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Especializado para condutores de veículos de emergência Educação presencial ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA Diretoria Executiva Nacional Assessoria de Desenvolvimento Pro� ssional Educação Presencial Especializado para Condutores de Veículos de Emergência Material do aluno Julho/2018 Fale conosco 0800.7282891 www.sestsenat.org.br Especializado para condutores de veículos de emergência: material do aluno. – Brasília: SEST/SENAT, 2018. 142 p. : il. 1. Trânsito - legislação. 2. Primeiros socorros. 3. Acidente de trânsito. 4. Relações humanas. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. CDU 656:614.882 5 ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA Módulo I - Legislação ...................................................................................................... 11 Unidade 1 - Legislação de Trânsito ................................................................................ 13 1 O Código de Trânsito Brasileiro ........................................................................................15 2 Atualização de Requisitos para a Matrícula no Curso Especializado ............................15 3 Categorias de Habilitação e Relação com Veículos Conduzidos ...................................15 4 Documentação Exigida para Condutor e Veículo ............................................................16 5 Sinalização Viária .................................................................................................................18 6 Infrações, Crimes de Trânsito e Penalidades ....................................................................18 7 Regras Gerais de Estacionamento, Parada, Conduta e Circulação .................................23 Resumindo ...............................................................................................................................25 Consolidando conteúdos .......................................................................................................25 Unidade 2 - Legislação Especí� ca para Veículos de Emergência .................................. 27 1 Os Principais Instrumentos Legais ....................................................................................29 2 As Características do Veículo de Transporte de Emergência .........................................30 3 Quais são os Equipamentos Obrigatórios do Veículo de Transporte de Emergência? 32 4 Requisitos do Condutor de Transporte de Emergência ..................................................34 5 A Necessária Inspeção do Veículo de Transporte de Emergência .................................35 6 O que fazer com as Multas por Infrações de Trânsito? ....................................................36 Resumindo ...............................................................................................................................37 Consolidando conteúdos .......................................................................................................37 Módulo II - Direção Defensiva ....................................................................................... 39 Unidade 1 - Direção Defensiva – Parte 1 ....................................................................... 41 1 Acidente Evitável ou Não Evitável ....................................................................................43 2 Entendendo as Condições Adversas ..................................................................................43 2.1 Condições Adversas de Luminosidade .........................................................................43 2.2 Condições Adversas de Tempo ou Clima ......................................................................44 2.3 Condições Adversas da Via .............................................................................................46 2.4 Condições Adversas do Tráfego ......................................................................................46 6 2.5 Condições Adversas do Veículo ......................................................................................46 2.6 Condições Adversas da Carga .........................................................................................47 2.7 Condições Adversas do Motorista ..................................................................................47 3 As Relações Existentes entre o Fator Humano e os Acidentes de trânsito ....................48 4 Como Ultrapassar e Ser Ultrapassado ...............................................................................48 5 O Acidente de Difícil Identi� cação da Causa ...................................................................49 Resumindo ...............................................................................................................................49 Consolidando conteúdos .......................................................................................................50 Unidade 2 - Direção Defensiva – Parte 2 ....................................................................... 51 1 Como Evitar Acidentes com Outros Veículos ..................................................................53 1.1 Como Evitar Colisão com o Veículo de Trás .................................................................54 1.2 Como Evitar Colisão Frontal ...........................................................................................55 1.3 Como Evitar Colisão nos Cruzamentos .........................................................................56 2 Como Evitar Acidentes com Pedestres e Outros Integrantes do Trânsito ...................57 2.1 Colisões na Marcha à Ré ..................................................................................................58 2.2 Atropelamentos .................................................................................................................58 2.3 Colisões com Objetos Fixos .............................................................................................58 2.4 Colisões com Bicicleta ......................................................................................................59 2.5 Colisões com Motocicletas e Congêneres ......................................................................59 2.6 Colisões com Animais ......................................................................................................60 3 A Importância de Ver e Ser Visto .......................................................................................60 Resumindo ...............................................................................................................................61 Consolidando conteúdos .......................................................................................................61 Unidade 3 - Direção Defensiva – Parte 3 ....................................................................... 63 1 A Importância do Comportamento Seguro na Condução de Veículos Especializados .........................................................................................................................65 1.1 Os Cinco Elementos da Direção Defensiva ...................................................................66 2 Comportamento Seguro e Comportamento de Risco – Diferença que Pode Poupar Vidas ..........................................................................................................................68 3 Estado Físico e Mental do Condutor .................................................................................70 3.1 Fadiga e Sono ..................................................................................................................70 7 3.2 Álcool .................................................................................................................................703.3 Drogas e Medicamentos ...................................................................................................71 3.4 Aspectos Psíquicos ...........................................................................................................71 Resumindo ...............................................................................................................................71 Consolidando conteúdos .......................................................................................................72 Módulo III - Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social ............................................................................................................... 73 Unidade 1 - Noções de Primeiros Socorros .................................................................. 75 1 Os Primeiros Socorros .......................................................................................................77 2 As Primeiras Providências ..................................................................................................77 3 Veri� cação das Condições Gerais da Vítima de Acidente de Trânsito ..........................78 3.1 Vítima Inconsciente ..........................................................................................................78 3.2 Veri� cando as Condições Gerais da Vítima ..................................................................79 4 Cuidados com a Vítima ou Enfermo .................................................................................80 4.1 Cuidados na Movimentação da Vítima e o Transporte de Emergência ......................80 4.2 Procedimentos em Caso de Queimaduras em Geral ....................................................82 4.3 Procedimentos em Caso de Parada Cardiorrespiratória ..............................................83 4.4 Procedimentos em Casos de Ferimento com Hemorragia ..........................................85 Resumindo ...............................................................................................................................86 Consolidando conteúdos .......................................................................................................87 Unidade 2 - Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social .......................................... 89 1 Respeito ao Meio Ambiente ................................................................................................91 1.1 O Veículo como Agente Poluidor do Meio Ambiente ..................................................91 1.2 Regulamentação do CONAMA sobre Poluição Ambiental causada por Veículos ....92 1.3 Poluição: Conceito, Causas e Consequências ................................................................93 1.4 A Manutenção Preventiva do Veículo ...........................................................................94 2 O Convívio Social ...............................................................................................................95 2.1 O Indivíduo, o Grupo e a Sociedade ...............................................................................96 2.2 Relacionamento Interpessoal ..........................................................................................96 2.3 O Indivíduo como Cidadão .............................................................................................97 8 2.4 A Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor e o CTB .......................................97 Resumindo ...............................................................................................................................98 Consolidando conteúdos .......................................................................................................98 Módulo IV - Relacionamento Interpessoal .................................................................. 101 Unidade 1 - Relacionamento Interpessoal – Parte 1 ................................................... 103 1 Aspectos do Comportamento e de Segurança na Condução de Veículos de Emergência .......................................................................................................................105 2 Comportamento Solidário no Trânsito ...........................................................................107 3 Responsabilidade do Condutor em relação aos demais Atores do Processo de Circulação .........................................................................................................................108 Resumindo .............................................................................................................................110 Consolidando conteúdos .....................................................................................................110 Unidade 2 - Relacionamento Interpessoal – Parte 2 ................................................... 113 1 Respeito às Normas estabelecidas para Segurança no Trânsito ....................................115 2 Papel dos Agentes de Fiscalização de Trânsito ...............................................................116 Resumindo .............................................................................................................................118 Consolidando conteúdos .....................................................................................................119 Unidade 3 - Relacionamento Interpessoal – Parte 3 ................................................... 121 1 Atendimento aos Diversos Tipos de Usuário ................................................................123 2 Características dos Usuários de Veículos de Emergência .............................................125 3 Cuidados Especiais na Condução de Veículos de Emergência .....................................126 Resumindo .............................................................................................................................128 Consolidando conteúdos .....................................................................................................129 Referências .................................................................................................................... 130 9 Comprometido com o desenvolvimento do transporte no País, o SEST SENAT oferece um programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento pro� ssional, a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo o Brasil. Sempre atento às inovações e demandas por uma educação pro� ssional de qualidade, o SEST SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da sociedade e à legislação vigente. Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do processo de ensino e aprendizagem. Bons estudos! 10 APRESENTAÇÃO Desejamos-lhe boas-vindas ao Especializado para condutores de veículos de emergência! Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui! Este curso é destinado aos condutores interessados em atuar no transporte de enfermos e vítimas de acidentes de trânsito, independente do veículo utilizado e da categoria de sua Carteira Nacional de Habilitação – CNH categorias “A”, “B”, “C”, “D” ou “E”. Outros requisitos necessários são: • Ser maior de 21 anos; • Não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da carteira nacional de habilitação – CNH, pena decorrente de crime de trânsito, bem como não estar impedidojudicialmente de exercer seus direitos. O objetivo geral do curso é proporcionar condições para que o condutor de veículos de emergência conduza o veículo com segurança e responsabilidade. O curso foi desenvolvido em quatro módulos, cujos temas e carga horária seguem criteriosamente o estabelecido na Resolução nº 168, de 14 de dezembro de 2004, e na Resolução nº 285, de 29 de julho de 2008, ambas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Os módulos são: Legislação de Trânsito; Direção Defensiva; Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social; Relacionamento Interpessoal. Os módulos do Especializado para condutores de veículos de emergência estão divididos em unidades para facilitar o aprendizado. Nesse sentido, esperamos que este Curso seja muito proveitoso para você! No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos que se pretende alcançar. Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho. Bom trabalho! MÓDULO I LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO UNIDADE 01 LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO O Código de Trânsito Brasileiro UNIDADE 01 - LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Quais as categorias de habilitação e sua relação com os veículos conduzidos? Qual a documentação exigida do condutor e do veículo? Quais as principais infrações, crimes de trânsito e penalidades? O pro� ssional de transporte de emergência sofre uma carga adicional de estresse muito maior do que a de um condutor comum no trânsito, pois muitas vezes precisa agir com grande presteza e determinação e, ao mesmo tempo, manter a calma e a prudência. Isso exige, além do per� l adequado, que ele receba formação e treinamento de excelente qualidade. Nesta primeira unidade, apresentaremos o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), abordando: atualização de requisitos para matrícula no curso especializado, categorias de habilitação, documentação exigida do condutor e do veículo, sinalização viária, infrações, crimes de trânsito e penalidades, regras de estacionamento, parada, conduta e circulação. 15 1 O CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO De acordo com Gomes (2015) e Pazetti (2015), o Brasil possui um conjunto de leis que regem e disciplinam o trânsito nas vias terrestres. A principal delas é a Lei nº 9.503/1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Além do CTB, existem a legislação complementar, as Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), as Portarias do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e outras regulamentações estaduais e municipais. 2 ATUALIZAÇÃO DE REQUISITOS PARA A MATRÍCULA NO CURSO ESPECIALIZADO De acordo com a Resolução CONTRAN no 455/2013, que alterou dispositivos das Resoluções CONTRAN nos 168/2004 e 285/2008, foi retirada a exigência ao candidato do Curso Especializado sobre “não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 (doze) meses”. Com isso, os requisitos atuais são os seguintes: • ser maior de 21 anos; • estar habilitado em uma das categorias “B”, “C”, “D” e “E”; • não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, de cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), pena decorrente de crime de trânsito, bem como não estar impedido judicialmente de exercer seus direitos. 3 CATEGORIAS DE HABILITAÇÃO E RELAÇÃO COM VEÍCULOS CONDUZIDOS Quanto às categorias de CNH e autorizações (CTB, Anexos I e II da Resolução CONTRAN no 168/2004), elas podem ser: 16 • autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): habilita o condutor a conduzir ciclomotores até 50 (cinquenta) cilindradas; • categoria A: quali� ca a conduzir veículos automotores de 2 (duas) ou 3 (três) rodas, com ou sem carro lateral; • categoria B: quali� ca a conduzir veículos automotores com ou sem reboque, com peso bruto total (PBT) de até 3.500 kg e lotação máxima de 8 (oito) lugares, fora o do condutor; D IC A S Consoante a Lei no 13.097/2015, o trator de roda e as máquinas agrícolas podem ser conduzidos em via pública também por condutor habilitado na categoria B. • categoria C: permite dirigir todos os veículos da categoria B e tratores, máquinas agrícolas e veículos de carga com mais de 3.500 kg de PBT, com ou sem reboque, desde que o reboque tenha menos de 6.000 kg de PBT; • categoria D: permite dirigir todos os veículos das categorias B e C e veículos de passageiros com lotação maior que 8 (oito) lugares; • categoria E: quali� ca conduzir todos os veículos das categorias B, C e D, trailers e veículos que rebocam unidades com mais de 6.000 kg de PBT ou com lotação superior a 8 (oito) passageiros. Há, ainda, as denominadas especializações dentro das categorias de CNH, quais sejam: transporte coletivo de passageiros, transporte de escolares, transporte de emergência, transporte de produtos perigosos, transporte de carga indivisível, mototáxi e motofrete. LEMBRE-SE 4 DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA PARA CONDUTOR E VEÍCULO Em relação à documentação do condutor, este deve portar, obrigatoriamente, o documento original de habilitação correspondente à categoria do veículo que estiver conduzindo, dentro do prazo de validade (CTB, art. 159). Os documentos que identi� cam o condutor são os seguintes: 17 • permissão para Dirigir (PPD): documento válido por 1 (um) ano; • autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): dentro do prazo de validade; • carteira Nacional de Habilitação (CNH): a atual CNH contém foto e os números dos principais documentos do condutor, prestando como documento de identi� cação no território nacional; • documento de Identi� cação: obrigatório para condutores portadores de CNH sem foto. • o atual modelo da CNH traz o número do Registro Nacional dos Condutores Habilitados (RENACH) (CTB, Anexo I) — que é estabelecido no início do processo de habilitação – e usado para atendimento ou autuação do condutor em qualquer Unidade da Federação; • a Lei no 13.103/2015 – conhecida como a Lei dos Motoristas Pro� ssionais – acrescentou o art. 148-A na Lei no 9.503/1997 (CTB), estabelecendo que os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a exames toxicológicos para a habilitação e renovação da Carteira Nacional de Habilitação. Em relação à documentação dos veículos, o pro� ssional deve estar atento aos seguintes documentos: • certi� cado de Registro do Veículo (CRV) (CTB, art. 121): é o documento de porte não obrigatório — que deve ser mantido em local seguro – e serve para transferir de propriedade, alterar o endereço do proprietário ou alterar as características do veículo; No CRV constam as características de identi� cação do veículo. As mais importantes são: o número do Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM), placa e número do chassi. Também, é possível observar: número do motor, cor, marca, modelo, categoria, capacidade, nome e endereço do proprietário, placa do veículo. • certi� cado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV): documento de porte obrigatório, em que constam, além dos dados do veículo, informações sobre o pagamento do IPVA, do Seguro Obrigatório (DPVAT) e ano em exercício; 18 • seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres: é o seguro obrigatório que deve ser pago anualmente por todos os proprietários de veículos automotores. Serve para indenizar as vítimas de acidentes de trânsito envolvendo veículos automotores em caso de morte (R$ 13.500,00), invalidez permanente (até R$ 13.500,00) e reembolso de despesas médicas e hospitalares (até R$ 2.700,00). 5 SINALIZAÇÃO VIÁRIA A sinalização viária é composta de (CTB, art. 87): • sinalização vertical (placas); •sinalização horizontal (faixas, marcas, símbolos e legendas); • dispositivos de sinalização auxiliar (cones, sonorizadores, tapumes, marcadores); • luminosos (semáforos); • sonoros (apitos); • gestos do agente de trânsito e do condutor. A sinalização tem a seguinte ordem de prevalência: • as ordens dadas pelos agentes de trânsito prevalecem sobre as normas de circulação e outros sinais; • as indicações dos semáforos têm preferência sobre os demais sinais; • as indicações dos sinais prevalecem sobre as demais normas de trânsito. LEMBRE-SE 6 INFRAÇÕES, CRIMES DE TRÂNSITO E PENALIDADES Infração de trânsito é qualquer desobediência às leis e normas contidas no CTB, resoluções e portarias. Para que você tenha uma ideia das sanções impostas aos infratores e aplicadas pelo DETRAN, Prefeituras, Polícias Rodoviárias e outros órgãos com jurisdição sobre a via, atente ao rol a seguir: 19 • advertências por escrito: têm � nalidade educativa, no caso de infração leve ou média, infratores não reincidentes e com boa conduta; • multas: impostas à maior parte das infrações, com anotação de pontos no prontuário do infrator e são proporcionais à gravidade da infração; • suspensão do direito de dirigir: adotada em certos crimes e infrações, ou quando for excedido o número máximo admissível de pontos no prontuário; • retenção do veículo: prevê a retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado; • cassação da CNH: cancelamento de� nitivo do documento de habilitação, obrigando o infrator a reiniciar o processo de habilitação; • cassação de Permissão para Dirigir (PPD): sujeita o infrator a reiniciar o processo de habilitação; • curso de Reciclagem: é obrigatório ao infrator com direito de dirigir suspenso, ou que tenha provocado acidente grave, ou ainda, que tenha sido condenado por delito de trânsito. 20 D IC A S Além das sanções descritas, há determinadas medidas administrativas que podem ser impostas pelo agente de trânsito no local da infração, em função da ocorrência: retenção do veículo, remoção do veículo, recolhimento do documento de habilitação (CNH ou PPD), recolhimento do Certi� cado de Registro, recolhimento do Certi� cado de Licenciamento Anual, transbordo do excesso de carga, teste de alcoolemia ou perícia, realização de exames e recolhimento de animais soltos nas vias. No que tange às multas por infrações de trânsito, elas dependem da gravidade da ocorrência e podem ser de acordo com a Tabela 1. Note que algumas das infrações gravíssimas têm o valor da multa multiplicado por 2, 3, 5, 10 20 ou 60, uma vez que a vida foi colocada em risco extremo, conforme determina a Lei 13.281, de 4 de maio de 2016.: Tabela 1: Gravidade e valores de multas Gravidade Pontos Valores (R$) Leve 3 88,38 Média 4 130,16 Grave 5 195,23 Gravíssima 7 293,47 Fonte: Brasil (1997) A Lei no 13.154/2015 estabelece que condutores das categorias C, D ou E que estejam exercendo atividade remunerada em veículo, deverão fazer um curso de reciclagem sempre que, no período de um ano, atingirem quatorze pontos pela regulamentação do CONTRAN. Por essa Lei, o empregador tem o direito de conferir a pontuação da habilitação do motorista profi ssional. A referida Lei também tornou infração gravíssima transitar pela faixa exclusiva de ônibus. Além da multa pesada e do veículo sujeito à apreensão, o motorista é penalizado com sete pontos na CNH. Assista à reportagem sobre o assunto: http://g1.globo.com/minas-gerais/videos/v/cresce- numero-de-multas-por-transitar-na-faixa-exclusiva- de-onibus-em-belo-horizonte/3809493/ SAIBA 21 As infrações que estabelecem a suspensão do direito de dirigir do condutor ou do proprietário do veículo são as elencadas: • dirigir sob a in� uência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa (CTB, art. 165 e Resolução CONTRAN no 432/2013 – “Lei Seca”); • ameaçar a segurança de pedestres ou outros veículos (CTB, art. 170); • disputar corrida por espírito de competição ou rivalidade (CTB, art. 173); • promover ou participar de competição não autorizada, racha, exibição ou demonstração de perícia (CTB, art. 174); • praticar manobras perigosas, arrancadas, derrapagens ou frenagens (CTB, art. 175); • no caso de acidente: Deixar de sinalizar, afastar o perigo, identi� car-se, prestar informações ou acatar determinações da autoridade (CTB, art. 176). • deixar de prestar ou providenciar socorro à vítima ou abandonar o local (CTB, art. 176); • transpor bloqueio policial (CTB, art. 210); • dirigir com velocidade superior à máxima permitida em até 50% em qualquer via (CTB, art. 218). A cassação do documento de habilitação é prevista nos seguintes casos (CTB, art. 263): • estando com o direito de dirigir suspenso, caso o condutor seja � agrado conduzindo qualquer veículo que exija habilitação; • caso o condutor reincida, no prazo de 12 (doze) meses, nas infrações previstas no CTB: art. 162, inc. III, e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175; • quando o condutor for condenado, judicialmente, por delito de trânsito; • se for comprovada irregularidade na expedição da sua habilitação, a qualquer tempo. Os crimes de trânsito estão previstos no Capítulo 19 do CTB, no Código Penal, no Código Processual Penal e na Lei no 9.009/1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Quais são os principais crimes de trânsito previstos no CTB? 22 D IC A S São os principais crimes de trânsito previstos no CTB: • praticar homicídio culposo, não intencional (CTB, art. 302); • praticar lesões corporais culposas, não intencionais (CTB, art. 303); • deixar de prestar socorro imediato, ou abandonar o local, para fugir da responsabilidade civil ou criminal (CTB, arts. 304 e 305); • dirigir sob in� uência de álcool ou de substâncias psicoativas de efeitos similares (CTB, art. 306); • participar de rachas ou competições não autorizadas (CTB, art. 308); • transitar com velocidade incompatível com a segurança e as condições locais (CTB, art. 311). Também, existem os crimes dolosos, que são mais graves e preveem penalidades e penas mais severas. Crimes dolosos, de acordo com o Código Penal, são aqueles em que o condutor teve a intenção ou a ciência de que seus atos poderiam ter consequências prejudiciais. São exemplos de crimes de trânsito dolosos: • dirigir ou permitir que alguém dirija: sem ser habilitado; com a habilitação suspensa ou cassada; embriagado ou sem condições físicas e mentais de dirigir com segurança (CTB, arts. 309 e 310); • prestar informações errôneas a policiais ou agentes de trânsito sobre qualquer aspecto de uma ocorrência (CTB, art. 312). No que tange às penalidades e penas, levando-se em conta a gravidade, as circunstâncias e a interpretação do ato criminoso consoante o Código Penal ou o CTB, temos: • suspensão da habilitação ou permissão, ou a proibição de obter a habilitação ou permissão por um prazo de 2 (dois) meses a 5 (cinco) anos (CTB, art. 293); • a violação da suspensão ou proibição: 23 A violação da suspensão ou proibição imposta sujeita o infrator à reaplicação da penalidade por igual período e multa, bem como à pena de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção (CTB, art. 307). • as penas de detenção podem variar de 6 (seis) meses a 10 (dez) anos; • além das penas e penalidades, o infrator pode ser condenado a reparar danos causados ao patrimônio público ou a terceiros, além de multa. 7 REGRAS GERAIS DE ESTACIONAMENTO, PARADA, CONDUTA E CIRCULAÇÃO Os princípios gerais das regras de circulação e conduta aos usuários das vias terrestres foram assim estabelecidos (CTB, art. 26): • abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoasou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas; • abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo. As principais normas para circulação e conduta de veículos nas vias terrestres são as seguintes (CTB, arts. 29 e 48): • a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas; • o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista; • terá preferência de passagem: a. no caso de apenas um � uxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; b. no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela; c. nos demais casos, o que vier pela direita do condutor. • quando houver várias faixas na pista, as da direita são destinadas ao deslocamento 24 dos veículos mais lentos, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade; • o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, somente poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento; • os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, tais como os veículos de emergência, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identi� cados; • nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos: No que tange à velocidade máxima permitida para a via, esta será indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito. Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será conforme mostrada na Tabela 3. Tabela 3: Velocidades máximas nas vias Vias urbanas Rodovias Estradas 30 km/h nas vias locais 40 km/h nas vias coletoras 60 km/h nas vias arteriais 80 km/h nas vias de trânsito rápido a) rodovias de pista dupla: 110 km/h para automóveis, camionetas e motocicletas 90 km/h para ônibus e micro-ônibus; b) rodovias de pista simples: 100km/h para automóveis,caminhonetas e motocicletas; 90 km/h para os demais veículos c) Nas estradas: 60 km/h 60 km/h Fonte: (CTB, art. 61) • o veículo deverá ser posicionado no sentido do � uxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da calçada (meio-� o), admitidas as exceções devidamente sinalizadas. LEMBRE-SE 25 RESUMINDO Acompanhar a evolução da legislação de trânsito permite ao condutor de veículo de emergência estar sempre atualizado, sabendo quais são seus deveres e direitos e evitando muitos problemas durante o exercício de sua atividade pro� ssional. Se você for motorista pro� ssional empregado, � que atento aos pontos acumulados na CNH. Isso demonstra o tipo de zelo que está tendo na condução — o seu empregador pode ter acesso aos dados. Reforçando um dos princípios fundamentais das regras de condução: abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, e ainda, causar danos a propriedades públicas ou privadas. 1. O atual modelo da CNH não traz o número do Registro Nacional dos Condutores Habilitados (RENACH), o qual é estabelecido no início do processo de habilitação e usado para atendimento ou autuação do condutor em qualquer Unidade da Federação. ( ) Certo ( ) Errado 2. Sobre a ordem de prevalência na sinalização de trânsito, assinale a alternativa correta: ( ) As ordens dadas pelos agentes de trânsito prevalecem sobre as normas de circulação e outros sinais. ( ) As indicações dos semáforos têm preferência sobre os demais sinais. ( ) As indicações dos sinais prevalecem sobre as demais normas de trânsito. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. 3. A violação da suspensão ou proibição imposta do direito de dirigir sujeita o infrator à reaplicação da penalidade por igual período e multa, bem como à pena de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de retenção. ( ) Certo ( ) Errado 26 4. Com relação às sanções que podem ser impostas aos infratores da legislação de trânsito, assinale a alternativa errada: ( ) As advertências por escrito têm � nalidade educativa, e são aplicadas no caso de infração leve ou média a infratores não reincidentes e com boa conduta. ( ) As multas são impostas à maior parte das infrações, com anotação de pontos no prontuário do infrator, e são proporcionais à gravidade da infração. ( ) A suspensão do direito de dirigir é adotada em certos crimes e infrações, ou quando for excedido o número máximo admissível de pontos no prontuário. ( ) A apreensão do veículo prevê o recolhimento em depósito do órgão responsável, e o infrator não necessita arcar com os ônus para a retirada. UNIDADE 02 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PARA VEÍCULOS DE 1 Os Principais Instrumentos Legais 2 As Características do Veículo de Transporte de Emergência 3 Quais são os Equipamentos Obrigatórios do Veículo de Transporte de Emergência? 4 Requisitos do Condutor de Transporte de Emergência 5 A Necessária Inspeção do Veículo de Transporte de Emergência 6 O que fazer com as Multas por Infrações de Trânsito? EMERGÊNCIA UNIDADE 02 - LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PARA VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Quais os instrumentos legais e normas que regem o transporte de emergência? Quais as características do veículo de transporte de emergência? Quais são os requisitos do condutor? A inspeção do veículo é necessária? Um dos diferenciais dos condutores no mercado é o seu grau de conhecimento sobre a legislação especí� ca da atividade. Isso evita muitos aborrecimentos não somente para ele, como para o seu contratante e todos os demais agentes envolvidos no atendimento emergencial. Nesta unidade, abordaremos os principais instrumentos legais relacionados ao transporte de emergência, as características do veículo de transporte de emergência, os equipamentos obrigatórios, requisitos do condutor, a necessária inspeção do veículo, e o que fazer com as multas por infrações de trânsito. 29 1 OS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS LEGAIS Os principais instrumentos legais relacionados ao transporte de emergência são os abaixo relacionados: • resoluções CONTRAN: estabelecem requisitos de matrícula e conteúdo programático para o curso especializado em condução de veículos de emergência; • norma ABNT 14.561:2000: especí� ca a veículos para atendimento a emergências médicas e resgate; • resolução CFM no 1.671/2003: dispõe sobre a regulamentação do atendimento pré- hospitalar e dá outras providências; D IC A S O serviço de atendimento pré-hospitalar pode ser constituído por uma ou mais unidades de atendimento, dependendo da população a ser atendida, mantendo-se uma relação mínima de uma ambulância para cada cem mil habitantes. Por unidade, entenda-se uma ambulância dotada de equipamentos, materiais e medicamentos, guarnecida por uma equipe de pelo menos dois pro� ssionais, além do condutor, treinados para oferecer suporte básico de vida sob supervisão e condições de funcionamento pré- hospitalar. • portaria ANVISA no 2.048/2002: aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência; • portaria ANVISA no 2.657/2004: estabelece as atribuições das centrais de regulação médica de urgências e o dimensionamento técnico para a estruturação e operacionalização das Centrais SAMU – 192; • resolução RDC no 50/2002 da ANVISA: aprova o Regulamento Técnico destinado ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde (incluindoáreas para ambulância); • resolução RDC no 306/2004 da ANVISA: dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde; • resolução CONAMA no 358/2005: dispõe sobre o tratamento e a disposição � nal dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. 30 No que tange às Resoluções CONTRAN, aquelas de no 455/2013 e 285/2008 — que alteraram a Resolução CONTRAN no 168/2004 – estabelecem, entre outras, as normas gerais de cursos e treinamentos para os condutores de veículos de emergência. De acordo com as aludidas Resoluções do CONTRAN, ao � nal do Curso, o condutor deverá ser capaz de: • conduzir os veículos de transporte de emergência de acordo com as técnicas aprendidas, com respeito à legislação de trânsito e execução das manobras necessárias para o rápido e seguro transporte de pacientes e da equipe de atendentes; • ter atitude e agir prontamente em situações de imprevisto ou de ocorrências eventuais; • � car desperto em relação ao que ocorre dentro e fora do veículo de laboro; • colocar em prática as obrigações, procedimentos e hábitos de um condutor consciente – tanto em relação às pessoas transportadas quanto aos veículos; • identi� car os principais equipamentos de um veículo de emergências, bem como suas características e funções. 2 AS CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO DE TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA Para Fiandi (2013), embora a ambulância e as UTIs móveis sejam os veículos mais representativos desse tipo de transporte, há outros que também são incluídos nesse grupo, tais como os veículos o� ciais da polícia e dos bombeiros militares. 31 As ambulâncias constituem um tipo de veículo de emergência e são veículos destinados, exclusivamente, ao transporte de enfermos, feridos e acidentados. As características físicas e operacionais dos veículos de emergência devem obedecer à NBR 14.561:2000, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Quanto à classi� cação das ambulâncias utilizadas no transporte terrestre, estas podem ser: • tipo A (Ambulância de Transporte): são os veículos destinados ao transporte, em posição deitada, de pacientes que não apresentem risco de morte, para remoções simples e de caráter eletivo. Sua tripulação mínima: um motorista; • tipo B (Ambulância de Suporte Básico): são os veículos destinados ao transporte entre hospitais de paciente com risco de morte conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de morte desconhecido, que não necessite de intervenção médica no local ou durante o transporte. Sua tripulação mínima: motorista com treinamento em atendimento pré-hospitalar (APH); • tipo C (Ambulância de Resgate): são os veículos de atendimento de urgências pré- hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento. Sua tripulação mínima: dois pro� ssionais com treinamento em APH e resgate e motorista com treinamento em APH; • tipo D (Ambulância de Suporte Avançado – ASA ou UTIs móveis): são os veículos destinados ao transporte de pacientes de alto risco, de emergências pré-hospitalares e transporte entre hospitais. Devem contar com os equipamentos médicos necessários para tais funções. Sua tripulação mínima: médico, enfermeira e motorista com treinamento em APH. • tipo E (Ambulância de Suporte Avançado): São veículos destinados ao transporte primário receba suporte intensivo de vida durante o transporte; equipamentos e materiais para atendimento a emergências no local assim como durante o transporte; radiocomunicação de duas vias; e, quando necessário, equipamento para resgate leve (NBR 14.561:2000). De forma geral, o veículo para atendimento a emergências médicas e resgate é aquele que incorpora: um compartimento para motorista, um compartimento para paciente que acomode um socorrista (médico, paramédico, enfermeiro ou técnico em emergências médicas) e dois pacientes em maca (um paciente localizado na maca primária e um paciente secundário em maca dobrável localizada sobre o assento da tripulação), posicionados de forma que o paciente 32 de pacientes de alto risco de emergência, são aeronaves de transporte médico, de asa � xa ou rotativa utilizada para transporte interhospitalar de pacientes e aeronaves de asa rotativa para ações de resgate. Os equipamentos para esses veículos são homologados pelo Departamento de Aviação Civil- DAC. A equipe mínima deverá ser composta por piloto, um médico, e um enfermeiro. Para atendimento em casos de salvamento, é indispensável a presença de um pro� ssional capacitado para tal. • tipo F (Embarcações de Transporte Médico): veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítma ou � uvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento conforme sua gravidade; A equipe médica deve ser minimamente composta pelo condutor e por um técnico em enfermagem, em casos de atendimento básico, e um médico e enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida; Há, também, as motolâncias, as quais se inserem em um contexto no qual se busca a excelência do atendimento, pois seu tempo de resposta é menor. É uma solução para locomoção mesmo em condições de tráfego ruim nas grandes cidades e também para o difícil acesso em áreas remotas. 3 QUAIS SÃO OS EQUIPAMENTOS OBRIGATÓRIOS DO VEÍCULO DE TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA? De acordo com Fiandi (2013), as ambulâncias devem estar equipadas, no mínimo, com: • sinalizadores óticos e acústicos; • extintores de pó químico seco conforme o exigido para o tipo de veículo, � tas e cones de sinalização para isolamento; • equipamentos de radiocomunicação � xos (obrigatório para ambulâncias em que se realiza o APH); • macas com rodas; • suportes para soro e oxigênio medicinal; • maletas de emergência contendo: estetoscópio adulto, luvas descartáveis, esparadrapo, es� gmomanômetro adulto e infantil e pacote de gaze estéril. 33 Dependendo do tipo de ambulância, outros equipamentos deverão estar disponíveis. As sirenes podem ser de dois tipos: • sirene elétrica (eletromecânica): dispositivo de advertência sonora que produz o som através de um motor elétrico que aciona um disco giratório perfurado. Somente é produzido um tipo de advertência sonora, porém, o nível pode ser variado de acordo com a velocidade do motor; • sirene eletrônica: dispositivo de advertência sonora que produz o som eletronicamente por meio de ampli� cadores e alto-falantes eletromagnéticos. Vários tipos de sons podem ser produzidos, tais como: contínuos, intermitentes ou simulação de buzinas a ar. 3.1 Equipamento de Comunicação De acordo com a NBR 14561:2000, o veículo de resgate deve estar con� gurado para o uso de rádios, móveis e portáteis, intercomunicadores, alto-falantes, sirene eletrônica e sistema de telemetria. Esses sistemas devem ser instalados de acordo com as necessidades especí� cas e estar prontos para o uso. Os equipamentos de comunicação devem atender às normas aplicáveis pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e as que forem requeridas localmente para radiocomunicação de emergência. Cada tipo de serviço de emergência disponibilizado por instituições públicas ou privadas possuem seus procedimentos para regulação dos serviços e, de forma geral, contam com uma Central de Operação. 34 Nas comunicações de emergência, os pro� ssionais utilizam uma linguagem especí� ca de comunicação, formada pelos códigos do “Q” e do “J”, que tem como objetivo facilitar, agilizar e restringir a comunicação. A linguagem utilizada com a Central de Operação deve ser adequada e ágil, utilizando códigos para maior e� ciência e sigilo na troca de informações entre a Central e equipes móveis. Veja, por meio do link abaixo, os principais códigos do “Q” e do “J” utilizados nos serviços de emergência:https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_ Internacional_Q SAIBA 4 REQUISITOS DO CONDUTOR DE TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA Para Fiandi (2013), no cotidiano do exercício de sua atividade pro� ssional, o condutor de veículos de emergência está envolto em situações de elevado nível de estresse, que exigem a aplicação da inteligência emocional. Além disso, o mercado de trabalho estabelece alguns requisitos para o condutor: • quali� cação: diz respeito ao conhecimento especí� co que habilita o condutor para a função, adquirido por meio de cursos e treinamentos e amadurecido pela prática e experiência; • conduta pro� ssional: está relacionada aos padrões pessoais de atitude e que in� uenciam no desempenho das funções. Uma conduta pro� ssional do motorista de veículos de emergência requer: pontualidade, boa imagem pessoal, obediência às normas e orientações, e respeito aos colegas e pacientes. • conhecimento: representa o domínio do que é necessário para o exercício pro� ssional, tais como o conhecimento do veículo e de seus equipamentos, das leis de trânsito e transporte, e dos procedimentos de rotina e emergenciais; 35 • aptidão: tem relação com as qualidades pessoais, tais como as características físicas e psicológicas, que ajudam no desempenho de uma função. Por exemplo, um condutor de veículo de emergência deve ser possuidor de boa resistência física, equilíbrio emocional, destreza no volante, e ser responsável; • habilidade: signi� ca a forma de executar, com maestria, uma tarefa. Saber dirigir é uma aptidão, contudo, conduzir de forma cuidadosa o veículo, sem envolver-se em acidentes, é uma habilidade! Você sabe o que signi� ca a Estrela da Vida? A Estrela da Vida, em sua cor azul, é uma estrela de seis pontas reconhecida como símbolo da Emergência Médica e é usada em ambulâncias e uniformes. Veja mais detalhes acerca da Estrela da Vida e as regras para a sua utlização no link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrela_da_Vida SAIBA 5 A NECESSÁRIA INSPEÇÃO DO VEÍCULO DE TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA Consoante a Academia Americana de Cirurgiões Ortopedistas (AAOS, 2013), Fiandi (2013) e Malagutti (2012), o condutor de veículo de emergência é responsável pela realização de inspeção preventiva, incluindo o funcionamento dos itens obrigatórios, toda vez que assumir o seu turno de trabalho. Normalmente, o resultado da inspeção pode ser consolidado em uma � cha de inspeção contendo a placa da ambulância, o nome do motorista, a quilometragem, a data, o horário e as não conformidades encontradas, para que sejam sanadas pela área de manutenção antes que o próximo motorista assuma a direção do veículo. 36 D IC A S É importante que o condutor anote todas as ocorrências e anormalidades encontradas no veículo, e as comunique, formalmente, ao responsável pela área de manutenção. Esse procedimento comprova que houve o cuidado necessário para evitar qualquer tipo de acidente em que a vítima poderia ser o motorista do próximo turno, o paciente, a equipe médica e até mesmo você próprio, caso não se realizassem os reparos! São elementos de veri� cação obrigatória pelo condutor: • funcionamento da sirene e das luzes de emergência; • funcionamento dos faróis, do pisca alerta, da luz de ré e de freio; • nível de combustível; • nível de óleo do motor, do sistema de frenagem, da direção hidráulica e do sistema de transmissão; • níveis do reservatório de água do sistema de arrefecimento e do limpador do para- brisas; • condições das mangueiras de combustível, de óleo e de água; • condições das correias do motor; • funcionamento das palhetas do limpador do para-brisas; • condições dos � ltros de ar da admissão e de óleo do motor; • condições dos pneus e sua calibragem; • condições dos cintos de segurança, freio de mão e espelhos retrovisores; • condições dos extintores da cabine e do compartimento do paciente. Além disso, esteja atento aos requisitos gerais para os veículos de transporte de emergência: • os veículos devem ser mantidos em bom estado de conservação e em condições de operação, inclusive seus itens obrigatórios; • os sinalizadores sonoros e luminosos somente devem ser empregados durante os atendimentos de emergência ou transporte de pacientes; • as macas devem possuir sistemas de � xação ao veículo e cintos de segurança em condições de uso. 37 6 O QUE FAZER COM AS MULTAS POR INFRAÇÕES DE TRÂNSITO? Quando ocorrerem infrações de trânsito no transporte de emergência, é importante que o condutor perceba duas situações possíveis: • quando o veículo está registrado no nome de pessoa física: as multas são emitidas em nome do proprietário e os pontos são registrados em sua CNH, salvo se apresentar os dados do condutor responsável pela infração dentro do prazo requisitado; • quando o veículo está registrado no nome de pessoa jurídica: cabe à empresa indicar os condutores que cometeram a infração, sendo os pontos lançados em suas respectivas CNHs. A empresa é responsável pelo pagamento das multas, estando a seu critério cobrá-las ou não de seus motoristas. RESUMINDO As ambulâncias constituem um tipo de veículo de emergência e são veículos destinados, exclusivamente, ao transporte de enfermos, feridos e acidentados. As características físicas e operacionais dos veículos de emergência devem obedecer à NBR 14.561:2000. Uma conduta pro� ssional do motorista de veículos de emergência requer: pontualidade, boa imagem pessoal, obediência às normas, e orientações e respeito aos colegas e pacientes. Lembre-se que é importante que o condutor anote todas as ocorrências e anormalidades encontradas no veículo, e as comunique, formalmente, ao responsável pela área de manutenção. Veja, no link abaixo, a agilidade e rapidez no atendimento emergencial. Acompanhe a rotina do SAMU e debata com seus colegas sobre a importância do papel do condutor do veículo de emergência: https://www.youtube.com/watch?v=AozWzxzSeVo SAIBA 38 1. O resultado da inspeção do veículo de emergência pode ser consolidado em uma � cha de inspeção contendo a placa da ambulância, o nome do motorista, a quilometragem, a data, o horário e as não conformidades encontradas para que sejam sanadas pela área de manutenção antes que o próximo motorista assuma a direção do veículo. ( ) Certo ( ) Errado 2. São os veículos destinados ao transporte, em posição deitada, de pacientes que não apresentem risco de morte, para remoções simples e de caráter eletivo. Sua tripulação mínima requer um motorista. Está-se falando de qual tipo de ambulância? ( ) Tipo A (Ambulância de Transporte) ( ) Tipo B (Ambulância de Suporte Básico) ( ) Tipo C (Ambulância de Resgate) ( ) Tipo D (Ambulância de Suporte Avançado – ASA ou UTIs móveis) 3. A empresa é responsável pelo pagamento das multas, não estando a seu critério cobrá-las ou não de seus motoristas. ( ) Certo ( ) Errado 4. Constituem requisitos que o mercado de trabalho estabelece para o condutor de veículos de emergência: ( ) Quali� cação ( ) Conduta pro� ssional ( ) Conhecimento ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. MÓDULO II DIREÇÃO DEFENSIVA UNIDADE 01 DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 1 1 Acidente Evitável ou Não Evitável 2 Entendendo as Condições Adversas 3 As Relações Existentes entre o Fator Humano e os Acidentes de trânsito 4 Como Ultrapassar e Ser Ultrapassado 5 O Acidente de Difícil Identifi cação da Causa UNIDADE 01 - DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 1 O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Será que todo acidente é evitável? Como o condutor de veículo de emergência deve agir nas situações adversas? Existe relação entre o fator humano e os acidentes de trânsito? Como o condutor deve ultrapassar e ser ultrapassado? Para que o condutor de veículode emergência possa agir de forma segura e correta durante o exercício pro� ssional de sua atividade, deve estar preparado para lidar com as mais variadas situações cotidianas, desde aquelas que dizem respeito a si próprio, até àquelas referentes às condições da via. Nesta unidade, abordaremos o acidente evitável ou não evitável, as condições adversas de luminosidade, tempo, via, tráfego, veículo e motorista, as relações existentes entre o fator humano e os acidentes de trânsito, como ultrapassar e ser ultrapassado, e o acidente de difícil identi� cação da causa. 43 1 ACIDENTE EVITÁVEL OU NÃO EVITÁVEL Para Cardo (2015) e Andrade (2012), dirigir de forma segura inclui habilidade em controlar o veículo, de maneira que não haja envolvimento em acidentes, apesar das ações incorretas dos outros usuários da via e das di� culdades advindas das condições adversas de luminosidade, tempo, trânsito, veículo, via, condutor e pacientes socorridos. Daí se pergunta: todo acidente é evitável? Em regra, sim, porque sempre haveria algo que poderia ter sido feito para evitá-lo, se alguém tivesse usado a razão e o bom senso. Um acidente é evitável por um, pelo outro, por ambos ou até por terceiros, que podem, de algum modo, estar envolvidos nas causas do acidente. Exemplo: um mecânico que não aperta devidamente os parafusos da roda e esta se solta, provocando um acidente. Existem outras pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de acidentes. Mas o principal responsável por se evitar o acidente é o motorista. 2 ENTENDENDO AS CONDIÇÕES ADVERSAS As condições adversas são as situações causadoras de acidentes, que podem ocorrer a qualquer momento, e para as quais o motorista deve estar preparado para reconhecer e saber superá-las. Tais situações podem ser geradas pelos elementos descritos a seguir. 2.1 Condições Adversas de Luminosidade Para Denatran (2016) e Cardo (2015), a luminosidade de� ciente ou em excesso afeta a nossa capacidade de ver ou de sermos vistos, seja ela natural ou arti� cial. Se o motorista não tiver condições de ver ou de ser visto perfeitamente, há um risco muito grande de ocorrerem acidentes. 44 Pode haver ofuscamento da visão causado pelo farol alto de um veículo que vem em sentido contrário ou pela luz solar incidindo diretamente nos olhos do condutor. Quando estiver conduzindo em rodovias, opte por deslocar-se com o farol baixo aceso, assim você contribui para que os outros motoristas possam identi� cá-lo com facilidade. Tome cuidado com o uso indevido dos faróis. A vista humana pode levar até 7 segundos para se recuperar de um ofuscamento. Um veículo a uma velocidade de 80 km/h percorre uma distância superior ao tamanho de um campo de futebol antes que seu condutor recupere a visão plena. Em geral, o alcance do farol alto de seu veículo é de, aproximadamente, 120 metros. LEMBRE-SE No período noturno, ocorre uma redução da visibilidade e, em função disso, o motorista deve conduzir com velocidade menor e aumentar a distância de segurança. É importante tomar cuidados especiais ao dirigir nos períodos noturnos, pois a visibilidade humana nessas circunstâncias � ca reduzida para 1/6 da capacidade que tem durante o dia. 2.2 Condições Adversas de Tempo ou Clima Para o DENATRAN (2016) e Cardo (2015), a ocorrência de chuva, granizo, vento forte e neblina afetam a percepção e o controle do veículo e grande parte dos acidentes ocorre em dias chuvosos. Isso acontece porque, com a chuva, a pista � ca escorregadia. 45 Por isso, ao dirigir com pista molhada ou em dias chuvosos — independentemente da quantidade de água na pista — diminua a velocidade, aumente a distância de outros veículos, não utilize o freio, nem tampouco mude de direção bruscamente. D IC A S Com a pista molhada, pode ocorrer o que se chama de aquaplanagem ou hidroplanagem, que consiste na perda de controle do veículo em decorrência da diminuição do atrito e da aderência dos pneus ao solo. A falta de contato dos pneus com a pista faz com que o veículo derrape e o condutor perca seu controle, podendo causar um acidente. Além das condições de chuva, os condutores podem enfrentar situações de ventos fortes. Se os ventos forem transversais, o condutor deverá abrir os vidros e reduzir a velocidade e se os ventos forem frontais, deverá reduzir a velocidade, segurando com � rmeza o volante. Assista à reportagem que trata das condições adversas devido ao tempo e veja quais os melhores procedimentos indicados: https://www.youtube. com/watch?v=8O1Gqrf6vw8 SAIBA Durante o inverno, as estradas podem ser invadidas por neblina, o que exige dos condutores mais atenção. Analise as sugestões que visam reduzir o risco de acidentes nessa condição adversa: • acenda os faróis (luz baixa), mesmo durante o dia, caso não disponha de faróis de neblina; • reduza a velocidade, mantendo ritmo constante, sem acelerações ou reduções bruscas. • redobre a atenção; • não use luz alta; • nunca trafegue com o pisca-alerta ligado, exceto em caso de emergência ou se a via assim o permitir; • caso se faça necessário parar no acostamento, aí sim, deve ligar o pisca- alerta; • evite ultrapassagens. 46 2.3 Condições Adversas da Via As condições adversas da via estão relacionadas com a construção e conservação das vias. Curvas, largura da pista, condições da pista e acostamento, tipo de pavimento, buracos, desníveis e falta de sinalização são algumas adversidades próprias da pista, muito frequentes no país. 2.4 Condições Adversas do Tráfego As condições adversas do tráfego associam-se às situações que levam aos congestionamentos ou trânsito lento, sendo provocadas, normalmente, pelo excesso de veículos circulando em determinadas vias. Além disso, o trânsito rápido é muito perigoso, pois a maioria dos motoristas ignora a distância de segurança. Ocorrendo alguma adversidade, podem não parar o veículo a tempo, provocando colisões ou mesmo “engavetamentos”. Em regiões agrícolas, cuidado com a presença de máquinas agrícolas e bicicletas circulando sobre a pista de rolamento. LEMBRE-SE 2.5 Condições Adversas do Veículo As condições adversas do veículo estão relacionadas a pneus gastos ou mal calibrados, freios desregulados, suspensão desalinhada, direção com folga, sinaleiras e faróis com defeitos, espelhos mal regulados e/ou sujos, desajustados, vazamento de � uidos e falta de revisão. 47 2.6 Condições Adversas da Carga A carga pode se tornar uma condição adversa toda vez que qualquer um dos seguintes cuidados necessários não forem observados: • limite máximo de peso; • altura; • largura. Fatores que tornam a carga uma condição adversa: com distribuição inadequada nos eixos do veículo; sem amarras, traves de proteção ou calços; sem identi� cação de conteúdo e manuseio; sem a utilização de Rótulos de Segurança, caso necessário; inadequadamente acondicionada; com altura excessiva. 2.7 Condições Adversas do Motorista As condições físicas e mentais do motorista são um fator importante para que ele próprio não seja a adversidade. O sono, o cansaço, a embriaguez, os estados emocionais e psíquicos, isto é, as falhas humanas, têm sido as causas da grande maioria dos acidentes — realidade comprovada por estudos. Embora o motorista seja considerado uma condição adversa passível de mudança, é no entanto, a mais difícil de modi� car. A� nal, ninguém admite que dirige mal ou que está favorecendo a ocorrência de acidentes. Ser motorista defensivo é uma questão de atitude e as atitudes somente são modi� cadas quando existe, além da vontade, uma motivação intensa. 48 3 AS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE O FATOR HUMANO E OS ACIDENTES DE TRÂNSITO Você já parou para re� etir no quanto seu trabalho exige equilíbrio emocional?Essa exigência está muito acima do que se espera de um motorista comum. Motoristas que dirigem por longas distâncias estão sujeitos a extenuante cargas de trabalho, aos desgastes emocionais produzidos pelas adversidades nos ambientes de serviço e ao pouco ou nenhum contato com os colegas. Ainda, os trabalhadores de transporte de cargas são obrigados a conviver com os riscos dos assaltos, dos roubos de cargas, e da imprudência no trânsito – o que os leva ao estresse (GRISTEC, 2016; FUNENSEG, 2016). Estresse ou stress (em inglês) é o conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa e outras, capazes de perturbar o equilíbrio do corpo. Algumas dicas que o motorista pode aplicar no dia a dia, mudando seu estilo de vida, e que podem evitar o estresse: • alimente-se de maneira saudável, evitando longos períodos sem se nutrir; • não faça uso de tranquilizantes e medicamentos sem orientação médica; • evite o fumo, café e bebidas alcoólicas; • mantenha atividade física periódica, com orientação pro� ssional; • programe seus descansos e tire férias anuais; • não abandone atividades de lazer e momentos com sua família; • durma o su� ciente para seu descanso; • procure conhecer seu organismo, não ultrapassando os limites. 4 COMO ULTRAPASSAR E SER ULTRAPASSADO As situações de ultrapassagem são sempre situações de risco, principalmente quando você é obrigado a dirigir na contramão para realizar a ultrapassagem. Nesse caso, sempre há risco de ocorrer colisão frontal. Quando a situação envolver ultrapassagem, tome as seguintes atitudes: • ultrapasse somente nos locais em que a sinalização horizontal permita essa manobra; • se você estiver sendo ultrapassado, colabore; 49 A situação de risco está com o outro, mas, você também está envolvido. Reduza a velocidade, se necessário, para facilitar a manobra do outro motorista. • se você for ultrapassar, calcule bem a distância e o tempo que vai utilizar para a manobra. Considere, ainda, a velocidade do veículo que vem no sentido contrário; • Ver o Capítulo III do CTB no Artigo 29, sobre o trânsito nas vias terrestres. 5 O ACIDENTE DE DIFÍCIL IDENTIFICAÇÃO DA CAUSA As principais causas deste tipo de colisão estão relacionadas com as condições adversas, tais como: luz, tempo, via, trânsito, veículo e motorista. É preciso ter sempre em mente que, para cada condição adversa, existe uma ou mais defesas, mas, por não saber usá-las, o motorista pode se envolver em uma colisão dessa natureza. A maioria dos motoristas envolvidos não sabe a causa (quando esta for, por exemplo, um defeito mecânico), não quer dizer a causa (quando for constrangedor para o motorista, como por exemplo, ter dormido ao volante ou estar embriagado) ou ainda, não pode dizer a causa (porque morreram). RESUMINDO Existem diversas pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de acidentes. Contudo, o principal responsável por evitar o acidente é o próprio motorista. A direção defensiva combina atitudes corretas e muito planejamento, tudo isso a � m de prever as condições adversas que podem ocorrer durante a operação de atendimento emergencial. Investir nos cuidados consigo mesmo, tais como alimentação saudável, prática de exercícios físicos e convivência familiar, é um dos melhores caminhos para evitar o estresse dessa pro� ssão. O acidente de difícil identi� cação da causa – também denominado de colisão misteriosa — é o acidente de trânsito que envolve apenas um veículo. 50 1. As condições adversas são as situações causadoras de acidentes que ocorrem em momentos previamente determinados, e para as quais o condutor de veículo de emergência deve estar preparado para reconhecer e saber superar. ( ) Certo ( ) Errado 2. São condições adversas da via, exceto: ( ) Presença de buracos ( ) Falta de sinalização ( ) Existência de desníveis ( ) Ausência de equipamentos obrigatórios na ambulância 3. Quando o motorista for ultrapassar, deve calcular bem a distância e o tempo que utilizará para a manobra. Deve considerar, ainda, a velocidade do veículo que vem no sentido contrário. ( ) Certo ( ) Errado 4. Para evitar o estresse, o condutor de veículo de emergência deve: ( ) Alimentar-se de maneira saudável, evitando longos períodos sem se nutrir. ( ) Não fazer uso de tranquilizantes e medicamentos sem orientação médica. ( ) Evitar o fumo, café e bebidas alcoólicas. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. UNIDADE 02 DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 2 1 Como Evitar Acidentes com Outros Veículos 2 Como Evitar Acidentes com Pedestres e Outros Integrantes do Trânsito 3 A Importância de Ver e Ser Visto UNIDADE 02 - DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 2 O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Que importância têm as distâncias de frenagem e os tempos de reação para o condutor de veículo de emergência? Quais os principais procedimentos indicados para evitar diversos tipos de colisão? A� nal, por que o condutor deve ver e ser visto no ambiente de trânsito? Para o condutor de veículo de emergência, as suas ações no trânsito sempre devem ser previamente pensadas e calculadas. É por isso que existem conceitos, tais como as distâncias de frenagem e os tempos de reação. Além disso, não basta que uma manobra esteja correta; também, é preciso que os outros motoristas saibam que manobra irá executar. Nesta Unidade, abordaremos como evitar acidentes com outros veículos, com pedestres e outros integrantes do trânsito e a importância de ver e ser visto nesse ambiente. 53 1 COMO EVITAR ACIDENTES COM OUTROS VEÍCULOS De acordo com o Denatran (2016) e Detran/SP (2016), um veículo, quando está em movimento, necessita de tempo e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade. Com isso, o condutor deve estar inteirado sobre o que é tempo de reação, de frenagem, de parada e a distância de seguimento, entre outros conceitos. • tempo de reação é o tempo que o motorista gasta para reagir frente a um perigo; • tempo de frenagem é o tempo que é gasto desde o acionamento do mecanismo de freio, até a parada total do veículo; • tempo de parada é o tempo gasto desde que o perigo é visto até a parada total do veículo; • distância de reação é aquela percorrida pelo veículo desde que o motorista vê o perigo até tomar uma atitude; • distância de frenagem é a distância que o veículo percorre depois que o mecanismo do freio é acionado até a parada total do veículo; • distância de parada é aquela percorrida pelo veículo desde que o perigo é visto até sua parada total; • distância de seguimento é a distância entre o veículo que você está dirigindo e o que segue a sua frente, de forma que possa parar, mesmo em uma emergência, sem colidir com a traseira do outro. 54 Para que você possa ter ideia da importância de conhecer e respeitar essas distâncias, um veículo trafegando a 50 km/h pode parar em 45 metros. No entanto, se ele estiver a 70 km/h, ele precisará de 70 metros para parar. Ao trafegar atrás de outro veículo, é preciso manter distância para evitar uma colisão, caso ele freie bruscamente. Uma boa distância permite que você tenha tempo de reagir e acionar os freios diante de uma situação de emergência e haja tempo, também, para que o veículo, uma vez freado, pare antes de colidir. A colisão com o veículo que vai à frente, normalmente, acontece quando o motorista não mantém a distância de segurança, ou está desatento nas paradas onde existe um carro à frente. Para que este tipo de colisão não ocorra, o motorista deve: • concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito; • observar os sinais do motorista da frente; • olhar além do veículo à sua frente, a � m de perceber possíveis situações que possam forçá-lo a agir;• manter os vidros limpos e desimpedidos de objetos que diminuam o campo de visão; • manter a distância de segurança; • evitar as frenagens bruscas. D IC A S Pise no freio aos poucos, de modo que o veículo não derrape ou pare bruscamente. 1.1 Como Evitar Colisão com o Veículo de Trás A colisão com o veículo de trás pode levar à fratura do pescoço ou mesmo um deslocamento de coluna, dentre outros problemas. Para evitar acidentes com veículos que vêm atrás, siga alguns princípios de direção defensiva: • saiba exatamente o que fazer no trânsito; • sinalize suas intenções; • pare suave e gradativamente; • livre-se dos veículos que estão colados na traseira de seu veículo. 55 Para se livrar dos veículos que estão colados na traseira de seu veículo, facilite a ultrapassagem! LEMBRE-SE 1.2 Como Evitar Colisão Frontal A colisão frontal é o mais grave dos acidentes de trânsito e, muitas vezes, os ocupantes não conseguem sobreviver. Na sequência, são analisadas duas situações em que poderão ocorrer casos de colisão frontal e quais são os procedimentos para evitá-los. Nas retas: • não ultrapasse a velocidade máxima permitida; • mantenha-se sempre na sua mão de direção; • somente ultrapasse outro veículo se houver visibilidade su� ciente; • � que atento: Pedestres e ciclistas podem entrar, repentinamente, na pista! LEMBRE-SE Nas curvas: • perceba a curva sempre com antecedência; • veri� que o tipo de curva: D IC A S Quanto mais fechada a curva, menor deverá ser a velocidade do seu veículo! 56 • freie antes de entrar na curva e não apenas quando já estiver dentro da curva. A reunião de vários fatores — tais como velocidade, tipo de pavimento, ângulo da curva e condições dos pneus — podem provocar a saída de um veículo da sua mão de direção, empurrando-o para a contramão ou para o acostamento. A força responsável por este perigoso deslocamento chama-se força centrífuga. Em curvas para a direita, a força centrífuga empurra o veículo para a esquerda, no sentido da faixa de contramão. Ao fazer uma curva para a esquerda, a força centrífuga o empurra para a direita, no sentido do acostamento. 1.3 Como Evitar Colisão nos Cruzamentos A colisão nos cruzamentos acontece, normalmente, nas mudanças de direção, para a direita ou para a esquerda, devido à disputa pela preferência, excesso de velocidade ou até por falta de habilidade. O respeito pela preferência, a velocidade compatível e a cortesia são os melhores mecanismos de defesa para se evitar tais acidentes. Com isso, esteja atento aos seguintes pontos para se evitar colisão nos cruzamentos: • saiba exatamente para onde seguir; • reduza a velocidade; • respeite a preferência de quem transita por via superior, ou que já esteja transitando nas rotatórias; • sinalize suas intenções; • siga sempre com cuidado. 57 Nos centros urbanos, os cruzamentos são locais de pouca visibilidade. O motorista que pratica a direção defensiva abre mão da sua preferência em benefício da segurança, porque sabe exatamente o que está fazendo no trânsito e quais os riscos que corre. Um procedimento defensivo é entrar no cruzamento com o pé direito preparado para acionar o pedal do freio. Assim, a reação do motorista é imediata em uma situação de emergência. 2 COMO EVITAR ACIDENTES COM PEDESTRES E OUTROS INTEGRANTES DO TRÂNSITO Os motoristas precisam estar especialmente atentos para evitar os acidentes nos seguintes casos: • colisões na marcha à ré; • atropelamentos; • colisões com objetos � xos; • colisões com bicicletas; • colisões com motocicletas; • colisões com animais. 58 2.1 Colisões na Marcha à Ré Em uma manobra em marcha à ré, a visão do condutor é limitada. Por isso, deve-se prestar muita atenção para evitar acidentes. Observe esses procedimentos: • certi� que-se de que não há nada atrás do veículo antes de iniciar a manobra; • nas esquinas: D IC A S Não dê marcha à ré em esquinas! 2.2 Atropelamentos Como o comportamento dos pedestres não se pode prever, a melhor forma de se evitar atropelamentos é ser cuidadoso ao volante e dar sempre o direito de preferência a quem está a pé. Determinadas pessoas têm comportamentos imprevisíveis, não conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-los ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de pessoas idosas ou de pessoas com de� ciências, dentre outros. LEMBRE-SE Além disso, há locais que exigem atenção redobrada dos motoristas. Por exemplo, estatísticas mostram que muitos atropelamentos ocorrem em pontos de parada de ônibus. Esse fato mostra que, ao passar por esses locais, os motoristas precisam manter um cuidado maior ainda. 2.3 Colisões com Objetos Fixos A colisão com objetos � xos pode ocorrer nas ruas (colisão com árvores, postes) ou mesmo nas garagens, inclusive de empresas de transporte. Nas ruas, principalmente, esses acidentes podem ter consequências graves aos ocupantes dos veículos e sempre trazem danos ao patrimônio. Para evitá-los, vale a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não ultrapassando os limites de velocidades e mantendo as práticas de direção defensiva. 59 2.4 Colisões com Bicicleta A bicicleta é um veículo de propulsão humana e, dessa maneira, tem direito de trânsito como qualquer outro veículo. No entanto, muitos motoristas parecem ignorar os ciclistas, chegando a atrapalhar a circulação das bicicletas ou a colocá-las em situações de risco de acidente. Alguns cuidados e observações em relação aos ciclistas no trânsito: • a maioria dos ciclistas são menores, por isso nem sempre eles têm conhecimento de regras de trânsito; • mantenha uma distância lateral de 1,5 metros; • cuidado ao abrir as portas do veículo quando estiver estacionado ou parado; • muitos ciclistas não usam os dispositivos re� etivos previstos em lei, o que di� culta visualizá-los à noite; • a bicicleta é um veículo silencioso: Ao fazer uma curva, principalmente à direita, veja se não vem alguma bicicleta. LEMBRE-SE 2.5 Colisões com Motocicletas e Congêneres Principalmente nas cidades, os motociclistas, ciclistas, carroceiros e esqueitistas dividem o trânsito com os demais usuários. Ao mesmo tempo em que devem ter seu espaço respeitado, esses usuários, pelas suas características, exigem muita atenção dos demais condutores. Muitas vezes, os motociclistas se utilizam de manobras arriscadas, trafegando em meio a carros, ônibus e caminhões, sem maiores cuidados com a segurança. Por isso, sempre que vir uma moto, em sentido contrário ou no mesmo sentido, redobre a atenção: • mantenha uma distância segura; • cuidado nas conversões à esquerda e à direita: D IC A S Há motociclistas que costumam transitar nos “pontos cegos”! 60 • cheque constantemente os retrovisores. Ao estacionar ou parar o veículo, cuidado ao abrir as portas; • para ultrapassar uma motocicleta, aja com o mesmo padrão da ultrapassagem de veículos. 2.6 Colisões com Animais As colisões com animais na estrada são fatores de risco para os veículos, seja pela reação imprevisível de seus movimentos, ou pela atitude dos motoristas de se desviarem bruscamente, para tentar evitar a colisão. D IC A S Para evitar colisões com animais nas estradas, respeite a velocidade máxima e esteja atento à sinalização de presença de animais. 3 A IMPORTÂNCIA DE VER E SER VISTO No trânsito, tudo acontece muito rapidamente e o motorista precisa estar atento às reações e movimentos dos outros motoristas e pedestres. Atenção especial deve ser dedicada aos pontos cegos, colunas e outras partes da carroceria que possam ocultar veículos e pedestres. A correta regulagem dos espelhos retrovisores da ambulância é muito importantepara enxergar os veículos que se aproximam pela traseira ou laterais de veículo. LEMBRE-SE Tão importante quanto ver é ser visto. Utilize adequadamente os faróis, luzes indicadoras de direção, luzes de freio, pisca-alerta, luz de ré. A sinalização de suas manobras no trânsito é fundamental para que todas as pessoas que utilizam as vias possam perceber sua presença e prever seus movimentos. E você tem um motivo a mais para ser visto pelos outros motoristas: estar transportando pacientes! 61 A Lei 13.290/2016 alterou o Art. 40 do Código Brasileiro de Trânsito tornando obrigatório o uso do farol baixo em rodovias. Muitas empresas, baseadas em pesquisas que demonstram a redução dos índices de acidentes, adotam como norma o uso de faróis acessos durante o dia. RESUMINDO Quando o veículo de emergência está em movimento, valem as leis da Física: ele necessita de tempo e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade. Com isso, seja cioso das suas distâncias de segurança e dos tempos de frenagem! Para evitar colisão com objetos � xos, visto que esse tipo de acidente pode ter consequências graves aos ocupantes do veículo e sempre traz danos ao patrimônio, siga a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não ultrapassando os limites de velocidade e mantendo as práticas de direção defensiva. Lembre-se de que, no tráfego urbano, determinadas pessoas têm comportamentos imprevisíveis, não conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá- los ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de pessoas idosas ou de pessoas com de� ciência, dentre outras. Por isso, redobre sua atenção! 1. O respeito pela preferência, a velocidade compatível e a cortesia são os melhores mecanismos de defesa para evitar acidentes nos cruzamentos. ( ) Certo ( ) Errado Esteja sempre atento, pois os acidentes também ocorrem com os veículos de emergência, colocando em risco a vida dos tripulantes. Assista, no link indicado, a algumas ocorrências envolvendo ambulâncias. O primeiro vídeo se refere a um acidente em Ceilândia – DF e o segundo, a eventos em Portugal: https://www.youtube.com/watch?v=e8Bcrzj5w9E http://www.rtp.pt/noticias/pais/ambulancias- tambem-tem-acidentes_v169988 SAIBA 62 2. Acerca dos procedimentos para evitar colisão nos cruzamentos, é correto a� rmar, exceto: ( ) Saber exatamente para onde seguir. ( ) Permanecer na mesma velocidade ao entrar no cruzamento. ( ) Respeitar a preferência de quem transita por via superior. ( ) Sinalizar as intenções de manobra. 3. A correta regulagem dos espelhos retrovisores do veículo de emergência é muito importante apenas para enxergar os veículos que se aproximam pela traseira do veículo. ( ) Certo ( ) Errado 4. Assinale a alternativa correta acerca dos procedimentos para evitar colisão com motocicletas e congêneres: ( ) Manter uma distância segura. ( ) Cuidado nas conversões à esquerda e à direita. ( ) Checar constantemente os retrovisores. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. UNIDADE 03 DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 3 1 A Importância do Comportamento Seguro na Condução de Veículos Especializados 2 Comportamento Seguro e Comportamento de Risco – Diferença que Pode Poupar Vidas 3 Estado Físico e Mental do Condutor UNIDADE 03 - DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 3 O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Qual a importância do comportamento seguro na condução de veículos de emergência? Existe alguma técnica para desenvolver o comportamento seguro? Quais devem ser as atitudes do condutor no momento pós-acidente? Uma das boas notícias dos estudiosos do comportamento humano é que os comportamentos negativos podem ser dessensibilizados e o comportamentos positivos podem ser condicionados pelo hábito. Isso também pode ocorrer na adoção do comportamento seguro pelo condutor, na direção de seu veículo. Nesta unidade, estudaremos a importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados, o comportamento seguro e o comportamento de risco, o comportamento pós-acidente e o estado físico e mental do condutor. 65 1 A IMPORTÂNCIA DO COMPORTAMENTO SEGURO NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS ESPECIALIZADOS De acordo com a matéria veiculada no Jornal do Brasil em 06/11/2015 (JB, 2015), o número de mortos em acidentes ocorridos em estradas brasileiras cresceu na contramão da média mundial, a� rma levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Relatório 2015 sobre a Segurança nas Estradas no Mundo, o órgão levanta os custos humanos e econômicos de tragédias dessa espécie e aponta o Brasil como o emergente que mais apresenta violência no trânsito, do mundo. Apenas para se ter uma ideia, em 2012, o Brasil registrou, aproximadamente, 47 mil mortes no trânsito. Desse valor, apenas 42,2 mil foram efetivamente registradas. No ranking compilado da organização, que analisa números desde 2010, o trânsito brasileiro ocupa a 33ª posição no critério perigo. Quando a análise se destina apenas a nações latino-americanas, sobe para a 5ª colocação. Já no ranking com informações de 2013, o país é classi� cado como o 56º mais mortal e o 3º das Américas, atrás apenas da República Dominicana e de Belize. O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que o condutor de veículos de emergência deve ser aprovado em curso especializado com carga horária de 50 horas/aula. Os conteúdos do curso visam quali� car os condutores para transportar todos os tipos de paciente, inclusive mães com bebê, crianças, adolescentes, idosos, portadores de de� ciência física e pessoas com mobilidade reduzida. 66 Dirigir com segurança e responsabilidade é dever de todos os motoristas, ainda mais quando ele transporta pacientes, a � m de minimizar os riscos envolvidos nesta atividade. Portanto, o condutor de veículo de emergência, quando realiza manobras — tais como conversões, ultrapassagens, aproximação de cruzamentos, frenagens ou paradas para embarque e desembarque — deve ser mais cuidadoso do que os demais motoristas. Nesse sentido, o motorista precisa estar atento a cinco requisitos indispensáveis à segurança, que serão descritos em seguida. 1.1 Os Cinco Elementos da Direção Defensiva Para o DENATRAN (2015) e Andrade (2012), há uma metodologia pragmática, a ser sempre lembrada pelo condutor de veículo de emergência, que agrega cinco elementos: conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade. 1.1.1 Conhecimento Em qualquer atividade pro� ssional, é importante dominar a teoria da prática para desenvolver um bom trabalho. Dirigir não foge a esta regra. Conhecer as leis e os regulamentos de trânsito e de transporte, os procedimentos para ultrapassagem segura, o direito de preferência nas vias e uma série de outras informações são essenciais aos condutores de veículos de emergência. LEMBRE-SE 1.1.2 Atenção Você passa quantas horas por dia dirigindo o seu veículo? Já se pegou olhando alguma coisa que acontece na estrada, um acidente, um outdoor chamativo? Está sempre alerta ou se distrai passando mensagem no celular ou atendendo a alguma ligação? 67 Esteja sempre alerta para o que se passa à sua volta, para as condições de tráfego, para o limite de velocidade na via percorrida. Estar ao volante signi� ca prestar atenção constante ao trânsito, pois alguns segundos de desatenção podem signi� car acidentes. 1.1.3 Previsão Ser preventivo signi� ca lembrar-se, por exemplo, de veri� car as condições do veículo antes de uma viagem. Um motorista descuidado pode enfrentar sérios problemas, pois não há habilidade na direção que contorne uma falha mecânica. Se você consegue prever o que pode acontecer em uma viagem e se prepara para isso, você faz uma previsão mediata. Se você enfrenta a rotina do trânsito e antecipa uma possível situaçãode perigo, esta é uma previsão imediata. 1.1.4 Decisão Uma boa decisão implica o conhecimento das alternativas que se apresentam em uma determinada situação no trânsito, bem como a capacidade de se fazer uma escolha inteligente de manobra, a tempo de evitar acidentes. D IC A S No momento da situação de risco, não pode haver hesitação, sob risco de não se tomar a decisão certa e se envolver em acidentes. A ação correta é a principal ferramenta da direção defensiva, numa combinação baseada no conhecimento, atenção e previsão. 68 1.1.5 Habilidade A habilidade se desenvolve por meio do aprendizado e do desenvolvimento constante dos automatismos corretos. Teoricamente, quanto mais um indivíduo desenvolve uma ação, mais quali� cado ele estará. Porém, esta regra não pode ser considerada para o condutor, pois, a dinâmica do trânsito na prática da direção veicular faz com que ele adquira de maneira inconsciente gestos ou ações incorretas, chamadas de automatismos incorretos. Adquirir habilidades para conduzir um veículo signi� ca conhecer o veículo e seus equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os controles e saber efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação de risco. Assista ao vídeo, no link abaixo indicado, que demonstra o perigo da condução de ambulância no trânsito urbano e o corredor de motociclistas que se forma atrás do veículo: https://www.youtube.com/watch?v=l1YuHZ7BAxM SAIBA 2 COMPORTAMENTO SEGURO E COMPORTAMENTO DE RISCO – DIFERENÇA QUE PODE POUPAR VIDAS O comportamento de risco do condutor — que é contrário a todo procedimento que visa dar as condições adequadas de segurança ao transporte de emergência – abrange desde a ausência de planejamento para o transporte até a falta deliberada do uso do cinto de segurança, tanto por parte do condutor quanto por parte dos demais tripulantes e paciente. Por outro lado, de acordo com Cardo (2015), Günther (2015) e Pechansky et al. (2010), o método básico de prevenção de acidentes é um guia que todo condutor de veículo de emergência deveria levar em sua boleia. Ele possui como acrônimo as letras PDA, que vem de P (prever o perigo), D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo). Todas essas ações são interligadas: • preveja o Perigo: a previsão de possíveis situações de risco que contribuem para que os acidentes aconteçam, deve ser efetuada com bastante antecedência, podendo ser de horas, dias, ou até semanas, caracterizando a previsão mediata. D IC A S Comece a prever o perigo muito antes de chegar ao local de um possível acidente. 69 • descubra o que fazer: na maioria das vezes, os acidentes resultam de um erro do motorista. O mesmo erro que provoca um acidente leve pode causar um acidente fatal, sendo que a gravidade é determinada pela ocasião. Isso quer dizer que cada acidente, mesmo pequeno, merece ser revisto, analisando-se o erro e afastando a possibilidade de sua repetição, talvez com consequências mais sérias, e quem sabe, até mesmo fatais. Por si só, o fato de você, ao volante, ter permitido que houvesse o acidente já lhe indica que não agiu em tempo, ou não sabia como se defender, ou ainda, desconhecia o perigo. Lembre-se de que o motorista deve estar sempre preparado para enfrentar todas as situações de risco, sabendo previamente qual atitude deverá tomar em cada uma. Estar preparado para iniciar uma viagem signi� ca prever, mentalmente, o que pode acontecer — isso torna mais fácil descobrir o que fazer, ou seja, saber se defender. • aja a tempo: uma vez que você conhece o perigo e sabe qual atitude a ser tomada, aja imediatamente! Jamais espere para ver o que vai acontecer. Na maioria das vezes, os acidentes ocorrem justamente porque o motorista espera a atitude dos outros, ou ainda, espera que estes outros conheçam e respeitem as leis. D IC A S Não conte com a sorte, não pense que tudo vai dar certo, proceda como se o acidente estivesse quase acontecendo. Aja enquanto é tempo! 70 3 ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR Para Dualibi et al. (2012) e Cristo (2012), as condições físicas e mentais são muito importantes, pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e seu desempenho. Contam fatores físicos como: fadiga, capacidade de atenção, audição e visão. E fatores mentais e emocionais como: inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão. Essas características levam o motorista a dirigir com pressa ou sem atenção, com raiva, ira, calor, frustração e insegurança. 3.1 Fadiga e Sono Um motorista cansado não tem condições de dirigir com segurança. O cansaço e o sono, muitas vezes, são mais fortes do que a capacidade de permanecer acordado, e o condutor adormece sem perceber. Muitas vezes, o caminhoneiro realiza longas viagens durante o período noturno e não descansa corretamente durante o dia. Você será condutor de veículo de emergência. É importante descansar nos momentos de folga para poder dirigir com tranquilidade durante o tempo de direção. LEMBRE-SE 3.2 Álcool Para dirigir com segurança, o motorista precisa estar com boas condições físicas e mentais. O álcool, ao contrário do que se imagina, é uma droga depressora do sistema nervoso. Quando ingere bebida alcoólica, o motorista pode se envolver mais facilmente em acidentes, pois o álcool afeta o cérebro, diminuindo o senso de cuidado, torna mais lentos os re� exos, prejudica a visão e a audição, en� m, compromete toda a capacidade para dirigir. 71 3.3 Drogas e Medicamentos A automedicação é uma prática prejudicial à saúde, pois pode acarretar sérias consequências ao organismo e atrapalhar o ato de dirigir. Como o caminhoneiro normalmente está nas estradas, longe de casa, ele adia a visita ao médico mesmo quando não se sente bem, comprometendo a saúde. Por conta própria, muitas vezes recorre à automedicação. Mas, atenção! Não se deve tomar medicamentos sem prescrição médica. LEMBRE-SE 3.4 Aspectos Psíquicos As pessoas diferem muito entre si quanto aos aspectos psíquicos, e estes in� uenciam bastante na maneira de ser e agir de cada uma delas. Alguém que passou por uma emoção muito forte como, por exemplo, o falecimento de uma pessoa querida, poderá ter o seu comportamento alterado. Há pessoas que se irritam com facilidade no trânsito, outras são bem tranquilas. Há, ainda, aquelas que não se deixam abalar por fatos desagradáveis. D IC A S Independentemente do tipo psíquico do indivíduo, uma coisa é certa: ao dirigir irritado, nervoso ou sob emoções fortes, o motorista pode causar acidentes! RESUMINDO Adquirir habilidades não signi� ca ter automatismos. Antes, signi� ca conhecer o veículo e seus equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os controles e saber efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação de risco. O método básico de prevenção de acidentes possui como acrônimo as letras PDA, que vem de P (prever o perigo), D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo). As condições físicas e mentais do condutor de veículos de emergência são muito importantes, pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e seu desempenho. Contam fatores físicos (fadiga, capacidade de atenção, audição e visão) e fatores mentais e emocionais (inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão). 72 1. O condutor de veículo de emergência, quando realiza manobras — tais como conversões, ultrapassagens, aproximação de cruzamentos, frenagens ou paradas para embarque e desembarque — deve ser menos cuidadoso do que os demais motoristas. ( ) Certo ( ) Errado 2. Constituem elementos da direção defensiva no serviço de transporte de emergência, exceto: ( ) Conhecimento ( ) Atenção ( ) Previsão ( ) Indecisão 3. A automedicaçãoé uma prática prejudicial à saúde, pois pode acarretar sérias consequências ao organismo e atrapalhar o ato de dirigir. ( ) Certo ( ) Errado 4. Acerca da previsão como um dos elementos da direção defensiva no serviço de transporte de emergência, é correto a� rmar: ( ) Ser preventivo signi� ca lembrar-se, por exemplo, de veri� car as condições do veículo antes de uma viagem. ( ) O motorista que consegue prever o que pode acontecer em uma viagem e se prepara para isso, faz uma previsão mediata. ( ) Se o motorista enfrenta a rotina do trânsito e antecipa uma possível situação de perigo, ele está fazendo uma previsão imediata. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. MÓDULO III NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL UNIDADE 01 Noções de Primeiros Socorros 1 Os Primeiros Socorros 2 As Primeiras Providências 3 Verifi cação das Condições Gerais da Vítima de Aci- dente de Trânsito 4 Cuidados com a Vítima ou Enfermo UNIDADE 01 - NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA No que se baseiam os primeiros socorros? Quais as primeiras providências a serem tomadas pelo condutor de veículo de emergência? Como ocorre a veri� cação das condições gerais da vítima de acidente? Que cuidados tomar com a vítima de acidente ou contaminação? O condutor de veículo de emergência precisa estar preparado para o caso de acidentes com vítimas — saber prestar os primeiros socorros e desencadear as primeiras providências. Nesta unidade, apresentaremos a conceituação de primeiros socorros, as primeiras providências a serem tomadas pelo condutor, a veri� cação das condições gerais da vítima de acidente de trânsito e os cuidados com a vítima ou enfermo. 77 1 OS PRIMEIROS SOCORROS Primeiros socorros são o conjunto de tratamentos imediatos e temporários prestados a alguém, em caso de acidente ou mal súbito, com a � nalidade de manter as funções vitais da vítima e evitar o agravamento da situação, até se obter assistência médica. Você sabe o que é prestar os primeiros socorros? Prestar os primeiros socorros é: • avaliar a situação como um todo, no local do acidente; • chamar a ajuda da polícia, do corpo de bombeiros e dos hospitais; • sinalizar o local do acidente, garantindo a segurança e evitando novos acidentes; • dar o primeiro atendimento à vítima do acidente, tendo consciência de que você não é um pro� ssional de saúde. O seu objetivo ao prestar os primeiros socorros é tomar providências rápidas para evitar que outros acidentes não aconteçam e que se agrave o estado de saúde da vítima. LEMBRE-SE 2 AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS As primeiras providências a serem tomadas em caso de acidente de trânsito são: • isolamento e sinalização do local do acidente: isole e sinalize o local, não permitindo que pessoas ou veículos entrem. Para tanto, aja da seguinte forma: acione o pisca-alerta de veículos próximos ao local; veri� que o melhor local para a colocação do triângulo de sinalização; espalhe arbustos ou galhos de árvores no leito da via. A sinalização do local do acidente deverá estar bem visível, principalmente se o acidente tiver ocorrido em túnel, curva, ponte e quando houver neblina ou chuva. 78 • acionamento de recursos: se a equipe socorrista e os equipamentos não forem su� cientes, deve-se chamar reforço de socorro ou socorro especializado. Polícia Rodoviária Federal: 191 Polícia Militar: 190 Corpo de Bombeiros: 193 Defesa Civil: 199 SAMU: 192 Emergência da União Européia: 112 LEMBRE-SE 3 VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA VÍTIMA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO São necessários provimentos básicos nas diversas situações de emergência, podendo variar de acordo com o estado da vítima, descritos a seguir. 3.1 Vítima Inconsciente (1) Veri� que os sinais vitais — respiração, pulsação e temperatura, sem movimentar a vítima. (2) Observe a respiração e a pulsação ao mesmo tempo. Faça da seguinte forma: • coloque os dedos indicador e médio sobre a artéria, na parte interna do pulso; 79 • veri� que a pulsação: D IC A S Ao sentir a artéria pulsar, você deverá contar os batimentos durante um minuto, aproximando seu rosto da boca e do nariz da vítima para perceber sua respiração; • observe os movimentos do tórax e do abdômen; • é importante acompanhar o ritmo da respiração da vítima em função do perigo de uma parada cardiorrespiratória. Respiração curta e acelerada pode indicar a ocorrência de uma convulsão, de um desmaio ou pode alertar que a vítima esteja entrando em estado de choque. As vítimas inconscientes têm prioridade de atendimento! LEMBRE-SE 3.2 Verifi cando as Condições Gerais da Vítima A veri� cação consiste dos seguintes passos: • a respiração e a pulsação; • o estado de consciência; • A sensibilidade corporal: D IC A S Toque ou belisque partes do corpo da vítima, enquanto pergunta se ela sente onde você está tocando ou beliscando; • a capacidade de movimentação da vítima: peça-lhe para mexer devagar os dedos das mãos e dos pés. Depois, os braços e as pernas. Pergunte se ela sente alguma dor no pescoço ou na coluna. Se houver suspeita de fratura, não movimente a vítima; • na hora de veri� car os sinais vitais, converse com a vítima, procurando tranquilizá-la; • faça perguntas e observe se as respostas são lógicas. Pergunte como aconteceu o acidente, o nome dela, o telefone etc; 80 • Se o acidente for violento ou se a vítima tiver recebido alguma pancada forte ou sofrido uma queda, ela deve permanecer imóvel, mesmo que não apresente qualquer di� culdade de movimentação; • Certi� que-se de que a vítima não apresenta fratura na coluna antes de movimentá-la. Sensação de formigamento e dormência nos membros pode indicar lesão ou fratura na coluna. Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre perigo e imediato, deve-se mudá-la de lugar. LEMBRE-SE A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de lesão na coluna é nunca dobrar- lhe o pescoço ou as costas: ela deve ser movimentada como um bloco único e por mais de uma pessoa. 4 CUIDADOS COM A VÍTIMA OU ENFERMO Serão vistos os procedimentos principais para os casos de necessidade de movimentação da vítima, queimaduras em geral, parada cardiorrespiratória e ferimentos com hemorragia. 4.1 Cuidados na Movimentação da Vítima e o Transporte de Emergência De acordo com Fiandi (2013), Malagutti (2012) e Cebollero (2011), as vítimas não devem ser movimentadas e, quando extremamente necessário, apenas o mínimo possível. O condutor deve reconhecer as situações necessárias e as técnicas para realizar a movimentação corretamente. E quais são essas situações? As principais situações de movimentação da vítima são as seguintes: • para afastar a vítima de um perigo maior — são situações em que a vítima, por exemplo, pode estar: no meio da pista, sujeita a atropelamento e outros acidentes; com o corpo submerso, correndo o risco de afogamento; exposta a riscos de incêndio ou de intoxicação por algum tipo de produto perigoso. 81 Nesses casos, há três formas para movimentar a vítima corretamente: ‐ no sentido do comprimento de seu corpo, de forma que o mesmo esteja esticado; D IC A S Nunca puxe a vítima de lado ou de forma esguiada. ‐ movendo-a pelos braços cruzados de forma a imobilizar a cabeça; ‐ movendo-a pelos pés, sem levantá-los muito. • quando o estado da vítima estiver agravando-se rapidamente ou tendo-se a ciência de que o socorro não chegará a tempo — a movimentação deve ser realizada com extremo cuidado para não agravar as lesões existentes. Antes de movimentar a vítima: • estanque e controle todas as hemorragias; • imobilize todos os pontos suspeitos de fratura;• controle e mantenha os sinais vitais. Durante a movimentação da vítima: • use a maca; D IC A S Para posicionar e tirar a vítima da maca, especialmente quando se suspeita de fratura na coluna, utilize o método de 3 ou 4 pessoas, em que cada um ergue uma parte do corpo da vítima, por meio de movimentos coordenados, tomando o cuidado para não produzir movimentos na cabeça e pescoço. • evite movimentos bruscos; • mantenha a vítima na posição mais confortável e segura possível; • continue com os procedimentos de respiração arti� cial ou reanimação cardíaca, caso tenham sido empregados; • continue com o monitoramento dos sinais vitais. 82 4.2 Procedimentos em Caso de Queimaduras em Geral As queimaduras são classi� cadas em graus, e possuem os sintomas conforme abaixo: • 1o Grau: lesão das camadas super� ciais da pele; vermelhidão; dor local suportável; não há formação de bolhas; • 2o Grau: lesões das camadas mais profundas da pele; formação de bolhas; desprendimento de camadas da pele; dor e ardência; locais de intensidade variável; • 3o Grau: lesão de todas as camadas da pele; comprometimento dos tecidos mais profundos, até o osso. Veja o que o Dr. Drauzio Varella fala sobre os tipos de queimaduras e os procedimentos: https://www. youtube.com/watch?v=xZu5cKpW_sI SAIBA Realize as seguintes ações: • deite a vítima; • coloque algo sob os pés da vítima, de modo a manter o resto do corpo em posição mais baixa; • lave com água a área queimada; • passe vaselina líquida esterilizada sobre a área queimada; • cubra a área queimada com gaze ou com a fralda de pano existente na caixa de primeiros socorros; • se a vítima estiver consciente, dê-lhe bastante líquido para beber (de preferência água, mas nunca bebidas alcoólicas); • coloque um pano limpo sobre a superfície queimada, enfaixando frouxamente; • no caso de queimaduras graves: Transportar a vítima o mais rapidamente possível ao hospital. LEMBRE-SE 83 4.3 Procedimentos em Caso de Parada Cardiorrespiratória A parada cardiorrespiratória ocorre quando a vítima deixa de respirar e o seu coração deixa de bater. Os motivos que fazem uma pessoa parar de respirar podem ser: • obstrução das vias aéreas por algum corpo estranho como, por exemplo, dentadura e pedaço de comida; • intoxicação por gases; • ingestão de venenos; • fortes descargas elétricas; • grave ferimento. De acordo com a AHA — American Heart Association (2015), houve mudanças nas diretrizes para a aplicação dos procedimentos em casos de parada cardiorrespiratória. Em linhas gerais, os socorristas leigos sem treinamento devem fornecer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) somente com as mãos, com ou sem orientação de um atendente, para adultos vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR). O socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada de um DEA ou de socorristas com treinamento adicional. Todos os socorristas leigos devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na proporção de 30 (trinta) compressões para cada 2 (duas) ventilações. O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e a preparação de um des� brilador externo automático (DEA) para uso, ou até que os pro� ssionais do serviço médico de emergência (SME) assumam o cuidado da vítima ou que a vítima comece a se mover. 84 De forma pragmática, a Tabela 1 seguinte, mostra os procedimentos básicos de uma RCP. Tabela 1: Resumo dos procedimentos básicos de uma RCP COMPONENTE ADULTOS E ADOLESCENTES CRIANÇAS (1 ano de idade à puberdade) BEBÊS (Menos de 1 ano de idade, excluindo recém-nascidos) Segurança do local Veri� que se o local é seguro para os socorristas e a vítima. Reconhecimento de PCR Veri� que se a vítima responde. Ausência de respiração ou apenas gasping (sem respiração normal) Nenhum pulso de� nido sentido em 10 segundos. (A veri� cação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamente, em menos de 10 segundos). Acionamento do serviço médico de emergência Se estiver sozinho, sem acesso a um celular, deixe a vítima e acione o serviço médico de emergência e obtenha um DEA, antes de iniciar a RCP. Do contrário, peça que alguém acione o serviço e inicie a RCP imediata- mente. Use o DEA assim que estiver disponível. Colapso presenciado: siga as etapas utilizadas em adultos e adolescentes. Colapso não presenciado: execute 2 (dois) minutos de RCP. Deixe a vítima para acionar o serviço médico de emergência e buscar o DEA. Retorne à criança ou ao bebê e reinicie a RCP. Use o DEA assim que estiver disponível. Relação compressão- ventilação sem via aérea avançada 1 ou 2 socorristas 30:2 1 socorrista 30:2 2 ou mais socorristas 15:2 Relação compressão- ventilação com via aérea avançada Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120/min Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min). 85 COMPONENTE ADULTOS E ADOLESCENTES CRIANÇAS (1 ano de idade à puberdade) BEBÊS (Menos de 1 ano de idade, excluindo recém-nascidos) Frequência de compressão 100 a 120/min Profundidade da compressão No mínimo, 2 polegadas (5 cm)* Pelo menos um terço do diâmetro AP do tórax Cerca de 2 polegadas Pelo menos um terço do diâmetro AP do tórax Cerca de 1 1/2 polegadas (4 cm) Posicionamento das mãos 2 mãos sobre a metade inferior do esterno 2 mãos ou 1 mão (opcional para crianças muito pe- quenas) sobre a metade inferior do esterno 1 socorrista 2 dedos no centro do tórax, logo abaixo da linha mamilar 2 ou mais socorristas Usar a técnica dos dois polegares no centro do tórax, logo abaixo da linha mamilar. Retorno do tórax Espere o retorno total do tórax após cada compressão. Não se apoie sobre o tórax após cada compressão. Minimizar interrupções. Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos. * A profundidade da compressão não deve exceder 2.4 polegadas (6 cm). DEA: des� brilador automático externo; AP: anteroposterior; RCP: ressuscitação cardiopulmonar. Fonte: AHA (2015) 4.4 Procedimentos em Casos de Ferimento com Hemorragia A hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo. Toda hemorragia deverá ser controlada imediatamente, pois, quando é abundante e não controlada, pode causar a morte entre 3 e 5 minutos. 86 • acione o hospital mais próximo imediatamente; • coloque uma compressa limpa e seca (gaze, pano ou mesmo pano limpo) sobre o ferimento; • pressione com � rmeza; • use uma atadura, tira de pano, gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar à compressa e mantê-la � rme no lugar. caso não disponha de uma compressa, feche a ferida com o dedo ou comprima com a mão, evitando uma hemorragia abundante; • se o ferimento for nos braços ou nas pernas, sem fratura, a hemorragia será controlada mais facilmente levantando-se a parte ferida. Se o ferimento for na perna, dobre o joelho; se for ao antebraço, dobre o cotovelo, mas sempre tendo o cuidado de colocar por dentro da parte dobrada, bem junto à articulação, um chumaço de pano, algodão ou papel. RESUMINDO Assim como o condutor de veículo de emergência deve conhecer a legislação de trânsito, é essencial que ele também esteja devidamente capacitado a prestar os primeiros socorros em caso de acidente. A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de lesão na coluna é nunca dobrar o pescoço ou as costas — ela deve ser movimentada como um bloco único e por mais de uma pessoa. Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre perigo imediato, deve-semudá-la de lugar. Assista, no link indicado, ao vídeo acerca de prestação de socorro de vítima de atropelamento: https://www.youtube.com/watch?v=DLq1b2afs-w SAIBA 87 1. Respiração curta e acelerada pode indicar a ocorrência de uma convulsão, de um desmaio ou pode alertar que a vítima esteja entrando em estado de choque. ( ) Certo ( ) Errado 2. Com relação a queimaduras, pode-se a� rmar, exceto: ( ) As queimaduras são classi� cadas em três graus. ( ) Em queimaduras de 1o Grau, ocorrem lesão das camadas super� ciais da pele, vermelhidão, dor local suportável e não há formação de bolhas. ( ) Em queimaduras de 2o Grau, ocorrem lesões das camadas mais profundas da pele, não há formação de bolhas, desprendimento de camadas da pele, dor e ardência. ( ) Em queimaduras de 3o Grau, ocorrem lesão de todas as camadas da pele, comprometimento dos tecidos mais profundos, até o osso. 3. Se o ferimento for nos braços ou nas pernas da vítima, sem fratura, a hemorragia será controlada mais facilmente abaixando- se a parte ferida. ( ) Certo ( ) Errado 4. Constituem formas para movimentar a vítima, afastando-a de um perigo maior: ( ) Puxá-la no sentido do comprimento de seu corpo, de forma que o mesmo esteja esticado. ( ) Puxá-la pelos braços cruzados de forma a imobilizar a cabeça. ( ) Puxá-la pelos pés, sem levantá-los muito. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. UNIDADE 02 Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social 1 Respeito ao Meio Ambiente 2 O Convívio Social UNIDADE 02 - RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Que regulamentações de trânsito têm interface com o meio ambiente? Quais são as responsabilidades do condutor de veículo de emergência em relação ao meio ambiente? Qual a relação existente entre indivíduo, grupo e sociedade? Quais as responsabilidades civis e criminais do condutor relacionadas ao CTB? Respeitar e zelar pelo meio ambiente constituem deveres dos condutores de veículos de emergência. Da mesma maneira, tais condutores devem saber se integrar ao convívio social. Nesta unidade, abordaremos, inicialmente, o respeito ao meio ambiente, tratando o veículo como agente poluidor, a regulamentação, os aspectos da poluição e a manutenção preventiva do veículo. Em seguida, veremos a importância do convívio social, detalhando a relação existente entre o indivíduo e a sociedade, as relações interpessoais, o indivíduo como cidadão e as responsabilidades civil e criminal do condutor. 91 1 RESPEITO AO MEIO AMBIENTE 1.1 O Veículo como Agente Poluidor do Meio Ambiente Segundo a Associação Brasileira de Educação de Trânsito (ABETRAN, 2015), a preservação do meio ambiente é responsabilidade de todos — a valorização das questões ambientais tem alterado as relações de toda a sociedade e, particularmente, as relações das organizações empresariais com o meio ambiente. Dentre as questões ambientais urbanas no Brasil, destaca-se a poluição atmosférica. Os problemas ambientais gerados pela poluição do ar nas grandes cidades brasileiras advêm principalmente de fontes industriais e veiculares. A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota de veículos, cujo crescimento é resultado do desenvolvimento da indústria automobilística. 92 1.2 Regulamentação do CONAMA sobre Poluição Ambiental causada por Veículos Para reduzir a poluição atmosférica causada pelos veículos, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE), que engloba a conscientização da população a respeito da poluição causada pelos veículos, o incentivo ao desenvolvimento da tecnologia no setor automobilístico para redução de poluentes emitidos, o aprimoramento da qualidade dos combustíveis líquidos utilizados, e a � scalização e criação de programas de inspeção e manutenção para veículos automotores em uso. O CONAMA estabelece normas referentes a dispositivos destinados ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído, bem como a prazos para sua fabricação e instalação obrigatória nos veículos. Por sua vez, o CTB estabelece características básicas dos veículos e a proteção ao meio ambiente: • Art. 172: atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias; • Art. 227: uso da buzina; • Art. 228: uso, no veículo, de equipamentos com som ou volume de frequência que não sejam autorizados pelo CONTRAN; • Art. 229: uso indevido, no veículo, de aparelho de alarme que produza sons e ruídos que perturbem o sossego público; • Art. 231: trânsito com o veículo em más condições; • Art. 105 (inc. V): equipamentos obrigatórios dos veículos, tais como o dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído. O art. 104 do CTB estabelece que todos os veículos em circulação terão suas condições de segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança, e pelo CONAMA para a emissão de gases poluentes e ruídos. LEMBRE-SE Os veículos reprovados nas inspeções serão retidos para regularização, tanto os considerados inseguros quanto os considerados poluentes. Tal reprovação compromete os condutores para a obtenção do Licenciamento Anual de Veículo e para a obtenção de um novo Certi� cado de Registro do Veículo. 93 Assista, no link indicado, uma reportagem sobre a poluição causada pelo trânsito na cidade de São Paulo: https://www.youtube.com/watch?v=67di511EUF4 SAIBA 1.3 Poluição: Conceito, Causas e Consequências Poluição é a deterioração das condições ambientais, que pode atingir o ar, a água e o solo. Em linhas gerais, a palavra poluição designa qualquer modi� cação desfavorável do meio natural, cujos efeitos vão alterar o equilíbrio do meio ambiente e provocar uma perda na qualidade de vida. No que tange às causas, os agentes que provocam a poluição são chamados poluentes. Os poluentes podem ser gasosos, líquidos ou sólidos e concentram-se na atmosfera, na água ou no solo. Entre eles, citam-se os gases tóxicos liberados na atmosfera, os detritos acumulados nos rios e nas praias, o ruído excessivo produzido nos centros urbanos e até mesmo os cartazes de publicidade, que modi� cam o aspecto visual de uma paisagem e confundem a compreensão do homem. A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria automobilística. Para a ABETRAN (2015), o monóxido de carbono emitido por veículos leves é responsável por 68,4% do total desta fonte. Os veículos pesados contribuem com 28,6%, os processos industriais com 2,2% e a queima de lixo, com 2,6%. Algumas das consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente são: • poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes; • erosão, decorrente do mau planejamento de estradas; • agressões contra o meio ambiente, resultantes de acidentes no transporte de produtos tóxicos poluentes; • incêndios devastadores, pelo uso inadequado de lugares de descanso às beiras das rodovias, ou pelo cigarro jogado pela janela do veículo; • poluição do habitat natural pelos detritos jogados pelos motoristas nas rodovias; • enchentes em vias urbanas, provocadas pelo acúmulo de lixo deixado pelos usuários (motoristas e pedestres) em bueiros ou próximo aos rios e lagos; • mortes de animais silvestres, provocadas por excesso de velocidade e descaso à sinalização. 94 1.4 A Manutenção Preventiva do Veículo Para Torbi (2014), a � m de que os veículos sejam mantidos com níveis de emissão de gases, fumaça e ruídosdentro dos parâmetros legais, é recomendável que sejam tomados cuidados com determinados itens associados ao sistema de alimentação do motor, tais como: • bobina, ignição eletrônica, distribuidor e velas; • � ltro de ar; • carburador ou sistema de injeção; • escapamento. D IC A S Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem em mau estado ou desregulados, provocam queima imperfeita do combustível, reduzindo a potência do veículo e aumentando o consumo de combustível e a emissão de gases poluentes. Além do motor, os proprietários e condutores de veículos devem estar atentos a cuidados básicos para evitar prejuízos à saúde e ao meio ambiente. Dentre eles, citam-se: • providenciar as trocas de óleo lubri� cante do motor, câmbio, diferencial, � uido de freio e direção hidráulica em estabelecimentos especializados, os quais destinam óleos e lubri� cantes usados para a devida reciclagem; • realizar a manutenção do veículo conforme instruções do fabricante, de forma a tê-lo em perfeitas condições de funcionamento; • para os pneus, quando chegam ao � nal da vida útil, o destino recomendado é deixá- los nos estabelecimentos especializados, que os encaminharão para reciclagem, em vez de serem depositados em terrenos baldios para serem queimados ou virarem criadouros de insetos e ratos; • racionalize o uso, evitando deslocamentos desnecessários; • não abuse do ar-condicionado. 95 Você, além de economizar combustível em seu trajeto, estará diminuindo a liberação de gases que provocam o efeito estufa. 1.4.1 Projeto Despoluir e a manutenção preventiva dos veículos A CNT e o Sest Senat criaram, em 2007, o Despoluir – Programa Ambiental do Transporte,com o objetivo de promover o engajamento de transportadores, caminhoneiros autônomos, taxistas e sociedade em ações de conservação do meio ambiente, por meio da colaboração e construção de um modelo sustentável de desenvolvimento. O Despoluir incentiva a incorporação de novas ações no setor de transporte, que passou a assumir sua parcela de responsabilidade na propagação de um mundo ambientalmente equilibrado. Além dos benefícios diretos para o meio ambiente e a qualidade de vida da população, as ações de conscientização dos agentes envolvidos têm como vantagens a redução de custos, o aumento da e� ciência operacional e a melhoria do relacionamento com órgãos � scalizadores. O Despoluir consiste em vários projetos, implementados pelo Sistema CNT e executados pelas federações, sindicatos e associações a� liadas à entidade, além de parcerias � rmadas com os setores público e privado, que fortalecem o Programa. Além disso, atua na formulação e execução de políticas públicas na área ambiental, participando ativamente dos principais fóruns de discussão do tema, especialmente no Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O Despoluir tem como uma de suas principais ações a avaliação veicular ambiental voltada a redução da emissão de poluentes. Essa avaliação é feita por meio de aferição do veículo. Para participar, você motorista, deverá entrar em contato com a federação de transporte de seu estado e solicitar a visita da equipe técnica do Despoluir, ou ligar para o número 0800 728 2891, para maiores informações. Para Saber mais acesse: www.cntdespoluir.org.br 2 O CONVÍVIO SOCIAL Nesta seção, o condutor terá o conhecimento básico relacionado ao convívio social, abarcando temas como o indivíduo, o grupo e a sociedade, regras para o bom relacionamento interpessoal, 96 O relacionamento interpessoal é um conceito do âmbito da sociologia e psicologia que signi� ca uma relação entre duas ou mais pessoas. Este tipo de relacionamento é marcado pelo contexto em que o indivíduo está inserido, podendo ser no ambiente familiar, escolar, de trabalho, de comunidade (TORBI, 2014; MARIUZA e GARCIA, 2010). a postura do indivíduo como cidadão e a responsabilidade civil e criminal do condutor no trânsito. 2.1 O Indivíduo, o Grupo e a Sociedade Você, condutor de veículo de emergência, como a maioria das pessoas, pertence a algum grupo de indivíduos atraídos por interesses comuns, como, por exemplo, família, amigos, clube, igreja. Esses grupos, por sua vez, são integrantes e formadores da sociedade. Apesar de fazer parte de grupos, cada indivíduo possui características próprias a diferenciá- lo dos demais integrantes do conjunto. O motorista precisa conhecer a caracterização da população com a qual irá trabalhar. Ou seja, cada pessoa tem a sua personalidade, que é o conjunto de características que torna o indivíduo único e diferente dos outros. A personalidade é constituída por aspectos variados, tais como a aparência física, a capacidade intelectual, a emotividade, as qualidades sociais e o sistema de valores. Alguns fatores podem determinar a personalidade: a herança biológica ou a natureza do indivíduo, o ambiente e a idade. 2.2 Relacionamento Interpessoal É imprescindível que os pro� ssionais dos serviços de transporte de emergência, de sua parte, saibam agir corretamente frente às diversas situações cotidianas, identi� cando e mudando as más atitudes e posturas negativas. A � m de que isso ocorra, é necessário relembrar, resgatar e colocar em uso os valores descritos em seguida: Cada pessoa tem um jeito de falar, de vestir e de viver. E para manter uma boa convivência com as pessoas é importante conhecer e respeitar as diferenças individuais, que são classi� cadas em: sociais, físicas, psicológicas, culturais e religiosas. 97 • educação: corresponde ao cultivo de boas maneiras no trato com todas as pessoas; • empatia: está relacionada à habilidade de se colocar no lugar do outro; • receptividade: diz respeito à facilidade de manter a mente aberta e explicitar boa vontade no atendimento às pessoas; • respeito: constitui a base de qualquer relacionamento entre os colegas, superiores, subordinados e clientes; • bom senso: está associado à capacidade de entender uma situação e resolvê-la da melhor forma possível; • � exibilidade: corresponde à aptidão de lidar com pontos de vista distintos; • paciência: está relacionada a agir de modo a não tomar decisões de forma precipitada; • persistência: é a perseverança da utilização de todos os valores positivos no cotidiano; • equilíbrio: corresponde a ter as rédeas do próprio comportamento; • igualdade: está associada à percepção de que todos merecem ser tratados com cortesia, sem diferenciação; • humildade: constitui a aptidão de reconhecimento dos próprios equívocos; • simplicidade: consiste na habilidade de simpli� car questões a serem resolvidas, bem como em se fazer entender por meio de linguagem de fácil compreensão. 2.3 O Indivíduo como Cidadão Perceba que ser cidadão pressupõe fazer parte de uma sociedade organizada. Como membro 98 dessa sociedade, o indivíduo está sujeito às normas que a regem. Além da Constituição Federal, que estabelece os direitos e deveres do cidadão, existem várias outras leis que regulamentam diferentes aspectos relacionados ao cotidiano da sociedade. O CTB estabelece as regras a serem respeitadas pelos usuários das vias, com o objetivo de garantir a segurança do trânsito. Portanto, como cidadão, o condutor de veículo de emergência tem o direito a um trânsito seguro e o dever de respeitar o CTB para garantir esse direito a todos os usuários, sejam motoristas, vítimas ou pedestres. 2.4 A Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor e o CTB O CTB prevê penalidades na forma de multa pecuniária e medidas administrativas para quem desrespeita as leis de trânsito. Além disso, no Capítulo XIX – Dos Crimes de Trânsito, o infrator poder ser punido com pena de detenção nos casos previstos nos arts. 302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311 e 312. RESUMINDO A manutençãopreventiva do veículo contribui para evitar prejuízos à saúde e ao meio ambiente. A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria automobilística. Lembre-se de que o CTB estabelece as regras a serem respeitadas pelos usuários das vias com o objetivo de garantir a segurança do trânsito. Portanto, como cidadão, o condutor de veículo de emergência tem o direito a um trânsito seguro, e o dever de respeitar o CTB para garantir esse direito a todos os demais usuários. Infringir o CTB, além de ser um fator de risco de acidentes, não condiz com uma boa imagem pro� ssional. 99 1. Uma das consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente é a poluição atmosférica, visual e sonora. ( ) Certo ( ) Errado 2. Constituem consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente: ( ) Poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes. ( ) Erosão, decorrente do mau planejamento de estradas. ( ) Agressões contra o meio ambiente, resultantes de acidentes no transporte de produtos tóxicos poluentes. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. 3. Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem em mau estado ou desregulados, provocam queima imperfeita do combustível, reduzindo a potência do veículo, o consumo de combustível e a emissão de gases poluentes. ( ) Certo ( ) Errado 4. São exemplos de valores que os condutores de veículo de emergência devem colocar em prática: ( ) Educação ( ) Empatia ( ) Receptividade ( ) Impaciência MÓDULO IV RELACIONAMENTO INTERPESSOAL UNIDADE 01 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 1 1 Aspectos do Comportamento e de Segurança na Condução de Veículos de Emergência 2 Comportamento Solidário no Trânsito 3 Responsabilidade do Condutor em relação aos demais Atores do Processo de Circulação UNIDADE 01 - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 1 O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Como o equilíbrio emocional in� uencia o comportamento e a segurança na condução de veículos de emergência? O que o condutor pode fazer para ter controle sobre suas emoções? Quais os principais tipos de condutores e suas características? Quais são os comportamentos esperados do condutor para exercer suas responsabilidades durante as atividades? O condutor de veículo de emergência convive diariamente com o trânsito e precisa empenhar-se para instituir um ambiente de trabalho de qualidade. Isso depende de ação pessoal consciente e determinada. Para tanto, o relacionamento interpessoal é palavra- chave. Nesta unidade, falaremos sobre os aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência, o comportamento solidário no trânsito e a responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo em que está inserido. 105 1 ASPECTOS DO COMPORTAMENTO E DE SEGURANÇA NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA Para Fiandi (2013) e Cebollero (2011), no que concerne aos aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência, é imprescindível que o condutor saiba avaliar o seu equilíbrio emocional. Na lida diária, especialmente em determinadas situações delicadas, as pessoas tendem a responder com reações impulsivas. Tais reações, é claro, podem variar de pessoa para pessoa: umas podem explodir, outras podem chorar. Essas reações também podem se diferenciar conforme o período de vida da pessoa. Como exemplo, sabe-se que os jovens são mais impulsivos do que os adultos, em regra mais ponderados. Então, como o condutor de veículos de emergência deve fazer para controlar seu comportamento? A resposta está na prática do equilíbrio emocional. Equilíbrio emocional signi� ca apresentar respostas emocionais adequadas para cada situação que se vive. Mas, para tanto, o condutor deve reconhecer suas próprias emoções e saber controlá-las. 106 Você sabe como reconhecer e dominar as próprias emoções? Inicialmente, é necessário que você realize uma autoavaliação, identi� cando as reações emocionais frente a cada fator estressante durante o seu dia, principalmente aquelas reações impulsivas que você manifesta e que possam provocar ou agravar alguma situação problemática. O gerenciamento das emoções consiste em aprender outras possibilidades de reação mais inteligentes. As pessoas que se esquentam facilmente ainda manifestam um comportamento automático, muito rudimentar na vida. Essa pode ser a forma de reação diante de problemas que a pessoa talvez tenha aprendido na família ou no ambiente de convívio e que aplicou por muito tempo em sua existência. No entanto, é necessário se reeducar, isto é, adquirir novos hábitos de reação. O condutor inteligente deve estar consciente de que, quando controla suas reações e tem um domínio sobre elas, pode escolher o tipo de reação que trará melhor resultado para cada situação. Procure pensar da seguinte forma: se recebeu alguma provocação no trânsito, da parte de algum colega de trabalho, de algum paciente ou de qualquer outra pessoa, raciocine e perceba que a outra pessoa é que está carregando um problema – o qual clama por solução —, não necessitando, pois, levar para o lado pessoal. Certamente, você já deve ter passado por alguma situação semelhante. Por isso, é adequado pensar “já passei por isso e sei como a pessoa está se sentindo; devo ajudá-la na solução do problema”. Veja que esse é um comportamento muito diferente daquele de explodir, reagir impulsivamente. D IC A S Quando você responde de forma racional, quando mostra uma atitude positiva e segura, evita que as situações se compliquem e ajuda a acalmar os demais envolvidos, fazendo-os agir na mesma direção — a de resolução do problema. E esse é um dos segredos do condutor de veículos de emergência: se você cultiva essa habilidade de resposta emocional inteligente, terá uma qualidade de vida muito melhor e, acima de tudo, será um pro� ssional de destaque no mercado de trabalho. Assista, no link indicado, a uma animação sobre o comportamento do condutor no trânsito e verifi que quais atitudes somente trazem aborrecimentos: https://www.youtube.com/watch?v=31-PZpA6dmM SAIBA 2 COMPORTAMENTO SOLIDÁRIO NO TRÂNSITO Para Cristo (2012) e Mariuza e Garcia (2010), o comportamento no trânsito é um indicador dos atributos de um indivíduo. Aquele indivíduo dotado de maturidade e equilíbrio emocional sabe administrar suas tendências e atitudes negativas. Saiba que a maioria dos condutores pouco comete infrações de trânsito ou se envolve em acidentes. É justamente a minoria dos motoristas a responsável pela maior parte dos problemas. O comportamento inadequado, muito provavelmente, pode ser decorrente das di� culdades em lidar com as pressões cotidianas. Nesse sentido, é importante que você aprenda a reconhecer alguns tipos de comportamento frequentemente encontrados no trânsito. Abaixo, estão relacionados os tipos principais e suas características: 107 2 COMPORTAMENTO SOLIDÁRIO NO TRÂNSITO Para Cristo (2012) e Mariuza e Garcia (2010), o comportamento no trânsito é um indicador dos atributos de um indivíduo. Aquele indivíduo dotado de maturidade e equilíbrio emocional sabe administrar suas tendências e atitudes negativas. Saiba que a maioria dos condutores pouco comete infrações de trânsito ou se envolve em acidentes. É justamente a minoria dos motoristas a responsável pela maior parte dos problemas. O comportamento inadequado, muito provavelmente, pode ser decorrente das di� culdades em lidar com as pressões cotidianas. Nesse sentido, é importante que você aprenda a reconhecer alguns tipos de comportamento frequentemente encontrados no trânsito. Abaixo, estão relacionados os tipos principaise suas características: 108 • condutor frustrado: é aquele que se caracteriza pela decepção diante de resultados insatisfatórios, via de regra compensada ao volante por meio de atitudes agressivas; • condutor ansioso: é aquele que não consegue concentrar-se, tem equívocos sobre o caminho a ser percorrido, gasta mais tempo, o que retroalimenta a ansiedade; • condutor raivoso: é aquele que tem reações perigosas e impensadas, decorrentes de desatino instantâneo; • condutor angustiado: é aquele que vive sob o domínio da angústia, podendo agir de forma precipitada ou desatenta; • condutor inseguro: é aquele que, para sentir-se valorizado, necessita sobressair-se fazendo demonstrações arriscadas de perícia no volante; • condutor egoísta: é aquele que não demonstra cortesia no trânsito, que não cede nem compartilha o espaço no trânsito; • condutor competitivo: é aquele que se caracteriza por dar aceleradas desnecessárias nas vias e as primeiras arrancadas na abertura do semáforo; • condutor passivo: é aquele que demonstra comodidade no trânsito, não se arvorando de suas responsabilidades; • condutor distraído: é aquele alheio, com foco mais na música ambiente do veículo e objetos diversos do que no próprio trânsito, colocando-se em risco desnecessário. Existem outros tipos de comportamento de condutores ao volante, mas, em sua grande parte, são uma mescla de dois ou mais desses apresentados. LEMBRE-SE 3 RESPONSABILIDADE DO CONDUTOR EM RELAÇÃO AOS DEMAIS ATORES DO PROCESSO DE CIRCULAÇÃO Consoante Malagutti (2012) e Arteaga e Garcia (2009), o condutor de veículo de emergência detém responsabilidades em relação aos demais atores do trânsito (outros condutores, pedestres, ciclistas, motociclistas, agentes de � scalização, entre outros). 109 Como já é sabido, as boas posturas entre os condutores e demais integrantes do trânsito permitem estimular o respeito e a cidadania. Veja, a seguir, algumas instruções pragmáticas de como exercer a sua responsabilidade, além da obediência às regras de trânsito e transporte: • converse, não discuta: em casos de acidente ou de necessidade de sair do veículo para conversar com alguém sobre o ocorrido, sempre mantenha a calma e não se exalte, mesmo que você seja a vítima; • comunique-se claramente: preste atenção à sua entonação de voz e às expressões faciais; D IC A S Por vezes, a entonação de voz e as expressões faciais podem passar uma visão diferente da que você almeja. • utilize mensagens simples e objetivas: não permita más interpretações; • distinga os momentos propícios: para atuar com consciência e exatidão; • veja sempre o lado positivo das ocorrências: isso facilita entender a razão de comportamentos incorretos dos outros pro� ssionais ou usuários do sistema de transporte; • evite brigas: quando extremamente necessário, intervenha apenas para acalmar os ânimos e volte o quanto antes ao diálogo e às suas tarefas; • utilize sempre o bom senso: pense muito bem antes de agir, pois o que � zer de errado poderá ser utilizado contra você; • empregue o veículo para o propósito correto: não o use para intimidar as pessoas ou para arranque, nem faça parada brusca, e não ligue os sinais luminosos e sonoros de forma desnecessária. Como tudo que envolve o relacionamento interpessoal, é importante que, ao aplicar essas regras práticas, o condutor realize sua autoavaliação para saber como está se saindo. Essa autoavaliação permite questionar a si mesmo, continuamente, sobre o seu desempenho diante de situações estressantes. Ao veri� car o seu próprio desempenho, o condutor terá consciência dos detalhes da situação a que foi exposto e, se agiu de forma inadequada, poderá corrigir sua atitude quando de uma próxima vez. 110 RESUMINDO No que diz respeito aos aspectos do comportamento e de segurança na condução de veículos de emergência, é imprescindível que o condutor saiba avaliar o seu equilíbrio emocional e controlar suas reações impulsivas. O comportamento no trânsito é um indicador dos atributos de um indivíduo. Aquele indivíduo dotado de maturidade e equilíbrio emocional sabe administrar suas tendências e atitudes negativas. Também, é necessário que o condutor distinga os vários tipos de personalidade na direção: o frustrado, o ansioso, o raivoso, o angustiado, entre outros. As boas posturas entre os condutores e demais integrantes do trânsito permitem estimular o respeito e a cidadania. Conversar, e nunca discutir, é uma das regras básicas ao condutor de veículo de emergência. 1. Equilíbrio emocional signi� ca apresentar respostas emocionais adequadas para cada situação vivida. ( ) Certo ( ) Errado 2. É o tipo de condutor caracterizado por decepção diante de resultados insatisfatórios, a qual, via de regra, é compensada ao volante por meio de atitudes agressivas: ( ) ansioso ( ) frustrado ( ) raivoso ( ) angustiado 3. Quando o condutor de veículo de emergência enxerga sempre o lado positivo das ocorrências, isso facilita entender a razão de comportamentos incorretos dos outros pro� ssionais ou usuários do sistema de transporte. ( ) Certo ( ) Errado 111 4. Constituem boas posturas do condutor de veículo de emergência no exercício de suas responsabilidades, exceto: ( ) Conversar, não discutir. ( ) Comunicar-se claramente. ( ) Utilizar mensagens simples e subjetivas. ( ) Evitar brigas. UNIDADE 02 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 2 1 Respeito às Normas estabelecidas para Segurança no Trânsito 2 Papel dos Agentes de Fiscalização de Trânsito UNIDADE 02 - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 2 O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Além das normas de trânsito, a quais outras normas o condutor de veículo de emergência deve obedecer? Qual a importância do papel de agente de trânsito? A que situações de trânsito o condutor de veículo de emergência deve estar atento? Tão importante quanto o cumprimento das normas de trânsito, está o respeito do condutor aos regramentos do ambiente pro� ssional, desde aqueles relacionados aos horários de entrada e saída do expediente aos procedimentos operacionais estabelecidos pela empresa na qual trabalha. Nesta unidade, veremos o respeito às normas estabelecidas para a segurança no trânsito e o papel dos agentes de � scalização. 115 1 RESPEITO ÀS NORMAS ESTABELECIDAS PARA SEGURANÇA NO TRÂNSITO Consoante Malagutti (2012) e Arteaga e Garcia (2009), além do respeito às regras de trânsito já vistas, o condutor de veículo de emergência também deve atentar ao respeito às normas estabelecidas pela sua empresa e pelas demais empresas engajadas no processo de atendimento (hospitais, prontos-socorros, o� cinas de manutenção, órgãos governamentais de saúde), ou seja, no ambiente pro� ssional. Veja, abaixo, alguns itens que merecem destaque com relação ao ambiente pro� ssional: • rotina: se você ingressou nessa pro� ssão, já sabe que o trabalho é grati� cante, não apenas pela possibilidade de salvar vidas, como também pela aprendizagem que ele proporciona sobre o que não fazer em determinadas situações pelas quais todos passam no dia a dia, para não se somar às estatísticas de vítimas. Porém, a rotina do condutor de veículo de emergência é bastante estressante e pode trazer desgaste físico e mental; Para manter as condições de equilibrio físico e mental na rotina de trabalho, é necessário que você tenha “uma mente sã em corpo são”. Isso se consegue com a prática regular de exercícios físicos, momentos de relaxamento com a família e amigos ou a prática de hobbies após o término do expediente. LEMBRE-SE • escalas de trabalho: o serviço de transporte de emergência, em regra, funciona de forma ininterrupta — certamente, você trabalhará em regime de escala, inclusive sábados, domingos e feriados. Issoexige de você planejamento e organização, especialmente em relação à família e amigos, de forma que sua atividade pro� ssional não se transforme em fonte de inconveniências. Também, você poderá ser chamado, frequentemente, a mudar os horários de trabalho. Ainda que isso ocorra, mantenha a disciplina com a sua alimentação e repouso. 116 • regulamento das empresas: ao ingressar em uma empresa, você conhecerá os regulamentos concernentes aos aspectos administrativos (horários de entrada e saída, repouso, uniforme, en� m, deveres e direitos trabalhistas) e aos aspectos operacionais. Leia-os todos, inclusive o Código de Ética corporativo, se houver. Grife todas as informações que julgar importantes e, se houver dúvidas, não se acanhe: sempre pergunte ao responsável da área! No que concerne às regras operacionais, esteja atento sobre os procedimentos de segurança que a empresa exigirá de você no trânsito. Isso pode variar de empresa para empresa, contudo, as regras de direção defensiva – que você já conhece – constituem a base do seu comportamento. LEMBRE-SE 1.1 Mantendo o Estresse sob Controle Segundo Fiandi (2013) e Ho� mann et al. (2003), uma das responsabilidades do condutor de veículos de emergência é manter o estresse sob controle, para que não resulte em con� itos desnecessários, infrações e acidentes. Eis, abaixo, algumas fontes mais comuns de estresse que ajudarão você a reconhecê-las, quando se manifestarem: • Requisitos da função: diz respeito aos efeitos constantes do cumprimento de horários e pressões, associados à atividade de condutor de veículo de emergência; • Responsabilidade pelos passageiros: por ser o responsável pela segurança dos pacientes e das demais pessoas que transporta; • Responsabilidade pelo veículo: na direção, o condutor é o responsável pelas suas ações. No caso de ocorrências indesejáveis, se for constatada sua culpabilidade, deverá responder pelos seus atos; • Di� culdades na vida pessoal: problemas de cunho pessoal, tais como � nanceiros, conjugais, insatisfação pessoal e pro� ssional, podem reduzir sua capacidade de conduzir o veículo de forma segura e habilidosa. 2 PAPEL DOS AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO De acordo com Fiandi (2013), a � scalização de trânsito é executada por agentes de órgãos de trânsito da União, dos Estados e do Distrito Federal. 117 Por que o papel do agente de � scalização de trânsito é importante? O papel do agente de � scalização de trânsito é importante porque o seu exercício efetivo permite um � uxo de tráfego mais seguro. Além das atribuições relacionadas à sua operação e � scalização, o agente exerce a função essencial de educar todos que compartilham as vias públicas, cabendo-lhe informar, orientar e sensibilizar os cidadãos acerca das regras de um comportamento seguro e preventivo. Ainda, na sua pro� ssão, pode-se dizer que, quanto mais agentes de � scalização estiverem presentes nas vias públicas, maior a probabilidade de que o tráfego dos veículos de emergência � ua sem grandes percalços. Quanto ao ambiente de trânsito, não se pode olvidar de algumas situações que merecem sua atenção: • atitudes erradas de outros condutores: com a presença ou não dos agentes de � scalização, esteja preparado para o fato de que o trânsito está repleto dos mais variados tipos de condutores, especialmente daqueles egoístas, os quais não respeitam a preferência dos veículos de transporte de emergência, não cedem passagem e, ainda, utilizam as áreas reservadas para ponto de parada e estacionamento das viaturas. 118 • prioridade no trânsito: os condutores de transporte de emergência têm livre circulação, estacionamento e parada, quando estiverem em serviço e com todos os dispositivos obrigatórios do veículo acionados. Nessa condição, as manobras podem gerar muito mais estresse ao condutor devido à grande exposição ao risco de acidentes. D IC A S Você já sabe que essa rotina faz parte da pro� ssão — Um condutor preventivo sabe manter o equilíbrio emocional e agir com habilidade, sem desperdício de tempo e, simultaneamente, preservar a segurança de todos, descartando abusos, imprudências ou infrações desnecessárias. • engarrafamentos: muito comuns em cidades médias e grandes, provocam ansiedade e nervosismo em toda a tripulação do veículo. Você deve lembrar-se de que não é o único condutor na situação, inclusive, pode haver mais veículos de emergência atuando na via. Mantenha o seu controle e veri� que todas as alternativas possíveis, inclusive com relação a seus colegas, e jamais tenha uma atitude precipitada que possa resultar em manobra arriscada, em expor todos ao risco de morte. LEMBRE-SE Quando estiver em trânsito engarrafado e houver via de escape lateral, você pode solicitar, pelo rádio, auxílio aos agentes de trânsito para ajudá-lo a abrir caminho até aquela via. RESUMINDO Como você poderá ser chamado a mudar os seus horários de trabalho frequentemente, devido ao cumprimento de escalas, mantenha a disciplina com a sua alimentação, repouso e exercícios físicos. Os problemas de cunho pessoal, tais como � nanceiros, conjugais, insatisfação pessoal e pro� ssional, podem reduzir sua capacidade de conduzir o veículo de forma segura e habilidosa. Por isso, seja muito resoluto quanto a esses assuntos. Reforçando: os condutores de transporte de emergência têm livre circulação, estacionamento e parada somente quando estiverem em serviço e com todos os dispositivos obrigatórios do veículo acionados. 119 1. O agente de � scalização de trânsito exerce a função essencial de educar todos que compartilham as vias públicas, mas a ele não cabe informar, orientar e sensibilizar os cidadãos acerca das regras de comportamento seguro e preventivo. ( ) Certo ( ) Errado 2. Constituem fontes mais comuns de estresse do condutor de veículo de emergência: ( ) requisitos da função ( ) responsabilidade pelos passageiros ( ) responsabilidade pelo veículo ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. 3. Muito comuns em cidades médias e grandes, os engarrafamentos provocam ansiedade e nervosismo em toda a tripulação do veículo de transporte de emergência. ( ) Certo ( ) Errado 4. Com relação à rotina do condutor de veículo de emergência, pode-se a� rmar, exceto: ( ) O trabalho é grati� cante, porque permite salvar vidas. ( ) O trabalho é grati� cante, porque permite aprendizagem sobre o que não fazer em determinadas situações emergenciais. ( ) A rotina do condutor de veículo de emergência é estressante. ( ) A rotina do condutor de veículo de emergência não causa desgaste físico e mental. UNIDADE 03 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 3 1 Atendimento aos Diversos Tipos de Usuário 2 Características dos Usuários de Veículos de Emergência 3 Cuidados Especiais na Condução de Veículos de Emergência UNIDADE 03 - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 3 O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Como atender mães com bebê, crianças, gestantes, idosos, portadores de de� ciências e pessoas com mobilidade reduzida? Quais são os principais tipos de personalidade dos usuários do transporte de emergência? Que cuidados especiais se deve ter na condução dos veículos de emergência? O condutor de veículo de emergência, além de arraigado aos procedimentos de segurança no trânsito e operacionais, deve ser um pesquisador da alma humana, reconhecendo as várias personalidades das vítimas ou enfermos, bem como deve desenvolver um comportamento maduro e ético-pro� ssional. Nesta unidade, estudaremos o atendimento aos diversos tipos de usuários, suas características importantes e os cuidados especiais na condução de veículos de emergência. 123 1 ATENDIMENTO AOS DIVERSOS TIPOS DE USUÁRIO Para Fiandi (2013) e Cebollero (2011), a e� ciênciado serviço prestado no transporte de emergência está ligada ao atendimento e� caz, desde o momento em que o serviço é solicitado até a chegada ao destino � nal. Toda a tripulação do veículo de emergência – especialmente o condutor — deve estar disposta a aprender, a reciclar-se, e a se aperfeiçoar para atender às necessidades de seus pacientes. Durante o transporte, a satisfação do paciente é realizar o percurso sentindo-se seguro, percorrendo o caminho mais rápido e e� caz, respeitando, é claro, os limites de segurança e as regras de trânsito. O condutor de veículo de emergência deve ter em mente que o paciente transportado é o seu cliente. Por isso, deve ser tratado com respeito e atenção por todos e em todas as ocasiões, ouvindo-se o que ele pensa, suas queixas, seus elogios e até a avaliação do serviço prestado pela Equipe de Emergência. 124 As reclamações do paciente quanto ao serviço prestado no transporte de emergência devem ser devidamente registradas, uma vez que, por meio delas, veri� cam-se as falhas no atendimento, não permitindo que se repitam e deixem insatisfeitos outros usuários do serviço. Aliás, em tempos de contenção de gastos e di� culdades variadas de gestão – tanto no setor público quanto no privado —, quando as reclamações registradas são formalizadas pela Equipe de Emergência às suas autoridades hierárquicas superiores, tem- se um fato administrativo, o qual, se bem conduzido, poderá assegurar recursos � nanceiros não apenas para a capacitação periódica dos pro� ssionais, como também para melhoria da frota de veículos de emergência, insumos e equipamentos obrigatórios. De acordo com Fiandi (2013) e a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com De� ciência (SNPDPD, 2016), muito embora os veículos de transporte de emergência devam estar adaptados para atender a todos os tipos de usuário, o condutor também precisa conhecer os riscos de lesão presentes no veículo de emergência. As mães com bebê, crianças, gestantes, idosos, portadores de de� ciência e pessoas com mobilidade reduzida possuem particularidades que precisam ser reconhecidas, a � m de se saber lidar com elas e fornecer- lhes a devida proteção contra eventuais acidentes. Com isso, algumas regras de como lidar com esses usuários são úteis: • evite acelerações ou freadas bruscas, porque tais usuários apresentam mais di� culdades de se segurarem no interior do veículo, bem como no embarque e desembarque; • embarque e desembarque sempre do lado da calçada ou do lado mais protegido do tráfego; • saiba reconhecer as diferenças físicas, sociais, culturais e religiosas desses usuários, pois é importante manter um bom relacionamento e saber respeitar as diferenças individuais. Leia, no link indicado, a matéria acerca das equipes de emergência das concessionárias rodoviárias paulistas, da importância desses atendimentos e sobre o quantitativo da frota de veículos de emergência empregado: http://estradas.com.br/equipes-de-emergencia-das- concessionarias-de-rodovias-paulistas-fazem-187- atendimentos-por-dia SAIBA 125 2 CARACTERÍSTICAS DOS USUÁRIOS DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA Na visão de Fiandi (2013) e Cebollero (2011), como em todo grupo social, há pessoas que se relacionam com maior ou menor facilidade. Por isso, o relacionamento interpessoal é uma das atribuições mais valorizadas nos pro� ssionais que laboram na área de atendimento emergencial. Para auxiliar no trato com os usuários dos serviços de transporte de emergência, e até mesmo com os colegas de trabalho, são descritos em seguida alguns tipos de personalidade mais encontrados nesse ambiente e algumas dicas para lidar com eles: • tipo descon� ado: sua principal característica é a ausência de con� ança nas pessoas. Passa a impressão de que somente ele realiza o melhor em tudo. Tem a propensão de levar tudo para o lado negativo. Sofre pelo elevado grau de descon� ança, gerando desgaste físico e emocional. Enxerga-se como realista, mas as outras pessoas o veem como pessimista. Procure agir da seguinte forma: ‐ compreenda o modo de ser da pessoa; ‐ use a imparcialidade ao receber comentários negativos desse tipo de personalidade, não levando para o lado pessoal; ‐ comunique-se: D IC A S Sempre diga à pessoa que ela está nas mãos de pro� ssionais quali� cados, competentes e experientes nesse tipo de atendimento emergencial. • tipo extrovertido: é aquele que, por onde passa, registra um rastro de afetividade e otimismo. Normalmente, gosta de ser admirado e paparicado. Tem elevada autoestima. Pode ser elemento agregador entre as pessoas. Procure agir da seguinte forma: ‐ compreenda a necessidade da pessoa de querer se destacar; ‐ use a imparcialidade ao receber comentários; ‐ peça para que ele se concentre no que é necessário fazer naquele momento e que relaxe profundamente. 126 • tipo solitário: apresenta a necessidade de � car sozinho, reservado, em uma comunicação interna (sel� alk). Prefere as tarefas individuais às grupais. Tem sua própria concepção de mundo e vive em função dele, o que pode separá-lo das demais pessoas. Procure agir da seguinte forma: ‐ compreenda a necessidade de reserva da pessoa; ‐ não faça comparações das ações dessa pessoa com a de outras; ‐ estimule-a: D IC A S Estimule-a a entender as ações de cada pro� ssional naquele momento de atendimento e diga que a sua colaboração é importante. • tipo tímido: diferente do solitário, é aquele que manifesta vergonha de se expor. Receia ser criticado. Sente-se incapaz. Apresenta baixa autoestima e passa a imagem de ser inferior, embora não o seja, necessariamente. Procure agir da seguinte forma: ‐ compreenda o modo de ser dessa pessoa; ‐ incentive-a a manifestar o que está sentindo; ‐ congratule-a pelas competências demonstradas; ‐ seja receptivo às suas ações, com sorriso franco e sincero. 3 CUIDADOS ESPECIAIS NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA De acordo com Fiandi (2013), todo indivíduo detém a sua consciência moral, permitindo- lhe diferenciar entre o que é certo e o que é errado, isto é, a diferença entre o bem e o mal. O condutor de veículo de emergência deve saber utilizar a sua consciência moral nas várias situações em que ela é solicitada. 127 Por exemplo, a sua consciência moral o avisará de que, quando os sinais luminosos e sonoros da ambulância não estiverem acionados, não terá a prioridade no trânsito e deverá cumprir as regras de sinalização como qualquer outro motorista. Além disso, o condutor de veículo de emergência deve saber equilibrar os dois lados de sua competência pro� ssional: o lado técnico e o lado emocional. Caso haja o predomínio de um dos lados, o atendimento emergencial poderá ser prejudicado, quer pelo excesso de tecnicismo quer pelo descontrole emocional. Por outro lado, o condutor de veículo de emergência deve apresentar a competência ético- pro� ssional, essencial para a humanização do atendimento. Mas você sabe o que caracteriza a competência ético-pro� ssional? Ela é caracterizada pelos seguintes atributos que o pro� ssional aplica no exercício de sua pro� ssão: capacidade de trabalho em equipe, liderança, bom relacionamento interpessoal, pensamento sistêmico (visão do todo), comunicabilidade, empreendedorismo, negociação, inovação, percepção de tendências, visão de processos, conhecimento da realidade externa e garra. Essa competência ético-pro� ssional deve estar presente nas várias formas de relacionamento do condutor de veículo de emergência, tais como: • condutor e che� as imediatas; • condutor e equipe de atendimento; • condutor e agentes de trânsito; • condutor e vítimas; • condutor e parentes ou acompanhantes das vítimas. 128 Destaca-se que o relacionamento ético-pro� ssional entre o condutor e os diversosatores baseia-se em três preceitos importantes: • companheirismo; • respeito; • sentimento do dever cumprido. Apossando-se desses três elementos, o condutor de veículo de emergência saberá tomar as atitudes adequadas e prestar atenção a quaisquer alterações emocionais presentes no momento do atendimento. Dessa forma, não se deixará induzir pela conduta da vítima, terá atenção adequada para todo o tipo de atendimento, agindo com seriedade como esteio para a postura pro� ssional que lhe é exigida. D IC A S O elevado grau de pro� ssionalismo do condutor de veículo de emergência somente pode ser conseguido com a obtenção do respeito e admiração das vítimas e das demais pessoas envolvidas nas ocorrências diárias. RESUMINDO As mães com bebê, crianças, gestantes, idosos, portadores de de� ciência e pessoas com mobilidade reduzida, todos possuem particularidades que precisam ser reconhecidas — é preciso agir com adequação e fornecer-lhes proteção e� caz contra eventuais acidentes. O relacionamento interpessoal é uma das atribuições mais valorizadas nos pro� ssionais que laboram na área de atendimento emergencial. Por isso, esteja sempre atento às suas atitudes. O relacionamento ético-pro� ssional entre o condutor e os diversos atores baseia-se em três preceitos importantes: companheirismo, respeito e sentimento do dever cumprido. 129 1. O elevado grau de pro� ssionalismo do condutor de veículo de emergência somente pode ser conseguido com a obtenção do respeito e a admiração pelo time de futebol dos usuários atendidos. ( ) Certo ( ) Errado 2. Apresenta a necessidade de � car sozinho, reservado, em uma comunicação interna (sel� alk). Prefere as tarefas individuais às grupais. Tem sua própria concepção de mundo e vive em função dele, o que pode separá-lo das demais pessoas. Está-se falando de qual tipo de usuário de serviço de transporte de emergência: ( ) descon� ado ( ) solitário ( ) extrovertido ( ) tímido 3. O condutor de veículo de emergência também deve saber equilibrar os dois lados de sua competência pro� ssional: o lado técnico e o lado emocional. ( ) Certo ( ) Errado 4. Para o usuário de serviço de transporte de emergência do tipo tímido, deve-se agir da seguinte forma, exceto: ( ) Compreender o modo de ser da pessoa. ( ) Incentivá-lo a manifestar o que está sentindo. ( ) Congratulá-lo pelas competências demonstradas. ( ) Ser receptivo às suas ações, com sorriso debochado. 130 REFERÊNCIAS AAOS. American Academy of Orthopaedic Surgeons. Emergency Care and Transportation of the Sick and Injured. Jones & Bartlett Learning, 2013. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14561:2000 — Veículos para atendimento a emergências médicas e resgate. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ABETRAN. Associação Brasileira de Educação de Trânsito. Disponível em: <www.abetran. org.br>. Acesso em março de 2016. ANDRADE, C. Manual para Primeira Habilitação de Condutores. Brasília: Senado Federal, 2012. ARTEAGA, D. M.; GARCIA, L. S. Técnicos de Transporte Sanitario ante las Emergencias Limitadas. Sevilla: Ed. Mad, 2009. BRASIL. Lei n° 13.097, de 19 de janeiro de 2015. Altera a Lei n° 9.503/1997, entre outros. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. ______. Lei n° 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da pro� ssão de motorista, entre outros. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. ______. Lei n° 12.619, de 30 de abril de 2012. Dispõe sobre o exercício da pro� ssão de motorista, entre outros. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. ______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. ______. Lei n° 9.099, de 23 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. CEBOLLERO, C. Transport of the Critical Care Patient. Jones & Bartlett Learning, 2011. CONTRAN. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução no 493/2014. Disponível em: <www. planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. _______. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução no 432/2013. Disponível em: <www. planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. _______. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução no 310/2009. Disponível em: <www. planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. _______. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução no 285/2008. Disponível em: <www. planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. 131 _______. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução no 168/2004. Disponível em: <www. planalto.gov.br>. Acesso em março de 2016. CRISTO, F. Psicologia e trânsito: Re� exões para pais, educadores e (futuros) condutores. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012. DENATRAN. Manual de Direção Defensiva. Disponível em: <www.denatran.gov.br>. Acesso em março de 2016. DUALIBI, S.; PINSKY, I.; LARANJEIRA, R. Álcool e Direção: Beber ou Dirigir. Um guia prático para educadores, pro� ssionais da saúde e gestores de políticas públicas. São Paulo: Unifesp, 2012. FIANDI, M. Transporte de Emergência. São Paulo, 2013. GOMES, O. S. Código de Trânsito Brasileiro Comentado e Legislação Complementar. Curitiba: Juruá, 2015. HOFFMANN, M. 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