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Recurso Especial: Limitação de Desconto em Folha de Pagamento

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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.676.216 - SP (2017/0114911-8)
RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN
RECORRENTE : BANCO DO BRASIL S/A 
ADVOGADO : EDUARDO JANZON AVALLONE NOGUEIRA - SP123199 
RECORRIDO : DILMA GOMES REIS 
ADVOGADO : HENRIQUE AGUIAR DE SOUZA - SP252634 
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. VALOR DA MULTA 
DIÁRIA (ASTREINTES) REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. DESCONTO EM FOLHA DE 
PAGAMENTO CONSIGNADO. LIMITE DE 30%. NORMATIZAÇÃO 
FEDERAL. NATUREZA ALIMENTAR DOS VENCIMENTOS E 
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.
1. Hipótese em que "a tese recursal defendida no apelo nobre não questiona a 
aplicação das astreintes, mas apenas o valor da multa diária estabelecida. Logo, 
houve preclusão do debate sobre cabimento da medida, restando apenas o 
questionamento a respeito da correção do quantum, matéria não abarcada pela 
afetação do REsp 1.474.665/RS" (AgInt no AREsp 900.872/PE, Rel. Ministro Og 
Fernandes, Segunda Turma, DJe de 14.11.2016). 
2. A jurisprudência do STJ pacificou o entendimento de que a apreciação dos 
critérios previstos na fixação de astreintes implica reexame de matéria 
fático-probatória, o que encontra óbice na Súmula 7/STJ. Excepcionam-se apenas 
as hipóteses de valor irrisório ou exorbitante, o que não se configura neste caso. 
3. In casu, o Tribunal de Justiça assentou que o valor da multa diária de R$ 
1.000,00 (mil reais), é razoável, "porque o que está em discussão é o direito à 
saúde de paciente que está com perda visual e que se não tratado corretamente, 
pode ocasionar cegueira, bem como que este pessoa não tem condições 
financeiras para custear o tratamento"(fl. 127, e-STJ). Assim, não se mostra 
excessiva, a ensejar a sua revisão pelo STJ, nos termos da sua Súmula 7.
4. É pacífico o entendimento do STJ de que "os empréstimos consignados na 
folha de pagamento do servidor público estão limitados a 30% do valor de sua 
remuneração, ante a natureza alimentar da verba" (STJ, AgRg no RMS 
30.070/RS, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe de 8/10/2015).
5. Com efeito, "os descontos de empréstimos na folha de pagamento são limitados 
ao percentual de 30% (trinta por cento) em razão da natureza alimentar dos 
vencimentos e do princípio da razoabilidade". ( AgRg no REsp. 1.414.115/RS, 
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/6/2014).
6. O decisum vergastado, ao estabelecer o limite de desconto consignado em 
30% dos rendimentos líquidos da recorrida, está em consonância com orientação 
do STJ.
7. Recurso Especial não conhecido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, 
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acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: ""A Turma, por 
unanimidade, não conheceu do recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). 
Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques e 
Assusete Magalhães (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão." 
 
 Brasília, 05 de setembro de 2017(data do julgamento).
MINISTRO HERMAN BENJAMIN 
Relator
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.676.216 - SP (2017/0114911-8)
RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN
RECORRENTE : BANCO DO BRASIL S/A 
ADVOGADO : EDUARDO JANZON AVALLONE NOGUEIRA - SP123199 
RECORRIDO : DILMA GOMES REIS 
ADVOGADO : HENRIQUE AGUIAR DE SOUZA - SP252634 
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Trata-se 
de Recurso Especial interposto, com fundamento no art. 105, III, "a" e "c", da Constituição da 
República, contra acórdão assim ementado: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação declaratória com pedido de tutela 
antecipada. Decisão que deferiu a tutela requerida pela autora, determinando ao 
réu que limitasse os descontos dos empréstimos em folha de pagamento ao 
percentual de 30% sobre os vencimentos líquidos mensais da agravada, sob pena 
de incorrer em multa cominatória de R$ 500,00. Insurgência. Pedido de 
revogação da liminar concedida e da multa imposta. Impossibilidade. 
Comprovação pela autora de que a soma dos descontos referentes aos 
empréstimos realizados é superior a 30% de seus proventos. Presentes requisitos 
legais a justificar a concessão da tutela antecipada requerida. Pedido de redução 
da multa arbitrada. Multa diária arbitrada que não foi excessivamente fixada. 
Observância dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade a fim de 
motivar o cumprimento da obrigação. Decisão mantida. Recurso não provido.
Não houve Embargos de Declaração.
O recorrente alega, além de divergência jurisprudencial, violação dos arts. 82, § 
2º, 85, §§ 2º e 8º, 497 e 537 do CPC e 185, 421 e 422 do Código Civil. Afirma que o valor 
da multa acabaria por gerar enriquecimento ilícito por ser desproporcional. Aduz que não seria 
possível ao Poder Judiciário alterar as cláusulas contratuais firmadas pelas partes. O acórdão 
paradigma da divergência jurisprudencial considerou razoável a multa de R$ 100,00.
É o relatório.
 
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.676.216 - SP (2017/0114911-8)
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): 
Inicialmente, esclareco que "a tese recursal defendida no apelo nobre não 
questiona a aplicação das astreintes, mas apenas o valor da multa diária estabelecida. 
Logo, houve preclusão do debate sobre cabimento da medida, restando apenas o 
questionamento a respeito da correção do quantum, matéria não abarcada pela afetação do 
REsp 1.474.665/RS" (AgInt no AREsp 900.872/PE, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda 
Turma, DJe de 14.11.2016).
Quanto ao valor da multa diária, manifestou-se o Tribunal de origem:
(...), insurge-se o Estado de Pernambuco quanto à fixação de 
multa diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), que segundo ele é 
desproporcional e irrazoável, não existindo fundamento legal para a sua fixação.
O artigo 461, §4° do CPC, nos casos de obrigações de fazer, 
permite a fixação de multa para compelir o devedor ao seu adimplemento.
Todavia, entendo que o valor arbitrado é razoável, porque o que 
está em discussão é o direito à saúde de paciente que está com perda visual e que 
se não tratado corretamente, pode ocasionar cegueira, bem como que este pessoa 
não tem condições financeiras para custear o tratamento.
Tem-se, pois, que o intuito da multa é fazer com que o devedor 
cumpra a prestação pela qual foi obrigado. Se o fizer, nada será devido (fl. 127, 
e-STJ).
A jurisprudência do STJ consolidou o entendimento de que o montante fixado a 
título de astreintes somente pode ser revisto excepcionalmente, quando irrisório ou 
exorbitante, sob pena de ofensa ao disposto na Súmula 7 desta Corte. 
Na hipótese, o acórdão recorrido assentou que o valor da multa diária de R$ 
1.000,00 (mil reais), é razoável, "porque o que está em discussão é o direito à saúde de 
paciente que está com perda visual e que se não tratado corretamente, pode ocasionar 
cegueira, bem como que este pessoa não tem condições financeiras para custear o 
tratamento". Assim, não se mostra excessiva, a ensejar a sua revisão por esta Corte Superior, 
nos termos da sua Súmula 7. 
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Nesse sentido:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO 
INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO 
DE MEDICAMENTOS. ALEGADA NEGATIVA DE PRESTAÇÃOJURISDICIONAL. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 
284/STF. ATRASO NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. ASTREINTES. 
REDUÇÃO DO VALOR. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. 
SÚMULA 7/STJ. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO INTERNO 
IMPROVIDO.
I. Agravo interno interposto contra decisão publicada em 
16/02/2017, que, por sua vez, julgara recurso interposto contra decisum publicado 
na vigência do CPC/73.
II. Na origem, trata-se de Ação Civil Pública ajuizada pelo 
Ministério Público do Estado de Pernambuco contra a parte agravante, a fim de 
obter o fornecimento de medicamento a Maria Júlia Campos de Souza, portadora 
de desnutrição grave e hipoalbuminemia. O acórdão manteve a sentença, que 
julgara procedente o pedido, para condenar o réu ao fornecimento do 
medicamento à enferma, limitando a multa cominatória, fixada no valor de R$ 
2.000,00 (dois mil reais) por dia, em R$ 10.000,00 (dez mil reais), levando em 
consideração o "tempo de descumprimento verificado nestes autos".
III. Quanto à alegação de negativa de prestação jurisdicional, 
verifica-se que, apesar de apontar como violado o art. 535 do CPC/73, a 
agravante não evidencia qualquer vício, no acórdão recorrido, deixando de 
demonstrar no que consistiu a alegada ofensa ao citado dispositivo, atraindo, por 
analogia, a incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal ("É 
inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação 
não permitir a exata compreensão da controvérsia"). Nesse sentido: STJ, AgRg 
no AREsp 422.907/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA 
TURMA, DJe de 18/12/2013; AgRg no AREsp 75.356/SC, Rel. Ministro 
SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 21/10/2013.
IV. No caso, o Tribunal a quo, diante do quadro fático delineado 
nos autos, manteve o valor das astreintes, fixado em R$ 2.000,00 (dois mil reais) 
por dia e limitada ao montante total de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por 
considerar que constitui "valor (...) condizente com a finalidade da multa, bem 
como com o interesse em questão, qual seja, a saúde e vida do Impetrante", razão 
pela qual entendeu não haver exorbitância em sua aplicação.
V. Consoante a jurisprudência do STJ, "rever o entendimento do 
Tribunal de origem, que consignou pela manutenção da multa cominatória fixada 
pelo Juízo de 1º Grau por descumprimento da decisão de fornecimento de 
medicamento, demandaria necessário revolvimento de matéria fática, o que é 
inviável em sede de recurso especial, à luz do óbice contido na Súmula n. 7/STJ" 
(STJ, AgInt no AREsp 728.833/PE, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, 
PRIMEIRA TURMA, DJe de 09/06/2016). No mesmo sentido: "A revisão do 
valor arbitrado a título de multa exige, em regra, o reexame do conjunto 
fático-probatório dos autos, o que não é possível em sede de recurso especial, em 
face do óbice da Súmula 7/STJ. Tal situação, no entanto, pode ser excepcionada 
quando o referido valor se mostrar exorbitante ou irrisório, situação não verificada 
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no caso dos autos" (STJ, AgRg no AREsp 844.841/PE, Rel. Ministro MAURO 
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 15/04/2016).
VI. Agravo interno improvido.
(AgInt no AREsp 1014462/PE, Rel. Ministra ASSUSETE 
MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/04/2017, DJe 04/05/2017).
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA Nº 
7/STJ. MULTA DIÁRIA. VALOR. REDUÇÃO. INVIABILIDADE.
1. A reapreciação da conclusão do aresto impugnado encontra 
óbice, no caso concreto, na Súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça, tanto pela 
alínea "a" quanto pela alínea "c" do permissivo constitucional.
2. Impossibilidade de alteração do acórdão recorrido para afastar 
ou reduzir o valor das astreintes, que não se mostra manifestamente exorbitante.
3. Agravo interno não provido.
(AgInt no AREsp 895.565/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS 
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/04/2017, DJe 05/05/2017).
Por outro lado, é pacífico o entendimento do STJ de que "os empréstimos 
consignados na folha de pagamento do servidor público estão limitados a 30% do valor de sua 
remuneração, ante a natureza alimentar da verba" (STJ, AgRg no RMS 30.070/RS, Rel. 
Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, DJe de 08/10/2015).
Com efeito,"os descontos de empréstimos na folha de pagamento são limitados 
ao percentual de 30% (trinta por cento) em razão da natureza alimentar dos vencimentos e do 
princípio da razoabilidade" ( AgRg no REsp: 1.414.115/RS, Relator: Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe 20/06/2014).
Nota-se que o decisum vergastado, ao estabelecer o limite de desconto 
consignado em 30% dos rendimentos líquidos da recorrida, está em consonância com 
orientação do STJ.
A propósito:
AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO 
MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL. MULTA DO ART. 1.021, § 4º, DO 
CPC. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se 
no sentido de considerar que os descontos na folha de pagamento devem ser 
limitados a 30% (trinta por cento) da remuneração bruta, em função do 
princípio da razoabilidade e do caráter alimentar dos vencimentos.
2. No presente caso as instâncias ordinárias registraram que os 
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descontos efetuados pelo recorrente ultrapassaram, de forma vultosa, a margem 
consignável, tendo a decisão ora impugnada entendido que os descontos 
bancários deveriam ser limitados ao percentual de 30% (trinta por cento) do 
vencimento bruto da ora recorrida.
3. Os argumentos engendrados no presente recurso pretendem 
alterar a verdade dos fatos, mormente quando o recorrente alega, ao contrário do 
que ficou expressamente consignado pelas instâncias ordinárias, que não houve 
desconto superior ao percentual de 30% (trinta por cento) do vencimento bruto 
da recorrida.
4. O recurso mostra-se manifestamente inadmissível, a ensejar 
a aplicação da multa prevista no artigo 1.021, § 4º, do CPC, no percentual de 
1% sobre o valor atualizado da causa, ficando a interposição de qualquer 
outro recurso condicionada ao depósito da respectiva quantia, nos termos do § 5º, 
do citado artigo de lei.
5. Agravo regimental não provido, com aplicação de multa.
(AgRg nos EDcl no AREsp 350.786/RS, Rel. Ministro LUIS 
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 05/04/2016, DJe 
08/04/2016)
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO 
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO 
MUNICIPAL (GARI). DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO DE 
PARCELA DO CONTRATO DE MÚTUO BANCÁRIO. COMPETÊNCIA 
DA PRIMEIRA SEÇÃO. AFERIÇÃO, POR ESTA CORTE, DOS VALORES 
DOS DESCONTOS EFETUADOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 
PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.
I. A Corte Especial do STJ já decidiu que os "recursos referentes 
a limite percentual de desconto em pagamento de empréstimo consignado feito 
por servidor público, com débito em conta-corrente e desconto na folha de 
pagamento, são da competência da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça 
(RISTJ, art. 9º, XI)" (STJ, EREsp 1.163.337/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, 
CORTE ESPECIAL, DJe de 12/08/2014).
II. Esta Corte é firme no entendimento de que "os empréstimos 
consignados na folha de pagamento do servidor público estão limitados a 30% do 
valor de sua remuneração, ante a natureza alimentar da verba" (STJ, AgRg no 
RMS 30.070/RS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, DJe de 
08/10/2015).
III. No caso, o Tribunal de origem manifestou-se sobre a 
impossibilidade de se penhorar crédito decorrente de verba salarial, de índole 
alimentar, bem como que houveabusividade no desconto na folha de pagamento 
do autor, diante da sua baixa renda. Diante desse contexto, rever a conclusão do 
aresto impugnado - até mesmo para se aferir se houve ou não desrespeito ao 
limite legal de 30% (tinta por cento) - é pretensão inviável nesta Corte, ante o 
óbice da Súmula 7/STJ. Nesse sentido: STJ, AgRg no Ag 1.375.861/RS, Rel. 
Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, DJe de 
30/05/2014; AgRg no AREsp 133.283/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, 
QUARTA TURMA, DJe de 04/10/2012.
IV. Agravo Regimental improvido.
(AgRg no REsp 1084997/RS, Rel. Ministra ASSUSETE 
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MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2016, DJe 01/03/2016)
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. 
VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. DESCONTO 
EM FOLHA DE PAGAMENTO CONSIGNADO. LIMITE DE 30%. 
NORMATIZAÇÃO FEDERAL.
1. No que se refere à alegada afronta ao disposto no art. 535, 
inciso II, do CPC, verifico que o julgado recorrido não padece de omissão, 
porquanto decidiu fundamentadamente a quaestio trazida à sua análise, não 
podendo ser considerado nulo tão somente porque contrário aos interesses da 
parte.
2. O decisum vergastado, ao estabelecer o limite de desconto 
consignado em 30% dos rendimentos líquidos do agravado, está em consonância 
com orientação do STJ.
3. No que se refere à competência para o controle do limite 
consignável na folha de pagamento do servidor, o Tribunal a quo afastou a 
competência do órgão pagador por entender que "as apelantes/rés, com exceção 
do banco, atuaram como intermediárias do contrato de empréstimo consignado, 
efetuando os descontos e os encaminhando à instituição bancária, não sendo 
legítimas para figurar no polo passivo da demanda." É inviável analisar a tese 
defendida no Recurso Especial, a qual busca afastar as premissas fáticas 
estabelecidas pelo acórdão recorrido, pois inarredável a revisão do conjunto 
probatório dos autos. Aplica-se o óbice da Súmula 7/STJ.
4. Agravo Regimental não provido.
(AgRg nos EDcl no AREsp 714.903/RS, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/10/2015, DJe 17/11/2015)
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. CONTRATOS BANCÁRIOS. 
EMPRÉSTIMO. DESCONTOS EM FOLHA DE PAGAMENTO. DÉBITO 
EM CONTA-CORRENTE. LIMITAÇÃO. PERCENTUAL DE 30% (TRINTA 
POR CENTO). DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO DO AGRAVO. 
AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA ÀS RAZÕES DA DECISÃO 
OBJURGADA. SÚMULAS 284/STF E 182/STJ.
1. O entendimento do Tribunal de origem não está em consonância 
com a orientação do STJ, no sentido de que a retenção de salário do correntista, 
para fins de saldar débito relativo a contrato de mútuo bancário, ainda que conste 
cláusula autorizativa, não se reveste de legalidade, porquanto a instituição 
financeira pode buscar a satisfação de seu crédito pelas vias judiciais.
2. O STJ vem consolidando o entendimento de que os descontos 
de mútuos em conta-corrente devem ser limitados a 30% (trinta por cento) dos 
rendimentos do correntista, aplicando, analogicamente, o entendimento para 
empréstimos consignados em folha de pagamento (EDcl no AgRg no AREsp 
34.403/RJ, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, julgado em 6/6/2013, DJe 
17/9/2013).
3. A parte agravante colaciona jurisprudência que 
contraditoriamente ratifica o decisum objurgado, estabelecendo a limitação de 
descontos de empréstimo bancário ao percentual de 30% (trinta por cento) sobre 
o vencimento do recorrido. Outrossim, a agravante também deixou de atacar 
especificamente os fundamentos da decisão vergastada e de realizar o devido 
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cotejo entre os julgados paradigmas. Dessarte, incide na hipótese dos autos o 
óbice das Súmulas 284/STF e 182/STJ.
4. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no REsp 1535736/DF, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/10/2015, DJe 18/11/2015)
DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO CONSIGNADO. 
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. LIMITE DE 30%. NORMATIZAÇÃO 
FEDERAL. 
1. O decisum vergastado, ao estabelecer o limite de desconto 
consignado em 70% (setenta por cento) do valor bruto do vencimento da 
agravada, destoa da orientação do STJ, no sentido de que tal limite deve ser de 
30% (trinta por cento) dos rendimentos líquidos do servidor público. 
2. Os descontos de empréstimos na folha de pagamento são 
limitados ao percentual de 30% (trinta por cento) em razão da natureza alimentar 
dos vencimentos e do princípio da razoabilidade. 
3. Agravo Regimental não provido. ( AgRg no REsp: 
1.414.115/RS, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, 
DJe 20/06/2014).
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. 
EMPRÉSTIMO. DESCONTO EM FOLHA DE 
PAGAMENTO/CONSIGNADO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. 
LIMITE DE 30%. NORMATIZAÇÃO FEDERAL NÃO COLIDENTE COM 
NORMA ESTADUAL.
1. Os descontos de empréstimos na folha de pagamento são 
limitados ao percentual de 30% em razão da natureza alimentar dos 
vencimentos e do princípio da razoabilidade.
2. "Não há antinomia entre a norma estadual e a regra federal, 
pois os artigos 2º, § 2º, I, da Lei 10.820/2003; 45 da Lei 8.112/90 e 8º do Decreto 
6.386/2008, impõem limitação ao percentual de 30% apenas à soma das 
consignações facultativas" (REsp n. 1.169.334/RS).
3. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no REsp 1247405/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE 
NORONHA, TERCEIRA TURMA, DJe 17/02/2014, grifei).
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM 
MANDADO DE SEGURANÇA. DESCONTOS DE EMPRÉSTIMO EM 
FOLHA. LIMITAÇÃO A 30% DOS DESCONTOS CONSIGNADOS DO 
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. POSSIBILIDADE. NORMATIZAÇÃO 
FEDERAL QUE NÃO COLIDE COM A NORMA ESTADUAL. RECURSO 
DESPROVIDO.
1. É válida a cláusula que autoriza o desconto em folha de 
pagamento da prestação de empréstimo contratado, desde que não ultrapasse o 
limite de 30% do salário bruto do devedor, excluídos os valores relativos ao 
imposto de renda e fundo previdenciário.
2. "Não há antinomia entre a norma estadual e a regra 
federal, pois os artigos 2º, § 2º, I, da Lei 10.820/2003; 45 da Lei 8.112/90 
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e 8º do Decreto 6.386/2008, impõem limitação ao percentual de 30% 
apenas à soma das consignações facultativas" (REsp 1.169.334/RS, Quarta 
Turma, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, DJe de 29/9/2011).
3. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no RMS 30.821/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, 
QUARTA TURMA, DJe 04/02/2014, grifei).
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. ART. 535 DO 
CPC. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. 
CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO. LIMITE DE 30%.
1. Os embargos de declaração não se prestam para rediscutir a 
matéria apreciada, sendo certo que o julgador não é obrigado a discorrer sobre 
todas as argumentações suscitadas pelas partes quando já tenha encontrado 
fundamento suficiente para dirimir a controvérsia.
2. Ao permitir a consignação em folha de pagamento, em 
percentual de 70% (setenta por cento), o acórdão recorrido diverge da 
jurisprudência atual e pacífica desta Corte de Justiça, que limita os 
descontos consignados em 30% (trinta por cento) dos rendimentos 
líquidos do servidor público.
3. Recurso especial a que se dá provimento, para limitar os 
descontos consignados em folha de pagamento no percentual de 30% (trinta) dos 
rendimentos líquidos da recorrente.
(REsp 1184378/RS, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA, 
julgado em 13/11/2012, DJe 20/11/2012, grifei).
BANCÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO. LIMITE DE 
30% (TRINTA PORCENTO) DA REMUNERAÇÃO. PRECEDENTES. 
AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. RECURSO ESPECIAL NÃO 
CONHECIDO. DECISÃO MANTIDA.
1. A jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido de 
considerar que os descontos facultativos na folha de pagamento devem ser 
limitados a 30% (trinta por cento) da remuneração, tendo em vista o princípio da 
razoabilidade e do caráter alimentar dos vencimentos. Precedentes.
2. Inadmissível, em sede de agravo regimental, a formulação de 
pedido que não consta das razões do recurso especial.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no Ag 1418832/RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS 
FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 13/05/2013).
Diante do exposto, não conheço do Recurso Especial.
É como voto.
Documento: 1631252 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/09/2017 Página 10 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
 
 
Número Registro: 2017/0114911-8 REsp 1.676.216 / SP
Números Origem: 10064767220168260100 20160000358415 20235729220168260000
PAUTA: 05/09/2017 JULGADO: 05/09/2017
Relator
Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. JOSÉ ELAERES MARQUES TEIXEIRA
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : BANCO DO BRASIL S/A 
ADVOGADO : EDUARDO JANZON AVALLONE NOGUEIRA - SP123199 
RECORRIDO : DILMA GOMES REIS 
ADVOGADO : HENRIQUE AGUIAR DE SOUZA - SP252634 
ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Servidor 
Público Civil - Sistema Remuneratório e Benefícios - Descontos Indevidos
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na 
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, não conheceu do recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). 
Ministro(a)-Relator(a)."
Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques e Assusete Magalhães 
(Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.
Documento: 1631252 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/09/2017 Página 11 de 4

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