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Resumo dos capítulos 1 e 2 do livro de História da Psicologia

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Resumo dos capítulos 1 e 2 do livro de História da Psicologia.
Capitulo 1 Introdução à História da Psicologia
A grande importância do estudo da História é o de registrar os feitos, os acontecimentos, as pessoas e os fenômenos para que possamos compreender nosso passado, aprender com ele. Desta maneira, compreender a História é um pré-requisito para reconhecermos também o presente sendo assim ajuda a compreender a História da Psicologia construindo a como ciência é imprescindível no intuito de se posicionar de maneira crítica e clara frente a ela, facilitando assim nosso desempenho profissional.
Quando abandonamos o passado sofremos o risco de não compreendermos toda a complexidade das teorias atuais e, portanto, suas aplicabilidades. Isso faria com que o profissional passasse a reproduzir uma prática de forma automática e pouco produtiva tendo em vista que perderia o olhar crítico tão importante ao psicólogo.
Também iremos ressaltar a historia da psicologia em nosso pais, desde seu reconhecimento como profissão e a evolução das práticas profissionais, até a história e as características do curso de Psicologia, em nossa Universidade, o que é essencial para conseguirmos transitar com o máximo de aproveitamento por ele.
Apesar de quase 150 anos de história a Psicologia ainda é considerada uma ciência muito jovem, se comparada a outras cadeiras, como a Física ou as Ciências Biológicas. Se levarmos em consideração o Brasil, a Psicologia ainda é mais recente, pois esta profissão foi reconhecida em nosso país apenas em 1962.
Se pensarmos no primeiro relato de estudo do objeto primordial da Psicologia, que é a mente, remetem-se à Filosofia e à Psicofisiologia. A psicologia se dedica a questões que sempre instigaram a curiosidade humana e sobre as quais inúmeras indagações vêm sendo feitas durante a própria história da humanidade. 
Outra importante influência na origem da Psicologia foi a Psicofisiologia, o estudo da anatomia e da fisiologia, e a relação desses com o comportamento humano, pois, há quase dois séculos essa relação já era percebida. Hoje em dia, como vertente mais atual dessa forte influência histórica, temos a Neurociência.
Foi nesse contexto que, repetidamente pela História, as pessoas de diversas áreas foram refletindo, desenvolvendo assim o conhecimento sobre o objeto de estudo de nosso curso de uma forma geral, abrangendo desde as origens do indivíduo até a influência que o ser humano tem recebido na atualidade. Nesse processo, estão incluídos inclusive o vertiginoso desenvolvimento e utilização das mídias digitais, que tem contribuído para as modificações de nossas características pessoais, de nossa subjetividade.
Para simplificar, vamos analisar apenas a influência do celular e de aplicativos tais como Facebook e Twitter. Hoje, é muito comum que pessoas não consigam mais abandonar os seus aparelhos celulares e que fiquem alteradas emocional e cognitivamente quando os esquecem em casa ou mesmo quando acaba a bateria ou ficam sem cobertura de rede.
É importante chamarmos a atenção para o fato de que existe o que poderíamos denominar de “Psicologia do Senso Comum”, que seriam explicações baseadas no conhecimento popular. A transmissão desse tipo de conhecimento acontece pela influência de uma geração sobre a outra que vem em seguida, e que muitas vezes adotamos como verdade absoluta.
Muitas vezes, a situação e os envolvidos são diferentes, mas a dinâmica do acontecimento costuma ser a mesma, ou muito semelhante. É muito comum que as pessoas negligenciem a importância da História para a compreensão dos fatos atuais e para o nosso próprio posicionamento frente a eles.
Conhecer a História nos ajuda também a ver o presente em uma perspectiva melhor. Às vezes, acreditamos que a época em que vivemos é a pior de todas da história da humanidade e que as coisas eram melhores tempos atrás e, por causa dessa nossa crença, desejamos voltar aos velhos tempos.
Embora conhecer a História possa não nos dar respostas óbvias para os problemas atuais, poderá nos ajudar a contextualizar adequadamente o presente, facilitando assim o alcance das respostas procuradas. Na medida em que a História envolve o comportamento humano, estudá-la significa reconhecer o próprio homem. Com esses argumentos você ainda pensa que não é importante rever a História de qualquer situação para entender o presente? Sendo mais específico, você acha perda de tempo estudar os eventos que propiciaram a constituição da Psicologia como ciência, e no desenvolvimento das escolas e sistemas de Psicologia, e na maneira como se encontra hoje? Por esse motivo, começamos o nosso curso estudando a História da Psicologia.
Existem diferentes formas de se estudar a História. Muitos autores diferenciam o que denominam de Presentismo e Historicismo. O Presentismo seria a interpretação do passado utilizando-se os conceitos, as informações e os valores do presente, e o Historicismo seria a tentativa de compreender os eventosem termos dos valores vividos à época deles; muitas vezes, esse enfoque é denominado abordagem contextual da História.
 Outra forma de se estudar a História é denominada de História interna x História externa. Por História interna, ou História das ideias, se entende aquilo que ocorre dentro da própria Psicologia, e por História externa as influências de outros conhecimentos (sociais, econômicos etc.) que refletem sobre ela. 
Uma terceira forma possível de estudo da História é a denominada História personalista x História naturalista. A primeira vê nos atos dos personagens históricos o mais importante motor da História, enquanto a segunda enfatiza o clima intelectual e cultural de uma determinada época histórica, algo que o filósofo alemão Hegel chamou de Zeitgeist ou espírito de época.
A Psicologia também existe formas diferente de ser estudada não há uma única forma, abordagem ou definição particular da Psicologia moderna e de seus objetos primordiais de estudo. Alguns psicólogos concentram-se em processos cognitivos, outros estão voltados para forças inconscientes, e há ainda os que trabalham com o comportamento observável ou com fatores fisiológicos e bioquímicos.
Em 1988, o Conselho Federal de Psicologia realizou uma das maiores pesquisas sobre a prática profissional dos psicólogos demonstrando que, naquela época, a maior parte dos profissionais do país estava voltada para a Psicologia clínica, o que também pode ser entendido historicamente. 
A conclusão sobre este evento é que estudar História da Psicologia é apreendê-la na sua totalidade enquanto criação humana, compreendendo por que e quando ela foi criada, o predomínio, em determinadas épocas, de uma determinada abordagem e a substituição dessas por outras, o que promove o desenvolvimento da ciência.
Ao falarmos de História da Psicologia, não podemos esquecer o desenvolvimento do estudo desta ciência e profissão em nosso país. No dia 27 de agosto é comemorado, no Brasil, o “Dia do Psicólogo”. Nesta mesma data, no ano de 1962, a profissão foi regulamentada por meio da Lei 4.119/64.
O Contexto Filosófico e Fisiológico do Surgimento da Psicologia
Como já podemos verificar os objetos de estudo da Psicologia eram motivo de interesse desde a Antiguidade. Por esse motivo, o estudo da Filosofia é essencial para iniciar o reconhecimento da História da Psicologia, pois passando a limpo conseguiremos contextualizar os movimentos que a influenciaram em seu início.
Desde épocas remotas os filósofos já se ocupavam sobre a natureza e as particularidades do ser humano, entretanto, o método utilizado por eles, não permitindo uma investigação científica de tais fenômenos, não possibilitou a investigação de tal campo pela Psicologia.
Por essa carência, ainda faltava algo para a constituição da Psicologia como ciência. Com a influência das Ciências Naturais, o funcionamento do corpo humano e como ele pode interferir em nossa maneira de ser e de agir foram cada vez mais estudados.
Outro fator que torna essencial o estudo da Filosofia pela Psicologia ,ométodo científico e suas premissas voltadas à neutralidade e ao controle das variáveis não pode ser aplicado em sua integralidade.
Porem essas duas áreas de conhecimento Psicologia e Filosofia começam a distanciar-se quando se iniciam os esforços da Psicologia, no sentido de estudar o comportamento humano e os processos mentais, por meios científicos e não pela análise filosófica.
René Descartes acreditava que a educação deveria aliar a autoridade da Igreja ao uso rigoroso da razão e que recorria aos argumentos racionais da obra de Aristóteles para defender os preceitos religiosos. A convicção de Descartes de que a verdade poderia surgir do uso cuidadoso da razão tornou-se o seu modo prioritário de funcionamento, marcando-o como um racionalista. O posicionamento de Descartes que defende a separação mente (ou espírito) / corpo. Importante: Guarde bem essa separação feita por Descartes, denominada Dualismo cartesiano.
A Filosofia, notadamente após Descartes, e especialmente no continente europeu tem, muitas vezes, se posicionado de forma racionalista. Porém, surgiu, na Inglaterra, outra tradição filosófica denominada empirismo, baseada na ideia de que nosso conhecimento de mundo é construído a partir das experiências pessoais do indivíduo.
O empirismo britânico tem suas raízes no pensamento de Francis Bacon e Thomas Hobbes, contemporâneos de Descartes; porém podemos localizar o início da história do empirismo britânico em outro influente filósofo: John Locke. Locke é importante para a Psicologia em função de suas ideias sobre a aquisição do conhecimento e sobre a educação. Locke rejeita a ideia cartesiana de que existam ideias inatas admitindo que o ser humano possua “faculdades” inatas.
David Hume filósofo britânico, propôs regras para a associação. Segundo ele, haveria dois elementos básicos da mente: as impressões e as ideias. As impressões são sensações básicas, dados não processados pelas experiências, enquanto as ideias seriam “cópias vagas” das impressões, não sendo tão fortes e claras quanto essas.
Após as tentativas de Descartes em explicar o funcionamento do corpo humano por meio da analogia com máquinas, a mais importante contribuição para o compreensão do funcionamento orgânico foi dada por Robert Whytt.
De acordo com Whytt, os arcos reflexos são um circuito neuronal curto no qual a informação captada pelo receptor vai até a medula espinhal, localizada dentro da coluna vertebral e retorna para a musculatura realizando assim o movimento reflexo.
Um dos mais eminentes fisiologistas, ainda hoje estudado em especial nas aulas de sensação e percepção, que você terá nos próximos períodos, foi Hermann von Helmholtz, estudou os sistemas sensoriais da visão e audição, como você poderá conferir detalhadamente em disciplinas futuras e conseguiu demonstrar com experimentos a velocidade dos impulsos nervosos, estabelecendo assim um dos métodos mais utilizados em Psicologia experimental: o tempo de reação.
Além desses grandes avanços sobre a Fisiologia, especialmente na área sensorial, o séc. XIX foi bastante fecundo no estudo da localização cerebral de determinadas funções. Esse movimento foi muito incentivado pelo médico vienense Franz Joseph Gall, famoso por ter identificado as fibras que conectam os dois hemisférios e ter descoberto que havia cruzamento de fibras de um lado do cérebro para o outro lado da medula, estabelecendo o conceito de função contralateral, ou seja, o fato de que um lado do cérebro controla o lado oposto do corpo. Gall ficou famoso pelo que nós conhecemos hoje como Frenologia ou a cranioscopia, que se referia à localização das funções cerebrais. Em outras palavras, trata-se de um mapeamento do cérebro de acordo com a função de cada uma das suas partes.
Capitulo 2 A Psicologia na Alemanha
Como a nacionalidade do próprio fundador da Psicologia pode indicar, a Alemanha foi o cenário, onde a Psicologia se destacou como ciência propriamente dita. No entanto, Wundt só construiu seu laboratório em Leipzig porque ele vivia em um ambiente extremamente rico de informações sobre a Filosofia e a Psicofisiologia o que lhe permitiram construir suas teorias.
A Psicologia científica sofreu uma forte influência na ciência, na Alemanha, como sendo um desenvolvimento natural das pesquisas fisiológicas que estavam ocorrendo na segunda metade do século XIX. Como exemplo de tais estudos já citamos a descoberta de H. Helmholtz sobre o tempo de reação que se tornou a base para o desenvolvimento futuro do laboratório de Psicofísica, permitindo que a Psicologia fosse reconhecida como profissão.
A Psicofísica teve dois outros grandes colaboradores: Ernst Weber e Gustav Fechner de Psicologia da Percepção. Como, na época, já havia um considerável conhecimento acumulado sobre o funcionamento visual e auditivo do ser humano, Weber dedicou-se ao estudo do tato; até então pouco explorado pelos cientistas.
Em diversas áreas corporais, o limiar entre dois pontos é diferenciado, áreas de alta sensibilidade, como a ponta dos dedos, possui um limiar entre dois pontos bastante baixo, permitindo ao indivíduo perceber distâncias bem pequenas entre dois pontos de toque; enquanto em outras áreas como o braço ou a perna, possuem limiares bem mais altos precisando que a distância entre os dois pontos de toque seja bem mais alta a fim de que seja percebida pelo sujeito. Essa pesquisa de Weber gerou um grande número de outras pesquisas sobre o sentido do tato contribuindo muito para a compreensão dos fenômenos perceptivos.
A outra grande contribuição de Weber foi com relação ao estudo dos limiares. 
De acordo com as descobertas citadas, é possível afirmar a grande contribuição de Weber para a Psicologia, correto? Mais ou menos, pois outro cientista foi muito mais influente neste sentido. Seu nome é Gustav Fechner, que se dedicou a superar a dicotomia cartesiana mente-corpo. Segundo Fechner não havia uma distinção entre mente e corpo visto que ambos faziam parte de uma mesma realidade fundamental e a mente é a parte dominante dessa realidade. Nessa busca da relação exata, Fechner acabou por criar a Psicofísica sugerindo que a relação existente entre mente e corpo poderia ser entendida de maneira exata através da medição das sensações e dos estímulos físicos que as produzem.
Tendo conhecimento das pesquisas e daqueles desenvolvidos por Weber, Fechner criou uma escala de medição psicológica na qual o ponto de partida era o momento da sensação percebida pelo sujeito, denominando este ponto de limiar absoluto. À medida que a intensidade do estímulo é aumentada, 36 • capítulo 2 ultrapassando esse limiar, o indivíduo perceberia a diferença na estimulação. Cada novo ponto no qual o sujeito percebesse mudança na intensidade da estimulação foi denominado por Fechner de limiar diferencial.
No entanto, as contribuições não pararam por aí. Além de contribuir imensamente com o trabalho de Wundt, as pesquisas de Fechner ajudaram diretamente para o estudo experimental da memória, desenvolvido por Hermann Ebbinghaus.
Em relação aos seus estudos, Ebbinghaus reconheceu que para pesquisar a formação de associações era necessário utilizar materiais com os quais o indivíduo não estivesse familiarizado visto que os materiais significativos já traziam consigo uma série de associações que auxiliavam o indivíduo na sua retenção, afetando assim sua aprendizagem. Com a finalidade de evitar a influência do sentido das informações ele criou trigramas, sílabas sem sentido formadas por consoante + vogal + consoante (ex.: KAP; LET; BIR).
Os estudos posteriores sobre a memória, desenvolvidos por George Miller sobre o que ele denominou de “mágico número 7” tornou-se uma referência, confirmando a observação inicial de Ebbinghaus. O que esses, e principalmente os estudos mais atuais sobre a memória humana irão ressaltar é a importância da memória em nossa vida.
No entanto, as influências oriundas da Alemanha para a formação da Psicologia moderna não se resumiram apenas aos citados, pois outros importantes teóricos alemães dedicaram-seà Psicologia experimental fazendo com que fosse um importante celeiro para a Psicologia científica.
Müller continuou os estudos experimentais sobre memória iniciados por Ebbinghaus ampliando suas descobertas e Kulpe, tendo estudado com Wundt interessou-se pela Psicologia experimental e, aproximando-se de Titchener, de quem foi amigo por toda a vida, foi convidado para ir para Würzburg, onde criou um laboratório de Psicologia.
A Psicologia experimental alemã influenciou vários intelectuais norte-americanos que levaram para a Psicologia americana a estrutura de laboratórios utilizados na Alemanha.
2.1 As Origens da Psicologia Científica
Apesar das primeiras aulas de Wundt terem tido apenas quatro alunos, em 1879, em meados dos anos 1890, já tinha fila de espera. Juntamente com o caráter de embasamento desempenhado por toda corrente que funda um conhecimento, outro grande trunfo de Wundt foram os seus alunos. Diversos deles foram para outras partes do globo e ajudaram a disseminar a Psicologia como conhecimento científico.
Dentre os nomes mais relevantes encontram-se o de W. James, Cattel, Hall e Calkins, sendo esta última uma pioneira no campo da Psicologia científica em uma época na qual a educação superior era direcionada exclusivamente aos homens brancos das classes média e alta, motivo esse pelos quais ela enfrentou inúmeras dificuldades.
Tendo trabalhado como assistente, no laboratório de Hermann Helmholtz, publicou, nesse período, dois importantes trabalhos nos quais começa a defender a utilização de uma abordagem experimental e a sugerir a utilização da Psicofísica e do tempo de reação como abordagens metodológicas para a pesquisa em Psicologia, são eles: Contributions to a Theory of Sensory Perception (1862) e Lectures on human and animal Psychology (1863).
Goodwin, C, em seu livro intitulado História da Psicologia moderna (Cultrix, 2010) sugere um exemplo simples para entendermos a distinção traçada por Wundt entre experiência consciente imediata e experiência mediata.
Goodwim acrescenta ainda que, para Wundt, essa experiência consciente imediata é que deveria ser tema de estudos da Psicologia. Estudar a experiência mediada é relativamente simples, pois estaríamos trabalhando com a medida feita por um instrumento o que poderia facilmente ser verificado com precisão por avaliadores diversos, entretanto a experiência imediata é de outra natureza.
Este seria um ponto problemático do trabalho de Wundt e o seu conceito de auto-observação muito diferiria do utilizado por seus alunos mais famosos: Kulpe e Titchener. Durante a sua carreira, o foco principal de seus estudos foram os processos mentais superiores, tais como: aprendizagem, pensamento e a linguagem.
Muito do conhecimento que temos sobre sensação e percepção foi desenvolvida no laboratório de Psicologia experimental de Wundt, o que justifica ele voltar a ser estudado na disciplina Psicologia da percepção. Um dos principais interesses de Wundt era compreender a forma como a mente organiza a experiência como um ato de vontade ao qual ele batizou com o nome de voluntarismo, indicando a natureza ativa da mente.
Um dos conceitos centrais do voluntarismo é o de apercepção (aperceber um evento é percebê-lo com toda clareza tendo-o no centro do seu foco de atenção).
Wundt recebeu em seu Instituto de Psicologia inúmeros alunos dos Estados Unidos cuja sua influência rapidamente se espalhou, especialmente, com o trabalho de psicólogos tais como James Cattel, Stanley Hall e William James, este ultimo , em específico, foi muito importante, pois utilizou, em seus estudos, uma abordagem pragmática que priorizava a utilidade, o valor funcional dos conceitos estudados que seria a origem de seu pragmatismo filosófico tornando-o um dos precursores do Funcionalismo.
Outro eminente psicólogo americano, Stanley Hall, contribuiu em grande escala para a profissionalização da Psicologia nos Estados Unidos, instituindo -a como profissão ao criar a American Phycologycal Association e introduzindo a psicanálise nesse país.
2.2 Wilhelm Wundt e seu Voluntarismo
Wundt tinha como intenção colocar a Psicologia no patamar de ciência estruturada e para se organizar algo dessa maneira, é preciso organizar todas as partes.
Ao objeto de estudo, Wundt, que é considerado o “pai da Psicologia moderna científica”, deixou claro que a necessidade de entendimento caia sobre a experiência consciente imediata.
De um modo geral, Wundt possuía três grandes objetivos com sua ciência (SCHULTZ e SCHULTZ, 1981): a) Analisar os processos conscientes até chegar aos seus elementos básicos; 
b) Descobrir como esses elementos são sintetizados ou organizados; 
c) Determinar leis de conexão que governa a sua organização.
Estruturalismo
 A Psicologia é uma ciência possuidora de um objeto de estudo que permite diversos olhares concomitantes e, muitas vezes, contraditórios entre sim. Dessa forma, você irá observar o desenvolvimento de várias teorias que propõem visões, por vezes complementares, sobre o ser humano, mas por vezes completamente antagônicas, o que provoca uma grande discussão teórica e intelectual.
Tendo se formado com Wundt, em Leipzig, Edward Bradford Titchener foi para os Estados Unidos e desenvolveu o que o próprio chamou de Estruturalismo.
A grande diferença entre Wundt e Titchener é que o primeiro estava mais preocupado em estudar os processos mentais superiores, que constituíam a mente humana. Segundo ele, a mente possuía capacidade de sintetizar conteúdos e era nessa capacidade que se pautava o seu interesse. Já Titchener, influenciado pela ciência atomista da época, acreditava que para desvendar os segredos da mente, era necessário decompô-la a sua unidade indivisível, assim como acontecia com os átomos. Enquanto o primeiro descartava o funcionamento mental proposto pelos empiristas ingleses, o último utilizou essa tese como base para o seu sistema.
Em seu Estruturalismo, a descrição de um objeto deveria acontecer de acordo com as características presenciadas no momento da observação desse objeto, como intensidade da luz, cor, densidade, tamanho e outros.

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