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Direito Processual Civil I

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Quando você fala sobre direito cada um tem uma ideia do que seria o direito, no entanto, quando nós estivermos falando de direito processual civil, por exemplo, temos que ter uma ideia um pouco mais restrita. Porque, o direito é uma técnica que foi criada pelo Estado, nessa concepção. 
O que é o Estado? É uma organização que tem uma função de regular. O direito regula os comportamentos das pessoas para garantir o bem comum. 
Porque o direito é uma técnica? Porque quando a sociedade saiu de uma fase primitiva, passou-se a entender que as pessoas por elas próprias não tinham condições de fazer justiça com as próprias mãos, porque quem tem poder, abusa do poder. Então, em um determinado momento da história, a sociedade se juntou e criou o Estado. 
A partir desse momento, ela transfere para o Estado uma parte do poder que ela possuía, ou seja, ela diz para o estado que ele que tem que regular a sociedade. O Estado ao regular a sociedade, diz para a sociedade o que pode ser feito e o que não pode. Então, o Estado impõe para todos nós um modelo de comportamento. Então, o Estado regula a sociedade por meio do Direito. 
O direito surge quando a sociedade precisa ser regulada. E esse instrumento de regulação é chamado de direito. 
O direito tem uma finalidade orientativa, porque ele diz o que é certo e o que é errado, então ele usa a proteção da lei. 
Nem todas as condutas fazem parte da preocupação do direito. O direito não se preocupa com tudo, ele apenas se preocupa com as condutas que para ele tem relevância. A proteção da lei se dá por meio das condutas relevantes. Exemplo: a conduta de jogar bola é irrelevante para o direito, porque você tem a liberdade de fazer aquilo que você quiser, desde que a lei não proíba. Porém, a mesma situação pode ser relevante, porque se você joga a bola de uma maneira agressiva em outra pessoa, a conduta passa a ser relevante, porque você regulou a integridade física. 
Segundo Gomes de Miranda, o direito tem uma obrigação de fazer uma triagem entre os fatos de ser relevante ou não é. Quando ele encontra o fato relevante, ele carimba o fato e diz que é jurídico e quando não é relevante, não é jurídico.
O direito faz uma triagem buscando proteção as condutas relevantes. Condutas relevantes se tornam condutas jurídicas, isto é, condutas que o direito regula, que o direito reconhece. 
Normas Jurídicas
Quando o direito regula a sociedade, o instrumento pelo qual ele faz isso são pelas normas jurídicas. As normas jurídicas são comandos. São comandos que determinam, que apresentam condutas permitidas ou condutas proibidas.
Se eu quero organizar a sociedade, eu preciso dizer para a sociedade o que pode e o que não pode ser feito. Quando a pessoa não paga uma conta, ela está descumprindo uma norma jurídica. Quando isso acontece, ela pode pagar multa pelo atraso ou o seu serviço pode ser cortado. 
Os comandos são importantes porque eles dão uma certa segurança a todos nós para que nos saibamos o que vamos fazer. 
A partir do momento que a norma jurídica fala o que é permitido e proibido, ela está falando para a sociedade. 
Relação Jurídica
As relações são feitas por normas jurídicas. 
O direito produz normas e elas criam relações jurídicas. E as pessoas dela que fizeram parte dessa relação, criam direitos e deveres. Quando o direito olha para a relação, ele considera a relação jurídica, ele diz que alguém tem um direito que corresponde a um dever.
Conduta permitida e proibida, ambas são condutas jurídicas. 
Conduta jurídica é aquela que gera consequências jurídicas.
Conflito de interesses
A partir do momento que existe um conflito de interesses, ele é chamado de lide. 
Conflitos de interesse = lide
Lide é sinônimo de litígio que significa briga. 
Os conflitos de interesse dizem que o lide é um conflito de interesses que é caracterizada por uma resistência, ou mais conhecida como pretensão resistiva. 
Se não te conflito, não tem lide. 
A lide precisa ser resolvida. Se as próprias partes se resolvem, acontece uma autocomposição. 
Mas caso as partes não se resolverem, vem o estado para decidir a lide. 
Estado 
Como o Estado resolve? Através de um de seus poderes chamado de poder judiciário. 
Porém nem sempre o Estado resolve, porque as pessoas continuam não aceitando a decisão que foi tomada. 
O Estado tem que solucionar o conflito. Mas para o poder judiciário solucionar o conflito, ele precisa de um instrumento para solucionar. 
O instrumento para solucionar o conflito é chamado processo. E para nós é chamado de Processo Civil. 
O processo Civil é um instrumento para resolver o Lide. 
Porque o poder judiciário precisa do Processo Civil para resolver o conflito? O Estado precisa por uma questão simples, porque ele precisa seguir sobre um trilho para que as pessoas saibam como é que o conflito dela vai ser resolvido, ou seja, quando o Estado criou o Poder Judiciário como um agente solucionador do conflito, ele se preocupou que o poder judiciário fizesse aquilo que ele quisesse. 
O Processo Civil é o conjunto de normas que indicam como poder Judiciário vai agir, ou seja, como ele irá solucionar o conflito. 
Diferença entre parecer e notificação. A notificação é uma comunicação oficial de um fato.
O processo e o Direito Processual Civil 
O processo nada mais é do que método ou instrumento que o Estado utiliza para resolver conflitos de interesses. Só que tem um detalhe: quando o Estado, utilizando do processo, ele resolve o conflito de interesse, num determinado momento ocorre o ponto final, onde ocorre a definitividade. Porém, as vezes o Estado só resolve o conflito jurídico e não o sociológico. Por exemplo, o juiz condena o marido que batia na esposa, mas ao sair do tribunal, o marido mata a esposa, mostrando que o conflito jurídico tinha sido resolvido, mas o sociológico não. 
O processo como método de solução da lide
Segundo esta visão, o processo seria o complexo de normas que teria por finalidade disciplinar os direitos de ação e defesa perante o poder judiciário afim de que este quando provocado resolva a lide que lhe foi submetida. 
Quando eu digo que o processo é método de solução da lide, eu penso em um processo como um conjunto de normas que tem por finalidade permitir que o poder judiciário resolva o conflito de interesses. 
O processo como instrumento da jurisdição
Conforme esta visão, o processo é o meio pelo qual o poder judiciário quando provocado atua na vida das pessoas de forma imperativa para resolver os conflitos de interesse. 
Conceito de Direito Processual Civil 
É o ramo do Direito que tem por objeto de estudo a forma do poder judiciário exercer a sua atividade fim, através da prestação da tutela jurisdicional formulada a partir de um conflito de interesse estabelecido entre duas ou mais pessoas. 
Estudar o processo quer como método, quer como instrumento da jurisdição. Se você quiser saber como o método se desenvolve, é necessário estudar o Direito Processual Civil, ele que diz como o Estado se dispõe a resolver o conflito. As normas jurídicas são as matérias primas do Direito Processual Civil. 
Normas Jurídicas
Manual de como resolver conflitos. Elas representam o manual porque no Brasil vigora o chamado Estado Democrático de Direito, ou seja, o Estado se submete a lei. E a lei é a que vai ser o manual do direito processual civil. A lei é nada mais do que um manual de instrução, indicando para a gente que quando surgir um conflito, ele será resolvido de um jeito ou de outro. Mas mesmo ela indicando como os conflitos serão resolvidos, ela gera uma controvérsia, porque a leitura que se faz é diferente para cada pessoa ou para cada juiz. 
As normas jurídicas são comandos emitidos pelo Estado para indicar quais condutas são permitidas ou proibidas. 
Conceito: são comandos emitidos pelo Estado para estabelecer quais condutas serão permitidas ou proibidas na sociedade. 
No manual, algumas normas serão chamadas de direito material ou direito processual. 
Quando eu estou fora do poder judiciário,eu só tenho normas materiais, mas quando eu vou para o poder judiciário resolver o conflito, existem os manuais do direito processual ou do direito material. 
As normas de Direito Material (ou substancial)
É o Direito Material que vai dizer quem é ou quem não é uma pessoa. Ele regulamenta a vida das pessoas em geral, desde o nascimento até a morte. 
Conceito: são aquelas que regulamentam as condutas das pessoas em sociedade, estabelecendo os respectivos direitos e deveres que cada uma delas terá bem como fixando as consequências que decorrerão dos fatos jurídicos. 
Obs.: como regra, as normas de direito material irão se manifestar fora de quaisquer processos, pois tem por finalidade regular a vida das pessoas em sociedade. 
As normas de Direito Processual (ou adjetivo ou formal) 
Elas regulamentam a relação jurídica que se estabelece a partir de um processo. Eu posso passar a vida inteira sem saber o que é processo, mas eu não passo a vida inteira sem saber o que é Direito material. 
Conceito: são aquelas que regulamentam as relações jurídicas decorrentes de um processo. 
A partir do momento que eu estabeleço um processo, o juiz tem dois manuais o de direito processual e o de material. As partes estão se processando, mas eu preciso olhar para o direito material para saber quem tem razão, mas eu vou falar com o direito processual para poder julgar. 
As normas de Direito Processual 
Primeira Classificação:
Cogentes ou Dispositivas
Cogentes: Quando você se deparar com a expressão cogente, você deve pensar que normas cogentes são também conhecidas como normas de ordem pública. Normas cogentes de ordem pública ou inflexíveis. As cogentes são normas que só podem ser processadas no poder judiciário. São aquelas que se aplicam até mesmo contra a vontade das partes. 
Conceito: Normas de ordem pública são aquelas que ao protegerem um interesse considerado relevante serão aplicadas até mesmo contra a vontade das partes. 
Dispositivas: As normas dispositivas são as normas flexíveis, porque apesar de elas estabelecerem uma conduta, elas dizem que essa conduta só será regulada se as partes não disserem o contrário. 
Conceito: as normas processuais dispositivas são aquelas que conferem as partes de um processo a alguma liberdade para que disponham de modo diferente daquele estabelecido na norma.
Obs.: enquanto as normas cogentes são de imperatividade absoluta as normas dispositivas são de imperatividade relativa. 
Segunda Classificação
Nessa segunda classificação, não se leva em conta se elas são cogentes ou dispositivas, mas elas ainda podem ser classificadas como cogentes ou dispositivas.
Normas de organização ao Poder Judiciário
Conceito: são todas aquelas voltadas a criação, estruturação e repartição de competências dos órgãos jurisdicionais. Exemplo: aquelas que estabelecem a divisão das competências das varas cíveis e das varas de família e sucessões são normas jurídicas de organização. 
Normas que regulam a relação jurídica processual
Conceito: A relação jurídica processual é aquela que se estabelece entre as partes de um processo e o poder judiciário, ou seja, entre dois sujeitos e o juiz. Estas normas jurídicas estabelecem os direitos e deveres das partes do processo, bem como os poderes e deveres dos juízes. 
As normas irão dizer o que podemos fazer ou não em juízo. Ela limita o que os sujeitos irão fazer e o que o juiz irá fazer também. 
Normas procedimentais
Conceito: são todas as normas jurídicas voltadas a regular o procedimento do processo, entendido este como a sequência lógica dos atos processuais bem como a forma, o prazo, o momento e a possibilidade de exercê-los. 
Fontes das Normas Processuais
É necessário saber quais são as origens das normas processuais.
Conceito de fontes
Fontes são os canais pelos quais as normas jurídicas vêm ao mundo, oriundas da vontade do ente capaz de ditá-las, impô-las e exigir a sua observância. 
Quando eu começo a estudar as fontes das normas processuais, eu preciso definir como elas nascem, sendo assim, o Direito criou canais como as normas processuais vêm ao mundo e alguns canais só se prestam para uma finalidade.
Espécies de fontes 
Constituição Federal
Ela se submete a um princípio que é chamado de Supremacia da Constituição e ele diz que ela é tão importante que é considerada a lei maior, então nada pode estar em desacordo com a lei federal. Mas, quando eu trato do processo civil, eu preciso estabelecer quais normas processuais a constituição federal trata: os princípios e garantias processuais (Constituição Federal, artigo 5º, incisos 34 a 78). 
Se pudesse traduzir a palavra princípios para um sinônimo, podemos chamar de diretrizes ou finalidades. Exemplo: um dos princípios do processo civil estabelecido na Constituição é o da Ampla defesa, ele é uma diretriz, porque antes de ser privado dos meus bens, eu tenho o direito de me defender. 
Quando ouvir a palavra garantia, você guarda na cabeça que são instrumentos que asseguram direitos. Vamos supor que eu tenha entrado com uma ação contra uma pessoa, o juiz não tenha escutado essa pessoa e já tenha condenado essa pessoa. E o advogado da pessoa diz que ela foi vítima de abuso, porque ela tinha direito de defesa. Sendo assim, o advogado pode entrar na justiça com uma ação chamada de mandando de segurança, dizendo que a pessoa não poderia ser condenada ser sem ouvida, porque existe uma diretriz que diz que ela tem direito a ampla defesa e ela quer combater esse abuso.
Além dos princípios e garantias processuais, a Constituição Federal também estabelece a estrutura mínima do poder judiciário (Artigo 92 da Constituição Federal). 
A Constituição também estabelece a garantia dos membros judiciário (CF, artigo 93 e 95). Ela também estabelece as garantias dos membros do Ministério Público (CF, artigo 127 a 130 – A). E também estabelece normas sobre a advocacia (CF, artigo 133 a 135 da Constituição Federal).
A Constituição Federal traz normas processuais. 
Qual é uma das conclusões que você extrai dessas normas que são estabelecidas na Constituição Federais? O Legislador quis que essas normas tivessem mais valor ou fossem mais protegidas que as demais (Artigo 60 – parágrafo 4). 
9. Das Fontes das Normas Processuais (Continuação)
b) Lei Complementar Federal (CF, art.69): 
A Lei Complementar Federal é uma norma jurídica que só poderá ser editada quando o próprio texto da Constituição Federal determinar que um assunto seja tratado por lei complementar.
Para determinados assuntos que o legislador constitucional entendeu importantes, ele tratou no próprio texto da Constituição Federal o que deveria ou não ser tratado como Lei Complementar.
Como o próprio nome diz, Lei Complementar é aquela que complementa a Constituição, ou seja, traz algo a mais. A Constituição Federal trouxe diversos assuntos, mas determinados assuntos o legislador entendeu que o assunto é importante, mas não é tão importante a ponto de ele ser tratado na própria constituição. 
A lei complementar exige um quórum mais alto para que ela seja alterada. 
As Leis Complementares Federais deverão ser aprovadas pela maioria absoluta dos membros da câmara dos deputados e do senado. O maior exemplo de uma lei complementar federal que traz normas de natureza processual é a Lei Orgânica da Magistratura cuja edição é de iniciativa privativa do STF
c) Lei Ordinária Federal (CF, art.22)
A Lei Ordinária Federal é uma norma jurídica que deverá ser aprovada por maioria simples da câmara dos deputados e do senado. No Brasil, a maior parte das normais processuais civis será veiculada por Leis Ordinárias. 
Mas por que é Lei Ordinária? Ordinária tem o sentido de comum. Quando um assunto é tratado na Constituição Federal, mesmo que você não concorde, o assunto foi considerado muito importante. Quando o assunto foi tratado em Lei Complementar Federal, ele não é tão importante. E o resto dos assuntos que não foram tratados nem na Constituição Federal nem na Lei Complementar Federal? Ficaram na Lei Ordinária. 
Exemplo deLei Ordinária Federal: Lei 13.105 de 2015 (CPC – Código de Processo Civil). Ele trata das generalidades das relações jurídicas processuais. 
A lei ordinária é o meio mais comum de normas processuais.
A competência privativa exclusiva para editar normais processuais civis é da união federal. Só a União Federal tem a competência de mexer nas normas processuais civis.
d) os tratados, convenções ou acordos internacionais dos quais o Brasil faça parte (Ver CF, art.5, parágrafo 3º)
São modalidades do gênero negócios jurídicos internacionais, quando versarem sobre direito processual civil e forem ratificados pelo Congresso Nacional ingressarão no ordenamento jurídico brasileiro como leis ordinárias federais. 
De acordo com o Artigo 5, paragrafo 3º da CF, os tratados sobre direitos humanos quando forem aprovados por três quintos dos membros do Congresso Nacional serão equivalentes as emendas constitucionais razão pela qual terão um valor superior aos das leis ordinárias federais. Exemplo de tratado sobre norma processual, convenção americana de direitos humanos mais conhecida como Pacto de São José da Costa Rica. 
São negócios jurídicos formalizados entre um e mais países, isto é, o presidente da república entende que determinado assunto seria de interesse do Brasil e da Argentina. Com a negociação, eles resolvem propor um tratado. 
e) As Constituições e Leis Estaduais (CF, art.125, parágrafo 1º)
Caberá as constituições estaduais definir a competência de seus respectivos tribunais de justiça. Já as leis estaduais terão a finalidade de organizar o poder judiciário em cada estado, sendo que a iniciativa destas leis estaduais é privativa do tribunal de justiça de cada estado. 
f) os regimentos internos dos tribunais (CF, art95, Inciso I, letra “a”)
Os regimentos internos são as normas jurídicas que tem por finalidade estabelecer a estrutura, funcionamento e composição de determinada corte de justiça estabelecendo em ultima instância a composição e competência de seus órgãos. 
g) A jurisprudência
Jurisprudência é o conjunto de decisões reiteradas sobre uma mesma matéria proferidas pelos tribunais.
Uma palavra que poderia ser usada como sinônimo de jurisprudência é tendência, ou seja, uma tendência de julgar em determinado sentido.
g.1) as Súmulas vinculantes – CF art.103-A e Parágrafo
resumo de jurisprudência sobre determinado assunto.
As súmulas são um resumo da Jurisprudência, que foi formada em torno de determinado assunto. Quando esta súmula for editada de acordo com o artigo 103 Letra A e parágrafos da Constituição Federal pelo STF estaremos diante da súmula vinculante que terá força de Lei.
Terá força de Lei, mas não será Lei, você é equiparado a Lei.
10. A norma processual no espaço
a) fundamento: CPC, artigos 13 e 16 – Princípio da Territorialidade das normas processuais ( normas brasileiras território nacional)
Em regra, as normas processuais brasileiras serão aplicadas no território nacional. 
Em regra, os litígios surgidos no território nacional serão resolvidos de acordo com as normas processuais brasileiras, porém por exceção poderão ser aplicadas normas processuais estrangeiras em decorrência de regras estabelecidas em tratados, convenções ou acordos internacionais dos quais o Brasil faz parte
b) aplicabilidade das normas processuais ou atos processuais estrangeiros no Brasil: CPC, art.963
Por outro lado, as normas processuais ou atos processuais praticados no exterior poderão ser reconhecidos no Brasil desde que estejam de acordo com as leis brasileiras e com as leis do país em que foram praticados de acordo com o artigo 963 do Código Processual Civil
11. A Norma Processual no tempo 
a) Fundamento: CPC, art.14
Princípio do Isolamento dos atos processuais
A norma processual não será aplicada retroativamente, ou seja, o que aconteceu no passado vai ser regido pela norma que vigorava no passado;
Apesar de não ser aplicável de forma retroativa, as normas processuais civis serão aplicadas imediatamente aos processos em curso;
Respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
12. Normas Jurídicas de Direito Material
Essas normas não cuidam de processo, cuidam de outra e qualquer relação jurídica. 
Fundamento: CF, Artigo 5º, XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
a.1) proteger o direito adquirido, que é o que já foi constituído sob a lei revogada;
a.2) proteger o ato jurídico perfeito, que é aquele que já foi completado sob a lei revogada. 
a.3) proteger a coisa julgada, que é a decisão judicial de mérito não mais passível de recurso. 
Da jurisdição
Os processos do Estado (CF, art. 2º)
São poderes da união independente e anônimos. O artigo 2º já fez uma declaração, já apresentou uma diretriz que diz que o estado brasileiro é composto por três poderes (executivo, legislativo e judiciário) e eles são independentes e harmônicos entre sí. Independentes é certeza que eles são, já harmônicos há dúvidas. 
Montesquieu percebeu que esses poderes não poderiam estar na mesma pessoa porque existiria o abuso do poder. Com isso, surgiu a teoria da tripartição dos poderes, que dizia que o estado era aquele que chamou para sí o monopólio da violência, cada um desses poderes deve exercer a função que lhe é própria, sem exercer a função que é do outro, porque se não ficaria uma confusão.
No entanto, o sujeito não quer ficar apenas na função dele. Então, hoje em dia, o Estado Brasileiro não trabalha em função do cidadão, ele se serve dos cidadãos. Hoje existe um protagonismo muito grande do poder judiciário, porque ele se agigantou e os outros poderes se acovardaram. Então, não existe uma harmonia entre os poderes. 
Poder Executivo
Quando falarmos do poder executivo, olhemos o poder mais como função, porque a palavra poder passa a ideia de que alguém exerce em face de outra pessoa, algo que seria ilimitada. Mas na verdade, olhando para o Artigo 2º na CF, o poder não é limitado e não é exercido em proveito próprio. 
A função principal do Poder Executivo é a de organizar e administrar os bens e serviços públicos. Então, o executivo é o administrador nato dos bens e serviços públicos. O Estado é o conjunto, mas dentro dele, certos órgãos exercem diferentes funções, como por exemplo, a função de prestar segurança pública é função do poder executivo. O poder executivo também presta transporte público.
Quando você vota, você está a votar em um administrador, aquele que olha e pensa quais são as necessidades do cidadão do local. No entanto, como não é possível que um só poder ou uma só função faça tudo, então as funções foram divididas para o poder legislativo. 
Poder Legislativo
Esse poder ganhou uma função que é típica, a função do legislativo é criar normas de conduta que nós temos o hábito de chama-las de leis. É por isso então, que você vota para os membros do poder legislativo, porque eles tem a função de estabelecer quais normas de conduta irão regulamentar as ações da sociedade. Depois dessa definição, cabe ao poder executivo organizar e administrar os bens e serviços públicos. 
Poder Judiciário
Esse poder tem a função de resolver conflitos de interesses. Que muitas pessoas chamam de litígios. 
O poder judiciário na teoria surte efeitos como os estudiosos enxergam a jurisdição. 
As funções dos três poderes são típicas. Típica porque este poder foi criado para exercer essa determinada função. Todavia, ao longo do tempo como o Estado fica cada vez mais complexo, notou-se que não era possível aos poderes exercerem apenas as suas funções típicas, porque há situações que lhes dizem respeito. 
Algumas vezes, o poder executivo legisla, quando ele executa decretos. Isso é uma função atípica. Da mesma maneira do poder executivo, o poder legislativo precisa de auxiliares, então ele tem a independência para contratar seus próprios funcionários, função atípica novamente. 
O poder judiciário tem se agigantado cada vez mais, porque ele quer legislar. Isso conflitacom a jurisdição. Cada vez que o judiciário se agiganta, os outros se apequenam, e é por isso que cada vez mais existem conflitos. 
A jurisdição
Esta jurisdição é uma função poder judiciário e ela tem uma finalidade que é resolver conflito, mas o conflito só é resolvido em determinada características. 
O poder executivo abre uma sindicância e expulsa um funcionário porque recebia propina. Aí o funcionário fala que foi vítima de perseguição política e ele foi buscar ajuda na jurisdição. 
Os conflitos podem até ser resolvidos nos outros poderes, mas é a jurisdição que da a palavra final. Porque dar a palavra final é próprio da jurisdição. 
Conceito 
Jurisdição é o meio de resolução de uma lide pelo qual o poder judiciário tem que ser terceiro, imparcial e estranho ao litígio impõe uma solução ao conflito que lhe foi apresentado, depois de ter concedido a oportunidade de participação a todos os sujeitos envolvidos e interessados.
O poder judiciário tem a função de resolver conflitos, mas para isso, ele precisa dar a oportunidade de todos falarem. A partir dessa ideia, você começa a entender quais são as características da jurisdição.
Características 
b.1) Substitutividade
Segundo essa característica, a lide será resolvida pelo poder judiciário em substituição a vontade dos litigantes ainda que estes não concordem com a decisão proferida. 
Tomar o lugar da vontade das partes, ou seja, se marido e mulher estavam em litigio onde havia conflitos de interesse e como eles não se acertavam, eles resolveram levar o conflito ao poder judiciário. Porém, se eles estão com conflito de interesse com a decisão para o filho, o litígio não tem solução. 
O poder judiciário atua quando os litigantes não decidem por conta própria e aí será a vontade do poder judiciário. E as vezes, o poder consegue desagradar todo mundo. Então a decisão substituí a vontade das pessoas. 
b.2) Imperatividade 
Segundo esta característica, as decisões judiciais são impostas e se tornam obrigatórias, independentemente da vontade dos litigantes. 
Uma pessoa quer receber o aluguel, mas o seu inquilino não pode pagar. Aí o juiz diz que o inquilino tem que pagar a dívida. A imperatividade faz com que a pessoa se veja obrigada a pagar. Só que tem um problema: ser obrigatório nem sempre é possível de ser cumprido. Digamos que o inquilino não tenha dinheiro, não podendo cumprir a imperatividade do juiz. 
Às vezes, a decisão judicial é tão ruim, que as pessoas decidem fazer um acordo. 
b.3) Imutabilidade
A imutabilidade é a característica segundo a qual certas decisões do poder judiciário não poderão voltar a serem discutidas, quer pelo Estado, quer pelos próprios litigantes. 
O inquilino inventa que pagou e apresentou ao juiz os recibos falsos, mas a pessoa que aluga não fala que são falsos. Então, o alugante não pode mais cobrar a dividida que já foi paga. Essa decisão se torna imutável, ou seja, ela não pode voltar a ser discutida. 
Nos processos judiciais nem sempre ganha quem tem razão. Muitas vezes ganha quem apresenta a melhor versão. 
Obs.: em tese, apenas as decisões que julgam o mérito de um processo é que se tornarão imutáveis.
b.4) Inafastabilidade
Segundo esta característica, a jurisdição uma vez buscada pelos interessados não poderia ser rejeitada, isto é, não poderia se negar a resolver o conflito de interesse. 
Obs.: para o professor nos casos em que as partes litigantes optarem pela arbitragem, a jurisdição poderá ser recusada. 
Quando as partes escolhem arbitragem, elas recusam o poder judiciário aceita a recusa. 
Duas pessoas firmaram uma arbitragem para resolver um conflito, digamos que seja uma questão patrimonial qualquer. Mas um belo dia, uma das pessoas se arrepende, porque viu que é muito cara. A arbitragem recusa o poder judiciário e a pessoa não pode voltar atrás. 
Caso os dois desistam, eles renunciam a arbitragem e resolvem na justiça. 
b.5) Indelegabilidade
Pela Indelegabilidade, o poder judiciário não poderá transferir a sua função típica a terceiros, uma vez que a jurisdição só poderá ser exercida pelos órgãos e pessoas previstos em lei. 
A função típica não pode ser transferida. 
b.6) Inércia
Por esta característica, o poder judiciário não poderá agir para resolver conflitos de interesses sem que seja provocado.
Obs.: neste aspecto, os doutrinadores dizem que o poder judiciário não poderá agir ou atuar de ofício sem que seja provocado. 
Inércia significa inação, um conflito, na teoria, só é levado ao poder judiciário pelas partes interessadas. 
O litigio é de uma pessoa e o juiz não pode se envolver em um primeiro momento, isso serve para que ele não tome frente e lado de nenhuma parte. 
O juiz não age, a não ser que as partes levem o litígio até ele. 
Meios Alternativos à Solução de Conflitos de Interesse
Não necessariamente são resolvidos pela jurisdição. Quando a jurisdição coloca um ponto final no conflito, não significa que a lide foi solucionada. Se as pessoas envolvidas no conflito não se conscientizarem de que a decisão proferida está correta, o litígio não está resolvido. 
Os juízes precisam entender que não adianta resolver o conflito e não resolver o litígio. 
Em razão da possibilidade da inconformidade das pessoas, os estudiosos começaram a estabelecer um quadro de meios que seriam alternativos a solução de conflitos, alternativos a jurisdição. 
São caminhos diferentes da jurisdição. 
– Autotutela ou autodefesa 
Na autotutela ou autodefesa, os próprios interessados na solução do conflito, a partir do momento que a Lei autoriza, resolvem o problema por conta própria. As vezes é autorizado o uso de violência. 
Legitima defesa e meios de necessidade são meios de autodefesa ou autotutela. Se alguém pretende fazer mal a minha vida, eu posso agir diante dele. Entre o sacrifício de quem estava quieto e o sacrifico de quem agiu contra aquele que estava quieto, o legislador prefere o sujeito que estava quieto.
É como se o Legislador falasse que tem que pesar os dois para saber qual é o mais importante.
Conceito
É o meio de eliminação de conflitos que ocorre pelo sacrifício do interesse alheio ao próprio mediante o uso de força. 
Obs.: só será possível quando a Lei expressamente autorizar. 
O próprio conceito traz a ideia de que a autotutela se resolve pelo uso da força. 
Exemplos 
Desforço imediato – Art.1.210, parágrafo 1º do Código Civil
“O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força contato que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não põem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Todo aquele que sofrer violação na sua posse, violação ao fato de algo estar comigo e outra pessoa indevidamente pegar. 
O Legislador usa duas expressões: turbado, sinônimo de molestado, e esbulhado é sinônimo de aquele que perdeu. Quando há a turbação, eu posso usar a violência para defender a minha posse. 
Exemplos: a bolinha está comigo e a Cícera pega a bolinha, eu fico sem a bolinha, essa perda é chamada de esbulho e eu sou esbulhado. Agora, estou eu com a bolinha e toda hora a Cícera fala para eu emprestar a bolinha, enchendo o saco, este incômodo é a moléstia, chamada de turbação. 
O ato não pode ser excessivo, assim, a tutela tem de se mostrar razoável. 
A Lei fala que é preciso ser razoável, porque se não houver, o que for excessivo, será abusivo. 
Direito de Retenção – Art. 1.219 do Código Civil 
Como próprio nome diz, o Direito de Retenção é aquele que a Lei reconhece à alguém e permite que essa pessoa mantenha consigo uma coisa que não é dela e sim de outra, até que uma dívida seja paga.
Exemplo: você toma emprestado o imóvel de alguém e passa a ter posse disso. E no meio do caminho, você acaba tendo uma benfeitoria (despesa que eu faço em uma coisa com a finalidade de melhorá-la, como por exemplo, trocar um armário para caber mais coisas na cozinha). Quando eu estou na boa fé e realizo a benfeitoria, é obvio que eu faço isso em a favor do dono. A Lei diz que nessas situações dizque você beneficiador cobre do dono. A Lei diz que o possuidor de boa fé tem que tratar a coisa como se fosse dele, e se ele dono não quiser me indenizar, eu vou embora, só quando você pagar, mas para isso eu retenho a coisa enquanto você não paga. Isso é chamado do direito de retenção. 
O Direito de Retenção se exerce mesmo sem a Justiça. Porém, se alguém entra na Justiça contra mim, eu não sou um esbulhador, eu apenas estou exercendo o meu direito de retenção.
– Autocomposição
A autocomposição nada mais é do que a solução alternativa de um conflito pelos próprios interessados, ou seja, os próprios interessados se compõem. Isso, às vezes, acontece na justiça, porque ele é um meio alternativo a solução e não à jurisdição. 
O acordo é uma autocomposição. Só que as vezes, a autocomposição precisa das duas pessoas, mas há situações em que ela precisa de apenas uma delas. 
Conceito
É o meio de eliminação de conflitos de interesse que ocorre pela conduta dos próprios interessados que regulam por sí mesmos a solução do conflito. 
Então, todas as vezes que se deparar com a expressão autocomposição, quer dizer que é a solução pelos próprios interessados. 
Espécies
b.1) Renúncia
Algo que para o direito tem uma importância gigantesca. Na renúncia, alguém normalmente por vontade própria abre mão de direito definitivamente. 
A renúncia é o meio pelo qual interessado abdica definitivamente.
Conceito: a Renúncia é o ato pelo qual o interessado abdica (abre mão) de seus interesses de maneira definitiva. 
Eu só posso abrir mão de um direito quando a Lei permite que aquele direito seja disponível, ou seja, não se pode abrir mão de todos os direitos. 
Exemplo: você briga com seu filho e decide que não quer ser mais pai do seu filho e renúncia a paternidade, porém, a Lei não permite que isso aconteça. 
O Direito que existia com a renúncia deixa de existir.
b.2) Desistência
Quando eu falo em desistência, eu digo que é deixar de prosseguir temporariamente. 
Conceito: é o ato pelo qual, o interessado ou os interessados se conformam com determinadas situações e decidem não mais buscar a satisfação dos seus interesses. 
Obs.: na desistência, o interessado deixa de perseguir a solução de seu interesse temporariamente podendo vir a fazê-lo futuramente em certas condições. 
Exemplo: Eu empresto dinheiro para uma pessoa e vou para a justiça cobrá-la. Mas ao ver a situação dela, que eu penso que é uma encenação e para não dizerem que eu não ajudei, eu desisto da ação, ou seja, eu deixo de seguir provisoriamente. O processo deixa de existir, mas amanhã eu posso abrir o processo novamente. 
b.3) Submissão
Se fosse usar uma expressão seria subordinação.
Conceito: meio pelo qual um dos interessados não oferece resistência ao interesse alheio para reconhece-lo como devido.
Na submissão, eu subordino o meu interesse ao dele. Eu reconheço que ele está certo. Se reconhece que está certo, o conflito está eliminado. 
b.4) Transação
A transação nada mais é do que o famoso acordo. E ela pelo código civil é um contrato.
Conceito: é o contrato pelo qual dois ou mais sujeitos previnem ou terminam um litígio através de concessões mútuas de caráter patrimonial. 
Eu só tenho transação quando o conflito tiver interesse patrimonial. 
Agora, só alguém move contra mim uma ação de investigação de paternidade e eu digo que eu sou pai dele, não se trata de transação, porque o reconhecimento de paternidade não se trata de patrimônio, se trata de submissão. 
– Heterocomposição
Tanto na autotutela e na autocomposição, o próprio interessado resolve. Na Heterocomposição é necessário um terceiro para solucionar um conflito. 
O terceiro facilita na resolução do conflito ou ele resolve o conflito. 
Conceito
É o meio de eliminação de conflitos através da atuação de terceiros que podem ou não integrar o poder judiciário, mas não possuem poder jurisdicional. 
Antigamente no judiciário só existia conciliação e as próprias partes resolviam. Hoje, existem as chamadas sessões de mediação, o mediador é o facilitador da solução do conflito. Ele tenta convencer as partes de que a solução do conflito está entre elas. 
Espécies
b.1) Mediação (Lei 13.140/2015)
A mediação faz com que as partes tendam a autocomposição. Mas não se trata de uma autocomposição pura porque tem um facilitador te indicando para fazer isso, te convença a aceitar a solução do conflito. 
A mediação é o meio pelo qual um técnico irá atuar como facilitador da solução de conflitos que poderão vir a ser resolvidos pelos próprios interessados. 
Obs.: O mediador atuará no convencimento dos interessados. 
b.2) Arbitragem (Lei 9.307/1996)
A arbitragem é a justiça privada. Está é a verdadeira alternativa a jurisdição estatal. O juiz não é concursado e a decisão vale a mesma coisa.
Conceito: a arbitragem é o meio pelo qual o conflito de interesses patrimoniais e disponíveis serão resolvidos por juízes leigos chamados de árbitros. 
Obs.: Constitui-se do meio mais importante de solução alternativa de conflitos. 
b.2.1) Cláusula Compromissória
Partes maiores e capazes já contratam a arbitragem previamente ao litígio. 
Conceito: é a convenção por meio da qual as partes de um contrato comprometem-se a submeter a arbitragem os conflitos surgidos desse contrato. 
b.2.2) Compromisso Arbitral
As partes resolvem submeter a arbitragem um litígio que não deveria ser cometido a arbitragem. 
Conceito: é a convenção por meio da qual as partes submetem um conflito já existente a arbitragem. 
- A Tutela Jurisdicional
A jurisdição é o poder do estado que tem a finalidade de resolver conflitos de interesse de maneira impositiva. Mas quando o estado resolve o conflito de interesse, ele se vale de um instrumento de Tutela Jurisdicional. 
Quando se fala em Tutela Jurisdicional, vem a ideia de proteção jurisdicional. Ela é o meio pelo qual o judiciário protege a jurisdição. 
Conceito
É toda proteção concedida pelo Estado ao exercício da jurisdição, por meio do processo.
Falar em Tutela Jurisdicional é pensar em toda proteção que todo o judiciário protege por meio de processos. 
As atividades desenvolvidas pela e na jurisdição
Verbos que indicam as atividades desenvolvidas pela e na jurisdição. 
Conhecer
Quando você se depara com essa expressão no contexto da Tutela Jurisdicional, você vai pensar que o judiciário conhece de um litigio quando o litigio é levado ao conhecimento do poder judiciário. 
Por quê levado? Sendo o judiciário imparcial, ele tem que aguardar o conflito ser levado para seu conhecimento.
Conhecer é nada mais do que levar ao judiciário o conflito de interesse. 
Convencer 
Não basta apenas levar o conflito de interesse ao judiciário. É necessário convencer o poder judiciário de que eu tenho ou não razão.
Convencer é nada mais do que demonstrar a existência do direito alegado. 
Julgar 
O convencimento é importante para que o juiz julgue o mérito. 
Julgar é solucionar o conflito de interesses.
Eu vou ao poder judiciário, eu levo ao conhecimento do poder judiciário o conflito, porque ao demonstrar que eu tenho razão, eu quero que ele profira uma decisão, porque é ela que vai definir se eu tenho ou não tenho razão. 
Satisfazer 
Não basta ter o julgamento, porque depois do julgamento eu tenho que ver se a decisão satisfaz ou não meu desejo. 
Satisfazer é atender ao direito que foi reconhecido em juízo. 
Proteger 
Muitas vezes para satisfazer, julgar e convencer é necessário proteger. 
Proteger é assegurar o resultado útil e eficaz do processo.
Em cada uma dessas etapas eu tenho uma ação que complementa a outra. O Direito a ser satisfeito se encontra em situação de ser violado ou perdido, então eu preciso proteger a situação. 
Essas fases são necessárias em todo e qualquer processo. 
 
Espécies de tutela jurisdicional 
Nós temos três espécies de tutela jurisdicional. Cada tutela tem sua finalidade própria. 
De conhecimento
Ela decide quem em um determinado litígio tem razão. Só ela permite que o judiciáriodiga o que você deve ou não deve. 
Conceito: é aquela que tem por finalidade obter uma decisão que indique qual das partes tem razão. 
a.1) Declaratória
A declaratória tem uma função específica. O objetivo dela é reconhecer a existência, inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica. 
Fora disso, não estará diante de uma tutela jurisdicional de conhecimento declaratória. 
É autosatisfativa. 
a.2) Constitutiva 
Há relações jurídicas que precisam de uma decisão diferente da declaratória. 
A Tutela Jurisdicional de Conhecimento Constitutiva o judiciário cria, modifica ou extinguir uma relação jurídica. 
O litígio mudou de degrau. Não se discute mais se existe ou não. Nela é criada, modificada ou extinguir a relação jurídica. 
É autosatisfativa.
a.3) Condenatória 
A Tutela Jurisdicional de Conhecimento Condenatória tem a finalidade de impor ao réu o dever de cumprir uma prestação.
O litígio não está na Constituição, mas está no dever de cumprir. 
Não é autosatisfativa.
Neste caso é a condenatória que vai para a execução. 
De Execução
Fazer cumprir a Tutela Jurisdicional de Conhecimento Condenatória, ou seja, realizar o direito. 
No processo de execução normalmente o que vai fazer com que o processo se inicie é:
b.1) decisão judicial que permite a execução; cumprimento de decisão judicial
b.2) documento reconhecido pela Lei – execução por título (documento) extrajudicial, porque esse documento foi formado fora da justiça. Exemplo: cheque, nota promissória etc. 
c) De Urgência 
Tem a finalidade de proteger o resultado útil e eficaz das outras tutelas jurisdicionais. 
Da Ação e Direito de Ação
Existe um campo do direito chamado de processo, que tem por finalidade regulamentar ou dar ao poder do Estado, um instrumento, ou seja, o poder judiciário recebe um instrumento que tem a função de regulamentar o conflito de interesse. 
O exercício da jurisdição civil, presta a sociedade as tutelas, tais como vimos na aula passada. Mas como o poder judiciário por meio do processo civil presta as tutelas jurisdicionais? O Estado faz isso por meio do processo, no entanto, o processo não surge por geração espontânea, precisa ter algo que faz com que o processo comece. Esse algo é a ação e direito de ação. 
Conceitos
Ação: A ação é o meio pelo qual se provoca a jurisdição e dela se exige a prestação da tutela jurisdicional. 
Obs.: A ação é o instrumento da pretensão. 
A ação é o instrumento, é o veículo da pretensão. Por exemplo: duas pessoas querem a mesma bolinha e as duas acham que estão com a razão. Então, é necessário levar a pretensão por meio da ação. 
Como um processo vai regular um poder do estado, ele tem que ser mais imparcial possível. 
Direito de Ação
Por qual razão ou com base em qual fundamente, eu consigo ou eu tenho a possibilidade de levar a pretensão ao poder judiciário? Porque existe um direito que me assegura para que eu possa exercer a ação. Se eu não tivesse esse direito, eu não teria como exerce-lo. 
Conceito: é o direito público subjetivo de se invocar o exercício da função jurisdicional. (CF – Art. 5º, XXXV). 
O Artigo 5º, XXXV – o legislador garantiu a qualquer pessoa, qualquer um, o direito de invocar, o direito de provocar o poder judiciário, tendo ou não razão. “A lei não excluirá do poder judiciaria lesão ou ameaça ao direito”. Alguns autores, chamam esse artigo e esse inciso como o princípio da universalidade. Ou seja, o poder judiciário está esperando todos aqueles que lhe querem invocar, independente da razão. 
Pedir todos podem, mas receber só aqueles que tem o direito de. No direito é a mesma coisa, você pode não ter razão nenhuma, mas a CF diz que você pode pedir, mas quem vai avaliar se você tem o direito ou não de receber uma decisão, é o poder judiciário de acordo com o ordenamento jurídico. 
Teorias sobre o Direito de Ação
Como nós vimos que a ação e o direito da ação estão do mesmo lado da história, ao longo dela surgiram três teorias que explicassem o direito de ação. 
Civilista (ou imanentista): 
Na primeira parte da história do processo civil, os estudiosos entendiam que alguém só exerceria o direito de ação se este alguém de fato tivesse ou fosse titular de um direito que mereceria proteção, ou seja, vamos supor que eu tenha emprestado mil reais. Olhando para o direito civil, estamos diante de uma relação jurídica em decorrência da qual um é credor e o outro é devedora. Se a devedora paga certinho, o credor não precisa recorrer ao judiciário. Mas, vamos supor que a devedora não tivesse pago o crédito do credor, nesse caso, ele teria a necessidade de recorrer ao poder judiciário. Para a teoria civilista, o credor exerceu o direito de ação porque levou ao poder judiciário o direito de crédito que precisava ser protegido. 
Conceito: para esta teoria, a ação é o direito material levado a juízo para a sua proteção. 
Obs.: Para esta teoria, só haveria direito de ação se houvesse direito material a ser protegido, caso contrário não. 
Concreta:
A teoria concreta representou uma evolução em teoria a civilista, mas ainda não era a mais adequada. Para ela, o direito de ação só seria exercido se tivesse havido uma resposta favorável da justiça. Por exemplo: Se a justiça disse julgo procedente o pedido, o direito de ação teria sido exercido. Qual é a evolução dessa teoria? A primeira atrelava uma coisa à outra (só há direito de ação se houver direito material a ser protegido), a segunda (só há direito de ação se houver sentença favorável). O problema disso é que tudo que foi feito antes não importa. 
Conceito: segundo esta teoria, a ação é um direito autônomo em relação ao qual a existência da tutela jurisdicional só poderá ser satisfeita se a sentença for favorável ao autor. 
Obs.: Para esta teoria, só os vitoriosos seriam reconhecidos como titulares do direito de ação. 
Abstrata
Todavia, lá por volta de 1800, os alemães começaram a verificar que uma coisa era o direito material e outra coisa era o direito processual. À medida que eu aciono o judiciário, eu já exerço o direito de ação. ou seja, haveria uma desconexão entre o direito de ação e o direito material. 
O fato de você exercer o direito de ação não quer dizer que você vai receber uma sentença favorável, porque é necessário ver se você teria o direito de receber uma sentença favorável. 
Conceito: Segundo a teoria abstrata, o direito de ação existe independentemente do Direito material afirmado em juízo. 
Obs.: segundo esta teoria, o direito de ação é exercido contra o Estado, por meio do poder judiciário. 
Quando vocês falam que vão processar fulano de tal ou eu vou mover uma ação contra fulano de tal, vocês estão dizendo que vão exercer o direito de ação contra o Estado para ele proteger o direito material. 
Hoje não há dúvida alguma que o direito brasileiro adota a teoria abstrata. 
Elementos da Ação 
No entanto, quando eu exerço o direito de ação, que é aquele que leva o judiciário a minha pretensão, eu exerço o meu direito por um documento chamado de petição inicial. 
A petição inicial vai ser o meio material ou virtual pelo qual eu vou levar ao judiciário, os elementos da minha ação. 
Toda vez que eu aciono o Estado, eu preciso acioná-lo por meio de uma petição inicial, podendo ser digital (intangível) ou impressa (tangível). Em São Paulo, só existe petição inicial digital e virtual (intangíveis). 
Quando eu exerço meu direito de ação, eu preciso indicar quem é o autor que acionou o judiciário, quem é o suposto titular é chamado de autor. Aquele contra alguém eu exerço a minha petição é chamado de réu.
Quando eu aciono o poder judiciário, além de indicar quem é o autor e quem é o réu, eu preciso indicar a razão pela qual o autor foi a juízo. (causa de pedir). Além disso, é preciso indicar o que eu quero, porque de um conflito, pode-se extrair várias pretensões. 
Toda a ação vai conter elementos que a identificam. Mas e se falta algum elemento desses? A ação não terá condições de seguir adiante. 
3.1 Conceito 
São os elementos mínimos e suficientesque devem estar presentes em toda e qualquer ação, de modo que a falta de qualquer um deles acarretará a inépcia da petição inicial e provocará a extinção do processo sem resolução do mérito. Isto é o judiciário não conseguirá decidir quem tinha ou não razão.
Os elementos da ação representam um filtro da pretensão. 
3.2 Espécies: 
a) Partes:
No processo é necessário ter no mínimo duas partes: o autor ou exequente (acionou, tomou a iniciativa de executar ou de promover a tutela jurisdicional de execução) e o réu ou o executado (suplicado e requerido). 
O sujeito é autor porque ele tomou a inciativa, ele acionou. E o réu foi acionado. 
b) Causa de Pedir
Em toda ação judicial é necessário indicar a razão pela qual o autor acionou o poder judiciário. 
É o conjunto de fatos e fundamentos jurídicos que configuram o litígio. 
A causa de pedir se divide em duas. 
1 – Causa de pedir remota: é composta pelos fatos do litígio, é a origem do litígio. 
2 – Causa de pedir próxima: é composta pelos fundamentos jurídicos do litígio, são os desdobramentos do litígio. 
Fundamentos jurídicos é igual a consequências jurídicas. 
A causa de pedir é o conjunto de fatos e julgamentos jurídicos alegados pelo autor ou pelo exequente e que sustentam o seu pedido. 
c) Pedido 
A causa de pedir pode gerar um ou mais pedidos. 
É o requerimento de tutela jurisdicional formulado ao estado que deverá conter a pretensão. 
Pedido de tutela jurisdicional pode ser de pedido imediato e mediato. Quando alguém faz um pedido, quer na verdade obter o pedido mediato, mas ela não consegue chegar no pedido mediado, sem antes passar no medido imediato. 
O imediato corresponde a tutela jurisdicional. O mediato corresponde a pretensão. 
A tutela jurisdicional tem por finalidade me entregar a pretensão que é o pedido mediato. 
O imediato é sempre necessário para chegar ao mediato. 
Imediato: é o requerimento de tutela jurisdicional. 
Mediato: é o requerimento da pretensão. 
Condições da Ação 
Nós vimos que os elementos da ação são as partes que necessariamente devem compor uma ação judicial. Ele precisa checar se a ação tem condições de prosseguir. 
4.1 Conceito
São os elementos que devem estar presentes em uma demanda judicial a fim de permitirem que o Poder Judiciário possa analisar e julgar o mérito da pretensão do autor.
Obs.: No processo civil atual fazem parte das condições da ação apenas a legitimidade de partes e o interesse processual que se desdobra em necessidade de agir e adequação da tutela jurisdicional nos termos do artigo 17 do CPC.
Princípios Constitucionais do Processo Civil
O que são regras e princípios?
O ordenamento jurídico é composto por normas jurídicas que são conhecidas como regras e princípios. 
As regras são normas jurídicas que estabelecessem condutas permitidas ou proibidas. Quando olha a regra é sabido como se comportar diante dela, porque ela é uma norma que estabelece conduta permitida. 
Ao lado das regras, nós temos os princípios. Os princípios estabelecem funções, finalidades ou objetivos a serem alcançados. E por conta disso, quando você olha para o principio você sabe o que o principio indica, mas ele não fala para você, como você deve se conduzir, porque a própria linguagem indica a função, a finalidade, o objetivo mas não diz como você chega lá. 
Exemplos:
Exemplo de Regra: CPC, Art.219. Na coragem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo Único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais;
Exemplo de Princípio: CPC, Art.139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
(...)
II – velar pela duração razoável do processo. 
A regra é a realidade e os princípios são os óculos de como eu enxergo a realidade. 
Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional e do acesso à Justiça (Art. 5º, XXXV, da CF). 
O Art.5º, inciso XXXV, da Constituição Federal dispõe que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito e com isso consagra o denominado princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. 
O Poder Legislativo, portanto, fica proibido de criar regras jurídicas infraconstitucionais que inviabilizem, dificultem ou restrinjam o acesso ao Poder Judiciário, sendo garantido constitucionalmente o mais amplo e irrestrito acesso à Justiça.
O direito de provocar o Poder Judiciário, exigindo do Estado-juiz, por meio do processo, a prestação jurisdicional, é conhecido como direito de ação, isto é, o direito de acionar o Poder Judiciário exigindo a proteção dos direitos lesados ou ameaçados. 
O Princípio da Inafastabilidade tem duas funções: 
regra, onde o Estado está proibido de criar empecilhos das pessoas irem ao Poder Judiciário;
princípio que permite que as pessoas vão ao poder judiciário. 
Todo aquele que se julga ameaçado em seus direitos, tem a prerrogativa de buscar o poder judiciário, independentemente de ter razão ou não. 
Princípio do Contraditório (Art. 5º, LV, da CF).
O princípio do contraditório é uma garantia constitucional assegurada a todos os litigantes em processo judicial ou administrativo (Art. 5º, LV da Constituição Federal), sendo o mesmo essencial ao próprio conceito de processo. 
A doutrina processual sempre tratou o princípio do contraditório como uma garantia às partes de terem conhecimento do processo, bem como de todos os seus atos, somada a possibilidade de as partes poderem reagir aos atos que lhe sejam desfavoráveis no que se convencionou chamar de binômio “informação/reação” ou “ciência/resistência”, sendo a primeira garantia indispensável ao processo, e a segunda, eventual ou possibilitada. 
Em tempos atuais, a doutrina vem acrescentando outros elementos ao conceito de contraditório, somando, além da necessidade de informação (ciência) e da possibilidade de reação, as garantias de participação e cooperação, bem como a garantia de consideração judicial. 
Princípio da ampla defesa (Art. 5º, LV, da Constituição Federal)
O mesmo dispositivo constitucional que garante o direito ao contraditório (art.5º, LV da CF) consagra o princípio da ampla defesa, “com todos os meios e recursos a ela inerentes”. 
De certa forma, o direito à ampla defesa pode ser tido como um desdobramento da garantia do contraditório na medida em que este consagra amplamente o direito à reação, ao qual está intimamente ligada a ideia de defesa.
Em síntese, o princípio da ampla defesa garante às partes o direito, à produção de provas e de participações em toda a atividade probatória. 
Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI, CF)
Pelo princípio da vedação das provas obtidas por meios ilícitos, consagrado no art.5º, inciso LVI da Constituição Federal, “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.
Desta feita, para que a prova venha a ser admitida no processo e, portanto, apta a ser apresentada e considerada pelo juiz como meio de demonstração da verdade de um fato controvertido e relevante para o julgamento da lide, a forma da obtenção desta prova deve se dar de acordo com o direito e sem infringência às regras jurídicas.
Portanto, não é dado ao legislador infraconstitucional, nem muito menos ao juiz, no caso concreto, decidir sobre a admissibilidade da prova ilícita sopesando os prós e contras desta admissão, dado que a escolha pela imprestabilidade da prova ilícita foi feita pela Constituição Federal.
Exemplos:
provas obtidas por meio de tortura ou com violação ao direito à intimidade (CF, art.5º, III e X):
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
Provas obtidas com violação ao direito à inviolabilidade do domicílio (CF, art. 5º, XI)
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimentodo morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Provas obtidas com violação ao direito à inviolabilidade do sigilo das correspondências e comunicações em geral (CF, art.5º, XIII)
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”; 
Princípio da motivação das decisões judicias (art.5º, IX, da Constituição Federal)
A Constituição Federal, em seu art.5º, inciso IX, dispõe que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos “e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade (...)”, e consagrando, dessa feita, o princípio da motivação das decisões judiciais.
“Fundamentar significa o magistrado dar razões, de fato e de direito, que o convenceram a decidir a questão daquela maneira” (Nelson Nery Jr.)
Esta completude e suficiência da motivação das decisões judiciais é exigida pela Constituição Federal em dois aspectos: a fundamentação de fato e a fundamentação jurídica (de direito). 
Princípio da publicidade (art. 93, XI, da Constituição Federal)
O princípio da publicidade é garantido pela Constituição Federal em seu art. 93, inciso IX, que dispõe que “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público á informação”.
Nestas situações, o art. 5º, inciso LX, da Constituição Federal dispõe que “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. 
Princípio do juiz natura e da vedação de tribunais de exceção (art. 5º, LIII, da Constituição Federal)
A Constituição Federal, no art. 5º, inciso LIII, dispõe que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente” e, dessa forma, consagra o princípio do juiz natural.
O dispositivo é complementado e densificado pela própria Constituição que dispõe em seu art.5º, inciso XXXVII, que “não haverá juízo ou tribunal de exceção”.
Tais normas, em síntese, garantem que: a) todos têm direito de se submeter ao julgamento por juiz competente, assim entendido o juiz constituído na forma da lei; b) todos têm o direito de ser julgados por um juiz imparcial; c) ninguém será processado por tribunal de exceção, assim entendido o juízo ou tribunal constituído após o fato; d) é vedada a escolha do juiz pelo autor ou qualquer sujeito.
Competência: atribuição de julgar determinados processos. 
Princípios Constitucionais do Processo Civil
O que são regras e princípios?
O ordenamento jurídico é composto por normas jurídicas que são conhecidas como regras e princípios. 
As regras são normas jurídicas que estabelecessem condutas permitidas ou proibidas. Quando olha a regra é sabido como se comportar diante dela, porque ela é uma norma que estabelece conduta permitida. 
Ao lado das regras, nós temos os princípios. Os princípios estabelecem funções, finalidades ou objetivos a serem alcançados. E por conta disso, quando você olha para o principio você sabe o que o principio indica, mas ele não fala para você, como você deve se conduzir, porque a própria linguagem indica a função, a finalidade, o objetivo mas não diz como você chega lá. 
Exemplos:
Exemplo de Regra: CPC, Art.219. Na coragem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo Único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais;
Exemplo de Princípio: CPC, Art.139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
(...)
II – velar pela duração razoável do processo. 
A regra é a realidade e os princípios são os óculos de como eu enxergo a realidade. 
Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional e do acesso à Justiça (Art. 5º, XXXV, da CF). 
O Art.5º, inciso XXXV, da Constituição Federal dispõe que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito e com isso consagra o denominado princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. 
O Poder Legislativo, portanto, fica proibido de criar regras jurídicas infraconstitucionais que inviabilizem, dificultem ou restrinjam o acesso ao Poder Judiciário, sendo garantido constitucionalmente o mais amplo e irrestrito acesso à Justiça.
O direito de provocar o Poder Judiciário, exigindo do Estado-juiz, por meio do processo, a prestação jurisdicional, é conhecido como direito de ação, isto é, o direito de acionar o Poder Judiciário exigindo a proteção dos direitos lesados ou ameaçados. 
O Princípio da Inafastabilidade tem duas funções: 
regra, onde o Estado está proibido de criar empecilhos das pessoas irem ao Poder Judiciário;
princípio que permite que as pessoas vão ao poder judiciário. 
Todo aquele que se julga ameaçado em seus direitos, tem a prerrogativa de buscar o poder judiciário, independentemente de ter razão ou não. 
Princípio do Contraditório (Art. 5º, LV, da CF).
O princípio do contraditório é uma garantia constitucional assegurada a todos os litigantes em processo judicial ou administrativo (Art. 5º, LV da Constituição Federal), sendo o mesmo essencial ao próprio conceito de processo. 
A doutrina processual sempre tratou o princípio do contraditório como uma garantia às partes de terem conhecimento do processo, bem como de todos os seus atos, somada a possibilidade de as partes poderem reagir aos atos que lhe sejam desfavoráveis no que se convencionou chamar de binômio “informação/reação” ou “ciência/resistência”, sendo a primeira garantia indispensável ao processo, e a segunda, eventual ou possibilitada. 
Em tempos atuais, a doutrina vem acrescentando outros elementos ao conceito de contraditório, somando, além da necessidade de informação (ciência) e da possibilidade de reação, as garantias de participação e cooperação, bem como a garantia de consideração judicial. 
Princípio da ampla defesa (Art. 5º, LV, da Constituição Federal)
O mesmo dispositivo constitucional que garante o direito ao contraditório (art.5º, LV da CF) consagra o princípio da ampla defesa, “com todos os meios e recursos a ela inerentes”. 
De certa forma, o direito à ampla defesa pode ser tido como um desdobramento da garantia do contraditório na medida em que este consagra amplamente o direito à reação, ao qual está intimamente ligada a ideia de defesa.
Em síntese, o princípio da ampla defesa garante às partes o direito, à produção de provas e de participações em toda a atividade probatória. 
Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI, CF)
Pelo princípio da vedação das provas obtidas por meios ilícitos, consagrado no art.5º, inciso LVI da Constituição Federal, “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.
Desta feita, para que a prova venha a ser admitida no processo e, portanto, apta a ser apresentada e considerada pelo juiz como meio de demonstração da verdade de um fato controvertido e relevante para o julgamento da lide, a forma da obtenção desta prova deve se dar de acordo com o direito e sem infringência às regras jurídicas.
Portanto, não é dado ao legislador infraconstitucional, nem muito menos ao juiz, no caso concreto, decidir sobre a admissibilidade da prova ilícita sopesando os prós e contras desta admissão, dado que a escolha pela imprestabilidade da prova ilícita foi feita pela Constituição Federal.
Exemplos:
provas obtidas por meio de tortura ou com violação ao direito à intimidade (CF, art.5º, III e X):
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
X – são invioláveis a intimidade, avida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
Provas obtidas com violação ao direito à inviolabilidade do domicílio (CF, art. 5º, XI)
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Provas obtidas com violação ao direito à inviolabilidade do sigilo das correspondências e comunicações em geral (CF, art.5º, XIII)
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”; 
Princípio da motivação das decisões judicias (art.5º, IX, da Constituição Federal)
A Constituição Federal, em seu art.5º, inciso IX, dispõe que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos “e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade (...)”, e consagrando, dessa feita, o princípio da motivação das decisões judiciais.
“Fundamentar significa o magistrado dar razões, de fato e de direito, que o convenceram a decidir a questão daquela maneira” (Nelson Nery Jr.)
Esta completude e suficiência da motivação das decisões judiciais é exigida pela Constituição Federal em dois aspectos: a fundamentação de fato e a fundamentação jurídica (de direito). 
Princípio da publicidade (art. 93, XI, da Constituição Federal)
O princípio da publicidade é garantido pela Constituição Federal em seu art. 93, inciso IX, que dispõe que “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público á informação”.
Nestas situações, o art. 5º, inciso LX, da Constituição Federal dispõe que “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. 
Princípio do juiz natura e da vedação de tribunais de exceção (art. 5º, LIII, da Constituição Federal)
A Constituição Federal, no art. 5º, inciso LIII, dispõe que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente” e, dessa forma, consagra o princípio do juiz natural.
O dispositivo é complementado e densificado pela própria Constituição que dispõe em seu art.5º, inciso XXXVII, que “não haverá juízo ou tribunal de exceção”.
Tais normas, em síntese, garantem que: a) todos têm direito de se submeter ao julgamento por juiz competente, assim entendido o juiz constituído na forma da lei; b) todos têm o direito de ser julgados por um juiz imparcial; c) ninguém será processado por tribunal de exceção, assim entendido o juízo ou tribunal constituído após o fato; d) é vedada a escolha do juiz pelo autor ou qualquer sujeito.
Competência: atribuição de julgar determinados processos. 
Continuação Princípios Constitucionais do Processo Civil
Princípio do duplo grau de jurisdição (princípio constitucional implícito)
O princípio do duplo grau de jurisdição deve ser entendido como a garantia de sujeição de determinada decisão judicial à revisão por outro órgão integrante do Poder Judiciário, pela via recursal. 
Em outras palavras, o princípio do duplo grau da jurisdição garante o direito de a parte de recorrer para os tribunais contra as decisões que lhes sejam desfavoráveis.
Os tribunais são os órgãos jurisdicionais de segundo grau de jurisdição que, como regra, exercem a denominada competência recursal. 
Ocorre que a Constituição Federal não dispõe de um artigo ou mesmo inciso que declare expressamente que “todos os litigantes possuem o direito de recorrer” ou que “a todos é garantido o duplo grau de jurisdição”, o que não quer dizer que direito ao duplo grau de jurisdição não seja constitucionalmente garantido. Apesar da ausência de uma norma expressa que garanta tal direito, é a Constituição Federal que prevê a existência dos tribunais e atribui a estes órgãos jurisdicionais a competência para processar e julgar os recursos. 
Obs.: O princípio do duplo grau de jurisdição é uma garantia constitucional implícita que permite a revisão de decisões judiciais por um órgão hierarquicamente superior por no mínimo uma oportunidade, bastando para tanto que a parte recorrente tenha sido apenas derrotada. 
Obs.: O legislador impõe certos requisitos para que os recursos possam ser apreciados pelo poder judiciário.
Poder Judiciário de SP
1º Grau – Juízes de Direito recebem o nome de órgãos monocráticos. Esse nome se dá porque ele resolve a causa sozinho. 
2º Grau - também é composto por juízes, mas como é um grau hierarquicamente superior, eles são chamados de desembargadores. Eles funcionam sob a seguinte logica: órgãos monocráticos (correspondem a cada desembargador, ou seja, apenas um desembargador – cada desembargador é um órgão monocrático) e órgãos colegiados (são formados por no mínimo três desembargadores que são conhecidas como turma julgadora). 
Existem as câmaras onde são compostas por no mínimo cinco desembargadores. 
O princípio não é absoluto porque muitas vezes, o legislador restringe os recursos dizendo que na fase do processo, se o juiz proferir uma decisão desfavorável não irá caber recurso. 
Princípio da duração razoável do processo (art.5º, LXXXVIII, da Constituição Federal)
O inciso LXXXVIII do art.5º da Constituição Federal que dispõe que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
Em função de inúmeras variáveis, não cabe à lei, à doutrina ou à jurisprudência definir de uma forma objetiva a quantidade de dias, semanas ou meses de duração de um processo, pois, na verdade, o tempo do processo e a própria concepção do que seja uma duração razoável podem variar em função destes fatores.
A complexidade da causa pode ser oriunda de questões fático-probatórias, em que obviamente o tempo de duração razoável do processo deve ser aquele exigido para a produção de toda as provas necessárias para esclarecer os fatos controvertidos e relevantes para o julgamento da causa.
Não se pode, por exemplo, a pretexto de se acelerar o procedimento e encurtar o processo, impedir a produção de provas pelas partes, o que violaria o princípio da ampla defesa. 
O princípio da duração razoável deverá ser interpretado levando-se em consideração o contexto fático jurídico de um processo de modo que será possível de ser admitido que uma causa mais complexa demore um tempo maior para ser julgado do que uma causa menos complexa. 
Princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV, da Constituição Federal)
O devido processo legal é consagrado na Constituição Federal no rol dos direitos e das garantias fundamentais, mais precisamente no art. 5º, inciso LIV, que dispõe que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
O devido processo legal é o princípio que tem por finalidade obedecer aos tramites processuais previstos na legislação. 
O devido processo legal pode ser considerado uma verdadeira cláusula de encerramento do sistema jurídico processual, exercendo uma função interpretativa sobre os próprios princípios constitucionais, bem como uma função integrativa e atuante no preenchimento de lacunas ou contradições aparentes entre eles. 
A par da perspectiva processual, a cláusula do devido processo legal possui um alcance substancial, que encerra uma tríplice garantia: a vida, a liberdade e a propriedade.
A aplicação deste princípio no âmbito do processo civil deverá considerar se uma decisão judicial foi proferida com obediência e estrita observância dos procedimentos previstos em Leipara assegurar a existência e validade de um processo. 
Princípio da isonomia no processo civil (art. 5º, caput, da Constituição Federal)
O princípio da igualdade é um dos pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito delineado na Constituição Federal de 1988, tendo sido consagrado no caput do art.5º da Carta Magna, que abre o rol de direitos fundamentais.
A primeira projeção do princípio diz respeito à igualdade de tratamento e oportunidades a serem dadas aos litigantes no curso do procedimento; e a segunda, à necessidade de o processo ser disciplinado e conduzido de modo a viabilizar que todos os sujeitos que estejam em uma mesma situação no plano do direito material obtenham a mesma resposta jurisdicional.
Princípio da assistência judiciaria integral e gratuita (art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal)
A Constituição Federal, no art.5º, inciso LXXIV, dispõe que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos e, desta forma, consagra o princípio da assistência jurídica integral e gratuita. 
Assim, o hipossuficiente econômico, assim entendido aquele que não possui condições financeiras de arcar com os custos do processo, sem prejuízo ao seu sustento ou de sua própria família, tem direito de, não apenas ter o acesso gratuito à tutela jurisdicional, como também de ter uma representação técnica profissional provida pelo Estado. 
O conceito de hipossuficiência para fins de fruição da assistência judiciaria gratuita vem sendo estendido pela doutrina e jurisprudência para as pessoas jurídicas, desde que esta demonstre não possuir condições econômicas de exercer plenamente seus direitos processuais por impossibilidade financeira. 
Cuidado: só vai se enquadrar no conceito de hipossuficiente econômico aquele que não tiver condições de arcar com os custos do processo, levando em consideração em seus ganhos e o que ele pleiteia em juízo. 
Ainda que a Constituição Federal garanta o acesso ao poder judiciário a todas as pessoas que possuem ou não recursos financeiros, o princípio da assistência judiciaria integral e gratuita demandará para sua efetivação de uma decisão judicial que reconheça a hipossuficiência econômica de alguém como obstáculo de acesso a justiça. 
Princípio da definitividade das decisões judiciais (coisa julgada) (art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal)
 Dispõe o art. 5º, inciso XXXVI que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Uma decisão judicial é em um determinado momento precisa ser cumprida, porque ela não admite mais revisões para pior ou para melhor. A coisa julgada é a eficácia que reconhece a imutabilidade e indiscutibilidade de uma decisão jurídica. 
A coisa julgada é a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.
É por esse motivo que a definitividade da decisão judicial consiste em uma característica essencial à jurisdição, sendo impossível o Poder Jurisdicional cumprir o seu papel, caso suas decisões, não obstante proclamadas ao final do procedimento, pudessem ser questionadas infinitamente em outros processos. 
Coisa julgada é a imutabilidade e a indiscutibilidade que só atinge as decisões de mérito. As decisões que não resolvem o mérito não se submetem a coisa julgada, mas sim ao trânsito em julgado. 
Normas Fundamentais do Processo Civil
Nos artigos 1º a 12, o Código de Processo Civil estabeleceu nesses dispositivos as denominadas normas fundamentais do processo civil.
As normas fundamentais representam desdobramentos, detalhamentos e concretizações de normas processuais previstas na Constituição Federal. 
As normas fundamentais são lidas à luz dos princípios. 
Art. 1º do CPC: Princípio da conformidade com a Constituição e princípio do devido processo legal
O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Trata-se de norma de caráter pedagógico e de valor simbólico que indica o comprometimento do CPC com a Constituição Federal.
Art. 2º do CPC: Princípios do dispositivo, do impulso oficial e inércia jurisdicional
O processo começa por iniciativa da parte1 e se desenvolve por impulso oficial2, salvo as exceções previstas em lei
1Pelo princípio da inércia (também consagrado na doutrina como princípio do dispositivo), o juiz não age senão quando provocado, sendo vedado ao órgão jurisdicional dar início à relação processual sem provocação.
2E uma vez provocado, o juiz tem o dever de promover o andamento do feito, ou seja, determinar, de ofício e independentemente de “novas provocações” da parte, o desenvolvimento válido e regular do processo até a efetiva prestação jurisdicional. 
Art. 3º do CPC: Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional e do acesso à justiça e princípio da preferência pela solução consensual de conflitos
Não se excluirá de apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A Conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
Art. 4º do CPC: Princípio da efetividade do processo, princípio da preferência pela solução integral de mérito e (re)afirmação do princípio da duração razoável do processo
As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. 
Em outros palavras, o cumprimento pelo Estado do dever imposto pela Constituição implica a necessidade de o Judiciário:
Enfrentar o mérito do processo, pronunciando-se sobre a solução da controvérsia;
Além de proclamar a solução, promover a efetivação, isto é, a transformação do plano dos fatos do direito reconhecido e;
Realizar ambas as tarefas em um tempo razoável. 
Exemplos de aplicação do art. 4
CPC, Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. Exemplo: quando o advogado entra com a ação sem a procuração. 
CPC, art. 488. Desde que possível, o juiz resolvera o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. Exemplo: Advogado entra com uma ação para pleitear uma dívida que já foi recebida. 
Normas Fundamentais do Processo Civil (Continuação)
Art. 5º do CPC: Princípio da boa-fé objetiva 
Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
Boa-fé subjetiva: ignorância de acordo com as circunstâncias. A boa fé subjetiva está vinculada a uma crença ou consciência do sujeito. Todas as vezes que o legislador se preocupa com a crença, consciência ou com a ideia de alguém, ele está trabalhando com a boa-fé subjetiva. Exemplo: comprei um imóvel de uma pessoa e não sabia que ela não era dona. 
Boa-fé objetiva: comportamento de acordo com um determinado padrão juridicamente/socialmente aguardado. Nesse caso, o legislador está preocupado com o objeto. O tipo de objeto que ele se preocupa é a conduta. É a conduta ou o comportamento que está de acordo com o padrão juridicamente aguardado. 
Parâmetros de Aplicação do art. 5º.
CPC, Art,77. Além de outros previstos neste Código, são deverem de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participarem do processo.
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento;
III – Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;
IV – Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraçados à sua efetivação. 
Art.

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