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Resumo Histologia

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Técnicas Histológicas 
 
Obtenção 
Uma pequena porção do órgão ou tecido é retirada. 
 
Fixação 
Visa manter a estrutura original do tecido 
É utilizado PFA 4%: formol diluído em aldeído. Serve para armazenar e preservar o tecido. 
O tecido é deixado nessa solução por no mínimo 24 horas. 
 
Desidratação 
Retira-se a água da amostra para diminuir a sua espessura. 
São usadas soluções alcoólicas em concentrações crescentes (70% para 80% para 100%) por 
15 minutos. 
A água é substituída pelo álcool. 
 
Reidratação (Diafanização) 
A amostra é imersa em soluções de xilol, um álcool que entra nas células e não sai. 
Facilita a entrada de parafina na célula. 
O álcool é substituído pelo xilol. 
 
Inclusão (em parafina) 
Visa enrijecer a amostra. 
A amostra é imersa uma caixa com parafina líquida em estufa a 80°C por 30 minutos. 
O xilol é substituído pela parafina. 
 
Emblocamento 
O material é endurecido. 
A amostra com parafina é colocada em um freezer por 30 minutos. 
 
Microtomia 
Etapa em que a amostra é cortada em pedaços finos para a sua visualização. 
Utiliza-se o micrótomo, equipamento que faz cortes em um tamanho designado. 
Os cortes têm cerca de 4 micrômeros de espessura. 
 
Coloração (por HE) 
Baseada no pH dos corantes e das células. 
São utilizados dois corantes: Hematoxilina e Eosina. 
A Hematoxilina (roxa) é básica, logo, tem afinidade por regiões ácidas da célula (núcleo celular) 
A Eosina (rosa) é ácida, portanto, tem afinidade por regiões básicas da célula (citoplasma) 
Origem Embrionária dos Tecidos 
 
Endoderma 
• Parte interna dos órgãos cavitários dos sistemas digestivo e respiratório 
Ectoderma 
• Tecido Epitelial 
• Tecido Nervoso 
 
Mesoderma 
• Tecido Conjuntivo 
• Tecido Cartilaginoso 
• Tecido Ósseo 
• Tecido Muscular 
 
Tecido Epitelial 
 
Características gerais 
• Células justapostas; 
• Pouca ou nenhuma matriz extracelular; 
• Ausência de vasos sanguíneos; 
• Separação do tecido conjuntivo pela membrana basal. 
A membrana basal permite a passagem de nutrientes vindos do tecido conjuntivo. Ela é 
constituída por várias lâminas basais. Essa membrana é altamente permeável, permitindo a 
passagem de nutrientes por difusão simples. 
 
Principais funções 
Revestimento de superfícies externas e internas (de órgãos cavitários) 
Absorção: microvilosidades ajudam a absorção (no intestino delgado e no túbulo proximal do 
rim) 
Secreção através de glândulas 
 
Tecido Epitelial de Revestimento 
As células são organizadas em camadas. 
Pode reter ou absorver água, dependendo da presença ou ausência de queratina. 
Polos: 
• Basal – forma o polo basolateral 
• Lateral 
o Zona de oclusão: impermeável (possui ocludina) 
o Zona de adesão: possui caderina, proteína que junta as células 
o Desmossomo: reconhece outras células epiteliais, impedindo o crescimento 
(possui caderina) 
o Hemidesmossomo: possui integrina, proteína que adere à membrana basal 
o Junção comunicante: transfere moléculas entre as células (conexina) 
• Apical – onde há especializações 
o Microvilosidades: filamentos de actina que ajudam na absorção (intestino 
delgado e rim) 
o Cílios: auxiliam no transporte de secreções (traqueia e tuba uterina) 
o Estereocílios: retém nutrientes (epidídimo) 
 
 
Classificação 
De acordo com o número de camadas e morfologia. 
• Simples: uma camada 
• Estratificado: mais de uma camada 
• Pseudoestratificado: uma camada com células sobrepostas 
 
• Pavimentoso: células achatadas 
• Cúbico: células arredondadas 
• Cilíndrico: células alongadas 
Para classificar a morfologia do epitélio da pele, se considera a camada superior. 
A bexiga tem o epitélio de transição, o que dá a sua capacidade de expandir. Quando está 
vazia, o tecido fica estratificado cúbico. Quando está cheia, as células são comprimidas, e o 
tecido fica simples pavimentoso. 
 
Tecido Epitelial Glandular 
Classificação 
Pelo número de células, origem e via de secreção, organização dos grânulos e modo em que a 
secreção deixa a célula. 
• Unicelular: uma célula 
• Multicelular: mais de uma célula 
 
• Endócrina: o contato com o tecido de origem é perdido e a secreção vai para a 
circulação 
• Exócrina: o contato não é perdido e o tecido vai para fora por um ducto 
 
• Mucosa: núcleo periférico e citoplasma claro 
• Serosa: núcleo centralizado e citoplasma escuro 
• Mista: possui tanto glândulas mucosas, quanto serosas 
 
• Holócrina: a célula é desintegrada após a liberação da secreção 
• Merócrina: a célula permanece intacta após a secreção 
• Apócrina: a porção que contém os grânulos é liberada 
 
Órgãos com Tecido Epitelial 
Pele: Tecido epitelial de revestimento estratificado pavimentoso queratinizado 
Epidídimo: Tecido epitelial de revestimento pseudoestratificado cilíndrico com estereocílios 
Túbulo renal proximal: Tecido epitelial de revestimento simples cilíndrico com 
microvilosidades 
Bexiga: Tecido epitelial de transição – Epitélio de revestimento estratificado cúbico ou simples 
pavimentoso 
Traqueia: Tecido epitelial de revestimento pseudoestratificado cilíndrico ciliado 
Esôfago: Tecido epitelial de revestimento estratificado pavimentoso não queratinizado 
 Tecido epitelial glandular multicelular exócrino – Glândula mucosa 
Intestino delgado: Tecido epitelial de revestimento simples cilíndrico com microvilosidades 
• Célula caliciforme: Tecido epitelial glandular unicelular 
Tireoide: Tecido epitelial glandular multicelular endócrino – Glândula folicular 
Pâncreas: Tecido epitelial glandular multicelular endócrino – Glândula mista 
Hipófise: Tecido epitelial glandular multicelular endócrino 
Glândula mamária: Tecido epitelial glandular multicelular exócrino 
Glândula sebácea: Tecido epitelial glandular multicelular exócrino – Glândula serosa 
Glândula sudorípara: Tecido epitelial glandular multicelular exócrino – Glândula serosa 
Glândula salivar: Tecido epitelial glandular multicelular exócrino 
• Parótida: Glândula serosa 
• Submandibular: Glândula mista 
Tecido Conjuntivo 
 
Características gerais 
• Células individualizadas 
• Ampla matriz extracelular. 
• Vascularizado e inervado 
• Separado do tecido epitelial pela membrana basal 
Principais funções 
Nutrição: por meio de água e nutrientes. 
Interação: através dos proteoglicanos e dos glicosaminoglicanos. 
Sustentação: pelas fibras proteicas. 
 
Componentes da Matriz Extracelular 
A principal célula do tecido conjuntivo é o fibroblasto. Os fibroblastos sintetizam componentes 
da MEC – proteoglicanos, GAGs, glicoproteínas adesivas, colágeno e elastina. 
Proteoglicanos: se estendem do citosol até a matriz extracelular, ancorando a célula à MEC. 
São formados por um longo corpo proteico ligado a vários glicosaminoglicanos. 
Glicosaminoglicanos (GAGs): polissacarídeos responsáveis pela interação entre as células do 
tecido conjuntivo. São formados por unidades repetidas de dissacarídeos. São eles: 
• Dermatam sulfato 
• Condroitim sulfato 
• Queratam sulfato 
• Heparam sulfato 
Glicoproteínas adesivas: aderem as células a seus substratos 
• Fibronectina: responsável por migrações e adesões celulares. Se liga a células, 
colágeno e heparam. Fazem a interação entre as células ou entre célula e fibra. 
• Laminina: faz a adesão das células à membrana basal. Se liga ao heparam sulfatado e 
ao colágeno das lâminas basais e ao seu receptor da célula epitelial. 
Fibras proteicas: definem a densidade do tecido conjuntivo. São classificadas de acordo com a 
proteína que as forma. 
• Fibra colágena: formada por colágeno tipoI. Confere resistência ao tecido. Se encontra 
em órgãos mais resistentes, como tendões e ligamentos. 
• Fibra reticular: formada por colágeno tipo III. Dá mais espaço para as células do tecido. 
Se encontra em órgãos mais frágeis, como o baço e o fígado. 
• Fibra elástica: formada por elastina. Confere flexibilidade e resistência ao tecido. Se 
encontra na pele e alguns tecidos cartilaginosos, como orelha. 
Classificação 
O tecido conjuntivo é classificado de acordo com a quantidade de fibra x célula e pela 
ordenação das fibras. 
• Frouxo: tecidos mais frágeis, com muitas células e poucas fibras colágenas e elásticas, 
e mais fibras reticulares. 
• Denso: tecidos mais rígidos, com poucas células e alta quantidade de fibras colágenas 
e elásticas, sem fibras reticulares. 
o Modelado: com as fibras ordenadas, geralmente em feixes paralelos. 
o Não-modelado: com as fibras desordenadas. 
Células 
Fibroblastos: principal célula, produzem os componentes da MEC. 
Macrófagos: célula de defesa fagocitária presente em alta quantidade. 
Adipócitos: acumulam lipídeos. Podem ser uniloculares (acumulando gordura em um único 
local) ou multiloculares (acumulando gordura em vários locais do citoplasma). 
Plasmócitos: são Linfócitos B no tecido. Produzem anticorpos. 
Pericitos: se aderem à parede externa dos vasos sanguíneos, conferindo estabilidade a eles. 
Pode se diferenciar em fibroblasto ou macrófago. 
 
Órgãos com Tecido Conjuntivo 
Baço: Tecido conjuntivo frouxo com fibras reticulares 
Fígado: Tecido conjuntivo frouxo 
Tecido Cartilaginoso e Tecido Ósseo 
 
O Tecido Cartilaginoso e o Tecido Ósseo são especializações do tecido conjuntivo 
A sustentação do corpo se dá pelo trabalho dos tecidos ósseo, muscular e cartilaginoso. 
Tecido Cartilaginoso 
Características gerais 
• Não vascularizado 
• Consistência rígida 
• Células organizadas em lacunas 
• Durante o período embrionário, as cartilagens se formam antes dos ossos 
Principais funções 
Suporte: dos tecidos moles 
Revestimento: de superfícies articulares 
Absorção de choques 
Auxiliar no movimento dos ossos 
 
Componentes da matriz cartilaginosa 
Suas células são os condrócitos e os condroblastos. Os condrócitos são condroblastos mais 
maduros. Cada lacuna pode ter até 5 células. Os condroblastos formam a matriz extracelular e 
os condrócitos a mantém. 
A sua MEC é formada principalmente por colágeno, proteoglicanos, glicoproteínas e elastina 
(na cartilagem elástica). A matriz cartilaginosa é totalmente orgânica. 
As principais funções da matriz cartilaginosa são: 
Interação entre o tecido ósseo e o tecido muscular 
Sustentação 
Nutrição 
A matriz é dividida em: 
Matriz territorial: dentro da lacuna. Composta por proteoglicanos. Responsável por interação 
Matriz interterritorial: fora da lacuna. Composta por colágeno. Responsável pela sustentação 
Grupo isógeno: lacuna com 3 a 5 condrócitos 
Pericôndrio: é a parte marginal da matriz. Nutre a matriz devido à presença de vasos 
sanguíneos e elimina metabólitos por vasos linfáticos. Crescimento aposicional: a cartilagem 
cresce no sentido do pericôndrio profundo para o superficial. É dividido em: 
• Pericôndrio profundo: contém células indiferenciadas que podem se diferenciar em 
condroblastos. Pericôndrio condrogênico 
• Pericôndrio superficial: é composto principalmente por fibras colágenas e 
fibroblastos. 
Tipos de cartilagem 
Hialina – formada por fibras colágenas 
• Mais comum do corpo 
• Possui pericôndrio 
• Crescimento aposicional 
• Condrócitos dispostos em fileiras 
• Encontrada na traqueia, fossas nasais, brônquios, costelas e ossos longos 
Elástica – formada por fibras elásticas e fibrilas de colágeno 
• Podem estar associadas à cartilagem hialina 
• Possui pericôndrio 
• Crescimento aposicional 
• Condrócitos dispostos em fileiras 
• Encontrada na orelha, no nariz, na epiglote e na laringe 
Fibrosa – formada por fibras de colágeno tipo I 
• Não possui pericôndrio 
• Não sofre renovação 
• Disposição irregular dos condrócitos 
• Resistente à compressão e desgaste 
• Encontrada nos discos intervertebrais, no quadril e nas articulações do joelho 
 
Tecido Ósseo 
Principais funções 
Suporte para os músculos 
Proteção de órgãos vitais 
Alojar e proteger a medula óssea 
Componentes da matriz óssea 
A matriz óssea é mineralizada. Formada por uma parte orgânica (colágeno tipo I e 
proteoglicanos) e uma parte inorgânica (fosfato e cálcio). 
Cristais de Hidroxiapatita – depósito de íons de cálcio e fosfato que mantém a concentração 
desses íons no corpo. 
Células: 
• Osteoblasto - célula jovem 
o Produz a matriz óssea (colágeno tipo I e proteoglicanos) 
o Participa da mineralização da matriz (fosfato de cálcio) 
o Localizado nas superfícies da matriz ao lado de outros osteoblastos 
• Osteócito – célula madura 
o Responsável pela manutenção da matriz 
o Localizado dentro das lacunas da matriz óssea 
o Faz a conexão entre as células 
o Interação por canalículos, que ligam as lacunas 
• Osteoclasto – macrófago do tecido ósseo 
o Responsável pela remodelação da matriz 
o São móveis e multinucleados 
o Tem o citoplasma granuloso 
o Diferenciado de células mononucleares da medula óssea (origem sanguínea) 
As células são organizadas em lacunas, com uma única célula (osteócito) por lacuna. 
A matriz recém-formada não-mineralizada, onde se encontram osteoblastos, é chamada de 
osteoide ou zona clara. 
Crescimento em lamelas: o crescimento ocorre do endósteo ao periósteo, dando voltas 
(lamelas) Entre cada lamela é formado um canal de Havers. Os canais de Havers possuem 
vasos e são ligados por canais de Volkmann. Os canais de Volkmann permitem a comunicação 
entre os canais de Havers, com a cavidade medular e com a superfície externa dos ossos. 
O Sistema de Havers integra todo o tecido ósseo e, portanto, permite a renovação dos ossos. 
Com isso, tumores ósseos (osteossarcomas) podem se disseminar muito rapidamente. 
Endósteo: parte inferior (interna) do osso 
• Possui camadas de células achatadas 
• É mais fino que o periósteo 
Periósteo: parte superficial (externa) do osso 
• Vem de um tecido conjuntivo denso, com bastante fibras colágenas e fibroblastos 
• Preso ao osso pelas Fibras de Sharpey 
• Fibras de Sharpey – continuação de fibras colágenas que penetram na matriz óssea 
 
Classificação 
Osso compacto: não possui cavidades, está presente na diáfise 
Osso esponjoso: possui cavidades intercomunicantes (trabéculas), está presente nas epífises 
(extremidade dos ossos). As trabéculas contêm células, como neurônios (coluna) e hemácias 
(fêmur). 
 
Ossificação intramembranosa 
• Forma ossos curtos 
• Ocorre no interior de membranas do tecido conjuntivo 
• Vem de células tronco mesenquimais, que formam blastemas (agregados/centros de 
ossificação primários), que são diferenciados em osteoblastos 
Ossificação endocondral 
• Forma ossos longos 
• Crescem a partir de cartilagem hialina 
• O blastema se forma em cima de um molde de cartilagem e os condrócitos entram em 
apoptose 
• Após a apoptose, ocorre a mineralização da matriz 
• O centro primário de ossificação é formado por células osteogênicas do tecido 
conjuntivo, que se diferenciam em osteoblastos 
Tecido Muscular 
 
Características gerais 
Cortes: 
• Corte longitudinal: no sentido das fibras. Possível ver as estriações 
• Corte transversal: perpendicular às fibras. Possível ver a posição do núcleo, as fibras e 
os feixes. 
Matriz extracelular: “moderada” 
Dividida em: 
• Endomísio: reveste cada fibra 
• Perimísio: reveste cada feixe. Onde se encontram vasos sanguíneose linfáticos e nervos. 
• Epimísio: membrana fina que reveste o músculo inteiro 
O adipócito no tecido muscular se agrega, formando gorduras localizadas. Isso é a celulite. 
Drenagem linfática: é feita uma massagem no local para romper os agregados de adipócitos, 
que vão ser absorvidos e degradados pelo sistema linfático. 
 
Nomenclatura dos músculos 
Organelas tem nomenclatura própria, usando o prefixo sarco. 
Miócito: célula 
Sarcolema: membrana plasmática 
Sarcoplasma: citoplasma 
Retículo sarcoplasmático: retículo endoplasmático 
 
Músculos estriados 
Características dos músculos estriados: 
• Contração forte e rápida 
• Estriações visíveis no corte longitudinal 
 
Diferenças entre os músculos estriados: 
Esquelético: Cardíaco: 
• Contração voluntária • Contração involuntária 
• Contração não-ritmada • Contração ritmada 
• Estriações mais afastadas • Estriações mais próximas 
• Células afastadas • Células justapostas 
• Núcleo periférico • Núcleo centralizado 
• Interação pela distrofina • Interação pelas junções comunicantes 
 
No músculo estriado esquelético, devido às células serem separadas, o estímulo da contração 
precisa ser passado a todas as células pelo seu proteoglicano, chamado distrofina. A distrofina 
faz a interação entre uma célula e outra. 
Distrofia muscular de Duchenne: a deficiência de distrofina faz com que o estímulo não passe 
para a próxima célula, o que resulta na perda do tônus muscular. A DMD é uma doença 
genética, de gene recessivo do cromossomo X. 
O coração é dividido em epicárdio, endocárdio e miocárdio. 
O epicárdio e o endocárdio são epitélios do tipo simples pavimentoso. Para diferenciar os dois, 
vê-se o que está abaixo do epitélio. No epicárdio, há tecido adiposo, enquanto no endocárdio 
há fibras de Purkinje. As fibras de Purkinje são compostas por células musculares adaptadas 
com longos prolongamentos para capturar o estímulo da contração. 
O tecido muscular estriado cardíaco constitui o miocárdio. Discos intercalares: estruturas 
responsáveis pela adesão entre as células e pela propagação do estímulo da contração do 
músculo estriado cardíaco. Têm desmossomos (adesão) e junções comunicantes (canais que 
permitem a passagem do estímulo através das conexinas). 
Contração dos músculos estriados 
A contração é realizada pelos sarcômeros. As fibras musculares são organizadas em unidades 
repetidas de sarcômeros. 
O sarcômero aumenta ou diminui de tamanho, diminuindo na contração – quando os 
filamentos de actina e miosina se sobrepõem – e aumentando no relaxamento – quando os 
filamentos se afastam. Os filamentos de actina e miosina não se tocam quando o músculo está 
relaxado. 
O músculo só relaxa com a saída do Ca2+, para a qual é necessário ATP. 
O sarcômero é composto por 1 banda A e 2 semi-bandas I. É delimitado por uma linha Z até a 
próxima linha Z. 
Fibras proteicas 
Actina: 7 monômeros de actina (G) formam um filamento de actina (F). Os filamentos de actina 
são estáveis e dinâmicos. O seu tamanho não muda, porém, os monômeros são frequentemente 
trocados. O filamento é polarizado, os monômeros saem pelo lado negativo e entram pelo lado 
positivo. Para cada monômero que sai, entra um, mantendo sempre 7. 
Tropomiosina: dois filamentos de tropomiosina entrelaçam cada filamento de actina. 
Troponina: seus três monômeros formam a tríade muscular. A troponina é responsável por 
disparar a contração. Suas subunidades são TnC, que tem o receptor de Ca2+; TnI, que é o sítio 
catalítico, onde é produzido ATP para a contração e relaxamento do músculo; e TnM, que liga a 
troponina à tropomiosina. 
Miosina: tem uma saliência globular dupla e uma cauda com formato de hélice. A saliência 
globular é móvel. Com a entrada de cálcio, a saliência globular se movimenta e encosta na actina, 
diminuindo o tamanho do sarcômero, contraindo o músculo. 
Músculo liso 
Características do músculo liso: 
• Contração lenta, fraca e involuntária 
• Sem estriações 
• Não possui sarcômero 
A sua contração é chamada de peristaltismo. Nesse movimento a célula muscular muda de 
tamanho. Esses movimentos são controlados pelo Sistema Nervoso Autônomo. 
O músculo liso apresenta uma certa elasticidade, devido à sua maior capacidade de mudar de 
tamanho. 
Hipertrofia: aumento do tamanho da célula 
Atrofia: diminuição do tamanho da célula 
Hiperplasia: aumento da quantidade de células 
 
Órgãos com músculo liso: estômago, intestinos, útero. 
Intestinos: diferem em função e epitélio. 
São compostos por três “camadas”: 
• Mucosa (tecido epitelial) 
• Submucosa (tecido conjuntivo) 
• Muscular (tecido muscular liso) 
O intestino delgado como função absorver nutrientes, portanto, seu tecido epitelial tem 
longos prolongamentos. O intestino grosso tem prolongamentos mais curtos. 
Tecido Nervoso 
 
Características gerais 
Divido em: 
Sistema Nervoso Central: Encéfalo e medula 
Sistema Nervoso Periférico: Nervos e gânglios 
Não possui matriz extracelular, devido à capacidade de interação das células através das 
sinapses (dendritos e axônios). 
Células da glia: dão suporte e nutrição aos neurônios. São: 
• Astrócitos: tem contato com vasos sanguíneos – nutrição; 
• Micróglias: macrófagos do Sistema Nervoso; 
• Oligodendrócitos: produzem a bainha de mielina. 
A bainha de mielina faz com que o impulso nervoso seja transmitido mais rapidamente. 
Deficiência da mielina resulta em esclerose múltipla. 
As mitocôndrias dos neurônios ficam no axônio. 
Corpúsculos de Níssl: ribossomos do neurônio, ficam no corpo celular e em parte dos 
dendritos. 
Junções comunicantes no terminal axônico. 
 
Órgãos/Regiões importantes 
Hipotálamo: interação com o sistema endócrino. 
Glândula pineal: responsável pelo ciclo circadiano, contém bastante melatonina. 
Bulbo: importante para o Sistema Nervoso Autônomo. Regula a temperatura, pressão, 
batimento e respiração. 
Córtex: área de memória, aprendizado, pensamento, raciocínio... etc. 
Cerebelo: responsável pela capacidade motora, equilíbrio e postura. É dividido em camadas: 
• Camada molecular: com células da glia; 
• Camada de Purkinje: com células de Purkinje (neurônios sensitivos do cerebelo); 
• Camada granulosa: com neurônios motores; 
• Camada branca: com axônios. 
Medula espinhal, composta por: 
• Substância cinzenta: onde tem grande quantidade de corpos celulares dos neurônios. 
• Substância branca: onde tem mais axônios e poucas células.

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