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ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III COLÉGIO ESTADUAL RODOLPHO ZANINELLI PRÁTICAS EM SALA DE AULA Marcelle Carmona de Figueiredo Gomes Professora Talita Nascimento Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI História (FLX0539) – Estágio III 08/07/2019 RESUMO Este paper tem por objetivo apresentar as práticas de Estágio Curricular Obrigatório III, por mim realizadas no Colégio Estadual Rodolpho Zaninelli, agora no ensino médio, turma do 2º ano C, turma 2019. Para que houvesse essa condição, primeiramente, ocorreu a preparação do projeto e elaboração da aula. Após, foi a prática, propriamente dita, em que foi aplicado atividades aos alunos, depois de exposto a teoria e através destas, foi possível traçar paralelos entre conhecimento prévio desses estudantes e o conteúdo abordado em sala de aula. Tendo como premissa os referenciais teóricos, aos quais, me baseei para compreender as metodologias de ensino aprendizagem, percebi que o ensino de história ainda sofre bastante para desmistificar a ideia de que é somente memorização de datas e eventos isolados e que, ainda há um caminho longo a ser percorrido. Porém, a prática trouxe um novo olhar, que mostra que existe uma diferença gritante entre teoria e prática, pois lidar com seres humanos, cada qual com sua experiência de vida, traz novos desafios em como desenvolver o ensino-metodológico. É visto, que estamos em processo de desenvolvimento na forma de ensinar a disciplina de História. Palavras-chave: Docência, Ensino de História, Práticas de Ensino 1. INTRODUÇÃO O paper apresentado é resultado da disciplina de Estágio Curricular Obrigatório III, cursada no 1º semestre, 6º módulo de 2019, realizado com a turma do 2º ano C no Colégio Estadual Rodolpho Zaninelli, no qual foi desenvolvido as práticas e observações docentes. A prática desenvolvida nesta turma estava relacionada com tema a História do Povo Negro no Brasil, e estas foram realizadas sob a observação da professora regente Camila de Bruno Fabri, que também, ministra aulas de história para esta turma. O primeiro contato com os alunos desta turma aconteceu no 1º Semestre de 2019, em que tive a oportunidade de observar e melhor me familiarizar com a turma. A última fase que se iniciava, também envolvia a preparação para a abordagem da prática da turma do 2º ano do Colégio Rodolpho Zaninelli, a preocupação também estava em como entender o processo metodológico para a aplicação dos conteúdos planejados e de como desenvolver mecanismos de como avaliar o desenvolvimento e o entendimento dos alunos. Para isso, o conteúdo a ser aplicado era um motivo de cuidado e atenção, uma vez que, tendo “domínio” do tema, as formas de abordá-lo e comunicá-lo a eles, era de certa forma, tranquilo. A experiência de estar, novamente, em sala de aula através do Estágio III, proporcionou um grande processo de aprendizagens, uma vez que, estar ministrando aulas para adolescentes, também tenha existido algumas tentativas frustradas nas aulas inovadoras, ao mesmo tempo que, novamente serve para uma reflexão sobre novas formas de planejamento e métodos mais atrativos de abordagem dos temas em sala de aula. E, mais uma vez, esta preocupação, só se deu devido aos erros cometidos, imprevistos e insucesso com alguns alunos, apesar destes terem uma compreensão mais desenvolvida sobre alguns fatos históricos do tema abordado. Através disso, ficou claro que a docência não é um método exato e sim, aprendizados dentro de muitas variáveis sobre as quais, algumas, o professor não pode prever, sendo esta vivência em sala de aula a única forma de enfrentar os desafios que a profissão de docente oferece, e que até certo ponto, se torna repetitiva na hora de relatar. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Com Relação a Ensinar História De acordo com Bonatto e Souza (2016), o consumo frenético de mídias como a internet, cinema, literatura e televisão, acaba por muitas vezes, alterando a percepção de algumas informações, deixando uma linha tênue entre a “realidade e a ficção”. Este tipo de situação, no que se refere a disciplina de história, torna-se evidente no ato de ensinar “onde associações pré- estabelecidas entre o cotidiano particular do aluno e o saber escolar se encontram.” (BONATTO e SOUZA 2016, p. 7) A autora pontua a importância de se passar pelo estágio, uma vez que, essa experiência pode mostrar ao futuro professor como acontece a correlação das informações da disciplina de história com o cotidiano de cada aluno. A prática do estágio mostra-se um desafio quando é proposta. A responsabilidade sobre o ensinar revela-se, em muitas ocasiões, complexa em meio aos desafios que a sala de aula apresenta. Permeada por disputas políticas e ideológicas, sobre e como o saber deve ser exposto aos estudantes, as aulas de história tornam se um local de debates, não somente de qual conteúdo histórico o aluno deve ter contato, mas sobre a forma como a história deve se relacionar com o cotidiano do aluno.(BONATTO, 2016, p.7) Para tal, existe o despertar o interesse pela disciplina e de como transmitir as informações cabe ao professor impactar a consciência história dos alunos. Ou seja, colocar o aluno diante de uma situação em que se percebe como “sujeito” dentro de sua própria história e trazendo seu autoconhecimento à tona e criando uma identidade, o que o faz entender melhor o sentido e as escolhas que transformam o meio em que vivemos e a nossa própria percepção. Bonatto (2016), também coloca que existe a necessidade de liberta-se das formas “tradicionais” de ensino, procurando despertar o interesse do aluno, e utilizando informações prévias e aproximações entre passado e o presente. Em relação as fontes de pesquisa, Oliveira (2014, p.45), explica (...) os sites de pesquisa escolar apresentam conteúdos que pouco diferem dos publicados em enciclopédias e grandes manuais didáticos de história geral/história do Brasil de cunho “conteudista”. Aliás, muitos desses sites podem ser chamados de enciclopédias eletrônicas, visto que são grandes avolumados de textos nos quais os fatos históricos são apresentados de maneira simplificada, não mais que simplesmente informando, acrescentando‐lhe alguns nomes e datas importantes. (...). De qualquer modo, cabe refletir que de ambas as maneiras – seja com narrativas mais ou menos tradicionais – este tipo de escrita tem representado um papel importante no desenvolvimento da cultura histórica dos jovens estudantes brasileiros e também em seu próprio entendimento de história. (...) o conhecimento histórico é apresentado através de narrativas sintetizadas; as narrativas apresentadas não apresentam problematização; pelo contrário, são enunciadas como verdades; são feitas personificações para apresentar os feitos dos grandes personagens e estes são mostrados como responsáveis pelos fatos históricos. Diante do exposto, cabe a reflexão sobre qual a perspectiva de história e de ensino de história presentes nesses sites. Para que os alunos possam ter capacidade de formular opiniões e argumentos, é indispensável o uso das fontes nas atividades em sala de aula, assim sendo, o professor tem que passar de detentor do saber a investigador. Segundo Almeida (2018), expõe o quanto é importante a educação na vida do aluno, tendo como premissa o ensino clássico, no qual, usa-se metodologias e ensinamentos teóricos, e de como essa forma pode contribuir às necessidades dos alunos que estão no Ensino Fundamental. O autor ainda pontua que se preocupa com a melhora e eficácia na educação brasileira em relação ao processo de ensino-aprendizagem, e que os professores podem contribuir nas ações pedagógicas para que possahaver possíveis transformações sociais. Em sua observação, Almeida (2010), fala a respeito da relação entre a teoria e prática no ambiente educacional. A educação vem, ao longo dos anos, sendo alvo de intensos debates e discussões. O Sistema de Ensino, diante dos dados revelados por pesquisas Nacionais (SAEB 2003, INAF 2005) e internacionais (PISA2012), vem sendo criticado em razão do baixo nível de qualidade apresentado. Afinal, o que está acontecendo com o processo de ensino? E, com o processo de aprendizagem? Será que os problemas educativos podem ser explicados pelos métodos de ensino? Ao questionar-se sobre o Sistema de Ensino faz-se necessário em um primeiro momento compreender as metodologias, e a forma de passar os conteúdos em sala de aula. É importante observarmos que escolas tradicionais são rigorosas em seus ensinamentos, seguindo currículo rígido. Contudo cabe ao educador fazer ligação entre os textos e a realidade da sociedade, trabalhando contexto, a história, os costumes da comunidade, para assim fazer sentido o que se ensina para aluno, e não simplesmente ser mais um conteúdo para prova. (ALMEIDA, 2018, p. 2) O ensino de história está além da sala de aula, envolve a família, currículos, escolas, Ministérios, ou seja, mostra a importância das relações existentes entre educação, sociedade e teorias pedagógicas. A ideia do autor é promover o pensamento crítico de como o ensino é desenvolvido nas escolas, focando no ensino fundamental I e II da rede pública, como um meio de reflexão sobre as possibilidades de se ter um processo de ensino-aprendizagem significativo e diversificado, em que o professor seja de fundamental importância nessa ação. Que este, consiga ter uma proposta de projetos que venham a auxiliar e interver de modo positivo e que forme o ser crítico, ajudando a melhorar as condições e o ambiente de aprendizagem. De acordo com Oliveira (2013), no Brasil, o ensino de história, é aplicado de forma tradicional em que a prática didático-pedagógica do professor nas escolas, ainda se aplica de forma de memorização dos conteúdos, transformando a disciplina em “gravar” nomes, datas, fatos e lugares. Infelizmente, esta prática, acaba por impedir “a reflexão da história como movimento de continuidade e rupturas além de cristalizar uma história de heróis e fatos isolados.” (OLIVEIRA, 2013, p. 15) Jacomel (2007) História como disciplina escolar no Brasil atualmente percebeu que questões consideradas básicas, como as identitárias e aquelas relacionadas à formação dos cidadãos estiveram presentes desde o seu início e, por isso, Identidade, cidadania e Cultura fazem parte do esquema conceitual que fundamenta a proposta de trabalho dos professores, pois, em todo mundo “globalizado”, a vida cotidiana coletiva se constitui um dos principais eixos do ensino de História. “pode-se levar o aluno progressivamente a reconhecer a existência da História crítica e da História interiorizada. (OLIVEIRA, 2013, p. 15) A autora, observa que os conteúdos de história objetivam propostas, tais como, os caminhos da humanidade da época dos homens das cavernas até os dias atuais, isso se tratando de uma visão geral da história. Queremos ressaltar que a questão não é tão-somente qual conteúdo de história tratar, mas, sobretudo, como trabalhar esse conteúdo. É preciso que fique claro que, quando dizemos que se deve abandonar as divisões tradicionais da dita história geral (antiga, medieval, moderna e contemporânea), não queremos dizer que não se deva tratar como objeto de estudo nada do que elas abordam. Obviamente, não é questão de se repudiar in totum, e assim tão tranquilamente, todo esse respeitável cabedal de conhecimento produzido em todos esses séculos – o qual é muito importante para todos nós. O que estamos propondo é que você, professor, de uma volta definitiva de 180º em relação a essa visão de processo histórico, que constitui o chamado “conteúdo tradicional”, que essa visão sequencial, que não se preocupe em como esgotá-la, pois, ela implica uma concepção de história que é preciso ultrapassar. Não queremos dizer que, respeitamos os princípios de trabalho que estamos discutindo, você não possa fazer, por exemplo, um produtivo exercício de reflexão histórica com seus alunos, em cima de temas como a educação em Esparta e Atenas, o chamado descobrimento do Brasil, etc, um deles aparentemente bem distante no tempo de seus alunos, e outro, considerado mesmo dos mais tradicionais. (CABRINI et all., 2005, p.41- 42) Oliveira (2013), aponta ainda a relação professor-aluno está alinhado, pois o professor possui “o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação e de como interagir em sala de aula etc. A ele a competência de orientar e conduzir seus alunos e encaminhá-los a objetivos externos, no qual, aluno e professor possam estar lado a lado. Sendo que o professor trabalha como mediador entre o aluno e os modelos culturais. Em suma, esta pesquisa nos mostra que a educação, o conhecimento e a metodologia de ensino continuam a evoluir com o tempo, pois não é mais admissível aceitar certas práticas de ensino, nas quais, a disciplina de história se encontra ainda como mera decoreba por parte dos alunos e cópias dos livros didáticos, sem maiores indagações ou questionamentos. É perceptível que o professor tenha que agir de forma dinâmica com sua didática, não importando o quanto tenha conteúdo, pois a realidade encontrada dentro da sala de aula é bem diferente dos livros técnicos existentes. Pois, o processo de construção do saber exige a interação e o estímulo em relação ao conteúdo, que por vezes, é distante da realidade de vida dos alunos. 2.2. Sobre o ensinar sobre Povo Negro no Brasil e Cultura Africana A cultura africana por décadas foi difundida de forma errônea, principalmente, no campo educacional, pois o ensino da história da África e dos africanos, sempre foram passados colocando-os como inferiores e sem cultura. Por isso, se fez necessário a criação da Lei 10.639/03, tornando obrigatório o ensino em sala, já que, essa cultura tem fundamental importância na formação do povo brasileiro e precisa de uma atenção especializada e competente para ajudar a corrigir esses erros. Contudo, SANTOS (2015) expõe que ainda é muito complexo o ensino da cultura africanas, pois exigem muita agilidade dos docentes para superar “as barreiras da resistência dos pais e alunos, do racismo e em como lidar com ele no âmbito educacional, dos estigmas e em como desenvolver trabalhos gradativos que mudem a visão, a percepção e a ação dos seus alunos perante as temáticas que envolvam tal cultura.” (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) Justifica-se, portanto, a necessidade do aprofundamento do estudo que trata da história da África e da cultura africana e de sua difusão em sala de aula, abrangendo ações pedagógicas que viabilizem a realização de um trabalho eficiente e que proporcione aos discentes uma aprendizagem qualitativa. (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) É visto que, o ensino da África e dos africanos, durante décadas foi fracionado, o que acaba arruinando o conhecimento mais aprofundado deste continente. Para a disciplina de geografia, é abordado somente a “extensão territorial deste continente, a população, os conflitos políticos, ressaltando o alto índice de pobreza e doenças como ebola, AIDS e cólera.” (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) E na disciplina de história focaram somente no Egito e no deserto do Saara, porém é obvio lembrar que o que foi citado acima pertence ao continente africano. A África é considerada o berço da humanidade, foi lá que teve início de várias atividadesimportantes, como a fusão do ferro e a agricultura. [...] Os botânicos afirmam que muitos dos grãos alimentícios africanos evoluíram a partir de plantas locais, o que contradiz a ideia antiga de historiadores de uma difusão da agricultura a partir de um único lugar, o crescente fértil do Oriente Médio. Ou seja, a agricultura nasceu na África [...] O cultivo de vegetais surgiu quando as populações descobriram que tubérculos, como o inhame, poderiam se renovar caso fossem cultivados. A palmeira de dendê, de onde se extrai o óleo, era cultivada tanto nas zonas de florestas como nas savanas [...] A história da produção do peixe seco ocupa grande espaço na história de muitas das sociedades africanas, processo iniciado há mais de 10 mil anos [...] Há cerca de 6 mil anos, a região da África Central passou por um processo de domesticação de animais que incluíam cabras, ovelhas, porcos, galinhas e, nas zonas mais propícias com pasto adequado, o gado selvagem se transforma em rebanhos domesticados. Por meio dos traçados das pinturas rupestres e dos ossos pré-históricos, é possível reconstruir essa trajetória. (PANTOJA, 2011, p. 21 E 22). Segundo SANTOS (2015), é assustador como o continente africano ficou de fora por muito tempo da grade escolar e de como alguns educadores se quer deram atenção a isso. Como pode, um continente que disseminou uma série de informações e conhecimentos importantes para a sobrevivência das sociedades atuais, ter ficado omissa por tanto tempo? É deveras, injusta, pelo fato de que lhe foi negado o reconhecimento verdadeiramente correto a um continente que beneficiou e beneficia a humanidade até os dias de hoje. Uma vez que, isso veio acontecendo durante décadas, nada mais justo que combater esta visão deturpada sobre a cultura africana, valorizando-os com o devido respeito em cada peculiaridade existente neste continente, desfazendo a ênfase dada na educação eurocêntrica ensinada nas escolas. Nas décadas de 70, 80 e 90, a imagem que se tinha do trabalho realizado pelos jesuítas era de bondade, docilidade, conversão à religião cristã, respeito pelo ser humano. Contudo, a história foi difundida por um único ângulo, através do qual se percebia o trabalho que foi feito com os indígenas. No entanto, a pessoa caridosa e respeitosa, cheia de instruções e boas intenções, representada no papel do catequizador jesuíta, logo é transformada, quando surge a possibilidade de observar outro ângulo, através do qual o jesuíta faz acepção do negro escravizado no direito ao estudo, não os considerando sequer humanos. (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) A autora continua, Outra imagem a ser transformada é a da princesa Isabel, a qual protagonizava, nos livros de história, a heroína que libertou os escravos. Até o início da década de 90, o ato da assinatura da Lei Áurea, ecoava como uma indignação à escravatura, por parte da família real e como um presente dado aos negros: a sua liberdade. Inúmeros estudantes foram ludibriados por esta forma de difusão da história e focavam mais no ato de benevolência real, do que na própria abolição da escravatura. Por isso mesmo é de extrema importância que a informação seja passada de forma completa e verdadeira, na qual o Brasil resistiu ao máximo em libertar os negros escravizados e que só o fez após décadas de pressão. (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) Pode-se perceber que algumas décadas atrás o ensino sobre os negros no Brasil e a forma como foram trazidos e tratados, não recebiam muita importância e aprofundamento que mereciam. Ou seja, o ensino sobre a história África sempre foi diminuto, em que “os capítulos nos livros de história eram extremamente reduzidos, escondendo a complexidade de informações que poderia ter a respeito desse continente, o qual o berço da humanidade.” (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) Em virtude disso, foi traçado um perfil de continente envolto “por pobreza, miséria, fome, guerras civis, vida selvagem e doenças. É como se desse continente só viessem coisas negativas aos olhos do restante do mundo.” (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015). Mediante o exposto, nota-se a necessidade de uma educação sobre a história da África, muito mais aprofundada, em que docentes se aprofundem mais, participando de formação continuada, cursos que os levem a um conhecimento mais extenso e detalhado, para que possam e saibam como trabalhar uma didática que viabilizem o ensino aprendizagem e que otimizem o tempo para tais aplicações. 3. VIVÊNCIA DO ESTÁGIO Sendo esta uma exposição narrativa da experiência na sala de aula, parece relevante começar recontando como a prática desenvolvida na disciplina de Estágio Curricular Obrigatório II, foi primordial para a criação de um panorama que ajudou a determinar o universo que concebe dentro de uma sala de aula. Um dos maiores desafios encontrados, foi o de continuar a compreender a escola de uma forma vital, explorando os espaços para além da sala de aula, continuar entendendo qual o significado da escola para os alunos, agora do médio, e a forma como eles se colocavam naquele ambiente. E, ao assumir a regência da turma, foi perceptível a diferença em estar ministrando aula para alunos mais velhos, porém aos poucos, mesmo com algumas dificuldades, a aula foi desenvolvida de forma tranquila. O desconforto ainda insistia em aparecer em alguns momentos, o que me distanciava um pouco da proposta metodológica do estágio, que era ter uma atitude crítica dos alunos diante das reflexões propostas e debatidas, assim como no ensino fundamental. Assim sendo, ao final de algumas aulas, predominava o sentimento de que eu não conseguiria atingir minhas ideias propostas nos planos de aula, incrível como essa sensação se repetiu. Bem como, a insegurança que tentava me dominar, e mais uma vez, acabei por me colocar em uma situação de buscar afirmação e apoio nos alunos que interagiam e participavam da aula. O que novamente, este tipo de situação me levou a estimular menos os alunos que não se envolviam nos debates, realizando apenas as atividades propostas. Porém, estar com adolescentes, dá um pouco mais de liberdade para comentar temas um pouco mais complexos, ou seja, usar de termos (não chulos) do vocabulário deles para fazer algumas comparações com a atualidade em relação ao tema. O fato de estar sendo avaliada novamente, acabou atrapalhar um pouco o desenvolvimento da aula o que levou a ter algumas imperfeições. Portanto, tive algumas intempéries pelo meio do caminho, porém, após passada a pressão e algumas frustações, a experiência que ficou, foi a de que, por mais que queiramos chegar inovando e fazendo a diferença, ainda existe um processo com requisitos e etapas a serem cumpridas, assim como aconteceu no fundamental. Contudo, o estágio já é um preparatório para percebemos que sempre haverá uma oportunidade para fazermos melhor e também continuar a aprendermos e este pequeno momento serve como desafio ao que vem pela frente como docente a ensinar história. Também ficou o aprendizado de que, somente com o tempo, é que conseguirei ter um pouco mais de controle em relação a como domino e desenvolvo os conteúdos com os alunos e que a sala de aula, por mais que pareça estática, ela está em constante movimento. Pois, entra ano sai ano, a diversidade dos alunos que a compõe, também está em movimento, mesmo que algumas coisas nunca mudem, nunca iremos encontrar uma sala de aula da mesma forma. E, é mais uma vez, que exponho a ideia que ter este tipo de oportunidade, de estar no universo escolar, elaborar um projeto docente pensando em quais ações desenvolver, resultou na comparaçãodo que se é estudado durante nossa vida acadêmica e como realmente procede na prática e que por mais que esteja ou ache que esteja preparado, sempre haverá um desafio novo a enfrentar e que fará com que você se readapte à aquele momento e que ninguém mais poderá fazer em seu lugar, e que deverá buscá-lo e vencê-lo por seus próprios meios. A prática do ser professor acontece no dia a dia e como falado anteriormente, não existe uma modelo pronto, exato, é preciso perseverar e não desistir, tendo em mente que estará sendo aluno (também), juntamente com os seus e que apesar de todas as dificuldades encontradas, terá também ótimos momentos diante dessas crianças e adolescentes, que fazem parte da história da nossa vida, do mundo e que se soubermos como conduzir os ensinamentos, estaremos transformando a vida delas e tornando-as autoras de sua própria história. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto é possível concluir que o estágio é parte integrante e fundamental da formação docente, contribuindo diretamente para a revelação do que é ser um professor. Por conseguinte, vai-se desmistificando os preconceitos a respeito do ambiente educacional e fazendo- se conhecer verdadeiramente sua área de atuação e os obstáculos que a ele se apresentarão ao longo da jornada. Portanto, é evidente a importância do estágio curricular e do diagnóstico na formação do licenciado. A inexistência de algo tão essencial como o estágio faria com que os possíveis conflitos que surgem durante sua execução se apresentassem para o futuro docente apenas quando já estivesse atuando profissionalmente. Situação essa que poderia contribuir para que se tornasse um profissional frustrado e desmotivado, o que influenciaria diretamente na qualidade do seu trabalho em sala de aula. A partir do exposto, é possível dizer que o estágio proporcionará ao estagiário “[...]a capacidade de se encontrar com a realidade social da educação e, a partir desta relação, começar a preparar o seu amanhã como profissional da educação, fazendo realmente a diferença onde quer que se encontre”. (SCALABRIN; MOLINARI, [20--], p.3) Em suma, em tempos atuais faz-se necessário revisar imediatamente a forma de como conduzir as aulas da disciplina de história, usando da discussão e analises sobre a metodologia para que se possa obter uma qualidade de ensino em todos os níveis, para que o aluno possa desenvolver seu raciocínio e sua capacidade crítica, indispensáveis para a formação do “cidadão crítico”, bem como para a sua formação intelectual do aluno para que ele possa acrescentar suas capacidades de observar, descrever e identificar semelhanças e diferenças entre acontecimentos atuais e datas mais distantes no tempo, para que possam estabelecer relações entre presente e passado. Em muitas formas podemos trabalhar os conteúdos escolares, porém, mesmo tendo nas mãos tantas tecnologias da informação a disposição dos profissionais da educação, existe ainda muitas aulas a serem modificadas para proporcionar para o aluno uma aula mais dinâmica e que o atraia e o faça gostar da disciplina de história. O que foi possível perceber é que dentro da sala de aula tudo é mais complexo, pois são agentes diversos que participam e que se diferenciam na relação de valores, crenças, interesses quanto às suas condições de acesso, de renda, de conectividade, de expectativas e de oportunidades. Entretanto, pude realizar algumas reflexões a esse respeito e de como poderia aprender e ressignificar meus métodos de ensino. Estar em sala de aula não é somente passar as informações adiante, é ter um compromisso ético de transformação e construção identitária e de estruturação das formas como os agentes envolvidos nessa atividade se relacionam com o mundo e percebem os eventos que fazem parte da sua história. 5. REFERÊNCIAS BONATTO, Elesiane; SOUZA, Flávia de Freitas. Aprendendo a ensinar História: experiência de estágio no 7° ano do Ensino Fundamental. Estágio curricular supervisionado III departamento de história – habilitação em licenciatura. Universidade do estado de santa Catarina – UDESC centro de ciências humanas e da educação – FAED. Florianópolis – SC 2016. http://lehca.ufsc.br/files/2017/08/Flavia-Elisiane.pdf. Acessado em 02 de março de 2019. CABRINI, C. ET AL, O ensino de história: revisão urgente, 4. Ed. São Paulo: Brasiliense, 2005. MARQUES, Carlos Conceição. As tecnologias no ensino de História: uma questão de formação de professores. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1415-8.pdf. Acessado em 02 de março de 2019. OLIVEIRA, Patrícia Aguiar. Métodos e Técnicas de Ensino na Disciplina de História: Superando o Ensino Tradicional. 2013. 55 f. Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2013. http://repositorio.roca.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/4420/1/MD_EDUMTE_2014_2_71.pdf. Acessado em 02 de março de 2019. PARANA, Secretaria de Estado da Educação, Parâmetros Curriculares. Curitiba: 2005. Acessado em 02 de março de 2019. ANEXO
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