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Arquitetura Sustentável - Modulo 1

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
 
1 SUSTENTABILIDADE 
1.1 CONCEITUAÇÃO 
1.2 HISTÓRICO 
1.3 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS E TRATADOS 
1.3.1 Conferência de Estocolmo – 1972 
1.3.2 Comissão de Brundtland – 1984 
1.3.3 Protocolo de Montreal – 1987 
1.3.4 Cúpula da Terra do Rio de Janeiro (ECO-92) – 1992 
1.3.5 Protocolo de Quioto – 1997 
1.3.6 Cúpula da Terra de Johanesburgo (Rio + 10) – 2002 
1.3.7 Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – Bali – 
2007 
1.3.8 Protocolo de Quito – 2012 
1.4 IMPACTOS CAUSADOS PELA OCUPAÇÃO HUMANA 
1.5 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
2 INTRODUÇÃO A ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
2.1 MUDANÇAS E PARADIGMAS 
2.1.1 Os sistemas de certificações 
2.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 
2.2.1 A implantação 
2.2.2 Os acessos 
2.2.3 O projeto e as considerações bioclimáticas 
2.2.4 Gestão da água 
2.2.5 Especificação de materiais e escolha de técnicas construtivas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
MÓDULO II 
 
3 PERMACULTURA 
3.1 HISTÓRICO 
3.2 PRINCÍPIOS DA PERMACULTURA 
3.2.1 Princípio 01: observe e interaja 
3.2.2 Princípio 02: capte e armazene energia 
3.2.3 Princípio 03: obtenha rendimento 
3.2.4 Princípio 04: pratique a autorregulação e aceite o feed back 
3.2.5 Princípio 05: use e valorize os serviços e recursos renováveis 
3.2.6 Princípio 06: não produza desperdícios 
3.2.7 Princípio 07: design partindo de padrões para chegar aos detalhes 
3.2.8 Princípio 08: integrar ao invés de segregar 
3.2.9 Princípio 09: use soluções pequenas e lentas 
3.2.10 Princípio 10: use e valorize a diversidade 
3.2.11 Princípio 11: use as bordas e valorize os elementos marginais 
3.2.12 Princípio 12: use criativamente e responda às mudanças 
3.3 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 
3.3.1 Adobe 
3.3.2 Super Adobe 
3.3.3 Taipa 
3.3.4 Pau a pique 
3.3.5 Sanitário seco 
3.3.6 Telhado verde 
3.4 ESTUDO DE CASOS – MODELOS E PROPOSTAS 
3.4.1 Mapa temático da estação de Permacultura: Casa Colmeia 
3.4.2 IPEMA – Ubatuba 
3.4.3 Chácara Asa Branca – Brasília 
4 USO E REUSO DOS RECURSOS E ENERGIAS NATURAIS 
4.1 RECURSOS NATURAIS 
4.1.1 Hídricos 
4.1.2 Energia solar 
4.1.3 Energia eólica 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
 
 
MÓDULO III 
 
5 A SUSTENTABILIDADE A FAVOR DO CONFORTO NA ARQUITETURA 
5.1 CONFORTO TÉRMICO 
5.2 CONFORTO LUMÍNICO 
5.3 CONFORTO ACÚSTICO 
6 VANTAGENS DE UMA ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
GLOSSÁRIO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 SUSTENTABILIDADE 
 
 
FIGURA 01 – SUSTENTABILIDADE 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://feedcarreira.com.br/cultura-de-sustentabilidade-a-coisa-certa-a-se-
fazer/>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
A sustentabilidade é um tema que pode ser considerado bastante recente, 
todavia existem registros de diversos movimentos que surgiram em várias regiões do 
planeta. A verdade é que tais movimentos surgiram a partir da triste constatação de 
que as consequências negativas geradas, a partir das intervenções e ocupações 
humanas, comprometem seriamente, não só a existência da raça humana, como de 
todos os ecossistemas que formam o planeta. 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
 
 
 
 
1.1. CONCEITUAÇÃO 
 
 
No ano de 1987 com Brundtland Report, apareceu a primeira definição de 
desenvolvimento sustentável, onde foi idealizado um conceito de que o 
desenvolvimento sustentável seria aquele que atende às necessidades do presente, 
sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras (Nosso 
Futuro Comum, Relatório Brundtland, 1987). 
Temos muitas definições para “sustentabilidade” e “desenvolvimento 
sustentável”. Poderíamos sintetizar que a sustentabilidade é respeitar os 
ecossistemas conforme eles são dispostos na natureza. Quanto ao desenvolvimento 
sustentável é possível assumir, que seria a forma de proceder para chegarmos ao 
propósito da sustentabilidade. 
 
 
1.2. HISTÓRICO 
 
 
Nos últimos anos da década de 70, no século passado, os líderes políticos 
depararam-se com uma constatação: em todas as regiões do planeta, crises 
ambientais despontavam e prejudicavam tanto as nações menos desenvolvidas 
como os países industrializados. Várias ONGs (Organizações Não Governamentais) 
foram criadas em distintos países com o intuito de lutar por questões ambientais e 
promover o desenvolvimento sustentável. 
A ONU (Organização das Nações Unidas) criou a primeira Conferência das 
Nações Unidas sobre o Ambiente Humano em 1972, em Estocolmo na Suécia. 
Outras Conferências Internacionais aconteceram e como consequências foram 
criados tratados e planos de ação dentro do tema ambiental. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
 
 
 
 
FIGURA 02 - EMBLEMA DO PROGRAMA AMBIENTAL DAS NAÇÕES UNIDAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://vimeo.com/unep>. Acesso em: 08 ago. 2013. 
 
 
1.3. PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS E TRATADOS 
 
 
1.3.1. Conferência de Estocolmo – 1972 
 
 
Esse foi o marco inicial e oficial do ambientalismo, na tratativa dos 
problemas constatados que assolavam e ainda assolam o mundo. O objetivo do 
evento era o estudo de estratégias que corrigissem os problemas do meio ambiente 
em todo o planeta. O principal resultado foi a criação do Programa Ambiental das 
Nações Unidas (UNEP), que recebeu a incumbência de colocar em prática os 26 
princípios da Declaração de Estocolmo. 
De uma forma mais objetiva, foi elaborado um plano de ação englobando os 
recursos naturais, direitos humanos, desenvolvimento sustentável e normas de meio 
ambiente em cada país. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
http://vimeo.com/unep
 
 
 
 
1.3.2. Comissão de Brundtland – 1984 
 
 
O ano de 1984, em Genebra, assinalou mais uma marcante Conferência 
organizada pela ONU. O fato mais marcante foi a publicação do relatório da 
Comissão Brundtland. 
No relatório constavam questões referentes à população, alimentação, 
segurança, saúde, energia, indústria e uma ampla variedade de desafios urbanos. 
Conclui-se que problemas referentes ao estado degradado do planeta são ligados 
aos problemas sociais das populações. 
O relatório, o tempo todo, reforça alguns componentes, como se pode ver: 
 
“se o desenvolvimento econômico aumenta a vulnerabilidade às crises, ele 
é insustentável. Uma seca pode obrigar os agricultores a sacrificarem 
animais que seriam necessários para manter a produção dos anos 
seguintes. Uma queda nos preços pode levar os agricultores e outros 
produtores a explorarem excessivamente os recursos naturais, a fim de 
manter rendas. Mas pode-se reduzir a vulnerabilidade usando tecnologias 
que diminuam os riscos de produção, dando preferência a opções 
institucionais que reduzam flutuações de mercado e acumulando reservas, 
sobretudo de alimentos e divisas... Mas não basta ampliar a gama das 
variáveis econômicas a serem consideradas. Para haver sustentabilidade, é 
preciso uma visão das necessidades e do bem-estar humano que incorpora 
variáveis não econômicas, como educação e saúde, água e ar puros e a 
proteção das belezas naturais. Também, é preciso eliminar as limitações 
dos grupos menos favorecidos, muitos dos quais vivem em áreas 
ecologicamente vulneráveis” (RELATÓRIO BRUNDTLAND, 1991,p. 57). 
 
 
1.3.3. Protocolo de Montreal – 1987 
 
 
Temos como herança desse encontro o tratado conhecido como Protocolo 
de Montreal para Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio. A partir dessa 
ratificação obtivemos melhorias nas práticas de construção e em substâncias que 
retardam o fogo e que compõem materiais de limpeza, pois exigiu a extinção gradual 
dos CFCs (clorofluorcarbonos), que agrediam e destruíam a camada de Ozônio. 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
 
 
 
 
1.3.4. Cúpula da Terra do Rio de Janeiro (ECO-92) – 1992 
 
 
FIGURA 03: EMBLEMA DA ECO-92 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-
rio20/conferencia-rio-92-sobre-o-meio-ambiente-do-planeta-desenvolvimento-sustentavel-dos-
paises.aspx>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
O Brasil foi palco de encontro para 179 governos participantes da 
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Foram 
gerados cinco relatórios: 
• Declaração do Rio; 
• Agenda 21; 
• Declaração dos Princípios das Florestas; 
• Convenção sobre Diversidade Biológica; 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
 
• Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. 
 
Podemos destacar como maior relevância a Agenda 21. O documento está 
estruturado em quatro seções com subdivisão de 40 capítulos, destacando: 
• Dimensões econômicas e sociais; 
• Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento; 
• Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações 
propostas; 
• A aceitação do formato e conteúdo da Agenda. 
 
Ficou determinado que cada país é responsável pela sua Agenda 21. No 
Brasil a entidade representativa e que centraliza as discussões é a CDPS (Comissão 
de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional). A Agenda 
21 no Brasil estipula como premissas a inclusão social, a sustentabilidade, as ações 
prioritárias da Agenda 21 brasileira são o desenvolvimento sustentável como 
premissa para a conservação ambiental, justiça social e crescimento econômico. 
 
 
1.3.5. Protocolo de Quioto – 1997 
 
 
Foi ratificado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas (UNFCCC). Exigiu que os países efetivassem o comprometimento com a 
redução dos gases de efeito estufa, incluindo o Dióxido de Carbono (CO2). 
A redução da emissão dos gases, proposta no Protocolo de Quioto, acaba 
refletindo diretamente na construção de edificações, já que na extração, manufatura 
e transporte dos insumos são gerados altos contingentes de Dióxido de Carbono. 
O ano de 2005 foi determinado como a data de implantação e 141 países 
assim o ratificaram, com o compromisso de reduzir suas emissões de gases que 
contribuíam com o efeito estufa. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
 
 
 
 
1.3.6. Cúpula da Terra de Johanesburgo (Rio + 10) – 2002 
 
 
FIGURA 04: EMBLEMA DA CÚPULA DA TERRA DE JOANESBURGO 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/meio-ambiente/iniciativas/acordos-
globais/print>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
Essa foi a quarta Conferência que aconteceu a partir da Conferência de 
Estocolmo, realizada em Johanesburgo, na África do Sul. 
A Cúpula reconheceu a tríplice conceitual estabelecida em 1992: o 
desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a proteção ambiental. 
Um fato marcante foi que os Estados Unidos não compareceram à 
Conferência. 
Entre os principais avanços destaca-se a importância do desenvolvimento 
sustentável e a construção sustentável para os países menos desenvolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
 
 
 
1.3.7. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – Bali – 
2007 
 
 
Entidades não Governamentais e 180 Representações Governamentais 
participantes do evento de 1997 em Quioto voltaram a se reunir para discutirem 
propostas internacionais com o intuito de diminuir emissões de carbono seguindo o 
Tratado de Quioto. 
 
 
1.3.8. Protocolo de Quito – 2012 
 
 
No dia 08 de dezembro de 2012, no Catar, 194 países reafirmaram o 
Protocolo de Quioto, prorrogando por mais oito anos o compromisso estabelecido 
em 2002. O grande saldo negativo e preocupante é que os grandes poluidores não 
se fizeram presentes, sendo que Japão, Rússia, Canadá, Nova Zelândia e EUA são 
as nações contrárias ao Protocolo. Japão, Rússia e Nova Zelândia participaram, 
mas não assinaram o termo de compromisso, ao passo que o Canadá retirou-se e 
os EUA não participaram. O caso do EUA é bastante pontual, pois não ratificaram o 
compromisso nem se quer no primeiro encontro. Restou a Austrália, União Europeia 
e mais alguns países do eixo europeu que se comprometeram, porém representam 
apenas 15% do total de contribuição de poluentes lançados no meio ambiente. 
(FONTE: Disponível em: <http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas-
decisoes-sobre-o-clima-1576645>. Acesso em: 08 jun. 2013). 
 
É de comum conhecimento que é muito pouco e em 2014 haverá uma 
revisão quanto às metas a serem traçadas. Até essa data, as Nações Unidas 
pretendem ter um tratado climático mundial que envolva também os países em 
desenvolvimento e não só os do eixo dito desenvolvido. Sendo assim países como a 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas-decisoes-sobre-o-clima-1576645
http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas-decisoes-sobre-o-clima-1576645
 
China, Índia e Brasil terão de assumir compromissos de redução de emissão de 
CO2 no planeta. 
 
 
1.4. IMPACTOS CAUSADOS PELA OCUPAÇÃO HUMANA 
 
 
Toda e qualquer ocupação feita pelo homem gera impactos diretos nos 
ecossistemas que são subjugados. Sempre que acontece o estabelecimento de uma 
edificação em uma área qualquer, todas as atividades que são desenvolvidas 
acarretam algum tipo de consequência direta nas condições naturais da zona de 
implantação. A verdade é que o microclima local acaba sendo alterado em virtude 
das alterações que são feitas na flora, fauna e incidência de recursos naturais 
peculiares da região que sofreu a intervenção. 
Os movimentos de terra realizados em escavações e terraplanagens, e a 
derrubada de espécies vegetais, são dois processos que deveriam passar por 
análise e concessões municipais antes de serem realizadas. Infelizmente não 
existem regras claras que impeçam a ação indiscriminada do ser humano em todos 
os municípios, por meio de secretarias específicas para tal fiscalização. O ideal é 
que todo empreendimento novo a ser implantado pudesse passar por uma análise 
de seu impacto ambiental, para que as medidas necessárias pudessem ser tomadas 
na minimização ou em alguns casos a inviabilização do mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
 
 
FIGURA 05 – RETIRADA DE VEGETAÇÃO FIGURA 06 – ESCAVAÇÃO 
 
FIGURA 05 - FONTE: Disponível em: <http://www.fatimadosul.ms.gov.br>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
FIGURA 06 - FONTE: Disponível em: <http://www.umarizal.com>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
Não só durante o processo de estabelecimento do empreendimento que 
acontecem as agressões ao meio ambiente, é durante a execução dele que vamos 
verificar um alto índice de poluição, causados pelos resíduos de obra. É durante 
essa etapa que são constatadas igualmente o descarte de recursos naturais e falta 
de bom senso em sua utilização. 
 
 
FIGURA 07 – RESÍDUOS DE OBRA FIGURA 08 – DESPERÍCIO DE ÁGUA 
FIGURA 07 - FONTE: Disponível em: <http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa-
sustentavel/page/5/>. Acesso em: 08 jun. 2013. FIGURA 08 - FONTE: Disponível em: 
<http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ana-lanca-edital-para-gestao-da-agua-na-construcao>. 
Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
http://www.fatimadosul.ms.gov.br/
http://www.umarizal.com/
http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa-sustentavel/page/5/http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa-sustentavel/page/5/
http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ana-lanca-edital-para-gestao-da-agua-na-construcao
 
Para a realização das atividades no canteiro de obras são necessários 
equipamentos e insumos para que os trabalhadores possam constituir os diversos 
elementos construtivos. Se pensarmos que toda a matéria-prima que entrou na obra 
passou pelo processo de extração, manufatura e transporte até chegar ao local de 
sua utilização, chegaremos à conclusão de que os diversos processos geraram de 
alguma forma e em uma determinada intensidade, um percentual significativo de 
poluição no planeta. 
 
 
FIGURA 09 – EXTRAÇÃO DE MADEIRA FIGURA 10 – POLUIÇÃO 
 
FIGURA 09 - FONTE: Disponível em: 
<http://www.colheitademadeira.com.br/informativos/270/extracao-de-madeira-shovel-logging.html>. 
Acesso em: 08 jun. 2013. FIGURA 10 - FONTE: Disponível em: 
<http://www.brasilescola.com/biologia/poluicao.htm>. 
Acesso em: 08 ago. 2013. 
 
 
Finalizado o processo de execução do imóvel, começa uma nova etapa 
dentro das consequências da ocupação humana. Uma vez habitando ou utilizando o 
imóvel, o homem passa a gerar resíduos que agridem o local em que está 
estabelecido e também os possíveis destinos dados a esse lixo. Outro fator negativo 
é o desperdício dos recursos naturais, bem como a falta de políticas de reutilização 
ou reaproveitamento dessas fontes naturais. Na imagem a seguir podemos ver um 
protótipo que serve de modelo para uma residência, em que são potencializados o 
uso inteligente e reaproveitamento de recursos naturais, tais como: captação de 
energia solar, utilização da água da chuva para fins específicos, tratamento de 
esgoto, separação de resíduos, etc. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
http://www.colheitademadeira.com.br/informativos/270/extracao-de-madeira-shovel-logging.html
http://www.brasilescola.com/biologia/poluicao.htm
 
 
 
FIGURA 11 – MODELO DE RESIDÊNCIA SUSTENTÁVEL 
 
FONTE: Disponível em: <http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c-
5691ee56d6ec/page000.aspx>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
1.5. SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
Ao fazermos uma análise criteriosa da demanda de energia e os impactos 
gerados pelo setor da construção civil no meio ambiente, vamos nos deparar com 
índices preocupantes e passíveis de reflexão. 
Segundo alguns dados levantados, os percentuais a cerca de dados 
relacionados à construção civil podem ser resumidos nos seguintes itens 
(SINDUSCON-SP, 2009): 
• A construção civil consome 40% dos recursos naturais e da energia 
produzida; 
• São consumidos 34% da água disponível nos processos construtivos; 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c-5691ee56d6ec/page000.aspx
http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c-5691ee56d6ec/page000.aspx
 
• Os processos construtivos consomem 55% da madeira não certificada; 
• São gerados 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos; 
• São gerados 50% do volume total de resíduos. 
 
Dentre as tipologias construtivas, pode-se subdividir quanto à geração de 
resíduos sólidos: 
• Reformas: 59% de contribuição; 
• Residências novas: 20% de contribuição; 
• Prédios novos: 21% de contribuição. 
 
Outro dado relevante diz respeito ao consumo de energia elétrica para 
sustentação dos três setores da economia, na seguinte ordem: 
• Indústria: 25% de consumo; 
• Transportes: 25% de consumo; 
• Construção civil e operações das edificações: 50% do total de 
consumo. 
 
De posse de números tão reveladores, já é passada a hora de adotar uma 
postura diferente em relação aos processos construtivos. Passa pelos profissionais 
envolvidos nas etapas de projeto a primeira atitude de remediar a atual situação em 
que nos encontramos. A partir de um projeto melhor pensado, uma especificação 
criteriosa de materiais e técnicas construtivas e compromissos de sustentabilidade é 
que poderemos ir de encontro a uma realidade que já afeta nosso presente e 
compromete as gerações futuras. 
A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho 
Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições 
apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável: 
• Aproveitamento de condições naturais locais; 
• Utilização mínima de terreno e integrar-se ao ambiente natural; 
• Implantação e análise do entorno; 
• Não provocar, ou reduzir impactos no entorno – paisagem, 
temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; 
• Qualidade ambiental interna e externa; 
• Gestão sustentável da implantação da obra; 
• Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; 
• Uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do 
processo; 
• Redução do consumo energético; 
• Redução do consumo de água; 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
 
• Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; 
• Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; 
• Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo. 
(CÂMARA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO/FEDERAÇÃO DAS 
INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2008, p.15). 
 
 
2 INTRODUÇÃO A ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
FIGURA 12 – PROJETOS DE ARQUITETURA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-
motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/>. 
Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
O processo criativo e diretivo de um projeto civil seja residencial unifamiliar 
ou multifamiliar, industrial, comercial, público ou corporativo, é realizado pelo 
arquiteto. É esse o profissional que dá início ao processo de concepção de um novo 
empreendimento na construção civil. Capacitado pelo período de estudos e 
conhecimentos adquiridos é ele que deve estudar o local de implantação, analisar os 
condicionantes e a partir de uma correta implantação, propor uma intervenção que 
esteja dentro de parâmetros que potencializem as premissas de prevenção e 
minimização dos impactos nocivos ao ambiente. 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/
http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/
 
Junto desse profissional trabalham outros técnicos que são os engenheiros 
civis, engenheiros mecânicos, topógrafos, técnicos em edificações, estudantes e 
trabalhadores da construção civil. Todavia, a cadeia é formada por diversos setores 
da sociedade e todos eles têm uma parcela de compromisso dentro da temática. 
 
 
FIGURA 13 – INTEGRANTES DA CADEIA CONSTRUTIVA 
 
 
FONTE: Imagem própria do autor (Arq. Fabiano Volpatto). 
 
 
2.1 MUDANÇAS E PARADIGMAS 
 
 
O ambiente do setor da construção civil apresenta alguns paradigmas que 
estão encrustados nos modelos de gestão e execução dos empreendimentos. É 
sabido que a construção civil é um setor da cadeia produtiva em que ainda 
predomina a base manufatureira, sendo um tanto quanto, ainda artesanal na maioria 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
 
das atividades. Esse atraso em relação ao setor da indústria tem como fatores 
principais: 
• Condições de trabalho severas e nas mais diversas situações 
adversas; 
• Mão de obra sem especialização; 
• Baixa produtividade da mão de obra; 
• Ausência de tecnologias adequadas aos processos construtivos; 
• Variedade de insumos e recursos que dificultam uma integração 
na execução das tarefas; 
• Tecnologias retrógradas e ultrapassadas; 
• Falta de comprometimento para evitar o desperdício que atinge 
patamares muito altos. 
 
A preocupação com a extensão dos danos causados pelo homem, e 
também com a sua reparação, assim como com projetos de que causem menor 
impacto ambiental só adquiriram importância muito recentemente. Por isso mesmo, 
os estudos e teoriasdesenvolvidos, bem como as novas práticas que passaram a 
ser adotadas, por serem novas, não permitem o claro entendimento de muitos dos 
termos frequentemente utilizados e, principalmente, o significado destes quando 
aplicados a intervenções urbanas e arquitetônicas (SATTLER, 2007). 
Temos muito caminho a percorrer no sentido de consertar os estragos 
realizados ao longo dos anos em virtude das interferências nocivas no meio 
ambiente. Infelizmente, só fomos nos dar conta dos prejuízos quando as 
consequências se mostraram evidentes e o mal bateu a nossa porta. Independente 
das práticas serem recentes, a mudança de postura e quebra de paradigmas deve 
acontecer gradualmente sem prorrogação de prazos. 
A incorporação de práticas sustentáveis na construção civil é uma tendência 
que cresce no mercado. Adotar essa política é inevitável, a tal ponto que já se 
registram exigências postuladas pelos consumidores, investidores e governos junto 
ao setor da construção civil, pressionando para que aconteça uma mudança na 
gestão dos empreendimentos visando à sustentabilidade na cadeia produtiva. 
Qualquer empreendimento que vise à sustentabilidade deve atender de uma forma 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
 
equilibrada sua adequação ambiental dentro de uma viabilidade econômica, com 
justiça social e respeito à cultura local. 
Na verdade, muitos dos conceitos presentes nas cartilhas que pregam uma 
adesão aos conceitos de sustentabilidade são bastante óbvios e o bom senso nos 
traz a coerência das práticas a serem respeitadas. Algumas atitudes são simples e 
exigem somente um pouco de sanidade e sensibilidade por parte de todos os 
envolvidos na concepção e uso dos imóveis. Podemos pontuar: 
• Utilizar com cautela e de maneira inteligente todas as formas de água; 
• Dar preferência à utilização de recursos energéticos renováveis; 
• Reduzir o uso de materiais de construção, e entre os disponibilizados 
pelo mercado, optar pelos que possuam certificação ambiental; 
• Quando construir, buscar maximizar a durabilidade da edificação, 
assim como, nas novas construções, fazendo uso de materiais já usados 
anteriormente e minimizar perdas. 
 
 
2.1.1 Os sistemas de certificações 
 
 
FIGURA 14 – SELO U.S. GREEN BUILDING COUNCIL 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes-
brasileiras-em-2012/>. Acesso em: 10 jun. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes-brasileiras-em-2012/
http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes-brasileiras-em-2012/
 
Outra tratativa a cerca da busca por menores agressões ao meio ambiente e 
regulamentações que propiciem o estabelecimento de empreendimentos voltados à 
preservação do planeta, foram as certificações ambientais para projetos e execução 
de imóveis. 
Os sistemas de certificação não são iguais às ferramentas de avaliação de 
desempenho, impacto ambiental ou ciclo e vida, ainda que o processo possa 
fornecer avaliações de impacto e outros dados pertinentes de importância relevante 
a respeito das edificações avaliadas (BURKE; KEELER, 2010). 
Alguns itens que são observados, de uma forma geral, pelos diversos 
organismos que fornecem os selos das certificações, levam em conta: 
• Uma melhor e coordenada compactação urbana, diversidade dos usos 
e redução de deslocamentos da população; 
• Relação harmoniosa do edifício com o seu entorno de inserção; 
• Prédios com conforto ambiental e eficiência energética; 
• Escolha integrada dos processos e dos materiais construtivos; 
• Consumo inteligente dos recursos em geral; 
• Desenho funcional da edificação; 
• Sistemas de coleta e tratamento de água e esgoto; 
• Políticas e posturas para reduzir a geração de resíduos; 
• Projetos com modularidade, detalhamentos e padronizações; 
• Adequação ao uso e vida útil da edificação; 
• Adaptabilidade às mudanças de uso e desconstrução; 
• Organização e setorização de acessos; 
• Preparo da edificação para o envelhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
 
 
FIGURA 15 – SELO AQUA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos-
ambientais-na-hotelaria.html>. Acesso em: 10 jun. 2013. 
 
 
Vejamos na tabela a seguir, onde levantamos um breve histórico dos 
principais métodos de certificação existentes, incluindo os três sistemas que estão 
presentes no Brasil em nossa atualidade: 
 
 HISTÓRICO DAS CERTIFICAÇÕES 
Selo Ano - País Significado 
BREEAM 1990 – Inglaterra Building Research Establishment 
Environmental Assessment Method 
LEED 1998 - EUA Leadershipin Energy and Environmental 
Design 
HQE 2002 – França Haute Qualité Environnementale 
CASBEE 2002 – Tóquio Comprehensive Assessment System for 
Building Environmental Efficiency 
AQUA 2007 – Brasil Alta Qualidade Ambiental 
PROCEL/ 2008 – Brasil 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos-ambientais-na-hotelaria.html
http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos-ambientais-na-hotelaria.html
 
Edifica 
Selo Casa 
Azul/CEF 
2010 - Brasil 
FONTE: Tabela própria do autor (Arq. Fabiano Volpatto). 
Acesso em: 08 ago. 2013. 
 
 
Ao analisarmos os sistemas e interpretar sua abrangência e resultados 
obtidos, podemos elencar três grupos principais que se enquadram dentro dos 
beneficiários quando aplicamos a certificação por um selo. Temos o 
empreendimento em si quanto à consciência ambiental, a sua valorização 
econômica, os empreendedores e os usuários. 
Tabulando os imóveis, que formalizaram a intensão e obtiveram algum dos 
selos, por meio de pesquisas de mercado encontraremos a constatação de que o 
valor agregado e a preferência pelo consumidor potencializam a escolha por 
empreendimentos sustentáveis. “Os consumidores afirmam que trocariam de 
fornecedor se um produto fosse certificado e que optariam pela compra de tal 
produto” (AEA, 2013, p. 55). Estatísticas imobiliárias, nos grandes centros de 
atuação dos organismos de certificação, determinam um incremento nas vendas de 
produtos voltados à construção sustentável. 
 
Benefícios obtidos por meio dos sistemas de avaliação para o setor da 
construção civil: 
• Obtenção de prêmio aos empreendimentos que apresentam as 
melhores práticas ambientais do setor; 
• Obriga e potencializa o aperfeiçoamento dos projetos; 
• Capacita a possibilidade de efetuar comparações entre as atuações e 
empreendimentos; 
• Melhora a imagem do setor agregando pontos positivos a uma área de 
atuação que apresenta falhas e atrasos tecnológicos; 
• Alavanca iniciativas e estímulos ao mercado de produtos sustentáveis; 
• Serve de base e inspiração para a criação de legislações e normas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
 
 
Benefícios aos empreendedores e usuários: 
• Qualidade de vida; 
• Conforto interno e ambientes com saúde; 
• Despesas de manutenção reduzidas e em alguns casos eliminadas; 
• Patrimônio não perde valor de mercado com o passar do tempo, 
podendo ainda se valorizar; 
• A questão de ser sustentável e ecologicamente correto oportuniza um 
diferencial de negócio e consequente valorização imobiliária; 
• Auxílio ao planeta com menor impacto ambiental e social; 
• Órgãos ambientais e comunidades mais afinadas no relacionamento; 
• Desenvolvimento de consciência ambiental. 
 
As certificações presentes e atuantes no Brasil são: LEED, AQUA, Procel 
Edifica e mais recentemente o Selo Casa Azul/CEF. 
Dados estatísticos colocam o Brasil entre os países que detêm o maior 
número de empreendimentos certificados com algum selo entre todas as nações do 
mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
 
 
FIGURA 16 – SELO PROCEL 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html>. Acesso em: 10 jun. 2013. 
 
 
Vamos ver alguns exemplos de cada um das certificações, sendo o primeiro 
de duas torres no estado de São Paulo. O empreendimento é certificado com o selo 
GBC – Green Building Council - com o LEED na categoria Gold. Para a obtenção da 
certificação foram atendidos quatro critérios: redução do consumo de energia e dos 
custos operacionais e de manutenção; diminuição do uso de recursos ambientais 
não renováveis; melhora da qualidade do ar interno do edifício; melhora da 
qualidade de vida e da saúde dos usuários otimizando a qualidade do ambiente 
construído. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html
 
 
 
FIGURA 17 – TORRES ROCHAVERÁ: CERTIFICAÇÃO LEED 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.metodo.com.br/imprensa/noticias/68/Rochavera-recebe-
certificacao-LEED.aspx>. Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
O processo Selo Casa Azul/CEF traz como exemplo um empreendimento 
habitacional com 171 unidades habitacionais em uma área de revitalização e 
urbanização de favelas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
 
 
 
FIGURA 18 – LEROY MERLIN LONDRINA: CERTIFICAÇÃO SELO CASA 
AZUL/CEF 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao/noticias/?p=23360>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
Um exemplo de certificação AQUA que atingiu todos os quesitos com 
graduações distintas foi o empreendimento comercial Leroy Merlin Londrina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao/noticias/?p=23360
 
 
 
FIGURA 19 – LEROY MERLIN LONDRINA: CERTIFICAÇÃO AQUA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://promoview.com.br/parana/238328-leroy-merlin-chega-a-londrina/>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
Seguindo, vamos ter abaixo um exemplo de certificação pelo processo 
INMETRO/Eletrobrás do selo Procel/Edifica. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
http://promoview.com.br/parana/238328-leroy-merlin-chega-a-londrina/
 
 
 
FIGURA 20 – FATENP: CERTIFICAÇÃO PROCEL-EDIFICA 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.abrinstal.org.br/eventos/realizados/ws2011nov_apres_lamberts.pdf>. Acesso em: 11 jun. 
2013. 
 
 
2.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 
 
 
Um empreendimento que atenda a princípios de sustentabilidade deve 
respeitar algumas diretrizes que dizem respeito não só ao projeto e sua consequente 
execução, mas também o estudo de viabilidade e implantação na área determinada 
para sua localização. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
http://www.abrinstal.org.br/eventos/realizados/ws2011nov_apres_lamberts.pdf
 
 
 
2.2.1 A implantação 
 
 
O estudo da área em que o empreendimento será executado possui 
características em relação a sua topografia, flora, fauna e microclima próprio. Se 
levarmos em consideração que existem ecossistemas estabelecidos no local, toda e 
qualquer alteração ou intervenção na área gerará consequências que podem 
determinar até a extinção do mesmo. 
No caso de existirem vegetações de espécies nativas sobre o terreno, 
sempre o primeiro caminho é respeitar a sua geografia, e então tirar partido para 
compor o espaço edificado com as áreas de paisagismo. 
Na eventualidade de necessitar efetuar a retirada, sempre obedecer aos 
processos de licenças ambientais fornecidas pelas entidades municipais e 
estaduais, prevendo o seu replantio em outra área. 
A topografia original do terreno pode apresentar áreas com aclive, declive ou 
planicidade em relação a sua locação no contexto urbano. O ideal seria locar o 
empreendimento respeitando a topografia original do terreno. A retirada de material 
para implantar a edificação pode ser necessária, porém sempre se faz conveniente a 
utilização na própria área do material excedente. Escavações e aterros sempre 
agridem o local de forma considerável, portanto quanto menor a alteração, melhor o 
ecossistema se adapta ao novo contexto. 
Vejamos no exemplo a seguir uma residência implantada em um terreno 
com aclive. A disposição e volumetria da edificação seguiu a diferença de alturas 
que o terreno apresentava. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
 
 
FIGURA 21 – CASA EM TERRENO COM ACLIVE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/74900/casa-am-arte-urbana-arquitetos/>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
2.2.2 Os acessos 
 
 
A questão da acessibilidade passa por um primeiro estágio quando se 
estabelece a logística do canteiro de obras. Nesse interim deve se ater ao propósito 
de lançar os postos de trabalho, bem como o almoxarifado e depósito de materiais, 
para que as tarefas possam acontecer sem que os operários despendam tempo e 
trajetos desnecessários. Uma vez bem dispostos os materiais e equipamentos a 
serem utilizados, potencializa-se a economia de material e o desperdício, grande 
chaga da construção civil, é reduzido consideravelmente. Um layout bem pensado 
ajuda o desenvolvimento operacional como um todo. 
Quando falamos na acessibilidade em nível projetual é inevitável que 
atentemos para que todos tenham seu direito garantido de ir e vir, seja da área 
externa para o interior da habitação, ou pelos espaços internos dos prédios. Existe 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
uma norma específica da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que 
regulamenta as exigências nessa área, que é a NBR 9050:2005 – Acessibilidade a 
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 
 
 
FIGURA 22 – ACESSIBILIDADE 
 
FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3674>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
Alguns pontos relevantes para o cumprimento dessa diretriz são: 
 Vias e equipamentos urbanos adequados aos portadores de 
deficiência, tais como travessias, rebaixos de calçadas, sinalização tátil, etc.; 
 Respeito a larguras adequadas dos acessos, portas e corredores; 
 Presença de rampas e elevadores em desníveis, além de escadas; 
 Dimensões dos ambientes de uso comum, tais como banheiros, que 
permitam a locomoção de cadeirantes. 
 
 
2.2.3 O projeto e as considerações bioclimáticas 
 
 
O homem sempre buscou nas habitações, desde as mais rudimentares no 
começo da história, até os dias atuais, a proteção contra as intempéries e a própria 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3674
 
sobrevivência contra agentes externos. Ainda que a habitação forneça a proteção 
básica, é impreterível que em seu interior possamos encontrar as condições 
necessárias para uma habitabilidade com conforto. Conforto esse, que se refere a 
ambientes que tenham boa condição térmica, acústica e lumínica. 
Quando falamos em gestão energética levamos em conta o conforto humano 
que é determinado pelo clima interno e as características da arquitetura dos 
espaços. As características climáticas são determinadas pela presença de 
vegetação, ventos, topografia, água, incidência solar, etc. 
Uma vez pontuadas as características do clima e sua influência, estamos 
munidos de informações para buscarmos as melhores alternativas de projeto para a 
adoção de métodos e elementos de construção. Os estudos das formas, dimensões 
e funções dos espaços em conjunto com a influência dos recursos naturais 
determinam a eficiência energética e o conforto que é propiciado pelo 
empreendimento. Dentre algumas posturas estão: 
• Preferência pela luz natural ao invés da luz artificial; 
• Sempre que possível estabelecer a posição das aberturas para permitir 
que aconteça a ventilação cruzada nos ambientes; 
• Aproveitar a luz solar para aquecer os ambientes nas temporadas de 
frio e criar elementos que barrem a entrada dela em temporadas de calor; 
• Emprego da vegetação para criar ambientes comsombreamento e 
consequente amenização do calor, seja por tetos verdes ou paredes protegidas; 
• Proteção contra ruídos tirando partido da vegetação ou topografia do 
terreno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
 
 
FIGURA 23 – TELHADO VERDE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e-
paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
FIGURA 24 – VENTILAÇÃO CRUZADA 
 
FONTE: Disponível em: <http://giodas.blogspot.com.br/2011/08/sustentabilidade-na-arquitetura.html>. 
Acesso em: 12 abr. 2013. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e-paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/
http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e-paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/
 
 
 
2.2.4 Gestão da água 
 
 
Inevitável que o proceder na utilização desse recurso, que já é escasso em 
algumas regiões do planeta, seja o mais racional possível. Dentre as medidas mais 
salutares está à geratriz de todas, que é a economia e parcimônia na utilização da 
água potável. Além disso, podemos destacar: 
• Emprego de equipamentos que visem à economia e que evitem o 
desperdício; 
• Captação e acondicionamento da água da chuva para 
reaproveitamento em funções que não exijam a água potável, tais como: irrigação, 
lavagens externas, descarga de bacias sanitárias, etc.; 
• Possibilidade de reaproveitamento das águas provenientes dos 
esgotos por meio de unidades de tratamento; 
• Separação de hidrômetros em condomínios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
 
 
FIGURA 25 – CAPTAÇÃO E ACÚMULO DA ÁGUA DA CHUVA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ecocasa.com.br/aproveitamento-de-agua-de-chuva.asp>. 
Acesso em> 12 abr. 2013. 
 
 
2.2.5 Especificação de materiais e escolha de técnicas construtivas 
 
 
As características da região devem determinar a especificação de materiais 
e técnicas construtivas. 
A sustentabilidade passa também pela opção de insumos que estejam 
próximos ao seu local de utilização, pois dessa forma minimizam a energia 
despendida para seu transporte. 
Da mesma forma o emprego de técnicas construtivas presentes no meio 
minimizam o desperdício e patologias pela possível falta de treinamento da equipe 
de trabalho. 
A consequência direta desse tipo de postura é uma obra mais qualificada e 
com menos patologias, aumentando assim a vida útil da edificação. E é justamente 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
esse o propósito da construção sustentável: reduzir desperdício e aumentar a vida 
útil da edificação. 
A escolha do material construtivo passa pela análise do seu ciclo de vida, 
ressaltando a importância da avaliação dos impactos causados desde a extração à 
produção, utilização e posterior descarte. 
Os materiais corretos são determinados por algumas premissas: 
• Atendimento às certificações ambientais vigentes; 
• Em sua extração e manufatura eliminar baixos índices de CO2; 
• Menor geração de resíduos sólidos na fase de construção; 
• Menor devastação de vegetação na sua extração; 
• Menor demanda de energia e água em suas fases de manufatura e 
posterior utilização; 
• Maior possibilidade de reutilização no final de seu ciclo de vida. 
 
Na fase de construção, é indispensável que tenhamos uma condição de 
durabilidade e possibilidade de reutilização dos materiais. Essa condição de 
desmontagem passa pela modulação de peças e facilidade de reagrupamento em 
um novo destino dado ao material. 
O final ideal, na cadeia do processo da vida de um material, é que os 
resíduos possam ser incorporados na produção de novos materiais ou edificações. 
Igualmente que elementos construtivos possam se adaptar e serem 
reutilizados em outros fins ou em outros empreendimentos, valorizando assim sua 
durabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39

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