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ÉRICA AMORIM GONÇALVES ASSESSORIA JURÍDICA Cível Trabalhista Previdenciário EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO VARA CIVIL DA COMARCA DE ITAPEMIRIM-ES. EVANDRO DIAS PAES, brasileiro, solteiro, desempregado, portador do CTPS n.º 90569, série 00017-ES, inscrito no CPF n.º 083.173.747-69, NIT 129.532.682-96, residente e domiciliado, telefone contato: (28)3521-9517, nesta cidade, por sua advogada infra-assinada (doc. anexo), com escritório situado nesta cidade, vem à presença de V. Ex.a., promover a presente. MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA SATISFATIVA em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL - INSS, pessoa jurídica de direito público, por intermédio de seu procurador, com sede na Rua 25 de março, centro, n.° 116, CEP 29.300-100, Cachoeiro de Itapemirim - ES, de acordo com os fatos e fundamento jurídico que a seguir passa a expor: DOS FATOS A Autora realizou o protocolo administrativo de seu benefício de aposentadoria por idade, com NB XXXXXX, em XX/XX/2018, perante a Gerência Executiva do INSS sediada em XXXXXX- SC, nº XXXXX, na qual o impetrado atua na condição de Gerente Executivo. O requerimento foi devidamente instruído com os documentos pertinentes, atentando-se que, por se tratar de aposentadoria por idade, a análise do conjunto probatório não suscita qualquer controvérsia. Em que pese este fato, a Autarquia deixou de proferir qualquer decisão no prazo traçado pela lei, o que se depreende do extrato do pedido, onde se mostra inexistir ato decisório, bem como do comprovante de requerimento, ambos anexos a estes autos. Relembre-se que, em tempos longínquos, quando sequer havia informatização computacional, tais pedidos, justamente por sua simplicidade técnica, eram decididos quase que instantaneamente. Sendo assim, constitui-se direito líquido, certo e exigível da impetrante, o de ver seu pedido decidido em tempo hábil, motivando a utilização do presente mandado. DO DIREITO Conforme o que consta da Lei 9.784/99, a Administração Pública deve decidir o processo no prazo de 30 (trinta) dias, excepcionando tal prazo apenas quando houver prorrogação por igual período, motivada expressamente. Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. O dever de emitir qualquer decisão, no âmbito dos processos administrativos, é acompanhado do dever de fazê-la de forma explícita, consoante se depreende do art. 48, da supracitada legislação. A administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. De mais a mais, constitui princípio inerente à Administração Pública, como também é requisito dos atos administrativos a motivação, pois somente deste modo poderia o administrado compreender o teor do ato para se guarnecer das medidas cabíveis. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: [...] § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Destaca-se que o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias em que o INSS fundamenta seus processos quando do requerimento administrativo de benefícios reflete, de fato, o prazo para implantação do benefício, após o seu julgamento favorável. Art. 41-A, § 5º O primeiro pagamento do benefício será efetuado até quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo segurado, da documentação necessária a sua concessão. Outrossim, extrai-se da jurisprudência regional excelente dissertação acerca do tema, nos seguintes dizeres: Em casos análogos ao presente, tenho defendido que o administrado não pode ter seu direito inviabilizado pelo fato de o Poder Público não dispor de recursos humanos suficientes para o efetivo processamento dos inúmeros pedidos protocolados perante a Administração. Com efeito, a demora no processamento e conclusão de pedido administrativo equipara-se a seu próprio indeferimento, tendo em vista os prejuízos causados ao administrado, decorrentes do próprio decurso de tempo. (TRF4, APELREEX 5019033-50.2012.404.7200, Sexta Turma, Relatora p/ Acórdão Vânia Hack de Almeida, juntado aos autos em 22/05/2015) Deste modo, a mora excessiva na resposta ao requerimento do benefício à segurada, mormente quando o caso concreto demonstra ínfima complexidade, viola direito líquido e certo da Impetrante, não amparado por habeas corpus ou habeas data, ensejando o presente mandado de segurança. DO PEDIDO LIMINAR Segundo o art. 300, do CPC/15, e art. 7, III, da Lei 12.016/09, a tutela de urgência será concedida sempre que houver elementos capazes de evidenciar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Ademais, está prevista no parágrafo segundo do mesmo códex processualista a possibilidade de sua concessão por meio liminar, antes mesmo da citação da parte adversa, de modo a garantir a sua efetividade. A probabilidade do direito (fumus boni iuris) é demonstrada pelos documentos acostados, que garantem o próprio direito perseguido, pois delimita a data do requerimento e a pendência de julgamento, tendo decorrido o prazo previsto na lei. O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora) é imanente aos processos deste gênero, pois que o benefício possui caráter veementemente alimentar e a Autora se encontra com 60 (sessenta) anos de idade. Por medidas de justiça social, a morosidade do processo não pode ser imputada ao jurisdicionado, que não enseja o acionamento do judiciário por mera liberalidade. A provocação desta via dá-se por razões de indiferença da Autarquia Ré com os direitos da segurada, devendo possuir a seu favor uma tutela célere e eficiente. Por conseguinte, requer a este insigne juízo a concessão da tutela de urgência em caráter liminar, inaudita altera parte, com vistas a guarnecer os direitos mais altíssimos da vivência humana. IV. DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, requer: a) Os benefícios da gratuidade da justiça, na medida em que a Autora não possui condições de custear o processo sem prejudicar seu sustento ou de sua família, nos termos do art. 5º, LXXIV, da CRFB/88 e do art. 98 e seguintes, do CPC/15, conforme os documentos anexos; b) A antecipação dos efeitos da sentença, pela concessão da tutela de urgência em caráter liminar, determinando-se que a Autarquia proceda ao julgamento do pedido administrativo, nos termos do art. 300 e seguintes do CPC/15, c/c art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09, sob pena de arcar com a multa diária estabelecida por este juízo. c) A procedência do pedido, com a concessão do benefício de aposentadoria por idade, impondo ao INSS a obrigação de fazer para que decida no procedimento administrativo do benefício nº XXXXXXX no prazo de 10 dias, fixando‐se penalidade de multa para caso de descumprimento da obrigação; Dá‐se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para fins meramente procedimentais. Nesses termos pede deferimento. Cachoeiro de Itapemirim-ES, 27 de Agosto de 2019. ÉRICA AMORIM GONÇALVES OAB/ES 19.237
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