Buscar

Legislação Destacada MP Extensivo 2019 2 ed, 1029pg

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

INSTRUÇÕES DE USO
O plano de leitura foi criado para lhe auxiliar na leitura da legislação, com separação por dia, mesclando artigos de diversas leis para
leitura conjugada. Ex:
Nossa legislação vem com destaques em partes importantes, prazos em vermelho, súmulas do STF e do STJ, jurisprudências em teses
do STJ, quadros resumos… tudo sistematizado de forma a lhe ajudar na hora de estudar.
Os Planos Extensivos foram pensados para serem lidos e relidos diversas vezes, em razão disso criamos os controles de leitura:
Após a leitura do dia, você deve marcar a bolinha para que você não se confunda e repita a leitura no mesmo ciclo. Leia e releia o plano
pelo menos 5 vezes. A cada nova leitura você perceberá que a quantidade de horas exigidas diminuirá, pois você passará a ter mais
afinidade com os artigos e isso lhe ajudará na hora de realização da sua prova.
O estudo para concursos público exige uma conjugação de leitura da lei + doutrina + jurisprudências + questões. Quanto à leitura da
lei, nos vamos lhe ajudar, mesclando com inclusão de súmulas, jurisprudências em teses do STJ e quadros resumos, além do anexo de
jurisprudências. 
Esperamos poder ajudá-lo nessa preparação. Conte com a gente e bons estudos!
Equipe Legislação Destacada
 
LEIS ABRANGIDAS NO PLANO
LEGISLAÇÃO DO MP LEI 8625/93 – LEI ORGÂNICA MP
RESOLUÇÃO 23/07 CNMP
RESOLUÇÃO 118/14 CNMP
RESOLUÇÃO 179/17 CNMP
DIREITO CIVIL LINDB
CC/02
LEI 8245/91 – LEI DE LOCAÇÕES
DIREITO PROCESSUAL
CIVIL
CPC/15
LEI 12153/09 - JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA
LEI 9099/95 - JEC
DIREITOS DIFUSOS,
COLETIVOS E
INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS 
CDC
ECA
LEI 10741/03 – ESTATUTO DO IDOSO
LEI 13146/05 – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
LEI 8429/92 - Improbidade Administrativa
LEI 7347/85 - Ação Civil Pública
LEI 4717/65 – Ação Popular
LEI 10257/01 – ESTATUTO DA CIDADE
LEI 6766/79 – PARCELAMENTO DO SOLO
LEI 10216/01 - PROTEÇÃO E OS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS 
LEI 9394/96 – DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL 
LEI 8080/90 - SAÚDE
DIREITO PENAL CP
DIREITO PROCESSUAL
PENAL
CPP
LEGISLAÇÃO
EXTRAVAGANTE DE
DIREITO PENAL E
PROCESSUAL PENAL
LEI 8072/90 - Crimes Hediondos 
LEI 11343/06 – Lei de Drogas
LEI 10826/03 – Estatuto do Desarmamento
LEI 11340/06 – Lei Maria da Penha
LEI 9099/95 - JECCrim
Lei Nº 4.898/1965 - Abuso de Autoridade
Lei Nº 9.455/1997 - Crimes de Tortura
LEI 12850/13 – Organização Criminosa
LEI 9613/1998 – Lavagem de Dinheiro
LEI 9503/97 – Crimes de Trânsito
LEI 8137/90 – CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CON-
SUMO
DECRETO-LEI 3688/41 - Contravenções Penais (Parte Geral)
LEI 1521/51 – CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR
LEI 7716/89 – PRECONCEITO DE RAÇA/COR
LEI 9296/96– Interceptação Telefônica
LEI 7960/89 – Prisão Temporária
LEI 9605/98 - Crimes Contra o Meio Ambiente
LEI 7210/84 – LEP
DIREITO
CONSTITUCIONAL
CF/88
LEI 9507/97 – Habeas Data
LEI 13300/16 – Mandado de Injunção
LEI 12562/11 – Representação Interventiva
LEI 1579/52 – CPI
LEI 9868/99 – ADI
LEI 9882/99 – ADPF
Lei 11417/06 - SV
DIREITO ELEITORAL CÓDIGO ELEITORAL
LEI 9504/97- LEI DAS ELEIÇÕES
LEI 9096/95 – LEI DOS PARTIDOS
LC 64/90 – INELEGIBILIDADES
DIREITO EMPRESARIAL Empresarial no CC/08
LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
 
DIREITO TRIBUTÁRIO Tributário na CF/88
CTN
DIREITO AMBIENTAL LEI 6938/91 – PNMA
LC 140/11
RESOLUÇÃO 237/97 DO CONAMA
CÓDIGO FLORESTAL
LEI 9985/00 - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADE DE PROTEÇÃO
LEI 6938/91 – PNMA
DIREITO
ADMINISTRATIVO
LEI 8987/95 - Serviços Públicos
LEI 9784/99 - Processo Administrativo 
LEI 12016/09 – Mandado de Segurança
LEI 8666/96 - Licitações e Contratos:
LEI 11079 – PPP
LEI 10520 – PREGÃO
Lei 12462/11 – Regime Diferenciado de Contratações
LEI 13303/16 – ESTATUTO EP e SEM
LEI 9637/98 - ORGANIZAÇÃO SOCIAL 
LEI 9790/99 - OSCIP 
LEI 11107/05 – CONSÓRCIOS PÚBLICOS
LEI 12846/13 - RESPONSABILIZAÇÃO PJ POR ATOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DECRETO-LEI 3365/41 – DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA
LEI 4132/62 – DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL
IMPORTANTE
É proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos, em qualquer meio de comunicação, inclusive na internet.
Lei de Direitos Autorais n° 9610/98
 
DIA 1 Constituição Federal: art. 1-4
LINDB
Código Processo Civil: art. 1° - 25
Código Penal: art. 1° - 19
Código Processo Penal: art. 1° - 68
DIA 2 Constituição Federal: art. 5
Código Civil: art. 1-39
Código Processo Civil: art. 26-76
Código Penal: art. 20-31
Código Processo Penal: art. 69-111
DIA 3 Constituição Federal: art. 6-17
Código Civil: art. 40-114
Código Processo Civil: art. 77-102
Código Penal: art. 32-52
Código Processo Penal: art. 112-196
DIA 4 Constituição Federal: art. 18-36
Código Civil: art. 115-188
Código Processo Civil: art. 103-149
Código Penal: art. 53-76
Código Processo Penal: art. 197-250
DIA 5 Constituição Federal: art. 37-43
Código Civil: art. 189-232
Código Processo Civil: art. 150-187
Código Penal: art. 77-99
Código Processo Penal: art. 251-310
DIA 6 Constituição Federal: art. 44-69
Código Civil: art. 233-285
Código Processo Civil: art. 188-235
Código Penal: art. 100-128
Código Processo Penal: art. 311-350
DIA 7 Constituição Federal: art. 70-100
Código Civil: art.286-388
Código Processo Civil: art. 236-275
Código Penal: art. 129-150
Código Processo Penal: art. 351-405
DIA 8 Constituição Federal: art. 101-126
Código Civil: art 389-461
Código Processo Civil: art. 276-310
Código Penal: art. 151-160
Código Processo Penal: art. 406-446
DIA 9 Constituição Federal: art. 127-144
Código Civil: art 462-537
Código Processo Civil: art. 311-342
Código Penal: art. 161-183
Código Processo Penal: art. 447-497
DIA 10 Constituição Federal: art. 145-155
Código Civil: art 538-652
Código Processo Civil: art. 343-368
Código Penal: art. 184-234-B
Código Processo Penal: art. 513-573
DIA 11 Constituição Federal: art. 156-162
Código Civil: art 653-756
Código Processo Civil: art. 369-463
Código Penal: art. 235-288-A
Código Processo Penal: art. 574-603
DIA 12 Constituição Federal: art. 163-192
Código Civil: art 757-817
Código Processo Civil: art. 464-501
Código Penal: art. 289-311-A
 
Código Processo Penal: art. 609-646
DIA 13 Constituição Federal: art. 193-217
Código Civil: art 818-926
Código Processo Civil: art. 502-527
Código Penal: art. 312-337-A
Código Processo Penal: art. 647-667/791-809
DIA 14 Constituição Federal: art.218-250
Código Civil: art 927-965
Código Processo Civil: art. 528-658
Código Penal: art. 337-B-359-H
DIA 15 Código Civil: art 966-1122
Código Processo Civil: art. 659-734
LEI 9507/97 – Habeas Data
DIA 16 Código Civil: art 1123-1224
Código Processo Civil: art. 735-796
LEI 4717/65 – Ação Popular
LEI 13300/16 – Mandado de Injunção
LEI 12016/09 – Mandado de Segurança
DIA 17 Código Civil: art 1125-1298
Código Processo Civil: art. 797-861
LEI 12562/11 – Representação Interventiva
LEI 1579/52 – CPI
LEI 9868/99 – ADI
LEI 9882/99 – ADPF
Lei 11417/06 - SV
DIA 18 Código Civil: art 1299-1389
Código Processo Civil: art. 862-924
LEI 8987/95 - SERVIÇOS PÚBLICOS
DIA 19 Código Civil: art 1390-1510-E
Código Processo Civil: art. 925-975
LEI 9784/99 - PROCESSO ADMINISTRATIVO
DIA 20 Código Civil: art 1511-1638
Código Processo Civil: art. 976-1020
LEI 8429/92 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
DIA 21 Código Civil: art 1639-1722
Código Processo Civil: art. 1021-1041
LEI 7347/85 - AÇÃO CIVIL PÚBLICA
LEI 12850/13 – ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
DIA 22 Código Civil: art 1723-1856
Código Processo Civil: art. 1042-1072
LEI 11079 – PPP
LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 1-19
DIA 23 Código Civil: art 1857-2046
LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 20-53
DIA 24 LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 54-124
CTN: art. 1- art. 112
LEI
8072/90 - Crimes Hediondos
LEI 11343/06 – Lei de Drogas
DIA 25 CTN: art. 113-156
LEI 11340/06 – Lei Maria da Penha
LEI 9099/95 - JECCrim: Art. 1-59
Lei Nº 4.898/1965 - Abuso de Autoridade
Lei Nº 9.455/1997 - Crimes de Tortura
DIA 26 CTN: art. 157-216
LEI 9503/97 – Crimes de Trânsito
LEI 9296/96– Interceptação Telefônica
LEI 7960/89 – Prisão Temporária
 
LEI 9605/98 - CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
LEI 10826/03 – Estatuto do Desarmamento
DIA 27 CÓDIGO FLORESTAL: art. 1-40
LEI 8245/91 – LEI DE LOCAÇÕES: arts. 1-44
LEI 10741/03 – ESTATUTO DO IDOSO
DIA 28 CÓDIGO FLORESTAL: art. 41-75
LEI 8245/91 – LEI DE LOCAÇÕES: arts. 45-89
DECRETO-LEI 3365/41 – DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA
LEI 4132/62 – DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL
LEI 12153/09 - JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA
LEI 8137/90 – CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO
DECRETO-LEI 3688/41 - Contravenções Penais (Parte Geral)
LEI 9807/99 – PROTEÇÃO À TESTEMUNHA
DIA 29 LEI 1521/51 – CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR
LEI 10741/10 – Crimes contra os Idosos
LEI 7716/89 – PRECONCEITO DE RAÇA/COR
LEI 7210/84 – LEP: Art.1-43
LEI 9504/97- LEI DAS ELEIÇÕES: Art. 1-32
ECA: art. 1-38
CDC: art. 1-17
DIA 30 LEI 7210/84 – LEP: Art. 44-119
ECA: art. 39-52-D
CDC: art. 18-38
LEI 9504/97- LEI DAS ELEIÇÕES: Art. 33-57
LEI 10520 – PREGÃO
DIA 31 LEI 7210/84 – LEP: Art.120-204
ECA: art. 53-94-A
CDC : art. 39 – 54
LEI 9504/97- LEI DAS ELEIÇÕES: Art. 57-A-105-A
LEI 9096/95 – LEI DOS PARTIDOS: art. 1-29
LEI 9637/98 - ORGANIZAÇÃO SOCIAL
DIA 32 ECA: art. 95-130
CDC: art. 55-107
LEI 9096/95 – LEI DOS PARTIDOS: art. 30-61
LC 64/90 – INELEGIBILIDADES
LEI 9790/99 - OSCIP
DIA 33 ECA: art. 131-199-E
LEI 11107/05 – CONSÓRCIOS PÚBLICOS
LEI 12846/13 - RESPONSABILIZAÇÃO PJ POR ATOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LEI 9985/00 - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADE DE PROTEÇÃO
DIA 34 ECA: art. 200-265-A
LEI 13146/05 – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
LEI 6938/91 – PNMA
DIA 35 LC 140/11
RESOLUÇÃO 237/97 DO CONAMA
LEI 13303/16 – ESTATUTO EP e SEM: arts. 1-17
LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: art. 1-46
CÓDIGO ELEITORAL (PARTE PRIMEIRA E SEGUNDA)
DIA 36 LEI 13303/16 – ESTATUTO EP e SEM: arts. 18-41
LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: art. 47-84
CÓDIGO ELEITORAL (PARTE TERCEIRA e QUARTA)
Lei 12462/11 – Regime Diferenciado de Contratações: art. 1-28
DIA 37 LEI 13303/16 – ESTATUTO EP e SEM: arts. 42-95
LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: art. 85-139
CÓDIGO ELEITORAL (PARTE QUARTA - continuação)
LEI 12462/11 – Regime Diferenciado de Contratações: art. 29-47-A
DIA 38 LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: art. 139-
199
 
CÓDIGO ELEITORAL (PARTE QUINTA)
LEI 9099/95 - JECCrim: Art. 60-95
DIA 39 LEI 8080/90 – SAÚDE
LEI 9394/96 – DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
LEI 10216/01 - PROTEÇÃO E OS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS
DE TRANSTORNOS MENTAIS
DIA 40 LEI 8625/93 – LEI ORGÂNICA MP
LEI 6766/79 – PARCELAMENTO DO SOLO
LEI 10257/01 – ESTATUTO DA CIDADE
DIA 41 RESOLUÇÃO 23/07 CNMP
RESOLUÇÃO 118/14 CNMP
RESOLUÇÃO 179/17 CNMP
LEI 9613/1998 – LAVAGEM DE DINHEIRO
 
DIA 1
Constituição Federal: art. 1-4
LINDB 
Código Processo Civil: art. 1° - 25
Código Penal: art. 1° - 19
Código Processo Penal: art. 1° - 68
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Tabelas feitas com base nas aulas do professor Marcello Novelino e Livro do Pe-
dro Lenza.
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
Sociológica
Lassale
Soma dos fatores reais de poder.
“Mera folha de papel”
Para Lassale, coexistem em um Estado duas
Constituições: uma real, efetiva,
correspondente à soma dos fatores reais de
poder que regem este país; e outra, escrita,
que consistiria apenas numa “folha de papel”.
Política
Schimtt
Decisão política fundamental.
Diferenciava Constituição de lei
constitucional.
Constituição: decisão política fundamental.
Lei constitucional: pode ou não representar
a Constituição, não dizendo respeito à
decisão política fundamental.
A Constituição seria fruto da vontade do
povo, titular do poder constituinte; por isso
mesmo é que essa teoria é considerada
DECISIONISTA ou VOLUNTARISTA.
Jurídica
Kelsen
Norma hipotética fundamental.
Sentido lógico-jurídico: fundamento
transcendental de sua validade. Norma
hipotética fundamental.
Sentido jurídico-positivo: serve de
fundamento para as demais normas. A
Constituição é o pressuposto de validade
de todas as leis 
Culturalista
Michele Ainis
Fato cultural, tomando por base os direitos
fundamentais pertinentes à cultura
Aberta
Peter Haberle
Pode ser interpretada por qualquer do povo,
não só pelos juristas
Pluralista Gustavo Zagrebelsky
Princípios universais
Força Normativa
da Constituição
Konrad Hesse
Resposta à concepção sociológica de Lassale.
A constituição escrita, por ter um elemento
normativo, pode ordenar e conformar a
realidade política e social, ou seja, é o
resultado da realidade, mas também interage
com esta, modificando-a, estando aí situada
a força normativa da Constituição.
ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
Orgânico Estrutura do estado
Limitativos Direitos fundamentais – limitam atuação
estatal
Sócioideológico Equilíbrio entre ideias liberais e sociais ao
longo da CF.
De estabilização Asseguram solução de conflitos
institucionais e protegem a integridade
da Constituição e do Estado
Formais de
aplicabilidade
Interpretação e aplicação da Constituição
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
QUANTO AO 
CONTEÚDO
Constituição material: possui apenas
conteúdo constitucional.
Constituição formal: além de possuir
matéria constitucional, possui outros
assuntos.
Não importa o seu conteúdo, mas a
forma por meio da qual foi aprovada. 
QUANTO À FORMA
Constituição escrita: é um documen-
to formal, solene.
Todas as Constituições brasileiras fo-
ram escritas.
Constituição não-escrita (costumei-
ra, consuetudinária ou histórica):
fruto dos costumes da sociedade.
QUANTO AO MODO DE
ELABORAÇÃO
 Constituição dogmática: fruto de
um trabalho legislativo específico. Re-
flete os dogmas de um momento es-
pecífico da história.
Todas as Constituições brasileiras fo-
ram dogmáticas.
Constituição histórica: fruto de uma
lenta evolução histórica.
 QUANTO À ORIGEM
Constituição promulgada (demo-
crática ou popular): feita pelos re-
presentantes do povo. Brasil: CF-1891,
CF-1934, CF-1946 e CF-1988.
Constituição outorgada (ou carta
constitucional): impostas ao povo
pelo governante. Brasil: CF-1824
(Dom Pedro I), CF-1937 (Getúlio Var-
gas), CF-1967 (regime militar).
Constituição cesarista (plebiscitária
ou bonapartista): feita pelo gover-
nante e submetida a apreciação do
povo mediante referendo.
Constituição pactuada (contratual
ou dualista): fruto do acordo entre
duas forças políticas de um país.
Ex: Constituição Francesa de 1791.
Constituição sintética (breve, sumá-
ria, sucinta, resumida, concisa): tra-
ta apenas dos temas principais. Ex:
1
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
QUANTO À EXTENSÃO
Constituição dos EUA.
Constituição analítica (longa, volu-
mosa, inchada, ampla, extensa,
prolixa, desenvolvida, larga): entra
em detalhes de certas instituições. Ex:
CF-1988.
QUANTO À IDEOLOGIA Constituição ortodoxa (ou monis-
ta): fixa uma única ideologia estatal.
Ex: Constituição chinesa, Constituição
da ex-URSS.
Constituição eclética (ou compro-
missória): permite a combinação de
ideologias diversas.
QUANTO À FUNÇÃO -
CANOTILHO
Constituição garantia (negativa ou
abstencionista): limita-se a fixar os
direitos e garantias fundamentais. É
uma carta declaratória de direitos.
Constituição dirigente (ou progra-
mática): além
de prever os direitos e
garantias fundamentais, fixa metas
estatais.
Ex: art. 196, CF; art. 205, CF; art. 7º, CF;
art. 4º, parágrafo único, CF.
QUANTO À 
SISTEMATIZAÇÃO
Constituição unitária (codificada,
reduzida ou orgânica): formada por
um único documento.
Constituição variada (legal, inorgâ-
nica ou esparsa): formada por mais
de um documento.
Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e conven-
ções internacionais sobre direitos hu-
manos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos vo-
tos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucio-
nais.
ATENÇÃO: A CF/88 nasce como uma
Constituição unitária, mas vem pas-
sando por um processo de descodifi-
cação.
QUANTO AO SISTEMA
Constituição principiológica: possui
mais princípios do que regras.
Paulo Bonavides entende que é o
caso da CF-1988.
Constituição preceitual: possui mais
regras do que princípios.
QUANTO À ESSÊNCIA
(CRITÉRIO 
ONTOLÓGICO) – 
KARL
Constituição semântica: esconde a
dura realidade de um país. É comum
em regimes ditatoriais, “é a camisa
que esconde as cicatrizes”.
Ex: CF-1824, CF-1937, CF-1967.
Constituição nominal (ou nomina-
lista): não reflete a realidade atual do
país, pois se preocupa com o futuro,
 LOEWENSTEIN “é a camisa comprada com dois nú-
meros abaixo do manequim”.
Constituição normativa: reflete a re-
alidade atual do país, “é a camisa que
veste bem”.
ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma que a
Constituição brasileira está caminhan-
do da Constituição nominal para a
normativa. Contudo, a posição majo-
ritária é de que a constituição brasi-
leira é normativa.
QUANTO À ORIGEM DE
SUA DECRETAÇÃO –
JORGE MIRANDA
Constituição heterônoma (ou hete-
roconstituição): feita em um país
para vigorar em outro país.
Constituição autônoma (homo-
constituição ou autoconstituição):
feita em um país para nele vigorar. É a
regra geral.
Ex: Constituição brasileira.
CLASSIFICAÇÃO DE
RAUL MACHADO
 HORTA
Constituição expansiva: além de am-
pliar temas já tratados, trata de novos
temas.
Ex: CF-1988.
Constituição plástica: permite sua
ampliação por meio de leis infracons-
titucionais (segundo a lei, nos termos
da lei, etc.).
Ex: CF-1988.
QUANTO À ATIVIDADE
LEGISLATIVA
Constituição-lei: a constituição é tra-
tada como uma lei qualquer. Dá am-
pla liberdade ao legislador ordinário.
Constituição-fundamento (consti-
tuição total ou ubiquidade consti-
tucional): a constituição tenta disci-
plinar detalhes da vida social. Dá uma
pequena liberdade ao legislador ordi-
nário.
Constituição-moldura (Canotilho:
Constituição-quadro): como a mol-
dura de um quadro, a constituição
fixa os limites de atuação do legisla-
dor ordinário.
CONSTITUIÇÃO 
SIMBÓLICA
É a constituição cujo simbolismo é
maior que seus efeitos práticos. Para
Marcelo Neves, a CF/88 é simbólica
por ter um elevado número de nor-
mas programáticas e dispositivos de
alto grau de abstração. Marcelo Ne-
ves afirma que a constitucionalização
simbólica tem como objetivos confir-
mar determinados valores sociais, de-
sejando-se apenas uma vitória legis-
lativa e fortalecer a confiança do cida-
dão no governo ou no Estado, por
meio da legislação álibi, por meio da
qual se esvaziam pressões políticas e
apresentam o Estado como sensível a
2
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
danielaslsrs@gmail.com
expectativas dos cidadãos, porém
sem efetividade. Por fim, teria como
terceiro objetivo adiar a solução de
conflitos sociais, por meio de com-
promissos dilatórios, postergando-se
a verdadeira decisão para o futuro.
QUANTO AO
CONTEÚDO 
IDEOLÓGICO - 
ANDRÉ RAMOS 
TAVARES
Constituição liberal: possui apenas
direitos individuais ou de primeira di-
mensão (ex: vida, liberdade, proprie-
dade). O Estado tem o dever principal
de não fazer.
Ex: CF-1824, CF-1891.
Constituição social: além de direitos
individuais, prevê direitos sociais ou
de segunda dimensão (ex: saúde,
educação, moradia, alimentação). O
Estado tem o dever principal de fazer.
Ex: CF-1934, CF-1946, CF-1967, CF-
1988.
SEGUNDO 
JORGE MIRANDA
Constituição provisória (ou pré-
constituição): possui duração reduzi-
da, até que seja elaborada a constitui-
ção definitiva.
Constituição definitiva: possui prazo
indeterminado de duração.
Ex: CF-1988.
CONSTITUIÇÃO BA-
LANÇO OU REGISTRO
Periodicamente, elabora-se uma
constituição, fazendo uma análise do
avanço social ocorrido nos anos ante-
riores.
CONSTITUIÇÃO EM
BRANCO
Não prevê regras e limites para o
exercício do poder constituinte deri-
vado reformador.
QUANTO À RIGIDEZ
OU ESTABILIDADE
Constituição imutável (permanen-
te, granítica ou intocável): não pode
ser alterada, pretendendo-se eterna e
fundando-se na crença de que não
haveria órgão competente para pro-
ceder à sua reforma. Pode estar rela-
cionada a fundamentos religiosos.
Ex: a CF-1824 foi imutável nos primei-
ros 4 anos (limitação temporal).
Constituição rígida: possui um pro-
cesso de alteração mais rigoroso que
o destinado às outras leis.
Ex: CF-1988.
Constituição flexível: possui o mes-
mo processo de alteração que o des-
tinado às outras leis. Os países de
constituição flexível não possuem o
controle de constitucionalidade.
Constituição transitoriamente flexí-
vel: é a Constituição flexível por al-
gum, findo o qual se torna uma Cons-
tituição rígida.
Constituição semirrígida (ou semi-
flexível): parte dela é rígida e parte é
flexível.
Constituição fixa (ou silenciosa): é
aquela que nada prevê sobre sua mu-
dança formal, sendo alterável somen-
te pelo próprio poder originário.
Constituição super-rígida: é a Cons-
tituição rígida que possui um núcleo
imutável.
CONSTITUIÇÃO
 DÚCTIL 
(CONSTITUIÇÃO 
SUAVE)
Idealizada pelo jurista italiano Gusta-
vo Zagrebelsky (constituzione mite), a
constituição não deve ser concebida
como o centro do qual tudo deriva
por irradiação da soberania estatal,
mas para o qual tudo deve convergir.
CONSTITUIÇÃO 
UNITEXTUAL OU 
ORGÂNICA
Rechaça a ideia de existência de um
bloco de constitucionalidade, visto
que a Constituição seria disposta em
uma estrutura documental única.
CONSTITUIÇÃO 
SUBCONSTITUCIONAL 
Constituição subconstitucional admite
a constitucionalização de temas ex-
cessivos e o alçamento de detalhes e
interesses momentâneos ao patamar
constitucional. .
Para Uadi Lammêgo Bulos, citando
Hild Krüger, as constituições só de-
vem trazer aquilo que interessa à
sociedade como um todo, sem de-
talhamentos inúteis. Esse excesso
de temas forma as constituições
substitucionais, que são normas nor-
mas que, mesmo elevadas formal-
mente ao patamar constitucional, não
o são, porque encontram-se limitadas
nos seus objetivos. 
 CONSTITUIÇÃO 
PROCESSUAL, 
INSTRUMENTAL OU
FORMAL 
É um "instrumento de governo defini-
dor de competências, regulador de
processos e estabelecedor de limites
à acção política" (Canotilho). Seu ob-
jetivo é definir competências, para li-
mitar a ação dos Poderes Públicos,
além de representar apenas um ins-
trumento pelo qual se eliminam con-
flitos sociais. 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Jurídico/
Hermenêutico
Clássico
Ernerst Fosthoff
Identidade entre Constituição e Leis.
Utiliza critérios de Savigny
Tópico
problemático
Theodor Viehweg
Problema-norma.
Estudo da norma através de um problema
Hermenêutico
Concretizador
Hesse
Norma-problema.
Parte-se de pré-compreensões para se
chegar ao sentido da norma.
Interpretação concretizadora.
3
 
Constituição tem força para compreender e
alterar a realidade.
Normativo
estruturante 
Frederic Muller
Parte-se do direito positivo para se chegar à
norma.
Colhe elementos da realidade social para se
chegar à norma
Científico
espiritual
Ruldof Smend
Não utiliza-se apenas valores consagrados na
Constituição, mas também valores extra-
constitucionais, como a realidade social e
cultura do povo.
Interpretação sistêmica.
Concretista da
Constituição
Aberta
Peter Haberle
Interpretação por todo o povo, não apenas
pelos juristas
Comparação Peter Haberle
Comparar com as diversas Constituições.
Princípios da interpretação constitucional
 
Princípio da
Supremacia da
Constituição
Toda interpretação constitucional se
assenta no pressuposto da
superioridade jurídica da Constituição
sobre os demais atos normativos no
âmbito do Estado. Assim, em razão da
supremacia constitucional, nenhum
ato jurídico ou manifestação de
vontade pode subsistir validamente se
for incompatível com a Lei
Fundamental. 
Em razão da superlegalidade formal
(Constituição como fonte primária da
produção normativa, identificando
competências e procedimentos para a
elaboração dos atos normativos
inferiores) e material da Constituição
(subordina o conteúdo de toda a
atividade normativa estatal à
conformidade com os princípios e regras
da Constituição), surge o controle de
constitucionalidade ( judicial review ) , que
nada mais é do que uma técnica de
atuação da supremacia da Constituição.
Princípio da
presunção de
constitucionalidade
das leis e dos atos
do Poder Público
a) Não sendo evidente a
inconstitucionalidade, havendo dúvida
ou a possibilidade de razoavelmente se
considerar a norma como válida, deve o
órgão competente abster-se da
declaração de inconstitucionalidade.
b) Havendo alguma interpretação
possível que permita afirmar-se a
compatibilidade da norma com a
Constituição, em meio a outras que
carreavam para ela um juízo de
invalidade, deve o intérprete optar pela
interpretação legitimadora, mantendo o
preceito em vigor.
O princípio da presunção de
constitucionalidade das leis e dos atos
do Poder Público (presunção juris 
tantum, frise-se) é uma decorrência do
princípio geral da separação dos
Poderes e funciona como fator de
autolimitação da atividade do Judiciário
que, em reverência à atuação dos
demais Poderes, somente deve invalidar
os atos diante de casos de
inconstitucionalidade flagrante e
incontestável. 
Princípio da
interpretação
conforme a
Constituição
Diante de normas plurissignificativas ou
polissêmicas (que possuem mais de uma
interpretação), deve-se preferir a
exegese que mais se aproxime da
Constituição (ainda que não seja a que
mais obviamente decorra de seu texto)
e, portanto, que não seja contrária ao
texto constitucional. 
Princípio da
unidade da
Constituição
A Constituição deve ser sempre
interpretada em sua globalidade, como
um todo, e, assim, as aparentes
antinomias deverão ser afastadas.
As normas deverão ser vistas como
preceitos integrados (interpretação
sistêmica) em um sistema unitário de
regras e princípios.
Princípio do efeito
integrador ou da
eficácia integradora
Na resolução dos problemas jurídico-
constitucionais deve dar-se primazia aos
critérios ou pontos de vista que
favoreçam a integração política e social
e o reforço da unidade política, ou seja,
as normas constitucionais devem ser
interpretadas com o objetivo de integrar
política e socialmente o povo de um
Estado Nacional
 Princípio da
proporcionalidade
ou razoabilidade
Consubstancia uma pauta de natureza
axiológica que emana diretamente das
ideias de justiça, equidade, bom senso,
prudência, moderação, justa medida,
proibição de excesso, direito justo e
valores afins; precede e condiciona a
positivação jurídica, inclusive de âmbito
constitucional; e, ainda, enquanto
princípio geral do direito, serve de regra
de interpretação para todo o
ordenamento jurídico.
Tal princípio exige a tomada de decisões
racionais, não abusivas, e que respeitem
os núcleos essenciais de todos os
direitos fundamentais. Como parâmetro,
é possível destacar a necessidade de
preenchimento de 3 importantes
elementos:
a) Necessidade/exigibilidade, a adoção
da medida que possa restringir direitos
só se legitima se indispensável para o
caso concreto e não se puder substituí-
la por outra menos gravosa.
b)Adequação/pertinência/idoneidade:
4
 
o meio escolhido deve atingir oobjetivo
perquirido.
c) Proporcionalidade em sentido
estrito: sendo a medida necessária e
adequada, deve-se investigar se o ato
praticado, em termos de realização do
objetivo pretendido, supera a restrição a
outros valores constitucionalizados.
Podemos falar em máxima efetividade e
mínima restrição.
Princípio da
máxima efetividade
Também chamado de princípio da
eficiência ou da interpretação efetiva.
Deve ser entendido no sentido de a
norma constitucional ter a mais ampla
efetividade social. 
 Princípio da força
normativa
Os aplicadores da Constituição, entre as
interpretações possíveis, devem adotar
aquela que garanta maior eficácia,
aplicabilidade e permanência das
normas constitucionais, conferindo-lhes
sentido prático e concretizador, em clara
relação com o princípio da máxima
efetividade ou eficiência.
Princípio da justeza
ou da
conformidade
(exatidão ou
correção) funcional
O STF, ao concretizar a norma
constitucional, será responsável por
estabelecer a força normativa da
Constituição, não podendo alterar a
repartição de funções
constitucionalmente estabelecidas pelo
constituinte originário, como é o caso da
separação de poderes, no sentido de
preservação do Estado de Direito.
O seu intérprete final não pode chegar
a um resultado que subverta ou
perturbe o esquema organizatório-
funcional constitucionalmente
estabelecido.
Princípio da
concordância
prática ou
harmonização
Partindo da ideia de unidade da
Constituição, os bens jurídicos
constitucionalizados deverão coexistir
de forma harmônica na hipótese de
eventual conflito ou concorrência entre
eles, buscando, assim, evitar o sacrifício
(total) de um princípio em relação a
outro em choque. O fundamento da
ideia de concordância decorre da
inexistência de hierarquia entre os
princípios.
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, desti-
nado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a prote-
ção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERA-
TIVA DO BRASIL.
• O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir
de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma
norma.
• O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os funda-
mentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, des-
sa forma, norteia a interpretação do texto constitucional.
• Em termos estritamente formais, o Preâmbulo consti-
tui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional,
um resumo dos direitos que permearão a textualização a se-
guir, apresentando o processo que resultou na
elaboração da
Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação.
• O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/
88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e
garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos
listados em seguida e até então não dotados de força normati-
va constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segu-
rança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça.
• Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâm-
bulo se configura como um elemento que serve de manifesto à
continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar
os valores do passado - a situação de início que motivou a co-
locação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a
exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se as-
pira a chegar.
• A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força
normativa. 
• O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da
política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo,
não contém relevância jurídica, não tem força normativa,
sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais,
não servindo como parâmetro para o controle de constituciona-
lidade (STF).
• N ão tem força normativa , embora provenha do
mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a
constituição;
• É destituído de qualquer cogência (MS 24.645
MC/DF);
• NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade ;
• Não cria direitos nem estabelece deveres;
• Seus princípios não prevalecem diante do texto
expresso da constituição;
• Está sujeito à incidência de EC;
NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO
Tese da
irrelevância
jurídica
O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA
POLÍTICA, sem relevância jurídica
(posição do STF).
ATENÇÃO: Apesar de o preâmbulo não
possuir força normativa, ele traz as
intenções, o sentido, a origem, as
justificativas, os objetivos, os valores e os
ideais de uma Constituição, servindo de
vetor interpretativo. Trata-se, assim, de
um referencial interpretativo-valorativo da
Constituição.
Tese da plena
eficácia
O preâmbulo tem a mesma eficácia
jurídica das normas constitucionais,
sendo, porém, apresentado de forma não
5
 
articulada.
Tese da relevância
jurídica indireta
Ponto intermediário entre as duas, já que,
muito embora participe "das características
jurídicas da Constituição'', não deve ser
confundido com o articulado
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais 
PRINCÍPIOS REGRAS
Normas mais amplas, abstratas,
genéricas.
Normais mais específicas,
delimitadas, determinadas.
Alexy: princípios são
MANDAMENTOS DE
OTIMIZAÇÃO, que devem ser
cumpridos na maior intensidade
possível.
Devem ser cumpridas
integralmente (all or nothing).
Ex: dignidade da pessoa
humana.
Ex: eleição para Presidente da
República.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união in-
dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU):
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exer-
ce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF
PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República”
PRINCÍPIO FEDERATIVO “Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos Es-
tados e Municípios e do Distri-
to Federal”
PRINCÍPIO DO ESTADO 
DEMOCRÁTICO DE DIREITO
“constitui-se em Estado Demo-
crático de Direito”
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República Fede-
rativa do Brasil (regra do verbo):
I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária;
II - GARANTIR o desenvolvimento nacional;
III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR as
desigualdades sociais e regionais;
IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimi-
nação. 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
dade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a inte-
gração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
DECRETO-LEI Nº 4.657 - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS
DO DIREITO BRASILEIRO
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em
todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada.
§ 1o § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei
brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficial-
mente publicada. 
Entrada em vigor
Brasil Estado estrangeiro
45 dias, salvo disposição em
contrário
3 meses
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publica-
ção de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e
dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publica-
ção.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor CONSIDERAM-SE
LEI NOVA.
LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma ex-
pressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vi-
gor na data de sua publicação" para as leis de pequena re-
percussão.
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que
estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da
data da publicação e do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utili-
zar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número
de) dias de sua publicação oficial’ 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vi-
gor até que outra a modifique ou revogue – PRINCÍPIO DA
CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente
o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais
a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA a lei an-
terior.
6
 
Revogação total Ab-rogação
Revogação parcial Derrogação
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se res-
taura por ter a lei revogadora perdido a vigência. (Repristina-
ção).
Repristinação Efeito Repristinatório/ 
Repristinação Oblíqua ou 
Indireta
É um fenômeno legislativo no
qual há a entrada novamente
em vigor de uma norma efe-
tivamente revogada, pela re-
vogação da norma que a re-
vogou. Contudo, a repristina-
ção deve ser expressa dada a
dicção do artigo 2º , § 3º da
LICC 
É a reentrada em vigor de nor-
ma aparentemente revogada,
ocorrendo quando uma norma
que a revogou é declarada in-
constitucional.
STF: “A declaração de incons-
titucionalidade em tese en-
cerra um juízo de exclusão,
que, fundado numa competên-
cia de rejeição deferida ao Su-
premo Tribunal Federal, consis-
te em remover do ordenamen-
to positivo a manifestação es-
tatal inválida e desconforme ao
modelo plasmado na Carta Po-
lítica, com todas as conseqüên-
cias daí decorrentes, inclusive a
plena restauração
de eficácia
das leis e das normas afeta-
das pelo ato declarado in-
constitucional”
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não
a conhece - PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA NORMA
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que
ela se dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados
o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado se-
gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu ti-
tular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo co-
meço do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judici-
al de que já não caiba recurso.
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
capacidade e os direitos de família 
Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, chamada
de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do
domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento
interno.
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formali-
dades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante au-
toridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nu-
bentes.
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de in-
validade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diver-
so, a do 1° domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os
cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois
de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
de separação judicial por igual prazo, caso em que a homolo-
gação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabe-
lecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Supe-
rior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, pode-
rá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferi-
das em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de
divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os
efeitos legais. 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família
estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o
do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á do-
miciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se en-
contre.
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concer-
nentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o pro-
prietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se desti-
narem a transporte para outros lugares.
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pes-
soa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do
país em que se constituírem.
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e de-
pendendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrín-
secos do ato.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no
lugar em que residir o proponente.
Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA obede-
ce à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desapare-
cido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
7
 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos fi-
lhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a ca-
pacidade para suceder.
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo,
como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado
em que se constituírem.
§ 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou es-
tabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados
pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de
qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam
investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil
bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade
dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáti-
cos ou dos agentes consulares. 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quan-
do for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumpri-
da a obrigação.
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer
das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exe-
quatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as dili-
gências deprecadas por autoridade estrangeira competente, ob-
servando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produ-
zir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei
brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de
quem a invoca prova do texto e da vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no es-
trangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verifi-
cado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades ne-
cessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo STJ. 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta,
sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quais-
quer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil,
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e
os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autorida-
des consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os
mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de
nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nasci-
do no país da sede do Consulado. 
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão cele-
brar a separação consensual e o divórcio consensual de brasi-
leiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e ob-
servados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição
e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro
ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento
§ 2o É INDISPENSÁVEL a assistência
de advogado, devidamen-
te constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, jun-
tamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a
outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que
a assinatura do advogado conste da escritura pública. 
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo an-
terior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do De-
creto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfa-
çam todos os requisitos legais.
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver
sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no
artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado reno-
var o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação
desta lei. 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que
sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, con-
trato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em
face das possíveis alternativas.
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controlado-
ra ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste,
processo ou norma administrativa deverá indicar de modo ex-
presso suas consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo
deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a re-
gularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos su-
jeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiarida-
des do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, se-
rão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do ges-
tor e as exigências das políticas públicas a seu cargo , sem pre-
juízo dos direitos dos administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, li-
mitado ou condicionado a ação do agente.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e
a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem
para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes do agente.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao
mesmo fato.
8
 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que
estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de
conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicio-
namento de direito, deverá prever regime de transição quando
indispensável para que o novo dever ou condicionamento de
direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e efi-
ciente e sem prejuízo aos interesses gerais.
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou ju-
dicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou
norma administrativa cuja produção já se houver completado
levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado
que, com base em mudança posterior de orientação geral, se
declarem inválidas situações plenamente constituídas.
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpreta-
ções e especificações contidas em atos públicos de caráter geral
ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ain-
da as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo
conhecimento público.
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situ-
ação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no
caso de expedição de licença, a autoridade administrativa po-
derá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após
realização de consulta pública, e presentes razões de relevan-
te interesse geral, celebrar compromisso com os interessados,
observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a par-
tir de sua publicação oficial.
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente
e compatível com os interesses gerais;
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou
condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso
de descumprimento.
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, contro-
ladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios
indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do
processo ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o
caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebra-
do compromisso processual entre os envolvidos.
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grossei-
ro.
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normati-
vos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização
interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifes-
tação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a
qual será considerada na decisão
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o
prazo e demais condições da consulta pública, observadas as nor-
mas legais e regulamentares específicas, se houver.
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio
de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste arti-
go terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade
a que se destinam, até ulterior revisão.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
PARTE GERAL
LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos
na Constituição da República Federativa do Brasil, obser-
vando-se as disposições deste Código.
FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais previsto
no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC
não é exaustivo
FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser
regra ou princípio
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou le-
são a direito.
§ 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução con-
sensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, ad-
vogados, defensores públicos e membros do Ministério Públi - 
co, inclusive no curso do processo judicial.
Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos
que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da
sua edição. 
FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual
de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias
recursais
FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabí-
vel conciliação ou mediação no processo de execu-
ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de senten-
ça, em que será admissível a apresentação de plano de
 cumprimento da prestação.
FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As
Fazendas Públicas devem dar
publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pú-
blica estão autorizados a aceitar autocomposição.
FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da
Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, caput e
§1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A conciliação e a
mediação são compatíveis com o processo de recuperação
9
 
judicial.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a so-
lução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Princípios da primazia da solução integral de mérito, executivi-
dade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do pro-
cesso.
FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em
todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes proces-
suais e na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional
viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito,
sempre que seja possível a sua correção.
FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; de-
vem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evitar a
ocorrência de vícios que extingam o processo sem resolução
do mérito e cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento
e transparência.
FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após
a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever
de oportunizar a regularização do vício, ainda que ele seja 
anterior.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve
comportar-se de acordo com a boa-fé.
FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva
FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve com-
portar-se de acordo com a boa-fé objetiva.
FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditório
aplica-se ao órgão jurisdicional.
FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador pro-
fira, sem motivar a alteração, decisões diferentes sobre uma
mesma questão de direito aplicável às situações de fato aná-
logas, ainda que em processos distintos.
FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé processual
orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite
a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas do-
losas de todos os sujeitos processuais e veda seus comporta-
mentos contraditórios.
JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a
comprovação do animus do sujeito processual. 
JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se
supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001
e 12.153/2009, desde que não sejam incompatíveis com as re-
gras e princípios dessas Leis. 
COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA
SUPRESSIO
(VERWIRKUNG)
Supressão a um direito pelo seu não
exercício. No campo processual, verifica-se
na perda de um poder processual pelo
seu não exercício. 
A chamada “nulidade de algibeira (ou de
bolso), por exemplo, que se configura
quando a parte, embora tenha o direito
de alegar nulidade mantém-se inerte du-
rante longo período, deixando para rea-
lizar a alegação no momento que melhor
lhe convier, não é admitida, por violar a
boa-fé processual. 
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser ale-
gada na primeira oportunidade em que
couber à parte falar nos autos, sob pena de
preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o
disposto no caput às nulidades que o juiz
deva decretar de ofício, nem prevalece a
preclusão provando a parte legítimo impe-
dimento.
SURRECTIO
Surgimento de um direito em razão da
supressão causada pelo comportamento
da parte contrária. Note-se que surrectio e
supressio são dois lados da mesma moeda.
EXCEPCIO DOLI
Defesa da parte contra ações dolosas da
parte contrária, sendo a boa-fé nesse
caso utilizada como defesa. No processo
vem sendo entendida como a exceção que
a parte tem para paralisar o comportamen-
to de quem age dolosamente contra si.
VENIRE CONTRA
FACTUM 
PROPRIUM
Proíbe a adoção de comportamento con-
traditório (contrariando comportamento
anterior), violando os deveres de confi-
ança e lealdade (a legítima confiança de
outrem na conservação objetiva da conduta
anterior).
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa
ou tacitamente a decisão não poderá re-
correr.
Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação
do comportamento contraditório aplica-
se ao órgão jurisdicional.
TU QUOQUE
Como decorrência do princípio da boa-fé
processual objetiva não pode a parte criar
dolosamente situações que viciem o pro-
cesso para, depois, alegar nulidade, ti-
rando proveito da situação. Assim, veda-
se o comportamento não esperado, ado-
tado em situação de abuso. Em decorrên-
cia disso, previu expressamente do CPC:
“Art. 276. Quando a lei prescrever determi-
nada forma sob pena de nulidade, a decre-
tação desta não pode ser requerida pela
parte que lhe deu causa”. Aquele que des-
preza a norma não pode dela se aprovei-
tar.
*Tabela montada a partir de informações retiradas do site https://
blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou-aspectos-parcelares-da-
boa-fe-objetiva-na-jurisprudencia-do-stj/
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito
justa e efetiva.
FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não
pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à cooperação.
FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo de - 
verá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório,
como a realização de audiências públicas, a participação de
10
 
amicus curiae e outros meios de participação
DEVERES DE 
COOPERAÇÃO DO
JUIZ
“PECA”
PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as
partes sobre os riscos e deficiências
das manifestações e estratégias por
elas adotadas, conclamando-as a corrigir
os defeitos sempre que possível. 
ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz es-
clarecer-se quanto às manifestações
das partes: questioná-las quanto a obs-
curidades em suas petições; pedir que
esclareçam ou especifiquem requerimen-
tos feitos em termos mais genéricos e as-
sim por diante. 
DIÁLOGO (CONSULTA): Impõe-se reco-
nhecer o contraditório não apenas como
garantia de embate entre as partes, mas
também como dever de debate do juiz
com as partes 
AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve
ajudar as partes, eliminando obstácu-
los que lhes dificultem ou impeçam o
exercício das faculdades processuais. 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em rela-
ção ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios
de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções proces-
suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício,
dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova docu-
mental produzida.
FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei
12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de
segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC.
FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do proces-
so pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes.
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos
fins sociais e às exigências do bem comum , resguardando e
promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicida-
de e a eficiência.
FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento jurídi-
co”, empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os
precedentes vinculantes
FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamento de
ações coletivas serão objeto da mais ampla e específica divulga-
ção e publicidade.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem
que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses
de tutela da evidência previstas no art. 311, inci-
sos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de ca-
sos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pedido reiperse-
cutório fundado em prova documental adequada do contrato
de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do
objeto custodiado, sob cominação de multa);
III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do au-
tor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de
entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de
não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumpri-
mento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por
cento do valor atribuído à causa).
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado
às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate
de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (objetiva evitar
decisões surpresas)
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões , sob pena
de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser au-
torizada a presença somente das partes, de seus advogados, de
defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIALMEN-
TE, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou
acórdão.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar perma-
nentemente à disposição para consulta pública em cartório e na
rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de
acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese
jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te-
nham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida
por decisão fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cro-
nológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o
requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a ordem
cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reaber-
tura da instrução ou a conversão do julgamento em diligên-
cia.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retor-
nará à mesma posição em que anteriormente se encontrava
na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, con-
forme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver
necessidade de realização de diligência ou de complementação
da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado o
acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na
origem, reexaminará o processo de competência originária, a re-
11
 
messa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acór-
dão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior).
FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de compe-
tência de processos dos juizados especiais com outros procedi-
mentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronoló-
gicas autônomas, uma para os processos dos juizados especiais
e outra para os demais processos.
FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cronoló-
gica dos julgamentos não implica, por si, a invalidade do ato
decisório
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais
brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tra-
tados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja
parte.
Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será aplicável
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a
vigência da norma revogada 
SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: cada
ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser regido pela
lei em vigor no momento de sua prática. 
Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS,
não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato já prati-
cado ou efeito dele decorrente; a lei nova só alcança os
próximos atos a serem praticados no processo.
Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio da
segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das leis.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais,
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes
serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se
supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal,
no que não forem incompatíveis com esta Lei. 
LIVRO II
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais
em todo o território nacional, conforme as disposições deste
Código.
CARACTERÍSTICAS DA
JURISDIÇÃO
Inafastabilidade de Jurisdição
Inércia (Ne procedat iudex ex officio)
Territorialidade
Indelegabilidade
Juiz Natural
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legi-
timidade.
CPC/73 CPC/15
Legitimidade Legitimidade
Interesse Interesse
Possibilidade jurídica do pedi-
do
OBS: a possibilidade jurídica do
pedido passou a ser analisada
como questão meritória
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome pró-
prio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituí-
do poderá intervir como assistente litisconsorcial.
FPPC110. (art. 18, parágrafo único) Havendo substituição pro-
cessual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve de-
terminar a intimação deste último para, querendo, integrar o
processo.
FPPC487. (art. 18, parágrafo único; art. 119, parágrafo único; art.
3º da Lei 12.016/2009). No mandado de segurança, havendo
substituição processual, o substituído poderá ser assistente
litisconsorcial do impetrante que o substituiu.
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma re-
lação jurídica;
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
FPPC111. (arts. 19, 329, II, 503, §1º) Persiste o interesse no ajui-
zamento de ação declaratória quanto à questão prejudicial inci-
dental
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda
que tenha ocorrido a violação do direito.
Súmula 181-STJ: É admissível ação declaratória, visando a obter
certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual. 
TEORIAS
DA
AÇÃO
Teoria imanentista / civilista / clássica (Savigny):
não há ação sem direito; não há direito sem ação; a
ação segue a natureza do direito
Teoria Publicista: O direito de ação possui natureza
pública, sendo um direito de agir, exercível contra o
Estado e contra o devedor.
Ação como direito autônomo e concreto (Chio-
venda): A ação é um direito independente do Direi-
to material, mas, o direito de ação só existiria quan-
do a sentença fosse favorável ao autor.
Ação como direito autônomo e abstrato: O direito
a ação é preexistente ao processo, não dependendo
da decisão favorável ou negativa sobre a pretensão
do autor.
Teoria eclética do direito de ação (Liebman): O di-
reito de ação é autônomo, mas para o exercício do
direito de ação é necessário que estejam presentes
as condições
da ação. Adotada pelo CPC15.
*Tabela montada a partir de informações retiradas do site https://
lfg.jusbrasil.com.br/noticias/404543/teorias-sobre-o-direito-de-
acao
12
 
MODELOS DE PROCESSO
ADVERSARIAL
(SIMÉTRICO)
O processo é conduzido pelas partes, e o
juiz ocupa o papel de mero fiscal e julga-
dor ("convidado de pedra"); Prepondera o
princípio dispositivo. PARTES COMO PRO-
TAGONISTAS DO PROCESSO.
INQUISITORIAL 
(ASSIMÉTRICO)
Os poderes do juiz vão além do papel de fis-
cal e julgador - possui amplos poderes na
condução do processo - ex. produção de
provas de ofício, execução das decisões de
ofício, etc. Prepondera o princípio inquisiti-
vo. JUIZ COMO PROTAGONISTA DO PRO-
CESSO.
COOPERATIVO
Prevalece o diálogo, a lealdade e o equilíbrio
entre TODOS os sujeitos do processo. Redi-
mensionamento do princípio do contraditó-
rio. NÃO HÁ PROTAGONISMOS. Aqui o ór-
gão jurisdicional assume DUPLA POSIÇÃO:
mostra-se PARITÁRIO NA CONDUÇÃO DO
PROCESSO e ASSIMÉTRICO NO MOMEN-
TO DA DECISÃO
TÍTULO II
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO IN-
TERNACIONAL
CAPÍTULO I
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domici-
liado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver
agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira pro-
cessar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propri-
edade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios
econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor
tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à
jurisdição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, COM EX-
CLUSÃO DE QUALQUER OUTRA:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação
de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacio-
nalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacio-
nal;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união es-
tável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que
o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora
do território nacional.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro NÃO IN-
DUZ litispendência e NÃO OBSTA a que a autoridade judiciá-
ria brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são cone-
xas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados inter-
nacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasi-
leira NÃO IMPEDE a homologação de sentença judicial estran-
geira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o proces-
samento e o julgamento da ação quando houver cláusula de
eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacio-
nal, arguida pelo réu na contestação.
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de compe-
tência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o.
CÓDIGO PENAL
*Nossas tabelas de Direito Penal foram produzidas a partir de au-
las do Professor Rogério Sanches
CONCEITO DE DIREITO PENAL
Aspecto
Formal/
Estático
Direito Penal é o conjunto de normas que
qualifica certos comportamentos humanos
como infrações penais, define os seus agentes
e fixa sanções a serem-lhes aplicadas.
Aspecto
Material
O Direito Penal refere-se a comportamentos
considerados altamente reprováveis ou
danosos ao organismo social, afetando bens 
jurídicos indispensáveis à própria conservação
e progresso da sociedade.
Aspecto
Sociológico/
Dinâmico
O Direito Penal é mais um instrumento de
controle social, visando assegurar a necessária
disciplina para a harmônica convivência dos
membros da sociedade.
Aprofundando o enfoque sociológico
- A manutenção da paz social demanda a
existência de normas destinadas a estabelecer
diretrizes.
- Quando violadas as regras de conduta, surge
para o Estado o dever de aplicar sanções (civis
ou penais).
ATENÇÃO: Nessa tarefa de controle social
atuam vários ramos do direito, como o Direito
Civil, Direito Administrativo, etc. O Direito
Penal é apenas um dos ramos do controle
social.
- Quando a conduta atenta contra bens
jurídicos especialmente tutelados, merece
reação mais severa por parte do Estado,
valendo-se do Direito Penal.
IMPORTANTE: O que diferencia a norma
penal das demais é a espécie de
consequência jurídica, ou seja, pena
privativa de liberdade (PPL).
- O Direito Penal é norteado pelo princípio da
intervenção mínima, só atuando quando os
outros ramos do direito falham.
13
 
Direito Penal Criminologia
(Ciência Penal)
Política Criminal
(Ciência Política)
Analisa os fatos
humanos indeseja-
dos, define quais
devem ser rotulados
como crime ou
contravenção,
anunciando as pe-
nas.
Ciência empírica
que estuda o cri-
me, o criminoso, a
vítima e o com-
portamento da so-
ciedade.
Trabalha as estraté-
gias e os meios de
controle social da
criminalidade.
Ocupa-se do crime
enquanto norma.
Ocupa-se do crime
enquanto fato so-
cial.
Ocupa-se do crime
enquanto valor.
ex.: define como cri-
me lesão no ambi-
ente doméstico e
familiar.
ex.: quais fatores
contribuem para a
violência doméstica
e familiar
ex.: estuda como di-
minuir a violência do-
méstica e familiar.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Princípios 
relacionados
com a MISSÃO
FUNDAMENTAL
DO DIREITO
PENAL
Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS
BENS JURÍDICOS: O direito penal deve servir
apenas para proteger bens jurídicos relevan-
tes, indispensáveis ao convívio da sociedade.
Decorrência do princípio da ofensividade.
Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA: O Di-
reito Penal só deve ser aplicado quando estri-
tamente necessário, de modo que sua inter-
venção fica condicionada ao fracasso das de-
mais esferas de controle (caráter subsidiário),
observando somente os casos de relevante
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tu-
telado (caráter fragmentário).
a) Princípio da fragmentariedade (ou cará-
ter fragmentário do Direito Penal): estabe-
lece que nem todos os ilícitos configuram in-
frações penais, mas apenas os que atentam
contra valores fundamentais para a manu-
tenção e o progresso do ser humano e da
sociedade. Em razão de seu caráter fragmen-
tário, o Direito Penal é a última etapa de pro-
teção do bem jurídico.
Deve ser utilizado no plano abstrato, para o
fim de permitir a criação de tipos penais so-
mente quando os demais ramos do Direito ti-
verem falhado na tarefa de proteção de um
bem jurídico. Refere-se, assim, à atividade le-
gislativa.
#O que é FRAGMENTARIEDADE ÀS AVES-
SAS? Situações em que um comportamento
inicialmente típico deixa de interessar ao Di-
reito Penal, sem prejuízo da sua tutela pelos
demais ramos do Direito. 
IMPORTANTE! O princípio da insignificân-
cia é desdobramento lógico da fragmentari-
edade.
b) Princípio da subsidiariedade: a atuação
do Direito Penal é cabível unicamente quando
os outros ramos do Direito e os demais meios
estatais de controle social tiverem se revelado
impotentes para

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais