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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE ARQUITETURA SUSTENTÁVEL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 1 CURSO DE ARQUITETURA SUSTENTÁVEL MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 2 SUMÁRIO MÓDULO I 1 SUSTENTABILIDADE 1.1 CONCEITUAÇÃO 1.2 HISTÓRICO 1.3 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS E TRATADOS 1.3.1 Conferência de Estocolmo – 1972 1.3.2 Comissão de Brundtland – 1984 1.3.3 Protocolo de Montreal – 1987 1.3.4 Cúpula da Terra do Rio de Janeiro (ECO-92) – 1992 1.3.5 Protocolo de Quioto – 1997 1.3.6 Cúpula da Terra de Johanesburgo (Rio + 10) – 2002 1.3.7 Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – Bali – 2007 1.3.8 Protocolo de Quito – 2012 1.4 IMPACTOS CAUSADOS PELA OCUPAÇÃO HUMANA 1.5 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2 INTRODUÇÃO A ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 2.1 MUDANÇAS E PARADIGMAS 2.1.1 Os sistemas de certificações 2.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 2.2.1 A implantação 2.2.2 Os acessos 2.2.3 O projeto e as considerações bioclimáticas 2.2.4 Gestão da água 2.2.5 Especificação de materiais e escolha de técnicas construtivas AN02FREV001/REV 4.0 3 MÓDULO II 3 PERMACULTURA 3.1 HISTÓRICO 3.2 PRINCÍPIOS DA PERMACULTURA 3.2.1 Princípio 01: observe e interaja 3.2.2 Princípio 02: capte e armazene energia 3.2.3 Princípio 03: obtenha rendimento 3.2.4 Princípio 04: pratique a autorregulação e aceite o feed back 3.2.5 Princípio 05: use e valorize os serviços e recursos renováveis 3.2.6 Princípio 06: não produza desperdícios 3.2.7 Princípio 07: design partindo de padrões para chegar aos detalhes 3.2.8 Princípio 08: integrar ao invés de segregar 3.2.9 Princípio 09: use soluções pequenas e lentas 3.2.10 Princípio 10: use e valorize a diversidade 3.2.11 Princípio 11: use as bordas e valorize os elementos marginais 3.2.12 Princípio 12: use criativamente e responda às mudanças 3.3 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 3.3.1 Adobe 3.3.2 Super Adobe 3.3.3 Taipa 3.3.4 Pau a pique 3.3.5 Sanitário seco 3.3.6 Telhado verde 3.4 ESTUDO DE CASOS – MODELOS E PROPOSTAS 3.4.1 Mapa temático da estação de Permacultura: Casa Colmeia 3.4.2 IPEMA – Ubatuba 3.4.3 Chácara Asa Branca – Brasília 4 USO E REUSO DOS RECURSOS E ENERGIAS NATURAIS 4.1 RECURSOS NATURAIS 4.1.1 Hídricos 4.1.2 Energia solar 4.1.3 Energia eólica AN02FREV001/REV 4.0 4 MÓDULO III 5 A SUSTENTABILIDADE A FAVOR DO CONFORTO NA ARQUITETURA 5.1 CONFORTO TÉRMICO 5.2 CONFORTO LUMÍNICO 5.3 CONFORTO ACÚSTICO 6 VANTAGENS DE UMA ARQUITETURA SUSTENTÁVEL GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 5 MÓDULO I 1 SUSTENTABILIDADE FIGURA 01 – SUSTENTABILIDADE FONTE: Disponível em: <http://feedcarreira.com.br/cultura-de-sustentabilidade-a-coisa-certa-a-se- fazer/>. Acesso em: 08 jun. 2013. A sustentabilidade é um tema que pode ser considerado bastante recente, todavia existem registros de diversos movimentos que surgiram em várias regiões do planeta. A verdade é que tais movimentos surgiram a partir da triste constatação de que as consequências negativas geradas, a partir das intervenções e ocupações humanas, comprometem seriamente, não só a existência da raça humana, como de todos os ecossistemas que formam o planeta. AN02FREV001/REV 4.0 6 1.1. CONCEITUAÇÃO No ano de 1987 com Brundtland Report, apareceu a primeira definição de desenvolvimento sustentável, onde foi idealizado um conceito de que o desenvolvimento sustentável seria aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras (Nosso Futuro Comum, Relatório Brundtland, 1987). Temos muitas definições para “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável”. Poderíamos sintetizar que a sustentabilidade é respeitar os ecossistemas conforme eles são dispostos na natureza. Quanto ao desenvolvimento sustentável é possível assumir, que seria a forma de proceder para chegarmos ao propósito da sustentabilidade. 1.2. HISTÓRICO Nos últimos anos da década de 70, no século passado, os líderes políticos depararam-se com uma constatação: em todas as regiões do planeta, crises ambientais despontavam e prejudicavam tanto as nações menos desenvolvidas como os países industrializados. Várias ONGs (Organizações Não Governamentais) foram criadas em distintos países com o intuito de lutar por questões ambientais e promover o desenvolvimento sustentável. A ONU (Organização das Nações Unidas) criou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano em 1972, em Estocolmo na Suécia. Outras Conferências Internacionais aconteceram e como consequências foram criados tratados e planos de ação dentro do tema ambiental. AN02FREV001/REV 4.0 7 FIGURA 02 - EMBLEMA DO PROGRAMA AMBIENTAL DAS NAÇÕES UNIDAS FONTE: Disponível em: <http://vimeo.com/unep>. Acesso em: 08 ago. 2013. 1.3. PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS E TRATADOS 1.3.1. Conferência de Estocolmo – 1972 Esse foi o marco inicial e oficial do ambientalismo, na tratativa dos problemas constatados que assolavam e ainda assolam o mundo. O objetivo do evento era o estudo de estratégias que corrigissem os problemas do meio ambiente em todo o planeta. O principal resultado foi a criação do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), que recebeu a incumbência de colocar em prática os 26 princípios da Declaração de Estocolmo. De uma forma mais objetiva, foi elaborado um plano de ação englobando os recursos naturais, direitos humanos, desenvolvimento sustentável e normas de meio ambiente em cada país. AN02FREV001/REV 4.0 8 http://vimeo.com/unep 1.3.2. Comissão de Brundtland – 1984 O ano de 1984, em Genebra, assinalou mais uma marcante Conferência organizada pela ONU. O fato mais marcante foi a publicação do relatório da Comissão Brundtland. No relatório constavam questões referentes à população, alimentação, segurança, saúde, energia, indústria e uma ampla variedade de desafios urbanos. Conclui-se que problemas referentes ao estado degradado do planeta são ligados aos problemas sociais das populações. O relatório, o tempo todo, reforça alguns componentes, como se pode ver: “se o desenvolvimento econômico aumenta a vulnerabilidade às crises, ele é insustentável. Uma seca pode obrigar os agricultores a sacrificarem animais que seriam necessários para manter a produção dos anos seguintes. Uma queda nos preços pode levar os agricultores e outros produtores a explorarem excessivamente os recursos naturais, a fim de manter rendas. Mas pode-se reduzir a vulnerabilidade usando tecnologias que diminuam os riscos de produção, dando preferência a opções institucionais que reduzam flutuações de mercado e acumulando reservas, sobretudo de alimentos e divisas... Mas não basta ampliar a gama das variáveis econômicas a serem consideradas. Para haver sustentabilidade, é preciso uma visão das necessidades e do bem-estar humano que incorpora variáveis não econômicas, como educação e saúde, água e ar puros e a proteção das belezas naturais. Também, é preciso eliminar as limitações dos grupos menos favorecidos, muitos dos quais vivem em áreas ecologicamente vulneráveis” (RELATÓRIO BRUNDTLAND, 1991,p. 57). 1.3.3. Protocolo de Montreal – 1987 Temos como herança desse encontro o tratado conhecido como Protocolo de Montreal para Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio. A partir dessa ratificação obtivemos melhorias nas práticas de construção e em substâncias que retardam o fogo e que compõem materiais de limpeza, pois exigiu a extinção gradual dos CFCs (clorofluorcarbonos), que agrediam e destruíam a camada de Ozônio. AN02FREV001/REV 4.0 9 1.3.4. Cúpula da Terra do Rio de Janeiro (ECO-92) – 1992 FIGURA 03: EMBLEMA DA ECO-92 FONTE: Disponível em: <http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a- rio20/conferencia-rio-92-sobre-o-meio-ambiente-do-planeta-desenvolvimento-sustentavel-dos- paises.aspx>. Acesso em: 08 jun. 2013. O Brasil foi palco de encontro para 179 governos participantes da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Foram gerados cinco relatórios: • Declaração do Rio; • Agenda 21; • Declaração dos Princípios das Florestas; • Convenção sobre Diversidade Biológica; AN02FREV001/REV 4.0 10 • Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Podemos destacar como maior relevância a Agenda 21. O documento está estruturado em quatro seções com subdivisão de 40 capítulos, destacando: • Dimensões econômicas e sociais; • Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento; • Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações propostas; • A aceitação do formato e conteúdo da Agenda. Ficou determinado que cada país é responsável pela sua Agenda 21. No Brasil a entidade representativa e que centraliza as discussões é a CDPS (Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional). A Agenda 21 no Brasil estipula como premissas a inclusão social, a sustentabilidade, as ações prioritárias da Agenda 21 brasileira são o desenvolvimento sustentável como premissa para a conservação ambiental, justiça social e crescimento econômico. 1.3.5. Protocolo de Quioto – 1997 Foi ratificado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Exigiu que os países efetivassem o comprometimento com a redução dos gases de efeito estufa, incluindo o Dióxido de Carbono (CO2). A redução da emissão dos gases, proposta no Protocolo de Quioto, acaba refletindo diretamente na construção de edificações, já que na extração, manufatura e transporte dos insumos são gerados altos contingentes de Dióxido de Carbono. O ano de 2005 foi determinado como a data de implantação e 141 países assim o ratificaram, com o compromisso de reduzir suas emissões de gases que contribuíam com o efeito estufa. AN02FREV001/REV 4.0 11 1.3.6. Cúpula da Terra de Johanesburgo (Rio + 10) – 2002 FIGURA 04: EMBLEMA DA CÚPULA DA TERRA DE JOANESBURGO FONTE: Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/meio-ambiente/iniciativas/acordos- globais/print>. Acesso em: 08 jun. 2013. Essa foi a quarta Conferência que aconteceu a partir da Conferência de Estocolmo, realizada em Johanesburgo, na África do Sul. A Cúpula reconheceu a tríplice conceitual estabelecida em 1992: o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a proteção ambiental. Um fato marcante foi que os Estados Unidos não compareceram à Conferência. Entre os principais avanços destaca-se a importância do desenvolvimento sustentável e a construção sustentável para os países menos desenvolvidos. AN02FREV001/REV 4.0 12 1.3.7. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – Bali – 2007 Entidades não Governamentais e 180 Representações Governamentais participantes do evento de 1997 em Quioto voltaram a se reunir para discutirem propostas internacionais com o intuito de diminuir emissões de carbono seguindo o Tratado de Quioto. 1.3.8. Protocolo de Quito – 2012 No dia 08 de dezembro de 2012, no Catar, 194 países reafirmaram o Protocolo de Quioto, prorrogando por mais oito anos o compromisso estabelecido em 2002. O grande saldo negativo e preocupante é que os grandes poluidores não se fizeram presentes, sendo que Japão, Rússia, Canadá, Nova Zelândia e EUA são as nações contrárias ao Protocolo. Japão, Rússia e Nova Zelândia participaram, mas não assinaram o termo de compromisso, ao passo que o Canadá retirou-se e os EUA não participaram. O caso do EUA é bastante pontual, pois não ratificaram o compromisso nem se quer no primeiro encontro. Restou a Austrália, União Europeia e mais alguns países do eixo europeu que se comprometeram, porém representam apenas 15% do total de contribuição de poluentes lançados no meio ambiente. (FONTE: Disponível em: <http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas- decisoes-sobre-o-clima-1576645>. Acesso em: 08 jun. 2013). É de comum conhecimento que é muito pouco e em 2014 haverá uma revisão quanto às metas a serem traçadas. Até essa data, as Nações Unidas pretendem ter um tratado climático mundial que envolva também os países em desenvolvimento e não só os do eixo dito desenvolvido. Sendo assim países como a AN02FREV001/REV 4.0 13 http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas-decisoes-sobre-o-clima-1576645 http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas-decisoes-sobre-o-clima-1576645 China, Índia e Brasil terão de assumir compromissos de redução de emissão de CO2 no planeta. 1.4. IMPACTOS CAUSADOS PELA OCUPAÇÃO HUMANA Toda e qualquer ocupação feita pelo homem gera impactos diretos nos ecossistemas que são subjugados. Sempre que acontece o estabelecimento de uma edificação em uma área qualquer, todas as atividades que são desenvolvidas acarretam algum tipo de consequência direta nas condições naturais da zona de implantação. A verdade é que o microclima local acaba sendo alterado em virtude das alterações que são feitas na flora, fauna e incidência de recursos naturais peculiares da região que sofreu a intervenção. Os movimentos de terra realizados em escavações e terraplanagens, e a derrubada de espécies vegetais, são dois processos que deveriam passar por análise e concessões municipais antes de serem realizadas. Infelizmente não existem regras claras que impeçam a ação indiscriminada do ser humano em todos os municípios, por meio de secretarias específicas para tal fiscalização. O ideal é que todo empreendimento novo a ser implantado pudesse passar por uma análise de seu impacto ambiental, para que as medidas necessárias pudessem ser tomadas na minimização ou em alguns casos a inviabilização do mesmo. AN02FREV001/REV 4.0 14 FIGURA 05 – RETIRADA DE VEGETAÇÃO FIGURA 06 – ESCAVAÇÃO FIGURA 05 - FONTE: Disponível em: <http://www.fatimadosul.ms.gov.br>. Acesso em: 08 jun. 2013. FIGURA 06 - FONTE: Disponível em: <http://www.umarizal.com>. Acesso em: 08 jun. 2013. Não só durante o processo de estabelecimento do empreendimento que acontecem as agressões ao meio ambiente, é durante a execução dele que vamos verificar um alto índice de poluição, causados pelos resíduos de obra. É durante essa etapa que são constatadas igualmente o descarte de recursos naturais e falta de bom senso em sua utilização. FIGURA 07 – RESÍDUOS DE OBRA FIGURA 08 – DESPERÍCIO DE ÁGUA FIGURA 07 - FONTE: Disponível em: <http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa- sustentavel/page/5/>. Acesso em: 08 jun. 2013. FIGURA 08 - FONTE: Disponível em: <http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ana-lanca-edital-para-gestao-da-agua-na-construcao>. Acesso em: 08 jun. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 15 http://www.fatimadosul.ms.gov.br/ http://www.umarizal.com/ http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa-sustentavel/page/5/http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa-sustentavel/page/5/ http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ana-lanca-edital-para-gestao-da-agua-na-construcao Para a realização das atividades no canteiro de obras são necessários equipamentos e insumos para que os trabalhadores possam constituir os diversos elementos construtivos. Se pensarmos que toda a matéria-prima que entrou na obra passou pelo processo de extração, manufatura e transporte até chegar ao local de sua utilização, chegaremos à conclusão de que os diversos processos geraram de alguma forma e em uma determinada intensidade, um percentual significativo de poluição no planeta. FIGURA 09 – EXTRAÇÃO DE MADEIRA FIGURA 10 – POLUIÇÃO FIGURA 09 - FONTE: Disponível em: <http://www.colheitademadeira.com.br/informativos/270/extracao-de-madeira-shovel-logging.html>. Acesso em: 08 jun. 2013. FIGURA 10 - FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/poluicao.htm>. Acesso em: 08 ago. 2013. Finalizado o processo de execução do imóvel, começa uma nova etapa dentro das consequências da ocupação humana. Uma vez habitando ou utilizando o imóvel, o homem passa a gerar resíduos que agridem o local em que está estabelecido e também os possíveis destinos dados a esse lixo. Outro fator negativo é o desperdício dos recursos naturais, bem como a falta de políticas de reutilização ou reaproveitamento dessas fontes naturais. Na imagem a seguir podemos ver um protótipo que serve de modelo para uma residência, em que são potencializados o uso inteligente e reaproveitamento de recursos naturais, tais como: captação de energia solar, utilização da água da chuva para fins específicos, tratamento de esgoto, separação de resíduos, etc. AN02FREV001/REV 4.0 16 http://www.colheitademadeira.com.br/informativos/270/extracao-de-madeira-shovel-logging.html http://www.brasilescola.com/biologia/poluicao.htm FIGURA 11 – MODELO DE RESIDÊNCIA SUSTENTÁVEL FONTE: Disponível em: <http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c- 5691ee56d6ec/page000.aspx>. Acesso em: 08 jun. 2013. 1.5. SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL Ao fazermos uma análise criteriosa da demanda de energia e os impactos gerados pelo setor da construção civil no meio ambiente, vamos nos deparar com índices preocupantes e passíveis de reflexão. Segundo alguns dados levantados, os percentuais a cerca de dados relacionados à construção civil podem ser resumidos nos seguintes itens (SINDUSCON-SP, 2009): • A construção civil consome 40% dos recursos naturais e da energia produzida; • São consumidos 34% da água disponível nos processos construtivos; AN02FREV001/REV 4.0 17 http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c-5691ee56d6ec/page000.aspx http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c-5691ee56d6ec/page000.aspx • Os processos construtivos consomem 55% da madeira não certificada; • São gerados 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos; • São gerados 50% do volume total de resíduos. Dentre as tipologias construtivas, pode-se subdividir quanto à geração de resíduos sólidos: • Reformas: 59% de contribuição; • Residências novas: 20% de contribuição; • Prédios novos: 21% de contribuição. Outro dado relevante diz respeito ao consumo de energia elétrica para sustentação dos três setores da economia, na seguinte ordem: • Indústria: 25% de consumo; • Transportes: 25% de consumo; • Construção civil e operações das edificações: 50% do total de consumo. De posse de números tão reveladores, já é passada a hora de adotar uma postura diferente em relação aos processos construtivos. Passa pelos profissionais envolvidos nas etapas de projeto a primeira atitude de remediar a atual situação em que nos encontramos. A partir de um projeto melhor pensado, uma especificação criteriosa de materiais e técnicas construtivas e compromissos de sustentabilidade é que poderemos ir de encontro a uma realidade que já afeta nosso presente e compromete as gerações futuras. A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável: • Aproveitamento de condições naturais locais; • Utilização mínima de terreno e integrar-se ao ambiente natural; • Implantação e análise do entorno; • Não provocar, ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; • Qualidade ambiental interna e externa; • Gestão sustentável da implantação da obra; • Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; • Uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do processo; • Redução do consumo energético; • Redução do consumo de água; AN02FREV001/REV 4.0 18 • Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; • Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; • Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo. (CÂMARA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO/FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2008, p.15). 2 INTRODUÇÃO A ARQUITETURA SUSTENTÁVEL FIGURA 12 – PROJETOS DE ARQUITETURA FONTE: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te- motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/>. Acesso em: 08 jun. 2013. O processo criativo e diretivo de um projeto civil seja residencial unifamiliar ou multifamiliar, industrial, comercial, público ou corporativo, é realizado pelo arquiteto. É esse o profissional que dá início ao processo de concepção de um novo empreendimento na construção civil. Capacitado pelo período de estudos e conhecimentos adquiridos é ele que deve estudar o local de implantação, analisar os condicionantes e a partir de uma correta implantação, propor uma intervenção que esteja dentro de parâmetros que potencializem as premissas de prevenção e minimização dos impactos nocivos ao ambiente. AN02FREV001/REV 4.0 19 http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/ http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/ Junto desse profissional trabalham outros técnicos que são os engenheiros civis, engenheiros mecânicos, topógrafos, técnicos em edificações, estudantes e trabalhadores da construção civil. Todavia, a cadeia é formada por diversos setores da sociedade e todos eles têm uma parcela de compromisso dentro da temática. FIGURA 13 – INTEGRANTES DA CADEIA CONSTRUTIVA FONTE: Imagem própria do autor (Arq. Fabiano Volpatto). 2.1 MUDANÇAS E PARADIGMAS O ambiente do setor da construção civil apresenta alguns paradigmas que estão encrustados nos modelos de gestão e execução dos empreendimentos. É sabido que a construção civil é um setor da cadeia produtiva em que ainda predomina a base manufatureira, sendo um tanto quanto, ainda artesanal na maioria AN02FREV001/REV 4.0 20 das atividades. Esse atraso em relação ao setor da indústria tem como fatores principais: • Condições de trabalho severas e nas mais diversas situações adversas; • Mão de obra sem especialização; • Baixa produtividade da mão de obra; • Ausência de tecnologias adequadas aos processos construtivos; • Variedade de insumos e recursos que dificultam uma integração na execução das tarefas; • Tecnologias retrógradas e ultrapassadas; • Falta de comprometimento para evitar o desperdício que atinge patamares muito altos. A preocupação com a extensão dos danos causados pelo homem, e também com a sua reparação, assim como com projetos de que causem menor impacto ambiental só adquiriram importância muito recentemente. Por isso mesmo, os estudos e teoriasdesenvolvidos, bem como as novas práticas que passaram a ser adotadas, por serem novas, não permitem o claro entendimento de muitos dos termos frequentemente utilizados e, principalmente, o significado destes quando aplicados a intervenções urbanas e arquitetônicas (SATTLER, 2007). Temos muito caminho a percorrer no sentido de consertar os estragos realizados ao longo dos anos em virtude das interferências nocivas no meio ambiente. Infelizmente, só fomos nos dar conta dos prejuízos quando as consequências se mostraram evidentes e o mal bateu a nossa porta. Independente das práticas serem recentes, a mudança de postura e quebra de paradigmas deve acontecer gradualmente sem prorrogação de prazos. A incorporação de práticas sustentáveis na construção civil é uma tendência que cresce no mercado. Adotar essa política é inevitável, a tal ponto que já se registram exigências postuladas pelos consumidores, investidores e governos junto ao setor da construção civil, pressionando para que aconteça uma mudança na gestão dos empreendimentos visando à sustentabilidade na cadeia produtiva. Qualquer empreendimento que vise à sustentabilidade deve atender de uma forma AN02FREV001/REV 4.0 21 equilibrada sua adequação ambiental dentro de uma viabilidade econômica, com justiça social e respeito à cultura local. Na verdade, muitos dos conceitos presentes nas cartilhas que pregam uma adesão aos conceitos de sustentabilidade são bastante óbvios e o bom senso nos traz a coerência das práticas a serem respeitadas. Algumas atitudes são simples e exigem somente um pouco de sanidade e sensibilidade por parte de todos os envolvidos na concepção e uso dos imóveis. Podemos pontuar: • Utilizar com cautela e de maneira inteligente todas as formas de água; • Dar preferência à utilização de recursos energéticos renováveis; • Reduzir o uso de materiais de construção, e entre os disponibilizados pelo mercado, optar pelos que possuam certificação ambiental; • Quando construir, buscar maximizar a durabilidade da edificação, assim como, nas novas construções, fazendo uso de materiais já usados anteriormente e minimizar perdas. 2.1.1 Os sistemas de certificações FIGURA 14 – SELO U.S. GREEN BUILDING COUNCIL FONTE: Disponível em: <http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes- brasileiras-em-2012/>. Acesso em: 10 jun. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 22 http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes-brasileiras-em-2012/ http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes-brasileiras-em-2012/ Outra tratativa a cerca da busca por menores agressões ao meio ambiente e regulamentações que propiciem o estabelecimento de empreendimentos voltados à preservação do planeta, foram as certificações ambientais para projetos e execução de imóveis. Os sistemas de certificação não são iguais às ferramentas de avaliação de desempenho, impacto ambiental ou ciclo e vida, ainda que o processo possa fornecer avaliações de impacto e outros dados pertinentes de importância relevante a respeito das edificações avaliadas (BURKE; KEELER, 2010). Alguns itens que são observados, de uma forma geral, pelos diversos organismos que fornecem os selos das certificações, levam em conta: • Uma melhor e coordenada compactação urbana, diversidade dos usos e redução de deslocamentos da população; • Relação harmoniosa do edifício com o seu entorno de inserção; • Prédios com conforto ambiental e eficiência energética; • Escolha integrada dos processos e dos materiais construtivos; • Consumo inteligente dos recursos em geral; • Desenho funcional da edificação; • Sistemas de coleta e tratamento de água e esgoto; • Políticas e posturas para reduzir a geração de resíduos; • Projetos com modularidade, detalhamentos e padronizações; • Adequação ao uso e vida útil da edificação; • Adaptabilidade às mudanças de uso e desconstrução; • Organização e setorização de acessos; • Preparo da edificação para o envelhecimento. AN02FREV001/REV 4.0 23 FIGURA 15 – SELO AQUA FONTE: Disponível em: <http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos- ambientais-na-hotelaria.html>. Acesso em: 10 jun. 2013. Vejamos na tabela a seguir, onde levantamos um breve histórico dos principais métodos de certificação existentes, incluindo os três sistemas que estão presentes no Brasil em nossa atualidade: HISTÓRICO DAS CERTIFICAÇÕES Selo Ano - País Significado BREEAM 1990 – Inglaterra Building Research Establishment Environmental Assessment Method LEED 1998 - EUA Leadershipin Energy and Environmental Design HQE 2002 – França Haute Qualité Environnementale CASBEE 2002 – Tóquio Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency AQUA 2007 – Brasil Alta Qualidade Ambiental PROCEL/ 2008 – Brasil AN02FREV001/REV 4.0 24 http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos-ambientais-na-hotelaria.html http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos-ambientais-na-hotelaria.html Edifica Selo Casa Azul/CEF 2010 - Brasil FONTE: Tabela própria do autor (Arq. Fabiano Volpatto). Acesso em: 08 ago. 2013. Ao analisarmos os sistemas e interpretar sua abrangência e resultados obtidos, podemos elencar três grupos principais que se enquadram dentro dos beneficiários quando aplicamos a certificação por um selo. Temos o empreendimento em si quanto à consciência ambiental, a sua valorização econômica, os empreendedores e os usuários. Tabulando os imóveis, que formalizaram a intensão e obtiveram algum dos selos, por meio de pesquisas de mercado encontraremos a constatação de que o valor agregado e a preferência pelo consumidor potencializam a escolha por empreendimentos sustentáveis. “Os consumidores afirmam que trocariam de fornecedor se um produto fosse certificado e que optariam pela compra de tal produto” (AEA, 2013, p. 55). Estatísticas imobiliárias, nos grandes centros de atuação dos organismos de certificação, determinam um incremento nas vendas de produtos voltados à construção sustentável. Benefícios obtidos por meio dos sistemas de avaliação para o setor da construção civil: • Obtenção de prêmio aos empreendimentos que apresentam as melhores práticas ambientais do setor; • Obriga e potencializa o aperfeiçoamento dos projetos; • Capacita a possibilidade de efetuar comparações entre as atuações e empreendimentos; • Melhora a imagem do setor agregando pontos positivos a uma área de atuação que apresenta falhas e atrasos tecnológicos; • Alavanca iniciativas e estímulos ao mercado de produtos sustentáveis; • Serve de base e inspiração para a criação de legislações e normas. AN02FREV001/REV 4.0 25 Benefícios aos empreendedores e usuários: • Qualidade de vida; • Conforto interno e ambientes com saúde; • Despesas de manutenção reduzidas e em alguns casos eliminadas; • Patrimônio não perde valor de mercado com o passar do tempo, podendo ainda se valorizar; • A questão de ser sustentável e ecologicamente correto oportuniza um diferencial de negócio e consequente valorização imobiliária; • Auxílio ao planeta com menor impacto ambiental e social; • Órgãos ambientais e comunidades mais afinadas no relacionamento; • Desenvolvimento de consciência ambiental. As certificações presentes e atuantes no Brasil são: LEED, AQUA, Procel Edifica e mais recentemente o Selo Casa Azul/CEF. Dados estatísticos colocam o Brasil entre os países que detêm o maior número de empreendimentos certificados com algum selo entre todas as nações do mundo. AN02FREV001/REV 4.0 26 FIGURA 16 – SELO PROCEL FONTE: Disponível em: <http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html>. Acesso em: 10 jun. 2013. Vamos ver alguns exemplos de cada um das certificações, sendo o primeiro de duas torres no estado de São Paulo. O empreendimento é certificado com o selo GBC – Green Building Council - com o LEED na categoria Gold. Para a obtenção da certificação foram atendidos quatro critérios: redução do consumo de energia e dos custos operacionais e de manutenção; diminuição do uso de recursos ambientais não renováveis; melhora da qualidade do ar interno do edifício; melhora da qualidade de vida e da saúde dos usuários otimizando a qualidade do ambiente construído. AN02FREV001/REV 4.0 27 http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html FIGURA 17 – TORRES ROCHAVERÁ: CERTIFICAÇÃO LEED FONTE: Disponível em: <http://www.metodo.com.br/imprensa/noticias/68/Rochavera-recebe- certificacao-LEED.aspx>. Acesso em: 11 jun. 2013. O processo Selo Casa Azul/CEF traz como exemplo um empreendimento habitacional com 171 unidades habitacionais em uma área de revitalização e urbanização de favelas. AN02FREV001/REV 4.0 28 FIGURA 18 – LEROY MERLIN LONDRINA: CERTIFICAÇÃO SELO CASA AZUL/CEF FONTE: Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao/noticias/?p=23360>. Acesso em: 11 jun. 2013. Um exemplo de certificação AQUA que atingiu todos os quesitos com graduações distintas foi o empreendimento comercial Leroy Merlin Londrina. AN02FREV001/REV 4.0 29 http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao/noticias/?p=23360 FIGURA 19 – LEROY MERLIN LONDRINA: CERTIFICAÇÃO AQUA FONTE: Disponível em: <http://promoview.com.br/parana/238328-leroy-merlin-chega-a-londrina/>. Acesso em: 11 jun. 2013. Seguindo, vamos ter abaixo um exemplo de certificação pelo processo INMETRO/Eletrobrás do selo Procel/Edifica. AN02FREV001/REV 4.0 30 http://promoview.com.br/parana/238328-leroy-merlin-chega-a-londrina/ FIGURA 20 – FATENP: CERTIFICAÇÃO PROCEL-EDIFICA FONTE: Disponível em: <http://www.abrinstal.org.br/eventos/realizados/ws2011nov_apres_lamberts.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2013. 2.2 DIRETRIZES PROJETUAIS Um empreendimento que atenda a princípios de sustentabilidade deve respeitar algumas diretrizes que dizem respeito não só ao projeto e sua consequente execução, mas também o estudo de viabilidade e implantação na área determinada para sua localização. AN02FREV001/REV 4.0 31 http://www.abrinstal.org.br/eventos/realizados/ws2011nov_apres_lamberts.pdf 2.2.1 A implantação O estudo da área em que o empreendimento será executado possui características em relação a sua topografia, flora, fauna e microclima próprio. Se levarmos em consideração que existem ecossistemas estabelecidos no local, toda e qualquer alteração ou intervenção na área gerará consequências que podem determinar até a extinção do mesmo. No caso de existirem vegetações de espécies nativas sobre o terreno, sempre o primeiro caminho é respeitar a sua geografia, e então tirar partido para compor o espaço edificado com as áreas de paisagismo. Na eventualidade de necessitar efetuar a retirada, sempre obedecer aos processos de licenças ambientais fornecidas pelas entidades municipais e estaduais, prevendo o seu replantio em outra área. A topografia original do terreno pode apresentar áreas com aclive, declive ou planicidade em relação a sua locação no contexto urbano. O ideal seria locar o empreendimento respeitando a topografia original do terreno. A retirada de material para implantar a edificação pode ser necessária, porém sempre se faz conveniente a utilização na própria área do material excedente. Escavações e aterros sempre agridem o local de forma considerável, portanto quanto menor a alteração, melhor o ecossistema se adapta ao novo contexto. Vejamos no exemplo a seguir uma residência implantada em um terreno com aclive. A disposição e volumetria da edificação seguiu a diferença de alturas que o terreno apresentava. AN02FREV001/REV 4.0 32 FIGURA 21 – CASA EM TERRENO COM ACLIVE FONTE: Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/74900/casa-am-arte-urbana-arquitetos/>. Acesso em: 11 jun. 2013. 2.2.2 Os acessos A questão da acessibilidade passa por um primeiro estágio quando se estabelece a logística do canteiro de obras. Nesse interim deve se ater ao propósito de lançar os postos de trabalho, bem como o almoxarifado e depósito de materiais, para que as tarefas possam acontecer sem que os operários despendam tempo e trajetos desnecessários. Uma vez bem dispostos os materiais e equipamentos a serem utilizados, potencializa-se a economia de material e o desperdício, grande chaga da construção civil, é reduzido consideravelmente. Um layout bem pensado ajuda o desenvolvimento operacional como um todo. Quando falamos na acessibilidade em nível projetual é inevitável que atentemos para que todos tenham seu direito garantido de ir e vir, seja da área externa para o interior da habitação, ou pelos espaços internos dos prédios. Existe AN02FREV001/REV 4.0 33 uma norma específica da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que regulamenta as exigências nessa área, que é a NBR 9050:2005 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. FIGURA 22 – ACESSIBILIDADE FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3674>. Acesso em: 11 jun. 2013. Alguns pontos relevantes para o cumprimento dessa diretriz são: Vias e equipamentos urbanos adequados aos portadores de deficiência, tais como travessias, rebaixos de calçadas, sinalização tátil, etc.; Respeito a larguras adequadas dos acessos, portas e corredores; Presença de rampas e elevadores em desníveis, além de escadas; Dimensões dos ambientes de uso comum, tais como banheiros, que permitam a locomoção de cadeirantes. 2.2.3 O projeto e as considerações bioclimáticas O homem sempre buscou nas habitações, desde as mais rudimentares no começo da história, até os dias atuais, a proteção contra as intempéries e a própria AN02FREV001/REV 4.0 34 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3674 sobrevivência contra agentes externos. Ainda que a habitação forneça a proteção básica, é impreterível que em seu interior possamos encontrar as condições necessárias para uma habitabilidade com conforto. Conforto esse, que se refere a ambientes que tenham boa condição térmica, acústica e lumínica. Quando falamos em gestão energética levamos em conta o conforto humano que é determinado pelo clima interno e as características da arquitetura dos espaços. As características climáticas são determinadas pela presença de vegetação, ventos, topografia, água, incidência solar, etc. Uma vez pontuadas as características do clima e sua influência, estamos munidos de informações para buscarmos as melhores alternativas de projeto para a adoção de métodos e elementos de construção. Os estudos das formas, dimensões e funções dos espaços em conjunto com a influência dos recursos naturais determinam a eficiência energética e o conforto que é propiciado pelo empreendimento. Dentre algumas posturas estão: • Preferência pela luz natural ao invés da luz artificial; • Sempre que possível estabelecer a posição das aberturas para permitir que aconteça a ventilação cruzada nos ambientes; • Aproveitar a luz solar para aquecer os ambientes nas temporadas de frio e criar elementos que barrem a entrada dela em temporadas de calor; • Emprego da vegetação para criar ambientes comsombreamento e consequente amenização do calor, seja por tetos verdes ou paredes protegidas; • Proteção contra ruídos tirando partido da vegetação ou topografia do terreno. AN02FREV001/REV 4.0 35 FIGURA 23 – TELHADO VERDE FONTE: Disponível em: <http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e- paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/>. Acesso em: 11 jun. 2013. FIGURA 24 – VENTILAÇÃO CRUZADA FONTE: Disponível em: <http://giodas.blogspot.com.br/2011/08/sustentabilidade-na-arquitetura.html>. Acesso em: 12 abr. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 36 http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e-paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/ http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e-paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/ 2.2.4 Gestão da água Inevitável que o proceder na utilização desse recurso, que já é escasso em algumas regiões do planeta, seja o mais racional possível. Dentre as medidas mais salutares está à geratriz de todas, que é a economia e parcimônia na utilização da água potável. Além disso, podemos destacar: • Emprego de equipamentos que visem à economia e que evitem o desperdício; • Captação e acondicionamento da água da chuva para reaproveitamento em funções que não exijam a água potável, tais como: irrigação, lavagens externas, descarga de bacias sanitárias, etc.; • Possibilidade de reaproveitamento das águas provenientes dos esgotos por meio de unidades de tratamento; • Separação de hidrômetros em condomínios. AN02FREV001/REV 4.0 37 FIGURA 25 – CAPTAÇÃO E ACÚMULO DA ÁGUA DA CHUVA FONTE: Disponível em: <http://www.ecocasa.com.br/aproveitamento-de-agua-de-chuva.asp>. Acesso em> 12 abr. 2013. 2.2.5 Especificação de materiais e escolha de técnicas construtivas As características da região devem determinar a especificação de materiais e técnicas construtivas. A sustentabilidade passa também pela opção de insumos que estejam próximos ao seu local de utilização, pois dessa forma minimizam a energia despendida para seu transporte. Da mesma forma o emprego de técnicas construtivas presentes no meio minimizam o desperdício e patologias pela possível falta de treinamento da equipe de trabalho. A consequência direta desse tipo de postura é uma obra mais qualificada e com menos patologias, aumentando assim a vida útil da edificação. E é justamente AN02FREV001/REV 4.0 38 esse o propósito da construção sustentável: reduzir desperdício e aumentar a vida útil da edificação. A escolha do material construtivo passa pela análise do seu ciclo de vida, ressaltando a importância da avaliação dos impactos causados desde a extração à produção, utilização e posterior descarte. Os materiais corretos são determinados por algumas premissas: • Atendimento às certificações ambientais vigentes; • Em sua extração e manufatura eliminar baixos índices de CO2; • Menor geração de resíduos sólidos na fase de construção; • Menor devastação de vegetação na sua extração; • Menor demanda de energia e água em suas fases de manufatura e posterior utilização; • Maior possibilidade de reutilização no final de seu ciclo de vida. Na fase de construção, é indispensável que tenhamos uma condição de durabilidade e possibilidade de reutilização dos materiais. Essa condição de desmontagem passa pela modulação de peças e facilidade de reagrupamento em um novo destino dado ao material. O final ideal, na cadeia do processo da vida de um material, é que os resíduos possam ser incorporados na produção de novos materiais ou edificações. Igualmente que elementos construtivos possam se adaptar e serem reutilizados em outros fins ou em outros empreendimentos, valorizando assim sua durabilidade. FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 39
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