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TROVADORISMO resumo portugal

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TROVADORISMO - Resumo
CONTEXTO HISTÓRICO 
O Trovadorismo teve início em Provença, sul da França, no século XI. Após o fim do Império Romano e das invasões bárbaras, houve a fuga das pessoas da cidade para o campo. A partir daí iniciou-se o Feudalismo. 
Feudalismo: recebeu esse nome por causa dos feudos, que eram pedaços de terra cujos proprietários eram os senhores feudais, homens do clero com elevado poder aquisitivo. Os senhores feudais concediam pedaços de terra aos servos, que eram as pessoas que tinham deixado a cidade para habitar o campo. Em troca destas terras, os servos pagavam impostos aos senhores, além de prestar favores a estes. Assim, havia uma relação de interdependência entre eles. 
Vassalagem: nessa relação, o Suserano era o nobre dono das terras, como um senhor feudal. Porém, havia alguns nobres, denominados Vassalos, que ainda não possuíam seus pedaços de terra. Assim, o Suserano cedia um pedaço de terra ao Vassalo, que passava a ser eternamente leal a ele, estando ao seu lado em possíveis combates. Desse modo, o Vassalo gerava um novo feudo, e a partir daí cedia partes de sua propriedade a outros servos, em troca de impostos e favores também. 
Educação no período: homens formados para serem cavaleiros; militarismo. 
Princípios básicos: honra, lealdade, dignidade. 
Fundamentação nos princípios cristãos, que eram envoltos no Teocentrismo (Deus como centro de tudo). 
CARACTERÍSTICAS 
As obras do Trovadorismo podem ser divididas em: 
Novelas de Cavalaria: prosas que contavam histórias heroicas de cavaleiros do período. 
Poesia Trovadoresca: tom lírico, tendo como tema o amor e a emoção. 
Principais características 
Mesura: era o cuidado em não falar o nome da mulher amada, pois existia a questão de o servo ser apaixonado por sua Senhora, sendo um romance proibido. Essa poesia, ainda, abordava mais o sofrimento do servo submisso à sua Senhora do que a história de amor em si. 
Coita: era o prazer interrompido entre o servo e a Senhora. Ou seja, eles queriam dar continuidade a um amor que foi interrompido. 
Vassalagem amorosa: era uma metáfora da relação de vassalagem entre o Suserano e o Vassalo. No caso da poesia trovadoresca a amada era nobre, o homem era o servo, e a partir disso nascia o sofrimento dele em não poder tê-la visto que, além de tudo, eram de camadas sociais diferentes. 
Trovadorismo em Portugal 
O início do Trovadorismo em Portugal aconteceu com a obra A Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós. 
Cancioneiros: 
 Cancioneiro da Ajuda  Cancioneiro da Vaticana 
 Cancioneiro da Biblioteca Nacional 
Os trovadores eram os compositores das cantigas. Faziam parte da nobreza. 
Os jograis eram os que recitavam as cantigas, ou em festas da nobreza ou em praças públicas. 
GÊNERO LÍRICO 
O gênero lírico trata do amor, da expressão de sentimentos. Isso era realizado através de cantigas, que eram a palavra cantada. Subdivide-se em: 
Cantigas de amor 
 Eu lírico masculino;  Amor cortês; 
 Erotismo implícito;  Tema principal: amor impossível. 
Cantigas de amigo 
 Eu lírico predominantemente feminino; 
  Sensualidade e erotismo explícitos;  Elementos da natureza;  Mulher lamenta a falta de seu amado; 
GÊNERO SATÍRICO 
O gênero satírico trata de críticas sociais e, assim como no gênero lírico, essas críticas eram feitas através de cantigas, subdivididas em: 
Cantigas de Escárnio 
 Crítica indireta; 
 Linguagem popular; 
 Abordagem de situações da época. 
Cantigas de Maldizer 
 Crítica direta; 
 Linguagem baixa, pesada, uso de palavrões; 
 Temas “mais pesados”. 
 HUMANISMO – Resumo
 CONTEXTO HISTÓRICO 
Início na Itália, no final do século XIII e início do século XIV. 
Características principais 
Princípios básicos: 
 Retorno ao Cristianismo original, onde passa a haver um questionamento sobre as imposições da Igreja, buscando regenerá-la. Há também uma repulsa ao autoritarismo. Enquanto no Trovadorismo tudo o que a Igreja impunha era aceito, no Humanismo há uma reflexão acerca dessas imposições, visando analisar e enxergar de forma mais racional. 
 Valorização cultural da antiguidade clássica. 
Duas características fundamentais do Humanismo são: 
 Liberdade; 
 Valorização do homem. 
Dessa forma, ocorre um conflito entre o TEOCENTRISMO e o ANTROPOCENTRISMO. Enquanto no Trovadorismo, escola anterior, predominava o Teocentrismo, que colocava Deus como o centro de todas as coisas, no Humanismo enxerga-se o homem como um ser racional, pensante, que é influenciado pelo meio em que vive. O homem passa a ser o centro de todas as coisas. 
Fatores 
Alguns fatores que contribuíram para a formação dessa Escola são: 
 Surgimento das cidades novas, denominadas Burgos, originando a Burguesia; 
 Invenção da Imprensa de Gutemberg; 
 Valorização da filosofia de Platão; 
 Descrença ao destino. 
HUMANISMO EM PORTUGAL 
Início em Portugal através de Fernão Lopes, quando foi nomeado o guarda mor da Torre do Tombo (em 1418). 
Na época o poder era monárquico, passando posteriormente ao Absolutismo. 
Outro fator que contribuiu para o surgimento do Humanismo foi a expansão marítima. 
Características da Literatura Portuguesa da época 
 Poesia Palaciana 
 Criada nos palácios, pelos próprios nobres, para ser declamada apenas à corte. 
Poesias para leitura, sem música, diferentemente do Trovadorismo. 
 Prosa Historiográfica 
Participação do povo, não mais da nobreza. 
Prosa imparcial 
Destaque para Fernão Lopes, cronista. 
 Teatro Medieval 
Antes do teatro medieval, essa forma de apresentação era realizada somente de forma litúrgica, nas igrejas, sempre com foco no Teocentrismo. Se o teatro saísse da igreja e abordasse temas que não fossem sacros, era denominado Teatro Profano. 
Quem rompeu com essa forma de teatro foi Gil Vicente, eu trouxe os Autos e as Farsas. Os Autos abordavam temas moralizantes e religiosos, enquanto as Farsas tratavam de criticar alguns assuntos do período. 
FERNÃO LOPES E GIL VICENTE 
Fernão Lopes 
 Marco inicial do Humanismo; 
 Cronista, tendo como principais obras a Crônica de El Rei D. Pedro, a Crônica de El Rei D. Fernando e a Crônica de El Rei D. João; 
 Destaque para sua imparcialidade na escrita, valorizando as críticas sociais e a figura do povo; 
 Escrita de qualidade muito superior à de outros cronistas. 
Gil Vicente 
 Inovou o teatro, que antes era apenas voltado à Igreja, carregando-o de criticidade; 
 Escreveu cartas ao rei repudiando a perseguição religiosa; 
 Despertou inveja de seus “concorrentes”; 
 Uma de suas principais obras é Farsa de Inês Pereira; 
HUMANISMO 
 Subdivisão de sua obra. 
Autos Pastoris (Éclogas) 
Voltado ao Cristianismo primitivo, à vida pura. 
Autos de moralidade 
Carregados de críticas sociais. Destaca-se a trilogia: 
 Auto da Barca do Inferno 
 Auto da Barca do Purgatório 
 Auto da Barca da Glória 
Farsas 
Obra mais conhecida: Farsa de Inês Pereira.
 
CLASSICISMO - RESUMO
CONTEXTO HISTÓRICO 
O Classicismo também é conhecido como a escola artística do Renascimento, tendo inicio na Itália no século XV. 
Fatores 
Houve nessa época a transposição da Idade Média para a Idade Moderna, gerando: 
 A queda do sistema feudal; 
 Ascensão da monarquia Absolutista, em que o rei passava a ter o poder total e absoluto; 
 Surgimento do Mercantilismo, que era a união da Burguesia com a Coroa, havendo uma expansão do comércio que ia além do reinado, chegando a outras cidades. Isso também aumentou o lucro local; 
 Início das Grandes Navegações, em que os homens se aventuravam em alto mar para descobrir novos povos, conquistar novas terras, visando também a lucratividade, assim como o Mercantilismo visava. 
Em 1517 ocorre a Reforma Protestante, a partir de Martinho Lutero, que marca esse período. Martinho Lutero era um membro do clero que começa a questionar os dogmas da Igreja. E, juntamentecom essas novas ideias e questionamentos, surge o Renascimento, que retoma a cultura clássica Greco-latina (Mitologia Grega, Deuses), e a Ciência Moderna, que deixa um pouco de lado a visão do Teocentrismo, colocando o homem como centro do universo. 
O Renascimento, ainda, entra em conflito com a Filosofia Escolástica. Enquanto esta última permitia que a Bíblia Católica fosse estudada dentro de alguns limites impostos, o Renascimento chega cheio de questionamentos e ideias libertárias quanto à palavra divina. 
CARACTERÍSTICAS 
 Arte como Mimesis, que era a arte como imitação da natureza; 
 Valorização da cultura pagã, da mitologia, dos Deuses gregos; 
 Culto à arte clássica (daí o nome da escola: Classicismo); 
 Valorização de formas literárias antigas, como a Epopeia; 
 Racionalismo. Não havia mais o pensamento focado apenas nos dogmas da igreja católica. O homem passa a pensar como um ser humano; 
 Fusionismo, que era a junção das ideias da igreja católica com a mitologia grega; 
 Universalismo, que prega que não há UM HERÓI, e sim um POVO HERÓICO; 
 Surgimento da Medida Nova, que são os versos decassílabos (com 10 sílabas poéticas) e os sonetos compostos por 2 quartetos e 2 tercetos). 
CAMÕES ÉPICO E OS LUSÍADAS 
Camões era de família Fidalga e teve uma base cultura muito boa. Sua obra era dividida em poesia lítica, peça teatral e epopeia. 
Sua principal obra foi Os Lusíadas. 
Os Lusíadas 
Os Lusíadas é de 1572 e se trata de uma epopeia, tendo as seguintes características: 
 Narrativa em 3ª pessoa; 
 Linguagem rebuscada; 
 Narração de fatos heroicos universais; 
 Culto à honra, fama, coragem; 
 Mitologia; 
 Exaltação da glória dos lusitanos, povo português que estava em busca de novas descobertas; 
 Presença de personagens como cavaleiros, nobres, fidalgos e reis; 
 O enredo de Os Lusíadas gira em torno da história de Vasco da Gama, em 1498, indo para as Índias; 
 Retratação do patriotismo e da cultura renascentista. 
Estrutura de Os Lusíadas: 
 10 cantos; 
 Estrofes em 8ª rima; 
 Dividida em 5 partes: 
 I Proposição II Invocação 
 III Dedicatória IV Narração V Epílogo 
Figuras de destaque em Os Lusíadas: 
 Inês de Castro; 
 Velho do Restelo; 
 Gigante Adamastor. 
RESUMO BARROCO EM PORTUGAL
CONTEXTO HISTÓRICO:
O Barroco se desenvolve no contexto, após o processo de Reformas Religiosas no séc. XVI, a Igreja Católica havia perdido espaço e poder. Mesmo assim continuava influenciando o cenário político, econômico e religioso na Europa.
A Arte Barroca surge neste contexto expressando todo o contraste do período: Espiritualidade e Teocentrismo da Idade Média com Racionalismo e Antropocentrismo do Renascimento.
CARACTERÍSTICA DA ESTÉTICA BARROCA:
Conflito entre o Teocentrismo e o Antropocentrismo;
Conflito entre a Fé e a Razão;
Cristianismo, Morbidez, Consciência da Efemeridade do Tempo;
Gosto por raciocínios complexos, parábolas, narrativas Bíblicas;
Poema na maioria em forma de Sonetos (4 estrofes, 2 quartetos e 2 tercetos, total de 14 versos);
Culto ao contraste, Dualismo, Linguagem Rebuscada (cultismo), Jogos de Conceitos (conceptismo), Dramático, Figuras de Linguagem, Metáforas, Antíteses...
Na Arte destinava-se a fascinar pelo sentido, movimentos em curvas, assimétrico, jogo de luz e sombra, expressão e movimento, teatral.
BARROCO NA LITERATURA:
Valorização exagerada da forma, marcada pelo rebuscamento da linguagem, texto carregado com figuras de Estilo, como a Metáfora, Alegoria, Hipérbole, Antítese e Prosopopeia.
CULTISMO E CONCEPTISMO:
CULTISMO: Linguagem rebuscada, culta, jogo de palavras, abuso de figuras de linguagem, culto à forma, função emotiva. Tem forte influência do Espanhol Luís de Gôngora (gongorismo).
CONCEPTISMO: Jogo de ideias, conceitos, raciocínio lógico, retórica aprimorada "concepção, conceito, ideia", função apelativa. Tem forte influência do Espanhol Quevedo.
SERMÕES PADRE ANTÔNIO VIEIRA:
Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa e morreu na Bahia em 1697. Com sete anos veio para o Brasil, entrando para a Companhia de Jesus, foi condenado à prisão  pela inquisição onde ficou por 2 anos.
SERMÕES:
Temas: Portugal no contexto europeu.
Brasil
Escravidão do índio; Guerra contra a Holanda;
Tornou-se notável pela qualidade dos seus sermões, nos quais abordava assuntos morais, filosóficos, sociais e políticos, posicionando-se contra a corrupção, ganância, injustiça e escravidão.
ARCADISMO EM PORTUGAL
I - CONTEXTO HISTÓRICO
Em Portugal, o Arcadismo corresponde ao período literário que marca a segunda metade do século XVIII. Didaticamente, ele tem início em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitana e se estende até 1825 com a publicação do poema Camões, de Almeida Garrett, considerado o texto inicial do Romantismo português.
Nesse momento surgem as primeiras arcádias, reuniões, grupos de poetas que se encontravam com o objetivo de restaurar a simplicidade e a sobriedade da Antiguidade clássica e renascentista. Daí o Arcadismo também ser chamado de Neoclassicismo (neo = novo + classicismo) A fundação da Arcádia Lusitana representou, entre outros aspectos, um movimento rebeldia contra o Barroco. Vejamos o seu símbolo:
“Inutilia truncat” é uma frase latina que significa “cortar as inutilidades”, como sugere o desenho de um instrumento cortante, numa clara referência aos exageros do Barroco.
II – CARACTERÍSTICAS
Os poetas árcades buscavam a recuperação dos ideais clássicos, e como já vimos, os clássicos, foram considerados fontes de equilíbrio e sabedoria. Daí o nome Arcadismo, pois a Arcádia, morada dos pastores, representava o lugar ideal para a obtenção do equilíbrio e da sabedoria. É a partir da clara reação contra os exageros do Barroco que surgem os principais temas do Arcadismo:
• EQUILÍBRIO • BUCOLISMO
• CONVENCIONALISMO • CARPE DIEM
Os árcades propunham o retorno aos modelos clássicos, porque neles encontravam o equilíbrio dos sentimentos por meio da razão, que seria a força controladora dos excessos.
Inspirados pelo preceito do poeta latino Horácio “fugere urbem” = “fugir da cidade, da civilização” os árcades acreditavam que somente no contato com a natureza, com o “locus amoenus”, “lugar ameno” o homem poderia alcançar o equilíbrio e a espiritualidade é o chamado “fingimento poético no Arcadismo”.
Outra característica é o convencionalismo, ou seja, as frases feitas, os clichês e os lugares comuns. Como: as ovelhas, os pastores e as pastoras, os montes, as ninfas e todos os demais elementos da natureza artificial criada pelo poeta árcade. Esse convencionalismo torna a poesia árcade, de uma maneira geral, marcada pela pouca expressividade e artificialismo. 
Dentre os vários poetas árcades de Portugal, o que mais se destacou foi Manuel Maria Barbosa du Bocage, ou simplesmente Bocage. Bocage teve uma vida muito conturbada. Era conhecido com arruaceiro e aventureiro e, assim como Camões, foi soldado e durante alguns anos viveu e viajou pelas colônias portuguesas no Oriente. Há várias semelhanças entre sua vida e a de Camões, a tal ponto que em muitos momentos Bocage traça um paralelo entre elas, como nesse soneto:
“Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co’o sacrilégio gigante;
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és ... Mas, oh tristeza! ...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.”
Bocage, assim como outros tantos poetas árcades adotou um pseudônimo pastoril, assinava suas poesias como o nome de Elmano Sadino. Elmano é um anagrama de Manuel, seu primeiro nome, ou seja, uma nova palavra formada pela troca das letras de uma primeira palavra. E Sadino é uma referência ao rio Sado, que corta a cidade de Setúbal,onde o poeta nasceu.
Os estudiosos costumam dividir a obra de Bocage em dois momentos: um lírico e um satírico.
Sua poesia lírica mostra-se presa aos modelos do Arcadismo, povoada por pastores e imagens campesinas. Também se dedicou à poesia encomiástica, que como já vimos, era destinada à exaltação, à bajulação dos poderosos da época. Conta-se que Bocage, assim como outros poetas da época, viveu à sombra dos nobres, como faziam os bobos da corte durante a Idade Média.
Como poeta satírico, Bocage tinha por alvos principais os habitantes das colônias portuguesas, o absolutismo político e religioso, e muitas vezes os seus próprios colegas árcades.
Como poeta erótico, Bocage foi censurado em sua época e até hoje, muitos livros escolares não trazem exemplos dessa poesia erótica, marcada pela força poética e pela força em ser grosseira, vulgar, e referindo-se, muitas vezes, a atos obscenos.
Mas é sua poesia pré-romântica, contrária ao impessoalismo e ao convencionalismo, que o distingue dos demais árcades. Bocage valorizou o subjetivo, o sentimental através de uma frequente luta entre a razão e a emoção, luta essa, que muitas se refletem numa visão pessimista e fatalista da existência. Em vários poemas os riachos e os pastores são substituídos por imagens fúnebres e sentimentos negativos. Como nos mostra o famoso soneto “Sobre estas duras, cavernosas fragas”.
Sobre estas duras, cavernosas fragas,
Que o marinho furor vai carcomendo,
Me estão negras paixões n’ alma fervendo
Como fervem no pego as crespas vagas.
...Razão; de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro.
Bocage
Então não se esqueça: O Arcadismo português é o movimento literário que busca a retomada dos valores da Antiguidade Greco romana e do Classicismo, numa clara posição de recusa aos exageros do Barroco e tem como figura central, o grande Bocage.

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