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E-Book-Top-10-das-Leis-Extravagantes-Mais-Cobradas-para-Carreiras-Policiais

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2
Prof. Sérgio Bautzer
TOP 10 LEIS EXTRAVAGANTES
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Sumário
APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................3
NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE – LEI N. 13.869/2019 .....................................4
LEI DE DROGAS – LEI N. 11.343/2006 ............................................................................13
LEI DAS EXECUÇÕES PENAIS – LEI N. 7.210/1984 ......................................................24
LEI DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS – LEI N. 9.296/1996 ................................49
LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – LEI N. 9.099/1995 .................................53
LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS – LEI N. 9.613/1998 .....................................................59
LEI DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS – LEI N. 12.850/2013 ....................................66
LEI DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR – LEI N. 11.340/2006.............................74
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS – LEI N. 8.072/1990 ......................................................85
LEI DO PRECONCEITO DE RAÇA E COR – LEI N. 7.716/1989 .....................................90
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................94
RESUMO ............................................................................................................................95
QUESTÕES DE CONCURSO ............................................................................................96
GABARITO ........................................................................................................................129
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3
Prof. Sérgio Bautzer
TOP 10 LEIS EXTRAVAGANTES
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APRESENTAÇÃO
Olá, caro aluno, cara aluna! Eu sou Sérgio Bautzer, professor de Legislação Penal Especial 
do Gran Cursos Online. Tenho mais de quinze anos de experiência na elaboração de livros, 
apostilas e materiais para concursos públicos. Meu objetivo com esta aula é auxiliar você na 
aprovação em concursos para carreiras públicas que exigem nível superior em Direito.
Neste material, “TOP 10”, vou abordar os principais pontos das dez leis extravagantes 
que costumam ser exigidas com mais frequência em concursos públicos para as carreiras 
policiais. São elas:
1) Nova Lei do Abuso de Autoridade – Lei n. 13.869/2019.
2) Lei de Drogas – Lei n. 11.343/2006.
3) Lei das Execuções Penais – Lei n. 7.210/1984.
4) Lei das Interceptações Telefônicas – Lei n. 9.296/1996.
5) Lei dos Juizados Especiais Criminais – Lei n. 9.099/1995.
6) Lei de Lavagem de Capitais – Lei n. 9.613/1998.
7) Lei das Organizações Criminosas – Lei n. 12.850/2013.
8) Lei da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – Lei n. 11.340/2006.
9) Lei dos Crimes Hediondos – Lei n. 8.072/1990.
10) Lei do Preconceito de Raça e Cor – Lei n. 7.716/1989.
Ao final, apresentei cinquenta questões já aplicadas nos certames, de acordo com as leis 
apresentadas, para que você fixe a matéria estudada.
Em caso de dúvida, você poderá participar da aula por meio do fórum de dúvidas do 
Gran Cursos Online, o maior, melhor e mais completo curso preparatório virtual para con-
cursos públicos do país.
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NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE – LEI N. 13.869/2019
O abuso de autoridade se concretiza quando o agente público atua além de sua compe-
tência legal ou com desvio de finalidade.
Todos os tipos previstos na Nova Lei de Abuso de Autoridade são dolosos. Há necessi-
dade de comprovação da finalidade específica de beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou de 
ter agido por mero capricho ou satisfação pessoal.
O crime precisa ter nexo com a função pública!
Crimes na Lei de 
Abuso de Autoridade 
Todos os crimes previstos são 
dolosos 
Todos os crimes exigem uma 
finalidade específica 
Os crimes devem ter a finalidade 
específica de prejudicar alguém 
Os crimes devem ter a finalidade 
especifica de beneficiar a si ou a 
terceiros 
Os crimes devem ter a finalidade 
específica de satisfazer mero 
capricho ou satisfação pessoal 
O sujeito ativo é sempre o agente 
público 
Finalidades específicas
Prejudicar outrem: é quando o agente provoca um prejuízo que ultrapasse o exercício 
regular das suas funções.
Beneficiar a si mesmo ou a terceiro: quando o agente público busca qualquer vanta-
gem, proveito ou benefício, pouco importando se é interesse de ordem patrimonial ou moral. 
Para configurar abuso de autoridade, não importa que a vantagem indevida seja oferecida 
previamente por um particular em troca de ação ou omissão funcional.
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Mero capricho ou satisfação pessoal: capricho é a vontade repentina desprovida de 
justificativa. Satisfação pessoal é algum tipo de sentimento pessoal que provoque contenta-
mento, como amizade, ódio, vingança etc. Quando o agente coloca esses interesses acima 
do interesse público, pratica o crime de abuso de autoridade.
Dolo eventual
Quando ficar comprovado que o agente público não queria o resultado, mas assumiu o 
risco de produzi-lo, haverá dolo eventual. Fique atento, pois os tipos do artigo 25, parágrafo 
único, e do artigo 30 da nova Lei somente admitem o dolo direto.
Representação indevida por abuso de autoridade
Se a representação indevida for contra Juiz, Promotor, Delegados, dentre outros agentes 
públicos, não ensejará suspeição, pois ninguém pode se beneficiar diante da própria torpeza 
(art. 256 do CPP).
Ainda, representações indevidas por abuso de autoridade podem configurar crime de 
denunciação caluniosa (art. 339 do CP) e indenização por danos civis (art. 953 do CC).
Se for um agente público a representar indevidamente, poderá configurar infração disci-
plinar ou político-administrativa.
Sujeitos ativos
São crimes próprios. Somente podem ser praticados por agentes públicos.
Os sujeitos ativos dos crimes de abuso de autoridade são:
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Sujeito passivo
Os delitos de abuso de autoridade possuem dupla subjetividade passiva:
Sujeito passivo imediato ou principal Pessoa física ou jurídica
Sujeito passivo mediato ou secundário Estado
Concurso de pessoas
Admite a coautoria e a participação, pois a qualidade de agente público é elementar do tipo, 
ou seja, se comunica aos demais, desde que eles tenham ciência dessa condição (art. 30 do CP).
Ação penal – art. 3º
Conforme o artigo 3º da Nova lei de Abuso de Autoridade, são crimes de ação penal pública 
incondicionada, de titularidade privativa do MP. Caberá ação privada subsidiária no prazo de 
seis meses, contados da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.
Denúncias anônimas
São admitidas, resguardadas certas medidas contra calúnia e danos à imagem do 
agente público.
Prazo para oferecimento da denúncia
Na vigência da Lei n. 4.898/1965 Na vigência da atual Lei
MP tinha 48 horas para oferecer a denúncia.
Não trouxe essa previsão, portanto, aplica-se 
subsidiariamente o artigo 46 do CPP:
– réu preso: cinco dias contados da data em 
que o MP receber os autos do inquérito policial;
– réu solto ou afiançado: quinze dias contados 
do encerramento da investigação.
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Efeito da condenação
Competência
Será determinada, em regra, em razão do agente público, sendo o foro competente o do 
local de consumação do crime (art. 70 do CPP).
DOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE
Os crimes previstos na Nova Lei de Abuso de Autoridade são mais gravosos dos 
que os previstos na Lei n. 4.898/1965, ocorrendo a ultratividade da lei antiga para 
os fatos praticados até o final de sua vigência.
IMPORTANTE: os crimes de abuso de autoridadesão subsidiários, razão pela qual 
devem ser absorvidos por infrações mais graves descritas em tipos penais diversos.
Vamos analisar, a seguir, os aspectos principais de cada tipo penal:
Decretar medida de privação de liberdade em manifesta desconformidade com as 
hipóteses legais – artigo 9º:
A conduta descrita no artigo 9º da Nova Lei de Abuso de Autoridade já estava prevista na 
Lei n. 4.898/1965. Nesse caso, o agente público deve ter competência administrativa e juris-
dicional para determinar a privação de liberdade de alguém.
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Nas figuras descritas no parágrafo único, o sujeito ativo é apenas a autoridade judiciária, 
sendo, também, hipótese de crime omissivo próprio ou puro.
Prazo razoável
A lei não estipula qual seria esse prazo, porém se aplica, em caso de audiência de cus-
tódia, o prazo de 24 horas previsto no artigo 310 do CPP e, nos demais casos, o prazo de 48 
horas previsto no artigo 322, parágrafo único, do CPP.
Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente des-
cabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo – artigo 10:
Importante: esse é um delito que pode ser cometido inclusive por autoridades parla-
mentares em CPIs.
Condução coercitiva
É o encaminhamento compulsório de alguém à presença de determinadas autoridades 
para a realização de determinados atos, desde que sua presença seja essencial. É uma res-
trição momentânea da liberdade de locomoção, só podendo ocorrer quando prevista em lei.
O delito do artigo 10 se consuma com a mera prolação da decisão de determinação de 
condução coercitiva. É crime formal. Admite a tentativa na forma escrita.
Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária 
no prazo legal – artigo 12:
A conduta descrita no artigo 12 da Nova Lei de Abuso de Autoridade já estava prevista 
na Lei n. 4.898/1965. O sujeito ativo previsto no caput deste artigo deve ser o Delegado de 
Polícia. O tipo é uma conduta omissiva – “deixar de comunicar” – que deve ter ocorrido de 
forma injustificável no prazo legal.
Prazo legal
É uma norma penal em branco. Quanto o tipo fala em “prazo legal”, está se referindo ao artigo 
306 do CPP. Porém, o CPP não traz um prazo certo e determinado, usa a expressão “imediata-
mente”. O ideal, então, é concluir que a comunicação prevista no artigo 12 se dá com a remessa 
do auto de prisão em flagrante, que deve ocorrer em até 24 horas após a realização da prisão.
São infrações de menor potencial ofensivo, admitindo todas as medidas despenalizado-
ras da Lei n. 9.099/1995.
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Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução 
de sua capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela 
não manda – artigo 13:
É uma modalidade especial do constrangimento ilegal previsto no artigo 146 do CP. Pode 
ser cometido por qualquer agente público que exerça a custódia do preso ou detento.
Caso esse delito seja praticado contra criança ou adolescente, pelo princípio da especia-
lidade, aplica-se o artigo 232 do ECA.
Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, 
ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo – artigo 15:
Sobre o sujeito ativo, é apenas aquele agente público que detenha atribuição ou compe-
tência para presidir o interrogatório.
É crime de ação vinculada, porque exige que o sujeito passivo seja pessoa que deva 
guardar segredo e que deve ser cometido mediante ameaça de prisão.
Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua 
captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão – artigo 16:
É uma modalidade especial do delito de falsa identidade do artigo 307 do CP.
Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, 
salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em 
prestar declarações – artigo 18:
Repouso noturno
É elemento normativo do tipo, que estabelece um marco temporal em que o interrogató-
rio policial não pode ser realizado. O sentido mais adequado dessa expressão é o do art. 34, 
§ 1º, do Código Penal, que estabelece o período de isolamento a que fica sujeito o conde-
nado a regime fechado, naquilo que se convencionou chamar de período de silêncio, tendo 
em vista caracterizar-se como lapso de descanso geral dos detentos, consuetudinariamente 
compreendido entre 22h e 6h1.
Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento – 
artigo 21:
Tutela a garantia do artigo 5º, inciso XLVIII, da CF e as disposições de separação por 
sexo, como a do artigo 82, § 1º, da LEP, e do artigo 123 do ECA.
1 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocu-
pante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condi-
ções, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei – artigo 22:
É uma modalidade especial de violação de domicílio prevista no artigo 150 do CP. Em 
caso de concurso de pessoas entre agente público e particular, incide a teoria monista, res-
pondendo o agente público por abuso de autoridade, e o particular, por violação de domicílio.
Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, 
o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabili-
dade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade 
– artigo 23:
“Inovar” é modificar algo trazendo uma novidade. Contém o elemento normativo “injusti-
ficadamente”, o que significa que a inovação deve ser feita com emprego de ardil ou fraude 
material para enganar.
Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição 
hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, 
com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração – artigo 24:
É uma modalidade especial de fraude processual, diferenciando-se porque aqui a inova-
ção artificiosa é praticada por meio de constrangimento a funcionário de instituição hospitalar.
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Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal 
ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de 
crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa – artigo 27:
O parágrafo único do artigo 27 prevê causas excludentes de ilicitude: quando se tratar de 
sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada, nos termos do artigo 
23, III, 1ª parte, do CP.
Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda 
produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do 
investigado ou acusado – artigo 28:
O crime pode ser praticado por qualquer agente público, inclusive o aposentado que 
tenha mantido consigo uma cópia da gravação que obteve antes da aposentadoria. Em prin-
cípio, o destinatário da gravação não é o autor do crime, exceto se instigou ou auxiliou o 
agente na divulgação2.
Prestar informação falsa sobre o procedimento judicial, policial, fiscal ou adminis-
trativo com o fim de prejudicar o interesse do investigado – artigo 29:
CUIDADO: se a finalidade do agente for beneficiar o investigado, o agente responderá 
pelo delito do artigo 319 do CP, a prevaricação.
Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa 
fundamentada ou contra quem sabe inocente – artigo 30:
Diferencia-se do crime de denunciaçãocaluniosa do artigo 339 do CP porque este exige 
que o fato imputado ao inocente seja criminoso ou contravencional. Na Lei de Abuso, basta 
a instauração sem justa causa ou contra pessoa que se sabe inocente.
Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de 
não fazer, sem expresso amparo legal – artigo 33:
Semelhança com o crime de concussão
Diferenciam-se os dois delitos, pelo fato de o art. 316 do Código Penal versar sobre a 
exigência de vantagem indevida, enquanto que o objeto material do delito previsto no caput 
do art. 33 da nova Lei de Abuso de Autoridade pode ser uma informação ou o cumprimento 
de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer3.
2 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
3 LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quan-
tia que extrapole exacerbadamente o valor estimado – artigo 36:
São duas condutas cumulativas praticáveis pelo Magistrado: “decretar em processo judi-
cial a indisponibilidade excessiva” e “deixar de corrigi-la”. Ambas devem praticadas em pro-
cesso judicial (penal ou extrapenal), expressão esta que não abrange procedimentos inves-
tigatórios, como, por exemplo, um inquérito policial, uma investigação criminal presidida pelo 
Ministério Público etc4.
Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive 
rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acu-
sação – artigo 38:
O sujeito ativo é o agente público responsável pelas investigações. Se não o for, res-
ponderá pelos crimes dos artigos 138 e 139 do CP (calúnia e difamação) ou por infração 
disciplinar.
Importante: o tipo penal em comento não impede a divulgação do trabalho de investi-
gação levado a efeito pelos órgãos persecutórios, desde que não haja atribuição de culpa 
a ninguém. Portanto, afigura-se perfeitamente possível que os agentes públicos divulguem 
os dados necessários para que todos saibam do que se trata a investigação, quais medidas 
foram adotadas naquele dia (mandados de busca, mandados de prisão, indisponibilidade 
patrimonial etc.), quais elementos de informação/provas foram coletados etc., sempre evi-
tando qualquer antecipação de culpa5.
Aplicação subsidiária do CPP e da Lei n. 9.099/1995
As normas do processo penal são aplicadas aos crimes previstos na Lei de Abuso de 
Autoridade.
Se o agente público for a vítima, aplica-se a regra do artigo 359 do CPP.
Aplicação subsidiária da Lei n. 9099/1995: os crimes previstos na Lei de Abuso de Auto-
ridade cuja pena não seja superior a dois anos serão considerados infração de menor potencial 
ofensivo. São eles os previstos nos seguintes artigos: 12, 16, 18, 20, 27, 29, 31, 32, 33, 37 e 38.
Se os crimes previstos nessa Lei tiverem pena mínima igual ou inferior a um ano, conforme 
disposto no artigo 89 da Lei n. 9.099/1995, caberá a suspensão condicional do processo. São 
eles os crimes dos seguintes artigos: 9º, 10, 13, 15, 19, 21, 22, 23, 24, 25, 28, 30 e 36.
4 LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
5 LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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LEI DE DROGAS – LEI N. 11.343/2006
Para efeitos de aplicação da Lei n. 11.343/2006, será considerada droga aquela subs-
tância que estiver descrita na Portaria SVS/MS n. 344, de 12 de maio de 1998. É possível 
afirmar que essa lei é uma norma penal em branco heterogênea, pois necessita de outra 
norma para ter eficácia.
Tráfico de drogas 
Porte de drogas para uso próprio 
Colaboração como informante 
Induzimento, instigação ou auxilio 
ao uso indevido de drogas 
Condução de embarcação ou 
aeronave sob efeito de drogas 
Tráfico privilegiado 
Tráfico de maquinários 
Associação para o tráfico de 
drogas 
Financiamento e custeio do 
tráfico de drogas 
Figuras assemelhadas ao tráfico 
de drogas 
DO CRIME DE PORTE DE DROGA PARA USO PRÓPRIO (ART. 28)
O dispositivo em comento revogou o art. 16 da Lei n. 6.368/1976, que era apenado com 
pena de detenção de seis meses a dois anos.
Aquele que adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para 
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar está cometendo uma infração penal.
Desde a edição da Lei n. 11.343/2006, não se pune o usuário de drogas com pena priva-
tiva de liberdade, mas sim com as seguintes penas:
I – advertência;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – comparecimento a curso educativo, as chamadas penas alternativas.
As duas últimas penalidades podem ter pena máxima de cinco meses, se o indivíduo for 
primário, e, se reincidente, de até dez meses.
Tais penas prescrevem em dois anos, por expressa disposição do artigo 30 da Lei de 
Drogas, não se aplicando a nova redação do artigo 109 do Código Penal.
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Se houver descumprimento das penas mencionadas, também não haverá conversão em 
privativa de liberdade, mas sim, sucessivamente, admoestação verbal e multa.
O crime de porte de droga para uso próprio é delito que se caracteriza por ser misto alterna-
tivo, ou seja, o crime será único, ainda que o agente pratique mais de uma das ações indicadas.
Em relação à reprimenda aplicada ao usuário de drogas, a Lei n. 11.343/2006 é mais 
benéfica e, assim, retroage em benefício do réu que foi condenado com base na revogada 
Lei n. 6.368/1976.
Descriminalização do porte de drogas para uso próprio
Segundo o STF, não houve descriminalização, mas sim despenalização, ou seja, não se 
aplicam penas privativas de liberdade ao usuário.
Para o STF, continua sendo crime, e não infração administrativa contra a saúde pública.
Procedimento de apuração do crime de porte de droga para uso próprio
O crime previsto no art. 28 da Lei de Drogas será apurado mediante termo circunstan-
ciado, pois é uma infração penal de menor potencial ofensivo.
Compete aos Juizados Especiais Criminais o julgamento das infrações penais de menor 
potencial ofensivo.
Se não for possível o encaminhamento do usuário ao Juizado, ele assinará termo de 
compromisso de comparecimento e será liberado, mesmo em caso de recusa de assinatura.
Há a possibilidade de transação penal no Juizado.
Não é aplicável o princípio da insignificância.
Internação do usuário de drogas
A Lei n. 13.840/2019 criou, no ordenamento jurídico, as figuras da internação volun-
tária e da internação involuntária do usuário e do dependente de drogas.
Cuidado, não se trata da chamada internação compulsória, que existe no Direito 
Comparado, imposta pelo Juiz ao usuário ou ao dependente químico, matéria já 
cobrada pelo examinador.
Você também não pode confundir a internação prevista na Lei de Drogas com 
medida de segurança chamada internação hospitalar, que é uma espécie de sanção 
penal e está prevista na Lei de Drogas.
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São considerados 2 (dois) tipos de internação:
1 - internação voluntária, que é aquela que se dá com o consentimento do dependente de 
drogas. Tem como requisitos:
a) deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por 
esse regime de tratamento e
b) seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação 
escrita da pessoa que deseja interromper o tratamento.
2 - internação involuntária é aquela que se dá sem o consentimento do dependente.
Os legitimados para realizar o pedido são os familiares ou do responsável legal ou, na 
absoluta falta deste, de servidor público da área de saúde, da assistênciasocial ou dos 
órgãos públicos integrantes do Sisnad, que constate a existência de motivos que justifi-
quem a medida.
Importante: memorize que os servidores da área de segurança pública não podem 
pleitear a internação voluntária do usuário ou do dependente químico.
TRÁFICO DE DROGAS
Segundo o artigo 33 da Lei de Drogas, consiste em importar, exportar, remeter, preparar, 
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer 
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Você deve memorizar que se trata de um delito que se caracteriza por ser misto 
alternativo, ou seja, a pessoa responderá por um crime, ainda que o agente pratique 
mais de uma das ações.
Ainda com relação ao tráfico, mesmo ausente a intenção de lucro com a alienação do entor-
pecente, pode ocorrer a imputação penal por tráfico, que não contém tal elementar em seu tipo.
Em determinadas condutas, será possível a figura tentada, por exemplo, vender. Porém, 
em algumas outras, como expor à venda, não será possível a tentativa.
No que tange ao verbo “prescrever”, tratado no artigo que acabamos de ver, afirma-se 
que se trata de um crime próprio, ou seja, apenas médico ou dentistas poderiam cometê-lo.
O tráfico de drogas é um crime permanente. Assim, em algumas condutas referentes ao 
tráfico ilícito de substância entorpecente em que o agente tem em depósito ou guarda con-
sigo entorpecente para comercialização, é possível a autuação do agente em flagrante e a 
qualquer tempo, pois, nessa hipótese, a consumação do delito prolonga-se no tempo, depen-
dendo da vontade do agente.
Por fim, o princípio da insignificância também não se aplica ao tráfico de drogas.
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Agente de polícia disfarçado
O art. 10 do Pacote Anticrime introduziu no sistema processual penal a figura do agente de po-
lícia disfarçado:
Art. 33, § 1º, IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico desti-
nado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou 
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de 
conduta criminal preexistente.
Tal meio de investigação tem o condão de afastar a incidência da Súmula 145 do STF, a 
qual dispõe que é crime impossível quando há o flagrante preparado ou provocado.
Fornecer 
Entregar a consumo 
Ministrar 
Prescrever 
Guardar 
Trazer consigo 
Transportar 
Ter em depósito 
Oferecer 
Condutas Tipificadas 
no Artigo 33, Caput 
Importar 
Exportar 
Remeter 
Preparar 
Produzir 
Fabricar 
Adquirir 
Vender 
Expor à venda 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm#art33iv
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FIGURAS ASSEMELHADAS AO TRÁFICO DE DROGAS
É o que prevê o artigo 33, § 1º, inciso III, da Lei de Drogas. Segundo o dispositivo, são 
figuras assemelhadas ao tráfico utilizar local ou bem de qualquer natureza de que tem a pro-
priedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se uti-
lize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Para que haja a configuração do crime em estudo, a pessoa proprietária de um imóvel 
deve consentir que nele trafiquem drogas, pois, se houver o consentimento para que se con-
sumam substâncias entorpecentes nesse ambiente, restará configurado outro crime.
O local pode ser imóvel ou móvel: embarcação, veículo, aeronave. Não há necessidade 
de o agente ser o dono do local utilizado para o tráfico, bastando que tenha a posse ou sim-
ples administração, guarda ou vigilância da droga (crime autônomo).
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO USO INDEVIDO DE DROGAS
É o crime previsto no artigo 33, § 2º, da Lei de Drogas, que dispõe ser crime induzir, ins-
tigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga.
Marcha da Maconha
Os organizadores da Marcha da Maconha não respondem pelo crime de apologia pre-
visto no art. 287 do Código Penal nem no § 2º do art. 33 da Lei de Drogas, por conta do direito 
à liberdade de expressão.
O Plenário do STF, à unanimidade, reconheceu a legitimidade da Marcha da Maconha, 
que está amparada nos direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensa-
mento. A decisão foi tomada no julgamento da ADPF n. 187, que deu interpretação conforme 
a Constituição ao artigo 287 do Código Penal.
OFERECER DROGA, EVENTUALMENTE E SEM OBJETIVO DE LUCRO, A 
PESSOA DE SEU RELACIONAMENTO, PARA JUNTOS A CONSUMIREM
O crime previsto no art. 33, § 3º, da Lei n. 11.343/2006 não é um delito equiparado ao 
hediondo. Também não é um crime de tráfico. É uma infração de menor potencial ofensivo, 
tendo em vista que a pena máxima não ultrapassa dois anos. Dessa forma, será julgado pelo 
Juizado Especial Criminal.
Para se configurar o crime em estudo, devem estar presentes os seguintes requisitos:
1) o consumo da droga deve ser conjunto;
2) o consumo deve ser com pessoa de seu relacionamento;
3) a oferta da droga deve ser gratuita e eventual.
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Se a pessoa que ofereceu a droga tiver intuito de lucro, restará configurado o delito de 
tráfico. Do mesmo modo, se o oferecimento se der de maneira reiterada, haverá a conduta 
de tráfico de drogas.
TRÁFICO PRIVILEGIADO – ART. 33, § 4º
Você deve memorizar que tal modalidade não é crime equiparado ao hediondo.
Rege a norma em estudo:
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto 
a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, 
de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
É uma novidade no ordenamento jurídico. Quando o traficante for primário, de bons ante-
cedentes, não se dedicar a atividades criminosas nem pertencer a organizações criminosas, 
ele poderá receber o benefício de redução de pena previsto no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas.
Vale ressaltar que o magistrado, ao conceder o benefício em tela, deverá se ater à quan-
tidade de drogas apreendida
TRÁFICO DE MAQUINÁRIO
Trata-se de um crime subsidiário, que será usado caso o operador do direito não consiga 
fazer a adequação típica em outro dispositivo da Lei de Drogas.
Se houver a apreensão de droga, o agente responderá apenas pelo crime de tráfico.
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS – ART. 35
Pressupõe a associação de, no mínimo, duas pessoas para a prática dos crimes de trá-
fico de drogas e equiparados. É um crime de concurso necessário, de condutas paralelas, 
porque os envolvidos se auxiliam na prática do delito.
Cumpre ressaltar que, havendo associação para o tráfico e o crime de tráfico de drogas, 
ocorrerá concurso material das infrações, somando-se as penas.
Assim, pode-se afirmar que a associação para o tráfico é um delito autônomo.
FINANCIAMENTO E CUSTEIO DA TRÁFIC0 – ART. 36
Aquele que financia ou custeia a prática de qualquer dos crimes previstos nos art. 33, 
caput e § 1º, e 34 desta lei praticará o delito de financiamento e custeio de drogas. A conduta 
pressupõe investimentos de maneira reiterada e contumaz no tráfico de drogas.
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COLABORAÇÃO COMO INFORMANTE – ART. 37
O art. 37 dispõe sobre o delito de quem colabora como informante com grupo, organiza-
ção ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos art. 33, caput 
e § 1º, e 34 dessa lei.
Um exemplo típico desse artigo: figura do “fogueteiro” ou “falcão”, encontrado, geral-
mente,em comunidades, cuja atividade é avisar aos traficantes sobre a incursão da polícia 
no local onde acontece o tráfico de drogas. Caso tal indivíduo venha a informar apenas um 
traficante, sustentamos que responderá como partícipe no delito de tráfico.
CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE SOB EFEITO DE DROGAS – ART. 39
O art. 39 exige que o piloto da aeronave ou embarcação exponha a dano potencial a 
incolumidade de outrem, pois, do contrário, se não houver a exposição, o fato será atípico. 
Trata-se de crime de perigo concreto.
PRESCRIÇÃO CULPOSA DE DROGAS – ART. 38
É o único crime culposo da lei. “Prescrever” é sinônimo de “receitar”. “Ministrar” seria 
“inocular” ou “injetar”. É crime próprio, pois apenas médicos e dentistas podem receitar 
drogas. Já no verbo “ministrar” podem responder pelo crime em estudo: o médico, o dentista, 
o farmacêutico e o profissional de enfermagem.
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CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – ART. 40
Você deve ficar atento a esse tópico, pois é um dos mais exigidos nos certa-
mes públicos.
Quando o crime tiver sido 
praticado com violência ou grave 
ameaça, emprego de arma de 
fogo ou qualquer processo de 
intimidação difusa ou coletiva 
Quando for caracterizado o 
tráfico entre estados da 
Federação ou entre estes e o 
Distrito Federal 
Quando a sua prática envolver ou 
visar a atingir criança ou 
adolescente ou a quem tenha, por 
qualquer motivo, diminuída ou 
suprimida a capacidade de 
entendimento e determinação 
Quando o agente financiar ou 
custear a prática do crime 
Quando a natureza, a 
procedência da substãncia ou do 
produto apreendido e as 
circunstãncias do fato 
evidenciarem a 
transnacionalidade do delito 
Quando o agente praticar o crime 
prevalecendo-se de função 
pública ou no desempenho de 
missão de educação, poder 
familiar, guarda ou vigilância 
Quando a infração tiver sido 
cometida nas dependências ou 
imediações de estabelecimentos 
prisionais, de ensino ou 
hospitalares, de sedes estudantis, 
sociais, culturais, recreativas ou 
beneficientes, de locais de 
trabalho coletivo. de recintos 
onde se realizem espetáculos ou 
diversões de qualquer natureza, 
de serviços de tratamento de 
dependentes de drogas ou de 
reinserção social, de unidades 
militares ou policiais ou em 
transporte público 
Com relação ao inciso VI do artigo 40, devemos nos reportar ao art. 243 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente. Tendo em vista a especialidade da Lei de Drogas, só será aplicado 
o art. 243 do ECA quando não se tratar de substâncias entorpecentes, por exemplo, venda 
de cola de sapateiro, solventes em geral e bebida alcoólica.
COLABORAÇÃO VOLUNTÁRIA – ART. 41
O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o pro-
cesso criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na re cuperação 
total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de 1/3 a 2/3.
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Requisitos:
a) A colaboração deve estar relacionada a um crime de lavagem de dinheiro.
b) A colaboração deve ser espontânea, sem que tenha existido anterior sugestão de ter-
ceiro. O colaborador é quem deve procurar as autoridades públicas para que haja a formali-
zação da colaboração.
c) Eficácia da colaboração, possibilitando a identificação dos demais coautores ou partí-
cipes e a recuperação total ou parcial do produto dos crimes de tráfico.
LIBERDADE PROVISÓRIA
Em 2012, o Plenário do STF declarou inconstitucional a proibição de concessão de liber-
dade provisória para os que cometerem os chamados crimes de tráfico, prevista no artigo 
44 da Lei de Drogas. O indivíduo preso em flagrante por crime de tráfico de drogas poderá 
responder ao inquérito policial em liberdade provisória desde que ausentes os requisitos e 
fundamentos da prisão preventiva.
LAUDO PRELIMINAR DE CONSTATAÇÃO DA DROGA
Para se lavrar o auto de prisão, é necessário o laudo preliminar de constatação da subs-
tância apreendida, que será elaborado por um perito oficial ou, na falta desse, por uma 
pessoa idônea. Lembrando que o auto de prisão em flagrante é uma das peças inaugurais 
do inquérito policial.
O laudo definitivo é o que resulta do exame químico-toxicológico feito de forma cientí-
fica e minuciosa. Pela leitura do § 2º do art. 50 da Lei de Drogas, chegamos à conclusão de 
que são necessários dois peritos para a elaboração do laudo definitivo de constatação de 
droga. O laudo definitivo deve ser juntado aos autos antes da audiência de instrução e julga-
mento, para que as partes possam conhecer seu teor com antecedência.
DESTRUIÇÃO DA DROGA APREENDIDA
A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo 
de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. O local será 
vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas, sendo lavrado autocircuns-
tanciado pelo delegado de polícia, certificando-se, nesse, a destruição total delas.
A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita 
por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão, guar-
dando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, 
o procedimento anterior.
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PRAZO DO INQUÉRITO – ART. 51
O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver 
preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. Os prazos podem ser duplicados pelo juiz, 
ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
INFILTRAÇÃO DE AGENTES – ART. 53
A infiltração de agentes também está prevista no inciso V do art. 2º da Lei n. 9.034/1995. 
Infiltração é o trabalho de agente de polícia consistente na sua introdução em determinado 
meio, sem que sua real atividade seja conhecida, para nele trabalhar ou viver, temporariamente, 
como parte integrante do ambiente, com a finalidade de descobrir ou apurar alguma coisa.
Não é possível a infiltração de particulares em associações para o tráfico.
A Lei n. 12.850/2013 regula a atuação do agente infiltrado quando no seio de uma asso-
ciação criminosa ou de organização criminosa. Com a edição do Pacote Anticrime, será 
admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos previstos 
no art. 10 da Lei 12.850/13, na internet, com o fim de investigar os crimes previstos nela pre-
vistos e a eles conexos, praticados por organizações criminosas, desde que demonstrada 
sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das 
pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam 
a identificação dessas pessoas.
ENTREGA VIGIADA
A entrega vigiada pode ser definida como uma técnica de investigação pela qual a autori-
dade judicial permite que um carregamento de drogas enviado ocultamente em qualquer tipo 
de transporte possa chegar ao seu destino sem ser interceptado, a fim de se poder identificar 
o remetente, o destinatário e os demais participantes dessa manobra criminosa.
Entre as inovações trazidas pela lei ora estudada, destaca-se a possibilidade de não atua-
ção policial sobre os portadores de produtos, substâncias ou drogas ilícitas que se encontrem 
em território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar o maior número de inte-
grantes de operações de tráfico e distribuição de drogas, sem prejuízo da ação penal cabível.
AGENTE POLICIAL DISFARÇADO
Com o advento do Pacote Anticrime, foi inserida no sistema processual penal a figura do 
agente policial disfarçado, tanto na Lei de Drogas como no Estatuto do Desarmamento.
O art. 10 do Pacote Anticrime alterou o art. 33 da Lei de Drogas:www.grancursosonline.com.br
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Art. 10. O § 1º do art. 33 da Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006, passa a vigorar acrescido do 
seguinte inciso IV:
“Art. 33, § 1º, IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico desti-
nado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou 
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis 
de conduta criminal preexistente”.
É possível que o Delegado de Polícia, numa investigação policial, use agentes de polícia dis-
farçados de usuários ou de associados para o tráfico para a compra de drogas, matéria-prima, 
insumo ou produto químico destinado à preparação ou produção de substância entorpecente.
Para que não haja a incidência da Súmula 145 do STF, deve haver no inquérito policial 
elemento de informação que denote a conduta criminosa preexistente do investigado.
COMPETÊNCIA
Nos termos do art. 109, V, da CF, são julgados pela Justiça Federal os crimes previstos 
em Tratado ou Convenção Internacional, quando, iniciada a execução no país, o resultado 
tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente.
Assim, podemos concluir que o tráfico internacional de drogas é de competência da Jus-
tiça Federal, enquanto o tráfico interestadual é julgado na esfera estadual.
CONFISCO
Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal 
especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de ativi-
dades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
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LEI DAS EXECUÇÕES PENAIS – LEI N. 7.210/1984
Vamos estudar a Lei n. 7.210/1984 com todas as alterações recentes, incluindo o Pacote 
Anticrime, que reformulou toda a sistemática de progressão de regimes, trouxe novas regras 
para o regime disciplinar diferenciado (RDD), inseriu como falta grave a recusa a submeter-
-se à identificação do perfil genético, entre outras alterações importantes. Por isso, esta aula 
é IMPORTANTÍSSIMA!
Objetivos e natureza jurídica da execução penal
Pelo art. 1º da Lei de Execução Penal (LEP), a execução penal tem por objetivo efetivar 
as disposições da sentença ou decisão judicial criminal e proporcionar condições para a har-
mônica integração social do condenado e do internado.
Em concursos públicos, é recorrente a cobrança sobre a natureza jurídica da execução 
penal. Na doutrina, há consenso no sentido de que a execução penal tem natureza predo-
minantemente jurisdicional, na medida em que seu objetivo precípuo é efetivar as disposi-
ções de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração 
social do condenado ou do internado.
Princípios aplicáveis à execução penal
Legalidade ou anterioridade 
Ressocialização ou reintegração 
do condenado 
Personalidade ou 
intranscendência da pena 
lndl11idualização da pena 
Humanízaçlio da pena - dever de 
Indenizar do Estado 
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Competência para a execução penal
As leis de organização judiciária de cada estado determinam como será distribuída a 
competência para processar a execução penal, sendo que, onde não houver vara especiali-
zada, a competência será exercida pelo Juiz da sentença (art. 65 da LEP). A Justiça Federal 
só tem competência para realizar a execução penal no âmbito dos estabelecimentos 
prisionais federais (Súmula 192-STJ).
Procedimento judicial
As atividades de execução penal de natureza jurisdicional devem seguir o procedimento 
judicial dos art. 194 a 197 da Lei de Execução Penal, desenvolvendo-se perante o juízo da 
execução penal.
A iniciativa pode se dar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do interes-
sado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do 
Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa (art. 195).
Recurso cabível: é o agravo em execução, que não tem efeito suspensivo por expressa 
disposição legal (art. 197). Mas você deve ficar atento, pois há jurisprudência consolidada 
que aplica o efeito suspensivo no caso de decisão que determina a desinternação ou libera-
ção de quem cumpre medida de segurança.
Exame criminológico
É espécie de perícia, necessária e obrigatória quando se tratar de regime inicial fechado. 
É destinada à obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação, com 
vistas à individualização da execução (art. 8º da LEP). Busca traçar um perfil psicológico do 
preso, averiguando as características de sua personalidade. Em especial, busca-se aferir o 
grau de periculosidade do agente. O exame criminológico é obrigatório para a definição do 
regime inicial de cumprimento de pena fechado.
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Identificação do perfil genético
O art. 9º-A da Lei de Execução Penal foi incluído em 2012 para disciplinar o procedi-
mento de identificação do perfil genético de presos condenados por crime hediondo ou por 
qualquer crime doloso com violência ou grave ameaça, para fins de inclusão em banco de 
dados sigiloso.
Atenção! Cabe ressaltar que o Pacote Anticrime trouxe novas disposições à LEP no que 
se refere à identificação criminal, entre as quais ressaltamos que constitui falta grave a 
recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético, 
nos termos do § 8º do art. 9º-A.
Também estabeleceu expressamente o direito da defesa e do próprio titular do dado de 
perfil genético, o acesso às informações pessoais constantes do banco de dados, bem 
como a todos os documentos da cadeia de custódia que produziram seus dados de perfil 
genético (art. 9º-A, § 3º, da LEP).
Por fim, outra inovação importante trazida pelo Pacote Anticrime: o prazo-limite para a 
manutenção dos dados de perfil genético de uma pessoa no banco de dados é de 20 (vinte) 
anos, decorridos a partir do término do cumprimento da pena (art. 7º-A da Lei n. 12.037/2009). 
A exclusão do banco de dados depende de requerimento de interessado.
Assistência
A LEP traz regras específicas para a assistência ao egresso, que consiste:
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Trabalho
As regras sobre o trabalho da pessoa presa são recorrentes em concursos públicos!
Você deve memorizar, em primeiro lugar, que o trabalho é considerado pela LEP como 
dever social e condição de dignidade humana (art. 28 da LEP). Tendo em vista que o trabalho 
é uma das formas de remição da pena, muitos presos reivindicam esse direito, e os estabe-
lecimentos prisionais têm muita dificuldade em atender a essa demanda.
Trabalho interno
Quem pode trabalhar? De acordo com o art. 31 da LEP, o trabalho é obrigatório ao 
condenado à pena privativa de liberdade e facultativo aos presos provisórios. Quanto 
a estes, só podem executar trabalho interno (art. 31, parágrafo único), não podem fazer 
trabalho externo.
A jornada de trabalho não será inferior a seis nem superior a oito horas, com descanso 
aos domingos e feriados (LEP, art. 33). Pode haver horário especial no caso de atividades de 
manutenção do próprio estabelecimento prisional.
Fundação ou empresa pública poderá gerenciar o trabalho, tendo por objetivo a forma-
ção profissional do condenado. A entidade gerenciadora deve promover e supervisionar o 
trabalho dos presos, bem como comercializar os produtos e providenciar o pagamento da 
remuneração por esse trabalho.
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Trabalhoexterno
No caso de presos em regime fechado, o trabalho externo deve ser realizado em serviço 
ou obras públicas, por órgãos da Administração direta ou indireta, ou entidades privadas, 
desde que tomadas as cautelas contra a fuga (art. 36 da LEP).
Pegadinhas da banca! Os seguintes detalhes sobre o trabalho externo costumam ser 
cobrados em provas:
• Será admissível apenas em serviços e obras públicas para os presos em regime fechado;
• A prestação de trabalho a entidade privada depende de consentimento expresso do preso;
• É autorizado pelo diretor do estabelecimento prisional;
• Requisitos: aptidão, disciplina e responsabilidade (subjetivos) e o cumprimento de 1/6 
da pena (objetivo).
• Revogação: em caso de prática de fato definido como crime ou de falta grave ou se o 
comportamento do preso for contrário aos requisitos subjetivos.
Súmula 40-STJ. Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho 
externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado.
Deveres e direitos
A Lei de Execução Penal trata dos deveres e direitos dos presos:
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Disciplina
Respire fundo, porque estamos adentrando um dos assuntos mais importantes da aula, 
ao lado da progressão de regime.
A função disciplinar no âmbito dos estabelecimentos deve ser exercida com observância 
das seguintes normas proibitivas:
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou re-
gulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
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Atenção! O condenado ou o preso provisório devem ser cientificados das normas dis-
ciplinares (art. 46 da LEP). Isso porque, como vimos, eles têm deveres a serem cumpridos, 
bem como direitos a serem preservados. E a lei dá instrumentos para que eles possam exer-
cê-los diretamente, a exemplo do direito de representação e petição a qualquer autoridade 
(art. 41, XIV, da LEP). Assim como devem manter conduta oposta aos movimentos de fuga 
ou subversão à ordem. Depois, não poderão alegar que não sabiam de seus deveres.
Pegadinha da banca! As faltas disciplinares devem ser punidas tanto na forma ten-
tada quanto na consumada com a mesma sanção. É o que dispõe o art. 49, parágrafo 
único. É uma pegadinha que pode aparecer em prova.
Para concluir a introdução, vale ressaltar que a disciplina interna dos estabelecimentos 
prisionais também comporta recompensas por bom comportamento carcerário. São espé-
cies de recompensas: o elogio e a concessão de regalias (art. 56, I e II, da LEP). A legislação 
estadual e os respectivos regulamentos da administração penitenciária deverão disciplinar a 
forma de concessão das regalias (art. 56, parágrafo único).
Falta grave
As hipóteses de falta grave vêm descritas no art. 50, I a VIII (falta grave no cumprimento 
de pena privativa de liberdade), e no art. 51, I a III, da LEP (falta grave no cumprimento de 
pena restritiva de direitos). Há ainda falta grave descrita no art. 52 da LEP, que se refere à 
prática de crime doloso. Por ora, gostaria de chamar a sua atenção para dois aspectos.
O primeiro é que o rol do art. 50 da LEP é considerado taxativo pela jurisprudência. As 
hipóteses podem ser classificadas como tipos penais abertos.
O segundo aspecto é que o Pacote Anticrime inseriu o inciso VIII ao art. 50, que define 
como falta grave a recusa em submeter-se ao procedimento de identificação criminal 
de perfil genético, para inclusão em banco de dados sigiloso, conforme já estudamos em 
tópico apropriado, em que levantamos a existência de debate em curso quanto à constitucio-
nalidade do procedimento.
As normas do artigo 50 da LEP também se aplicam ao preso provisório.
Você deve memorizar ainda as hipóteses de falta grave específicas aos que tiveram a 
pena privativa de liberdade substituída ou convertida em pena restritiva de direitos:
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I – descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
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Consequências da falta grave e espécies de execução penal
A principal consequência da prática de fato que caracteriza falta disciplinar, qualquer que 
seja a sua gravidade, é a aplicação das sanções disciplinares. Além da aplicação de san-
ções, a prática da falta grave terá consequências distintas a depender da espécie de pena 
que o agente está cumprindo, ou se está cumprindo a pena no exercício de algum dos bene-
fícios de execução penal, a exemplo do livramento condicional ou do sursis.
Assim sendo, se o condenado praticar falta grave no curso do cumprimento da pena 
restritiva de direitos, esta será hipótese de conversão da pena restritiva de direitos em pri-
vativa de liberdade, nos termos do art. 189, § 1º, “d”, da LEP.
No caso de cumprimento da pena privativa de liberdade, a prática da falta grave acar-
reta como consequências: a regressão de regime, a interrupção da contagem de tempo para 
a obtenção de alguns benefícios, a exemplo da progressão de regime, bem como a perda de 
até 1/3 (um terço) dos dias remidos.
O Pacote Anticrime legislou o entendimento já consolidado na jurisprudência sobre a 
interrupção do prazo para a obtenção de progressão no regime de cumprimento da pena 
em razão do cometimento de falta grave. Nesse caso, o reinício da contagem do requisito 
objetivo terá como base a pena remanescente, conforme disposto no § 6º do art. 112 da LEP.
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Reabilitação da falta grave: faltas graves cometidas em período longínquo e já reabili-
tadas não configuram fundamento idôneo para indeferir o pedido de progressão de regime, 
para que os princípios da razoabilidade e da ressocialização da pena e o direito ao esqueci-
mento sejam respeitados. É jurisprudência consolidada do STJ.
No que se refere a outros benefícios, a prática de falta grave poderá implicar a sua 
revogação, a depender de previsão expressa para tanto. É o caso, por exemplo, da saída 
temporária (LEP, art. 125). No caso do livramento condicional (CP, art. 86, I, combinado com 
art. 52 da LEP), há previsão de revogação obrigatória pela prática de crime no curso do perí-
odo de prova, o que pode configurar a falta grave do art. 52 da LEP (prática de crime doloso 
é falta grave). Além disso, o não cometimento de falta grave nos últimos doze meses é requi-
sito para obtenção do livramento (CP, art. 83, III, “b”). Há outras causas de revogação desses 
benefícios que veremos em tópico apropriado.
Sanções disciplinares
O art. 53 da LEP estabelece quais são as espécies de sanção disciplinar cabíveis, o que 
deve ser observado pelas legislações locais naquilo que lhes competir:
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Atenção! O prazo-limite para as sanções de suspensão ou restrição de direitos e isola-
mento do preso é de 30 (trinta) dias, ressalvada a hipótese de regime disciplinar diferenciado 
(art. 58). Com o Pacote Anticrime, a duração do regime disciplinar diferenciado pode chegar até 
a dois anos, nas hipóteses de RDD com fundamento no art. 52, caput (prática de falta grave 
consistente em crime doloso), ou pode ser prorrogado sucessivamente a cada período de um 
ano, quando o RDD tiver fundamento no art. 52, §§ 1º, 3º e 4º (hipóteses referentes a presos 
provisórios de elevada periculosidade). Veremos as características do RDD em tópico a seguir.
Procedimento paraaplicação das sanções
O diretor do estabelecimento deverá instaurar procedimento disciplinar para apurar a prá-
tica da falta e assegurar o direito de defesa (art. 59) e decidir por ato motivado (art. 54, caput).
A inclusão de preso em regime disciplinar diferenciado dependerá requerimento circuns-
tanciado do diretor do estabelecimento dirigido ao juiz da execução, que, após oitiva do 
Ministério Público, decidirá fundamentadamente em 15 dias (nos termos do art. 54, §§ 1º e 
2º). O procedimento também deverá oportunizar o direito de defesa (art. 59).
Ainda sobre o direito ao contraditório e ampla defesa em procedimento disciplinar para 
apuração de falta, é imprescindível a presença de advogado, conforme jurisprudência sumu-
lada do STJ:
Súmula 533-STJ. Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução pe-
nal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento 
prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor 
público nomeado.
Atenção! A autoridade administrativa (diretor do estabelecimento) poderá decretar o iso-
lamento preventivo do faltoso pelo prazo de até 10 (dez) dias (art. 60)
Atenção! Será possível também a inclusão do preso no regime disciplinar diferen-
ciado como medida cautelar, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, o que 
dependerá de despacho do Juiz da execução (art. 60).
Atenção! Com relação à falta grave que caracteriza crime doloso, é muito importante que 
você se inteire da jurisprudência uniformizada no sentido de que a sua apuração independe 
do trânsito em julgado da sentença penal condenatória pelo respectivo crime doloso.
Súmula 526-STJ. O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido 
como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.
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Porém, nesses casos, a decisão que reconhece a prática de falta grave disciplinar deverá 
ser desconstituída diante das hipóteses de arquivamento de inquérito policial ou de poste-
rior absolvição na esfera penal, por inexistência do fato ou negativa de autoria, tendo em vista 
a atipicidade da conduta (HC n. 524.396/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª T., j. 
em 15/10/2019, DJe 22/10/2019).
Regime disciplinar diferenciado (RDD)
Apesar das polêmicas levantadas por parte da doutrina, prevalece na jurisprudência dos 
Tribunais Superiores a constitucionalidade da medida com fundamento no princípio da pro-
porcionalidade, analisado contra o condenado e em prol do interesse público, haja vista que a 
prática de crime doloso durante a execução penal é conduta grave e que viola o cumprimento 
dos deveres do preso, devendo ser submetida à disciplina interna do estabelecimento prisional, 
sem prejuízo da apuração do fato em processo penal. A efetividade foi outro aspecto ressaltado 
pelos Tribunais como fator de promoção da segurança no interior dos estabelecimentos penais.
Você deve ainda se lembrar de que a inclusão em RDD do condenado comprovadamente fal-
toso é medida de caráter disciplinar, e não dispensa o processo penal para apurar a infração penal 
correspondente. Isso porque a responsabilidade penal e a administrativa são independentes.
As regras do RDD foram inteiramente reformuladas com o Pacote Anticrime. O prazo 
máximo de permanência no RDD aumentou para dois anos (no caso de RDD fundado na 
prática de fato tipificado como crime doloso), as regras de visita ficaram ainda mais restritas, 
assim como aumentou a vigilância sobre o banho de sol. Ainda, foram incluídas novas hipó-
teses de inclusão em RDD para o preso provisório. Então, preste bastante atenção, porque 
quase tudo é novidade em matéria de RDD.
Cabimento: conforme art. 52, caput, cabe RDD quando for constatada:
• Prática de fato previsto como crime doloso:
 – por presos condenados ou provisórios, nacionais ou estrangeiros;
 – quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas.
Ou seja, pelo art. 52, caput, a prática de crime doloso configura falta grave. Porém, se 
ocasionar a subversão da ordem ou disciplina internas, o que dependerá de um juízo de valor 
da autoridade competente, a sanção disciplinar para essa falta grave será a inclusão em RDD.
Há ainda as hipóteses de cabimento descritas no art. 52, § 1º, que são específicas para 
o preso provisório:
• presos provisórios, nacionais ou estrangeiros;
• que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou 
da sociedade (inciso I); ou
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• sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer 
título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, indepen-
dentemente da prática de falta grave (inciso II).
Atenção! O preso provisório poderá ser incluído em RDD independentemente da prática 
de falta grave (art. 52, § 1º, I e II).
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Atenção! Havendo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, 
associação criminosa ou milícia privada ou que tenha atuação criminosa em 2 ou mais esta-
dos da Federação, o RDD será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento penal 
federal (art. 52, § 3º). Nessa hipótese, o regime disciplinar diferenciado deverá contar com 
alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se 
evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa 
ou milícia privada, ou de grupos rivais (art. 52, § 5º).
Órgãos da Execução
Juízo da Execução: é indicado pela lei de organização judiciária do estado. A lei fala “lei local”, 
mas não confunda com o “interesse local” da CF para se referir à competência dos Municípios. 
A própria CF atribui aos estados a competência para legislar sobre organização judiciária. Então, 
quando a LEP fala em “lei local”, está se referindo à lei de organização judiciária dos estados.
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Compete ao Juiz da Execução:
I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o 
condenado;
II – declarar extinta a punibilidade;
III – decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV – autorizar saídas temporárias;
V – determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por 
medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providên-
cias para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de 
responsabilidade;
VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcio-
nando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
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MinistérioPúblico: deve fiscalizar o cumprimento da pena e da medida de segurança, 
oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução. Em especial, compete ao MP:
I – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento;
II – requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por 
medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da 
suspensão condicional da pena e do livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante 
a execução.
Obs.: O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, 
registrando a sua presença em livro próprio.
Conselho Penitenciário: é órgão consultivo e fiscalizador da execução penal. É integrado 
por membros nomeados pelo governador do estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre 
professores e profissionais da área de Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências 
correlatas, bem como por representantes da comunidade. O mandato é de quatro anos.
Incumbe ao Conselho Penitenciário:
I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de 
pedido de indulto com base no estado de saúde do preso;
II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Polí-
tica Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;
IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.
Departamento Penitenciário Nacional: o Depen é órgão público executor da política 
penitenciária nacional e de apoio administrativo ao Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária.
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São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:
I – acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional;
II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais;
III – assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e re-
gras estabelecidos nesta Lei;
IV – colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de esta-
belecimentos e serviços penais;
V – colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pes-
soal penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das 
vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privati-
vas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos 
sujeitos a regime disciplinar.
VII – acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela progressão especial 
de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua integração social e a ocorrência 
de reincidência, específica ou não, mediante a realização de avaliações periódicas e de es-
tatísticas criminais.
§ 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos estabelecimen-
tos penais e de internamento federais.
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das avaliações periódicas previs-
tas no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados para, em função da efetividade da 
progressão especial para a ressocialização das mulheres de que trata o § 3º do art. 112 des-
ta Lei, avaliar eventual desnecessidade do regime fechado de cumprimento de pena para 
essas mulheres nos casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça.
Tenha especial atenção ao disposto sobre a progressão especial para mulheres porque 
foram alterações legislativas introduzidas em 2018.
Departamento Penitenciário Local: pode ser criado no âmbito de cada Estado-membro.
Execução das Penas Privativas de Liberdade
Regime inicial de cumprimento de pena
O regime inicial de cumprimento de pena deverá sempre ser definido de acordo com a quan-
tidade de pena estabelecida na sentença, seguindo o princípio da individualização da pena.
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Progressão de regime
De acordo com o art. 33, § 2º, do Código Penal combinado com o art. 112, caput, da LEP, 
o cumprimento da pena deve se dar de forma progressiva, ou seja, do regime mais gravoso 
para o menos gravoso. Além disso, ao longo de todo o cumprimento da pena, as medidas 
para manter a ordem e a disciplina devem ser conjugadas com outras que permitam a rein-
tegração do preso ao convívio social, objetivando a retomada dos seus laços sociais e, 
preferencialmente, com mais condições de obter emprego.
Requisitos para a progressão de regime: são classificados pela doutrina em requisitos 
subjetivos (bom comportamento) e objetivos (regras referentes ao tempo de cumprimento de 
pena exigido).
Requisitos subjetivos: de acordo com o art. 112, § 1º, o apenado só terá direito à pro-
gressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabe-
lecimento. O Pacote Anticrime inseriu como ressalva a essa regra o respeito às normas que 
vedam a progressão. Ocorre que a jurisprudência tem se firmado nos últimos anos de modo a 
compreender a progressão de regimes como um direito, não permitindo vedação em abstrato 
à progressão. Inclusive o art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990 já foi declarado inconstitucional 
por duas vezes, tanto em sua redação original (por vedar a progressão em absoluto) quanto 
na atualmente vigente (por impor o regime inicial fechado em abstrato), conforme revisamos 
no tópico anterior. Vamos ficar atentos a como a jurisprudência vai interpretar a nova redação 
do art. 112, § 1º, da LEP após o Pacote Anticrime.
Requisitos objetivos: são as regras dos incisos I a VIII do caput do art. 112, que esta-
belece como critério o tempo de cumprimento de pena em função da natureza da infração 
cometida, como detalharemos a seguir. Você vai ter de memorizar o quadro do art. 112 e 
tê-lo “na ponta da língua”, porque ele fatalmente será cobrado em prova. O Pacote Anticrime 
reformulou toda a sistemática. Antes era por fração de cumprimento de pena, agora é por 
percentual. Quanto à natureza da infração, os critérios eram mais simples, agora a regra 
ficou mais complexa. Apesar disso, não se fixe na ideia de que isso veio para dificultar o seu 
estudo. Reflita sobre o sentido dessa reformulação. De um lado, essa regra buscou refinar 
os critérios para atender à proporcionalidade que se espera das leis penais; de outro, tem 
seguido uma tendência de imprimir maior rigor na repressão aos crimes graves, tais como 
crimes hediondos e organização criminosa, o que enseja severas críticas criminológicas, no 
sentido de que não contribui para a prevenção ao crime. Essas críticas devem ser estuda-
das na matéria de Criminologia. Aqui só estamos pontuando que as mudanças legislativas 
operadas pelo Pacote Anticrime ocorrem dentro de um contexto, para que você compreenda 
melhor as motivações do legislador e isso facilite a sua memorização. Agora, vamos compre-
ender os critérios da Lei de Execução Penal.
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Quanto à natureza da infração, a LEP adota as seguintes categorias, que variam con-
forme a gravidade do crime:
• crimes sem violência ou grave ameaça;
• crimes com violência ou grave ameaça;
• crime hediondo ou equiparado sem resultado morte;
• crime hediondo ou equiparado com resultado morte;
• crime de organização criminosa para a prática de crime classificado como hediondo;
• crime de constituição de milíciaprivada.
Quanto à pessoa do condenado, a LEP adota como categorias: apenado primário e ape-
nado reincidente. Ou seja, será exigido tempo maior de cumprimento de pena do reincidente.
Os requisitos objetivos de progressão resultam da combinação desses critérios, de modo 
que o tempo de cumprimento de pena como exigência para a progressão de regime aumen-
tará conforme aumenta a gravidade da infração penal praticada, diferenciando-se ainda para 
o condenado primário e o reincidente.
Agora vamos colocar os números. Não há uma razão constante para o aumento do 
tempo exigido em cada categoria, mas não está difícil de decorar. O legislador partiu de 16% 
e chegou até 70% (16%, 20%, 25%, 30%, 40%, 50%, 60%, 70%).
Atenção! O Pacote Anticrime inseriu dispositivo específico no art. 112, § 5º, da LEP para 
estabelecer que o crime de tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006) não é 
considerado hediondo para os fins da regra de progressão.
Por fim, observe que, junto com essas regras de progressão de regime, o legislador 
inseriu hipóteses de vedação do livramento condicional quando a condenação for por crime 
hediondo com resultado morte. Sendo assim:
→ É vedado o livramento condicional se a condenação for por crime hediondo com resultado mor-
te, seja o réu primário ou reincidente.
Progressão especial para mulheres
No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas 
com deficiência, os critérios de progressão de regime poderão ser menos rigorosos (1/8 de 
cumprimento de pena), se cumpridos os seguintes requisitos cumulativos, conforme art. 112, 
§ 3º, da LEP:
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III – ter cumprido ao menos 1/8 da pena no regime anterior;
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do esta-
belecimento;
V – não ter integrado organização criminosa.
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Esse benefício será revogado se praticado novo crime doloso ou falta grave (art. 112, § 
4º, da LEP).
Regime semiaberto
Cumpridos os requisitos para progressão de regime por pessoa em regime fechado, 
deve então ser transferida para o regime semiaberto, já que não se admite a progressão per 
saltum. O condenado pode ainda ingressar nesse regime por regressão, ou seja, caso des-
cumpra normas do regime aberto. Nesses casos de regressão, também é possível a regres-
são per saltum, ou seja, direto para o regime mais rigoroso, a depender da gravidade da falta 
disciplinar.
Regime aberto
Os requisitos para ingressar em regime aberto são os estabelecidos pelo art. 114 da LEP. 
Assim, somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;
II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, 
fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, 
ao novo regime.
O Juiz poderá estabelecer condições adicionais para a transferência de condenado a 
regime semiaberto, conforme rol do art. 115 da LEP.
A legislação local também pode estabelecer regras especiais para o cumprimento da 
pena em regime aberto, conforme autorizado pelo art. 119 da LEP.
Prisão domiciliar
Em caráter excepcional, será possível a prisão domiciliar do condenado beneficiário de 
regime aberto que estejam nas condições do art. 117 da LEP, quais sejam:
I – condenado maior de 70 (setenta) anos;
II – condenado acometido de doença grave;
III – condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV – condenada gestante.
Regressão de regime
É a transferência de condenado de regime menos gravoso para o mais rigoroso quando 
se verificarem certos eventos incompatíveis com a permanência do condenado no regime 
semiaberto ou aberto, conforme art. 118 da LEP.
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Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a trans-
ferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, 
torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1º O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos 
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.
Autorização de saída: permissão de saída e saída temporária
Atenção! Novidade do Pacote Anticrime: não terá direito à saída temporária a que se 
refere o caput do art. 122 o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com 
resultado morte (LEP, art. 122, § 2º)
Remição de pena
De acordo com o art. 126 da LEP, tem direito à remição de pena o condenado que cumpre 
a pena em regime fechado ou semiaberto por motivo de trabalho ou estudo, em proporção 
definida no § 1º.
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Cabimento: apesar de o caput dar a entender que a remição só é possível aos presos 
que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto, o § 6º traz disposição que nos permite 
inferir que o preso em regime aberto pode remir a pena pelo estudo.
STJ, Súmula 341. A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo 
de execução de pena sob regime fechado ou semiaberto.
Ainda no que se refere aos beneficiários da remição da pena, o art. 126, § 7º, estabelece 
que a remição se aplica nas hipóteses de prisão cautelar. Ou seja, os presos provisórios, se 
trabalham ou estudam, podem futuramente, em caso de condenação, solicitar a remição, 
assim como têm direito à detração (art. 42 do CP e art. 111 da LEP).
Livramento condicional
Cabimento: as hipóteses de cabimento estão no art. 83, caput, do Código Penal. O Juiz 
poderá conceder livramento a condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 
dois anos (se for inferior a dois anos, poderá haver suspensão condicional da pena).
É importante você lembrar a hipótese de vedação do livramento introduzida com o Pacote 
Anticrime, ao tratar da sistemática de progressão de regime: ficou vedada a concessão de 
livramento nos casos de crime hediondo com resultado morte (art. 112, VI, “a”, e VIII).
Requisitos: você deve estudar os requisitos na matéria de Direito Penal – Parte Geral, 
mas vamos aproveitar a oportunidade para revisar, inclusive porque as regras do livramento 
sofreram mudanças com o Pacote Anticrime.
Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade 
igual ou superior a 2 anos, desde que:
I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e 
tiver bons antecedentes;
II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III – comprovado:
a) bom comportamento durante a execução da pena;
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses;
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; (alíneas incluídas pela 
Lei n. 13.964, de 2019)
IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, 
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terroris-
mo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei n. 
13.344, de 2016)
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ame-
aça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à

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