Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disciplina Direito Previdenciário Apresentação A disciplina de Direito Previdenciário nos orienta para um melhor entendimento do sistema de seguridade social. Relacionado como direito de 2ª geração, o Direito Previdenciário se enquadra no princípio da igualdade, buscando sempre a solidariedade. O sistema previdenciário brasileiro é composto do Regime Geral da Previdência Social – RGPS, dos Regimes Próprios de Previdência e da Previdência Complementar, que serão abordados nas aulas desta disciplina. Por ser uma questão de cidadania, de possuir divisão interna, leis especí�cas, princípios próprios, objeto próprio e métodos próprios, o Direito Previdenciário tornou-se ramo autônomo do direito. Objetivos Registrar o processo histórico evolutivo do Seguro Social; Esclarecer o funcionamento do Regime Geral de Previdência Social e do Regime Próprio; Explicar a aplicação e a concessão de benefícios e auxílios presentes no ordenamento jurídico. Conteudista Diogo Dutra Neto Currículo Lattes Validador: Isis Hochmann de Freitas javascript:void(0); Resumos Aula 1: Origem e evolução da prestação previdenciária e as fases do seguro social Compreenderemos o processo histórico de evolução e surgimento do conceito de previdência, tanto no cenário internacional como no Brasil, descrevendo, de modo sucinto, os principais países que in�uenciaram a criação do sistema brasileiro de previdência social. Esse entendimento do contexto histórico nos proporcionará um entendimento linear do assunto, compreendendo os anseios da sociedade no decorrer dos anos. Aula 2: Princípios constitucionais e gerais da Seguridade Social e o Regime Geral da Previdência Social e Regimes Próprios Serão apresentados todos os princípios que norteiam a seguridade social, que integram a ação dos Poderes Públicos e da sociedade, para a garantia dos direitos do cidadão, tal como a universalidade da cobertura e do atendimento; a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; seletividade e distributividade; irredutibilidade do valor dos benefícios; equidade na forma de participação no custeio; diversidade da base de �nanciamento; e caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa. Ainda, entenderemos o Regime Geral da Previdência Social e os Regimes Próprios de Previdência. Todos esses princípios e conceitos nos permitirão compreender mais claramente os institutos e o direito das pessoas no que tange à Seguridade Social. Aula 3: Qualidade de segurado: manutenção, perda e restabelecimento Compreenderemos a manutenção como o período em que o indivíduo continua �liado ao Regime Geral de Previdência Social; a perda como caducidade dos direitos inerentes a condição de segurado do regime; e o restabelecimento como a volta ao exercício da atividade que se enquadre na contribuição necessária para ser �liado ao Regime Geral de Previdência Social. Sem o entendimento correto dessas qualidades, não poderemos identi�car qual a sistemática adotada pela lei para cada caso. Aula 4: Qualidade de dependente Entenderemos que não somente aquele que contribui e está �liado ao Regime Geral de Previdência Social pode solicitar um benefício, mas também seus dependentes. Em razão do vínculo familiar, a previdência social estende o seu manto protetivo para essas pessoas, podendo conceder benefícios como pensão por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação pro�ssional. Com todo esse entendimento, é possível auxiliar a sociedade na busca de seus direitos, ajudando-a a efetivar garantias e direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. Aula 5: O �nanciamento da Seguridade Social e o Plano de Custeio Analisaremos aquilo que é fundamental para a viabilidade da Seguridade Social, que é o �nanciamento e o plano de custeio. É somente com o planejamento do futuro que se terá uma verdadeira seguridade, da qual esse sistema subsistirá. O plano de custeio é um apanhado de normas que regulamentam as contribuições sociais, apoiado em previsões de receita e de despesa, calculados com base no risco, na prestação de serviços e nas expectativas futuras de desenvolvimento da Seguridade Social. Aula 6: Contribuições sociais para o �nanciamento da Seguridade Social Veri�caremos como é o sistema contributivo adotado pela constituição e um dever imposto a toda a sociedade pela carta magna, de forma direta, como no pagamento das contribuições sociais, e indireta, como através de ações do poder público que são �nanciadas mediante recursos da União, dos estados e dos municípios. Aula 7: Conceito e campo de aplicação do acidente de trabalho e as prestações acidentárias Será possível estabelecer um paralelo entre o direito do trabalho, pela classi�cação do acidente de trabalho, e o direito previdenciário. Seremos capazes de compreender o conceito que abarca o acidente e qual o seu campo de aplicação, juntamente com o entendimento previdenciário a ser aplicado ao segurado que se acidente. Essa conceituação nos proporcionará um aprendizado para orientarmos tanto um empresário quanto um empregado, garantindo-os segurança jurídica nesse tema complexo e tão em alta no Brasil atual. Aula 8: Prestações previdenciárias, planos de benefícios, concessão de prestações e serviços previdenciários Compreenderemos as garantias constitucionais da cobertura previdenciária em casos previstos em lei. A lei que regula o Regime Geral de Previdência Social estabelece direitos e obrigações entre os bene�ciários e o Estado. Será analisado, então, a obrigação que o Estado tem para com os segurados e seus dependentes, obrigações de dar ou de fazer. Aula 9: Prestações previdenciárias de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, aposentadoria por tempo de contribuição, por idade e especial Em continuação ao entendimento da aula anterior, veremos a aplicação e a concessão dos benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria por idade e aposentadoria especial. Por cada um desses benefícios se tratar de um fato gerador diferente, tem-se diferentes entendimentos e aplicações, bem como comprovações, para que tais benefícios sejam concedidos na seara previdenciária. Aula 10: Outras prestações previdenciárias e acumulação de benefícios Finalizando o conteúdo das duas últimas aulas, veremos outros tipos de prestações previdenciárias e a possibilidade de acumulação de benefícios. Veremos a prestação de salário-maternidade, salário-família, auxílio-acidente, abono anual, pensão por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação pro�ssional. Direito Previdenciário Aula 1: Origem e evolução da prestação previdenciária e as fases do seguro social Apresentação Nesta aula, você compreenderá todo o processo histórico evolutivo da disciplina de Direito Previdenciário. Conhecerá quais foram as leis que deram início à ideia de seguridade social, e os anseios da sociedade, tanto no cenário internacional quanto no cenário brasileiro. Será capaz de perceber, ainda, que desde a primeira constituição brasileira já existia o gérmen da seguridade social. Caminhando a passos curtos, o Brasil foi paulatinamente reconhecendo tais direitos e trazendo uma maior garantia aos seus cidadãos no que tange à seguridade social. Vamos iniciar nossa jornada? Objetivo Explicar o processo histórico de evolução e surgimento do conceito de previdência; Listar as fases do seguro social. Palavras iniciais Você se lembra de ter conhecido alguém ou um professor em sala que, por possuir bastante conhecimento acerca do tema, expôs o assunto tratado desde o início, quais as fases, como foi a evolução até o período atual? Nesta aula, você será capaz de fazer o mesmo com a disciplina de Direito Previdenciário. Nela você aprenderá e entenderá toda a evolução histórica, o surgimento do conceito de previdência, bem como todas as fases do seguro social até o momento. Será capaz de, em uma conversa informal, explicar o motivo do surgimento e sua evolução. Processo histórico de evolução Conceito de leis (Fonte: Shutterstock). Com a transição do campo para a cidade e a industrialização, o homem se viu em um cenário diferente do de costume. O vínculo entre empregado e empregador foi tema de grande divergência, com abusos cometidos e inúmeras diferenças sociais que ocasionaram revoltas e revoluções. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Leitura Para entender melhor esse contexto, acesse a leitura que trata sobre essa evolução histórica. Você consegue perceber a evolução histórica do seguro social nos países expostos? Consegue fazer uma associação com o que você já estudou em História? javascript:void(0); Pare aqui e faça uma pesquisa desses países nos anos em que tais modi�cações legais ocorreram e perceba como o ordenamento jurídico tende a representar os anseios dos cidadãos. Muitas vezes essas conquistas só vêm depois de muitas lutas e revoltas. Evolução Histórica da Previdência Social no Brasil Você deve ter notado que o processo de seguro social na Europa se deu de forma lenta e gradual, necessitando de um considerável período até que os clamores da sociedade fossem ouvidos e atendidos. A exemplo do que se deu na Europa, o processo de evolução da Previdência Social no Brasil se deu de forma lenta. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online A Constituição de 1824 foi o primeiro documento legal brasileiro que previu algum tipo de proteção aos cidadãos, com o nome de socorros públicos, mas apenas como conteúdo programático, não havendo meios de o cidadão exigir essa proteção do Estado. Constituição de 1824 foi o primeiro documento legal brasileiro (Fonte: Mundo Educação) Em 1835 foi criada a primeira entidade de previdência privada no Brasil, com o nome de Montepio Geral da Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL). Já o Código Comercial de 1850 previa salário por três meses ao preposto acidentado. As primeiras regras de proteção social no Brasil possuíam caráter bene�cente e assistencial. No período colonial foram criadas as Santas Casas de Misericórdia, as Irmandades de Ordens Terceiras e, em 1975, fora estabelecido o Plano de Bene�cência dos Órfãos e Viúvas dos O�ciais da Marinha. Leitura A partir daí, diversos avanços foram estabelecidos. Acompanhe esses acontecimentos por meio do texto evolução histórica no Brasil. A seguridade social na Constituição de 1988 javascript:void(0); Constituição de 1998 (Fonte: Shutterstock). Até o momento você viu como a lei se transformou ao longo do tempo na história do Brasil. Longe de ser mera informação, esse conhecimento nos serve para entendermos que muitas vezes um direito que hoje se encontra difundido, levou um grande tempo até ser consolidado e poder ser exigido como direito pelo cidadão brasileiro que se encontra segurado. Mas esse conhecimento não só nos auxilia nisso, como também nos faz entender melhor a atual sistemática brasileira com a promulgação da constituição de 1988, que estabeleceu o Sistema de Seguridade Social. Esse sistema atuaria na área da saúde, assistência social e previdência social. As contribuições então passaram a custear as ações do Estado nessas três áreas. Com o nascimento desse Sistema Nacional de Seguridade Social é que se tem garantido o bem-estar e a justiça social, pois não priva ninguém do mínimo existencial, assegurando a dignidade humana. 1 Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Da mesma maneira que você estabeleceu um paralelo entre o período social vivido na Europa e o surgimento das leis do seguro social, você deve fazer uma pesquisa breve e ver, ano após ano de surgimento das leis de seguro social, quais eram os anseios políticos e sociais do Brasil em cada época. Isso o ajudará a entender melhor a transformação da sociedade brasileira ao longo dos anos. Fases do Seguro Social Agora, em posse de todo esse conhecimento histórico evolutivo, nós podemos resumir e entender as fases do Seguro Social no Brasil. Longe de ser uma mera repetição, isso o ajudará a �xar melhor o conteúdo exposto ao longo desta aula. http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula1.html Clique nos botões para ver as informações. Enquanto sistema, o Direito Previdenciário existe há mais de noventa anos, tendo sido a Lei Eloy Chaves o marco inicial por meio do Decreto Legislativo 4.681, de 1923. Vale ressaltar, entretanto, que outras normas já existiam nesse sentido, mas a que trouxe um maior benefício para a população da época, foi a Lei Eloy Chaves. É nessa época que as Caixas de Aposentadorias e Pensões foram instituídas e organizadas por empresas. 1ª Fase Nesta fase, iniciada em 1933, quando houve a organização por categoria pro�ssional e conferidas as funções arrecadatória e �scalizatória, foram criados os Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAP. 2ª Fase Dando início à terceira fase, em 1967 ocorre a fusão dos Institutos de Aposentadoria e Pensões através da criação do Instituto Nacional da Previdência Social – INPS por meio do Decreto-lei nº 72/1966. Nesta fase também foi criado o FUNRURAL para os trabalhadores rurais que passaram a ter direito à previdência social. 3ª Fase Por meio da Lei 8.029/90, foi criado, �nalmente, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Sua criação se deu através da fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS com o Instituto Nacional da Previdência Social – INPS. 4ª Fase Agora, com base no que foi visto, você seria capaz de criar um resumo esquemático? Eles nos ajudam a �xar melhor o conteúdo, criando um mapa mental que auxilia nossa memória quando precisamos tratar daquele assunto especí�co. Sugerimos que você gaste um tempo elaborando um bom resumo, não só das fases do Brasil, mas de todo o conteúdo da aula. Isso enriquecerá sua inteligência e o preparará melhor para os concursos e para o trabalho do dia a dia. Com base no conhecimento proposto, realize as atividades a seguir. Atividades 1. Tendo como origem a Europa, é sabido que o mundo passou por diversas e grandes lutas para a conquista de direitos sociais, dentre eles o seguro social. Cite dois países que foram pioneiros na inserção de direitos de seguridade social e quais leis eles utilizaram para alcançar esse objetivo. 2. Acompanhando a evolução histórica do seguro social no Brasil, é possível dividi-la em quatro fases diferentes, cada qual com sua característica marcante. Escreva o ano e qual a característica marcante de cada fase. 3. A 4ª fase uniu dois grandes institutos para a criação de um. Qual o nome desse instituto e qual a lei? Notas Sistema Nacional de Seguridade Social1 Foi em 1990 a criação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, que substituiu o INPS na função de arrecadação, pagamento de benefícios e prestação de serviços. Porém, em 2007, essa responsabilidade foi transferida para a Secretaria da Receita Federal do Brasil. As leis 8.212 e 8.213 foram publicadas em 1991, tratando respectivamente do custeio da Seguridade Social e dos benefícios e serviços da Previdência. Note que essas leis estão em vigor até hoje, mesmo com as diversas alterações trazidas por outras leis. Vale ressaltar ainda a grande alteração que ocorreu em 1993, que foi a criação da LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social. Referências CAMPOS, M. B. L. B. Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos. Belo Horizonte: Líder, 2004. OLIVEIRA, A. C. Direito do trabalho e previdência social: estudos. São Paulo: LTr, 1996. SERRA E GURGEL, J. B. Evolução histórica da previdência social. Brasília: ANASPS, 2008. TAVARES, M. L. Direito Previdenciário.12. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010. Próxima aula Princípios gerais e constitucionais do Direito Previdenciário; Regime Geral da Previdência Social; Regimes Próprios. Explore mais Leia os artigos a seguir e enriqueça seu conhecimento: Previdência social: breve histórico no cenário mundial e sua estrutura e funcionamento no Brasil; <https://jus.com.br/artigos/59126/previdencia-social-breve-historico-no-cenario-mundial-e-sua-estrutura-e-funcionamento-no-brasil> Evolução histórica da Previdência Social no Brasil e no mundo. <//www.conteudojuridico.com.br/artigo,evolucao-historica- da-previdencia-social-no-brasil-e-no-mundo,35915.html> https://jus.com.br/artigos/59126/previdencia-social-breve-historico-no-cenario-mundial-e-sua-estrutura-e-funcionamento-no-brasil http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,evolucao-historica-da-previdencia-social-no-brasil-e-no-mundo,35915.html Direito Previdenciário Aula 2: Princípios constitucionais e gerais da Seguridade Social e o Regime Geral da Previdência Social e Regimes Próprios Apresentação O que é um homem sem princípios para norteá-lo? Muito provavelmente ele se perderá, não saberá onde ir e, quando se deparar com um problema, com certeza terá di�culdades para resolvê-lo. Sem princípios que norteiam, o caminho será mais árduo. Esse mesmo entendimento pode ser aplicado a uma matéria, ao estudo de um tema em especí�co. A seguridade social, sem princípios para a dirigirem, perder-se-á e não cumprirá com seu maior objetivo que é a segurança. São os princípios que trazem segurança jurídica para o direito. É por isso que nesta aula aprenderemos os princípios mais importantes. Objetivo Reconhecer os princípios norteadores da Seguridade Social; Explicar o funcionamento dos regimes de previdência. Palavras iniciais Você provavelmente já deve ter ouvido falar de princípios, sobretudo quando começa um novo conteúdo, seja ele de direito civil, penal, constitucional, en�m, qualquer outro ramo do direito. Com o direito previdenciário não é diferente. Nesta aula, veremos os princípios que norteiam a previdência. Tendo aprendido os princípios, poderemos entender como funcionam os regimes de previdência. Assim como todo instituto possui suas regras de funcionamento e suas normas gerais, com os regimes de previdência não é diferente. Analisaremos ponto a ponto o Regime Geral de Previdência e os regimes próprios. Previdência e seus recursos para informações (Fonte: Shutterstock). Princípios gerais Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online É importante termos em mente que, por mais que no meio acadêmico se faça distinção entre as matérias, o direito muitas vezes se mescla, tendo o direito previdenciário, por exemplo, ligação com o direito tributário, o direito administrativo, o direito trabalhista, en�m, inúmeros outros ramos. Ter isso em mente nos facilita o entendimento de alguns princípios que são gerais a todos esses ramos. O primeiro desses princípios é o princípio da solidariedade. Princípio da solidariedade O princípio da solidariedade norteia a Previdência Social no que concerne à solidariedade entre os membros da sociedade. A solidariedade nada mais é que o dever de ajudar o próximo, da cooperação mútua entre as partes. Esse princípio assegura a dignidade da pessoa humana a todos os membros da sociedade. Princípio da legalidade Esse princípio também é muito importante para o entendimento da previdência. Ele pode ser dividido para particulares e para o poder público. Para o particular, signi�ca poder fazer tudo o que a lei não proibir, ou seja, o particular tem a liberdade de fazer o que bem entender, como entender, a hora que quiser, desde que a lei não o proíba. É por conta desse princípio que o aposentado que recebe benefício da previdência, mesmo já tendo contribuído, continua com suas prestações compulsórias, pois ele tem o dever de prover aos que agora necessitam. Princípios constitucionais do direito previdenciário Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Agora que já vimos dois dos principais princípios gerais do direito que coadunam entre várias matérias, veremos o que a constituição brasileira tem a nos dizer quanto aos princípios a serem observados e obedecidos pelo sistema previdenciário. Os incisos do artigo 194 da Constituição da República Federativa do Brasil são de aplicação exclusiva no âmbito da seguridade social, valendo para a saúde, a previdência social e a assistência social. Veremos somente os objetivos gerais da seguridade social e os pertinentes à previdência social. Universalidade da cobertura e do atendimento Esse princípio, conforme podemos deduzir pelo nome, prevê que todos têm direito ao atendimento e cobertura ampla de riscos sociais. A universalidade é a proteção social alcançando a todos os eventos que não podem sofrer demora, que precisam ser atendidos de imediato, promovendo a subsistência de quem necessite com a entrega de prestações, ações e serviços de seguridade social. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais Já contemplado no artigo 7º da Constituição, este princípio visa tratar de maneira uniforme os trabalhadores urbanos e rurais, não fazendo distinção entre eles, concedendo idênticos benefícios e serviços para os mesmos eventos cobertos pelo sistema. Isso não signi�ca dizer que um trabalhador rural terá igualdade na concessão de benefício, pois o valor pode ser diferenciado. O que se leva em conta é a equivalência. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços Como todo recurso possui sua limitação, ele não pode ser utilizado de qualquer modo. Deve-se conceder o benefício a quem efetivamente necessite dele. Isso equivale a dizer que não existe um único benefício ou serviço, sendo eles distribuídos de forma seletiva, conforme a necessidade do segurado. Irredutibilidade do Valor dos Benefícios Muitíssimo parecido com o princípio trabalhista que veda a redução do salário percebido pelo empregado, este princípio assegura que o benefício concedido não pode ter seu valor nominal reduzido, sofrer descontos, penhoras, arrestos, salvo por força de lei. Equidade na forma de participação no custeio Este princípio possui como meta, objetivo, e não regra concreta, a equidade, garantindo aos hipossu�cientes a proteção social. Os hipossu�cientes só contribuirão quando possível e o equivalente a seu poder contributivo. Então vale dizer que esse princípio tem como pressuposto a capacidade contributiva de cada um, ou seja, a pessoa que ganha mais contribui com mais e a pessoa que ganha menos contribui com menos. Diversidade da base de �nanciamento Esse princípio visa garantir uma maior amplitude na forma de custeio da Seguridade Social, não a deixando apenas a cargo dos trabalhadores, dos empregadores e do poder público. É com base nesse princípio que ocorre a possibilidade de cobrança da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Este princípio, portanto, traz maior segurança para a Seguridade Social, pois amplia as fontes de custeio. Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados Tendo em vista o gerenciamento dos recursos por meio de discussão com a sociedade, esse princípio possibilitou a criação de órgãos de deliberação , tal como o Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, o Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS e o Conselho Nacional de Saúde – CNS. 1 http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula2.html Atividade 1. Dentre os princípios constitucionais que regem o Direito Previdenciário, destaca-se aquele que visa garantir uma maior amplitude na forma de custeio da Seguridade Social, não deixando apenas a cargo dos trabalhadores, dos empregadores e do poder público. Além disso, foi com base nesse princípio que se cobrou a CPMF por anos no Brasil. Trata-se do princípio da: a) Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais. b) Equidade na Forma de Participação no Custeio. c) Diversidade da Base de Financiamento. d) Universalidade da Cobertura e do Atendimento. e) Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços. Regimes de previdência Agora que você aprendeu todos os princípios que norteiam a Seguridade Social, chegou a hora de conhecermos os principaisregimes e o funcionamento de cada um. Os regimes podem ser classi�cados em: Básicos - são aqueles a que as pessoas são obrigadas a se �liarem; Complementares - são aqueles a que as pessoas apenas se �liam se houver interesse. O trabalhador é automaticamente �liado ao regime básico de previdência social no exato momento em que ele desempenha qualquer atividade remunerada. De um modo geral, o trabalhador é �liado ao RGPS – Regime Geral de Previdência Social, que é administrado pelo INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social e pela SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil. Já o servidor público dos entes federados, como União, Estados e Municípios – estes dois últimos somente se os entes assim estabelecerem – é �liado ao regime próprio de previdência, que possui uma sistemática um pouco diferenciada da do Regime Geral. Já o servidor público dos entes federados, como União, Estados e Municípios – estes dois últimos somente se os entes assim estabelecerem – é �liado ao regime próprio de previdência, que possui uma sistemática um pouco diferenciada da do Regime Geral. Vamos ver, primeiramente, o funcionamento do Regime Geral de Previdência Social – RGPS e suas peculiaridades. Clique nos botões para ver as informações. Vamos ver, primeiramente, o funcionamento do Regime Geral de Previdência Social – RGPS e suas peculiaridades. O Regime Geral de Previdência Social é único, vinculando todos os trabalhadores da iniciativa privada, tais como os que são regidos pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (empregados domésticos, empregados rurais, autônomos, empresários, microempresários, trabalhadores avulsos, pequeno produtor rural, sacerdotes, etc.), sendo disciplinado pelo artigo 201 da Constituição e regido pela Lei nº 8.213/91, intitulada Plano de Benefícios da Previdência Social. Além da �liação ser compulsória, aqueles que não estejam enquadrados como obrigatórios poderão contribuir para esse regime de modo facultativo, obtendo, então, a condição de segurado do Regime Geral de Previdência Social. Essa condição obedece ao princípio da universalidade do atendimento, previsto constitucionalmente no artigo 194, inciso I. Vale ressaltar, ainda, como exceção, que caso algum ente federado não possua seu regime próprio de previdência, o servidor público deverá ser �liado compulsoriamente, ou seja, obrigado a este Regime Geral. Regime Geral de Previdência Social – RGPS Tratando agora dos servidores públicos, é importante conceituar o Regime Próprio que possuem. Pelo fato de a constituição, originariamente, não ter previsto este tipo de regime, sendo criado somente após algumas emendas constitucionais, sendo antes visto como matéria de direito administrativo, existem alguns pontos que são muito diferentes do Regime Geral no que tange à União. Por ser um Regime Próprio que se aplica a cada ente federado, são inúmeras as leis que tratam de sua sistemática. O que a constituição prevê é que devem ser criados regimentos próprios para os servidores de cada ente. Só pode ser �liado a este regime o servidor público ocupante de cargo efetivo. Os comissionados, temporários ou empregados públicos não se enquadram neste regime, sendo vedada a sua �liação. Conhecendo esses dois regimes, você pode se perguntar: e se houver alguém que trabalhe como funcionário público e como empregado na iniciativa privada? Ou ainda lembrar de algum parente que exerça as duas funções. Resolver essa aparente complicação é muito simples. Como ambos são de �liação obrigatória, o servidor público que também exerça trabalho na iniciativa privada deverá ser �liado nos dois regimes. O mesmo entendimento vale para quem ocupar dois cargos efetivos em dois entes federados diferentes um do outro. Esse funcionário deverá se �liar a ambos os regimes. Regime Próprio de Previdência Social Agora veremos o último tipo de regime previdenciário. Tanto o Regime Geral de Previdência Social quanto o Regime Próprio de Previdência Social são de �liação compulsória, entretanto o Regime Complementar não, sendo facultativo o seu ingresso. Você deve ter percebido pelo nome desse regime que ele é apenas complementar, ou seja, a �liação a ele não exclui a obrigatoriedade de �liação ao Regime Geral e ao Regime Próprio quando a lei o impuser. Esse regime pode ser privado ou público. Regime Complementar Qualquer pessoa pode se �liar a uma entidade aberta de previdência complementar privada, diferente das entidades fechadas de previdência complementar privada, que são restritas à um determinado grupo, também conhecidas como fundo de pensão. Portanto, vale dizer que uma pessoa que é �liada ao Regime Geral pode contribuir para um fundo de pensão – Regime Complementar – e tornar sua aposentadoria superior ao teto do INSS. De outro modo, as entidades fechadas de previdência complementar pública são destinadas aos servidores públicos que têm seu teto salarial limitados ao que dispõe o INSS. Surge dessa situação uma possibilidade para o servidor aumentar sua aposentadoria para além do teto, que é com a contribuição facultativa para essa entidade fechada de caráter público. Assim, quando o servidor público se aposentar, ele pode garantir a equiparação de valores de remuneração com os de aposentadoria. Um grande exemplo desse tipo de entidade fechada é o Fundo de Pensão dos Servidores Públicos Federais – FUNPRESP. Um pouco mais de conhecimento Chegamos ao �nal de mais um capítulo de nossas aulas. Nesta aula nós vimos os principais princípios que norteiam a seguridade social. Você consegue lembrar quais são? Isso mesmo, como princípios gerais que se comunicam com outras áreas do direito nós temos: O princípio da solidariedade O princípio da legalidade Consegue ainda lembrar do que cada um deles dispõe? Anote em um caderno separado para que você não esqueça. E quanto aos direitos previstos constitucionalmente? Esses são mais difíceis de serem lembrados, pois são muitos: Universalidade da Cobertura e do Atendimento; Uniformidade dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais; Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços; Irredutibilidade do Valor dos Benefícios; Equidade na Forma de Participação no Custeio; Diversidade da Base de Financiamento; Caráter Democrático e Descentralizado da Administração, Mediante Gestão Quadripartite, com Participação dos Trabalhadores, dos Empregadores, dos Aposentados e do Governo nos Órgãos Colegiados. E por �m, vimos a diferenciação entre os principais regimes de previdência existentes. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividades 2. Existe em nosso ordenamento jurídico a previsão de um Regime Próprio de Previdência para servidores públicos. Com base nesse entendimento, indaga-se: é possível que um servidor público �liado ao regime próprio seja também �liado ao Regime Geral de Previdência Social? 3. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativas dos poderes públicos e da sociedade destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social. Com relação aos princípios e diretrizes que a Seguridade Social deverá obedecer, assinale a alternativa incorreta, ou seja, a que não condiz com os princípios elencados na Lei 8.212/1991 (Lei que dispõe sobre a organização da Seguridade Social): a) Universalidade da cobertura e do atendimento. b) Irredutibilidade do valor dos benefícios. c) Equidade na forma de participação no custeio. d) Base única de financiamento. e) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. Notas Órgãos de deliberação1 Os órgão de deliberação são compostos por representantes do governo, dos trabalhadores, dos empregadores e dos aposentados. Sucintamente, esse princípio visa assegurar a participação democrática de todos os interessados na Seguridade Social. Referências CARBONE, C. O. Seguridade social no Brasil: �cção ou realidade? São Paulo: Atlas, 1994. MELO, J. E. S. Contribuições sociais no sistema tributário. 3.ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. REALE, M. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 2003. STEPHANES, R. Reforma da previdência sem segredos. Rio de Janeiro: Record, 1998. TAVARES, M. L. Previdência e assistência social: legitimação e fundamentação constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. Próxima aula Qualidade de segurado; Filiação ao Regime; Perda e restabelecimento. Explore mais Leia os artigos a seguir e enriqueça seu conhecimento: Princípios constitucionais do direito previdenciário; <https://marins.jusbrasil.com.br/artigos/501939041/principios- constitucionais-do-direito-previdenciario> Perguntas frequentes sobre regime geral; <//www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-geral-rgps/> Perguntas frequentes sobre regime próprio. <//www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-proprio-rpps/> https://marins.jusbrasil.com.br/artigos/501939041/principios-constitucionais-do-direito-previdenciario http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-geral-rgps/ http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-proprio-rpps/ Direito Previdenciário Aula 3: Origem e evolução da prestação previdenciária e as fases do seguro social Apresentação Quando você começa a estudar Direito, seus parentes costumam querer tirar inúmeras dúvidas com você, não é mesmo? Várias são as histórias que eles contam na expectativa de que você os ajude a resolver o problema desde um aluguel atrasado até a venda de um carro. Em meio a isso estão as dúvidas sobre aposentadoria. Nesta aula você aprenderá sobre a qualidade de segurado. Esse conhecimento é basilar para a compreensão futura de aposentadoria. Veremos nesta aula a distinção entre contribuinte e segurado, pois, ao contrário do que muitos pensam, os dois possuem signi�cados importantes e diferentes um do outro no âmbito do Direito Previdenciário. Identi�caremos ainda os sujeitos protegidos e desamparados. Por �m, como se dá a manutenção, a perda e o restabelecimento da qualidade de segurado. Objetivo Identi�car a qualidade de segurado. Qualidade de segurado Vimos até aqui toda a parte introdutória para nos situarmos melhor na matéria de Direito Previdenciário. Todo o panorama histórico, os princípios e os regimes de previdência nos abrem campo para tratarmos do nosso próximo tema que é a qualidade de segurado. Os bene�ciários da previdência social nada mais são do que as pessoas físicas que têm direito às prestações do Regime Geral de Previdência Social. Os bene�ciários poderão ser os próprios segurados, que são aqueles que contribuem para o sistema, ou os seus dependentes que, mesmo não contribuindo para manter essa qualidade, estão protegidos nos casos de prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. Fonte: Shutterstock Segurados da Previdência Social Segurado empregado Segurado empregado doméstico Segurado contribuinte individual Segurado trabalhador avulso Segurado especial Segurado facultativo Vamos agora classi�car um por um. Clique nos botões para ver as informações. Em função do vínculo jurídico que possuem com o regime de previdência, os segurados são os principais contribuintes desse sistema, no qual há a �gura do segurado obrigatório. Segurado obrigatório é todo aquele que exerce atividade remunerada, exceto se servidor público com Regime Próprio de Previdência. Como o próprio nome indica, esse segurado não tem a escolha de se �liar ou não, sendo sua �liação compulsória. Imagine um empregado que ainda não contribua com o teto máximo da previdência. Caso ele comece a exercer outra atividade remunerada, deverá contribuir para a previdência, pois ainda não atingiu o teto. Entretanto, se esse mesmo empregado já contribui com o teto máximo no primeiro trabalho, ele não precisará contribuir com a previdência na outra atividade remunerada. Isso se dá pelo fato de que todo segurado que ainda não contribui com o teto, deve ser �liado compulsoriamente em todas as atividades que exercer até que atinja o teto máximo. O mesmo acontece ao aposentado que retorna à atividade remunerada. Essa nova atividade exercida pelo aposentado implicará em �liação compulsória ao Regime Geral de Previdência Social, devendo contribuir em relação a essa atividade, pois é segurado obrigatório. Segurados da Previdência Social Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, empregado é a pessoa física, urbana ou rural, que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Essa é a primeira �gura de segurado que surge elencada na lei e no regulamento de previdência social. Pare esta leitura agora e pesquise na internet o artigo 9º do Decreto 3048/99. Repare que ele elenca, no inciso I, os segurados pessoa física. Leia cada alínea atentamente. Leu? Agora vamos nos atentar para alguns pontos. Note que para ser segurado empregado em organismos o�ciais internacionais no exterior, o brasileiro deverá trabalhar para a União e não para o organismo internacional, exceto se enquadrado em algum regime próprio de previdência social. Já os bolsistas e os estagiários somente serão empregados se estiverem exercendo atividade em desacordo com a lei de estágio. Temos também a �gura daquele que exerce cargo comissionado. Esse, conforme vimos em outra aula, não pode se �liar ao Regime Próprio de Previdência Social, pois não cumpre os requisitos para tanto, devendo ser segurado obrigatório. O servidor efetivo, o empregado público e o servidor contratado por tempo determinado que também não tenha Regime Próprio em sua categoria serão considerados segurados obrigatórios. A comprovação do vínculo empregatício pode ser feita através de: Carteira Pro�ssional – CP; Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS; Original ou cópia autenticada da Ficha de Registro de Empregados ou do Livro de Registro de Empregados, onde conste o referido registro do trabalhador acompanhada de declaração fornecida pela empresa, devidamente assinada e identi�cada por seu responsável; Termo de rescisão contratual ou comprovante de recebimento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço – FGTS, entre outros. Segurado empregado Para ser considerado empregado doméstico é necessário que ele preste serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, na casa destes, em atividade sem �ns lucrativos. Esse conceito de contínuo deve ser aplicado aquelas pessoas que prestam serviço mais de duas vezes na semana, senão será considerada apenas diarista. Ainda, não pode o serviço ser prestado em local que não a casa ou residência dos que a contratam. Não pode, por exemplo, um empregador pedir para que seu empregado doméstico realize a limpeza de seu escritório situado em local diverso da residência. Se o �zer, deverá contratá-lo por fora. Por �m, se o empregado doméstico estiver trabalhando para o empregador e o empregador estiver ganhando algo por isso, o empregado deverá ser contratado por fora, pois está vedada a contratação de empregado doméstico para �ns lucrativos. Segurado empregado doméstico Chegamos agora na �gura mais abrangente dos segurados. Todos aqueles que não se enquadrem em nenhuma das categorias anteriores serão enquadrados nessa. Você já deve ter ouvido falar ou possui algum parente que se diz ser autônomo, trabalha por conta própria. Essa nomenclatura de autônomo não mais existe no direito previdenciário, devendo ser considerado como contribuinte individual. Como �zemos anteriormente, pare esta leitura e vá até o artigo 9º do Decreto 3048/99, mas desta vez no Inciso V e leia todas as alíneas para que você entenda quantas possibilidades há para contribuintes individuais. Note que estão incluídos nesta qualidade: Padres e ministros de con�ssão religiosa; Vendedores autônomos de cachorro-quente; Médicos autônomos; Advogados autônomos; Árbitros de futebol; Garimpeiros; Cooperados; Os mais diversos tipos de pro�ssionais liberais. Segurado contribuinte individual Não confunda o trabalhador avulso com o contribuinteindividual. Apesar do nome dar a aparência de autonomia, esse trabalhador avulso é aquele que presta serviço para uma empresa com intermediação obrigatória do sindicato ou do Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO. Se não tiver essa intermediação, o trabalhador não poderá ser considerado avulso. Leia agora o inciso VI do artigo 9º do Decreto 3048/99 anterior para que você veja quais são essas �guras. Segurado trabalhador avulso Esta é uma hipótese prevista constitucionalmente que dá ao segurado especial um tratamento bem diferenciado. Todo pequeno produtor rural, pescador ou seringueiro e demais membros da família que exerçam suas atividades individualmente ou em economia familiar, sem o auxílio de empregados permanentes, são considerados segurados especiais. É o Inciso VII do artigo 9º do Decreto 3048/99 que classi�ca os segurados especiais. Após a leitura, você vai notar que a contribuição do segurado especial será feita mediante a aplicação de uma alíquota de 2,3% sobre o resultado da comercialização da produção. Assim, a contribuição de toda a família será uma só, incidente sobre a receita bruta dessa comercialização. Com uma única contribuição, todos os membros da família serão segurados e farão jus aos benefícios. O segurado especial poderá, ainda, ter auxílio de terceiros, desde que não seja um auxílio remunerado. Se o segurado especial contratar algum empregado, ele passará à condição de contribuinte individual. A exceção para isso é o grupo familiar se utilizar de empregados contratados por tempo determinado ou trabalhadores contribuintes individuais à razão de no máximo 120 pessoas/dia no ano civil. Assim, se o grupo familiar possuir 2 empregados, poderá mantê-los por 60 dias. Segurado especial Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Como o próprio nome indica, segurado facultativo é aquela pessoa que, pelo princípio da universalidade da cobertura e do atendimento, quer se �liar ao Regime Geral de Previdência Social. Por um ato de mera vontade, a pessoa poderá se �liar. Para isso, ela deverá ser maior de 16 anos, não exercer atividade remunerada e não estar �liada obrigatoriamente a nenhum outro regime que a lei determine. Vale dizer, portanto, que não há a possibilidade de segurado facultativo e obrigatório ao mesmo tempo. É o artigo 11, § 1º do Decreto 3048/99 que elenca, exempli�cativamente, as pessoas que podem se �liar facultativamente: A dona de casa; O síndico não remunerado; O estudante; O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; O membro de conselho tutelar; O bolsista e o estagiário; O presidiário que não exerce atividade remunerada; O brasileiro residente ou domiciliado no exterior; O segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade a�m; O que exerce atividade artesanal por conta própria. Segurado facultativo Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividade 1. João foi admitido como funcionário comissionado no quadro de colaboradores da câmara municipal de um município que possui Regime Próprio de Previdência Social. Quando da primeira contribuição à previdência, surgiu uma dúvida interna: João deverá ser �liado ao Regime Geral de Previdência Social ou ao Regime Próprio de Previdência Social instituído pelo município? Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado Agora que vimos quais são as qualidades de segurado, veremos como se dá sua manutenção, sua perda e seu restabelecimento a essa condição. Quando o segurado está coberto pela proteção da seguridade social, dizemos que ele está em manutenção da qualidade. Essa manutenção pode acontecer mesmo em casos onde o segurado não está contribuindo, que é o conhecido período de graça. Porém, esse período de graça não entra para efeitos de contagem de contribuição. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online É o artigo 13 do Decreto 3048/99 que estipula os prazos. Leia o que diz o artigo e então veremos o que diz cada um dos incisos. Manutenção A primeira previsão é bastante óbvia. Quem está recebendo algum benefício não contribui para a seguridade social, exceto se for auxílio-maternidade. Depois, se o segurado não estiver contribuindo, ele continuará a ser segurado por até 12 meses após a data do término do último benefício. Quais as outras etapas do processo de manutenção? É o que veremos a seguir. Leitura Para entender melhor esse contexto, acesse a leitura que trata sobre a Manutenção. Atividade 2. Ana Júlia e Joaquim, �lhos menores dependentes de Antônio, entram com requerimento para obterem benefício de pensão por morte. O benefício lhes é concedido à monta de R$1.500,00. Quando o pagamento foi feito, Ana Júlia recebeu R$750,00 e Joaquim R$750,00 também. Indaga-se: o pagamento foi feito de maneira correta? javascript:void(0); Perda A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa condição. Aquele que perde a qualidade de segurado deixa de ter direito às prestações previdenciárias. Se um segurado perde a qualidade de segurado necessite de algum auxílio ou benefício, ele não terá direito a prestação alguma. O que se ressalta aqui são as hipóteses em que os benefícios não são afetados pela perda da qualidade de segurado. Se um trabalhador segurado que contribuiu por 35 anos e depois parou de trabalhar, perdendo a qualidade de segurado, quiser, passados 7 anos, o benefício da aposentadoria, ele terá direito ao benefício, pois já cumpriu os requisitos para tanto. As aposentadorias por tempo de contribuição e especial não são afetadas pela perda da qualidade de segurado quando cumpridos os requisitos. Carteira de Trabalho e Previdência Social (Fonte: Shutterstock) Imagine agora se um segurado que trabalhou por 20 anos para cumprir a carência vier a perder a qualidade de segurado e nunca mais trabalhar até os 65 anos de idade. Ele terá direito à aposentadoria por idade, pois primeiro cumpriu a carência e depois a idade. Os requisitos não precisam ser cumpridos ao mesmo tempo. Apesar de a pensão por morte não ser concedida aos dependentes de quem já perdeu a qualidade de segurado, há o entendimento que, caso esse falecido tenha cumprido todos os requisitos para obtenção da aposentadoria, seus dependentes farão jus ao benefício. Da mesma forma do parágrafo anterior, os bene�ciários farão jus, pois o segurado cumpriu os requisitos necessários para obtenção do benefício. Restabelecimento Vimos que existe, para aquele segurado que deixou de contribuir por algum motivo, o período de graça. O restabelecimento se dá quando o segurado volta a exercer atividade remunerada (segurado obrigatório) ou volta a contribuir voluntariamente (segurado facultativo). O período de graça é automaticamente sucedido pela nova �liação sem perda do vínculo previdenciário. Atividade 3. Com relação à manutenção da qualidade de segurado, independentemente de contribuições, é correto a�rmar: a) O segurado facultativo mantém a qualidade de segurado por até 6 meses da cessação das contribuições. b) O segurado retido ou recluso mantém a qualidade de segurado por até 6 meses do livramento. c) O segurado que deixa de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, ou estiver suspenso ou licenciado mantém a qualidade de segurado por até 24 meses. d) Enquanto estiver no gozo de benefício o segurado não perde a qualidade de segurado, desde que o benefício não se prolongue por mais de 12 meses. e) Se o segurado já tiver recolhido mais de 120 contribuições sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, todos os prazos dos incisos do art. 15 da Lei 8.213/91 são prorrogados em 6 meses. NotasReferências IBRAHIM, F. Z. Curso de direito previdenciário. 15. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010. MARTINEZ, W. N.O salário de contribuição na lei básica da previdência social. São Paulo: LTr, 1993. MARTINEZ, W. N. Comentários à lei básica da previdência social. 2. ed. São Paulo: LTr, 1996. TAVARES, M. L. Direito previdenciário: regime geral de previdência social e regras constitucionais dos regimes próprios de previdência social. 12. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010. Próxima aula Qualidade de dependente; Perda da qualidade de dependente. Explore mais Leia os artigos a seguir e enriqueça seu conhecimento: Qualidade de segurado; <https://www.inss.gov.br/orientacoes/qualidade-de-segurado> Como recuperar a qualidade de segurado <https://cmpprev.com.br/blog/como-recuperar-a-qualidade-de-segurado/> . https://www.inss.gov.br/orientacoes/qualidade-de-segurado https://cmpprev.com.br/blog/como-recuperar-a-qualidade-de-segurado/ Direito Previdenciário Aula 4: Qualidade de dependente Apresentação Nesta aula, entenderemos que não somente aquele que contribui e está �liado ao Regime Geral de Previdência Social pode solicitar um benefício, mas também seus dependentes. Em razão do vínculo familiar, a previdência social estende o seu manto protetivo para essas pessoas, podendo conceder benefícios como pensão por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação pro�ssional. Com todo esse entendimento, é possível auxiliar a sociedade na busca de seus direitos, ajudando-a a efetivar garantias e direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. Objetivo Explicar a qualidade de dependente; Reconhecer os benefícios dos dependentes. Palavras iniciais Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Vimos na última aula como se dá a manutenção, a perda e o restabelecimento da qualidade de segurado. Na aula de hoje, veremos a qualidade de dependente. Antes de tudo, precisamos saber que a contribuição paga pelo segurado não traz benefícios exclusivamente ao contribuinte, mas alcança seus dependentes quando cumpridas as condições estabelecidas pela lei. Segundo Kravchychyn (2014), dependentes são as pessoas que, embora não contribuindo para a seguridade social, a lei de benefícios elenca como possíveis bene�ciários do Regime Geral de Previdência Social – RGPS. A razão para essa expansão se dá pelo vínculo familiar ao segurado do regime, disponibilizando os seguintes direitos: 1 Pensão por morte 2 Auxílio-reclusão 3 Serviço social 4 Reabilitação pro�ssional Atenção É importante ressaltar que a relação jurídica entre INSS e dependentes somente se instaura quando ocorre o falecimento do segurado ou sua prisão, não havendo hipótese de recebimento concomitante de qualquer benefício previdenciário entre segurado e dependentes. A lista de dependentes presente na lei previdenciária é muito parecida com a da lei civil com relação à garantia de alimentos. Esse entendimento, fazendo uma breve análise, é muito acertado, uma vez que o dependente é aquela pessoa subordinada economicamente a alguém, dependendo deste para garantir o seu sustento. Os dependentes previdenciários possuem uma classi�cação enumerada. É importante observar que existe uma hierarquia entre as classes, desta forma, a existência de dependentes de uma classe anterior exclui a possibilidade de recebimento dos elencados nas classes posteriores (art. 16 § 1º da lei nº 8.213/91). Podemos observar as seguintes classes: Classe 1 A classe 1, descrita no inciso I do referido artigo, compreende o cônjuge, a companheira, o companheiro e o �lho não emancipado menor de 21 anos, ou inválido, ou que tenha de�ciência intelectual, mental ou de�ciência grave. Veri�ca-se que nessa classe foram contempladas as pessoas que teoricamente mantêm uma relação de maior proximidade com o segurado, presumindo-se uma situação de maior dependência. Classe 2 Já na classe 2, descrita no inciso II do artigo 16, estão elencados os pais do segurado, pessoas que também mantêm um grau de proximidade, mas que, no entanto, precisam comprovar sua dependência econômica, haja vista que é muito comum que os pais já possuam uma estabilidade �nanceira garantida pelos longos anos de trabalho ou pela aposentadoria. Classe 3 Na classe 3, descrita no inciso III do artigo estudado, foram elencados o irmão menor de 21 anos, ou inválido, ou que tenha de�ciência intelectual, mental ou de�ciência grave. Assim como as pessoas elencadas anteriormente, a dependência dos membros desta classe precisará sempre ser comprovada. Relações conjugais Para �ns de dependência, não mais existe distinção entre homem e mulher desde a constituição de 1988, conforme pode ser observado no artigo 5º inciso I da Constituição Federal. Em momento anterior, o homem somente seria considerado dependente quando inválido, entendimento que derivava de um direito enraizado no pátrio poder familiar. Todavia, após a promulgação da atual constituição, o viúvo também pôde ser contemplado como dependente. Esse manto protetivo também é entendido de maneira mais ampla, não sendo limitado somente a homem e mulher casados. Pode se rogado pelo casal que conviva em união estável, não tendo contraído matrimônio. A última novidade trazida pela jurisprudência, e até mesmo por norma interna do INSS, é a de a dependência poder se dar entre pessoas de mesmo sexo, o que equivale a dizer que as possibilidades elencadas na classe 1 valem também para as uniões homoafetivas. Syda Productions (Fonte: Daria Serdtseva / Shutterstock). Atenção Outro ponto importante, descrito no § 4º do artigo 16 da lei 8.213/91, versa sobre o vínculo das pessoas indicadas no inciso I, informando que a dependência econômica dos segurados de primeira classe é presumida, devendo as demais comprovarem a sua situação de dependência, sob pena de terem o seu benefício negado pelo órgão administrativo. Filiação e dependência Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Concorrendo em igualdade de direitos com cônjuges e companheiros estão os �lhos, sejam eles biológicos ou socioafetivos. O texto se refere aos que tenham até 21 anos, não emancipados ou inválidos. Ainda, o enteado e o menor sob tutela são equiparados a �lhos para efeitos de dependência na classe 1. Carteira de trabalho. Remuneração (Fonte: Renato P Castilho / shutterstock) A inscrição do dependente é feita por ele próprio e não pelo segurado, e somente no momento do requerimento do benefício. Os dependentes de mesma classe concorrem entre si pelo valor devido à título de seguro. Se, por exemplo, existem 2 pessoas de classe 1 que dependiam economicamente do segurado, e eles recebem um benefício de R$ 1.000,00, cada um receberá a monta de R$ 500,00. O menor sob guarda judicial em conformidade com o Estatuto da criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), anterior à Lei n. 8.213/91, tem disposição especí�ca: a guarda confere à criança ou ao adolescente a condição de dependente para todos os �ns e efeitos de direito, inclusive previdenciários (art. 33, § 3º). Em primeira análise, o STJ entendia que a lei previdenciária, por ser especial e posterior, prevaleceria sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, entretanto, no ano de 2018, o STJ alterou seu entendimento, ao conceder ao menor sob guarda o direito à pensão por morte desde que comprovada sua dependência econômica. Da comprovação da dependência A comprovação de situação de dependência econômica, a ser efetuada pelos dependentes de segunda e terceira classe perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), poderá ser realizada preferencialmente com base no art. 22, §3º, do Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99), que apresenta um rol de documentos aceitos para comprovação de vínculo (união estável) e para comprovação de dependência: Declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente; Disposições testamentárias; Anotação constante na carteira pro�ssional e/ou na carteira de trabalho e previdência social, feita pelo órgão competente; (revogado pelo decreto nº 5.699, de 2006) Declaração especial feita perante tabelião; Provade mesmo domicílio; Prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; Procuração ou �ança reciprocamente outorgada; + Conta bancária conjunta; Registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado; Anotação constante de �cha ou livro de registro de empregados; Apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua bene�ciária; Ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável; Escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; Quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar. Importante ressaltar que a jurisprudência, de forma unânime, tem dispensado a necessidade de apresentação do número mínimo de três documentos, haja vista que deve ser preservada a harmonia entre o texto legal e o princípio do livre convencimento motivado do juiz, que garante ao magistrado ampla liberdade para tomar sua decisão com base em qualquer prova dos autos, inclusive da prova testemunhal. Na via administrativa, o segurado que não contar com o mínimo de três documentos poderá apresentar um ou dois e requerer a comprovação de sua dependência através da oitiva de testemunhas pelo processo de justi�cação administrativa. Assim como o segurado da previdência pode perder essa qualidade quando deixa de cumprir os requisitos estabelecidos pela lei, os dependentes também poderão perdê-la em inúmeras hipóteses elencadas pelo texto legal: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente; O cônjuge não mais será dependente quando ocorrer a dissolução da união pela separação ou divórcio, anulação do casamento, óbito ou sentença judicial transitada em julgado. Já o companheiro, perderá a qualidade de segurado quando cessar a união estável. É importante ressaltar que o mesmo não acontece quando é �xada pensão para o cônjuge ou companheiro, pois ainda dependem economicamente do segurado. Continue lendo...1 O �lho e o irmão perdem a qualidade de dependente quando completam 21 anos de idade, não mais fazendo jus à prestação pecuniária. Eles não deixarão de ser considerados dependentes quando inválidos, com a condição de que a invalidez tenha ocorrido antes dos 21 anos, da emancipação, do casamento, do início do exercício de emprego público efetivo, da constituição de estabelecimento civil ou comercial, ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Continue lendo...2 Talvez você já tenha ouvido comentários a respeito do direito do �lho que completa 21 anos requerer a prorrogação do benefício de pensão por morte, recebido de seu genitor ou irmão, para até os 24 anos de idade em razão do início ou pendência de curso universitário. Essa visão é transmitida entre as pessoas em razão das semelhanças entre o direito do recebimento de alimentos civis e de recebimento dos benefícios previdenciários na condição de dependente. Todavia, no direito previdenciário não se aplica o entendimento do direito civil de que a qualidade de dependente se prorroga até os 24 anos, data provável em que o �lho completaria seus estudos universitários, dessa forma, mesmo que o �lho ou dependente continue seus estudos na universidade em período posterior aos 21 anos, terá seu benefício previdenciário cessado. http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula4.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula4.html A TNU (Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais), em virtude da grande quantidade de pedidos dessa natureza, editou a súmula número 37 dizendo que a pensão por morte, devida ao �lho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência de curso universitário. Observando julgados do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, perceberemos que é adotado o mesmo entendimento apresentado pela TNU porque não há previsão legal da referida prorrogação na redação da lei 8.213/91. Portanto, o �lho dependente não poderá ter seu benefício prorrogado em razão da pendência de um curso superior. O dependente somente terá o benefício de pensão por morte prorrogado além dos 21 anos nos casos excepcionais em que for constatada a invalidez em momento contemporâneo ao óbito do segurado. Você deve ter notado que, por mais que sejam muitas as regras, elas não são difíceis de serem lembradas no dia a dia. Como �zemos em outra aula, tente montar um resumo esquemático para que você não se esqueça do que falamos até aqui.. Atividades 1. (UERR – 2018) De acordo com a Lei n° 8.213/1991, quais pessoas não necessitam comprovar a dependência econômica para com o segurado para efeito de obtenção de benefícios? a) O irmão menor de 21 anos ou inválido. b) Todos os requerentes devem comprovar a dependência econômica. c) O cônjuge, a companheira ou o companheiro. d) Os parentes colaterais. e) Os filhos até completarem 24 anos de idade quando universitários. 2. (CESPE – 2018) A respeito do regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item que se segue, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. Os genitores de segurado do RGPS serão seus dependentes independentemente de comprovação da dependência econômica. Certo Errado 3. (CESPE – 2017) João, segurado obrigatório no RGPS, é casado com Fabiana, pelo regime da separação total de bens, com quem tem dois �lhos, Marcos, de dezesseis anos de idade, e Felipe, de vinte e cinco anos de idade, portador de de�ciência mental grave desde criança. Nessa situação hipotética, à luz da lei n.º 8.213/1991, considera(m)-se dependente(s) previdenciário(s) de João: a) Marcos e Felipe, somente. b) Felipe, somente. c) Fabiana, somente. d) Fabiana, Marcos e Felipe. Notas Continue lendo...1 Outra hipótese importante para se analisar diz respeito à viúva pensionista, que poderá se casar novamente sem perder o direito à pensão por morte que já recebia, porém, se o novo marido falecer, ela deverá optar por um dos dois benefícios, não fazendo jus a acumulação de ambos. Continue lendo...2 Os dependentes em geral perderão a qualidade de segurado quando ocorrer seu falecimento ou a cessação da invalidez. Referências BELL, Suzanne. Forense Chemistry. 2. ed. Edinburgh, England: Pearson, 2014, cap. 14. HOLLER, F. James; SKOOG, Douglas A.; CROUCH, Stanley R. Princípios de Análise Instrumental. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009, cap. 6. NETTO, Amilcar; ESPÍNDULA, Alberi. Manual de atendimento a locais de morte violenta. 2. ed. Campinas, SP: Millennium, 2016, cap. 3 e 20. SANTIAGO, Elizeu. Criminalística Comentada. 1. ed. Campinas, SP: Millennium, 2014, módulos 18, 28, 45. TOCCHETTO, Domingos; STUMVOLL, Vitor. Criminalística. 6. ed. Campinas, SP: Millennium, 2014, cap. 3. Próxima aula Financiamento da seguridade social; A regra da contrapartida e o plano de custeio. Explore mais Leia os textos a seguir e adquira mais conhecimento: Dependentes – INSS; <https://www.inss.gov.br/orientacoes/dependentes/> Quem são e quais os dependentes dos segurados da Previdência social? <https://jus.com.br/artigos/40252/quem-sao-e- quais-os-dependentes-dos-segurados-da-previdencia-social> Direito do menor sob guarda à pensão por morte. <https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI281647,41046- Direito+do+menor+sob+guarda+a+pensao+por+morte> https://www.inss.gov.br/orientacoes/dependentes/ https://jus.com.br/artigos/40252/quem-sao-e-quais-os-dependentes-dos-segurados-da-previdencia-social https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI281647,41046-Direito+do+menor+sob+guarda+a+pensao+por+morte Direito Previdenciário Aula 05: O �nanciamento da seguridade social e o plano de custeio Apresentação Nesta aula, analisaremos as estruturas fundamentais para a viabilidade da Seguridade Social, que são o �nanciamento e o plano de custeio. É nítida a ideia de que somentecom o planejamento do futuro haverá a garantia de uma verdadeira seguridade, que esse sistema subsistirá. O plano de custeio é um apanhado de normas que regulamentam as contribuições sociais, apoiado em previsões de receita e de despesa, calculados com base no risco, na prestação de serviços e nas expectativas futuras de desenvolvimento da Seguridade Social. Objetivo Explicar o �nanciamento da Seguridade Social; Analisar o plano de custeio. Palavras iniciais Todo sistema, para funcionar, necessita de algumas estruturas básicas. Aprenderemos neste estudo a que diz respeito ao �nanciamento do sistema de seguridade social e seu plano de custos. São eles que possibilitam o pagamento dos benefícios, bem como a manutenção e o equilíbrio das contas do sistema de seguridade. Para que isso seja possível, foram criados por lei princípios e regras que buscam garantir a ampla extensão das garantias sem que seja perdida a responsabilidade com o orçamento previdenciário e o planejamento do pagamento dos bene�ciários e aposentados. Fonte: Freedomz / Shutterstock O �nanciamento da seguridade social Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Para entendermos como é �nanciada a seguridade social, podemos relembrar alguns princípios estudados na aula 2, como os princípios da equidade na forma de participação no custeio e da diversidade da base de �nanciamento. Sabemos que o direito previdenciário visa garantir uma maior amplitude na forma de custeio da Seguridade Social, tal garantia foi constituída mediante uma gestão quadripartite, da qual participam: 1 Trabalhadores 2 Empregadores 3 Aposentados 4 O governo nos órgãos colegiados O art. 195 da Constituição Federal prevê que a seguridade social seja �nanciada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e pelas contribuições sociais dos empregadores, trabalhadores e demais segurados, concursos de prognósticos (ex: loterias) ou do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Atenção É importante esclarecer que é de competência da União instituir as contribuições enumeradas pelo art. 195 da CF, através da edição de lei ordinária. Outras fontes de custeio, diferentes das previstas nos incs. I a IV do art. 195, também podem ser instituídas. Trata-se de competência residual da União, que só pode ser exercida por lei complementar, proibidos a cumulatividade e o bis in idem. O plano de custeio da previdência social Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Conforme já estudado no histórico da previdência social, o Estado viu-se obrigado a tomar medidas para a proteção de seus cidadãos tendo em vista que o indivíduo desprotegido de um sistema com garantias previdenciárias estava onerando as despesas do Estado e colocando em risco a ordem e o bom desenvolvimento das nações. Dessa forma, foi necessário a criação de um sistema previdenciário que fosse sustentado por uma ampla gama de contribuintes e cujos custos seriam pagos pela geração mais jovem, sendo os benefícios usufruídos pelos mais velhos ou inválidos permanentemente ou temporariamente. Para estudarmos a legislação nacional, inicialmente é importante ressaltar que a seguridade social foi criada para assegurar os direitos de: Saúde Previdência Assistência social O Regime Geral de Previdência Social teve sua regulamentação pelas leis nº 8.212/1991 (plano de custeio da previdência) e nº 8.213/1991 (plano de benefícios da previdência). Nosso estudo ainda se restringirá à lei que estabelece o plano de custeio e suas peculiaridades. É importante ressaltar que somente quem contribui efetivamente adquire a condição de segurado da previdência social. Por se tratar de um regime de caráter contributivo, o segurado receberá benefícios preestabelecidos em lei de acordo com o cumprimento das carências necessárias. Por outro lado, considerando o princípio da universalidade da cobertura dos benefícios previdenciários, foi necessária a criação de um sistema com �liação obrigatória, aumentando assim o rol dos contribuintes para a garantia da fonte de custeio. A lei nº 8.212/1991 regulamenta o artigo 195 da Constituição Federal estabelecendo a organização da seguridade social e instituindo o plano de custeio com regras especí�cas sobre as disposições constitucionais. Na lei nº 8.212/1991 foram estabelecidos: Clique nos botões para ver as informações. No momento da criação da lei era o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), todavia com as alterações legislativas ocorridas no ano de 2009, tal competência foi atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil. O sujeito ativo É o contribuinte, seja empresário, trabalhador ou demais segurados, conforme estudado no tópico anterior. O sujeito passivo Correspondem às porcentagens com que cada segurado deverá contribuir, podendo inclusive serem diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. Tal diferenciação visa atender ao princípio da equidade na forma de participação no custeio. As alíquotas e bases de cálculo Princípio ou regra da contrapartida Também conhecido como princípio da precedência da fonte de custeio , visa garantir um permanente equilíbrio �nanceiro ao sistema de proteção social, dessa forma, foi estabelecida a regra da contrapartida. Tal regra, como se pode observar, não se encontra no rol de princípios da Constituição Federal de 1988, podendo ser entendida como um princípio implícito, no entanto é de suma importância para o bom desenvolvimento do sistema. Conforme o artigo 195, §5º da CF/1988 e artigo 125 da lei nº 8.213/1991: 1 Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula5.html "Nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. A regra básica para a existência desse princípio é bem simples, não se pode criar um gasto sem que se tenha a certeza de que haverá uma fonte de renda para pagá-lo, caso contrário, todo o sistema previdenciário poderia se colapsar." O que essa norma busca é uma gestão responsável, dessa forma, a primeira interpretação possível é que não se poderá criar, majorar ou estender contribuições sociais sem a respectiva criação, majoração ou extensão da prestação paga pelo contribuinte, ou seja, a contrapartida. Esse princípio tem grande ligação e consonância com o princípio do equilíbrio �nanceiro e atuarial, pois só é permitido ao legislador garantir novos direitos aos cidadãos através de benefícios previdenciários quando for resguardada a fonte de custeio para a manutenção do equilíbrio das contas previdenciárias, fato que será importante para não permitir que o sistema torne-se inviável para o �nanciamento das futuras gerações. A observância desse princípio é fundamental para que a previdência social pública se mantenha em condições de conceder os benefícios previstos em lei sob pena de, caso seja uma relação mal sucedida, em curto espaço de tempo, estarem os segurados de�nitivamente sujeitos à privatização de tal atividade em face da impotência do Poder Público de gerar mais receita para cobertura de de�cit. Desse princípio se extrai a principal justi�cativa para a exclusão de alguns bene�ciários de um determinado benefício. Exemplo É o caso do segurando contribuinte individual que opta a contribuir com apenas 11% (onze por cento) do seu rendimento, perdendo assim o direito de requerer a aposentadoria por tempo de contribuição. No entanto, há correntes de pensamento que acreditam que nem sempre é necessária a existência de uma contrapartida direta com relação a um benefício, pois além da regra da contrapartida também existe o princípio da solidariedade. Tal princípio prega a necessidade de uma relação fraterna entreos membros da sociedade para que, assim, sejam eliminadas as desigualdades sociais. Diante desse princípio, percebemos que existe um confronto entre duas normas constitucionais e seria incorreto eliminar uma em prevalência da outra, portanto o mais correto seria realizar uma relativização dos dois princípios para que a sociedade mais carente não seja prejudicada. Princípio ou regra da contrapartida Esse princípio foi introduzido no ordenamento brasileiro somente a partir da Emenda Constitucional n.º 20/1998 (art. 40, caput, e art. 201, caput). Segundo tal regra, o poder público deverá, na execução da política previdenciária, atentar sempre para a relação entre custeio e pagamento de benefícios a �m de manter o sistema em condições superavitárias e observar as oscilações da média etária da população, bem como sua expectativa de vida, para a adequação dos benefícios a essas variáveis. Percebemos que por conta do princípio do equilíbrio �nanceiro e atuarial que sempre estamos ouvindo pela mídia as propostas de reforma da previdência, bem como informações que o atual sistema previdenciário poderá não conseguir cumprir com suas obrigações orçamentárias em um futuro próximo. Observe que agora não mais falamos da hipótese de criação de um novo benefício, mas: Da possibilidade do sistema previdenciário em se manter com o passar dos anos; Do envelhecimento da população; Da diminuição nas taxas de natalidade; Das oscilações nas taxas de emprego. Notas Princípio da precedência da fonte de custeio1 Segundo Kravchychyn (2014), trata-se de princípio, pois nenhuma norma legal poderá violar tal preceito, sob pena de inconstitucionalidade.Referências BALERA, W. Sistema de Seguridade Social. 6. ed. São Paulo: Editora LTr, 2012. BRASIL. Casa Civil. Lei federal nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 25 jul. 1991. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm <//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm> . Acesso em: 22 maio 2019. BRASIL. Casa Civil. Lei federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 25 jul. 1991. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm <//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm> . Acesso em: 22 maio 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm KRAVCHYCHYN, J. L.; KRAVCHYCHYN, G. L; CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Prática processual previdenciária administrativa e judicial. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. SANTOS, M. F. Direito previdenciário esquematizado 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Próxima aula Contribuições sociais para �nanciamento da seguridade social; Outras receitas da seguridade social; Acidente do trabalho e doenças pro�ssionais. Explore mais Leia o texto: Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. <//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm> http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm Direito Previdenciário Aula 06: Contribuições sociais para o �nanciamento da Seguridade Social Apresentação Nesta aula, veri�caremos em que consiste e como foi instituído o sistema contributivo adotado pela constituição brasileira. Segundo a Carta Magna, a participação no �nanciamento da seguridade consiste em um dever imposto a toda a sociedade, esse dever será cumprido pelos cidadãos de forma direta através do pagamento das contribuições sociais e de forma indireta através de ações do poder público que são �nanciadas mediante recursos da União, dos Estados e dos Municípios. O conhecimento da base de �nanciamento da seguridade social será de grande importância para que consigamos compreender a importância da arrecadação das contribuições sociais para a manutenção e desenvolvimento da Saúde, Assistência e Previdência. Objetivo Identi�car as categorias de segurados e as alíquotas de contribuição de cada categoria; Apontar a relação direta entre o custeio da previdência social e o recebimento dos benefícios previstos na legislação. Palavras iniciais A seguridade social, conforme já estudamos, compreende a Saúde, a Previdência e a Assistência. Fonte: Shutterstock Segundo Romar (2013), foi uma criação advinda dos direitos sociais e seu principal objetivo foi efetivar os direitos que, apesar de garantidos pelas constituições liberais, ainda estavam restritos à classe mais rica e, consequentemente, distantes do povo mais pobre. No entanto, para garantir o custeio de algo tão grandioso e importante, foi necessário um esforço comum de todos os membros do Estado, ou seja, para que o bem comum fosse atingido com progresso social e econômico, era necessária a união de todas as classes. Só assim seria possível �nanciar um grande sistema que garantisse o mínimo de dignidade a todos os membros da nação. Em busca da realização desse ideal, foi necessária a criação da seguridade com uma ampla fonte de custeio. Relembrando o conteúdo já estudado na aula 2, veri�camos que o princípio da diversidade da base de �nanciamento previu essa necessidade de ampliar a fonte de custeio. Também podemos observar pela leitura do artigo 195 da Constituição Federal, que os segurados empregados, empregados domésticos, avulsos, contribuintes individuais, segurados especiais, empresas, associações desportivas de futebol, loterias, entre outros, foram os eleitos para a garantia do �nanciamento da nossa seguridade social. Estudaremos as peculiaridades da contribuição de cada um nos tópicos seguintes. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online As contribuições sociais É importante ressaltar que as contribuições sociais têm natureza jurídica de tributos, devendo ser obrigatoriamente recolhidas pelo contribuinte, e são subdivididas em: Previdenciárias Destinadas especi�camente ao custeio da Previdência Social, e são formadas pelas contribuições dos segurados empregados e das empresas (Artigos 20 a 23 da Lei nº 8.212/1991); Não previdenciárias Englobam todas as contribuições voltadas para o custeio da Assistência Social e da Saúde Pública. Do empregado, do trabalhador avulso e do empregado doméstico Esses trabalhadores recolhem com um percentual do seu salário de contribuição respeitando limites mínimos e máximos. As alíquotas para tal recolhimento são progressivas, ou seja, quanto maior o salário do trabalhador, maior será seu salário de contribuição e, consequentemente, mais elevado será o percentual incidente. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Fonte: Shutterstock Conforme é apontado pelo jurista Ivan Kertzman (2015) em sua obra Curso de Direito Previdenciário, a progressividade das alíquotas incidentes sobre o salário dos contribuintes está alinhada com os princípios constitucionais da equidade na participação do custeio e da solidariedade do sistema previdenciário. As alíquotas são anualmente atualizadas e reajustadas com os mesmos índices dos benefícios de prestação continuada da previdência social. Vejamos a atual tabela prevista para as contribuições do ano de 2019: Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso 2019 Salário Contribuição (R$) Alíquota Até R$1.751,81 8% De R$1.751,82 a R$2.919,72 9% De R$2.919,73 até R$5.839,45 11% Fonte. INSS, 2019. Atenção É importante ressaltar que o percentual a ser aplicado incide somente até o teto do salário de contribuição, que, conforme a tabela de 2019, corresponde ao valor de R$5.839,45 (cinco mil, oitocentos e trinta e nove reais e quarenta e cinco centavos). O que devemos considerar sobre as contribuições? Os trabalhadores empregados têm os valores correspondentes às alíquotas descontados pelo empregador diretamente do seu salário, valor que deve ser repassado até o 15º dia do mês subsequente à contribuição. O mesmo deve ocorrer com os empregados
Compartilhar