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VALIDADE DA NORMA JURÍDICA Prof. Ana Karina de Sousa Campelo NORMA JURÍDICA A validade da norma jurídica pode ser vista sob três aspectos: Validade formal ou vigência; Validade social ou eficácia; Validade ética ou fundamento; NORMA JURÍDICA VALIDADE FORMAL OU VIGÊNCIA Conceito de vigência – é o termo que demarca o tempo de validade da norma quando preenchidos os requisitos essenciais a sua feitura ou elaboração. É uma qualidade da norma de direito. NORMA JURÍDICA Conceito de Hans Kelsen – Vigência seria a existência específica da norma, indicando a propriedade das relações entre as normas, assim uma norma inferior só será válida se fundar em uma superior, reveladora do órgão competente e do processo para sua elaboração. Obs. – a norma vigente é aquela promulgada por ato legítimo de autoridade, com obediência aos trâmites legais e que não tenha sido revogada. NORMA JURÍDICA Requisitos da vigência: 2.4.1 quanto à legitimidade do órgão; 2.4.2 quanto à competência em razão da matéria; 2.4.3 quanto à legitimidade do procedimento; Quanto à legitimidade do órgão A elaboração da norma jurídica por órgão competente, que é legítimo por ser constituído para esse fim. Refere-se à ordem de competências do poder político, a legitimidade do órgão emanador da regra. NORMA JURÍDICA É necessário que órgão que promulgou a regra tenha legitimidade para fazê-lo, por ter sido constituído com esse fim. P ex. art. 41 CC, São pessoas jurídicas de direito público interno: I – União; II – Estados, Distrito Federal e Territórios; III – Municípios. Legitimidade subjetiva – diz respeito ao órgão em si; P. ex. se o Presidente da República editar uma lei, sem a participação do congresso nacional (que é o órgão competente para edição das leis), ela não terá vigência por faltar legitimidade ao órgão de que foi emanado. NORMA JURÍDICA Quanto à competência em razão da matéria Competência que diz respeito à própria matéria legislada. Legitimidade quanto à matéria – sobre a legislação que visa editar. Além de ser emanado por órgão competente esse órgão tem que ter competência em razão da matéria. NORMA JURÍDICA P ex. Caso o Governador de Estado, conjuntamente com Assembleia Legislativa queira promulgar uma lei em matéria de direito civil, será declarado inconstitucional, não terá validade, posto que, essa é competência privativa da União. Art. 22 CF/88. Quanto à legitimidade do procedimento A norma jurídica deve ser obediente às exigências legais, esse requisito diz respeito à legitimidade da própria maneira pelo qual o órgão executa aquilo que lhe compete, ou a norma jurídica é elaborada. NORMA JURÍDICA O legislador deverá obedecer ao seu regimento interno na feitura das leis. A norma para ser considerada válida precisara estar integrada no ordenamento, retirando sua validade de outras normas que condicionam a competência e/ou determinam os seus fins. Obs. - quando uma regra de direito obedece, em sua gênese, a esses três requisitos, dizemos que ela tem condições de vigência. NORMA JURÍDICA Caso ela não obedeça a qualquer desses requisitos poderá ser declarada sua Inconstitucionalidade. Cabe ao interessado suscitar o problema do reconhecimento da validade da lei através do processo de inconstitucionalidade dos atos normativos, mediante decisão originária do Supremo Tribunal Federal. Publicação das Normas Jurídicas Podemos afirmar que as normas jurídicas nascem, existem e morrem. NORMA JURÍDICA As normas nascem com a Promulgação – atestam a sua existência; Publicação – sua obrigatoriedade; A obrigatoriedade da norma não se inicia no dia de sua publicação, salvo se assim ela determinar. P ex. O novo código civil art. 2044 diz “esse código entrará em vigor um ano após a sua publicação”. NORMA JURÍDICA Regra Geral é de 45 dias após a publicação em território nacional e de três meses no estrangeiro. OBS – Vacatio legis – é o intervalo entre a data da sua publicação e sua entrada em vigor. Âmbito temporal, espacial e material. NORMA JURÍDICA VALIDADE SOCIAL OU EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA O problema da eficácia da norma jurídica diz respeito à questão de saber se os seus destinatários ajustam ou não o seu comportamento, as prescrições normativas, isto é, se cumprem ou não os comandos jurídicos, se os aplicam ou não. Eficácia é uma qualidade da norma que se refere a sua adequação em vista da produção concreta de efeitos. NORMA JURÍDICA A eficácia social seria a efetiva correspondência da norma ao querer coletivo, ou dos comportamentos sociais ao seu conteúdo. Eficaz é qualidade de algo que produz o efeito esperado ou satisfatório, a lei somente pode ser considerada eficaz se gerar efeitos e atuar sobre a sociedade. OBS. Uma lei que ainda não estar em vigor existe, é válida, mas não tem eficácia. (vacatio legis). NORMA JURÍDICA Existem também algumas leis que embora sejam vigentes não são aceitas na sociedade que não as cumpre nem obedece. O aspecto da eficácia da norma, qual seja em última analise, admissibilidade da lei no meio social destinado, induz que a regra jurídica deve ter necessariamente um valor admitido, através da vigência e eficácia, mas também há de ter valor, através de seu conteúdo ético e deve ser caracterizado pelos critérios de justiça. NORMA JURÍDICA VALIDADE ÉTICA E FUNDAMENTO DA NORMA JURÍDICA A norma jurídica deve ser sempre uma tentativa de realização de valores (utilidade, liberdade, ordem, segurança, saúde etc.), visando à consecução de fins necessários ao homem e a sociedade. A justiça, que compendia todos os valores jurídicos, é a razão de ser ou fundamento da norma, ante a impossibilidade de se conceber uma norma jurídica desvinculada dos fins que legitimam sua vigência e eficácia. NORMA JURÍDICA A justiça compete produzir igualdade nas relações humanas, assegurar efetivamente o devido a cada um. A norma jurídica deve corresponder aos ideais e sentimentos de justiça da comunidade que rege. Em resumo podemos dizer que são três os aspectos essenciais da validade do direito, três requisitos para que uma regra jurídica seja legitimamente obrigatória: a vigência, a eficácia e o fundamento. NORMA JURÍDICA PERDA DA VALIDADE DA NORMA JURÍDICA A lei começa a envelhecer a partir de seu nascimento, durante a existência da lei, a doutrina concilia o texto da lei com os novos fatos e aspirações coletivas, todavia, chega um momento em que a lei se revela imprópria para as novas adaptações e sua substituição se torna um imperativo. FORMAS: Revogação por outra lei (ab-rogação, derrogação, expressa, tácita); Decurso de tempo; Desuso. NORMA JURÍDICA REVOGAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade: Espécies de revogação: Ab-rogação – supressão total da norma anterior. Derrogação – torna sem efeito uma parte da norma. NORMA JURÍDICA Logo, se derrogada a norma não sai de circulação jurídica, pois somente os dispositivos atingidos é que perdem a obrigatoriedade. Expressa – quando o elaborador da norma declarar a lei velha extinta em todos os seus dispositivos ou apontar os artigos que pretende retirar. Tácita – se houver incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, no caso da lei nova regular inteiramente a matéria tratada pela anterior. Art. 2º da LINDB “lei geral não revoga a de caráter especial e vice versa”. NORMA JURÍDICA FENÔMENO DE REPRISTINAÇÃO – Retorno à vigência Quando uma lei revogadora perde a sua vigência, a lei anterior, por ela revogada, recupera sua validade. LEI A ----- LEI B (norma revogadora da lei A)----- LEI C (lei que revoga a lei B); Conclusão – A lei A retorna a vigência. Brasil não permite a repristinação, só a expressa. NORMA JURÍDICA Decurso de tempo – é norma com prazo de validade determinada, que é revogada automaticamente quando o prazo termina. Desuso – é quando a lei nasceu letra morta,não tendo logrado eficácia logo de sua entrada em vigor (norma jurídica não é observada pela sociedade).
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