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E-BOOK 
AVALIAÇÃO 
DO RISCO DE 
SUICÍDIO 
ADRIANA DE OLIVEIRA 
2ª EDIÇÃO 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Que tipo de emoção eu sinto? Confusão. O véu negro da morte cai 
ferozmente. Por quê? Como é horrível ser governado por leis que não 
entendemos. Juan foi pego numa competição barulhenta, em que de um 
lado estava o mundo e do outro um punhado de todos nós. “A vida não 
vale a pena!”, gritou o mundo. “Sim, ela vale!”, gritamos nós. “Não, ela 
não vale!”, “Sim, ela vale!”. E lá estava Juan, bem no meio, surpreendido 
e confuso. Ele olhou para nós e para o mundo. Um cachorrinho entre dois 
mestres. Finalmente, o nosso grito foi sufocado. “Você está certo, a vida 
não vale a pena!” Ele se desesperou e pulou. Mas não podemos parar de 
gritar. Muitos talvez nos ignorem, mas muitos ouvirão. 
 E se tão somente um nos ouvir, não terá valido a pena?” 
 (Max Luccado, 2010). 
 
3 
PREFÁCIO 
 
Adriana de Oliveira nasceu em Vila Velha, Espírito Santo. Filha de pais 
separados, é a terceira de cinco irmãos. Escolheu cursar Psicologia já no primeiro 
ano do ensino médio. Acreditava que podia mudar o mundo e viu na Psicologia a 
possibilidade de atuar para transformar vidas. Aos 19 anos foi para Brasília, onde 
mora até hoje, para cursar Psicologia. Fez graduação na Universidade Católica de 
Brasília, formação clínica no Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento, 
mestrado e doutorado na Universidade de Brasília. Atua na Psicologia Clínica há 
16 anos e na docência há 9 anos. Desses, há sete anos orienta estágios em 
Psicologia Clínica. 
Com sua experiência e com o aumento dos índices de tentativas de 
suicídio que começaram a chegar à clínica, percebeu que precisava compreender 
mais sobre o assunto. Há alguns anos, orientou o atendimento de um caso que 
envolvia tentativas pregressas de suicídio. Ao longo dos atendimentos, a paciente 
fez nova tentativa, o que deixou a autora insegura e um tanto desamparada. 
Na época, começou a questionar sua habilidade para ocupar esse lugar 
enquanto orientadora de estágio e se, de fato, tinha capacidade técnica para tal. 
Questionou porque não percebeu o risco do suicídio e foi surpreendida frente à 
tentativa da paciente. Nesse momento, decidiu aprofundar seus estudos acerca da 
temática, principalmente, sobre como evitar o suicídio. 
A partir dessa inquietação, de muito estudo e de um desejo profundo de 
fazer diferença no mundo, Adriana percebeu que a grande maioria dos suicídios 
pode ser evitada. E um suicídio evitado é muito mais que uma morte evitada. É a 
prevenção do adoecimento psíquico de muitos outros indivíduos e a interrupção 
de um ciclo de adoecimento. Este livro, portanto, é fruto do pensamento de uma 
pessoa que não se conforma com a ideia de que as coisas não podem mudar - elas 
podem! 
Sua insegurança começou a se transformar em confiança ao estudar o 
 
4 
assunto. Apesar das peculiaridades que existem em cada caso, entendeu que é 
possível sim a prevenção. De forma empática, percebeu que, assim como se sentiu 
insegura diante do caso, possivelmente haveriam outros profissionais que se 
sentiriam da mesma forma. Por isso, essa obra é também o compartilhamento, 
com outros profissionais da saúde, do que aprendeu. É, também, um meio de 
capacitá-los para atuarem de forma mais eficiente nos casos que envolvem risco 
de suicídio - a prevenção é feita com muitas mãos - e, assim, mudar o mundo de 
inúmeras pessoas. 
Essa é a segunda edição do livro e acrescenta aspectos que não foram 
incluídos na primeira, relacionados à entrevista clínica e às primeiras 
intervenções. Além disso, incluiu instrumentos de rastreio para fornecer material 
técnico para auxiliar no diagnóstico diferencial e na intervenção. 
Essa obra, organizada em capítulos, foi escrita de forma clara e objetiva. 
Apresenta-se uma contextualização do suicídio, seus fatores de risco e de 
proteção, com o cuidado de cooperar com a construção de um cenário mais 
acolhedor e eficaz para reduzir a estatística das tentativas. O leitor é direcionado 
para identificar a gravidade dos casos com risco de suicídio e orientado sobre as 
primeiras intervenções possíveis para cada grau de risco. 
Ao ler, procure relacionar com os casos que já atendeu. Leia os 
instrumentos e perceba como se sente ao fazer perguntas tão diretivas. Identifique 
seus sentimentos e aprenda a lidar com eles. São formas de aguçar o seu olhar 
para discriminar quais características olhar e quais intervenções propor, sem 
prescindir do autocuidado, do acolhimento e da empatia. 
 
Dra. Roberta Ladislau Leonardo1
 
1 Formada em Psicologia pela Universidade de Brasília (2006), com especialização em Neuropsicologia pelo 
IPAF (2009), mestrado e doutorado pelo Programa de Ciências do Comportamento, na área de concentração 
Neurociências do Comportamento (UnB). Atualmente, trabalha em consultório e coordena o curso de 
Psicologia no UDF - Centro Universitário. 
 
5 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 6 
SUICÍDIO: AFINAL DO QUE ESTAMOS FALANDO? ............................................................................... 9 
AVALIANDO FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO .................................................................................. 12 
AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUICÍDIO BAIXO, MODERADO E ALTO ..................................................... 16 
ENTREVISTA CLÍNICA NA AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUICÍDIO .......................................................... 19 
PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS AO RISCO DO SUICÍDIO .......................................................................... 23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 27 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 28 
CONTATOS E LINKS ÚTEIS .................................................................................................................. 30 
ANEXO I – AVALIAÇÃO GERAL DO SUICÍDIO ...................................................................................... 31 
ANEXO II – Roteiro para avaliação do risco de suicídio ..................................................................... 36 
ANEXO III – Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (Escala de HADS)..................................... 36 
ANEXO IV – Contrato de Vida ............................................................................................................ 40 
 
6 
INTRODUÇÃO 
 
O suicídio é um fenômeno mundial e histórico, talvez até atemporal, 
tendo em vista que a história da humanidade é marcada por suicídios. Na 
Grécia antiga, o indivíduo era obrigado a pedir permissão ao Estado para se 
suicidar. O pedido era analisado e poderia ser permitido ou vetado. Na Idade 
Média, na cultura judaico-cristã, o suicídio foi condenado, não existindo, a partir 
de então, diferença entre o suicídio legal e ilegal. Matar-se era atentar contra a 
propriedade do outro e o outro, neste caso, era Deus (Tota, Barros & Assis, 
1994). 
Em outras culturas, ao longo da história, o suicídio foi concebido como um 
ato heróico. Na cultura dos Vikings, o suicídio era o meio para chegar à 
imortalidade. Para que os guerreiros alcançassem Valhalla era necessário 
morrer de forma brutal em guerra ou tirar sua própria vida, pois era honroso 
nessa cultura morrer pelas suas prórpias mãos. 
Na cultura japonesa, por exemplo, Harakiri faz partedos ensinamentos do 
Bushido. Significa, literalmente, “cortar a barriga” ou “cortar o estômago”. 
Consistia em ajoelhar-se e cravar um punhal em sua própria barriga, num ritual 
suicida. Isso era feito nos casos de desonra própria ou aos seus ancestrais, ou, 
ainda, por lealdade aos seus senhores (Kawanami, 2013). O lema dos samurais 
era que a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre. 
Essa filosofia persiste até hoje. 
E essa pode ser uma das razões 
do Japão ser uma das nações 
com o maior índice de suicídios 
no mundo (em média, 30 mil 
mortes por ano, sendo a 
 
7 
primeira causa de morte entre jovens/adultos de 15 a 39 anos). 
Na Segunda Guerra Mundial, o Japão convocou os Kamikazes para 
missões de combate. Os Kamikazes eram pilotos japoneses destinados a 
missões suicidas. 
Eles direcionavam seus aviões, carregados de explosivos, de encontro aos 
alvos de seus ataques (Hammerschmidt, 2018). 
Outra cultura que, até nos dias atuais mostra o suicídio como um ato 
heroico, é a dos radicais extremistas islâmicos, que acreditam estar 
participando de uma guerra santa e, com a prática do ato suicida, creem que 
irão ganhar o paraíso e receberão a vida eterna como recompensa pelo seu 
sacrifício em nome da fé. 
Durkheim (1897), tratou o suicídio de uma forma social. Para ele, alguns 
dos fatores que acabam levando o indivíduo ao suicídio são as crises 
econômicas e as mudanças nas sociedades. Essas são rupturas de equilíbrio, 
que fazem com que o indivíduo não se ajuste ao ambiente, trazendo um 
sofrimento muito grande, com o qual o cidadão não consegue lidar. A questão 
social é um fator importantíssimo na compreensão do suicídio. Por exemplo, 
nos Estados Unidos, em 1929, muitos americanos em Wall Street se suicidaram 
depois da quebra da Bolsa, em 24 de outubro. Vários investidores cometeram 
suicídio pulando dos prédios do centro financeiro mais famoso do mundo. 
Em 1945, os soldados nazistas não acreditaram mais que era possível 
vencer a guerra e uma onda de suicídios tomou conta da Alemanha. Em Berlim, 
o pânico foi tão grande que, em 3 (três) dias, quase 1.000 (mil) militares se 
suicidaram. 
Outra história de suicídio impressionante, pela dimensão do número de 
mortes, foi em 1978, quando James Warren conduziu um dos maiores suicídios 
em massa já orquestrados no mundo. Foram cerca de 918 (novecentas e 
dezoito) pessoas mortas pela crença de que estariam perto de uma guerra 
Fonte: 
www.hokunin.deviantart.com 
 
8 
nuclear. Acreditaram em seu Guru, que afirmou que, se morressem dessa 
forma, estariam livres da agonia e morreriam em paz e com honra. 
Independentemente da filosofia por trás do suicídio, e de quão antiga é 
tal prática, atualmente o ato de tirar a própria vida é considerado um problema 
de saúde pública e sua prevenção tem sido prioridade para a Organização 
Mundial da Saúde (OMS). 
Em termos gerais, a mortalidade pelo suicídio aumentou 60% (sessenta 
por cento) nos últimos 45 anos (Botega, Werlang, Cais & Macedo, 2006). A 
estimativa da OMS é que, a cada 40 (quarenta) segundos, uma pessoa se suicida 
no mundo. Isso significa mais de 800.000 (oitocentos mil) suicídios por ano, dos 
quais 65.000 (sessenta e cinco mil) ocorrem na região das Américas (OMS, 
2014). 
Para a OMS, 9 (nove) em cada 10 (dez) suicídios poderiam ser evitados, 
caso recebessem ajuda especializada. Isso equivale a uma taxa de 90% (noventa 
por cento). 
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, a maior parte das pessoas que 
pensa em cometer suicídio enfrenta uma doença mental que altera, de forma 
radical, a percepção da realidade, interferindo gravemente no livre arbítrio. 
O tratamento da doença mental é a melhor forma de prevenir. Isso 
significa que a prevenção é factível. Para isso, é necessário saber para o que 
olhar. Cândido (2011), afirma que “a morte por suicídio é quase sempre sentida 
como inesperada e imprevisível. Apesar da existência de toda uma gama de 
sinais potencialmente preditivos do risco” (p. 137). 
O objetivo desse e-book será instrumentalizar você para conseguir realizar 
uma avaliação de risco do suicídio acurada, uma entrevista clínica inicial e 
propor algumas intervenções. Se soubermos para o que olhar, podemos avaliar 
o risco que a pessoa corre no momento e, consequentemente, propor 
intervenções adequadas para cada caso. 
 
9 
SUICÍDIO: AFINAL DO QUE ESTAMOS 
FALANDO? 
Uma das questões filosóficas que permeia a mente de muitas pessoas é o 
julgamento se a vida vale ou não a pena ser vivida (Camus, 1942). Segundo 
Botega, Werlang, Cais e Macedo. (2006), ao longo da vida, de cada 100 (cem) 
pessoas, 17 (dezessete) irão pensar em suicídio, 5 (cinco) irão planejar, 3 (três) 
irão tentar e 1 (uma) irá efetivamente se suicidar. 
 
 
 
 
 
 
Para a OMS (1998), o suicídio é um ato deliberado, intencional de causar a 
morte a si mesmo, um ato iniciado e executado deliberadamente por uma 
pessoa que tem a clara noção (ou forte expectativa) de que dele pode resultar a 
morte. Assim, será necessário analisar a intencionalidade do ato para 
avaliarmos as tentativas de suicídio ou mesmo o suicídio consumado. 
A tentativa de suicídio pode ser definida como qualquer tipo de 
comportamento autolesivo não-fatal, com evidências − sejam elas explícitas ou 
 
10 
implícitas −, de que a pessoa tinha a intenção clara de morrer. É importante 
atentar que nem toda violência autoprovocada caracteriza uma tentativa de 
suicídio. 
É necessário avaliar a intencionalidade do ato e o desejo de morte 
relacionado ao mesmo (Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, 2016). 
Além de suicídio, a OMS (2014) definiu também o comportamento 
suicida. Este termo refere-se a um conjunto de atitudes que incluem: o 
pensamento de que uma ação autoinfligida resulta em sua morte (ideação 
suicida); o planejamento; a tentativa; e o próprio suicídio. Para Werlang, 
Macedo e Kruger (2004), o comportamento suicida contempla, 
independentemente do ponto de vista pelo qual é analisado, uma dimensão 
central relacionada ao sofrimento. Por isso, quando falamos de prevenção, 
precisamos analisar o comportamento suicida, para assim identificar as 
variáveis relacionadas ao processo de ideação, planejamento e tentativas. 
Em estudo realizado por Kessler, Borges e Walter (1999), foi observada a 
relação entre a ideação suicida e o risco de tentativas de suicídio. Estima-se que 
60% (sessenta por cento) dos indivíduos que se suicidam tinham previamente 
ideação suicida (Fawcette, Clark & Bush, 1993). Outro dado que chama atenção 
é que, das pessoas que tiveram seus suicídios consumados, metade delas (50% 
por cento) foram a uma consulta médica em algum momento no período de 6 
(seis) meses que antecederam a morte; e 80% (oitenta por cento) foram a um 
médico no mês anterior ao suicídio (Clark & Fawcett, 1992). Os autores 
apontam, ainda, que dois terços dos que se suiciddaram comunicaram, 
claramente, essa intenção a parentes próximos, ou amigos, na semana anterior 
ao ato fatal. 
Botega, Mauro e Cais (2004), acrescentam que, em média, de 15 a 25% 
(quinze a vinte e cinco por cento) das pessoas que tentam o suicídio tentarão 
novamente no ano seguinte. E 10% (dez por cento) das pessoas que tentam o 
 
11 
suicídio conseguem efetivamente matar-se nos próximos 10 (dez) anos. Os 
autores destacam ainda que, com base nas evidências proporcionadas por 
entrevistas com familiares e amigos, bem como por meio de documentos 
médicos e pessoais, um diagnóstico psicopatológico poderia ter sido feito em 
93-95% dos casos de suicídio. Notadamente, são transtornos do humor (40-50% 
dos casos de suicídio tinham depressãograve), dependência de álcool (em 
torno de 20% dos casos) e esquizofrenia (10% dos casos). 
Podemos dizer que estamos diante de um fenômeno mundial e complexo. 
Sabemos que, apesar de haver uma correlação entre transtornos mentais − 
principalmente a depressão −, transtorno bipolar, dentre outros, esse é um 
fenômeno multideterminado. Não podemos dizer exatamente quais as variáveis 
que levam alguém a tirar sua própria vida, porém podemos analisar os fatores 
de risco e os fatores de proteção, podendo, assim, avaliar o risco de alguém vir 
a cometer suicídio. 
 
12 
AVALIANDO FATORES DE RISCO E 
PROTEÇÃO 
Para fazer uma avaliação concreta sobre a possibilidade de suicídio é 
preciso considerar um conjunto de fatores, incluindo os de risco e proteção. 
Deve-se considerar fatores sociodemográficos, psicossociais e vida familiar, 
bem como fatores psicológicos e psiquiátricos, dentre outros. Botega (2015), 
discorre sobre vários fatores de risco e de proteção, que necessitam de atenção 
especial ao fazer uma avaliação inequívoca de risco. 
Fatores que aumentam o risco do suicídio: 
1. Fatores Sociodemográficos 
• Sexo Masculino 
• Adultos jovens (19 a 49 anos) e idosos 
• Estado civil, divorciado e solteiro 
• Orientação homossexual ou bissexual 
• Ateus e protestantes tradicionais (católicos) 
• Grupos étnicos minoritários 
 
2. Fatores Psicossociais e vida familiar 
• Abuso físico, sexual ou emocional 
• Perda ou separação dos pais na infância 
• Instabilidade familiar 
• Ausência de apoio social e Isolamento social 
• Pouca flexibilidade para enfrentar adversidades 
• Perda afetiva recente ou outro acontecimento estressante 
• Datas importantes (morte, aniversários, etc) 
• Desemprego e Aposentadoria 
• Vergonha e humilhação (bullying) 
• Violência doméstica 
 
13 
• Desesperança e desamparo 
• Ansiedade intensa e baixa autoestima 
• Rigidez cognitiva, pensamento dicotômico 
• Traços de personalidade: impulsividade, agressividade, labilidade do 
humor, perfeccionismo. 
 
3. Fatores Psicológicos e Psiquiátricos 
• Depressão, transtorno bipolar, abuso/dependência de álcool e de 
outras drogas, esquizofrenia, transtornos de personalidade 
boderline 
• Comorbidade psiquiátrica (vários transtornos mentais) 
• Histórico familiar de doença mental 
• Falta de tratamento ativo e continuado em saúde mental 
• Ideação ou plano suicida 
• Tentativa de suicídio pregressa 
• História familiar de suicídio 
 
4. Fatores Psicológicos e Psiquiátricos 
• Depressão, transtorno bipolar, abuso/dependência de álcool e de 
outras drogas, esquizofrenia, transtornos de personalidade 
boderline 
• Comorbidade psiquiátrica (vários transtornos mentais) 
• Histórico familiar de doença mental 
• Falta de tratamento ativo e continuado em saúde mental 
• Ideação ou plano suicida 
• Tentativa de suicídio pregressa 
• História familiar de suicídio 
 
14 
5. Outros fatores 
• Acesso a meios letais (arma de fogo e veneno) 
• Doenças físicas incapacitantes e terminais 
• Falta de adesão ao tratamento, agravamento ou recorrência de 
doenças preexistentes 
• Relação terapêutica frágil ou instável 
Além desses fatores descritos é fundamental considerar os estados 
afetivos que estão associados a um maior risco de suicídio. Botega (2015), 
descreve como a presença dos 7 Ds. 
 
Ds 
Dor Psíquica 
Desespero 
Desesperança 
Desamparo 
Depressão 
Dependência química 
Delírio 
Fatores de proteção (diminuem o risco do suicídio): 
1. Personalidade e estilo cognitivo 
• Flexibilidade cognitiva 
• Disposição para aconselhar-se em casos de decisões importantes 
• Disposição para buscar ajuda 
• Abertura à experiência de outro 
• Habilidade para se comunicar 
• Habilidade para solucionar problemas da vida 
• Capacidade para fazer uma boa avaliação de realidade 
 
15 
2. Estrutura Familiar 
• Bom relacionamento interpessoal 
• Senso de responsabilidade em relação à família 
• Crianças pequenas na casa 
• Pais atenciosos e consistentes 
• Apoio em situações de necessidade 
• Estrutura Familiar 
• Bom relacionamento interpessoal 
 
3. Fatores socioculturais 
• Integração e bons relacionamentos em grupos sociais (colegas, 
amigos, vizinhos) 
• Adesão a valores e normas socialmente compartilhados 
• Prática religiosa e outras práticas coletivas (clubes, grupos culturais) 
• Rede social que propicia apoio prático e emocional 
• Estar empregado (gostar do trabalho) 
• Disponibilidade de serviços de saúde mental 
 
4. Outros Fatores 
• Gravidez e puerpério 
• Boa qualidade de vida 
• Regularidade do sono 
• Boa relação terapêutica 
 
16 
AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUICÍDIO BAIXO, 
MODERADO E ALTO 
Para realizarmos a formulação do risco de suicídio devem ser 
considerados todos os aspectos discutidos no capítulo anterior. É preciso 
considerar tanto os fatores de risco como os de proteção, para assim classificar 
corretamente. Além disso, na formulação do risco, temos que analisar a 
intencionalidade suicida. 
 
 
 
 
A análise da intencionalidade suicida é fundamental pois 60% (sessenta 
por cento) das pessoas que se suicidam apresentam ideação suicida antes da 
tentativa (Fawcette, Clark & Bush, 1993). Para formulação, iremos classificar o 
paciente em risco baixo, moderado e alto. 
 
17 
 
 
 
A análise proposta por Botega (2015) procura sintetizar os aspectos que 
o autor considerou mais importantes na formulação do risco de suicídio. 
Entretanto, recomenda-se uma análise clínica completa, além desses aspectos 
 
18 
citados acima, devemos considerar todos os outros discutidos no capítulo 
anterior. 
Na avaliação do risco de suicídio, deve-se levar em consideração que um 
fator de proteção pode ser considerado de risco, dependendo de como a 
pessoa lida com aquele aspecto. Por exemplo, crianças pequenas em casa são 
consideradas um fator de proteção, porém, se a relação com as crianças for 
promotora de sofrimento, isso poderá ser considerado um fator de risco. 
A formulação clínica do risco de suicídio é fundamental para que o 
profissional de saúde, ou mesmo familiares e amigos, saibam quais providências 
tomar, para, assim, evitar uma possível tentativa de suicídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
ENTREVISTA CLÍNICA NA AVALIAÇÃO DO 
RISCO DE SUICÍDIO 
 
 Ao realizar a entrevista clínica, o profissional deve-se assegurar que seu 
paciente receba a atenção necessária para que um diagnóstico diferencial seja 
realizado e aspectos como situação psicossocial, fatores de risco e proteção, 
recursos pessoais e transtornos mentais sejam avaliados. Os pacientes 
precisam ser avaliados cuidadosamente para garatir que estarão a salvo (evitar 
tentativas de suicídio) e, se possível, já na entrevista clínica fornecer a ele um 
grau de alívio do sofrimento vivenciado (Sterian, 2001 e Mitchell & cols, 2005). 
Essa avaliação inicial é essencial para que ações preventivas e interventivas 
sejam estabelecidas, a fim de evitar que o suicídio ocorra. 
 Na entrevista inicial, o profissional precisa criar um espaço para que o 
paciente se coloque sem reservas e discorra sobre suas questões e sofrimentos 
associados. Sabemos que o próprio ato de falar, em muito casos, já proporciona 
alívio (Sterian, 2001). Por isso, é tão fundamental a escuta ativa, se colocar de 
forma empática na relação, estabelecer um rapport (conexão com o outro), ser 
congruente e demonstrar uma aceitação incondicional pelo paciente. Tais 
habilidades podem ser consideradas como pré-requisitos para que a entrevistaclínica seja eficaz. Não deve colocar questões morais ao falar do suicídio. Isso irá 
gerar barreiras e dificultar que o vínculo terapêutico seja estabelecido, podendo 
até mesmo levar a pessoa a desistir da psicoterapia ou mesmo mentir que está 
tudo bem quando não está. 
 É indispensável uma postura acolhedora, cuidadora e não-julgadora. As 
perguntas dirigidas ao paciente devem ser conduzidas de forma que ele consiga 
perceber e elaborar seu sentimentos, pensamentos e insights (Rodrigues, 
2009). Dentro dessa problemática, a entrevista inicial não terá como foco 
 
20 
somente levantar informações, mas estabelecer uma relação terapêutica que 
promova as condições necessárias para que intervenções sejam realizadas. O 
indicado para entrevistas iniciais é fazer uma entrevista aberta e permitir que o 
paciente fale livremente. Nesse caso especifico, o ideal é a utilização de uma 
entrevista semi-estruturada, pois será preciso direcionar a entrevista para 
conseguir fazer a avaliação do risco de suicídio. Ao final da entrevista inicial é 
importante que dados sejam coletados para podermos propor algumas 
intervenções. 
 Para Rodrigues (2009) a entrevista semi-estruturada é uma técnica que 
irá proporcionar compreensão e avaliação do contexto do suicídio, nessa 
prespectiva a autora destaca alguns aspectos: 
 (1) Organiza o processo de coleta de dados e da avaliação do risco; 
 (2) Permite uma investigação detalhada dos fatores de risco e proteção 
do suicídio; 
 (3) Ajuda a descontruir tabus e resistências ao falar da morte e do 
suicídio; 
 (4) Favorece o estabelecimento do vínculo, a aceitação e engajamento 
terapêutico; 
 (5) Possibilita uma avaliação mais adequada e por consequência, uma 
intervenção eficaz. 
 Um dos instrumentos que tem sido utilizados nessa entrevista inicial é o 
TARS - roteiro para Avaliação do Risco de Suicídio (ANEXO II). Esse instumento 
visa levantar o perfil do risco individual, sintomático e na consulta (no momento 
atual do paciente). Algumas perguntas que podem ser realização além das 
propostas no instrumento são: 
 Você se sente ficando desesperado? 
 Sente que são muitas as coisas para administrar? 
 Você pensa que seria melhor se estivesse morto? 
 
21 
 Você pensa em terminar com tudo, que não vale a pena viver? 
 Você tem pensamentos de morte ou de suicídio? 
 Você já pensou em maneiras de se suicidar? 
 Se sim, quais métodos você considerou? 
 Você tem acesso para executar seu plano: comprimidos, resólver, prédio 
alto? 
 Você tem em mente alguma data ou lugar? 
 Se você estivesse só agora ou em algum momento no futuro, você 
tentaria se matar? 
 Nesse entrevista incial é importante que se faça um diagnóstico 
diferencial: se existe algum quadro de depressão, bipolaridade, ansiedade, 
esquisofrenia, uso abusivo de álcool e drogas, etc, e se esses quadros se 
relacionam com a ideação suicida, com o planejamento ou mesmo com as 
tentativas de suicídio. Sabe-se que 40%-50% das pessoas que tentam suicídio 
estavam com depressão grave e a estimativa que 90-95% das pessoas que se 
suicidam tem algum transtorno mental (Botega, Mauro e Cais, 2004). Uma das 
escalas que podem ser trabalhadas é a Escala Hospitalar de Depressão e 
Ansiedade (HADS – ANEXO III). Verifique, ainda, se existe um perfil de 
personalidade impulsiva. Essa é uma das características que aumenta 
significativamente o risco do suicídio. 
 Além do levantamento dos dados para a avaliação do risco, o Psicólogo 
deve conseguir manejar a angústia do paciente e a vergonha de entrar nesse 
assunto. A realidade é que existem muitos tabus sociais que permeiam a 
temática do suicídio e isso, normalmente, gera desconfortos na entrevista (no 
entrevistado e no entrevistador). Será preciso, ainda, manejar suas próprias 
angústias e ansiedades que o processo terapêutico irá produzir. Casos 
envolvendo suidídio, frequentemente, geram insegurança e medo nas pessoas 
que conduzem, pois lidam com muita instabilidade emocional, ambivalência em 
 
22 
relação à vida e morte e o próprio risco de perder o paciente. Porém, já 
sabemos que falar abertamente sobre o assunto (que socialmente é tão velado) 
irá gerar alívio e mudanças psicológicas importantes, tanto no entrevistado 
como no entrevistador (Rodrigues, 2009). 
 Em resumo, um dos aspectos centrais dessa entrevista clínica para a 
avaliação do risco do suicídio é que o profssional ao conduzir a entrevista, fale 
abertamente e não tenha receio de abordar assuntos como morte e o suicídio. 
Tão importante quanto os aspectos técnicos da entrevista, o Psicólogo deve 
conseguir manejar suas próprias emoções nesse processo. 
 
 
 
23 
PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS AO RISCO DO 
SUICÍDIO 
 
 Se quisermos colocar gasolina em um tanque cheio, ele transbordará, 
mas, se colocarmos 1 litro de gasolinha em um tanque vazio não poderemos 
viajar 200 kilometros. O que isso significa? Que um litro de gasolina pode ser 
muito ou pouco, dependendo da necessida que existe. Isso se aplica quando 
falamos sobre intervenções em situações de risco de suicídio. Se usar força 
demais pode quebrar a pessoa, porém se usar pouca força pode perdê-la para a 
morte. 
 Na prática, o início da intervenção começa com a avaliação do risco de 
suicídio. Já foi discutido anteriormente como realizar a avaliação do risco. São 
vários aspectos a serem considerados e a pessoa deve ser entendida como um 
todo. Pois um aspecto que pode ser fator de proteção para uma pessoa em 
determinado quadro, pode ser de risco para o outro. Por exemplo, sabemos 
que mulheres no puerpério são menos propensas ao suicídio, porém se essa 
mulher estiver com depressão pós parto, a presença da bebê pode potencializar 
o sofrimento e o suicídio. Todos os profissionais da saúde acabam se deparando 
na sua prática profissional com casos envolvendo ideação ou tentativas de 
sucidío, por isso, é tão importante saber as primeiras providências a serem 
realizadas frente ao risco. 
 Na psicoterapia existem muitas possibilidades de intervenções e isso irá 
variar principalmente de acordo com a abordagem teórica do terapeuta que 
está acompanhando o caso. A ideia não é discutir aspectos teóricos da 
Psicologia, mas analisar intervenções frente a situações de crise que podem ser 
realizadas por diferentes profissionais (psicólogos, enfermeiros, médicos etc). 
Rapidamente, vamos analisar três possíveis cénários (risco baixo, moderado e 
alto) para construirmos as intervenções. 
 
24 
 No risco baixo de suicídio, normalmente, a pessoa está com ideação 
suicída mas não houve tentativas anteriores, tem boa rede de apoio, 
disponibilidade para pedir ajuda, etc. Apesar dos fatores de proteção poderem 
ser maiores que os fatores de risco, não podemos ignorar que ainda existe risco. 
Como já dito, a ideação suicída aumenta em 60% o risco de um suicídio ocorrer. 
Nesses casos, deve investir na relação terapêutica e garantir uma boa 
vinculação. Permita que a pessoa fale livremente sobre a temática suicídio e 
morte. 
 Muitas vezes a pessoa precisa do espaço terapêutico para conseguir 
elaborar tais questões e ver outras alternativas para os problemas vivenciados. 
E, principalmente, assegure-se de ter os contatos de emergências do paciente, 
apesar do risco ser baixo, circunstâncias podem fazer com que a pessoa saia de 
um risco baixo para alto rapidamente. Por isso, deve ter os contatos para 
acionar a rede de apoio quando necessário. Além disso, refaça a avaliação de 
risco periodicamente, para avaliar se outras intervenções deverão ser 
propostas. 
 Quando o risco de suicídio for moderado, faça um contrato de vida 
(Anexo IV) com seu cliente.Esse contrato não tem valor jurídico, porém tem 
valor emocional. Nesse momento você mostra para a pessoa que se importa e 
que está disposto a ajudá-la a passar pela crise. Lembre-se de ler o contrato 
com a pessoa, explicar cada aspecto, negociar com a pessoa o tempo que ela se 
compromete a não fazer nenhuma tentativa de suicídio, escolha as pessoas que 
ela deve procurar em caso de crise e de forma ideal, elabore um plano de 
segurança com a pessoa. 
 Avalie nesse momento se deve ser realizada a quebra de sigilo. De acordo 
com o código de ética do Psicólogo, a quebra de sigilo irá ocorrer em duas 
situações: quando a pessoa representa (1) risco a si ou (2) risco ao outro. 
Nesses casos, temos a obrigação ética de proceder com a quebra de sigilo. Faça 
 
25 
isso de forma transparente, ou seja, avise a pessoa que o sigilo será quebrado. 
 Se possível, aumente a quantidade de sessões na semana ou então faça 
contato na semana por telefone de forma pontual para acompanhar o paciente. 
Por exemplo, se sabe que haverá algo importante na semana do seu paciente 
(uma entrevista de emprego, uma perícia no INSS etc) pode ligar após o evento 
para saber como foi. Esses pequenos contatos mostram para a pessoa que você 
está disponível e que se importa. É essencial que o profissional tenha 
sagacidade nesses casos e consiga tomar decisões rápidas. 
 No risco alto, deve fazer o contrato de vida, aumentar a quantidade de 
sessões, fazer um encaminhamento para o Psiquiatra (caso ainda não esteja 
sendo acompanhado) 
e realizar a quebra de sigilo. Além disso, garantir que a pessoa fale 
livremente, discutir a morte sem tabu para promover o enjagamento 
terapêutico. Na quebra de sigilo, algumas decisões deverão ser tomadas. Sugiro 
discutir isso com o paciente, como, para quem ligar, o que poderá ou não ser 
falado nesse momento e quais instruções deverão ser passadas. 
Se o risco for alto e mesmo assim seu paciente se recusar a autorizar a 
quebra, deve fazer mesmo assim. Normalmente, quando conversa, explica as 
razões, discute com ele os pontos abordados e dá a opção de ele participar da 
sessão com a família, vai se deparar com pouca resistência. Quando consegue 
mostrar as razões pelas quais a quebra será realizada, a pessoa vê no seu 
comportanto um cuidado, que muitas vezes nunca expeirimentou. Por vezes, a 
quebra de sigilo fortalece a relação terapêutica. 
 Quando a quebra de sigilo for ocorrer, converse sobre a importância de 
alguém acompanhar a medicação (o paciente não tem acesso à medicação, 
recebe a medicação nos horários previsto) e discuta a possibilidade da 
internação domiciliar. Se a familia não tiver estrutura para realizar a 
intervenção domiciliar (ter alguém que possa acompanhar por 24 horas a 
 
26 
pessoa), a internação hospitalar é indicada. Entre o hospital e a casa, quase 
sempre será melhor a casa. Mas asssegure-se que a “casa” tenha estrutura para 
manejar a crise. Apesar de não ser ideal, não descarte a internação hospitalar. 
Às vezes, as 48 horas que a pessoa constuma ficar internada pode ser suficiente 
para a medicação fazer efeito e a crise aguda diminuir. 
 A intervenção no risco alto do suicídio tem por objetivo assegurar a 
integridade física do paciente, minimizar sua impulsividade e dimimuir o 
sofrimento agudo. Porém, esse tipo de intervenção normalmente tende a ser 
traumática pela intensidade que ocorre. Por isso, só deve ser realizada se o 
risco de morte for eminente ou alto. Constumo dizer que, quando a pessoa está 
se afogando, não a ensinamos a nadar. Primeiro a tiramos da água, depois a 
ensinamos a nadar. Essa é a ideia na intervenção na crise suicida. Garantimos a 
integridade física a curto prazo, estabilizamos e vamos cuidar das questões 
emocionais subjacentes (aí sim, ensinamos a nadar!). 
 Em todos os casos, garanta desde o primeiro encontro que você tenha os 
contatos de emergência do seu paciente. Por vezes, a pessoa não chega em 
uma crise suicida, mas pode entrar durante o processo terapêutico por diversas 
variáveis que fogem ao nosso controle. E invista na relação terapêutica. Um 
bom enjagamente terapêutico faz toda diferença na condução desses casos. 
 Por último, mas não menos importante, é fundamental que a pessoa que 
está atendendo esses casos cuide de si. Lidar com a demanda do suicídio irá 
demandar muito emocionalmente do profissional, por isso é importante se 
enjagar em ações de autocuidado. Sempre cuidamos melhor do outro quando 
cuidamos bem de nós. 
 
Coloque-se em primeiro lugar da sua lista por altruísmo e não por egoísmo 
(Rhandy Di Stafeno) 
 
 
 
27 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O suicídio tem sido visto como um problema de saúde pública pela 
Organização Mundial de Saúde, devido ao crescente número de casos 
registrados (aumento de 65% em 45 anos). A estimativa da OMS (2014) é que 
mais de 800.000 (oitocentas mil) pessoas se suicidam por ano. Para cada 
suicídio consumado, acredita-se que ocorreram, pelo menos, 20 (vinte) 
tentativas. Isso significa dizer que pelo menos 16.000.000 (dezesseis milhões) 
de pessoas fazem uma tentativa por ano. Esse número pode ser muito maior, 
considerando que muitas mortes por suicídio acabam sendo computadas de 
outras formas, como acidente de carro, intoxicação, ataque cardíaco etc. 
Outro dado importante a ser considerado é que cada suicídio consumado 
irá afetar diretamente entre 5 (cinco) a 10 (dez) pessoas, aumentando o risco 
que essas pessoas afetadas venham a se suicidar ou desenvolver algum tipo de 
transtorno mental (Bertolote, 2012). Isso significa dizer que, anualmente, de 4 a 
8 milhões de pessoas são afetadas diretamente como consequência dessas 
mortes de familiares ou amigos. 
Mais assustador que esses dados é saber que 90% (noventa por cento) 
dos casos poderiam ser prevenidos, com intervenções clínicas dos profissionais 
da saúde (OMS, 2014). Por isso, é tão importante a capacitação dos 
profissionais da saúde para que consigam fazer análises acuradas do risco de 
suicídio e, assim, tomar as providências necessárias. 
Espero que este e-book possa ajudá-lo nessa árdua tarefa, como um 
instrumento que poderá auxiliá-lo nos diagnósticos clínicos. Vale ressaltar que, 
os instrumento em anexo não se constituem como um teste de avaliação 
psicológica e nem possui validação técnica. Eles visam auxiliar no processo de 
diagnóstico clínico do risco de suicídio da pessoa auxiliada. 
 
28 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Unesp. Botega, J. N. (2015). Crise Suicida: avaliação e manejo. 
Artemed, Porto Alegre. 
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29 
eram-o-que-os-motivava-e-qual-era-suas- filosofias.htm acesso em 
22/09/2018 as 21:46. 
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Dissertação de mestrado, Universidade de Brasília. 
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setembro de 2018 de https://www.japaoemfoco.com/os-7-principios-do-
bushido/ 
 
30 
CONTATOS E LINKS ÚTEIS 
Centro de Valorização da Vida 
www.cvv.com.br - Telefone 188 
(24 horas) 
Ministério da Saúde 
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-
z/suicidio 
Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio 
https://www.abeps.org.br/ Organização Mundial da Saúde 
www.who.int/mental_heath/en/ 
 
31 
ANEXO I – AVALIAÇÃO GERAL DO SUICÍDIO 
 
FATORES DE RISCO SIM NÃO 
Sexo Masculino* 
Adultos jovens (19 a 49 anos) e idosos 
Estado civil, divorciado e solteiro 
Orientação homossexual ou bissexual 
Ateus e protestantes tradicionais (católicos) 
Grupos étnicos minoritários 
Sofreu abuso físico, sexual ou emocional 
Perda ou separação dos pais na infância 
Instabilidade familiar 
Ausência de apoio social e Isolamento social 
Pouca flexibilidade para enfrentar adversidades 
Perda afetiva recente ou outro acontecimento estressante 
Desemprego e Aposentadoria 
Vergonha e humilhação (bullying) 
Vivência ou vivenciou alguma violência doméstica 
Relata desesperança e desamparo 
Ansiedade intensa e Baixa autoestima 
Rigidez cognitiva, pensamento dicotômico 
Traços de personalidade: impulsividade, 
agressividade, instabilidade do humor, 
perfeccionismo. 
 
Depressão, transtorno bipolar, abuso/dependência de álcool 
e de outras drogas, esquizofrenia, transtornos de 
personalidade boderline 
 
Comorbidade psiquiátrica (vários transtornos mentais) 
Fatores de Risco 
Falta de tratamento ativo e continuado em saúde mental 
História familiar de doença mental 
 
32 
 
FATORES DE RISCO SIM NÃO 
Ideação suicida (tem pensamentos de morte e desejo de morrer) 
Pensamentos de morte são fixos ao longo do dia 
Avalia que morrer é uma boa solução para o problema que 
vivência 
 
Planejamento suicida (tem pensamos de como desejaria morrer) 
Tentativa de suicídio anterior 
História familiar de suicídio 
Acesso a meios letais (arma de fogo, medicação 
controlado, veneno etc) 
 
Doenças físicas incapacitantes e terminais 
Falta de adesão ao tratamento, agravamento ou recorrência 
de doenças preexistentes 
 
Relação terapêutica frágil ou instável 
Tratamentos Psicológicos ou Psiquiátricos não concluídos 
Tem desesperança em relação a vida e ao futuro 
Relato dor psíquico ou sente-se desesperado em relação a vida 
É dependente químico 
Caso tenha filhos, sente que os filhos são um peso e se 
pudesse não os teria 
 
Total 
FATORES DE PROTEÇÃO SIM NÃO 
Flexibilidade cognitiva (consegue pensar de maneira flexível) 
Disposição para aconselhar-se em casos de decisões importantes 
Disposição para buscar ajuda 
Abertura à experiência de outro 
Habilidade para se comunicar 
 
33 
 
FATORES DE PROTEÇÃO SIM NÃO 
Habilidade para solucionar problemas da vida 
Capacidade para fazer uma boa avaliação de realidade 
Bom relacionamento interpessoal na família 
Senso de responsabilidade em relação à família 
Crianças pequenas na casa e tem bom relacionamento 
Pais atenciosos e consistentes 
Apoio em situações de necessidade 
Integração e bons relacionamentos em grupos sociais 
(colegas, amigos, vizinhos) 
 
Adesão a valores e normas socialmente compartilhados 
Prática religiosa e outras práticas coletivas (clubes, grupos 
culturais) 
 
Rede social que propicia apoio prático e emocional 
Estar empregado (gostar do trabalho) 
Disponibilidade de serviços de saúde mental 
Gravidez e puerpério 
Boa qualidade de vida e regularidade do sono 
Bom engajamento terapêutico com Psiquiátrico e Psicológico 
Total 
 
Quantos Fatores de Risco 
Quantos Fatores de Proteção 
 
34 
Avaliação de risco do suicídio simplificado 
 
 SIM NÃO 
Nunca tentou o suicídio 
Ideias de suicídio são passageiras e perturbadoras 
Não planeja como se matar 
Transtorno mental, se presente, com sintomas controlados 
Boa adesão ao tratamento 
Tem vida e apoio social. 
Total 
Se responder sim às questões, então o risco do suicídio é BAIXO 
Lembre-se de considerar a quantidade de fatores de proteção e risco, pois isso irá afetar a 
classificação. 
 
 SIM NÃO 
Tentativa de suicídio prévia 
Depressão, transtorno bipolar ou outro diagnóstico psiquiátrico 
Ideias persistentes de suicídio são vistas como solução 
Não tem um plano de como se matar 
Não é uma pessoa impulsiva 
Não abusa/depende de álcool ou drogas 
Total 
Se responder sim às questões, então o risco do suicídio é MODERADO 
Lembre-se de considerar a quantidade de fatores de proteção e risco, pois isso irá afetar a 
classificação. 
 
35 
 
 SIM NÃO 
Tentativa de suicídio prévia 
Depressão grave, influência de delírio ou alucinação 
Abuso/ dependência de álcool ou drogas 
Desespero, tormento psíquico intolerável, não vê saída 
Plano definitivo de se matar 
Tem meios de como fazê-lo 
Já tomou providências para o ato suicida. 
Total 
Se responder sim as questões, então o risco do suicídio é ALTO 
Lembre-se de consideração à quantidade de fatores de proteção e risco, isso irá afetar a classificação. 
 
 
Este instrumento não se constitui como um teste de avaliação psicológica 
e nem possui validação técnica. Ele visa auxiliar no processo de diagnóstico 
clínico do risco de suicídio da pessoa auxiliada. 
 
 
 
36 
ANEXO II – Roteiro para avaliação do risco 
de suicídio 
 
 
37ANEXO III – Escala Hospitalar de Ansiedade 
e Depressão (Escala de HADS) 
 
Nome: ________________________________________________________________ 
Data Nascimento: ____/____/_______ Idade: ________________ 
Data da avaliação: ____/____/______ 
Por favor, leita todas as frases. Marque com um “X” a resposta que melhor 
corresponder a como você tem se sentido na última semana. Não é preciso pensar 
muito em cada questão. Vale mais a sua resposta espontânea. 
 
A Eu me sinto tenso ou contraído. 
3 ( ) A maior parte do tempo. 
2 ( ) Boa parte do tempo. 
1 ( ) De vez em quando. 
0 ( ) Nunca. 
 
D Eu ainda sinto gosto (satisfação) pelas mesmas coisas de que costumava gostar. 
0 ( ) A maior parte do tempo. 
1 ( ) Boa parte do tempo. 
2 ( ) De vez em quando. 
3 ( ) Nunca. 
 
A Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer. 
3 ( ) Sim, de um jeito muito forte. 
2 ( ) Sim, mas não tão forte. 
1 ( ) Um pouco, mas isso não me preocupa. 
0 ( ) Não sinto nada disso. 
 
D Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas. 
0 ( ) Do mesmo jeito que antes. 
1 ( ) Atualmente, um pouco menos. 
2 ( ) Atualmente, bem menos. 
3 ( ) Não consigo mais. 
 
A Estou com a cabeça cheia de preocupações. 
3 ( ) A maior parte do tempo. 
2 ( ) Boa parte do tempo. 
1 ( ) De vez em quando. 
0 ( ) Raramente. 
 
 
38 
D Eu me sinto alegre. 
3 ( ) Nunca. 
2 ( ) Poucas vezes. 
1 ( ) Muitas vezes. 
0 ( ) A maior parte do tempo. 
 
 
A Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado. 
0 ( ) Sim, quase sempre. 
1 ( ) Muitas vezes. 
2 ( ) Poucas vezes. 
3 ( ) Nunca. 
 
D Estou lento (lerdo) para pensar e fazer as coisas. 
3 ( ) Quase sempre. 
2 ( ) Muitas vezes. 
1 ( ) De vez em quando. 
0 ( ) Nunca. 
 
A Tenho uma sensação ruim de medo (como um frio na espinha ou um aperto no 
estômago...). 
0 ( ) Nunca. 
1 ( ) De vez em quando. 
2 ( ) Muitas vezes. 
3 ( ) Quase sempre. 
 
D Perdi o interesse em cuidar de minha aparência. 
3 ( ) Completamente. 
2 ( ) Não estou mais me cuidando como deveria. 
1 ( ) Talvez não tanto quanto antes. 
0 ( ) Me cuido do mesmo jeito que antes. 
 
A Eu me sinto inquieto, como se não pudesse ficar parado em lugar nenhum. 
3 ( ) Sim, demais. 
2 ( ) Bastante. 
1 ( ) Um pouco. 
0 ( ) Não me sinto assim. 
 
D Fico esperando animado as coisas boas que estão por vir. 
0 ( ) Do mesmo jeito que antes. 
1 ( ) Um pouco menos do que antes. 
2 ( ) Bem menos do que antes. 
3 ( ) Quase nunca. 
 
A De repente, tenho a sensação de entrar em pânico. 
 
39 
3 ( ) A quase todo momento. 
2 ( ) Várias vezes. 
1 ( ) De vez em quando. 
0 ( ) Não sinto isso. 
 
D Consigo sentir prazer ao assistir à TV, ouvir música, ou quando leio alguma coisa. 
0 ( ) Quase sempre. 
1 ( ) Várias vezes. 
2 ( ) Poucas vezes. 
3 ( ) Quase nunca. 
 
TOTAL 
ESCORE 
00-07 PONTOS IMPROVÁVEL 
ANSIEDADE 08-11 PONTOS POSSÍVEL (QUESTIONÁVEL) 
DEPRESSÃO 12-21 PONTOS PROVÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
ANEXO IV – Contrato de Vida 
 
 
Concordo que, apesar de estar em dor emocional, é importante não desistir 
da esperança e, em vez disso, continuar a buscar maneiras de melhorar minha vida. 
Entendo que a terapia às vezes é difícil, mas colaborarei com meu terapeuta 
para encontrar maneiras de lidar com meus sintomas e meus problemas da vida. 
Percebo que posso ficar tentado a me ferir em determinados momentos, mas 
irie me segurar para não agir dessa forma. 
Em momentos de crise emocional, em vez de me isolar, tentarei entrar em 
contato com a minha rede de apoio (pessoas de confiança). 
Antes de supor que estou desamparado e derrotado, tentarei relaxar, me 
acalmar, me envolver em atividades produtivas, ou me envolver em distrações 
agradáveis, como assistir a filmes ou ler um bom livro. Se nada disso funcionar, sei 
que ainda posso contar com meu terapeuta ou com pessoas de confiança ao meu 
redor. 
Sei que meu terapeuta está ao meu lado, e continuarei a trabalhar sempre 
com ele. Também entendo que ele está tentando me ensinar as habilidades e 
estratégias para ajudar a melhorar minha vida. Usarei essas técnicas, em vez de 
tentar me ferir. 
Sei que meu terapeuta estará disponível para sessões improvisadas de terapia 
se eu estiver em crise. Se não estiver disponível, entrarei em contato com pessoas 
de minha confiança se sentir necessidade. 
Sou realista o suficiente para saber que todo contato tem furos imprevisíveis, 
mas eu permanecerei em contato com meu terapeuta para ter minha demanda 
urgente acolhida. 
Em prol de meu bem-estar a curto e longo prazo, prometerei seguir o espírito 
de compromisso com a vida deste contrato. 
Me comprometo que nas próximas ____________ semanas não vou tentar 
tirar a minha própria vida. Antes vou procurar entrar em contato com as pessoas 
que estão me ajudando para lidar com meu sofrimento. 
 
________________________________________________________________ 
Paciente 
 
_________________________________________________________________ 
Psicólogo 
 
_____________________________, ______ de ________________ 20______ 
 
41

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