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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA, CAMPUS VITÓRIA DA CONQUISTA PABLO OLIVEIRA SANTOS RAPHAEL AUGUSTO CARVALHO BACELAR RODRIGO FRUTUOSO DOS SANTOS VALDEIR ANDERSON FERREIRA COSTA WANDERSON ALVES DA SILVA TRANSMISSOR FM: FATORES QUE DIFEREM A PRÁTICA DA TEORIA EM SUA CONSTRUÇÃO. Vitória da Conquista 2019 PABLO OLIVEIRA SANTOS RAPHAEL AUGUSTO CARVALHO BACELAR RODRIGO FRUTUOSO DOS SANTOS VALDEIR ANDERSON FERREIRA COSTA WANDERSON ALVES DA SILVA Trabalho apresentado à disciplina de Eletromagnetismo do curso de Engenharia Elétrica do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Campus Vitória da Conquista, tendo caráter avaliativo da unidade. Professor: Dr. Kenedy Marconi Geraldo dos Santos. Vitória da Conquista 2019 1. Resumo Este artigo apresenta a montagem de um circuito elétrico de transmissão de rádio FM na placa de circuito impresso com o intuito de verificar as diferenças da prática para a teoria e de expor as dificuldades de sua montagem. Assim, foi feito um estudo no intuito de entender os possíveis erros ocorridos durante o processo de montagem, visando solucioná-los. Deste modo, foi possível verificar e comprovar as diferenças entre a teoria e a prática na construção de dispositivos. 2. Introdução Capacitores e indutores são elementos de circuitos elétricos que trabalham com tensões e correntes que variam com o tempo, como os resistores, porém ao invés de dissipar energia eles são os que absorvem e fornecem energia. Assim, a energia absorvida fica armazenada como campo elétrico ou magnético. Desse modo, são uns dos elementos mais antigos e mais utilizados. Desta forma, o capacitor é um dispositivo que armazena a energia em forma de campo elétrico e seu formato consiste em duas placas condutoras separadas por um material não condutivo, chamado de dielétrico, com cargas de pólos contrários. Assim, ela é medida através do quociente entre a quantidade de carga (Q) e a diferença de potencial (V) existente entre as placas do capacitor. Por outro lado, o indutor é essencialmente um condutor enrolado em forma helicoidal. Pode ser enrolado de forma auto sustentada ou sobre um determinado núcleo. A unidade de medida da indutância é o henry. Também temos os submúltiplos, onde os mais comuns são o milihenry, microhenry e o nanohenry. Em relação ao seu funcionamento, quando uma corrente circula por esse dispositivo aparece um campo magnético ao redor dele induzida no indutor devido ao seu próprio campo. Deste modo, os indutores também acumulam energia no campo magnético, sendo que essa energia só depende da indutância e da corrente elétrica que circula pelo indutor. Além disso, neste artigo é descrito o processo de fabricação de um circuito transmissor FM, assim como todo o referencial teórico envolvido no processo. Um dos pontos chaves envolvidos no desenvolvimento do trabalho é o circuito RLC, sendo que, (R designa uma resistência, L uma indutância e C um capacitor). Este tipo de circuito elétrico é oscilante por excelência e sua simplicidade permite controlar facilmente os parâmetros que caracterizam o seu funcionamento. Explanando os termos conceituais, um transmissor é um componente eletrônico que através de uma antena envia os sinais eletromagnéticos para um receptor. Desta forma, um transmissor de rádio permite que pessoas consigam entrar em contato com outras que possuem equipamentos receptores sintonizados na mesma frequência. Dentre os componentes pertencentes ao transmissor, podemos destacar o amplificador de áudio, oscilador, amplificador de RF, e a antena. Para explicar o funcionamento de um transmissor é fundamental entendermos os conceitos de onda de rádio, que condiz com a movimentação de corrente elétrica em fios condutores produz perturbações de natureza eletromagnética que podem se propagar pelo espaço. Estas ondas se propagam com a mesma velocidade da luz (que também é uma onda eletromagnética), ou seja, 300.000 quilômetros por segundo. Estas ondas se propagam em linha reta, mas podem mudar de trajetória ligeiramente quando passam de um meio de maior densidade para outro de menor densidade (refração) ou quando se refletem em objetos de porte. Neste sentido, o circuito foi projetado utilizando o programa Proteus e sua impressão foi feita num circuito impresso para que houvesse a menor quantidade de interferência possível. Assim, foi feita análises no circuito verificando a aplicabilidade da teoria estudada. A princípio o circuito apresentou algumas falhas de execução, o que levou a equipe a aprofundar os estudos no intuito de solucionar os problemas encontrados. 3. Fundamentação Teórica 3.1 Transmissor Um transmissor consiste em um dispositivo eletrônico que, com auxílio de uma antena propaga um sinal eletromagnético, podendo ser este de rádio, TV e outras telecomunicações. O transmissor de rádio, faz uso de um conjunto de circuitos eletrônicos integrados para transmissão de dados e sinais sonoros como música e voz. Basicamente ele, recebe um sinal sonoro digital ou analógico os converte em ondas eletromagnéticas, as envia para o espaço com auxílio de uma antena e essas ondas são detectadas por equipamentos denominados receptores que estejam sintonizados na mesma frequência de transmissão. 3.1.1 Ondas de Rádio As ondas de rádio se define basicamente em uma movimentação de corrente em fio condutor que causa perturbações eletromagnéticas que podem se propagar pelo espaço, essas perturbações eletromagnéticas apresentam o comprimento de onda maior e frequência menor do que a radiação infravermelha. Estas ondas eletromagnéticas também recebem o nome de onda hertziana, fisicamente apresentam as mesmas características das demais ondas eletromagnéticas. As ondas de radiofrequência propagam-se preferencialmente em linha reta, porém podem sofrer uma refração quando mudam de meio de propagação, ou seja, a mudança de densidade do meio de propagação pode fazer uma pequena mudança na trajetória de tais ondas. Figura 3.1 - Propagação das ondas de rádio. O alcance das ondas hertziana na prática está diretamente ligada a potência e frequência de transmissão, isto ocorre por conta da interação das ondas com alguns fenômenos. Estes fenômenos permitem que ondas curtas com frequências 2 Mhz (mega-hertz) a 30 Mhz sejam capazes de percorrer longas distâncias e ondas de frequências acima de 50 Mhz tenha um alcance limitado pela linha visual. O principal fenômeno causador disso é a presença da ionosfera e da própria curvatura da terra que são capazes de refletir ondas curtas e permitem a passagemde ondas de com frequências mais elevadas, desta maneira um sinal relativamente fraco pode teoricamente dar a volta ao mundo sofrendo reflexões sucessivas e um sinal de transmissor FM (frequência Modulada) potente terá um alcance limitado a linha do horizonte. Porém se pegarmos um transmissor FM de potência relativamente alta e apontarmos para cima tal sinal poderá ser captado em locais como a lua e até Marte, que estão a distâncias bem elevadas isso ocorre por não haver nenhum obstáculo a esse sinal. Figura 3.2 – Alcance de ondas de rádio. Desta forma para curtas distâncias, um transmissor de alta frequência pode ser mais eficiente para transmissão de dados do que os transmissores que operam em baixas frequências. 3.1.1.1 Ondas Moduladas Ondas de baixa frequência sofrem atenuações por conta do ar, isso faz com que as mesmas percorrem distâncias muito curtas, tornando assim ineficientes para transmissão de dados e informações, as ondas de rádio estudadas neste trabalho são exemplo de ondas que emitem uma baixa frequência. Por outro lado, ondas de frequências maiores são capazes de percorrer distâncias maiores, a fim de que os dados possam ser transmitidos por maiores distâncias o sinal de baixa frequência e combinado com um sinal de alta. O sinal que contém as informações é denominado onda moduladora, já a onda de alta frequência que atua que fundida a esse sinal a fim de ampliar o alcance é denominado onda portadora. A onda portadora é adaptada em função das variações presentes na onda moduladora, todo esse processo de fusão das ondas é chamado de modulação e resultado é a onda modulada. Existem dois tipos principais de ondas moduladas, a amplitude modulada (AM) e a frequência modulada FM. Com o nome bem sugestivo observa que as ondas AM têm a amplitude da onda portadora modificada em relação a onda modulada, já a frequência modulada tem como nome sugere a frequência da onda portadora modificada em função da onda modulada. Para transmissão em AM a uma variação de potência para poder modificar a amplitude da onda portadora. Já a transmissão em FM a amplitude permanece constante enquanto a frequência varia, na FM a frequência é quem contém as informações. O sinal de FM é um sinal de maior qualidade, menos sensível a ruídos e interferências, porém de curto alcance e opera na frequência comercial de 88 Mhz a 108 Mhz enquanto o sinal de AM tem um alcance maior, mas a qualidade não é tão boa, por ser muito sensível a interferências operando comercialmente na frequência de 535 Khz (quilohertz) a 1,7 Mhz. 3.1.1.2 Banda de onda de Rádio Tabela 1 - Bandas radioelétricas O que difere uma banda da outra é sua frequência de atuação e seu poder de alcance, estas bandas ainda podem ser classificadas em três grupos ondes a frequências se classificam em baixa, média e alta onde na última contém as ondas curtas de rádio. 3.1.2 Maxwell e Hertz descoberta do rádio Na década de 1870 o físico escocês James Clerk Maxwell formulou a teoria unificada do eletromagnetismo, prevendo também a existência das ondas de rádio. Já em 1886, um físico alemão de prenome Heinrich Hertz usou as teorias do escocês para realizar um experimento que produziu a primeira transmissão de rádio. Hertz fez uso ferramentas comuns, além de uma bobina de indução e jarra de Leyden, que era uma espécie de capacitor. Desta maneira Hertz foi o primeiro a transmitir e receber as ondas de rádio, assim para homenageá-lo a unidade de medida de frequência ficou conhecida como Hertz. Figura 3.3 - Experimento de Hertz. 3.2 Capacitores e capacitância O capacitor é um componente eletrônico capaz de armazenar carga elétrica ao ser conectado a uma fonte de tensão. Dentro do capacitor os terminais são conectados por placas metálicas e essas placas são separadas por um material dielétrico. Os capacitores podem ser encontrados em diferentes materiais, tais como: capacitores cerâmicos, de poliéster, eletrolíticos, variáveis etc. Um material dielétrico é um material isolante que é capaz de se tornar condutor quando submetido a um determinado valor de tensão elétrica. Quando o campo elétrico consegue superar a rigidez dielétrica o material deixa de atuar como um isolante e passa a atuar como um condutor. A capacitância, ou capacitância elétrica, de um capacitor é a grandeza escalar que mede a capacidade de armazenamento de energia elétrica em equipamentos elétricos. A sua unidade é dada em farad e é representada pela letra F. A capacitância de um dado capacitor pode ser calculada através da relação entre a diferença de potencial que atua nas placas do capacitor e a quantidade de cargas elétricas que nele pode ser armazenada. Essa relação pode ser escrita da seguinte forma: q/VC = (3.1) Onde C é a capacitância expressa em farad (F), q é a quantidade de carga elétrica armazenada no capacitor e é medida em coulomb (C) e V é a diferença de potencial (V) existente entre as placas do capacitor. 3.2.1 Capacitores em CC vs capacitores em CA Em circuitos de corrente contínua os elétrons não podem passar diretamente através do dielétrico de uma placa do capacitor para a outra. Quando uma tensão contínua é aplicada a um capacitor a corrente flui para uma das placas e a deixa carregada, enquanto que para a outra placa flui uma corrente de polaridade contrária a primeira placa, carregando-a inversamente. Quando o capacitor atinge o seu limite de cargas a corrente no circuito é nula. Figura 3.4 - Enquanto toda a carga positiva fica em uma das placas do capacitor, as cargas negativas ficam na placa oposta. Em circuitos de corrente alternada cada mudança de tensão ocasiona na carga ou na descarga do capacitor, fazendo com que a corrente consiga fluir. A "resistência" de um capacitor sob efeito da corrente alternada chama-se reatância capacitiva e essa reatância varia de acordo a frequência que atua no capacitor. Essa reatância é dada pela seguinte fórmula: c 1/2πfCX = (3.2) No qual X c é a reatância capacitiva que é dada em ohms (Ω), f é a frequência (Hz) do sinal alternado que atua no capacitor e C é a capacitância medida em farad (F). 3.3 Indutores e indutância O indutor é um componente eletrônico capaz de armazenar a energia criada em um campo magnético gerado através de uma corrente alternada. Um indutor é geralmente construído como uma bobina a partir do enrolamento de um material condutor com um núcleo de material ferromagnético, que tem como função aumentar a indutância concentrando as linhas de campo magnético que fluem no interior das espiras. A indutância tem como unidade de medida o henry (H) e pode ser definida como a capacidadede uma bobina de N espiras em criar o fluxo magnético (ф) com determinada corrente (I) que percorre o circuito. A indutância pode ser escrita como a razão entre o fluxo e a corrente elétrica (I), conforme a equação a seguir: (3.3) NΦ/IL = Onde L é a indutância, N é o número de espiras envolvidas, é o fluxo Φ magnético e I é a corrente envolvida. Quando uma corrente alternada flui por um indutor, uma tensão é induzida. Quando isso acontece em um circuito elétrico o indutor apresenta uma "resistência" a passagem de corrente alternada. Essa "resistência" é chamada de reatância indutiva e pode ser definida por: (3.4)l 2πfLX = Onde XL é a reatância indutiva medida em ohms (Ω), f é a frequência (Hz) do sinal alternado que atua no indutor e L é a indutância dada em henry (H). 3.4 Circuito LC Os circuitos LC na eletrônica comportam-se como ressonadores eletrônicos, sendo utilizados em diversas aplicações tais como osciladores, filtros e misturadores de frequência. O circuito LC é formado por um indutor e um capacitor e é muito utilizado em transmissores sem fio como as comunicações de rádio e são usados tanto para a emissão do sinal quanto para a recepção. Figura 3.5 - Modelo de um circuito LC. Suponhamos que inicialmente o capacitor está carregado. No momento que o indutor é ligado, uma corrente surge no circuito e faz com que a energia acumulada no capacitor seja transferida para o indutor. Como no indutor a corrente não varia instantaneamente, esse processo atinge o seu ponto máximo quando toda a energia do capacitor tiver sido transferida para o indutor. A partir desse momento a energia acumulada no indutor passa a se transferir para o capacitor através do surgimento de uma corrente contrária a corrente inicial. A quarta Lei de Maxwell, a Lei de Faraday-Lenz, juntamente a terceira Lei de Maxwell, a Lei de Ampère-Maxwell, explica como o processo acima é possível. A terceira Lei de Maxwell diz que um campo magnético que varia no tempo cria um campo elétrico que varia no tempo e que um campo elétrico que varia no tempo gera um campo magnético que varia no tempo, ou seja, no circuito LC toda a energia que é armazenada em forma de campo elétrico no capacitor é transformada em corrente elétrica que é transferida para o indutor. A quarta Lei de Maxwell descreve como um campo magnético que varia no tempo induz um campo elétrico. No circuito LC, após o capacitor transferir a energia para o indutor, o indutor irá transformar toda a energia recebida e guardar em forma de campo magnético. Posteriormente o indutor irá induzir uma corrente elétrica contrária a que foi inicialmente recebida e vai carregar novamente o capacitor, fazendo com que todo o processo seja repetido. A terceira e a quarta Lei de Maxwell podem ser escritas da seguinte forma: Figura 3.6 - Quarta e terceira Leis de Maxwell na forma integral e diferencial, respectivamente. 3.5 Ressonância em um circuito LC A ressonância em um circuito LC acontece quando uma determinada frequência é atingida fazendo com que a reatância capacitiva seja igual a reatância indutiva. A essa frequência é atribuída o nome de frequência de ressonância e pode ser calculada da seguinte forma: (3.5) 1/2πf = √LC Onde f é a frequência de ressonância, L é a indutância e C é a capacitância dos componentes do circuito. 4. Metodologia 4.1. Transmissor FM O trabalho consistiu em construir um circuito transmissor FM em uma placa de circuito impresso. Para isso primeiro foi pesquisado como seria esse circuito e o adaptamos um circuito para o que queríamos e o que nos era disponível. Circuito esse montado no software Proteus, mostrado na figura 4.1. Figura 4.1. Esquema do circuito do transmissor FM. Nesse caso os resistores R1 e R2 servem para polarizar a base do transistor e definir a corrente de condução que será utilizada. O transistor 2n2218 foi utilizado por suportar uma corrente e temperatura maiores que dos transistores mais facilmente encontrados. O R3 polariza o emissor que define a corrente do coletor. O C1 é responsável por impedir a entrada de corrente contínua na entrada de sinal. O VC1 e o L1 funcionam como um circuito ressonante para gerar a frequência da onda portadora do sinal. O C4 está em série com a antena para que não haja fuga de corrente contínua na antena, somente corrente alternada passa por ele. O C5 é responsável por manter a tensão constante dentro do circuito. O C3 impede que altas frequências entrem pelo coletor do transistor. E para a antena foi utilizado um fio de cobre com aproximadamente 15cm. Depois disso foi montado esse circuito num layout que seria impresso (Figura 4.2). Figura 4.2. Layout da placa de circuito impresso. O papel utilizado para impressão foi o couchê por ter uma superfície que quando aquecida ele libera a tinta quase sem deformação em outra superfície. O circuito impresso foi então colocado sobre uma placa de cobre, que antes foi lixada para retirar o esmalte que as impede de oxidar, e então aquecida com um ferro de passar para que esta placa ficasse com o layout do circuito em sua superfície. Com o uso de percloreto de ferro o cobre que não fazia parte do esquema foi corroído ao deixarmos a placa mergulhada nele. Depois perfuramos os pontos onde seriam colocados os dispositivos eletrônicos e através de um ferro de solda e estanho eles foram soldados na placa. Um cabo com saída P2 foi utilizado como entrada de sinal do transmissor. Ele foi cortado ao meio e foram pegos os cabos que correspondem a um dos canais e ao terra. A ponta P2 foi conectada a um celular que estava reproduzindo um som. Também foi confeccionado um indutor e sua indutância verificada, para isso pegamos um fio de cobre esmaltado 22 AWG e lixamos suas pontas para que perdesse o esmalte e pudesse ser conectada ao circuito. Para que ele tivesse sua indutância verificada demos 5 voltas nesse fio ao redor de um núcleo de plastico para manter fixa sua indutância e o colocamos em série com um resistor de baixa resistência. Sabendo que em um circuito LC de corrente alternada quando temos metade da amplitude sobre o indutor nós podemos encontrar a frequência de corte através da equação 4.1. Porém, sabendo a frequência de corte e a resistência do resistor encontramos a indutância conforme é mostrado na equação 4.2. cF = R2πL (4.1) L = R2πFc (4.2) Onde R é a resistência do resistor em série. Fc é a frequência de corte do indutor e L é a indutância do indutor testado. Através de uma resistência de 56Ω, de uma frequênciade 15,3 Mhz e da tensão de 10Vpp no sinal de entrada medimos a indutância do nosso indutor cuja valor é por volta 426 nH. Quando o circuito foi ligado ele não estava transmitindo na frequência desejada. Foi então feito uma série de métodos para encontrar o problema, a primeira delas foi verificar no regulador de tensão se havia corrente circulando dentro do circuito, e havia. Depois verificamos a continuidade das trilhas para saber se havia um curto onde não deveria ou se uma trilha tinha se partido, a partir disso verificamos que o problema não era nas trilhas. Depois comparamos o circuito que estava impresso na placa com o do esquema a ser utilizado, descobrimos que nesse caso havia um resistor errado soldado na placa e, depois de algumas pesquisas, verificamos que o capacitor de poliester usado no nosso circuito não funciona propriamente em altas frequências, foi então feito a trocas desses componentes. Havia também a possibilidade do problema está situado no transistor, foi então feito alguns testes para verificar se ele poderia estar queimado ou não polarizado. Verificamos que, com o circuito ligado, a tensão entre a base e o emissor estava entre 0,6 a 0,8 volts, o que estava correto no transistor. Depois, utilizando a teoria dos transistores NPN que se comportam como dois diodos onde no meio deles está o ânodo e nas pontas os catodos, verificamos se havia condução da base para o coletor e emissor e se não havia condução quando a ponta positiva do multímetro estava ou no coletor ou no emissor, com a outra ponta negativa na base. Depois de realizado esses testes constatamos que o problema também não estava no transistor. Também verificamos se havia algum outro componente com problema, para isso utilizamos um multímetro para saber se em algum desses componentes havia uma tensão que não deveria estar lá. Os resistores R1 e R2 quando somados tinham um valor de tensão parecido com a fonte de alimentação, o mesmo aconteceu para os capacitores que impedem que a corrente contínua entre no sistema e onde não deveria haver tensão graças a esses capacitores realmente não tinha. Com a ajuda do analisador de espectro foi verificado em que frequência o sinal estava oscilando colocando um sinal de 10 kHz na entrada ao invés do áudio. Com o transmissor ligado numa tensão de 12V e com a entrada recebendo o áudio do celular utilizamos um rádio como receptor do sinal por ele conter um circuito mais sensível a sinais com menor amplitude. Ajustamos sua frequência de recepção a uma faixa fixa e variamos o trimmer (capacitor variável de 3pF a 30pF) mudando a frequência da portadora até encontrá-la no rádio. 5. Resultados e discussões Após realizar a montagem do arranjo em uma placa de circuito impresso (Figura 5.1), foi observado o seu comportamento, a fim de comprovar a aplicação correta da teoria e metodologia aplicada e assim garantir que os objetivos propostos foram cumpridos. Figura 5.1 : Placa do transmissor FM. A montagem de um circuito eletrônico começa na aquisição dos componentes necessários para a execução do projeto. Desta forma a primeira dificuldade enfrentada está diretamente ligada a esta etapa. Foi necessária a utilização de alguns capacitores de poliéster, estes não funcionam bem quando utilizados em altas frequências pela falta de capacitores cerâmicos na capacitância necessária. É primordial que a frequência de transmissão esteja dentro da faixa de frequência que varia entre 88Mhz a 108Mhz. Primeiramente, foi observado que a frequência em que o transmissor operou estava adequada à faixa FM. Para obter tal resultado foram feitos ajustes tanto no trimmer (Capacitor variável) quanto no indutor previamente projetado, ambos compõem o circuito LC ressonante presente no transmissor FM. Para análise do funcionamento do oscilador foi necessário verificar através do osciloscópio o comportamento do arranjo sem alimentar o circuito com o gerador de sinal, o circuito oscilador deveria gerar uma onda senoidal mesmo sem um sinal de entrada, para isso o transistor deveria estar polarizado. Como o arranjo utilizado para a transmissão FM foi uma adaptação de um outro projeto, as dificuldades em sua construção foram concentradas no controle do oscilador do circuito. O trimmer utilizado primordialmente tinha faixa de operação entre 6,8pF e 45pF, este posteriormente foi substituído por um com faixa de operação menor que variava entre 3pF e 30pF, desta forma foi possível ter melhor controle sobre a frequência de transmissão. Outra dificuldade no controle do oscilador foi identificar a indutância oferecida pelo indutor construído, tendo em vista que no IFBA não existem aparelhos específicos para medir tal grandeza, para solucionar esta dificuldade o indutor foi colocado em série a um resistor de 41 Ω, desta forma, foi possível determinar a indutância através da equação 4.2. A montagem do circuito foi feita previamente no laboratório D8, este tem problemas relacionados ao seu aterramento e esta característica interferiu diretamente no funcionamento do circuito montado. Também foram encontrados problemas tanto em aparelhos de medição quanto em instrumentos presentes nos laboratórios (Osciloscópios e geradores de sinal), a resolução destes problemas em grande parte foi atingida com a mudança para o laboratório F7, este garantiu melhores equipamentos para a execução do projeto. Ainda assim o circuito não funcionou. Após isso, foi apontado que o problema do circuito poderia estar ligado a algumas trilhas do circuito que poderiam não permitir que o circuito LC funcionasse propriamente. Foi então feita uma nova placa e da segunda vez verificou-se seu funcionamento diretamente num rádio, cujo circuito receptor é mais sensível do que dos celulares, e depois de alguns minutos variando a capacitância do trimmer foi encontrada a frequência de oscilação do transmissor. 6. Considerações Finais Por meio do estudo feito sobre o circuito RLC e de como funciona um transmissor e as ondas de rádio que ele produz foi possível compreender como funciona a modulação de sinais e o porquê dela ser necessária para a transmissão de informação a longas distâncias. Através do experimento realizado foi possível verificar as diversas dificuldades que surgem devido a diferença do conhecimento teórico para a prática. Desde a confecção do projeto do transmissor FM, passando pela procura dos materiais necessários e finalmente verificando se o circuito funcionava da maneira desejada. Enfrentamos diversos intempéries onde tivemos que fazer análises tanto do projeto, quanto da placa pronta para encontrar o problema. Análises essas que que tínhamos que levar em consideração vários fatores que são desconsiderados na teoria, como a falta de precisão dos componentes, a interferênciade sinais eletromagnéticos e o uso de equipamentos de medição não calibrados. Neste sentido, este trabalho foi muito importante para a formação acadêmica dos componentes envolvidos, visto que, foi possível aprender e conviver com problemas relacionados à prática. Ou seja, os assuntos teóricos apresentam resultados precisos e aparentemente confiáveis, porém quando resolve-se aplicar estes dados no projeto, na maioria das vezes, percebe-se distorções, variações, devido a vários fatores supracitados. Dessa forma, é de suma importância ter paciência, estudar os componentes envolvidos no projeto e principalmente, apresentar perseverança. 7. Referências Luiz Silveira. Rádio AM, FM, Digital e Web. Qual a diferença? Disponível em:< https://blog.brlogic.com/pt/am-fm-web/>. Acessado em: 14.jul.2019. Weslleywmn Ferramentas Internet. Indutores e Capacitores..Disponível em:<https://weslleywmn.wordpress.com/2013/05/24/indutores-e-capacitores/>. Acessado em: 15.jul.201 James Dimitri Straub Gibson . Rádio Digital - Resumo Teórico. 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