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Informativo 632 - STJ COMENTADO

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INFORMATIVO 632 STJ – PENAL E PROCESSO PENAL COMENTADO
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FELIPE LEAL
Graduado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (2003), 
mestrado em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade 
Federal do Amapá (2012) e Doutorando em Ciências Jurídico-Criminais 
nas Universidades de Porto e de Coimbra, em Portugal (2017-2021). 
Ingressou na Polícia Federal em 2005, como Papiloscopista Policial 
Federal, adquirindo experiência na área pericial, e, desde 2006, é 
Delegado de Polícia Federal, tendo já chefiado Delegacias Especializadas 
na Repressão ao Tráfico de Drogas/PA (2006-2007), na Repressão 
aos Crimes Ambientais/AP (2008-2010) e na Repressão a Crimes 
Financeiros/PB (2011 -2012), bem como atuou como Chefe do Núcleo 
de Inteligência em Pernambuco (2013-2014). Após, foi designado 
como membro do Grupo de Inquéritos da Operação Lava Jato junto ao 
Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça (2015-2016), 
sendo convidado a assumir a Divisão de Contrainteligência da Polícia 
Federal em Brasília (2016-2017). Na docência, é um dos responsáveis 
pela formação profissional de novos policiais, com a elaboração 
de Caderno Didático para a Academia Nacional de Polícia (ANP). Já 
elaborou Manuais de Investigações para autoridades policiais. Tutor da 
Disciplina Criminologia em Cursos de Aperfeiçoamento Profissional da 
ANP. Professor em Faculdades de Direito e em curso de pós-graduação 
da ANP. Coordenador Pedagógico da Escola Nacional de Delegados de 
Polícia Federal.
1. EXECUÇÃO PENAL: Progressão de Regime. Inexistência de vaga em 
estabelecimento adequado. Impossibilidade de concessão imediata da prisão 
domiciliar..............................03
2. DIREITO PENAL: Tráfico de entorpecentes. Condenação anterior 
pelo delito do artigo 28 da Lei de Drogas. Caracterização da reincidência. 
Desproporcionalidade......... ...................................................................... 04
umárioS
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PROGRESSÃO DE REGIME. INEXISTÊNCIA DE VAGA EM ESTABELECIMEN-
TO ADEQUADO. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO IMEDIATA DA PRISÃO 
DOMICILIAR
A inexistência de estabelecimento penal adequado ao regime prisional determi-
nado para o cumprimento da pena não autoriza a concessão imediata do benefício 
da prisão domiciliar, porquanto, nos termos da Súmula Vinculante n. 561, é impre-
scindível que a adoção de tal medida seja precedida das providências estabelecidas 
no julgamento do RE 641.320/RS, quais sejam: 
(i) saída antecipada de outro sentenciado no regime com falta de vagas, abrin-
do-se, assim, vagas para os reeducandos que acabaram de progredir; 
(ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipada-
mente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; e 
(iii) cumprimento de penas restritivas de direitos e/ou estudo aos sentenciados 
em regime aberto.
REsp 1.710.674-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Terceira Se-
ção, por maioria, julgado em 22/08/2018, DJe 03/09/2018 (Tema 993).
Veja como esse assunto pode ser abordado em concurso para Delegado
Questão: 
A inexistência de estabelecimento penal adequado ao regime prisional determi-
nado para o cumprimento da pena autoriza a concessão imediata do benefício da 
prisão domiciliar 
Resposta: Errado.
1 Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do conde-
nado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 
641.320/RS.
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TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CONDENAÇÃO ANTERIOR PELO DELITO 
DO ARTIGO 28 DA LEI DE DROGAS. CARACTERIZAÇÃO DA REINCIDÊNCIA. 
DESPROPORCIONALIDADE
O Superior Tribunal de Justiça já havia se posicionado, em mais de uma opor-
tunidade, que a condenação anterior por porte de drogas gera reincidência (art. 
28 da Lei 11.343/2006), redundando na aplicação da agravante genérica do art. 
61, inciso I, do Código Penal1 e no afastamento da aplicação da causa especial de 
diminuição de pena do parágrafo 4º do artigo 33 da Lei n. 11.343/20062.
Ocorre que, na decisão ora em comento, observou-se que o art. 28 da Lei n. 
11.343/2006 estabelece como pena: I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; e III - medida educativa de compareci-
mento a programa ou curso educativo, não admitindo, portanto, pena privativa de 
liberdade, ainda que se recuse o agente a cumprir tais medidas, ocasião em que 
o juiz somente poderá submetê-lo sucessivamente a: I - admoestação verbal; e 
II - multa.
Considerando que o art. 633 do Código Penal, como lastro a justificar a rein-
cidência, somente se refere à prática de crime e não de contravenção - ainda que 
punida por prisão simples -, entendeu-se por ser desproporcional o afastamento da 
1 Código Penal. Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem 
ou qualificam o crime: I - a reincidência; (…)
2 Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, 
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a 
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e paga-
mento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. § 4o Nos delitos definidos no 
caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada 
a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antece-
dentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa
3 Código Penal. Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de 
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime 
anterior.
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primariedade pela prática do crime previsto no art. 28 da Lei n. 11.343/2006, como 
visto, apenado de maneira branda.
REsp 1.672.654-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, por unani-
midade, julgado em 21/08/2018, DJe 30/08/2018
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Questão: 
Segundo entendimento mais recente do Superior Tribunal de Justiça, revela-se 
desproporcional o reconhecimento da reincidência no delito de tráfico de drogas 
que tenha por fundamento a existência de condenação com trânsito em julgado por 
crime anterior de posse de droga para uso próprio.
Resposta: Certo.
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