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Direito Previdenciário - Aula 1 a 5

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Direito Previdenciário
Aula 1: Origem e evolução da prestação previdenciária e as fases do seguro social:
Com a transição do campo para a cidade e a industrialização, o homem se viu em um cenário diferente do de costume. O vínculo entre empregado e empregador foi tema de grande divergência, com abusos cometidos e inúmeras diferenças sociais que ocasionaram revoltas e revoluções.
Para entender melhor esse contexto, acesse a leitura que trata sobre essa evolução histórica.
Você consegue perceber a evolução histórica do seguro social nos países expostos? Consegue fazer uma associação com o que você já estudou em História?
Pare aqui e faça uma pesquisa desses países nos anos em que tais modificações legais ocorreram e perceba como o ordenamento jurídico tende a representar os anseios dos cidadãos. Muitas vezes essas conquistas só vêm depois de muitas lutas e revoltas.
Evolução Histórica da Previdência Social no Brasil:
Você deve ter notado que o processo de seguro social na Europa se deu de forma lenta e gradual, necessitando de um considerável período até que os clamores da sociedade fossem ouvidos e atendidos. A exemplo do que se deu na Europa, o processo de evolução da Previdência Social no Brasil se deu de forma lenta.
A Constituição de 1824 foi o primeiro documento legal brasileiro que previu algum tipo de proteção aos cidadãos, com o nome de socorros públicos, mas apenas como conteúdo programático, não havendo meios de o cidadão exigir essa proteção do Estado.
Em 1835 foi criada a primeira entidade de previdência privada no Brasil, com o nome de Montepio Geral da Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL). Já o Código Comercial de 1850 previa salário por três meses ao preposto acidentado.
As primeiras regras de proteção social no Brasil possuíam caráter beneficente e assistencial. No período colonial foram criadas as Santas Casas de Misericórdia, as Irmandades de Ordens Terceiras e, em 1975, fora estabelecido o Plano de Beneficência dos Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha.
A seguridade social na Constituição de 1988
Até o momento você viu como a lei se transformou ao longo do tempo na história do Brasil. Longe de ser mera informação, esse conhecimento nos serve para entendermos que muitas vezes um direito que hoje se encontra difundido, levou um grande tempo até ser consolidado e poder ser exigido como direito pelo cidadão brasileiro que se encontra segurado.
Mas esse conhecimento não só nos auxilia nisso, como também nos faz entender melhor a atual sistemática brasileira com a promulgação da constituição de 1988, que estabeleceu o Sistema de Seguridade Social. Esse sistema atuaria na área da saúde, assistência social e previdência social. As contribuições então passaram a custear as ações do Estado nessas três áreas.
Com o nascimento desse Sistema Nacional de Seguridade Social é que se tem garantido o bem-estar e a justiça social, pois não priva ninguém do mínimo existencial, assegurando a dignidade humana.
Da mesma maneira que você estabeleceu um paralelo entre o período social vivido na Europa e o surgimento das leis do seguro social, você deve fazer uma pesquisa breve e ver, ano após ano de surgimento das leis de seguro social, quais eram os anseios políticos e sociais do Brasil em cada época.
Isso o ajudará a entender melhor a transformação da sociedade brasileira ao longo dos anos.
Fases do Seguro Social
Agora, em posse de todo esse conhecimento histórico evolutivo, nós podemos resumir e entender as fases do Seguro Social no Brasil. Longe de ser uma mera repetição, isso o ajudará a fixar melhor o conteúdo exposto ao longo desta aula.
1ª Fase: Enquanto sistema, o Direito Previdenciário existe há mais de noventa anos, tendo sido a Lei Eloy Chaves o marco inicial por meio do Decreto Legislativo 4.681, de 1923. Vale ressaltar, entretanto, que outras normas já existiam nesse sentido, mas a que trouxe um maior benefício para a população da época, foi a Lei Eloy Chaves. É nessa época que as Caixas de Aposentadorias e Pensões foram instituídas e organizadas por empresas.
2ª Fase: Nesta fase, iniciada em 1933, quando houve a organização por categoria profissional e conferidas as funções arrecadatória e fiscalizatória, foram criados os Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAP.
3ª Fase: Dando início à terceira fase, em 1967 ocorre a fusão dos Institutos de Aposentadoria e Pensões através da criação do Instituto Nacional da Previdência Social – INPS por meio do Decreto-lei nº 72/1966. Nesta fase também foi criado o FUNRURAL para os trabalhadores rurais que passaram a ter direito à previdência social.
4ª Fase: Por meio da Lei 8.029/90, foi criado, finalmente, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Sua criação se deu através da fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS com o Instituto Nacional da Previdência Social – INPS.
Agora, com base no que foi visto, você seria capaz de criar um resumo esquemático?
Eles nos ajudam a fixar melhor o conteúdo, criando um mapa mental que auxilia nossa memória quando precisamos tratar daquele assunto específico. Sugerimos que você gaste um tempo elaborando um bom resumo, não só das fases do Brasil, mas de todo o conteúdo da aula. Isso enriquecerá sua inteligência e o preparará melhor para os concursos e para o trabalho do dia a dia.
Com base no conhecimento proposto, realize as atividades a seguir.
Atividades:
1. Tendo como origem a Europa, é sabido que o mundo passou por diversas e grandes lutas para a conquista de direitos sociais, dentre eles o seguro social. Cite dois países que foram pioneiros na inserção de direitos de seguridade social e quais leis eles utilizaram para alcançar esse objetivo.
R: Inglaterra – Em 1601 foi criado o Poor Relief’s Act, que garantia auxílio e socorro público aos necessitados;
México – Em 1917 o México foi o primeiro país a inserir em sua constituição a Previdência Social como conteúdo programático;
Alemanha – Em 1883 foi instituído o auxílio-doença, evoluindo para o seguro contra o acidente de trabalho, o seguro-invalidez e, por fim, o seguro velhice;
Estados Unidos – Em 1935 foi editado pelo Estado o Social Security Act, após a grande crise de 1929, que estimulava o consumo, previa auxílio aos idosos e instituía o auxílio-desemprego temporário.
2. Acompanhando a evolução histórica do seguro social no Brasil, é possível dividi-la em quatro fases diferentes, cada qual com sua característica marcante. Escreva o ano e qual a característica marcante de cada fase.
R: 1ª Fase – 1923 – Lei Eloy Chaves;
2ª Fase – 1933 – Instituto de Aposentadoria e Pensões – IAP;
3ª Fase – 1967 – INPS e FUNRURAL;
4ª Fase – 1990 – INSS.
3. A 4ª fase uniu dois grandes institutos para a criação de um. Qual o nome desse instituto e qual a lei?
R: Foi realizada a fusão do IAPAS e do INPS, criando o INSS por intermédio da Lei nº 8.029/90.
Aula 2: Princípios constitucionais e gerais da Seguridade Social e o Regime Geral da Previdência Social e Regimes Próprios
Princípios gerais: É importante termos em mente que, por mais que no meio acadêmico se faça distinção entre as matérias, o direito muitas vezes se mescla, tendo o direito previdenciário, por exemplo, ligação com o direito tributário, o direito administrativo, o direito trabalhista, enfim, inúmeros outros ramos.
Ter isso em mente nos facilita o entendimento de alguns princípios que são gerais a todos esses ramos. O primeiro desses princípios é o princípio da solidariedade.
Princípio da solidariedade: O princípio da solidariedade norteia a Previdência Social no que concerne à solidariedade entre os membros da sociedade. A solidariedade nada mais é que o dever de ajudar o próximo, da cooperação mútua entre as partes. Esse princípio assegura a dignidade da pessoa humana a todos os membros da sociedade.
Princípio da legalidade: Esse princípio também é muito importante para o entendimento da previdência. Ele pode ser dividido para particulares e para o poder público.Para o particular, significa poder fazer tudo o que a lei não proibir, ou seja, o particular tem a liberdade de fazer o que bem entender, como entender, a hora que quiser, desde que a lei não o proíba.
É por conta desse princípio que o aposentado que recebe benefício da previdência, mesmo já tendo contribuído, continua com suas prestações compulsórias, pois ele tem o dever de prover aos que agora necessitam.
Princípios constitucionais do direito previdenciário:
Agora que já vimos dois dos principais princípios gerais do direito que coadunam entre várias matérias, veremos o que a constituição brasileira tem a nos dizer quanto aos princípios a serem observados e obedecidos pelo sistema previdenciário.
Os incisos do artigo 194 da Constituição da República Federativa do Brasil são de aplicação exclusiva no âmbito da seguridade social, valendo para a saúde, a previdência social e a assistência social. Veremos somente os objetivos gerais da seguridade social e os pertinentes à previdência social. 
Universalidade da cobertura e do atendimento:
Esse princípio, conforme podemos deduzir pelo nome, prevê que todos têm direito ao atendimento e cobertura ampla de riscos sociais. A universalidade é a proteção social alcançando a todos os eventos que não podem sofrer demora, que precisam ser atendidos de imediato, promovendo a subsistência de quem necessite com a entrega de prestações, ações e serviços de seguridade social.
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais:
Já contemplado no artigo 7º da Constituição, este princípio visa tratar de maneira uniforme os trabalhadores urbanos e rurais, não fazendo distinção entre eles, concedendo idênticos benefícios e serviços para os mesmos eventos cobertos pelo sistema. Isso não significa dizer que um trabalhador rural terá igualdade na concessão de benefício, pois o valor pode ser diferenciado. O que se leva em conta é a equivalência.
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços:
Como todo recurso possui sua limitação, ele não pode ser utilizado de qualquer modo. Deve-se conceder o benefício a quem efetivamente necessite dele. Isso equivale a dizer que não existe um único benefício ou serviço, sendo eles distribuídos de forma seletiva, conforme a necessidade do segurado.
Irredutibilidade do Valor dos Benefícios:
Muitíssimo parecido com o princípio trabalhista que veda a redução do salário percebido pelo empregado, este princípio assegura que o benefício concedido não pode ter seu valor nominal reduzido, sofrer descontos, penhoras, arrestos, salvo por força de lei.
Equidade na forma de participação no custeio:
Este princípio possui como meta, objetivo, e não regra concreta, a equidade, garantindo aos hipossuficientes a proteção social. Os hipossuficientes só contribuirão quando possível e o equivalente a seu poder contributivo. Então vale dizer que esse princípio tem como pressuposto a capacidade contributiva de cada um, ou seja, a pessoa que ganha mais contribui com mais e a pessoa que ganha menos contribui com menos.
Diversidade da base de financiamento:
Esse princípio visa garantir uma maior amplitude na forma de custeio da Seguridade Social, não a deixando apenas a cargo dos trabalhadores, dos empregadores e do poder público. É com base nesse princípio que ocorre a possibilidade de cobrança da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Este princípio, portanto, traz maior segurança para a Seguridade Social, pois amplia as fontes de custeio.
Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados:
Tendo em vista o gerenciamento dos recursos por meio de discussão com a sociedade, esse princípio possibilitou a criação de órgãos de deliberação, tal como o Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, o Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS e o Conselho Nacional de Saúde – CNS.
Atividade:
1. Dentre os princípios constitucionais que regem o Direito Previdenciário, destaca-se aquele que visa garantir uma maior amplitude na forma de custeio da Seguridade Social, não deixando apenas a cargo dos trabalhadores, dos empregadores e do poder público. Além disso, foi com base nesse princípio que se cobrou a CPMF por anos no Brasil. Trata-se do princípio da:
c) Diversidade da Base de Financiamento. CORRETA
Gabarito comentado:
É o Princípio da Diversidade da Base de Financiamento que busca uma maior amplitude na fonte de custeio, não deixando apenas a cargo dos empregados, empregadores e poder público.
O princípio da alternativa a diz respeito à equivalência entre urbanos e rurais, em nada tendo relação com diversidade do financiamento.
O princípio da alternativa b busca a equidade no que tange a quem ganha mais, paga mais, e quem ganha menos, paga menos.
O princípio da alternativa d prevê a abrangência a todos os cidadãos, não fazendo distinção entre eles.
O princípio da alternativa e busca beneficiar somente aqueles que necessitem e cumpram os requisitos.
Regimes de previdência: Agora que você aprendeu todos os princípios que norteiam a Seguridade Social, chegou a hora de conhecermos os principais regimes e o funcionamento de cada um. Os regimes podem ser classificados em:
Básicos - são aqueles a que as pessoas são obrigadas a se filiarem;
Complementares - são aqueles a que as pessoas apenas se _liam se houver interesse.
O trabalhador é automaticamente filiado ao regime básico de previdência social no exato momento em que ele desempenha qualquer atividade remunerada. De um modo geral, o trabalhador é _liado ao RGPS – Regime Geral de Previdência Social, que é administrado pelo INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social e pela SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Já o servidor público dos entes federados, como União, Estados e Municípios – estes dois últimos somente se os entes assim estabelecerem – é filiado ao regime próprio de previdência, que possui uma sistemática um pouco diferenciada da do Regime
Geral.
Já o servidor público dos entes federados, como União, Estados e Municípios – estes dois últimos somente se os entes assim estabelecerem – é _liado ao regime próprio de previdência, que possui uma sistemática um pouco diferenciada da do Regime Geral.
- Regime Geral de Previdência Social – RGPS: Vamos ver, primeiramente, o funcionamento do Regime Geral de Previdência Social – RGPS e suas peculiaridades.
O Regime Geral de Previdência Social é único, vinculando todos os trabalhadores da iniciativa privada, tais como os que são regidos pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (empregados domésticos, empregados rurais, autônomos, empresários, microempresários, trabalhadores avulsos, pequeno produtor rural, sacerdotes, etc.), sendo disciplinado pelo artigo 201 da Constituição e regido pela Lei nº 8.213/91, intitulada Plano de Benefícios da Previdência Social.
Além da filiação ser compulsória, aqueles que não estejam enquadrados como obrigatórios poderão contribuir para esse regime de modo facultativo, obtendo, então, a condição de segurado do Regime Geral de Previdência Social. Essa condição obedece ao princípio da universalidade do atendimento, previsto constitucionalmente no artigo 194, inciso I.
Vale ressaltar, ainda, como exceção, que caso algum ente federado não possua seu regime próprio de previdência, o servidor público deverá ser _liado compulsoriamente, ou seja, obrigado a este Regime Geral.
- Regime Próprio de Previdência Social: Tratando agora dos servidores públicos, é importante conceituar o Regime Próprio que possuem. Pelo fato de a constituição, originariamente, não ter previsto este tipo de regime, sendo criado somente após algumas emendas constitucionais, sendo antes visto como matéria de direito administrativo, existem alguns pontos que são muito diferentes do Regime Geral no que tange à União. 
Por ser um Regime Próprio que se aplica a cada entefederado, são inúmeras as leis que tratam de sua sistemática. O que a constituição prevê é que devem ser criados regimentos próprios para os servidores de cada ente.
Só pode ser filiado a este regime o servidor público ocupante de cargo efetivo. Os comissionados, temporários ou empregados públicos não se enquadram neste regime, sendo vedada a sua filiação.
Conhecendo esses dois regimes, você pode se perguntar: e se houver alguém que trabalhe como funcionário público e como empregado na iniciativa privada? Ou ainda lembrar de algum parente que exerça as duas funções.
Resolver essa aparente complicação é muito simples. Como ambos são de filiação obrigatória, o servidor público que também exerça trabalho na iniciativa privada deverá ser _liado nos dois regimes. O mesmo entendimento vale para quem ocupar dois cargos efetivos em dois entes federados diferentes um do outro. Esse funcionário deverá se _liar a ambos os regimes.
- Regime Complementar: Agora veremos o último tipo de regime previdenciário. Tanto o Regime Geral de Previdência Social quanto o Regime Próprio de Previdência Social são de filiação compulsória, entretanto o Regime Complementar não, sendo facultativo o seu ingresso. Você deve ter percebido pelo nome desse regime que ele é apenas complementar, ou seja, a filiação a ele não exclui a obrigatoriedade de filiação ao Regime Geral e ao Regime Próprio quando a lei o impuser. Esse regime pode ser privado ou público.
Qualquer pessoa pode se filiar a uma entidade aberta de previdência complementar privada, diferente das entidades fechadas de previdência complementar privada, que são restritas à um determinado grupo, também conhecidas como fundo de pensão. Portanto, vale dizer que uma pessoa que é _liada ao Regime Geral pode contribuir para um fundo de pensão – Regime Complementar – e tornar sua aposentadoria superior ao teto do INSS.
De outro modo, as entidades fechadas de previdência complementar pública são destinadas aos servidores públicos que têm seu teto salarial limitados ao que dispõe o INSS. Surge dessa situação uma possibilidade para o servidor aumentar sua aposentadoria para além do teto, que é com a contribuição facultativa para essa entidade fechada de caráter público.
Assim, quando o servidor público se aposentar, ele pode garantir a equiparação de valores de remuneração com os de aposentadoria. Um grande exemplo desse tipo de entidade fechada é o Fundo de Pensão dos Servidores Públicos Federais – FUNPRESP.
Um pouco mais de conhecimento:
Chegamos ao final de mais um capítulo de nossas aulas. Nesta aula nós vimos os principais princípios que norteiam a seguridade social. Você consegue lembrar quais são? Isso mesmo, como princípios gerais que se comunicam com outras áreas do direito nós temos:
O princípio da solidariedade e O princípio da legalidade
Esses são mais difíceis de serem lembrados, pois são muitos:
Universalidade da Cobertura e do Atendimento;
Uniformidade dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais;
Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços;
Irredutibilidade do Valor dos Benefícios;
Equidade na Forma de Participação no Custeio;
Diversidade da Base de Financiamento;
Caráter Democrático e Descentralizado da Administração, Mediante Gestão Quadripartite, com Participação dos Trabalhadores, dos Empregadores, dos Aposentados e do Governo nos Órgãos Colegiados.
E por fim, vimos a diferenciação entre os principais regimes de previdência existentes.
Atividades:
2. Existe em nosso ordenamento jurídico a previsão de um Regime Próprio de Previdência para servidores públicos. Com base nesse entendimento, indaga-se: é possível que um servidor público _liado ao regime próprio seja também _liado ao Regime Geral de Previdência Social?
R: É sim possível que um servidor público seja filiado aos dois regimes. Caso esse servidor seja também um trabalhador da iniciativa privada, ele deverá se filiar a ambos os regimes, pois os dois são de filiação obrigatória.
3. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativas dos poderes públicos e da sociedade destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social. Com relação aos princípios e diretrizes que a Seguridade Social deverá obedecer, assinale a alternativa incorreta, ou seja, a que não condiz com os princípios elencados na Lei 8.212/1991 (Lei que dispõe sobre a organização da Seguridade Social):
d) Base única de financiamento. CORRETA
Gabarito comentado:
Os princípios que regem a seguridade social estão arrolados nos incisos do art. 194 da Constituição Federal de 1988, a saber: princípio da universalidade da cobertura e do atendimento; princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; princípio da seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços; princípio da irredutibilidade no valor dos benefícios; princípio da equidade na forma de participação no custeio; princípio da diversidade da base de financiamento; e princípio do caráter democrático e descentralizado da Administração, mediante gestão quadripartite com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados.
Aula 3: Origem e evolução da prestação previdenciária e as fases do seguro social
Qualidade de segurado
Vimos até aqui toda a parte introdutória para nos situarmos melhor na matéria de Direito Previdenciário. Todo o panorama histórico, os princípios e os regimes de previdência nos abrem campo para tratarmos do nosso próximo tema que é a qualidade de segurado.
Os beneficiários da previdência social nada mais são do que as pessoas físicas que têm direito às prestações do Regime Geral de Previdência Social. Os beneficiários poderão ser os próprios segurados, que são aqueles que contribuem para o sistema, ou os seus dependentes que, mesmo não contribuindo para manter essa qualidade, estão protegidos nos casos de prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.
Segurados da Previdência Social;
Segurado empregado;
Segurado empregado doméstico;
Segurado contribuinte individual;
Segurado trabalhador avulso;
Segurado especial;
Segurado facultativo;
Vamos agora classificar um por um.
- Segurados da Previdência Social:
	Em função do vínculo jurídico que possuem com o regime de previdência, os segurados são os principais contribuintes desse sistema, no qual há a figura do segurado obrigatório. Segurado obrigatório é todo aquele que exerce atividade remunerada, exceto se servidor público com Regime Próprio de Previdência. Como o próprio nome indica, esse segurado não tem a escolha de se _liar ou não, sendo sua filiação compulsória.
Imagine um empregado que ainda não contribua com o teto máximo da previdência. Caso ele comece a exercer outra atividade remunerada, deverá contribuir para a previdência, pois ainda não atingiu o teto. Entretanto, se esse mesmo empregado já contribui com o teto máximo no primeiro trabalho, ele não precisará contribuir com a previdência na outra atividade remunerada. Isso se dá pelo fato de que todo segurado que ainda não contribui com o teto, deve ser filiado compulsoriamente em todas as atividades que exercer até que atinja o teto máximo.
O mesmo acontece ao aposentado que retorna à atividade remunerada. Essa nova atividade exercida pelo aposentado implicará em filiação compulsória ao Regime Geral de Previdência Social, devendo contribuir em relação a essa atividade, pois é segurado obrigatório.
- Segurado empregado:
Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, empregado é a pessoa física, urbana ou rural, que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Essa é a primeira figura de segurado que surge elencada na lei e no regulamento de previdência social. Pare esta leitura agora e pesquise na internet o artigo 9º do Decreto 3048/99. Repare que ele elenca, no inciso I, os segurados pessoa física. Leia cada alíneaatentamente.
Leu? Agora vamos nos atentar para alguns pontos. Note que para ser segurado empregado em organismos oficiais internacionais no exterior, o brasileiro deverá trabalhar para a União e não para o organismo internacional, exceto se enquadrado em algum regime próprio de previdência social. Já os bolsistas e os estagiários somente serão empregados se estiverem exercendo atividade em desacordo com a lei de estágio.
Temos também a figura daquele que exerce cargo comissionado. Esse, conforme vimos em outra aula, não pode se filiar ao Regime Próprio de Previdência Social, pois não cumpre os requisitos para tanto, devendo ser segurado obrigatório. O servidor efetivo, o empregado público e o servidor contratado por tempo determinado que também não tenha Regime Próprio em sua categoria serão considerados segurados obrigatórios.
A comprovação do vínculo empregatício pode ser feita através de:
- Carteira Profissional – CP;
- Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS;
- Original ou cópia autenticada da Ficha de Registro de Empregados ou do Livro de Registro de Empregados, onde conste o referido registro do trabalhador acompanhada de declaração fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu responsável;
- Termo de rescisão contratual ou comprovante de recebimento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço – FGTS, entre outros.
- Segurado empregado doméstico:
	Para ser considerado empregado doméstico é necessário que ele preste serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, na casa destes, em atividade sem _ns lucrativos. Esse conceito de contínuo deve ser aplicado aquelas pessoas que prestam serviço mais de duas vezes na semana, senão será considerada apenas diarista. 
Ainda, não pode o serviço ser prestado em local que não a casa ou residência dos que a contratam. Não pode, por exemplo, um empregador pedir para que seu empregado doméstico realize a limpeza de seu escritório situado em local diverso da residência. Se o fizer, deverá contratá-lo por fora.
Por fim, se o empregado doméstico estiver trabalhando para o empregador e o empregador estiver ganhando algo por isso, o empregado deverá ser contratado por fora, pois está vedada a contratação de empregado doméstico para fins lucrativos.
- Segurado contribuinte individual:
	Chegamos agora na figura mais abrangente dos segurados. Todos aqueles que não se enquadrem em nenhuma das categorias anteriores serão enquadrados nessa. Você já deve ter ouvido falar ou possui algum parente que se diz ser autônomo, trabalha por conta própria. Essa nomenclatura de autônomo não mais existe no direito previdenciário, devendo ser considerado como contribuinte individual.
Como fizemos anteriormente, pare esta leitura e vá até o artigo 9º do Decreto 3048/99, mas desta vez no Inciso V e leia todas as alíneas para que você entenda quantas possibilidades há para contribuintes individuais. Note que estão incluídos nesta qualidade:
Padres e ministros de confissão religiosa;
Vendedores autônomos de cachorro-quente;
Médicos autônomos;
Advogados autônomos;
Árbitros de futebol;
Garimpeiros;
Cooperados;
Os mais diversos tipos de profissionais liberais.
- Segurado trabalhador avulso:
Não confunda o trabalhador avulso com o contribuinte individual. Apesar do nome dar a aparência de autonomia, esse trabalhador avulso é aquele que presta serviço para uma empresa com intermediação obrigatória do sindicato ou do Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO. Se não tiver essa intermediação, o trabalhador não poderá ser considerado avulso. Leia agora o inciso VI do artigo 9º do Decreto 3048/99 anterior para que você veja quais são essas figuras.
- Segurado especial:
	Esta é uma hipótese prevista constitucionalmente que dá ao segurado especial um tratamento bem diferenciado. Todo pequeno produtor rural, pescador ou seringueiro e demais membros da família que exerçam suas atividades individualmente ou em economia familiar, sem o auxílio de empregados permanentes, são considerados segurados especiais. É o Inciso VII do artigo 9º do Decreto 3048/99 que classifica os segurados especiais.
Após a leitura, você vai notar que a contribuição do segurado especial será feita mediante a aplicação de uma alíquota de 2,3% sobre o resultado da comercialização da produção. Assim, a contribuição de toda a família será uma só, incidente sobre a receita bruta dessa comercialização. Com uma única contribuição, todos os membros da família serão segurados e farão jus aos benefícios.
O segurado especial poderá, ainda, ter auxílio de terceiros, desde que não seja um auxílio remunerado. Se o segurado especial contratar algum empregado, ele passará à condição de contribuinte individual. A exceção para isso é o grupo familiar se utilizar de empregados contratados por tempo determinado ou trabalhadores contribuintes individuais à razão de no máximo 120 pessoas/dia no ano civil. Assim, se o grupo familiar possuir 2 empregados, poderá mantê-los por 60 dias.
- Segurado facultativo:
	Como o próprio nome indica, segurado facultativo é aquela pessoa que, pelo princípio da universalidade da cobertura e do atendimento, quer se _liar ao Regime Geral de Previdência Social. Por um ato de mera vontade, a pessoa poderá se filiar.
Para isso, ela deverá ser maior de 16 anos, não exercer atividade remunerada e não estar filiada obrigatoriamente a nenhum outro regime que a lei determine. Vale dizer, portanto, que não há a possibilidade de segurado facultativo e obrigatório ao mesmo tempo.
É o artigo 11, § 1º do Decreto 3048/99 que elenca, exemplificativamente, as pessoas que podem se _liar facultativamente:
A dona de casa;
O síndico não remunerado;
O estudante;
O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
O membro de conselho tutelar;
O bolsista e o estagiário;
O presidiário que não exerce atividade remunerada;
O brasileiro residente ou domiciliado no exterior;
O segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim;
O que exerce atividade artesanal por conta própria.
Atividade:
1. João foi admitido como funcionário comissionado no quadro de colaboradores da câmara municipal de um município que possui Regime Próprio de Previdência Social. Quando da primeira contribuição à previdência, surgiu uma dúvida interna: João deverá ser _liado ao Regime Geral de Previdência Social ou ao Regime Próprio de Previdência Social instituído pelo município?
R: Não é possível que João se filie ao Regime Próprio de Previdência Social instituído pelo município, pois não cumpre os requisitos para tanto. Para que uma pessoa seja filiada ao Regime Próprio ela deverá ser ocupante de cargo efetivo.
Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado
Agora que vimos quais são as qualidades de segurado, veremos como se dá sua manutenção, sua perda e seu restabelecimento a essa condição. 
Quando o segurado está coberto pela proteção da seguridade social, dizemos que ele está em manutenção da qualidade. Essa manutenção pode acontecer mesmo em casos onde o segurado não está contribuindo, que é o conhecido período de graça.
Porém, esse período de graça não entra para efeitos de contagem de contribuição.
É o artigo 13 do Decreto 3048/99 que estipula os prazos. Leia o que diz o artigo e então veremos o que diz cada um dos incisos.
Manutenção
A primeira previsão é bastante óbvia. Quem está recebendo algum benefício não contribui para a seguridade social, exceto se for auxílio-maternidade. Depois, se o segurado não estiver contribuindo, ele continuará a ser segurado por até 12 meses após a data do término do último benefício.
Quais as outras etapas do processo de manutenção? É o que veremos a seguir.
Atividade
2. Ana Júlia e Joaquim, filhos menores dependentes de Antônio, entramcom requerimento para obterem benefício de pensão por morte. O benefício lhes é concedido à monta de R$1.500,00. Quando o pagamento foi feito, Ana Júlia recebeu R$750,00 e Joaquim R$750,00 também. Indaga-se: o pagamento foi feito de maneira correta?
R: O valor pago foi correto, pois os dois dependentes de Antônio são de classe 1 e concorrem entre si pelo valor recebido a título de benefício.
Perda
A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa condição. Aquele que perde a qualidade de segurado deixa de ter direito às prestações previdenciárias. Se um segurado perde a qualidade de segurado necessite de algum auxílio ou benefício, ele não terá direito a prestação alguma. O que se ressalta aqui são as hipóteses em que os benefícios não são afetados pela perda da qualidade de segurado.
Se um trabalhador segurado que contribuiu por 35 anos e depois parou de trabalhar, perdendo a qualidade de segurado, quiser, passados 7 anos, o benefício da aposentadoria, ele terá direito ao benefício, pois já cumpriu os requisitos para tanto. As aposentadorias por tempo de contribuição e especial não são afetadas pela perda da qualidade de segurado quando cumpridos os requisitos.
Imagine agora se um segurado que trabalhou por 20 anos para cumprir a carência vier a perder a qualidade de segurado e nunca mais trabalhar até os 65 anos de idade. Ele terá direito à aposentadoria por idade, pois primeiro cumpriu a carência e depois a idade. Os requisitos não precisam ser cumpridos ao mesmo tempo.
Apesar de a pensão por morte não ser concedida aos dependentes de quem já perdeu a qualidade de segurado, há o entendimento que, caso esse falecido tenha cumprido todos os requisitos para obtenção da aposentadoria, seus dependentes farão jus ao benefício. Da mesma forma do parágrafo anterior, os beneficiários farão jus, pois o segurado cumpriu os requisitos necessários para obtenção do benefício.
Restabelecimento
Vimos que existe, para aquele segurado que deixou de contribuir por algum motivo, o período de graça. O restabelecimento se dá quando o segurado volta a exercer atividade remunerada (segurado obrigatório) ou volta a contribuir voluntariamente (segurado facultativo).
O período de graça é automaticamente sucedido pela nova filiação sem perda do vínculo previdenciário.
Atividade
3. Com relação à manutenção da qualidade de segurado, independentemente de contribuições, é correto afirmar:
a) O segurado facultativo mantém a qualidade de segurado por até 6 meses da cessação das contribuições. CORRETA
Gabarito comentado:
A questão aborda o tema período de Graça. Sistematicamente, podemos dividir da seguinte forma:
Sem limite de prazo: quem está em gozo do benefício;
Até doze meses - cessamento do benefício por incapacidade, cessar a segregação compulsória, livramento do detido ou recluso, cessamento das contribuições RPGS. Soma-se mais 12 meses caso tenha mais de 120 contribuições, ou se o desemprego tenha sido involuntário;
Até seis meses - cessamento das contribuições do segurado facultativo;
Até três meses - licenciamento das Forças Armadas.
Aula 4: Qualidade de dependente
Vimos na última aula como se dá a manutenção, a perda e o restabelecimento da qualidade de segurado. Na aula de hoje, veremos a qualidade de dependente. Antes de tudo, precisamos saber que a contribuição paga pelo segurado não traz benefícios exclusivamente ao contribuinte, mas alcança seus dependentes quando cumpridas as condições estabelecidas pela lei.
Segundo Kravchychyn (2014), dependentes são as pessoas que, embora não contribuindo para a seguridade social, a lei de benefícios elenca como possíveis beneficiários do Regime Geral de Previdência Social – RGPS. A razão para essa expansão se dá pelo vínculo familiar ao segurado do regime, disponibilizando os seguintes direitos:
1. Pensão por morte
2. Auxílio-reclusão
3. Serviço social
4. Reabilitação profissional
Atenção
É importante ressaltar que a relação jurídica entre INSS e dependentes somente se instaura quando ocorre o falecimento do segurado ou sua prisão, não havendo hipótese de recebimento concomitante de qualquer benefício previdenciário entre segurado e dependentes.
A lista de dependentes presente na lei previdenciária é muito parecida com a da lei civil com relação à garantia de alimentos.
Esse entendimento, fazendo uma breve análise, é muito acertado, uma vez que o dependente é aquela pessoa subordinada economicamente a alguém, dependendo deste para garantir o seu sustento.
Os dependentes previdenciários possuem uma classificação enumerada. É importante observar que existe uma hierarquia entre as classes, desta forma, a existência de dependentes de uma classe anterior exclui a possibilidade de recebimento dos elencados nas classes posteriores (art. 16 § 1º da lei nº 8.213/91).
Podemos observar as seguintes classes:
Classe 1:
A classe 1, descrita no inciso I do referido artigo, compreende o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado menor de 21 anos, ou inválido, ou que tenha deficiência intelectual, mental ou deficiência grave.
Verifica-se que nessa classe foram contempladas as pessoas que teoricamente mantêm uma relação de maior proximidade com o segurado, presumindo-se uma situação de maior dependência.
Classe 2:
Já na classe 2, descrita no inciso II do artigo 16, estão elencados os pais do segurado, pessoas que também mantêm um grau de proximidade, mas que, no entanto, precisam comprovar sua dependência econômica, haja vista que é muito comum que os pais já possuam uma estabilidade financeira garantida pelos longos anos de trabalho ou pela aposentadoria.
Classe 3:
Na classe 3, descrita no inciso III do artigo estudado, foram elencados o irmão menor de 21 anos, ou inválido, ou que tenha deficiência intelectual, mental ou deficiência grave. Assim como as pessoas elencadas anteriormente, a dependência dos membros desta classe precisará sempre ser comprovada.
Relações conjugais
Para fins de dependência, não mais existe distinção entre homem e mulher desde a constituição de 1988, conforme pode ser observado no artigo 5º inciso I da Constituição Federal. Em momento anterior, o homem somente seria considerado dependente quando inválido, entendimento que derivava de um direito enraizado no pátrio poder familiar. Todavia, após a promulgação da atual constituição, o viúvo também pôde ser contemplado como dependente.
Esse manto protetivo também é entendido de maneira mais ampla, não sendo limitado somente a homem e mulher casados.
Pode se rogado pelo casal que conviva em união estável, não tendo contraído matrimônio. A última novidade trazida pela jurisprudência, e até mesmo por norma interna do INSS, é a de a dependência pode se dar entre pessoas de mesmo sexo, o que equivale a dizer que as possibilidades elencadas na classe 1 valem também para as uniões homoafetivas.
Atenção: Outro ponto importante, descrito no § 4º do artigo 16 da lei 8.213/91, versa sobre o vínculo das pessoas indicadas no inciso I, informando que a dependência econômica dos segurados de primeira classe é presumida, devendo as demais comprovarem a sua situação de dependência, sob pena de terem o seu benefício negado pelo órgão administrativo.
Filiação e dependência
Concorrendo em igualdade de direitos com cônjuges e companheiros estão os filhos, sejam eles biológicos ou socioafetivos. O texto se refere aos que tenham até 21 anos, não emancipados ou inválidos. Ainda, o enteado e o menor sob tutela são equiparados a filhos para efeitos de dependência na classe 1.
A inscrição do dependente é feita por ele próprio e não pelo segurado, e somente no momento do requerimento do benefício. Os dependentes de mesma classe concorrem entre si pelo valor devido à título de seguro. Se, por exemplo, existem 2 pessoas de classe 1 que dependiam economicamente do segurado, e eles recebem um benefício de R$ 1.000,00, cada um receberá a monta de R$ 500,00.
O menor sob guarda judicial em conformidade com o Estatutoda criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), anterior à Lei n. 8.213/91, tem disposição específica: a guarda confere à criança ou ao adolescente a condição de dependente para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários (art. 33, § 3º).
Em primeira análise, o STJ entendia que a lei previdenciária, por ser especial e posterior, prevaleceria sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, entretanto, no ano de 2018, o STJ alterou seu entendimento, ao conceder ao menor sob guarda o direito à pensão por morte desde que comprovada sua dependência econômica.
Da comprovação da dependência
A comprovação de situação de dependência econômica, a ser efetuada pelos dependentes de segunda e terceira classe perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), poderá ser realizada preferencialmente com base no art. 22, §3º, do Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99), que apresenta um rol de documentos aceitos para comprovação de vínculo (união estável) e para comprovação de dependência:
	Declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente;
Disposições testamentárias;
Anotação constante na carteira profissional e/ou na carteira de trabalho e previdência social, feita pelo órgão competente; (revogado pelo decreto nº 5.699, de 2006) Declaração especial feita perante tabelião;
Prova de mesmo domicílio;
Prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil;
Procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
	
+
	Conta bancária conjunta;
Registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado;
Anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;
Apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária;
Ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável;
Escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
Quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.
Importante ressaltar que a jurisprudência, de forma unânime, tem dispensado a necessidade de apresentação do número mínimo de três documentos, haja vista que deve ser preservada a harmonia entre o texto legal e o princípio do livre convencimento motivado do juiz, que garante ao magistrado ampla liberdade para tomar sua decisão com base em qualquer prova dos autos, inclusive da prova testemunhal.
Na via administrativa, o segurado que não contar com o mínimo de três documentos poderá apresentar um ou dois e requerer a comprovação de sua dependência através da oitiva de testemunhas pelo processo de justificação administrativa. 
Assim como o segurado da previdência pode perder essa qualidade quando deixa de cumprir os requisitos estabelecidos pela lei, os dependentes também poderão perdê-la em inúmeras hipóteses elencadas pelo texto legal:
	Declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente;
O cônjuge não mais será dependente quando ocorrer a dissolução da união pela separação ou divórcio, anulação do casamento, óbito ou sentença judicial transitada em julgado. Já o companheiro, perderá a qualidade de segurado quando cessar a união estável. É importante ressaltar que o mesmo não acontece quando é fixada pensão para o cônjuge ou companheiro, pois ainda dependem economicamente do segurado.
	
	O filho e o irmão perdem a qualidade de dependente quando completam 21 anos de idade, não mais fazendo jus à prestação pecuniária. Eles não deixarão de ser considerados dependentes quando inválidos, com a condição de que a invalidez tenha ocorrido antes dos 21 anos, da emancipação, do casamento, do início do exercício de emprego público efetivo, da constituição de estabelecimento civil ou comercial, ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Talvez você já tenha ouvido comentários a respeito do direito do filho que completa 21 anos requerer a prorrogação do benefício de pensão por morte, recebido de seu genitor ou irmão, para até os 24 anos de idade em razão do início ou pendência de curso universitário. Essa visão é transmitida entre as pessoas em razão das semelhanças entre o direito do recebimento de alimentos civis e de recebimento dos benefícios previdenciários na condição de dependente.
Todavia, no direito previdenciário não se aplica o entendimento do direito civil de que a qualidade de dependente se prorroga até os 24 anos, data provável em que o filho completaria seus estudos universitários, dessa forma, mesmo que o filho ou dependente continue seus estudos na universidade em período posterior aos 21 anos, terá seu benefício previdenciário cessado.
A TNU (Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais), em virtude da grande quantidade de pedidos dessa natureza, editou a súmula número 37 dizendo que a pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência de curso universitário. Observando julgados do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, perceberemos que é adotado o mesmo entendimento apresentado pela TNU porque não há previsão legal da referida prorrogação na redação da lei 8.213/91.
Portanto, o filho dependente não poderá ter seu benefício prorrogado em razão da pendência de um curso superior. O dependente somente terá o benefício de pensão por morte prorrogado além dos 21 anos nos casos excepcionais em que for constatada a invalidez em momento contemporâneo ao óbito do segurado.
Você deve ter notado que, por mais que sejam muitas as regras, elas não são difíceis de serem lembradas no dia a dia. Como fizemos em outra aula, tente montar um resumo esquemático para que você não se esqueça do que falamos até aqui...
Atividades:
1. (UERR – 2018) De acordo com a Lei n° 8.213/1991, quais pessoas não necessitam comprovar a dependência econômica para com o segurado para efeito de obtenção de benefícios?
c) O cônjuge, a companheira ou o companheiro. R: De acordo com o § 4º do art. 16, da Lei n. 8.213/91, a dependência econômica do cônjuge, da companheira, do companheiro, do filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, é presumida, não precisando ser comprovada.
2. (CESPE – 2018) A respeito do regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item que se segue, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. Os genitores de segurado do RGPS serão seus dependentes independentemente de comprovação da dependência econômica.
R: Errado, conforme demonstrado no § 4º do artigo 16 da lei 8.213/91 a dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. Os pais aparecem elencados no inciso II do referido artigo, portanto para que sejam considerados dependentes do segurado necessitarão da realização da prova de sua dependência econômica.
3. (CESPE – 2017) João, segurado obrigatório no RGPS, é casado com Fabiana, pelo regime da separação total de bens, com quem tem dois filhos, Marcos, de dezesseis anos de idade, e Felipe, de vinte e cinco anos de idade, portador de deficiência mental grave desde criança. Nessa situação hipotética, à luz da lei n.º 8.213/1991, considera(m)-se dependente(s) previdenciário(s) de João:
d) Fabiana, Marcos e Felipe. R: De acordo com o artigo 16 da lei 8213/91, inciso I, Fabiana se encontra na condição de cônjuge, portanto é dependente de João; Marcos é filho menor de 21 anos, logo se encontra na qualidade de dependente; Felipe é portador de deficiência mental grave desde criança, portanto dependente, independentemente da idade.
Aula 05: O financiamento da seguridade social e o plano de custeio
O financiamento da seguridade social
Para entendermos como é financiada a seguridade social, podemos relembrar algunsprincípios estudados na aula 2, como os princípios da equidade na forma de participação no custeio e da diversidade da base de financiamento. Sabemos que o direito previdenciário visa garantir uma maior amplitude na forma de custeio da Seguridade Social, tal garantia foi constituída mediante uma gestão quadripartite, da qual participam:
1. Trabalhadores;
2. Empregadores;
3. Aposentados;
4. O governo nos órgãos colegiados;
O art. 195 da Constituição Federal prevê que a seguridade social seja financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e pelas contribuições sociais dos empregadores, trabalhadores e demais segurados, concursos de prognósticos (ex: loterias) ou do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
Atenção: É importante esclarecer que é de competência da União instituir as contribuições enumeradas pelo art. 195 da CF, através da edição de lei ordinária. Outras fontes de custeio, diferentes das previstas nos incs. I a IV do art. 195, também podem ser instituídas. Trata-se de competência residual da União, que só pode ser exercida por lei complementar, proibidos a cumulatividade e o bis in idem.
O plano de custeio da previdência social
Conforme já estudado no histórico da previdência social, o Estado viu-se obrigado a tomar medidas para a proteção de seus cidadãos tendo em vista que o indivíduo desprotegido de um sistema com garantias previdenciárias estava onerando as despesas do Estado e colocando em risco a ordem e o bom desenvolvimento das nações. 
Dessa forma, foi necessário a criação de um sistema previdenciário que fosse sustentado por uma ampla gama de contribuintes e cujos custos seriam pagos pela geração mais jovem, sendo os benefícios usufruídos pelos mais velhos ou inválidos permanentemente ou temporariamente.
Para estudarmos a legislação nacional, inicialmente é importante ressaltar que a seguridade social foi criada para assegurar os direitos de:
Saúde;
Previdência;
Assistência social;
O Regime Geral de Previdência Social teve sua regulamentação pelas leis nº 8.212/1991 (plano de custeio da previdência) e nº 8.213/1991 (plano de benefícios da previdência). Nosso estudo ainda se restringirá à lei que estabelece o plano de custeio e suas peculiaridades.
É importante ressaltar que somente quem contribui efetivamente adquire a condição de segurado da previdência social. Por se tratar de um regime de caráter contributivo, o segurado receberá benefícios preestabelecidos em lei de acordo com o cumprimento das carências necessárias.
Por outro lado, considerando o princípio da universalidade da cobertura dos benefícios previdenciários, foi necessária a criação de um sistema com filiação obrigatória, aumentando assim o rol dos contribuintes para a garantia da fonte de custeio.
A lei nº 8.212/1991 regulamenta o artigo 195 da Constituição Federal estabelecendo a organização da seguridade social e instituindo o plano de custeio com regras específicas sobre as disposições constitucionais. Na lei nº 8.212/1991 foram estabelecidos:
	O sujeito ativo:
No momento da criação da lei era o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), todavia com as alterações legislativas ocorridas no ano de 2009, tal competência foi atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil.
	O sujeito passivo:
É o contribuinte, seja empresário, trabalhador ou demais segurados, conforme estudado no tópico anterior.
	As alíquotas e bases de cálculo:
Correspondem às porcentagens com que cada segurado deverá contribuir, podendo inclusive serem diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. Tal diferenciação visa atender ao princípio da equidade na forma de participação no custeio.
Princípio ou regra da contrapartida
Também conhecido como princípio da precedência da fonte de custeio, visa garantir um permanente equilíbrio financeiro ao sistema de proteção social, dessa forma, foi estabelecida a regra da contrapartida. Tal regra, como se pode observar, não se encontra no rol de princípios da Constituição Federal de 1988, podendo ser entendida como um princípio implícito, no entanto é de suma importância para o bom desenvolvimento do sistema.
Conforme o artigo 195, §5º da CF/1988 e artigo 125 da lei nº 8.213/1991:
"Nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. A regra básica para a existência desse princípio é bem simples, não se pode criar um gasto sem que se tenha a certeza de que haverá uma fonte de renda para pagá-lo, caso contrário, todo o sistema previdenciário poderia se colapsar."
O que essa norma busca é uma gestão responsável, dessa forma, a primeira interpretação possível é que não se poderá criar, majorar ou estender contribuições sociais sem a respectiva criação, majoração ou extensão da prestação paga pelo contribuinte, ou seja, a contrapartida.
Esse princípio tem grande ligação e consonância com o princípio do equilíbrio financeiro e atuarial, pois só é permitido ao legislador garantir novos direitos aos cidadãos através de benefícios previdenciários quando for resguardada a fonte de custeio para a manutenção do equilíbrio das contas previdenciárias, fato que será importante para não permitir que o sistema torne-se inviável para o financiamento das futuras gerações.
A observância desse princípio é fundamental para que a previdência social pública se mantenha em condições de conceder os benefícios previstos em lei sob pena de, caso seja uma relação mal sucedida, em curto espaço de tempo, estarem os segurados definitivamente sujeitos à privatização de tal atividade em face da impotência do Poder Público de gerar mais receita para cobertura de déficit.
Desse princípio se extrai a principal justificativa para a exclusão de alguns beneficiários de um determinado benefício.
Exemplo: É o caso do segurando contribuinte individual que opta a contribuir com apenas 11% (onze por cento) do seu rendimento, perdendo assim o direito de requerer a aposentadoria por tempo de contribuição.
No entanto, há correntes de pensamento que acreditam que nem sempre é necessária a existência de uma contrapartida direta com relação a um benefício, pois além da regra da contrapartida também existe o princípio da solidariedade. Tal princípio prega a necessidade de uma relação fraterna entre os membros da sociedade para que, assim, sejam eliminadas as desigualdades sociais.
Diante desse princípio, percebemos que existe um confronto entre duas normas constitucionais e seria incorreto eliminar uma em prevalência da outra, portanto o mais correto seria realizar uma relativização dos dois princípios para que a sociedade mais carente não seja prejudicada.
Princípio ou regra da contrapartida
Esse princípio foi introduzido no ordenamento brasileiro somente a partir da Emenda Constitucional n.º 20/1998 (art.40, caput, e art. 201, caput). Segundo tal regra, o poder público deverá, na execução da política previdenciária, atentar sempre para a relação entre custeio e pagamento de benefícios a fim de manter o sistema em condições superavitárias e observar as oscilações da média etária da população, bem como sua expectativa de vida, para a adequação dos benefícios a essas variáveis.
Percebemos que por conta do princípio do equilíbrio financeiro e atuarial que sempre estamos ouvindo pela mídia as propostas de reforma da previdência, bem como informações que o atual sistema previdenciário poderá não conseguir cumprir com suas obrigações orçamentárias em um futuro próximo.
Observe que agora não mais falamos da hipótese de criação de um novo benefício, mas:
Da possibilidade do sistema previdenciário em se manter com o passar dos anos;
Do envelhecimento da população;
Da diminuição nas taxas de natalidade;
Das oscilaçõesnas taxas de emprego.

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