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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

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Disciplina
Direito Previdenciário
Apresentação
A disciplina de Direito Previdenciário nos orienta para um melhor entendimento do sistema de seguridade social.
Relacionado como direito de 2ª geração, o Direito Previdenciário se enquadra no princípio da igualdade, buscando sempre
a solidariedade.
O sistema previdenciário brasileiro é composto do Regime Geral da Previdência Social – RGPS, dos Regimes Próprios de
Previdência e da Previdência Complementar, que serão abordados nas aulas desta disciplina.
Por ser uma questão de cidadania, de possuir divisão interna, leis especí�cas, princípios próprios, objeto próprio e
métodos próprios, o Direito Previdenciário tornou-se ramo autônomo do direito.
Objetivos
Registrar o processo histórico evolutivo do Seguro Social;
Esclarecer o funcionamento do Regime Geral de Previdência Social e do Regime Próprio;
Explicar a aplicação e a concessão de benefícios e auxílios presentes no ordenamento jurídico.
Conteudista
Diogo Dutra Neto
 Currículo Lattes
Validador: Isis Hochmann de Freitas
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Resumos
Aula 1: Origem e evolução da prestação previdenciária e as fases do seguro social
Compreenderemos o processo histórico de evolução e surgimento do conceito de previdência, tanto no cenário internacional
como no Brasil, descrevendo, de modo sucinto, os principais países que in�uenciaram a criação do sistema brasileiro de
previdência social. Esse entendimento do contexto histórico nos proporcionará um entendimento linear do assunto,
compreendendo os anseios da sociedade no decorrer dos anos.
Aula 2: Princípios constitucionais e gerais da Seguridade Social e o Regime Geral da
Previdência Social e Regimes Próprios
Serão apresentados todos os princípios que norteiam a seguridade social, que integram a ação dos Poderes Públicos e da
sociedade, para a garantia dos direitos do cidadão, tal como a universalidade da cobertura e do atendimento; a uniformidade e
equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; seletividade e distributividade; irredutibilidade do valor
dos benefícios; equidade na forma de participação no custeio; diversidade da base de �nanciamento; e caráter democrático e
descentralizado da gestão administrativa. Ainda, entenderemos o Regime Geral da Previdência Social e os Regimes Próprios de
Previdência. Todos esses princípios e conceitos nos permitirão compreender mais claramente os institutos e o direito das
pessoas no que tange à Seguridade Social.
Aula 3: Qualidade de segurado: manutenção, perda e restabelecimento
Compreenderemos a manutenção como o período em que o indivíduo continua �liado ao Regime Geral de Previdência Social; a
perda como caducidade dos direitos inerentes a condição de segurado do regime; e o restabelecimento como a volta ao
exercício da atividade que se enquadre na contribuição necessária para ser �liado ao Regime Geral de Previdência Social. Sem
o entendimento correto dessas qualidades, não poderemos identi�car qual a sistemática adotada pela lei para cada caso.
Aula 4: Qualidade de dependente
Entenderemos que não somente aquele que contribui e está �liado ao Regime Geral de Previdência Social pode solicitar um
benefício, mas também seus dependentes. Em razão do vínculo familiar, a previdência social estende o seu manto protetivo
para essas pessoas, podendo conceder benefícios como pensão por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação
pro�ssional. Com todo esse entendimento, é possível auxiliar a sociedade na busca de seus direitos, ajudando-a a efetivar
garantias e direitos fundamentais inerentes à pessoa humana.
Aula 5: O �nanciamento da Seguridade Social e o Plano de Custeio
Analisaremos aquilo que é fundamental para a viabilidade da Seguridade Social, que é o �nanciamento e o plano de custeio. É
somente com o planejamento do futuro que se terá uma verdadeira seguridade, da qual esse sistema subsistirá. O plano de
custeio é um apanhado de normas que regulamentam as contribuições sociais, apoiado em previsões de receita e de despesa,
calculados com base no risco, na prestação de serviços e nas expectativas futuras de desenvolvimento da Seguridade Social.
Aula 6: Contribuições sociais para o �nanciamento da Seguridade Social
Veri�caremos como é o sistema contributivo adotado pela constituição e um dever imposto a toda a sociedade pela carta
magna, de forma direta, como no pagamento das contribuições sociais, e indireta, como através de ações do poder público que
são �nanciadas mediante recursos da União, dos estados e dos municípios.
Aula 7: Conceito e campo de aplicação do acidente de trabalho e as prestações acidentárias
Será possível estabelecer um paralelo entre o direito do trabalho, pela classi�cação do acidente de trabalho, e o direito
previdenciário. Seremos capazes de compreender o conceito que abarca o acidente e qual o seu campo de aplicação,
juntamente com o entendimento previdenciário a ser aplicado ao segurado que se acidente. Essa conceituação nos
proporcionará um aprendizado para orientarmos tanto um empresário quanto um empregado, garantindo-os segurança jurídica
nesse tema complexo e tão em alta no Brasil atual.
Aula 8: Prestações previdenciárias, planos de benefícios, concessão de prestações e serviços
previdenciários
Compreenderemos as garantias constitucionais da cobertura previdenciária em casos previstos em lei. A lei que regula o
Regime Geral de Previdência Social estabelece direitos e obrigações entre os bene�ciários e o Estado. Será analisado, então, a
obrigação que o Estado tem para com os segurados e seus dependentes, obrigações de dar ou de fazer.
Aula 9: Prestações previdenciárias de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez,
aposentadoria por tempo de contribuição, por idade e especial
Em continuação ao entendimento da aula anterior, veremos a aplicação e a concessão dos benefícios de auxílio-doença,
aposentadoria por invalidez, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria por idade e aposentadoria especial. Por
cada um desses benefícios se tratar de um fato gerador diferente, tem-se diferentes entendimentos e aplicações, bem como
comprovações, para que tais benefícios sejam concedidos na seara previdenciária.
Aula 10: Outras prestações previdenciárias e acumulação de benefícios
Finalizando o conteúdo das duas últimas aulas, veremos outros tipos de prestações previdenciárias e a possibilidade de
acumulação de benefícios. Veremos a prestação de salário-maternidade, salário-família, auxílio-acidente, abono anual, pensão
por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação pro�ssional.
Direito Previdenciário
Aula 1: Origem e evolução da prestação previdenciária e as
fases do seguro social
Apresentação
Nesta aula, você compreenderá todo o processo histórico evolutivo da disciplina de Direito Previdenciário.
Conhecerá quais foram as leis que deram início à ideia de seguridade social, e os anseios da sociedade, tanto no cenário
internacional quanto no cenário brasileiro.
Será capaz de perceber, ainda, que desde a primeira constituição brasileira já existia o gérmen da seguridade social.
Caminhando a passos curtos, o Brasil foi paulatinamente reconhecendo tais direitos e trazendo uma maior garantia aos
seus cidadãos no que tange à seguridade social.
Vamos iniciar nossa jornada?
Objetivo
Explicar o processo histórico de evolução e surgimento do conceito de previdência;
Listar as fases do seguro social.
Palavras iniciais
Você se lembra de ter conhecido alguém ou um professor em sala
que, por possuir bastante conhecimento acerca do tema, expôs o
assunto tratado desde o início, quais as fases, como foi a evolução até
o período atual?
Nesta aula, você será capaz de fazer o mesmo com a disciplina de Direito Previdenciário. Nela você aprenderá e entenderá toda
a evolução histórica, o surgimento do conceito de previdência, bem como todas as fases do seguro social até o momento. Será
capaz de, em uma conversa informal, explicar o motivo do surgimento e sua evolução.
Processo histórico de evolução Conceito de leis (Fonte: Shutterstock).
Com a transição do campo para a cidade e a industrialização, o homem se viu em um cenário diferente do de costume. O
vínculo entre empregado e empregador foi tema de grande divergência, com abusos cometidos e inúmeras diferenças sociais
que ocasionaram revoltas e revoluções.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Leitura
Para entender melhor esse contexto, acesse a leitura que trata sobre essa evolução histórica.
Você consegue perceber a evolução histórica do seguro social nos
países expostos? Consegue fazer uma associação com o que você já
estudou em História?
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Pare aqui e faça uma pesquisa desses países nos anos em que tais modi�cações legais ocorreram e perceba como o
ordenamento jurídico tende a representar os anseios dos cidadãos. Muitas vezes essas conquistas só vêm depois de muitas
lutas e revoltas.
Evolução Histórica da Previdência Social no Brasil
Você deve ter notado que o processo de seguro social na Europa se deu de forma lenta e gradual, necessitando de um
considerável período até que os clamores da sociedade fossem ouvidos e atendidos. A exemplo do que se deu na Europa, o
processo de evolução da Previdência Social no Brasil se deu de forma lenta.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A Constituição de 1824 foi o primeiro documento legal brasileiro que previu
algum tipo de proteção aos cidadãos, com o nome de socorros públicos, mas
apenas como conteúdo programático, não havendo meios de o cidadão
exigir essa proteção do Estado.
 Constituição de 1824 foi o primeiro documento legal brasileiro (Fonte: Mundo
Educação)
Em 1835 foi criada a primeira entidade de previdência
privada no Brasil, com o nome de Montepio Geral da
Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL). Já o
Código Comercial de 1850 previa salário por três meses ao
preposto acidentado.
As primeiras regras de proteção social no Brasil possuíam
caráter bene�cente e assistencial. No período colonial foram
criadas as Santas Casas de Misericórdia, as Irmandades de
Ordens Terceiras e, em 1975, fora estabelecido o Plano de
Bene�cência dos Órfãos e Viúvas dos O�ciais da Marinha.
Leitura
A partir daí, diversos avanços foram estabelecidos. Acompanhe esses acontecimentos por meio do texto evolução histórica no
Brasil.
A seguridade social na Constituição de 1988
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 Constituição de 1998 (Fonte: Shutterstock).
Até o momento você viu como a lei se transformou ao longo do tempo na história do Brasil. Longe de ser mera informação,
esse conhecimento nos serve para entendermos que muitas vezes um direito que hoje se encontra difundido, levou um grande
tempo até ser consolidado e poder ser exigido como direito pelo cidadão brasileiro que se encontra segurado.
Mas esse conhecimento não só nos auxilia nisso, como também nos faz entender melhor a atual sistemática brasileira com a
promulgação da constituição de 1988, que estabeleceu o Sistema de Seguridade Social. Esse sistema atuaria na área da saúde,
assistência social e previdência social. As contribuições então passaram a custear as ações do Estado nessas três áreas.
Com o nascimento desse Sistema Nacional de Seguridade Social é que se tem garantido o bem-estar e a justiça social,
pois não priva ninguém do mínimo existencial, assegurando a dignidade humana.
1
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Da mesma maneira que você estabeleceu um paralelo entre o período social
vivido na Europa e o surgimento das leis do seguro social, você deve fazer
uma pesquisa breve e ver, ano após ano de surgimento das leis de seguro
social, quais eram os anseios políticos e sociais do Brasil em cada época.
Isso o ajudará a entender melhor a transformação da sociedade brasileira ao
longo dos anos.
Fases do Seguro Social
Agora, em posse de todo esse conhecimento histórico evolutivo, nós podemos resumir e entender as fases do Seguro Social
no Brasil. Longe de ser uma mera repetição, isso o ajudará a �xar melhor o conteúdo exposto ao longo desta aula.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula1.html
Clique nos botões para ver as informações.
Enquanto sistema, o Direito Previdenciário existe há mais de noventa anos, tendo sido a Lei Eloy Chaves o marco inicial
por meio do Decreto Legislativo 4.681, de 1923. Vale ressaltar, entretanto, que outras normas já existiam nesse sentido,
mas a que trouxe um maior benefício para a população da época, foi a Lei Eloy Chaves. É nessa época que as Caixas de
Aposentadorias e Pensões foram instituídas e organizadas por empresas.
1ª Fase 
Nesta fase, iniciada em 1933, quando houve a organização por categoria pro�ssional e conferidas as funções
arrecadatória e �scalizatória, foram criados os Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAP.
2ª Fase 
Dando início à terceira fase, em 1967 ocorre a fusão dos Institutos de Aposentadoria e Pensões através da criação do
Instituto Nacional da Previdência Social – INPS por meio do Decreto-lei nº 72/1966. Nesta fase também foi criado o
FUNRURAL para os trabalhadores rurais que passaram a ter direito à previdência social.
3ª Fase 
Por meio da Lei 8.029/90, foi criado, �nalmente, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Sua criação se deu através
da fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS com o Instituto Nacional da
Previdência Social – INPS.
4ª Fase 
Agora, com base no que foi visto, você seria capaz de criar um resumo
esquemático?
Eles nos ajudam a �xar melhor o conteúdo, criando um mapa mental que auxilia nossa memória quando precisamos tratar
daquele assunto especí�co. Sugerimos que você gaste um tempo elaborando um bom resumo, não só das fases do Brasil, mas
de todo o conteúdo da aula. Isso enriquecerá sua inteligência e o preparará melhor para os concursos e para o trabalho do dia a
dia.
Com base no conhecimento proposto, realize as atividades a seguir.
Atividades
1. Tendo como origem a Europa, é sabido que o mundo passou por diversas e grandes lutas para a conquista de direitos
sociais, dentre eles o seguro social. Cite dois países que foram pioneiros na inserção de direitos de seguridade social e quais
leis eles utilizaram para alcançar esse objetivo.
2. Acompanhando a evolução histórica do seguro social no Brasil, é possível dividi-la em quatro fases diferentes, cada qual com
sua característica marcante. Escreva o ano e qual a característica marcante de cada fase.
3. A 4ª fase uniu dois grandes institutos para a criação de um. Qual o nome desse instituto e qual a lei?
Notas
Sistema Nacional de Seguridade Social1
Foi em 1990 a criação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, que substituiu o INPS na função de arrecadação,
pagamento de benefícios e prestação de serviços. Porém, em 2007, essa responsabilidade foi transferida para a Secretaria da
Receita Federal do Brasil.
As leis 8.212 e 8.213 foram publicadas em 1991, tratando respectivamente do custeio da Seguridade Social e dos benefícios e
serviços da Previdência. Note que essas leis estão em vigor até hoje, mesmo com as diversas alterações trazidas por outras
leis. Vale ressaltar ainda a grande alteração que ocorreu em 1993, que foi a criação da LOAS – Lei Orgânica de Assistência
Social.
Referências
CAMPOS, M. B. L. B. Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos. Belo Horizonte: Líder, 2004.
OLIVEIRA, A. C. Direito do trabalho e previdência social: estudos. São Paulo: LTr, 1996.
SERRA E GURGEL, J. B. Evolução histórica da previdência social. Brasília: ANASPS, 2008.
TAVARES, M. L. Direito Previdenciário.12. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010.
Próxima aula
Princípios gerais e constitucionais do Direito Previdenciário;
Regime Geral da Previdência Social;
Regimes Próprios.
Explore mais
Leia os artigos a seguir e enriqueça seu conhecimento:
Previdência social: breve histórico no cenário mundial e sua estrutura e funcionamento no Brasil;
<https://jus.com.br/artigos/59126/previdencia-social-breve-historico-no-cenario-mundial-e-sua-estrutura-e-funcionamento-no-brasil>
Evolução histórica da Previdência Social no Brasil e no mundo. <//www.conteudojuridico.com.br/artigo,evolucao-historica-
da-previdencia-social-no-brasil-e-no-mundo,35915.html>
https://jus.com.br/artigos/59126/previdencia-social-breve-historico-no-cenario-mundial-e-sua-estrutura-e-funcionamento-no-brasil
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,evolucao-historica-da-previdencia-social-no-brasil-e-no-mundo,35915.html
Direito Previdenciário
Aula 2: Princípios constitucionais e gerais da Seguridade Social
e o Regime Geral da Previdência Social e Regimes Próprios
Apresentação
O que é um homem sem princípios para norteá-lo? Muito provavelmente ele se perderá, não saberá onde ir e, quando se
deparar com um problema, com certeza terá di�culdades para resolvê-lo. Sem princípios que norteiam, o caminho será
mais árduo.
Esse mesmo entendimento pode ser aplicado a uma matéria, ao estudo de um tema em especí�co. A seguridade social,
sem princípios para a dirigirem, perder-se-á e não cumprirá com seu maior objetivo que é a segurança. São os princípios
que trazem segurança jurídica para o direito. É por isso que nesta aula aprenderemos os princípios mais importantes.
Objetivo
Reconhecer os princípios norteadores da Seguridade Social;
Explicar o funcionamento dos regimes de previdência.
Palavras iniciais
Você provavelmente já deve ter ouvido falar de princípios, sobretudo quando começa um novo conteúdo, seja ele de direito civil,
penal, constitucional, en�m, qualquer outro ramo do direito. Com o direito previdenciário não é diferente. Nesta aula, veremos
os princípios que norteiam a previdência.
Tendo aprendido os princípios, poderemos entender como funcionam os regimes de previdência. Assim como todo instituto
possui suas regras de funcionamento e suas normas gerais, com os regimes de previdência não é diferente. Analisaremos
ponto a ponto o Regime Geral de Previdência e os regimes próprios.
 Previdência e seus recursos para informações (Fonte: Shutterstock).
Princípios gerais
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
É importante termos em mente que, por mais que no meio acadêmico se faça distinção entre as matérias, o direito muitas
vezes se mescla, tendo o direito previdenciário, por exemplo, ligação com o direito tributário, o direito administrativo, o direito
trabalhista, en�m, inúmeros outros ramos.
Ter isso em mente nos facilita o entendimento de alguns princípios que são gerais a todos esses ramos. O primeiro desses
princípios é o princípio da solidariedade.
Princípio da
solidariedade
O princípio da solidariedade
norteia a Previdência Social no
que concerne à solidariedade
entre os membros da
sociedade. A solidariedade nada
mais é que o dever de ajudar o
próximo, da cooperação mútua
entre as partes. Esse princípio
assegura a dignidade da pessoa
humana a todos os membros da
sociedade.
Princípio da legalidade
Esse princípio também é muito
importante para o entendimento
da previdência. Ele pode ser
dividido para particulares e para
o poder público. Para o
particular, signi�ca poder fazer
tudo o que a lei não proibir, ou
seja, o particular tem a liberdade
de fazer o que bem entender,
como entender, a hora que
quiser, desde que a lei não o
proíba.
É por conta desse princípio que o aposentado que recebe benefício da
previdência, mesmo já tendo contribuído, continua com suas prestações
compulsórias, pois ele tem o dever de prover aos que agora necessitam.
Princípios constitucionais do direito previdenciário
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Agora que já vimos dois dos principais princípios gerais do direito que coadunam entre várias matérias, veremos o que a
constituição brasileira tem a nos dizer quanto aos princípios a serem observados e obedecidos pelo sistema previdenciário.
Os incisos do artigo 194 da Constituição da República Federativa do Brasil são de aplicação exclusiva no âmbito da seguridade
social, valendo para a saúde, a previdência social e a assistência social. Veremos somente os objetivos gerais da seguridade
social e os pertinentes à previdência social.
Universalidade da
cobertura e do
atendimento
Esse princípio, conforme
podemos deduzir pelo nome,
prevê que todos têm direito ao
atendimento e cobertura ampla
de riscos sociais. A
universalidade é a proteção
social alcançando a todos os
eventos que não podem sofrer
demora, que precisam ser
atendidos de imediato,
promovendo a subsistência de
quem necessite com a entrega
de prestações, ações e serviços
de seguridade social.
Uniformidade e
equivalência dos
benefícios e serviços às
populações urbanas e
rurais
Já contemplado no artigo 7º da
Constituição, este princípio visa
tratar de maneira uniforme os
trabalhadores urbanos e rurais,
não fazendo distinção entre
eles, concedendo idênticos
benefícios e serviços para os
mesmos eventos cobertos pelo
sistema. Isso não signi�ca dizer
que um trabalhador rural terá
igualdade na concessão de
benefício, pois o valor pode ser
diferenciado. O que se leva em
conta é a equivalência.
Seletividade e
distributividade na
prestação dos
benefícios e serviços
Como todo recurso possui sua
limitação, ele não pode ser
utilizado de qualquer modo.
Deve-se conceder o benefício a
quem efetivamente necessite
dele. Isso equivale a dizer que
não existe um único benefício
ou serviço, sendo eles
distribuídos de forma seletiva,
conforme a necessidade do
segurado.
Irredutibilidade do Valor
dos Benefícios
Muitíssimo parecido com o
princípio trabalhista que veda a
redução do salário percebido
pelo empregado, este princípio
assegura que o benefício
concedido não pode ter seu
valor nominal reduzido, sofrer
descontos, penhoras, arrestos,
salvo por força de lei.
Equidade na forma de
participação no custeio
Este princípio possui como
meta, objetivo, e não regra
concreta, a equidade, garantindo
aos hipossu�cientes a proteção
social. Os hipossu�cientes só
contribuirão quando possível e o
equivalente a seu poder
contributivo. Então vale dizer
que esse princípio tem como
pressuposto a capacidade
contributiva de cada um, ou
seja, a pessoa que ganha mais
contribui com mais e a pessoa
que ganha menos contribui com
menos.
Diversidade da base de
�nanciamento
Esse princípio visa garantir uma
maior amplitude na forma de
custeio da Seguridade Social,
não a deixando apenas a cargo
dos trabalhadores, dos
empregadores e do poder
público. É com base nesse
princípio que ocorre a
possibilidade de cobrança da
CPMF – Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira.
Este princípio, portanto, traz
maior segurança para a
Seguridade Social, pois amplia
as fontes de custeio.
Caráter democrático e
descentralizado da
administração, mediante
gestão quadripartite,
com participação dos
trabalhadores, dos
empregadores, dos
aposentados e do
governo nos órgãos
colegiados
Tendo em vista o
gerenciamento dos recursos por
meio de discussão com a
sociedade, esse princípio
possibilitou a criação de
órgãos de deliberação , tal
como o Conselho Nacional de
Previdência Social – CNPS, o
Conselho Nacional de
Assistência Social – CNAS e o
Conselho Nacional de Saúde –
CNS.
1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula2.html
Atividade
1. Dentre os princípios constitucionais que regem o Direito Previdenciário, destaca-se aquele que visa garantir uma maior
amplitude na forma de custeio da Seguridade Social, não deixando apenas a cargo dos trabalhadores, dos empregadores e do
poder público. Além disso, foi com base nesse princípio que se cobrou a CPMF por anos no Brasil. Trata-se do princípio da:
a) Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais.
b) Equidade na Forma de Participação no Custeio.
c) Diversidade da Base de Financiamento.
d) Universalidade da Cobertura e do Atendimento.
e) Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços.
Regimes de previdência
Agora que você aprendeu todos os princípios que norteiam a Seguridade Social, chegou a hora de conhecermos os principaisregimes e o funcionamento de cada um. Os regimes podem ser classi�cados em:
Básicos - são aqueles a que as pessoas são obrigadas a se �liarem;
Complementares - são aqueles a que as pessoas apenas se �liam se houver interesse.
O trabalhador é automaticamente �liado ao regime básico de previdência social no exato momento em que ele desempenha
qualquer atividade remunerada. De um modo geral, o trabalhador é �liado ao RGPS – Regime Geral de Previdência Social, que é
administrado pelo INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social e pela SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Já o servidor público dos entes federados, como União, Estados e Municípios – estes dois últimos somente se os entes assim
estabelecerem – é �liado ao regime próprio de previdência, que possui uma sistemática um pouco diferenciada da do Regime
Geral.
Já o servidor público dos entes federados, como União, Estados e
Municípios – estes dois últimos somente se os entes assim
estabelecerem – é �liado ao regime próprio de previdência, que possui
uma sistemática um pouco diferenciada da do Regime Geral.
Vamos ver, primeiramente, o funcionamento do Regime Geral de Previdência Social – RGPS e suas peculiaridades.
Clique nos botões para ver as informações.
Vamos ver, primeiramente, o funcionamento do Regime Geral de Previdência Social – RGPS e suas peculiaridades.
O Regime Geral de Previdência Social é único, vinculando todos os trabalhadores da iniciativa privada, tais como os que
são regidos pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (empregados domésticos, empregados rurais, autônomos,
empresários, microempresários, trabalhadores avulsos, pequeno produtor rural, sacerdotes, etc.), sendo disciplinado pelo
artigo 201 da Constituição e regido pela Lei nº 8.213/91, intitulada Plano de Benefícios da Previdência Social.
Além da �liação ser compulsória, aqueles que não estejam enquadrados como obrigatórios poderão contribuir para esse
regime de modo facultativo, obtendo, então, a condição de segurado do Regime Geral de Previdência Social. Essa
condição obedece ao princípio da universalidade do atendimento, previsto constitucionalmente no artigo 194, inciso I.
Vale ressaltar, ainda, como exceção, que caso algum ente federado não possua seu regime próprio de previdência, o
servidor público deverá ser �liado compulsoriamente, ou seja, obrigado a este Regime Geral.
Regime Geral de Previdência Social – RGPS 
Tratando agora dos servidores públicos, é importante conceituar o Regime Próprio que possuem. Pelo fato de a
constituição, originariamente, não ter previsto este tipo de regime, sendo criado somente após algumas emendas
constitucionais, sendo antes visto como matéria de direito administrativo, existem alguns pontos que são muito diferentes
do Regime Geral no que tange à União.
Por ser um Regime Próprio que se aplica a cada ente federado, são inúmeras as leis que tratam de sua sistemática. O que
a constituição prevê é que devem ser criados regimentos próprios para os servidores de cada ente.
Só pode ser �liado a este regime o servidor público ocupante de cargo efetivo. Os comissionados, temporários ou
empregados públicos não se enquadram neste regime, sendo vedada a sua �liação.
Conhecendo esses dois regimes, você pode se perguntar: e se houver alguém que trabalhe como funcionário público e
como empregado na iniciativa privada? Ou ainda lembrar de algum parente que exerça as duas funções. Resolver essa
aparente complicação é muito simples. Como ambos são de �liação obrigatória, o servidor público que também exerça
trabalho na iniciativa privada deverá ser �liado nos dois regimes. O mesmo entendimento vale para quem ocupar dois
cargos efetivos em dois entes federados diferentes um do outro. Esse funcionário deverá se �liar a ambos os regimes.
Regime Próprio de Previdência Social 
Agora veremos o último tipo de regime previdenciário. Tanto o Regime Geral de Previdência Social quanto o Regime
Próprio de Previdência Social são de �liação compulsória, entretanto o Regime Complementar não, sendo facultativo o
seu ingresso. Você deve ter percebido pelo nome desse regime que ele é apenas complementar, ou seja, a �liação a ele
não exclui a obrigatoriedade de �liação ao Regime Geral e ao Regime Próprio quando a lei o impuser. Esse regime pode
ser privado ou público.
Regime Complementar 
Qualquer pessoa pode se �liar a uma entidade aberta de previdência complementar privada, diferente das entidades fechadas
de previdência complementar privada, que são restritas à um determinado grupo, também conhecidas como fundo de pensão.
Portanto, vale dizer que uma pessoa que é �liada ao Regime Geral pode contribuir para um fundo de pensão – Regime
Complementar – e tornar sua aposentadoria superior ao teto do INSS.
De outro modo, as entidades fechadas de previdência complementar pública são destinadas aos servidores públicos que têm
seu teto salarial limitados ao que dispõe o INSS. Surge dessa situação uma possibilidade para o servidor aumentar sua
aposentadoria para além do teto, que é com a contribuição facultativa para essa entidade fechada de caráter público.
Assim, quando o servidor público se aposentar, ele pode garantir a
equiparação de valores de remuneração com os de aposentadoria. Um
grande exemplo desse tipo de entidade fechada é o Fundo de Pensão dos
Servidores Públicos Federais – FUNPRESP.
Um pouco mais de conhecimento
Chegamos ao �nal de mais um capítulo de nossas aulas. Nesta aula nós vimos os principais princípios que norteiam a
seguridade social. Você consegue lembrar quais são? Isso mesmo, como princípios gerais que se comunicam com outras
áreas do direito nós temos:

O princípio da solidariedade

O princípio da legalidade
Consegue ainda lembrar do que cada um deles dispõe?
Anote em um caderno separado para que você não esqueça.
E quanto aos direitos previstos constitucionalmente?
Esses são mais difíceis de serem lembrados, pois são muitos:
Universalidade da
Cobertura e do
Atendimento;
Uniformidade dos
Benefícios e Serviços às
Populações Urbanas e
Rurais;
Seletividade e
Distributividade na
Prestação dos Benefícios e
Serviços;
Irredutibilidade do Valor
dos Benefícios;
Equidade na Forma de
Participação no Custeio;
Diversidade da Base de
Financiamento;
Caráter Democrático e
Descentralizado da
Administração, Mediante
Gestão Quadripartite, com
Participação dos
Trabalhadores, dos
Empregadores, dos
Aposentados e do Governo
nos Órgãos Colegiados.
E por �m, vimos a diferenciação entre os principais regimes de previdência existentes.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atividades
2. Existe em nosso ordenamento jurídico a previsão de um Regime Próprio de Previdência para servidores públicos. Com base
nesse entendimento, indaga-se: é possível que um servidor público �liado ao regime próprio seja também �liado ao Regime
Geral de Previdência Social?
3. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativas dos poderes públicos e da sociedade
destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social. Com relação aos princípios e diretrizes que
a Seguridade Social deverá obedecer, assinale a alternativa incorreta, ou seja, a que não condiz com os princípios elencados na
Lei 8.212/1991 (Lei que dispõe sobre a organização da Seguridade Social):
a) Universalidade da cobertura e do atendimento.
b) Irredutibilidade do valor dos benefícios.
c) Equidade na forma de participação no custeio.
d) Base única de financiamento.
e) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
Notas
Órgãos de deliberação1
Os órgão de deliberação são compostos por representantes do governo, dos trabalhadores, dos empregadores e dos
aposentados. Sucintamente, esse princípio visa assegurar a participação democrática de todos os interessados na Seguridade
Social.
Referências
CARBONE, C. O. Seguridade social no Brasil: �cção ou realidade? São Paulo: Atlas, 1994.
MELO, J. E. S. Contribuições sociais no sistema tributário. 3.ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
REALE, M. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 2003.
STEPHANES, R. Reforma da previdência sem segredos. Rio de Janeiro: Record, 1998.
TAVARES, M. L. Previdência e assistência social: legitimação e fundamentação constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2003.
Próxima aula
Qualidade de segurado;
Filiação ao Regime;
Perda e restabelecimento.
Explore mais
Leia os artigos a seguir e enriqueça seu conhecimento:
Princípios constitucionais do direito previdenciário; <https://marins.jusbrasil.com.br/artigos/501939041/principios-
constitucionais-do-direito-previdenciario>
Perguntas frequentes sobre regime geral; <//www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-geral-rgps/>
Perguntas frequentes sobre regime próprio. <//www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-proprio-rpps/>
https://marins.jusbrasil.com.br/artigos/501939041/principios-constitucionais-do-direito-previdenciario
http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-geral-rgps/
http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-proprio-rpps/
Direito Previdenciário
Aula 3: Origem e evolução da prestação previdenciária e as
fases do seguro social
Apresentação
Quando você começa a estudar Direito, seus parentes costumam querer tirar inúmeras dúvidas com você, não é mesmo?
Várias são as histórias que eles contam na expectativa de que você os ajude a resolver o problema desde um aluguel
atrasado até a venda de um carro. Em meio a isso estão as dúvidas sobre aposentadoria. Nesta aula você aprenderá sobre
a qualidade de segurado. Esse conhecimento é basilar para a compreensão futura de aposentadoria.
Veremos nesta aula a distinção entre contribuinte e segurado, pois, ao contrário do que muitos pensam, os dois possuem
signi�cados importantes e diferentes um do outro no âmbito do Direito Previdenciário. Identi�caremos ainda os sujeitos
protegidos e desamparados. Por �m, como se dá a manutenção, a perda e o restabelecimento da qualidade de segurado.
Objetivo
Identi�car a qualidade de segurado.
Qualidade de segurado
Vimos até aqui toda a parte introdutória para nos situarmos melhor na matéria de Direito Previdenciário. Todo o panorama
histórico, os princípios e os regimes de previdência nos abrem campo para tratarmos do nosso próximo tema que é a qualidade
de segurado.
Os bene�ciários da previdência social nada mais são do que as pessoas físicas que têm direito às prestações do Regime Geral
de Previdência Social. Os bene�ciários poderão ser os próprios segurados, que são aqueles que contribuem para o sistema, ou
os seus dependentes que, mesmo não contribuindo para manter essa qualidade, estão protegidos nos casos de prisão ou
morte daqueles de quem dependiam economicamente.
 Fonte: Shutterstock
Segurados da Previdência Social
Segurado empregado
Segurado empregado doméstico
Segurado contribuinte individual
Segurado trabalhador avulso
Segurado especial
Segurado facultativo
Vamos agora classi�car um por um.
Clique nos botões para ver as informações.
Em função do vínculo jurídico que possuem com o regime de previdência, os segurados são os principais contribuintes
desse sistema, no qual há a �gura do segurado obrigatório. Segurado obrigatório é todo aquele que exerce atividade
remunerada, exceto se servidor público com Regime Próprio de Previdência. Como o próprio nome indica, esse segurado
não tem a escolha de se �liar ou não, sendo sua �liação compulsória.
Imagine um empregado que ainda não contribua com o teto máximo da previdência. Caso ele comece a exercer outra
atividade remunerada, deverá contribuir para a previdência, pois ainda não atingiu o teto. Entretanto, se esse mesmo
empregado já contribui com o teto máximo no primeiro trabalho, ele não precisará contribuir com a previdência na outra
atividade remunerada. Isso se dá pelo fato de que todo segurado que ainda não contribui com o teto, deve ser �liado
compulsoriamente em todas as atividades que exercer até que atinja o teto máximo.
O mesmo acontece ao aposentado que retorna à atividade remunerada. Essa nova atividade exercida pelo aposentado
implicará em �liação compulsória ao Regime Geral de Previdência Social, devendo contribuir em relação a essa atividade,
pois é segurado obrigatório.
Segurados da Previdência Social 
Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, empregado é a pessoa física, urbana ou rural, que presta serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Essa é a primeira �gura de segurado que surge elencada na lei e no regulamento de previdência social. Pare esta leitura
agora e pesquise na internet o artigo 9º do Decreto 3048/99. Repare que ele elenca, no inciso I, os segurados pessoa
física. Leia cada alínea atentamente.
Leu? Agora vamos nos atentar para alguns pontos. Note que para ser segurado empregado em organismos o�ciais
internacionais no exterior, o brasileiro deverá trabalhar para a União e não para o organismo internacional, exceto se
enquadrado em algum regime próprio de previdência social. Já os bolsistas e os estagiários somente serão empregados
se estiverem exercendo atividade em desacordo com a lei de estágio.
Temos também a �gura daquele que exerce cargo comissionado. Esse, conforme vimos em outra aula, não pode se �liar
ao Regime Próprio de Previdência Social, pois não cumpre os requisitos para tanto, devendo ser segurado obrigatório. O
servidor efetivo, o empregado público e o servidor contratado por tempo determinado que também não tenha Regime
Próprio em sua categoria serão considerados segurados obrigatórios.
A comprovação do vínculo empregatício pode ser feita através de:
Carteira Pro�ssional – CP;
Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS;
Original ou cópia autenticada da Ficha de Registro de Empregados ou do Livro de Registro de Empregados, onde
conste o referido registro do trabalhador acompanhada de declaração fornecida pela empresa, devidamente
assinada e identi�cada por seu responsável;
Termo de rescisão contratual ou comprovante de recebimento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço – FGTS,
entre outros.
Segurado empregado 
Para ser considerado empregado doméstico é necessário que ele preste serviço de natureza contínua, mediante
remuneração, a pessoa ou família, na casa destes, em atividade sem �ns lucrativos. Esse conceito de contínuo deve ser
aplicado aquelas pessoas que prestam serviço mais de duas vezes na semana, senão será considerada apenas diarista.
Ainda, não pode o serviço ser prestado em local que não a casa ou residência dos que a contratam. Não pode, por
exemplo, um empregador pedir para que seu empregado doméstico realize a limpeza de seu escritório situado em local
diverso da residência. Se o �zer, deverá contratá-lo por fora.
Por �m, se o empregado doméstico estiver trabalhando para o empregador e o empregador estiver ganhando algo por
isso, o empregado deverá ser contratado por fora, pois está vedada a contratação de empregado doméstico para �ns
lucrativos.
Segurado empregado doméstico 
Chegamos agora na �gura mais abrangente dos segurados. Todos aqueles que não se enquadrem em nenhuma das
categorias anteriores serão enquadrados nessa. Você já deve ter ouvido falar ou possui algum parente que se diz ser
autônomo, trabalha por conta própria. Essa nomenclatura de autônomo não mais existe no direito previdenciário, devendo
ser considerado como contribuinte individual.
Como �zemos anteriormente, pare esta leitura e vá até o artigo 9º do Decreto 3048/99, mas desta vez no Inciso V e leia
todas as alíneas para que você entenda quantas possibilidades há para contribuintes individuais. Note que estão incluídos
nesta qualidade:
Padres e ministros de con�ssão religiosa;
Vendedores autônomos de cachorro-quente;
Médicos autônomos;
Advogados autônomos;
Árbitros de futebol;
Garimpeiros;
Cooperados;
Os mais diversos tipos de pro�ssionais liberais.
Segurado contribuinte individual 
Não confunda o trabalhador avulso com o contribuinteindividual. Apesar do nome dar a aparência de autonomia, esse
trabalhador avulso é aquele que presta serviço para uma empresa com intermediação obrigatória do sindicato ou do
Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO. Se não tiver essa intermediação, o trabalhador não poderá ser considerado avulso.
Leia agora o inciso VI do artigo 9º do Decreto 3048/99 anterior para que você veja quais são essas �guras.
Segurado trabalhador avulso 
Esta é uma hipótese prevista constitucionalmente que dá ao segurado especial um tratamento bem diferenciado. Todo
pequeno produtor rural, pescador ou seringueiro e demais membros da família que exerçam suas atividades
individualmente ou em economia familiar, sem o auxílio de empregados permanentes, são considerados segurados
especiais. É o Inciso VII do artigo 9º do Decreto 3048/99 que classi�ca os segurados especiais.
Após a leitura, você vai notar que a contribuição do segurado especial será feita mediante a aplicação de uma alíquota de
2,3% sobre o resultado da comercialização da produção. Assim, a contribuição de toda a família será uma só, incidente
sobre a receita bruta dessa comercialização. Com uma única contribuição, todos os membros da família serão segurados
e farão jus aos benefícios.
O segurado especial poderá, ainda, ter auxílio de terceiros, desde que não seja um auxílio remunerado. Se o segurado
especial contratar algum empregado, ele passará à condição de contribuinte individual. A exceção para isso é o grupo
familiar se utilizar de empregados contratados por tempo determinado ou trabalhadores contribuintes individuais à razão
de no máximo 120 pessoas/dia no ano civil. Assim, se o grupo familiar possuir 2 empregados, poderá mantê-los por 60
dias.
Segurado especial 
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Como o próprio nome indica, segurado facultativo é aquela pessoa que, pelo princípio da universalidade da cobertura e do
atendimento, quer se �liar ao Regime Geral de Previdência Social. Por um ato de mera vontade, a pessoa poderá se �liar.
Para isso, ela deverá ser maior de 16 anos, não exercer atividade remunerada e não estar �liada obrigatoriamente a
nenhum outro regime que a lei determine. Vale dizer, portanto, que não há a possibilidade de segurado facultativo e
obrigatório ao mesmo tempo.
É o artigo 11, § 1º do Decreto 3048/99 que elenca, exempli�cativamente, as pessoas que podem se �liar facultativamente:
A dona de casa;
O síndico não remunerado;
O estudante;
O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
O membro de conselho tutelar;
O bolsista e o estagiário;
O presidiário que não exerce atividade remunerada;
O brasileiro residente ou domiciliado no exterior;
O segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora
da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade a�m;
O que exerce atividade artesanal por conta própria.
Segurado facultativo 
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Atividade
1. João foi admitido como funcionário comissionado no quadro de colaboradores da câmara municipal de um município que
possui Regime Próprio de Previdência Social. Quando da primeira contribuição à previdência, surgiu uma dúvida interna: João
deverá ser �liado ao Regime Geral de Previdência Social ou ao Regime Próprio de Previdência Social instituído pelo município?
Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado
Agora que vimos quais são as qualidades de segurado, veremos como se dá sua manutenção, sua perda e seu
restabelecimento a essa condição.
Quando o segurado está coberto pela proteção da seguridade social, dizemos que ele está em manutenção da qualidade. Essa
manutenção pode acontecer mesmo em casos onde o segurado não está contribuindo, que é o conhecido período de graça.
Porém, esse período de graça não entra para efeitos de contagem de contribuição.
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É o artigo 13 do Decreto 3048/99 que estipula os prazos. Leia o que diz o
artigo e então veremos o que diz cada um dos incisos.
Manutenção
A primeira previsão é bastante óbvia. Quem está recebendo algum benefício não contribui para a seguridade social, exceto se
for auxílio-maternidade. Depois, se o segurado não estiver contribuindo, ele continuará a ser segurado por até 12 meses após a
data do término do último benefício.
Quais as outras etapas do processo de manutenção? É o que veremos a seguir.
Leitura
Para entender melhor esse contexto, acesse a leitura que trata sobre a Manutenção.
Atividade
2. Ana Júlia e Joaquim, �lhos menores dependentes de Antônio, entram com requerimento para obterem benefício de pensão
por morte. O benefício lhes é concedido à monta de R$1.500,00. Quando o pagamento foi feito, Ana Júlia recebeu R$750,00 e
Joaquim R$750,00 também. Indaga-se: o pagamento foi feito de maneira correta?
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Perda
A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa condição. Aquele que perde a
qualidade de segurado deixa de ter direito às prestações previdenciárias. Se um segurado perde a qualidade de segurado
necessite de algum auxílio ou benefício, ele não terá direito a prestação alguma. O que se ressalta aqui são as hipóteses em
que os benefícios não são afetados pela perda da qualidade de segurado.
Se um trabalhador segurado que contribuiu por 35 anos e depois parou de trabalhar, perdendo a qualidade de segurado, quiser,
passados 7 anos, o benefício da aposentadoria, ele terá direito ao benefício, pois já cumpriu os requisitos para tanto. As
aposentadorias por tempo de contribuição e especial não são afetadas pela perda da qualidade de segurado quando
cumpridos os requisitos.
 Carteira de Trabalho e Previdência Social (Fonte: Shutterstock)
Imagine agora se um segurado que trabalhou por 20 anos
para cumprir a carência vier a perder a qualidade de
segurado e nunca mais trabalhar até os 65 anos de idade.
Ele terá direito à aposentadoria por idade, pois primeiro
cumpriu a carência e depois a idade. Os requisitos não
precisam ser cumpridos ao mesmo tempo.
Apesar de a pensão por morte não ser concedida aos
dependentes de quem já perdeu a qualidade de segurado,
há o entendimento que, caso esse falecido tenha cumprido
todos os requisitos para obtenção da aposentadoria, seus
dependentes farão jus ao benefício. Da mesma forma do
parágrafo anterior, os bene�ciários farão jus, pois o
segurado cumpriu os requisitos necessários para obtenção
do benefício.
Restabelecimento
Vimos que existe, para aquele segurado que deixou de contribuir por algum motivo, o período de graça. O restabelecimento se
dá quando o segurado volta a exercer atividade remunerada (segurado obrigatório) ou volta a contribuir voluntariamente
(segurado facultativo).
O período de graça é automaticamente sucedido pela nova �liação
sem perda do vínculo previdenciário.
Atividade
3. Com relação à manutenção da qualidade de segurado, independentemente de contribuições, é correto a�rmar:
a) O segurado facultativo mantém a qualidade de segurado por até 6 meses da cessação das contribuições.
b) O segurado retido ou recluso mantém a qualidade de segurado por até 6 meses do livramento.
c) O segurado que deixa de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, ou estiver suspenso ou licenciado mantém a
qualidade de segurado por até 24 meses.
d) Enquanto estiver no gozo de benefício o segurado não perde a qualidade de segurado, desde que o benefício não se prolongue por
mais de 12 meses.
e) Se o segurado já tiver recolhido mais de 120 contribuições sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, todos os
prazos dos incisos do art. 15 da Lei 8.213/91 são prorrogados em 6 meses.
NotasReferências
IBRAHIM, F. Z. Curso de direito previdenciário. 15. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010.
MARTINEZ, W. N.O salário de contribuição na lei básica da previdência social. São Paulo: LTr, 1993.
MARTINEZ, W. N. Comentários à lei básica da previdência social. 2. ed. São Paulo: LTr, 1996.
TAVARES, M. L. Direito previdenciário: regime geral de previdência social e regras constitucionais dos regimes próprios de
previdência social. 12. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010.
Próxima aula
Qualidade de dependente;
Perda da qualidade de dependente.
Explore mais
Leia os artigos a seguir e enriqueça seu conhecimento:
Qualidade de segurado; <https://www.inss.gov.br/orientacoes/qualidade-de-segurado>
Como recuperar a qualidade de segurado <https://cmpprev.com.br/blog/como-recuperar-a-qualidade-de-segurado/> .
https://www.inss.gov.br/orientacoes/qualidade-de-segurado
https://cmpprev.com.br/blog/como-recuperar-a-qualidade-de-segurado/
Direito Previdenciário
Aula 4: Qualidade de dependente
Apresentação
Nesta aula, entenderemos que não somente aquele que contribui e está �liado ao Regime Geral de Previdência Social pode
solicitar um benefício, mas também seus dependentes.
Em razão do vínculo familiar, a previdência social estende o seu manto protetivo para essas pessoas, podendo conceder
benefícios como pensão por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação pro�ssional.
Com todo esse entendimento, é possível auxiliar a sociedade na busca de seus direitos, ajudando-a a efetivar garantias e
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana.
Objetivo
Explicar a qualidade de dependente;
Reconhecer os benefícios dos dependentes.
Palavras iniciais
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Vimos na última aula como se dá a manutenção, a perda e o restabelecimento da qualidade de segurado. Na aula de hoje,
veremos a qualidade de dependente. Antes de tudo, precisamos saber que a contribuição paga pelo segurado não traz
benefícios exclusivamente ao contribuinte, mas alcança seus dependentes quando cumpridas as condições estabelecidas pela
lei.
Segundo Kravchychyn (2014), dependentes são as pessoas que, embora não contribuindo para a seguridade social, a lei de
benefícios elenca como possíveis bene�ciários do Regime Geral de Previdência Social – RGPS. A razão para essa expansão se
dá pelo vínculo familiar ao segurado do regime, disponibilizando os seguintes direitos:
1
Pensão por morte
2
Auxílio-reclusão
3
Serviço social
4
Reabilitação pro�ssional
Atenção
É importante ressaltar que a relação jurídica entre INSS e dependentes somente se instaura quando ocorre o falecimento do
segurado ou sua prisão, não havendo hipótese de recebimento concomitante de qualquer benefício previdenciário entre segurado
e dependentes.
A lista de dependentes presente na lei previdenciária é muito parecida com a da lei civil com relação à garantia de alimentos.
Esse entendimento, fazendo uma breve análise, é muito acertado, uma vez que o dependente é aquela pessoa subordinada
economicamente a alguém, dependendo deste para garantir o seu sustento.
Os dependentes previdenciários possuem uma classi�cação enumerada. É importante observar que existe uma hierarquia
entre as classes, desta forma, a existência de dependentes de uma classe anterior exclui a possibilidade de recebimento dos
elencados nas classes posteriores (art. 16 § 1º da lei nº 8.213/91).
Podemos observar as seguintes classes:
Classe 1
A classe 1, descrita no inciso I
do referido artigo, compreende o
cônjuge, a companheira, o
companheiro e o �lho não
emancipado menor de 21 anos,
ou inválido, ou que tenha
de�ciência intelectual, mental ou
de�ciência grave. Veri�ca-se que
nessa classe foram
contempladas as pessoas que
teoricamente mantêm uma
relação de maior proximidade
com o segurado, presumindo-se
uma situação de maior
dependência.
Classe 2
Já na classe 2, descrita no
inciso II do artigo 16, estão
elencados os pais do segurado,
pessoas que também mantêm
um grau de proximidade, mas
que, no entanto, precisam
comprovar sua dependência
econômica, haja vista que é
muito comum que os pais já
possuam uma estabilidade
�nanceira garantida pelos
longos anos de trabalho ou pela
aposentadoria.
Classe 3
Na classe 3, descrita no inciso III
do artigo estudado, foram
elencados o irmão menor de 21
anos, ou inválido, ou que tenha
de�ciência intelectual, mental ou
de�ciência grave. Assim como
as pessoas elencadas
anteriormente, a dependência
dos membros desta classe
precisará sempre ser
comprovada.
Relações conjugais
Para �ns de dependência, não mais existe distinção entre homem e mulher desde a constituição de 1988, conforme pode ser
observado no artigo 5º inciso I da Constituição Federal. Em momento anterior, o homem somente seria considerado
dependente quando inválido, entendimento que derivava de um direito enraizado no pátrio poder familiar. Todavia, após a
promulgação da atual constituição, o viúvo também pôde ser contemplado como dependente.
Esse manto protetivo também é entendido de maneira mais ampla, não sendo limitado somente a homem e mulher casados.
Pode se rogado pelo casal que conviva em união estável, não tendo contraído matrimônio. A última novidade trazida pela
jurisprudência, e até mesmo por norma interna do INSS, é a de a dependência poder se dar entre pessoas de mesmo sexo, o
que equivale a dizer que as possibilidades elencadas na classe 1 valem também para as uniões homoafetivas.
 Syda Productions (Fonte: Daria Serdtseva / Shutterstock).
Atenção
Outro ponto importante, descrito no § 4º do artigo 16 da lei 8.213/91, versa sobre o vínculo das pessoas indicadas no inciso I,
informando que a dependência econômica dos segurados de primeira classe é presumida, devendo as demais comprovarem a
sua situação de dependência, sob pena de terem o seu benefício negado pelo órgão administrativo.
Filiação e dependência
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Concorrendo em igualdade de direitos com cônjuges e companheiros estão os �lhos, sejam eles biológicos ou socioafetivos. O
texto se refere aos que tenham até 21 anos, não emancipados ou inválidos. Ainda, o enteado e o menor sob tutela são
equiparados a �lhos para efeitos de dependência na classe 1.
 Carteira de trabalho. Remuneração (Fonte: Renato P Castilho / shutterstock)
A inscrição do dependente é feita por ele próprio e não pelo
segurado, e somente no momento do requerimento do
benefício. Os dependentes de mesma classe concorrem
entre si pelo valor devido à título de seguro. Se, por exemplo,
existem 2 pessoas de classe 1 que dependiam
economicamente do segurado, e eles recebem um benefício
de R$ 1.000,00, cada um receberá a monta de R$ 500,00.
O menor sob guarda judicial em conformidade com o
Estatuto da criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90),
anterior à Lei n. 8.213/91, tem disposição especí�ca: a
guarda confere à criança ou ao adolescente a condição de
dependente para todos os �ns e efeitos de direito, inclusive
previdenciários (art. 33, § 3º).
Em primeira análise, o STJ entendia que a lei previdenciária, por ser especial e posterior, prevaleceria sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente, entretanto, no ano de 2018, o STJ alterou seu entendimento, ao conceder ao menor sob guarda o
direito à pensão por morte desde que comprovada sua dependência econômica.
Da comprovação da dependência
A comprovação de situação de dependência econômica, a ser efetuada pelos dependentes de segunda e terceira classe
perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), poderá ser realizada preferencialmente com base no art. 22, §3º, do
Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99), que apresenta um rol de documentos aceitos para comprovação de
vínculo (união estável) e para comprovação de dependência:
Declaração do imposto de renda do
segurado, em que conste o interessado
como seu dependente;
Disposições testamentárias;
Anotação constante na carteira
pro�ssional e/ou na carteira de
trabalho e previdência social, feita
pelo órgão competente; (revogado
pelo decreto nº 5.699, de 2006)
Declaração especial feita perante
tabelião;
Provade mesmo domicílio;
Prova de encargos domésticos
evidentes e existência de
sociedade ou comunhão nos atos
da vida civil;
Procuração ou �ança
reciprocamente outorgada;
+
Conta bancária conjunta;
Registro em associação de
qualquer natureza, onde conste o
interessado como dependente do
segurado;
Anotação constante de �cha ou
livro de registro de empregados;
Apólice de seguro da qual conste o
segurado como instituidor do
seguro e a pessoa interessada
como sua bene�ciária;
Ficha de tratamento em instituição
de assistência médica, da qual
conste o segurado como
responsável;
Escritura de compra e venda de
imóvel pelo segurado em nome de
dependente;
Quaisquer outros que possam levar
à convicção do fato a comprovar.
Importante ressaltar que a jurisprudência, de forma unânime, tem
dispensado a necessidade de apresentação do número mínimo de
três documentos, haja vista que deve ser preservada a harmonia
entre o texto legal e o princípio do livre convencimento motivado do
juiz, que garante ao magistrado ampla liberdade para tomar sua
decisão com base em qualquer prova dos autos, inclusive da prova
testemunhal.
Na via administrativa, o segurado que não contar com o mínimo de três documentos poderá apresentar um ou dois e requerer a
comprovação de sua dependência através da oitiva de testemunhas pelo processo de justi�cação administrativa.
Assim como o segurado da previdência pode perder essa qualidade quando deixa de cumprir os requisitos estabelecidos pela
lei, os dependentes também poderão perdê-la em inúmeras hipóteses elencadas pelo texto legal:
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Declaração do imposto de renda do
segurado, em que conste o interessado
como seu dependente;
O cônjuge não mais será dependente
quando ocorrer a dissolução da união
pela separação ou divórcio, anulação do
casamento, óbito ou sentença judicial
transitada em julgado. Já o
companheiro, perderá a qualidade de
segurado quando cessar a união
estável. É importante ressaltar que o
mesmo não acontece quando é �xada
pensão para o cônjuge ou companheiro,
pois ainda dependem economicamente
do segurado.
Continue lendo...1
O �lho e o irmão perdem a qualidade de
dependente quando completam 21 anos
de idade, não mais fazendo jus à
prestação pecuniária. Eles não deixarão
de ser considerados dependentes
quando inválidos, com a condição de
que a invalidez tenha ocorrido antes dos
21 anos, da emancipação, do
casamento, do início do exercício de
emprego público efetivo, da constituição
de estabelecimento civil ou comercial,
ou da existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor
com dezesseis anos completos tenha
economia própria.
Continue lendo...2
Talvez você já tenha ouvido comentários a respeito do direito do �lho que completa 21 anos requerer a prorrogação do
benefício de pensão por morte, recebido de seu genitor ou irmão, para até os 24 anos de idade em razão do início ou pendência
de curso universitário. Essa visão é transmitida entre as pessoas em razão das semelhanças entre o direito do recebimento de
alimentos civis e de recebimento dos benefícios previdenciários na condição de dependente.
Todavia, no direito previdenciário não se aplica o entendimento do direito civil de que a qualidade de dependente se prorroga até
os 24 anos, data provável em que o �lho completaria seus estudos universitários, dessa forma, mesmo que o �lho ou
dependente continue seus estudos na universidade em período posterior aos 21 anos, terá seu benefício previdenciário
cessado.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula4.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula4.html
A TNU (Turma Nacional de
Uniformização dos Juizados
Especiais Federais), em virtude
da grande quantidade de
pedidos dessa natureza, editou
a súmula número 37 dizendo
que a pensão por morte, devida
ao �lho até os 21 anos de idade,
não se prorroga pela pendência
de curso universitário.
Observando julgados do
Superior Tribunal de Justiça e
Supremo Tribunal Federal,
perceberemos que é adotado o
mesmo entendimento
apresentado pela TNU porque
não há previsão legal da referida
prorrogação na redação da lei
8.213/91.
Portanto, o �lho dependente não poderá ter seu benefício prorrogado em razão da pendência de um curso superior. O
dependente somente terá o benefício de pensão por morte prorrogado além dos 21 anos nos casos excepcionais em que for
constatada a invalidez em momento contemporâneo ao óbito do segurado.
Você deve ter notado que, por mais que sejam muitas as regras, elas
não são difíceis de serem lembradas no dia a dia. Como �zemos em
outra aula, tente montar um resumo esquemático para que você não
se esqueça do que falamos até aqui..
Atividades
1. (UERR – 2018) De acordo com a Lei n° 8.213/1991, quais pessoas não necessitam comprovar a dependência econômica
para com o segurado para efeito de obtenção de benefícios?
a) O irmão menor de 21 anos ou inválido.
b) Todos os requerentes devem comprovar a dependência econômica.
c) O cônjuge, a companheira ou o companheiro.
d) Os parentes colaterais.
e) Os filhos até completarem 24 anos de idade quando universitários.
2. (CESPE – 2018) A respeito do regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item que se segue, considerando a
jurisprudência dos tribunais superiores. Os genitores de segurado do RGPS serão seus dependentes independentemente de
comprovação da dependência econômica.
Certo
Errado
3. (CESPE – 2017) João, segurado obrigatório no RGPS, é casado com Fabiana, pelo regime da separação total de bens, com
quem tem dois �lhos, Marcos, de dezesseis anos de idade, e Felipe, de vinte e cinco anos de idade, portador de de�ciência
mental grave desde criança. Nessa situação hipotética, à luz da lei n.º 8.213/1991, considera(m)-se dependente(s)
previdenciário(s) de João:
a) Marcos e Felipe, somente.
b) Felipe, somente.
c) Fabiana, somente.
d) Fabiana, Marcos e Felipe.
Notas
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Outra hipótese importante para se analisar diz respeito à viúva pensionista, que poderá se casar novamente sem perder o
direito à pensão por morte que já recebia, porém, se o novo marido falecer, ela deverá optar por um dos dois benefícios, não
fazendo jus a acumulação de ambos.
Continue lendo...2
Os dependentes em geral perderão a qualidade de segurado quando ocorrer seu falecimento ou a cessação da invalidez.
Referências
BELL, Suzanne. Forense Chemistry. 2. ed. Edinburgh, England: Pearson, 2014, cap. 14.
HOLLER, F. James; SKOOG, Douglas A.; CROUCH, Stanley R. Princípios de Análise Instrumental. 6. ed. Porto Alegre: Bookman,
2009, cap. 6.
NETTO, Amilcar; ESPÍNDULA, Alberi. Manual de atendimento a locais de morte violenta. 2. ed. Campinas, SP: Millennium, 2016,
cap. 3 e 20.
SANTIAGO, Elizeu. Criminalística Comentada. 1. ed. Campinas, SP: Millennium, 2014, módulos 18, 28, 45.
TOCCHETTO, Domingos; STUMVOLL, Vitor. Criminalística. 6. ed. Campinas, SP: Millennium, 2014, cap. 3.
Próxima aula
Financiamento da seguridade social;
A regra da contrapartida e o plano de custeio.
Explore mais
Leia os textos a seguir e adquira mais conhecimento:
Dependentes – INSS; <https://www.inss.gov.br/orientacoes/dependentes/>
Quem são e quais os dependentes dos segurados da Previdência social? <https://jus.com.br/artigos/40252/quem-sao-e-
quais-os-dependentes-dos-segurados-da-previdencia-social>
Direito do menor sob guarda à pensão por morte. <https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI281647,41046-
Direito+do+menor+sob+guarda+a+pensao+por+morte>
https://www.inss.gov.br/orientacoes/dependentes/
https://jus.com.br/artigos/40252/quem-sao-e-quais-os-dependentes-dos-segurados-da-previdencia-social
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI281647,41046-Direito+do+menor+sob+guarda+a+pensao+por+morte
Direito Previdenciário
Aula 05: O �nanciamento da seguridade social e o plano de
custeio
Apresentação
Nesta aula, analisaremos as estruturas fundamentais para a viabilidade da Seguridade Social, que são o �nanciamento e o
plano de custeio. É nítida a ideia de que somentecom o planejamento do futuro haverá a garantia de uma verdadeira
seguridade, que esse sistema subsistirá.
O plano de custeio é um apanhado de normas que regulamentam as contribuições sociais, apoiado em previsões de
receita e de despesa, calculados com base no risco, na prestação de serviços e nas expectativas futuras de
desenvolvimento da Seguridade Social.
Objetivo
Explicar o �nanciamento da Seguridade Social;
Analisar o plano de custeio.
Palavras iniciais
Todo sistema, para funcionar, necessita de algumas estruturas básicas. Aprenderemos neste estudo a que diz respeito ao
�nanciamento do sistema de seguridade social e seu plano de custos. São eles que possibilitam o pagamento dos benefícios,
bem como a manutenção e o equilíbrio das contas do sistema de seguridade.
Para que isso seja possível, foram criados por lei princípios e regras que buscam garantir a ampla extensão das garantias sem
que seja perdida a responsabilidade com o orçamento previdenciário e o planejamento do pagamento dos bene�ciários e
aposentados.
 Fonte: Freedomz / Shutterstock
O �nanciamento da seguridade social
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Para entendermos como é �nanciada a seguridade social, podemos relembrar alguns princípios estudados na aula 2, como os
princípios da equidade na forma de participação no custeio e da diversidade da base de �nanciamento. Sabemos que o direito
previdenciário visa garantir uma maior amplitude na forma de custeio da Seguridade Social, tal garantia foi constituída
mediante uma gestão quadripartite, da qual participam:
1
Trabalhadores
2
Empregadores
3
Aposentados
4
O governo nos órgãos colegiados
O art. 195 da Constituição Federal prevê que a seguridade social seja �nanciada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e pelas contribuições sociais dos empregadores, trabalhadores e demais segurados, concursos de prognósticos
(ex: loterias) ou do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
Atenção
É importante esclarecer que é de competência da União instituir as contribuições enumeradas pelo art. 195 da CF, através da
edição de lei ordinária. Outras fontes de custeio, diferentes das previstas nos incs. I a IV do art. 195, também podem ser
instituídas. Trata-se de competência residual da União, que só pode ser exercida por lei complementar, proibidos a cumulatividade
e o bis in idem.
O plano de custeio da previdência social
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Conforme já estudado no histórico da previdência social, o Estado viu-se obrigado a tomar medidas para a proteção de seus
cidadãos tendo em vista que o indivíduo desprotegido de um sistema com garantias previdenciárias estava onerando as
despesas do Estado e colocando em risco a ordem e o bom desenvolvimento das nações.
Dessa forma, foi necessário a criação de um sistema previdenciário que fosse sustentado por uma ampla gama de
contribuintes e cujos custos seriam pagos pela geração mais jovem, sendo os benefícios usufruídos pelos mais velhos ou
inválidos permanentemente ou temporariamente.
Para estudarmos a legislação nacional, inicialmente é importante ressaltar que a seguridade social foi criada para assegurar os
direitos de:
Saúde
Previdência
Assistência social
O Regime Geral de Previdência Social teve sua regulamentação pelas leis nº 8.212/1991 (plano de custeio da previdência) e nº
8.213/1991 (plano de benefícios da previdência). Nosso estudo ainda se restringirá à lei que estabelece o plano de custeio e
suas peculiaridades.
É importante ressaltar que somente quem contribui efetivamente adquire a
condição de segurado da previdência social. Por se tratar de um regime de
caráter contributivo, o segurado receberá benefícios preestabelecidos em lei
de acordo com o cumprimento das carências necessárias.
Por outro lado, considerando o princípio da universalidade da cobertura dos benefícios previdenciários, foi necessária a criação
de um sistema com �liação obrigatória, aumentando assim o rol dos contribuintes para a garantia da fonte de custeio.
A lei nº 8.212/1991 regulamenta o artigo 195 da Constituição Federal estabelecendo a organização da seguridade social e
instituindo o plano de custeio com regras especí�cas sobre as disposições constitucionais. Na lei nº 8.212/1991 foram
estabelecidos:
Clique nos botões para ver as informações.
No momento da criação da lei era o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), todavia com as alterações legislativas
ocorridas no ano de 2009, tal competência foi atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil.
O sujeito ativo 
É o contribuinte, seja empresário, trabalhador ou demais segurados, conforme estudado no tópico anterior.
O sujeito passivo 
Correspondem às porcentagens com que cada segurado deverá contribuir, podendo inclusive serem diferenciadas em
razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do
mercado de trabalho. Tal diferenciação visa atender ao princípio da equidade na forma de participação no custeio.
As alíquotas e bases de cálculo 
Princípio ou regra da contrapartida
Também conhecido como princípio da precedência da fonte de custeio , visa garantir um permanente equilíbrio �nanceiro
ao sistema de proteção social, dessa forma, foi estabelecida a regra da contrapartida. Tal regra, como se pode observar, não se
encontra no rol de princípios da Constituição Federal de 1988, podendo ser entendida como um princípio implícito, no entanto é
de suma importância para o bom desenvolvimento do sistema.
Conforme o artigo 195, §5º da CF/1988 e artigo 125 da lei nº 8.213/1991:
1
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
http://estacio.webaula.com.br/cursos/dp0172/aula5.html
"Nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte
de custeio total. A regra básica para a existência desse
princípio é bem simples, não se pode criar um gasto sem que
se tenha a certeza de que haverá uma fonte de renda para
pagá-lo, caso contrário, todo o sistema previdenciário poderia
se colapsar."
O que essa norma busca é uma gestão responsável, dessa forma, a primeira interpretação possível é que não se poderá criar,
majorar ou estender contribuições sociais sem a respectiva criação, majoração ou extensão da prestação paga pelo
contribuinte, ou seja, a contrapartida.
Esse princípio tem grande ligação e consonância com o princípio do equilíbrio �nanceiro e atuarial, pois só é permitido ao
legislador garantir novos direitos aos cidadãos através de benefícios previdenciários quando for resguardada a fonte de custeio
para a manutenção do equilíbrio das contas previdenciárias, fato que será importante para não permitir que o sistema torne-se
inviável para o �nanciamento das futuras gerações.
A observância desse princípio é fundamental para que a previdência social pública se mantenha em condições de conceder os
benefícios previstos em lei sob pena de, caso seja uma relação mal sucedida, em curto espaço de tempo, estarem os
segurados de�nitivamente sujeitos à privatização de tal atividade em face da impotência do Poder Público de gerar mais
receita para cobertura de de�cit.
Desse princípio se extrai a principal justi�cativa para a exclusão de alguns bene�ciários de um determinado benefício.
Exemplo
É o caso do segurando contribuinte individual que opta a contribuir com apenas 11% (onze por cento) do seu rendimento,
perdendo assim o direito de requerer a aposentadoria por tempo de contribuição.
No entanto, há correntes de pensamento que acreditam que nem sempre é necessária a existência de uma contrapartida direta
com relação a um benefício, pois além da regra da contrapartida também existe o princípio da solidariedade. Tal princípio prega
a necessidade de uma relação fraterna entreos membros da sociedade para que, assim, sejam eliminadas as desigualdades
sociais.
Diante desse princípio, percebemos que existe um confronto entre duas normas constitucionais e seria incorreto eliminar uma
em prevalência da outra, portanto o mais correto seria realizar uma relativização dos dois princípios para que a sociedade mais
carente não seja prejudicada.
Princípio ou regra da contrapartida
Esse princípio foi introduzido no ordenamento brasileiro
somente a partir da Emenda Constitucional n.º 20/1998 (art.
40, caput, e art. 201, caput). Segundo tal regra, o poder
público deverá, na execução da política previdenciária,
atentar sempre para a relação entre custeio e pagamento de
benefícios a �m de manter o sistema em condições
superavitárias e observar as oscilações da média etária da
população, bem como sua expectativa de vida, para a
adequação dos benefícios a essas variáveis.
Percebemos que por conta do princípio do equilíbrio
�nanceiro e atuarial que sempre estamos ouvindo pela
mídia as propostas de reforma da previdência, bem como
informações que o atual sistema previdenciário poderá não
conseguir cumprir com suas obrigações orçamentárias em
um futuro próximo.
Observe que agora não mais falamos da hipótese de criação de um novo benefício, mas:
Da possibilidade do sistema previdenciário em se manter com o passar dos anos;
Do envelhecimento da população;
Da diminuição nas taxas de natalidade;
Das oscilações nas taxas de emprego.
Notas
Princípio da precedência da fonte de custeio1
Segundo Kravchychyn (2014), trata-se de princípio, pois nenhuma norma legal poderá violar tal preceito, sob pena de
inconstitucionalidade.Referências
BALERA, W. Sistema de Seguridade Social. 6. ed. São Paulo: Editora LTr, 2012.
BRASIL. Casa Civil. Lei federal nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano
de Custeio, e dá outras providências. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 25 jul. 1991. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm <//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm> . Acesso em: 22 maio
2019.
BRASIL. Casa Civil. Lei federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e
dá outras providências. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 25 jul. 1991. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm <//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm> . Acesso em: 22
maio 2019.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm
KRAVCHYCHYN, J. L.; KRAVCHYCHYN, G. L; CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Prática processual previdenciária administrativa
e judicial. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
SANTOS, M. F. Direito previdenciário esquematizado 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Próxima aula
Contribuições sociais para �nanciamento da seguridade social;
Outras receitas da seguridade social;
Acidente do trabalho e doenças pro�ssionais.
Explore mais
Leia o texto:
Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. <//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm>
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm
Direito Previdenciário
Aula 06: Contribuições sociais para o �nanciamento da
Seguridade Social
Apresentação
Nesta aula, veri�caremos em que consiste e como foi instituído o sistema contributivo adotado pela constituição
brasileira.
Segundo a Carta Magna, a participação no �nanciamento da seguridade consiste em um dever imposto a toda a
sociedade, esse dever será cumprido pelos cidadãos de forma direta através do pagamento das contribuições sociais e de
forma indireta através de ações do poder público que são �nanciadas mediante recursos da União, dos Estados e dos
Municípios.
O conhecimento da base de �nanciamento da seguridade social será de grande importância para que consigamos
compreender a importância da arrecadação das contribuições sociais para a manutenção e desenvolvimento da Saúde,
Assistência e Previdência.
Objetivo
Identi�car as categorias de segurados e as alíquotas de contribuição de cada categoria;
Apontar a relação direta entre o custeio da previdência social e o recebimento dos benefícios previstos na legislação.
Palavras iniciais
A seguridade social, conforme já estudamos, compreende a Saúde, a Previdência e a Assistência.
 Fonte: Shutterstock
Segundo Romar (2013), foi uma criação advinda dos direitos sociais e seu principal objetivo foi efetivar os direitos que, apesar
de garantidos pelas constituições liberais, ainda estavam restritos à classe mais rica e, consequentemente, distantes do povo
mais pobre.
No entanto, para garantir o custeio de algo tão grandioso e
importante, foi necessário um esforço comum de todos os membros
do Estado, ou seja, para que o bem comum fosse atingido com
progresso social e econômico, era necessária a união de todas as
classes. Só assim seria possível �nanciar um grande sistema que
garantisse o mínimo de dignidade a todos os membros da nação.
Em busca da realização desse ideal, foi necessária a criação da seguridade com uma ampla fonte de custeio. Relembrando o
conteúdo já estudado na aula 2, veri�camos que o princípio da diversidade da base de �nanciamento previu essa necessidade
de ampliar a fonte de custeio.
Também podemos observar pela leitura do artigo 195 da Constituição Federal, que os segurados empregados, empregados
domésticos, avulsos, contribuintes individuais, segurados especiais, empresas, associações desportivas de futebol, loterias,
entre outros, foram os eleitos para a garantia do �nanciamento da nossa seguridade social.
Estudaremos as peculiaridades da contribuição de cada um nos tópicos seguintes.
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As contribuições sociais
É importante ressaltar que as contribuições sociais têm natureza jurídica de tributos, devendo ser obrigatoriamente recolhidas
pelo contribuinte, e são subdivididas em:
Previdenciárias
Destinadas especi�camente ao custeio da
Previdência Social, e são formadas pelas
contribuições dos segurados empregados
e das empresas (Artigos 20 a 23 da Lei nº
8.212/1991);

Não previdenciárias
Englobam todas as contribuições voltadas
para o custeio da Assistência Social e da
Saúde Pública.
Do empregado, do trabalhador avulso e do empregado doméstico
Esses trabalhadores recolhem com um percentual do seu salário de contribuição respeitando limites mínimos e máximos. As
alíquotas para tal recolhimento são progressivas, ou seja, quanto maior o salário do trabalhador, maior será seu salário de
contribuição e, consequentemente, mais elevado será o percentual incidente.
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 Fonte: Shutterstock
Conforme é apontado pelo jurista Ivan Kertzman (2015) em sua obra Curso
de Direito Previdenciário, a progressividade das alíquotas incidentes sobre o
salário dos contribuintes está alinhada com os princípios constitucionais da
equidade na participação do custeio e da solidariedade do sistema
previdenciário.
As alíquotas são anualmente atualizadas e reajustadas com os mesmos índices dos benefícios de prestação continuada da
previdência social. Vejamos a atual tabela prevista para as contribuições do ano de 2019:
Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso 2019
Salário Contribuição (R$) Alíquota
Até R$1.751,81 8%
De R$1.751,82 a R$2.919,72 9%
De R$2.919,73 até R$5.839,45 11%
Fonte. INSS, 2019.
Atenção
É importante ressaltar que o percentual a ser aplicado incide somente até o teto do salário de contribuição, que, conforme a
tabela de 2019, corresponde ao valor de R$5.839,45 (cinco mil, oitocentos e trinta e nove reais e quarenta e cinco centavos).
O que devemos considerar sobre as contribuições?
Os trabalhadores empregados têm os valores correspondentes às alíquotas descontados pelo empregador diretamente do seu
salário, valor que deve ser repassado até o 15º dia do mês subsequente à contribuição. O mesmo deve ocorrer com os
empregados

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