para o tratamento de informações geográficas e que 
vem influenciando de maneira crescente as áreas de cartografia, análise de recursos 
naturais, planejamento, dentre outros. Esta área tem como instrumento de 
integração de dados os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que permitem a 
realização de análises complexas, com a possibilidade da criação de um banco de 
dados georreferenciados (BARCELLOS; RAMALHO, 2002). 
 As ferramentas geotecnológicas, dão embasamento para trabalhos, afim de, 
delimitar e monitorar as áreas que se pretendem realizar as determinadas análises, 
propondo assim, o aperfeiçoamento em novas técnicas de reconhecimento espacial 
através de mapas ou cartas que sejam temáticos (OLIVEIRA, 2004). Os 
equipamentos utilizados são extremamente úteis relacionados a visualização da 
área de estudo, com o objetivo de ser prático e de se ter informações com mais 
rapidez, e devido a isto, a disponibilidade de informações espaciais é o ponto de 
partida para a tomada de decisões, quando se relaciona com a preocupação 
ambiental (SIMÕES, 2008).3.2. SENSORIAMENTO REMOTO 
 
 Sensoriamento remoto é um termo utilizado na área das ciências aplicadas que 
se refere à obtenção de dados de alvos à distância. A atividade deste está 
relacionada com um conjunto de técnicas de aquisição, processamento e análise de 
dados coletados por sensores remotos que vão desde ao olho nu até os sensores 
orbitais (BRASIL, 2008). 
 Devido a suas diferentes propriedades físicas e composições químicas, a 
variedade de materiais na superfície da Terra emite, reflete ou absorve a radiação 
eletromagnética em diferentes formas. Sensores são capazes de registrar o 
comportamento destes diferentes materiais quando da interação com o fenômeno 
7 
 
 
 
físico ao longo do espectro eletromagnético, e estabelecer a relação existente entre 
eles, o qual pode ser entendido e interpretado através das técnicas de 
processamento de imagens. Os tipos de dados de sensoriamento remoto a serem 
adquiridos dependem do tipo de informação necessária, do tamanho e da dinâmica 
dos objetos ou fenômenos estudados (NOVO; PONZONI, 2001). 
 A utilização das tecnologias de sensoriamento remoto e de sistemas de 
informação geográfica (SIG) contribui muito na elaboração de mapas de 
sensibilidade ambiental a derramamentos de óleo, principalmente na caracterização 
e identificação de áreas de difícil acesso ou que possuam cartografia inexistente ou 
desatualizada. 
 O uso de dados de sensores remotos orbitais permite a produção de mapas 
atualizados, e em escala adequada, com maior rapidez e menor custo, em função da 
precisão e periodicidade de obtenção (GONÇALVES, 2005). 
 
3.3. ÍNDICE DE SENSIBILIDADE AMBIENTAL 
 
 O Índice de Sensibilidade Ambiental (ISA) representa uma hierarquização da 
sensibilidade dos diversos ambientes costeiros, estuarinos e fluviais, levando em 
consideração a interação do óleo com as comunidades biológicas, as características 
geomorfológicas e sedimentares dos referidos ambientes, bem como seus aspectos 
socioeconômicos (GONÇALVES, 2005). 
 Este índice é classificado em uma escala que varia de 1 a 10 levando em 
consideração os ambientes costeiros, sendo que a sensibilidade do ambiente é 
definida quanto maior for o seu índice. Esta classificação é baseada em um 
entendimento completo do ambiente, sua composição e funcionamento, incluindo as 
relações entre os processos físicos e o substrato, que produzem tipos específicos de 
ambientes e permitem prever padrões de comportamento e transporte do óleo 
derramado (NOAA, 2002). 
 Com base neste, Souza Filho et al. (2004) propuseram uma classificação de 
ISA com adaptações para zona costeira amazônica, que foi modificada da proposta 
criada pela NOAA (2002). Ademais, Gonçalves (2003) e Gonçalves; Souza Filho 
(2004) usaram essa adaptação para classificar os ambientes da região flúvio-
8 
 
 
 
estuarina da Baía de Guajará (Belém-PA), adaptação essa, que foi adotada neste 
trabalho para com relação ao litoral do município de Barcarena. 
 A identificação e mapeamento das áreas sensíveis a derramamentos de óleo 
tiveram sua origem nos planos de contingência dos Estados Unidos, em meados dos 
anos 70, que se baseavam apenas nas características geomorfológicas do ambiente 
(SÃO PAULO, 2002), desde então esse processo vem sendo aprimorado por 
diversos estudos, cabendo ao Ministério do Meio Ambiente padronizar as 
metodologias do mapeamento dessas áreas. 
 As Cartas de Sensibilidade Ambiental para Derramamentos de Óleo (Cartas 
SAO) constituem um componente essencial e fonte de informação primária para o 
planejamento de contingência e avaliação de danos em casos de derramamento de 
óleo, sendo que estas representam uma ferramenta fundamental para a detecção de 
ações de resposta a vazamentos de óleo, na medida em que, ao identificarem 
aqueles ambientes com prioridade de preservação e as eventuais áreas de 
sacrifício, permitem o correto direcionamento dos recursos disponíveis e a 
mobilização mais eficiente das equipes de proteção e limpeza (BRASIL, 2004). 
 
3.4. LEGISLAÇÃO PERTINENTE 
 
 Segundo Ministério do meio ambiente, para a elaboração de Cartas de 
Sensibilidade a Derramamento de Óleo, é necessário tomar como referência 
algumas leis e decretos que auxiliam neste processo, além de resoluções do 
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), as quais se resumem a seguir: 
 
Lei Nº 9.966, de 28 de Abril de 2000 (Lei do Óleo) 
Esta lei dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição 
causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas e perigosas em águas 
sob jurisdição nacional e dá outras providências e, prevê, em seu artigo nono que as 
entidades exploradoras de portos organizados e instalações portuárias e os 
proprietários ou operadores de plataformas e suas instalações de apoio deverão 
realizar auditorias ambientais bienais, independentes, com o objetivo de avaliar os 
sistemas de gestão e controle ambiental em suas unidades (BRASIL, 2000). 
 
9 
 
 
 
Decreto-Lei Nº 243, de 28 de Fevereiro de 1967 
Fixa as Diretrizes e Bases da Cartografia Brasileira e dá outras providências 
(BRASIL, 1967). 
 
Decreto Nº 89.817, de 20 de Junho de 1984 
Estabelece as Instruções Reguladoras das Normas Técnicas da Cartografia 
Nacional (BRASIL, 1984). 
 
Decreto S/Nº de 10 de Maio de 2000 
Dispõe sobre a Comissão Nacional de Cartografia – CONCAR e dá outras 
providências. Em seu artigo primeiro, prevê, no âmbito do Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão, a CONCAR, com atribuição de assessorar o 
Ministro de Estado na supervisão do Sistema Cartográfico Nacional, coordenar a 
execução da política cartográfica nacional e exercer outras atribuições nos termos 
da legislação pertinente (BRASIL, 2000). 
 
A Resolução CONAMA Nº 269, 14 de Setembro de 2000 
Regulamenta o uso de dispersantes químicos em derramamentos de óleo e 
outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá 
outras providências (BRASIL, 2000). 
 
Resolução CONAMA Nº 293, 12 de Dezembro de 2001 
Dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual para 
incidentes de poluição por óleo originados em portos organizados, instalações 
portuárias ou terminais, dutos e plataformas, bem como suas respectivas instalações 
de apoio, e orienta a sua elaboração (BRASIL, 2001). 
 
3.5. EROSÃO 
 
 Os processos erosivos ocorrem de forma natural no meio ambiente, porém 
gradualmente, provocando ao longo da evolução do planeta, mudanças no relevo e 
na vegetação (BERTONI; LOMBARDI NETO, 1990). As intervenções antrópicas 
intensificam esses processos por meio da ocupação e uso intensivo do solo por 
10 
 
 
 
meio de diversas atividades. A erosão antrópica, identificada como erosão 
acelerada, remove paulatinamente as camadas superficiais do solo, chegando a 
formar sulcos e ravinas, quando há um escoamento torrencial de água (POLITANO 
et al., 1992). 
 A erosão é um processo que ocorre em duas fases: a remoção das partículas 
do solo e o transporte dessas por meio de agentes erosivos (CUNHA; GUERRA, 
2010) e a textura do solo é um fator importante que afeta os processos de 
desagregação e transporte. Segundo Pereira (2000), os fatores de erosão do solo 
dependem de fatores, como por exemplo, a chuva, escoamento superficial, 
topografia do terreno, influencias de maré, cobertura vegetal, dentre outros. 
 A erosão costeira caracteriza-se como perda ou deslocamento de sedimentos 
ao longo da costa, devido à ação de ventos, ondas, correntes, marés dentre outras 
ações. A linha costeira é um ambiente fortemente dinâmico, onde ocorrem 
processos erosivos que promovem mudanças na área a longo oucurto prazo, no 
que diz respeito a deposição e retiradas de sedimentos, caracterizados como 
avanço ou recuo da linha de costa respectivamente, podendo se tornar um problema 
principalmente para proprietários de estruturas instaladas no litoral (SCUDELARI et 
al., 2005). 
 Com relação as características da encosta levando em consideração os 
processos erosivos, a maior influência está no comprimento e na declividade das 
vertentes sendo que as mais íngremes facilitam a erosão dos solos, na medida em 
que aumentam o escoamento superficial (GUERRA, (1998); VITTE; MELLO, (2007); 
CUNHA (2006)). 
 Um dos fatores que contribuem para a aceleração da ocorrência dos processos 
erosivos é a ocupação indevida das margens das bacias hidrográficas a qual, tem 
comprometido, de forma implacável, a manutenção dos recursos hídricos e a 
redução da face costeira (SANTOS, 2007). 
 
3.6. OCUPAÇÃO URBANA 
 
Após a Revolução Industrial a ação antrópica para com o meio natural teve um 
aumento significativo. Uma das consequências da interferência do homem no meio é 
a alteração dos processos de dinâmica superficial que moldam o relevo, como é o 
11 
 
 
 
caso da intensificação dos processos erosivos e dos movimentos de massa em 
áreas de encostas (CERRI, 1999). 
Segundo Lacerda (1999), as populações dos países tropicais tenderam a se 
concentrar, ao longo da história, ás margens de rios e ao longo do litoral, tanto para 
facilitar o acesso ao interior como para assegurar o escoamento e exportação de 
seus produtos. Essa ocupação do litoral brasileiro tem sido feita de forma 
desordenada, sem a consulta de normas e critérios que garantam a conservação do 
ambiente, inclusive no aspecto de suas potencialidades econômicas e qualidade de 
vida da população. 
A expansão da fronteira urbana sem critérios técnicos adequados, associada à 
segregação sócio-espacial na sociedade capitalista, incentivaram a ocupação 
desordenada de áreas geomorfologicamente frágeis ao uso urbano. Esse processo 
de ocupação do espaço tem gerado resultados negativos, como é o caso da 
instalação de áreas de risco geológico – geomorfológico (OLIVEIRA, 2004). 
Entre os processos de dinâmica superficial desencadeadores de risco 
encontram-se as inundações/alagamentos, as erosões de margem de canais fluviais 
e os diversos tipos de movimentos de massa. Quando esses processos ocorrem em 
áreas densamente ocupadas, causam inúmeros prejuízos, tanto sociais quanto 
econômicos, podendo até ocasionar perdas de vida humana (DAL’ASTA et al., 
2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
4. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 
 
Situado na meso região metropolitana de Belém, o município de Barcarena se 
limita ao norte pela Baía de Guajará e município de Belém, ao sul pelos municípios 
de Mojú e Abaetetuba, a leste pelo município de Acará e, a oeste, pela Baía do 
Marajó. A área está situada entre os paralelos 1º17’S e 1º40’S e meridianos 48º49’W 
e 48º33’W (Figura 01). Neste município estão localizadas as praias de Caripi, 
Itupanema e Vila do Conde (Figura 02), objeto deste estudo. 
 
 
 
Figura 01: Localização da área de estudo. 
Fonte: Imagem GeoEye -07/2010 – Google Earth. 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02: Localização das Praias de Caripi, Itupanema e Vila do Conde (Fonte: imagem GeoEye -07/2010 – Google Earth).
14 
 
 O acesso a Barcarena, tendo como ponto de partida a cidade de Belém, ocorre 
por barcos regulares de passageiros ou balsas que atravessam o complexo hídrico 
Guamá/Acará e aportam nos portos de Araparí ou São Francisco, ambos localizados 
no município de Barcarena, seguindo de ônibus ou carro pelas rodovias PA - 151 e 
PA 483. Outra forma de acesso é a utilização do complexo rodoviário da Alça Viária, 
a partir do Município de Marituba. 
As áreas estudadas localizam-se no sistema de influência do Terminal 
Portuário de Vila do Conde, na margem direita do rio Pará, sendo esta, um dos pólos 
industriais do estado do Pará. Este setor tem como escopo a movimentação de 
cargas (minérios) e descarga de óleo combustível e soda cáustica para atender as 
empresas Albras-Alunorte, Imerys Rio Capim, Pará Pigmentos, entre outras. 
 O município de Barcarena apresenta destaque no contexto local, em função 
dos projetos industriais e atividades portuárias. Segundo dados do Censo IBGE 
(2010), atualmente, estima-se um contingente populacional de aproximadamente 
100.000 habitantes. 
 Na região de Vila do Conde são definidas três unidades de relevo, planalto 
rebaixando (terra firme), planícies de inundação (várzea) e planície arenosa (praia). 
O planalto rebaixado corresponde ao terreno levemente ondulado, pouco drenado, 
compreendido em altitudes superiores a 10 m, o qual não sofre influência da ação 
das marés. Faz contato com a unidade de planície de inundação, e termina de forma 
abrupta (falésias) na margem do rio Pará (RODRIGUES, 2008). 
 As planícies de inundação são consideradas individualizadas devido o seu 
posicionamento geográfico, localizadas ao redor dos baixos cursos dos canais 
fluviais, com extensão lateral relacionada ao efeito de inundação causado pelas 
marés de enchente e vazante; e por fim a planície arenosa a qual se caracteriza pela 
presença de depósitos arenosos localizados, com extensão e largura reduzidos, 
constituídos por sedimentos de granulometria fina a média, ricos em quartzo e 
minerais pesados, cuja fonte está provavelmente associada ao retrabalhamento das 
margens e falésias que são feições características da região (BOULHOSA; 
MENDES, 2008). 
 A instalação de empresas de transformação mineral em Vila do Conde 
(décadas de 1980 e 1990) ocasionou o crescimento populacional de forma intensa, o 
que vem causando diversos problemas socioambientais (SILVA; BORDALO, 2010). 
15 
 
 
 
 A geologia pouco varia, sendo o arcabouço geológico constituído por 
sedimentos terciários (Formação Barreiras) presentes na porção continental do 
município, e do Quaternário, nas margens e calhas dos rios, constituindo a porção 
insular que predominam sobre a sedimentação da Formação Barreiras (SEPOF, 
2005). 
 Na classificação das formas de relevo adotadas pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística - IBGE (2000), a área de trabalho insere-se nos Planaltos 
Costeiros. As formas de relevos abaixo da cota topográfica de 2 m, onde estão 
localizadas as “praias fluviais” (Conde, Ponta Grossa, Guajará de Itupanema e do 
Caripi), e sua continuação para dentro do rio Pará, são classificadas como as Terras 
Firmes Submersas, pois sofrem ação das marés fluviais. Dentre as falésias destas 
praias, entre as cotas topográficas de 2 m até 5 m, estão as Terras Firmes Emersas. 
Entre 5 m e 10 m de cota topográfica estão as Terras Altas, enquanto os Platôs 
ocorrem acima da cota de 10 m (PLANAVE, 2005). 
Segundo Boulhosa; Mendes (2008), na região de Barcarena existem três 
unidades morfoesculturais (Planalto Rebaixado da Amazônia, Planície Amazônica e 
Sistema Antropogênico) e cinco unidades morfológicas (terra firme, planície aluvial, 
praias fluviais, canais de maré, e área urbanizada), (Figura 03), a partir da 
abordagem proposta por Ross (1996), que estabeleceu táxons para classificação 
geomorfológica. 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03: Mapa de unidades de paisagem da área de influência do porto de Vila do Conde. 
Fonte: (BOULHOSA; MENDES, 2008). 
 
 A Região do Distrito de Vila do Conde,ao sudoeste do Município de Barcarena 
foi escolhida para sediar o complexo industrial-portuário. Entre os fatores que 
controlam a localização do complexo descreve-se a proximidade de Belém; a 
energia a baixo preço gerada pela Usina Hidrelétrica de Tucuruí – PA; água barata; 
infra-estrutura e os incentivos fiscais concedidas pelo Governo do Estado, além do 
baixo preço da terra; mão-de-obra barata e níveis de salários baixos (NOGUEIRA, 
2000). 
 Adjacente ao porto encontra-se o Complexo Alumínico constituído pelas 
unidades da ALUNORTE – Alumina do Norte do Brasil S.A., ALBRAS – Alumínio 
Brasileiro S.A, ALUBAR – Alumínios de Barcarena S.A. e o pólo caulinífero, 
constituído pelas empresas Pará Pigmentos S.A e Imerys Rio Capim Caulim S.A., 
causando, assim, uma eficiente ligação da região com o resto do mundo em vista de 
seu privilegiado posicionamento geográfico, as grandes extensões de frente 
17 
 
 
 
acostável com seus sete berços de atracação, calado de 14 metros, fácil acesso 
marítimo, fluvial e rodoviário, ampla disponibilidade de áreas para expansão, 
reduzidos custos com manutenção e infraestrutura (dragagem, balizamentos e cais) 
e a total integração entre porto e os municípios vizinhos (COMPANHIA DOCAS DO 
PARÁ, 2013). 
 As praias de Itupanema e Caripi estão inseridas no Setor Continental 
Estuarino, onde as praias estão ligadas às influências do rio Pará e de barrancos 
dos sedimentos do Grupo Barreiras. As praias são reflectivas e intermediárias, com 
uma orla caracterizada por sucessivos promontórios e enseadas (FARIAS 2004 
apud ALVES et al. op. cit. 2005). Entretanto, na Praia de Itupanema, ocorre na faixa 
intermaré, um depósito sedimentar com três setores: um setor composto de lamas 
orgânicas com grande quantidade de restos vegetais (galhos, folhas e raízes), 
chegando a ter entre 30-50 cm expostos pela erosão da praia, um setor 
intermediário com sedimentos lamosos com areia e o terceiro setor com sedimentos 
arenosos com matéria orgânica e arenosos com lama (RIBEIRO, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
5. METODOLOGIA 
 
 A metodologia está baseada na combinação de levantamento de dados 
bibliográficos e cartográficos pretéritos (secundários), aquisição e processamento de 
imagens GeoEye, trabalhos de campo, análises laboratoriais e integração dos dados 
em ambiente SPRING 5.0.5. As etapas metodológicas são apresentadas a seguir: 
 
Figura 04: Fluxograma representando a metodologia adotada no trabalho. 
19 
 
 
 
5.1. ETAPA PRÉ-CAMPO 
 
 
5.1.1. Levantamento Bibliográfico e Cartográfico 
 
 Os dados secundários foram coletados com a finalidade de estabelecer a 
fundamentação teórica para o desenvolvimento das diferentes etapas do trabalho, 
assim como para a caracterização geoambiental da área de estudo. 
 Foram consultadas bases de dados online hospedadas em sites técnico-
científicos e acadêmicos, entre eles o da Coordenação de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior (CAPES), de instituições públicas como o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e privadas como o da Companhia Docas 
do Pará (CDP). Adicionalmente foram realizadas pesquisas em bibliotecas 
especializadas (Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará). 
 O levantamento cartográfico e de produtos de sensores remotos possibilitaram 
a aquisição de produtos cartográficos como mapas em formato digital e imagens de 
sensores remotos disponíveis (imagens de satélite óptico), com o intuito de 
visualização espacial dos elementos paisagísticos para complementação das 
informações referente às características da área de estudo. 
 
5.1.2. Aquisição de Imagem de Sensor Remoto 
 
 Imagens orbitais de alta resolução espacial do satélite GeoEye-1 foram 
adquiridas mediante download através do Google Earth Professional, um aplicativo 
completo de pesquisa e apresentação de dados geográficos, que possibilita 
navegação por imagens de satélite de todo o planeta, inclusive em imagens de alta 
resolução, além de possibilitar, em alguns casos, uma visão tridimensional de uma 
determinada localidade. 
 Após o levantamento supracitado, foi selecionada uma imagem multiespectral 
datada de 31 de Julho de 2010, que apresentou melhor qualidade para a 
identificação dos alvos. As características técnicas da imagem estão sintetizadas na 
tabela abaixo: 
 
 
 
20 
 
 
 
Tabela 01: Informações referentes às características da imagem utilizada no trabalho. 
 
Sensor GeoEye 
Resolução espacial 1,64m / Multiespectral – 0,41m / Pancromática 
Tipo de imagem Pancromática e Multiespectral 
Data da Cena 31/07/2010 
Formato GeoTIFF 
Pixels 
Altitude de captura 
5,79 x 5,79m 
26,5 km 
 
Cabe ressaltar que no Google Earth Professional não são disponibilizadas 
informações de processamento realizado nas imagens GeoEye, mas como estas 
são apresentadas em composição colorida, subentende-se que foram utilizadas 
informações multiespectrais do sensor, sendo que este captura imagens das faixas 
espectrais ao longo do visível (vermelho, verde e azul) e infravermelho. 
 
5.1.3. Pré-processamento Digital de Imagens 
 
Para esta etapa foi realizado apenas a etapa de georreferenciamento, 
mediante a boa qualidade de imagem, fazendo com que não fosse necessária a 
realização de correções radiométricas. 
 
5.1.3.1. Georreferenciamento 
 
As imagens geradas por sensores remotos (fotografias aéreas ou imagens de 
satélite) estão sujeitas a uma série de distorções espaciais, não possuindo, assim, 
precisão cartográfica quanto ao posicionamento dos objetos, superfícies ou 
fenômenos nelas representados. 
Segundo Crósta (1993), para corrigir as imagens de sensores remotos deve-se 
calcular a relação entre elas e outro sistema de coordenadas que, pode ser de duas 
formas: através do conhecimento exato dos parâmetros geométricos da órbita do 
satélite e de outras variáveis (modelo de geometria orbital) ou pela definição de 
pontos de controle no terreno (Ground Control Points – GCPs), que devem ser 
feições reconhecíveis nos dois sistemas. 
O georreferenciamento foi utilizado, uma vez que, para realizar a importação da 
imagem para o Sistema de Informação Geográfica (SIG), esta precisa estar de 
21 
 
 
 
acordo com os padrões exigidos neste ultimo, ou seja, o mesmo só importa dados já 
georreferenciados. 
 Para o georreferenciamento da imagem foi utilizado o software Global Mapper 
8.0 realizando a interface pontos de controle-imagem, onde utilizou-se as 
coordenadas (latitude e longitude) do software Google Earth Professional (Figura 
05). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 05: Realização da correção geométrica através do software Global Mapper 
8.0,destacando a localização dos pontos de controle utilizados para a correção. 
 
 Para a realização do processo de correção geométrica, foi utilizada a técnica 
de mapeamento direto que estabeleceu uma relação entre coordenadas de imagem 
(linha e coluna) e coordenadas geográficas (latitude e longitude), utilizando pontos 
de controle (Tabela 02), que apresentaram erro máximo de 1,74 pixels, os quais 
foram identificados através de locais perfeitamente correlacionáveis para definir a 
posição dos pixels na imagem corrigida, sendo eliminadas as distorções existentes 
definindo assim o espaço geográfico ocupado pelas imagens. 
 
 
 
22 
 
 
 
Tabela 02: Caracterização dos pontos de controle coletados. 
 
Pontos Pixel X Pixel Y Longitude Latitude Erro Máximo 
Ponto 1 2380.83 1319.03 48°43’56.89’’W 1°32’10.36’’S1.74 
Ponto 2 2357.8 1871.04 48°44’01.39’’W 1°33’5807’’S 1.27 
Ponto 3 2462.97 2492.5 48°43’40.67’’W 1°35’59.03’’S 1.26 
Ponto 4 3006.59 842.432 48°41’54.40’’W 1°30’36.99’’S 0.75 
Ponto 5 2296.87 1447.84 48°44’13.48’’W 1°32’35.06’’S 1.33 
Ponto 6 2133.68 1196.85 48°44’45.07’’W 1°31’46.35’’S 0.85 
Ponto 7 4652.04 2521.34 48°36’33.03’’W 1°36’04.61’’S 1.01 
Ponto 8 4504.39 522.377 48°37’01.69’’W 1°29’33.93’’S 0.71 
Ponto 9 4197.63 268.433 48°38’01.79’’W 1°28’44.24’’S 1.63 
Ponto 10 4197.63 6.21585 48°38’01.39’’W 1°27’53.14’’S 1.06 
Ponto 11 4384.6 157.846 48°37’24.97’’W 1°28’23.14’’S 1.58 
Ponto 12 4780.11 278.075 48°36’07.74’’W 1°28’46.18’’S 0.38 
Ponto 13 4625.88 43.1781 48°36’37.72’’W 1°28’00.61’’S 1.43 
Ponto 14 4507.25 3250.79 48°37’01.20’’W 1°38’27.50’’S 1.09 
Ponto 15 4666.48 2119.09 48°36’30.20’’W 1°34’46.31’’S 0.74 
Ponto 16 4577.74 1653.08 48°36’47.56’’W 1°33’14.80’’S 1.54 
Ponto 17 821.7 2893.62 48°49’01.82’’W 1°37’17.36’’S 0.74 
Ponto 18 1145.51 2911.47 48°47’58.38’’W 1°37’20.97’’S 0.22 
Ponto 19 1643.66 2261.04 48°46’20.99’’W 1°35’13.84’’S 0.76 
Ponto 20 1590.52 2386.01 48°46’31.24’’W 1°35’38.50’’S 0.98 
Ponto 21 3587.45 1725.39 48°40’01.06’’W 1°33’29.38’’S 0.51 
Ponto 22 3657.73 2685.65 48°39’47.45’’W 1°36’36.91’’S 0.44 
Ponto 23 3435.14 2476.32 48°40’27.05’’W 1°35’56.00’’S 0.46 
Ponto 24 2804.42 1501.7 48°42’34.18’’W 1°32’45.77’’S 0.88 
Ponto 25 3315.73 3160.6 48°40’54.33’’W 1°38’09.70’’S 0.42 
Ponto 26 2571.81 3060.95 48°43’19.54’’W 1°37’50.18’’S 0.49 
Ponto 27 1889.55 3242.96 48°45’32.94’’W 1°38’25.71’’S 0.30 
Ponto 28 2960.11 2056.41 48°42’03.64’’W 1°34’34.15’’S 0.80 
Ponto 29 3611.86 895.329 48°39’56.30’’W 1°30’47.06’’S 0.73 
Ponto 30 1530.34 1496.7 48°46’43.19’’W 1°32’44.59’’S 1.16 
Ponto 31 328.218 2318.18 48°50’38.21’’W 1°35’25.16’’S 0.42 
Ponto 32 1005.04 665.24 48°48’25.51’’W 1°30’02.59’’S 1.10 
Ponto 33 4753.5 1806.85 48°36’13.18’’W 1°33’45.15’’S 0.36 
Ponto 34 2988.92 198.44 48°41’57.60’’W 1°28’31.16’’S 1.42 
Ponto 35 2727.5 517.338 48°42’48.97’’W 1°29’33.13’’S 1.46 
Ponto 36 2464.95 832.021 48°43’40.58’’W 1°30’34.76’’S 1.42 
Ponto 37 1525.64 1894.67 48°46’43.90’’W 1°34’02.36’’S 0.94 
Ponto 38 2209.59 907.8 48°44’30.51’’W 1°30’49.82’’S 1.27 
 
Desta forma foram selecionados 38 (trinta e oito) pontos de controle 
geograficamente bem distribuídos na área (Figura 06), atribuída a função polinomial 
4+ GCPs e realizada a interpolação pelo método vizinho mais próximo, resultando 
em um georreferenciamento com RMS (margem do erro geométrico) inferior a 3.0 
23 
 
 
 
pixels. O Datum de referência utilizado foi o World Geodetic System-84 (WGS84), no 
sistema de coordenadas UTM (Universal Transverse Mercator). 
 
 
Figura 06: Seleção e posicionamento dos pontos de controle. 
 
O teste de validação do georreferenciamento foi realizado através da plotagem 
na imagem georreferenciada de shapes (linhas fixas (estradas)) coletadas na 
imagem original para avaliar o grau de superposição. 
 
5.1.4. Processamento Digital de Imagens 
 
O processamento digital de imagens engloba as várias operações com o 
objetivo de otimizar a extração de informações e, portanto, ajudar a interpretação da 
imagem, que envolve a detecção e reconhecimento de elementos ou características 
da superfície terrestre registradas numa imagem e a sua classificação, sendo assim, 
devido apresentar boa resolução para a realização da interpretação, não foi 
necessário, para a imagem adquirida, a realização desta ação. 
 
 
24 
 
 
 
5.1.5. Análise de Imagem 
 
5.1.5.1. Vetorização de Ambientes 
 
 Nesta etapa houve a delimitação das áreas referentes a cada um dos 
ambientes identificados, onde foram criados polígonos com áreas diferentes. Estes 
vetores foram gerados no Google Earth Professional, onde foi possível distinguir 
com clareza todos os ambientes da área de estudo. 
 Os vetores foram em seguida exportados do Google Earth Professional, 
importados no programa ArcGis 9.3. para compor as Cartas SAO. 
 
5.2. ETAPA DE CAMPO 
 
Para a definição dos índices de sensibilidade ambiental à erosão e urbanização 
foi necessária a observação sobre os aspectos geoambientais que incluem os 
principais ecossistemas presentes, largura e declividade da face da praia, presença 
de construções e barracas, indicativos de erosão, nível de preservação da paisagem 
natural, ocorrência de poluição, usos e tipo de acesso. 
 Diante do exposto, a etapa de campo foi realizada em abril de 2013 sendo 
destinada a coleta de amostras de sedimento, determinação da declividade da face 
praial, verificação de processos erosivos e de urbanização e reconhecimento in loco 
das praias de Caripi, Itupanema e Vila do Conde. 
 Os acessos a cada local foram realizados em campo por observação e registro 
das rotas em tempo real com GPS acoplado ao software TrackMaker PRO. 
 
5.2.1. Determinação da Declividade da Face Praial 
 
 O levantamento dos dados da declividade praial foi elaborado a partir do 
método de determinação de ângulo com utilização de clinômetro tipo Abney, 
conforme descrito em Lima et al. (2010). 
 O método necessita ser realizado por duas pessoas e consiste, primeiramente, 
em realizar a medida da altura dos olhos de uma das pessoas em uma haste ou 
régua topográfica e, em seguida, uma segunda pessoa desloca-se com a haste 
perpendicularmente a linha de preamar percorrendo uma distância de 10 metros, 
25 
 
 
 
medida com uma trena (Figura 07). Após este processo o primeiro observador faz 
coincidir a marca na luneta do aparelho com a altura do olho na haste, deslocando o 
nível de bolha para a posição horizontal. O valor da declividade corresponderá ao 
ângulo formado a partir da diferença entre a leitura referente à altura dos olhos do 
observador e a leitura realizada no perfil de deslocamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 07: Método de determinação da declividade com a utilização de clinômetro. 
 
Para cada setor das praias foi realizada uma medida, ou seja, nas praias de 
Caripí e Itupanema foi realizada uma verificação para cada uma destas, sendo que 
em Vila do Conde foram realizadas duas, totalizando quatro medições. 
Cabe ressaltar que a leitura da declividade é realizada nas escalas interna e 
externa (Figura 08), sendo que a primeira representa a declividade expressa em 
porcentagem e na segunda a declividade é lida em graus. 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 08: Esquema de determinação da declividade do terreno empregando o clinômetro 
tipo Abney. Fonte: (LIMA et. al., 2010). 
 
5.2.2. Amostragem de Sedimento 
 
 Foram realizadas coletas sistemáticas de sedimentos superficiais na zona 
intermaré das praias. As amostras dos sedimentos arenosos foram coletadas com 
auxílio de uma colher de pedreiro (Figura 09) e acondicionadas em sacos plásticos, 
devidamente identificados sendo armazenados em caixas de plástico, para envio ao 
Laboratório de Sedimentologia do Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG, para 
realização de análises granulométricas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 09: Coleta de amostras de sedimentos arenosos. 
 
27 
 
 
 
 Foram coletadas quatro amostras (01 em cada praia estudada) sendo que a 
praia de Vila do Conde foi dividida em dois setores, assim, nesta, foram coletadas 
duas amostras, cujos pontos de coleta foram devidamente georreferenciados 
(Tabela 03), mediante utilização de sistema de posicionamento global (GPS) Garmin 
Etrex Legend HCX, possibilitando também a utilização da navegação em tempo real, 
pelo Software TrackMaker Professional. 
 
Tabela 03: Identificaçãoe localização dos pontos de coletas de amostras e análise de 
ambientes. 
 
Pontos 
Coordenadas 
Praias 
Latitude Longitude 
P1CARIPI-01 1°29'29.86"S 48°42'22.16"O Caripi 
P2ITUPANEMA-01 1°30'38.14"S 48°43'38.59"O Itupanema 
P3VCONDE-01 1°33'58.43"S 48°46'7.64"O Vila do Conde 
P4VCONDE-02 1°33'55.75"S 48°46'8.27"O Vila do Conde 
 
5.2.3. Registro dos Aspectos Geoambientais 
 
 Para a delimitação de cada segmento as praias foram percorridas a pé. Para o 
registro e descrição dos setores foi utilizado o critério da homogeneidade das 
características geomorfológicas e ecossistêmicas. As ocorrências de feições ou 
elementos pontuais em trechos onde a feição predominante era diferente da feição 
adjacente, foram mapeadas como pontos, fotografadas e suas coordenadas 
registradas em GPS. 
 Foram levantadas informações referentes à localização e caracterização dos 
ambientes físicos (tipos de sedimento, declividade, vegetação), assim como o 
estado de conservação dos mesmos; o uso e ocupação (áreas e estruturas de 
pesca, lazer, comércio, ocupação) e possíveis fontes de comprometimento da 
qualidade ambiental. 
 
5.3. ETAPA PÓS-CAMPO 
 
 Nesta etapa foram realizadas as análises granulométricas, análise da 
declividade da face praial, elaboração dos mapas de sensibilidade ambiental, e 
análise dos processos erosivos e de urbanização. 
 
28 
 
 
 
5.3.1. Análise dos Dados de Declividade da Face Praial 
 
Foi utilizada a metodologia proposta por Brasil (2004). Cabe ressaltar que a 
inclinação do litoral determina a extensão da zona intermarés e, consequentemente, 
o seu efeito na reflexão e quebra das ondas. Esta inclinação pode ser caracterizada 
como alta (maior que 30°), moderada (entre 30° e 5°) e pequena ou plana (menor 
que 5°). 
Esta análise corresponde a um dos instrumentos de determinação dos Índices 
de Sensibilidade Ambiental a Derramamento de Óleo já que leva em consideração 
os aspectos relativos ao alcance e tempo de permanência do óleo, sendo que em 
litorais muito inclinados, levam ao rompimento abrupto e reflexão das ondas, e o 
tempo de permanência do óleo será, provavelmente, mínimo, com rápida limpeza 
natural da área atingida; e em costas de baixa declividade, o tempo de permanência 
do óleo é mais prolongado havendo menor ação de limpeza natural. 
 
3.3.2. Separação Granulométrica 
 
 O termo granulometria significa medida de tamanho dos grãos (SUGUIO, 
1973), onde sua análise permite estabelecer a distribuição quantitativa das 
partículas em um dado ambiente sedimentar e/ou pedológico. A proporção das 
classes granulométricas que compõem o sedimento e/ou solo constitui a textura, a 
qual se refere principalmente às proporções de areia, silte e argila (CAMARGO 
FILHO, 2005). 
 A metodologia aplicada ao processamento das amostras envolveu alguns 
métodos tradicionalmente utilizados nos estudos sedimentológicos para análise de 
granulometria (Figura 10), vastamente difundidos na literatura especializada 
(SUGUIO, 1973). 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Fluxograma das atividades laboratoriais com Sedimentos. 
 
 As amostras de sedimentos arenosos foram lavadas com água corrente. Para 
completa retirada de constituintes que poderiam causar erros na análise. 
Posteriormente foram submetidas à secagem em estufa a 70° C (Figura 11). Em 
seguida foi realizado procedimento de destorroamento para homogeneização da 
amostra para o processo de quarteamento (Figura 12). De cada amostra seca, foi 
retirada uma fração de 120g (Figura 13) para a realização do peneiramento à seco. 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Pesagem das amostras. 
 
 Foram utilizadas peneiras com abertura de malha de 0,500 mm (areia grossa), 
0,250 (areia média), 0,125 (areia fina) e 0,063 (areia muito fina), sobrepostas nesta 
ordem. Este conjunto foi submetido à agitação em um peneirador automático por 15 
minutos (Figura 14). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Amostras de sedimentos arenosos. Figura 12: Processo de quarteamento da 
amostra. 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14: Peneirador vibratório para separação mecânica dos grãos de sedimento. 
 
Com base no peso de cada fração granulométrica retida em cada peneira 
foram calculados os parâmetros estatísticos de distribuição (mediana, média, grau 
de selecionamento, assimetria e curtose) e definida a classificação textural. 
 
5.3.3. Análise Granulométrica 
 
 Os critérios de determinação dos parâmetros estatísticos, como a distribuição 
de frequência do tamanho das partículas, diâmetro médio, desvio padrão, 
assimetria, curtose, grau de seleção e classificação textural, teve como base o 
método proposto por Folk; Ward (1957). 
A determinação e análise dos parâmetros granulométricos foram realizadas 
com o auxílio do software SisGran 2.4, que fornece a classificação quanto ao 
tamanho do grão predominante, ao grau de seleção, à assimetria e à curtose. Os 
histogramas das porcentagens acumuladas da granulometria do sedimento em 
escala phi, também foram gerados neste software. 
 
5.3.4. Determinação de Níveis de Urbanização nas Praias 
 
Para definição do grau de ocupação urbana na face praial, foi utilizada a 
metodologia proposta por Esteves et al. (2003), que leva em consideração os 
seguintes parâmetros: (a) nenhuma ou baixa urbanização, quando menos de 30% 
da área de praia é ocupada por edifícios ou outras infra-estruturas, (b) urbanização 
32 
 
 
 
moderada, quando existe cerca de 30 a 70% de ocupação da linha de costa, e (c) 
margens altamente urbanizadas, quando mais de 70% da linha costeira é construída 
por habitações ou outras construções. 
A partir das observações em campo sendo complementadas com a análise da 
Imagem de satélite foi possível determinar o enquadramento das áreas a respeito 
destes parâmetros. 
 
5.3.5. Determinação de Níveis de Erosão 
 
 Os níveis de erosão foram determinados a partir da metodologia proposta por 
de Silva et al. (2009), que consiste basicamente na observação direta in loco de 
indicativos de erosão e a presença ou ausência da faixa de praia recreativa durante 
os períodos de preamar. Levando-se em consideração esses fatores, as praias 
estudadas foram setorizadas em trechos com (i) a sensibilidade baixa à erosão, ou 
seja, que apresentaram uma tendência atual à progradação; (ii) sensibilidade média, 
que estão atualmente em equilíbrio; (iii) sensibilidade alta, que localizam-se em área 
de intensa dinâmica e, por essa razão, apresentem uma tendência atual à erosão; 
(iv) sensibilidade muito alta, os trechos que se encontram atualmente em erosão. 
 Para enquadramento destes parâmetros, foram observadas algumas 
características, como a presença de feições erosivas (voçorocas), situação das 
construções realizadas no local, além da identificação de outros fatores que 
comprovassem a ocorrência destes processos. 
 
5.3.6. Elaboração das Cartas de Sensibilidade Ambiental a Derramamento de 
Óleo 
 
 Os mapas de Sensibilidade Ambiental a Derramamentos de Óleos (SAO) 
trabalham com algumas informações básicas, sendo estas: índice de sensibilidade 
ambiental da costa, recursos biológicos e atividades socioeconômicas (NOAA, 
2002). 
O Índice de Sensibilidade Ambiental (ISA) consiste em uma hierarquização da 
sensibilidade dos diversos ambientes, levando em consideração as características 
geoambientais do ambiente, a sua interação com óleo (resposta ao óleo)e as 
possibilidades de remoção, com as características morfosedimentares 
33 
 
 
 
(características sedimentares dos referidos ambientes e a declividade). Este índice é 
classificado em uma escala de 1 a 10, levando em consideração os ambientes 
costeiros inundáveis, sendo que o maior ISA (10) corresponde ao ambiente costeiro 
inundável mais sensível. Na metodologia proposta por Souza Filho et al. (2004) para 
a classificação de ISA com adaptações para zona costeira amazônica (Tabela 04). 
Por este motivo foi utilizada neste trabalho. 
 
Tabela 04: Adaptação dos métodos NOAA (2002) para a zona costeira amazônica. 
Fonte: (SOUZA FILHO et al., 2004). 
 
ISA Ambientes costeiros amazônicos 
1A Costas rochosas expostas 
1B Estruturas sólidas expostas construídas pelo homem 
1C Falésias rochosas expostas com talus na base 
2 Escarpas expostas e declives íngremes em argila 
3A Praias com granulometria fina a média 
3B Escarpas expostas com declives íngremes em areia 
4 Praias e planícies de marés arenosas com granulometria grossa 
5 Praias e bancos de cascalhos com areia 
6 Enrocamentos 
7 Planícies de marés expostas 
8A Escarpas protegidas em leitos rochosos e sedimentos – Paleofalésias 
8B Estruturas sólidas protegidas construídas pelo homem 
8C Enrocamentos protegidos 
8D Costas com turfa 
9A Planícies de maré lamosas protegidas 
9B Bancos e planícies de marés lamosas vegetados 
9C Campos herbáceos hipersalinos (hypersalt marsh) 
10A Campos herbáceos salinos e salobros (Salt and brackish water marshes) 
10B 
Campos herbáceos doces e vegetação aquática (Freshwater marshes, aquatic 
vegetation) 
10C Manguezais de intermaré 
10D Manguezais de supramaré 
 
 Para a classificação de cores, foram utilizados os dados fornecidos por Brasil 
(2004), de acordo com os índices de sensibilidade de cada ambiente (Tabela 05). 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
Tabela 05: Esquema de cores para classificação do Índice de Sensibilidade do Litoral (ISL). 
Fonte: (BRASIL, 2004). 
 
NOTA: Face às dificuldades para reprodução perfeita das tonalidades adotadas, pois estas podem 
variar dependendo da impressão, a escala de cores deverá ser entendida como um guia a ser 
obrigatoriamente ajustado passo-a-passo, de modo à obtenção de cores no padrão internacional 
acima apresentado (R – red / vermelho; G – green / verde; B – blue / azul). 
Cor Índice 
Código 
Tipos de Costa 
R G B 
 
ISL 1 119 38 105 
- Costões rochosos lisos, de alta declividade, expostos; 
- Falésias em rochas sedimentares, expostas; 
- Estruturas Artificiais lisas (paredões marítimos artificiais), 
expostas. 
 
ISL 2 174 153 191 
- Costões rochosos lisos, de declividade média a baixa, 
expostos; 
- Terraços ou substratos de declividade média, expostos 
(terraço ou plataforma de abrasão, terraço arenítico exumado 
bem consolidado, etc.). 
 
ISL 3 0 151 212 
- Praias dissipativas de areia média a fina, expostas; 
- Faixas arenosas contíguas à praia, não vegetadas, sujeitas 
à ação de ressacas (restingas isoladas ou múltiplas, feixes 
alongados de restingas tipo “along beach”); 
- Escarpas e taludes íngremes (formações do grupo Barreiras 
e Tabuleiros Litorâneos) expostos; 
- Campos de dunas expostas. 
 
ISL 4 146 209 241 
- Praia de areia grossa; 
- Praias intermediárias de areia fina média, expostas; 
- Praias de areia fina a média, abrigadas. 
 
ISL 5 152 206 201 
- Praias mistas de areia e cascalho, ou conchas e fragmentos 
de corais; 
- Terraço ou plataforma de abrasão de superfície irregular ou 
recoberta de vegetação; 
- Recifes areníticos em franja. 
 
ISL 6 0 149 32 
- Praia de cascalho (seixos e calhaus); 
- Costa de detritos calcários; 
- Depósito de tálus; 
- Enrocamentos (“rip-rap”, guia corrente, quebra-mar 
expostos. 
- Plataforma ou terraço exumado recoberto por concreções 
lateríticas (disformes e porosas). 
 
ISL 7 214 186 0 
- Planície de Mara arenosa exposta; 
- Terraço de baixa-mar. 
 
ISL 8 225 232 0 
- Escarpa/encosta de rocha lisa, abrigada; 
- Escarpa/encosta de rocha não lisa, abrigada; 
- Escarpas e taludes íngremes de areia, abrigados; 
- Enrocamentos (“rip-rap” e outras estruturas artificiais não 
lisas) abrigados. 
 
ISL 9 248 163 0 
- Planície de maré arenosa/lamosa abrigada e outras áreas 
úmidas costeiras não vegetadas; 
- Terraço de baixa-mar lamoso abrigado; 
- Recifes areníticos servindo de suporte para colônias de 
corais. 
 
ISL 10 214 0 24 
- Deltas e barras de rio vegetadas; 
- Terraços alagadiços, banhados, brejos, margens de rios e 
lagoas; 
- Brejo salobro ou de água salgada, com vegetação adaptada 
ao meio salobro ou salgado; apicum; 
- Marismas; 
- Manguezal (mangues frontais e mangues de estuários). 
35 
 
 
 
Para a identificação do ISA, foi necessário também o reconhecimento de 
ambientes através de imagens de satélite devidamente verificadas em campo 
através da verdade terreno, que se baseia na confirmação ou não dos dados obtidos 
através da visualização de imagens para reconhecimento dos ambientes. 
 É fundamental para elaboração de mapas ISA a determinação da escala de 
mapeamento. Para este trabalho foi selecionada a escala operacional ou de detalhe 
1:10.000, até então inédita em termos cartográficos para as áreas estudadas. Esta é 
muito utilizada para situações de alto risco/sensibilidade (BRASIL, 2004). 
 Os dados foram integrados em ambiente SPRING 5.0.5. e os Mapas de Índices 
de Sensibilidade Ambiental a Derramamento de Óleo foram elaborados mediante 
utilização do software ArcGis 9.3. 
 Com relação aos aspectos biológicos e socioeconômicos foram utilizados os 
dados do mapa de sensibilidade a derramamento de óleo de áreas de influência do 
terminal de Belém da Transpetro, em escala de 1:49.752 de 2004, onde já foram 
identificados esses feições para a região. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
6.1. MAPEAMENTO DA SENSIBILIDADE AMBIENTAL A DERRAMAMENTO DE 
ÓLEO 
 
Inicialmente foi elaborado um mapa com uma visão geral do litoral do município 
de Barcarena que contempla as três praias com escala de aproximadamente 
1:95.000 e posteriormente, cada praia estudada foi contemplada com uma Carta 
SAO em escala 1:10.000, onde foram priorizadas a sensibilidade dos ambientes e 
principais aspectos biológicos e socioeconômicos (Figuras 15 a 18). Na tabela 06 é 
apresentada uma síntese referente aos principais ambientes mapeados, principais 
características, comportamento do óleo e tipos de resposta do ambiente associados 
ao índice de sensibilidade. 
 
Tabela 06: Principais Características dos ambientes mapeados. Comportamento do óleo, 
tipo de resposta e índice de sensibilidade ambiental. 
 
Ambiente ISA Características 
Comportamento do 
óleo 
Tipo de 
Resposta 
Estruturas Sólidas 1B 
Declividade alta 
Superfície Lisa 
Constituída em madeira 
ou concreto 
Não há penetração 
Não há permanência do 
óleo 
A remoção do 
óleo tende a ser 
naturalmente e 
rápida 
Barrancos fluviais 1C 
Declividade alta 
Reflexão média das 
ondas e marés 
Edificados em rochas da 
Formação Barreiras; 
geralmente compactos 
Penetração do óleo 
inferior que 10cm 
Mínima possibilidade de 
soterramento do óleo 
É necessária a 
limpeza do óleo 
Praia Fluvial 3A 
Declividade moderada 
Areia média 
Reflexão baixa de ondas 
Presença de atividade 
socioeconômica 
Penetração do óleo 
inferior a 10cm 
Possibilidade de 
soterramento do óleo 
após processo erosivo 
É necessária a 
limpeza do óleo 
Escarpas 
expostas com 
declives íngremes 
em areia 
3B 
Substrato semipermeável 
Reflexão

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